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A juíza do Tribunal do Distrito Federal do Brooklyn, Ann Donnelly, suspendeu parcialmente na noite deste sábado (28) a proibição da entrada nos Estados Unidos de imigrantes vindos de sete países com maioria muçulmana.

Donnelly proibiu que os refugiados que já estavam em solo norte-americano fossem expulsos do país porque isso causaria "um dano irreparável" aos Estados Unidos.

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Segundo a mídia norte-americana, já passa de uma centena - incluindo um bebê de 18 meses - a quantidade de pessoas presas em aeroportos por todo os EUA desde que Trump baixou uma lei proibindo que pessoas do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Síria e Iêmen entrassem no país. A proibição atinge até mesmo aqueles que têm o chamado "green card", o direito de permanência no país já garantido pela Constituição.

Por causa da proibição, o presidente do Irã, Hassan Rohani, anunciou uma restrição com base no princípio da reciprocidade. No entanto, se algum norte-americano tiver um visto válido para ir ao país, "será bem vindo", segundo o presidente. A medida não é retroativa.

A noite de sábado também foi marcada pela presença de centenas de manifestantes que se reuniram no aeroporto JFK de Nova York para protestar contra a medida. Com cartazes pedindo que os refugiados pudessem entrar no país, eles gritavam palavras de ordem contra o presidente. "Sem banimento, sem muro", diziam os manifestantes.

Merkel, Gentiloni, Johnson e Trudeau condenam atitude

A chanceler alemã, Angela Merkel, condenou a ordem executiva de Trump contra os imigrantes. Segundo seu porta-voz, Steffen Seibert, a medida "não é justificada" e a chanceler "está convicta que a tão necessária luta contra o terrorismo não justifica" uma lei do tipo "com base apenas na origem ou na crença".

Merkel conversou por telefone com Trump neste sábado e, segundo o jornal "Bild", na conversa de 45 minutos, os dois trocaram convites para visitas em cada país e reforçaram a importância das relações bilaterais.

O premier da Itália, Paolo Gentiloni, também se manifestou neste domingo (29) sobre a medida de Trump. "A Itália está ancorada em seus próprios valores. Sociedade aberta, com identidade plural, nenhuma discriminação. São os pilares da Europa", escreveu.

Apesar da premier britânica, Theresa May, não se manifestar sobre a medida de Trump, o ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, condenou a ordem.

"Protegeremos os direitos e as liberdades dos cidadãos do Reino Unido em nossa pátria e no exterior. É divisivo e errado estigmatizar com base na nacionalidade", escreveu em seu perfil no Twitter.

Já o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, também usou as redes sociais para mostrar sua contrariedade à medida do presidente do país vizinho. "Para quem foge das perseguições do terror e da guerra, saibam que os canadenses lhe darão as boas vindas, não importando qual seja a sua fé. A diversidade é a nossa força", escreveu no Twitter. 

Cairo, 28 (AE) - Autoridades do aeroporto do Cairo disseram que sete refugiados que seguiriam para os Estados Unidos, seis deles do Iraque e um do Iêmen, foram impedidos de embarcar em um voo da EgyptAir que seguirá para o aeroporto John Fitzgerald Kennedy, em Nova York. Segundo as fontes, a ação do aeroporto foi a primeira do tipo após o presidente dos EUA, Donald Trump, impor uma proibição de três meses de entrada de refugiados de sete países de maioria muçulmana.

Os países atingidos pela decisão de Trump tomada na sexta-feira foram Iraque, Síria, Irã, Sudão, Líbia, Somália e Iêmen.

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As autoridades egípcias disseram que os sete imigrantes, escoltados por funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), foram impedidos de entrar no avião após autoridades no aeroporto do Cairo contatarem autoridades no aeroporto de Nova York.

As fontes pediram anonimato porque não tinham autorização de falar à imprensa. Fonte: Associated Press.

O governo dos Estados Unidos divulgou detalhes sobre as duas ordens executivas assinadas nessa sexta-feira (27) pelo presidente Donald Trump, durante sua primeira visita ao Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. No momento da assinatura, foi divulgado apenas que as ordens destinavam-se a manter "terroristas islâmicos radicais" fora dos Estados Unidos. Agora, já se sabe que Donald Trump mandou fechar as fronteiras do país para a entrada de refugiados por 120 dias e que não há prazo definido para o ingresso de refugiados que fogem do massacre na Síria. Nesse caso, a entrada em território americano foi suspensa indefinidamente.

O presidente Donald Trump também suspendeu a imigração de pessoas vindas de sete países com população predominantemente muçulmana. Os imigrantes cristãos estão fora dessa proibição: se eles declararem que são perseguidos em nações muçulmanas terão visto aprovado para entrar nos Estados Unidos.

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Antes da assinatura dos atos, Trump deu uma entrevista dizendo que os cristãos na Síria eram "terrivelmente tratados" e ressaltou que, em administrações anteriores, a regra era a seguinte: "Se você fosse um muçulmano você poderia entrar, mas se você fosse um cristão, era quase impossível".

Ordens executivas

Desde que tomou posse, em 20 de janeiro, o presidente Trump vem colocando em prática suas promessas de campanha por meio de um instrumento jurídico chamado ordem executiva, o que tem gerado controvérsias. Para alguns críticos e também para parlamentares do Partido Democrata, os atos de Donald Trump podem se tornar inócuos se o mandatário estiver trabalhando na suposição de que suas ordens executivas constituem inovações legais. Os críticos lembram que as ordens executivas assinadas pelo presidente dos Estados Unidos não passam de uma declaração sobre como os órgãos do governo devem gastar seus recursos.

Portanto, quando assina uma ordem executiva, o presidente Donald Trump não cria uma lei nem se apropria de dinheiro novo do Tesouro dos Estados Unidos. Para fazer isso, ele precisa da aprovação do Congresso norte-americano. O presidente dos Estados Unidos, por meio da ordem executiva, apenas instrui os órgãos do governo sobre como trabalhar. Mesmo recebendo essa ordem executiva, os órgãos de governo precisam atuar de acordo com os parâmetros determinados pelo Congresso e pela Constituição norte-americana.

A ordem executiva assinada por Donald Trump para a construção de um muro de fronteira dos Estados Unidos com o México basicamente estabelece os princípios de acordo com os quais a obra deve ser erguida. Cabe ao Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos usar o dinheiro já existente ou esperar novas autorizações do Congresso para construir o muro.

Berlim, 28 (AE) - Os ministros das Relações Exteriores de França e Alemanha uniram-se neste sábado em suas críticas à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de interromper o programa de refugiados americano. O ministro alemão, Sigmar Gabriel, notou que o amor ao vizinho é parte das tradições cristãs dos EUA.

O ministro francês, Jean-Marc Ayrault, disse que a decisão de Trump "só pode nos preocupar". Ontem, Trump assinou uma ordem executiva que suspendeu a entrada nos EUA de refugiados de sete países de maioria muçulmana.

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Após reunião neste sábado em Paris, Ayrault e Gabriel disseram que desejam dialogar com Rex Tillerson, indicado de Trump para secretário de Estado que ainda está à espera de confirmação do Legislativo.

"Há muitos outros assuntos que nos preocupam, por isso Sigmar e eu também discutimos o que faremos. Quando nosso colega, Tillerson, for oficialmente apontado, nós dois entraremos em contato com ele", afirmou a autoridade francesa. Fonte: Associated Press.

Berlim, 28 (AE) - Duas agências da Organização das Nações Unidas afirmaram neste sábado que o apoio de longa data dos Estados Unidos a programas de reassentamento de refugiados tem um duplo benefício. "Primeiro ao resgatar algumas das pessoas mais vulneráveis no mundo e, segundo, ao permitir que elas enriqueçam suas novas sociedades", afirmam as entidades.

A Organização Internacional para a Migração e o Alto Comissariado da ONU para Refugiados disseram, em comunicado com palavras cuidadosamente escolhidas, esperar que os EUA "continuem com seu forte papel de liderança e sua longa tradição de proteger aqueles que fogem de conflito e perseguição".

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A nota é divulgada um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, emitir uma ordem executiva que realiza grandes mudanças na política americana para refugiados e imigração. As novas regras colocam restrições particularmente sobre os refugiados de países de maioria muçulmana.

As agências afirmaram que é importante tratar os refugiados de maneira igualitária, independentemente de sua religião, nacionalidade ou raça. Fonte: Associated Press.

Ao assinar nessa quarta-feira (25) ordem executiva para iniciar a construção de um muro ao longo da fronteira dos Estados Unidos com o México, o presidente Donald Trump deu apenas o primeiro passo para uma ambiciosa política de controle da imigração. A imprensa americana está anunciando que Donald Trump deve tornar público, provavelmente nesta quinta (26), um plano visando a reprimir a entrada de refugiados sírios por prazo indeterminado e de refugiados de outros países por 120 dias.

O jornal The New York Times informa que obteve o esboço de um documento do governo que prevê que, após o prazo de 120 dias, os refugiados de outras origens serão novamente admitidos em território norte-americano, mas em número bem menor do que os que vinham ingressando no país até agora.

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O jornal informa ainda que o governo pretende suspender por no mínimo 30 dias qualquer tipo de imigração proveniente de países predominantemente muçulmanos, como o Irã, Iraque, a Líbia, Somália, o Sudão, a Síria e o Iêmen. Juntamente com isso, as autoridades vão endurecer os já rigorosos procedimentos de triagem. O objetivo é eliminar a entrada de potenciais terroristas.

No plano interno, as autoridades federais, estaduais e municipais vão trabalhar em conjunto, inclusive trocando informações, para retirar dos Estados Unidos imigrantes ilegais. O número de imigrantes ilegais em território norte-americano pode chegar a 11 milhões, segundo cálculos mencionados na imprensa.

Custo do muro

Artigo do jornal The Washington Post, assinado por Jerry Markon e Lisa Rein, observa que a ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump não é suficiente para erguer o muro na fronteira com o México. Depois de ouvir especialistas, o jornal afirma que a obra precisa antes da autorização do Congresso para o seu financiamento.

Segundo cálculos dos especialistas, os fundos federais existentes não cobrem a execução do projeto. Para fazer frente à obra, serão necessários US$ 20 bilhões, ou "talvez significativamente mais", de acordo com peritos ouvidos pelo The Washington Post. O que justifica gastar tanto dinheiro é a montagem de uma estrutura maciça para o muro, conforme explicaram os peritos.

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Angelino Alfano, anunciou nesta segunda-feira (9) que levará o tema da imigração e da crise de refugiados ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, organismo ao qual Roma ingressou como membro não-permanente no último dia 2.

"Hoje colocamos os pés no Conselho de Segurança da ONU e inseriremos na agenda mundial de paz e segurança as questões que consideramos prioridade, começando pela crise no Mediterrâneo", disse o chanceler antes de partir em um voo para Nova York. "A Itália pode desempenhar um papel importante para dar mais intensidade a este tema", comentou.

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A Itália entrou para o grupo de membros não-permanentes do Conselho de Segurança, formado por China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. O país foi eleito em junho de 2016, após ter feito um acordo com a Holanda para dividir a cadeira no biênio 2017-2018 - Amsterdã substituirá Roma no Conselho no começo do ano que vem.

Localizada no Mar Mediterrâneo, a Itália é uma das principais vias de entrada para a Europa de imigrantes vindos do norte da África e do Oriente Médio.

Nos últimos anos, o país sofreu um uma intensa chegada de estrangeiros e fez constantes apelos para a União Europeia adotar medidas de responsabilidade compartilhada na crise.

Quarenta e dois imigrantes foram hospitalizados após a polícia na Croácia encontrar uma van que transportava 67 pessoas, incluindo crianças, disseram autoridades neste domingo (18).

Os refugiados estavam sofrendo de envenenamento por monóxido de carbono e alguns estavam inconscientes, disseram os médicos. Eles foram tratados em hospitais locais e agora estão fora do perigo, disse o ministro da saúde do país, Milan Kujundzic.

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"É uma condição médica séria e é bom que eles tenham sido encontrados", disse Kujundzic em comentários para a agência de notícias Hina. "A maioria será liberada, mas três ou quatro permanecerão internados, em observação."

Kujundzic disse que duas crianças de 10 e 12 anos estavam entre os refugiados. Eles estavam com frio e com fome. Alguns relataram que não tinham comido por cinco dias, disse ele.

Dois cidadãos da Bulgária estão sob investigação criminal por contrabando de imigrantes, disse a declaração policial. Ele disse que a van se direcionava à capital Zagreb e em direção à Europa ocidental.

Quase 7.200 migrantes e refugiados morreram ou desapareceram desde o começo do ano no mundo, a maioria tentando atravessar o Mediterrâneo, o que representa 20% a mais do que em 2015, informou nesta sexta-feira a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

De um total de 7.189 mortos ou desaparecidos registados até quinta-feira, 4.812 morreram ao tentar atravessar o Mediterrâneo para chegar a Itália, Grécia, Chipre ou Espanha, segundo a OIM. Isso representa uma média de 20 mortes por dia, e o saldo total poderia aumentar até o final do ano em mais 200 ou 300 mortes, estima a organização em um comunicado.

A travessia do Mediterrâneo, utilizada por cerca de 360.000 migrantes até agora este ano, é o caminho mais perigoso em todo o mundo, com mais de 60% de chance de desaparecer.

De acordo com informações recebidas nesta sexta-feira pela OIM, 88 pessoas morreram na sequência do naufrágio de um barco que transportava 114 passageiros ao largo da costa de Zawiya, na Líbia.

Esta informação ainda não pôde ser confirmada com fontes líbias. O número de migrantes mortos também aumentou na fronteira entre o México e os Estados Unidos, na América Central e na América do Sul e na África.

Eles sonham em chegar ao Reino Unido, mas os menores de idade da "Selva" de Calais transferidos para os centros de acolhida na França após o desmantelamento do acampamento de imigrantes continuam à espera de uma decisão de Londres, que parece endurecer sua postura.

Em 24 de outubro começou o desmonte deste grande acampamento ilegal situado no porto de Calais, em frente à costa britânica, onde viviam mais de 7.000 migrantes, em sua maioria afegãos, eritreus e sudaneses. Entre eles também havia 1.900 menores de idade. Todos foram expulsos em poucos dias e logo evacuados, antes de serem levados para centros de acolhida espalhados por toda a França.

Um mês depois de seu fechamento, o local onde estava a "Selva" está agora vazio e é vigiado pelas forças de segurança. A cerca de 500 metros de distância, o porto de Calais, o mais importante da França e o segundo da Europa, parece ter recuperado sua atividade normal. Desde o início de novembro, os transportadores voltaram ao porto e o tráfego aumentou em 10%. Mas a 40 quilômetros de Calais continua existindo outro acampamento, situado no povoado de Grande-Synthe.

As instalações, abertas em março pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) e pela Prefeitura de Grande-Synthe, que hoje tem o apoio do governo, acolhem 1.000 migrantes e às vezes têm que fazer frente a grupos de traficantes violentos. O acampamento, com capacidade para 1.500 pessoas, não tem data de fechamento e não aceita novos migrantes, mesmo que sejam mulheres ou crianças.

Critérios restritivos

Os menores de idade que estavam em Calais agora se encontram instalados em centros ao longo da França, onde esperam uma resposta a suas demandas de transferência para o Reino Unido, e que são examinadas por Londres. Segundo o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, os britânicos se comprometeram a acolher os menores isolados que estavam em Calais e os que conseguissem comprovar laços familiares.

Desde meados de outubro, 300 jovens cruzaram o Canal da Mancha, mas agora Londres endureceu seus critérios. Para poderem ser acolhidos, deverão ter 12 anos ou menos ou terem sido expostos a um alto risco de exploração sexual. No caso de sírios e sudaneses, eles devem ter 15 anos ou menos, mas poderão aceitar menores de 18 anos acompanhados de outro menor que cumpra um dos três critérios.

A esses parâmetros acrescenta-se mais uma condição: os menores devem ter chegado a Calais o mais tardar em 24 de outubro, dia que começou o desmantelamento da "Selva". Alf Dubs, deputado trabalhista da Câmara dos Lordes e impulsionador de uma emenda para acolher as crianças refugiadas, criticou esses critérios e acusou o governo de "não cumprir sua promessa (...) para acolher apenas uma parte das crianças".

Por isso, o futuro dos que vivem na "Selva" é incerto. "Existe o risco de que voltem para Calais ou fiquem em Paris", afirma Christian Salomé, da associação Auberge de Migrants, pois muitos dos que aceitaram ir para outros centros de acolhida "acreditaram que logo passariam" para o lado britânico. Um sonho que agora parece cada vez mais distante.

O ódio contra migrantes e refugiados está se alastrando pela Europa, alertou hoje a Agência para os Direitos Fundamentais (FRA, na sigla em inglês), apelando a uma “ação concertada” da União Europeia (UE) e dos seus Estados-membros para impedir esse crescimento. As informações são da Agência de Notícias Lusa.

A FRA está, desde setembro de 2015, a pedido da Comissão Europeia, divulgando relatórios mensais sobre os direitos fundamentais das pessoas que chegam aos Estados-membros da UE, particularmente no contexto dos fluxos migratórios.

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No relatório de novembro, divulgado hoje (22), a Agência para os Direitos Fundamentais analisa a situação em 14 Estados-membros (Portugal não faz parte da lista), nos quais detecta “hostilidade e tensão” contra migrantes e refugiados.

O relatório se refere a “incidentes graves e alastrados de violência, assédio, ameaças e discurso de ódio contra migrantes e refugiados e suas crianças”. Os principais autores são “justiceiros e público em geral”. Os muçulmanos, e especialmente as mulheres muçulmanas, são os alvos preferenciais.

Segundo a  FRA, ativistas de direitos humanos, jornalistas e políticos “amigos dos refugiados” também são alvo de crimes de ódio. A agência destaca que há “poucas denúncias e poucos registros” desses delitos. “A maioria dos Estados-membros não colige nem publica estatísticas sobre crimes de ódio contra refugiados e migrantes”, sendo a sociedade civil “muitas vezes a principal fonte de informação”, disse.

“As respostas estatais aos crimes de ódio contra refugiados e migrantes são consideradas frágeis pelas sociedades civis de muitos Estados-membros”, observa a FRA, acrescentando que “os serviços de apoio a vítimas raramente têm em conta as necessidades” daquelas populações.

Ao mesmo tempo, os migrantes e refugiados “raramente reportam crimes de ódio às autoridades ou outras organizações”. Entre as razões para tal estão “a falta de confiança na polícia e nas autoridades”, “o medo de retaliação e de serem presos ou deportados”, “a crença de que nada mudará” e “as barreiras linguísticas”.

Um centro humanitário para migrantes e refugiados com capacidade para 400 pessoas foi inaugurado nesta quinta-feira (10), no norte de Paris, como parte das medidas tomadas pelas autoridades para evitar a formação de acampamentos improvisados nas ruas.

O centro instalado numa antiga estação ferroviária acolherá por dia de 50 a 80 pessoas, o que corresponde ao número migrantes que chegam diariamente a Paris.

Destinado apenas para homens, o centro acolherá por cinco a dez dias os migrantes e depois os encaminhará para outros lugares, de acordo com sua situação pessoal. Lá, os migrantes receberão informações sobre seus direitos e como proceder para obter asilo, assim como orientações caso queiram voltar voluntariamente para casa.

Um segundo estabelecimento destinado a mulheres e famílias com filhos será inaugurado no início de 2017 na periferia sudeste da capital.

A Europa vive sua pior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial, com a chegada de 1,5 milhão de migrantes que cruzaram o Mediterrâneo desde 2014, fugindo da guerra e da pobreza.

Cerca de 42.000 pessoas abandonaram Mossul desde 17 de outubro, quando teve início a operação para retomar a cidade iraquiana das mãos do grupo Estado Islâmico (EI), informou a Organização para as Migrações (OIM).

A batalha de Mossul poderá deixar mais de um milhão de deslocados, segundo várias ONGs.

A maioria procede da província de Nínive, cuja capital é Mossul, mas a OIM também incluiu pessoas originárias de outras províncias em seu balanço.

Segundo moradores de Mossul e a ONU, o EI retém civis para serem usados como escudos humanos durante os confrontos.

Dez cadáveres foram recuperados neste sábado em um bote inflável diante da costa da Líbia, no mesmo dia em que 2.100 pessoas foram resgatadas pelos serviços de socorro no mar, indicou à AFP a guarda-costeira italiana.

Quinze operações de resgate - o dobro em relação à véspera - foram realizadas neste sábado, em especial pela guarda-costeira italiana, que coordena o conjunto das operações, segundo um porta-voz. Na sexta-feira, oito operações de resgate permitiram socorrer 1.200 migrantes.

Um fotógrafo da AFP, que está a bordo do navio "Topaz Responder", fretado pela ONG maltesa MOAS e pela Cruz Vermelha italiana, acompanhou o resgate de centenas de pessoas entre sexta-feira e este sábado, incluindo crianças.

Segundo a Cruz Vermelha, 707 pessoas estão atualmente a bordo do "Topaz Responder".

A CBF anunciou nesta sexta-feira (4) que a inscrição de jogadores refugiados no futebol brasileiro não será considerada para a cota de estrangeiros de cada clube, independentemente do país de origem dos atletas em questão. De acordo com a entidade, trata-se de "uma questão de humanidade e preocupação com o futuro" destas pessoas.

Segundo nota divulgada pela CBF nesta sexta, a decisão por esta mudança aconteceu em uma reunião realizada na última segunda-feira. Com ela, a partir de 2017 "os atletas que portarem vistos de refúgio ou humanitário poderão ser registrados como atletas nacionais, não mais fazendo parte da cota de estrangeiros, que atualmente é de cinco por equipe".

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"É uma questão humanitária que preocupa o mundo todo e não poderia ser diferente com o futebol. Trata-se de uma medida concreta e necessária que pode representar oportunidades a estes jogadores que chegam sem nenhuma perspectiva à medida em que, prioritariamente, vêm de países sem muita tradição no futebol", explicou o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.

Algumas outras modalidades, e inclusive o Comitê Olímpico Internacional (COI), aprovaram recentemente medidas com o objetivo de auxiliar os atletas refugiados. No Brasil, a mudança adotada pela CBF só será efetivada quando for oficializada no Regulamento Geral de Competições (RGC).

Grandes nomes da música, entre eles Bruce Springsteen e Robert Plant, lançaram um vídeo nesta quinta-feira para apoiar os esforços em prol dos refugiados em todo o mundo.

A estrela nigeriana do reggae Majek Fashek disponibilizou seu hit "We Are Not Afraid" para o evento de arrecadação de fundos organizado com as ONGs International Rescue Committee e Human Rights Watch.

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No vídeo aparecem fotos de dezenas de celebridades segurando cartazes com a inscrição "Not Afraid" (sem medo).

Também participam Sting, Peter Gabriel, Keith Richards, Elvis Costello, Yoko Ono, Patti Smith e Iggy Pop, além de atores como Robert De Niro e Susan Sarandon.

"A ideia de 'We Are Not Afraid' surgiu diante da crescente violência, sem sentido, sofrida por cidadãos deste mundo", disse Steve Weitzman, veterano produtor musical de Nova York e um dos patrocinadores do projeto.

O dinheiro apurado com a música se destinará a duas ONGs com sede em Nova York, ambas comprometidas com a ajuda em crises humanitárias.

A Europa registra níveis históricos de fluxos de refugiados, que escapam do conflito na Síria e em outros países da região.

Assista ao clipe de 'We are not afraid':

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A polícia italiana negou nesta quinta-feira as acusações da ONG Anistia Internacional, que denunciou casos de tortura contra migrantes na Itália. "Nego categoricamente que sejam utilizados métodos violentos contra migrantes, seja durante sua identificação ou sua repatriação", afirmou, em um comunicado, o chefe da polícia italiana, Franco Gabrielli.

Na véspera, a AI denunciou que a polícia italiana usou métodos "similares à tortura" para obter impressões digitais de migrantes. O documento da ONG considera a União Europeia em parte responsável por essa situação. "As pressões da União Europeia sobre a Itália para que seja mais 'dura' com os migrantes e com os refugiados levaram a expulsões ilegais e a maus-tratos que, em alguns casos, são semelhantes à tortura", escreveu a ONG, em um relatório.

A política de "hotspots" - os centros de registro criados pela UE para facilitar a identificação de migrantes em sua chegada ao território europeu - levou a Itália a agir além da legalidade e a cometer "abusos escandalosos" por parte de alguns policiais, explica o coordenador do informe, Matteo de Bellis. Para poder se instalar, ou para pedir asilo no país que escolherem, muitos migrantes se negam a se identificar em sua chegada à Itália.

A Anistia reuniu 24 testemunhos de pessoas que foram maltratadas. Dessas, 15 foram agredidas, inclusive com bastões de choque. "Usaram um bastão de choque várias vezes na minha perna esquerda, depois sobre a direta, no peito e na barriga. Estava muito fraco para resistir e pegaram minhas duas mãos" para obter - à força - as impressões digitais, contou uma sudanesa de 16 anos. Um homem de 27 anos relatou, por sua vez, ter sido obrigado a se sentar em uma cadeira de metal com um buraco, através do qual a Polícia usou alicates em seus testículos.

Diante desses relatos, a Anistia considera indispensável uma investigação independente, embora reconheça que "o comportamento da maioria dos policiais continue sendo profissional, e a grande maioria da tomada de impressões digitais aconteça sem incidentes". As vítimas da violência não quiseram denunciar as agressões sofridas - disse Bellis à AFP -, mas a Anistia informou o Ministério italiano do Interior sobre esses fato em uma carta.

Mais de 150 representantes de movimentos populares de todo o mundo, entre eles camponeses sem terra, irão se reunir novamente no Vaticano, a pedido do Papa Francisco, para falar de pobreza e refugiados.

O evento, que será realizado de 2 a 5 de novembro, contará com a participação do pontífice, assim como de personalidades comprometidas a favor da justiça social, como o ex-presidente uruguaio José Mujica e o religioso italiano Luigi Ciotti, fundador do movimento anti-máfia Libera.

Delegações de 92 movimentos provenientes de 65 países em representação aos esquecidos e excluídos de todos os continentes debaterão com especialistas, estudiosos, ativistas e prelados sobre como mudar um sistema econômico injusto.

"A luta pelos três 'T', teto, terra e trabalho, continua sendo o coração de nossos encontros, direitos que estão sendo violados por um sistema injusto que deixa milhões de camponeses sem terra, famílias sem teto e trabalhadores sem direitos", explicou em Roma o argentino Juan Grabois, entre os organizadores.

Trata-se do terceiro encontro mundial, depois do primeiro, realizado em Roma em 2014, e o de Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) em 2015, durante a visita do papa Francisco a este país.

"O diálogo entre nós e a igreja não se concentra no que fazer pelos pobres, mas em como acompanhar e sensibilizar estes processos que surgem das bases populares. Uma perspectiva fora dos enfoques paternalistas e assistenciais", explicou Grabois, que é, há poucos meses, assessor do Vaticano e que foi responsável pela Confederação de Trabalhadores da Economia Popular.

"O primeiro encontro nos serviu para conhecer nossas realidades, o segundo para discernir e o terceiro deverá elaborar propostas de mudança", afirmou o líder argentino. Além destes temas, os movimentos de base abordarão uma das maiores preocupações do Papa argentino, o problema dos refugiados e deslocados pela fome e pelos conflitos do mundo.

"Neste ano também incluímos o tema dos deslocados e refugiados, a emergência mais grave da humanidade", explicou o organizador do encontro. "Um problema que expressa as contradições mais brutais do sistema: xenofobia e violência", disse. "Falaremos do Oriente Médio, da África, do México, dos problemas para os países de trânsito, de origem e de destino", explicou.

Ao término do encontro, no dia 5 de novembro, os movimentos entregarão ao papa Francisco na Sala Paulo VI do Vaticano um documento sobre os três dias de trabalho com as medidas mais urgentes que eles propõem para ajudar a resolver estas questões.

A polícia da Grécia afirmou que dezenas de residentes em um campo para refugiados e imigrantes em uma ilha colocaram fogo em parte do local que lida com os pedidos de asilo em um protesto contra os atrasos no processo.

Ninguém ficou ferido durante o protesto no campo de Moria na ilha de Lesbos, mas três cabines usadas como escritório por funcionários foram quebradas.

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A polícia divulgou que cerca de 70 imigrantes e refugiados, na maioria do Paquistão e Bangladesh, jogaram pedras nas cabines e depois colocaram fogo nelas. As autoridades prenderam 22 suspeitos.

Mais de 60 mil refugiados e imigrantes, na esperança de encontrar asilo na Europa, estão sem possibilidade de sair da Grécia após uma série de fechamentos nas fronteiras. Cerca de 15 mil estão nas ilhas do leste grego. Fonte: Associated Press.

A "selva" de Calais, grande acampamento de milhares de migrantes na região norte da França, vive neste domingo seu último dia antes do início da retirada de seus habitantes, um processo difícil, especialmente para os jovens isolados.

Entre 6.000 e 8.000 migrantes procedentes em sua maioria do Afeganistão, Sudão e Eritreia, que moram no enorme acampamento de barracos diante da costa da Inglaterra - país no qual sonham em entrar -, serão transferidos para centros de recepção espalhados por todo o território da França.

A "selva" de Calais, com a insegurança e o nervosismo que provocam na população local, se tornou uma questão que envenena o debate na França a respeito da imigração. A situação levou o governo socialista do presidente François Hollande a anunciar no fim de setembro o desmantelamento do local.

As saídas estão previstas para começar na segunda-feira, mas neste domingo os representantes dos serviços de imigração já estavam no acampamento para explicar como será o processo de retirada, assim como porque esta é necessária aos que ainda hesitam em deixar o local.

"Todo mundo preparou suas coisas há uma semana", declarou Mohamed, um sudanês de 43 anos. Ele desistiu de seguir para a Grã-Bretanha, mas alguns de seus amigos decidiram abandonar o acampamento para tentar concretizar o sonho.

Operação de uma semana

Durante três dias, 145 ônibus serão utilizados em sistema de rodízio para transportar os migrantes aos 300 centros de abrigo temporário em toda a França. O governo, que providenciou 7.500 vagas em alojamentos, espera concluir a operação em uma semana.

Agora resta saber como será a recepção. Algumas localidades pequenas não concordaram com o plano de distribuição dos migrantes imposto pelo governo. Membros da oposição de direita citam o risco de criar várias "mini-Calais" em todo o país. Mas o ministro das Cidades, Patrick Kanner, exigiu "respeito e humanidade" para os migrantes.

"Acolher nestas localidades 30, 40 pessoas me parece o mínimo", disse. Além da logística complexa, a operação é considerada delicada do ponto de vista da segurança, pois algumas pessoas podem manifestar o desejo de permanecer no local e "militantes" podem recusar o processo de evacuação do acampamento.

O ministério do Interior está preocupado com a presença em Calais de 150 a 200 membros do movimento "No border", que defende o fim das fronteiras. Mais de 1.200 policiais foram mobilizados. Outro tema sensível é o dos 1.300 menores isolados presentes na "selva" de Calais.

Paris e Londres dividem as responsabilidades pela falta de soluções ao acampamento, mas o governo britânico finalmente acelerou os procedimentos de recepção para estas crianças e adolescentes - quase 500 delas têm parentes no Reino Unido. De acordo com o governo francês, esta semana 194 menores deixarão Calais com destino a Grã-Bretanha.

Londres se comprometeu a receber jovens com menos de 18 anos com um parente na Grã-Bretanha, mas pode ir até mais longe após uma emenda chamada "Dubs", aprovada em maio, que prevê o acolhimento de todas as crianças refugiados vulneráveis e sem família.

Pela primeira vez, 53 meninas, em sua maioria eritreias, foram admitidas no sábado, graças à emenda, em território britânico.

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