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Na Itália, a questão de se os navios particulares de resgate de migrantes estão agindo em parceria com os traficantes desatou um agitado debate, alimentado pelas polêmicas declarações de um magistrado e pelas reações dos políticos.

A polêmica vem se desenrolado há varias semanas, quando o procurador de Catania, Carmelo Zuccaro, se questionou em fevereiro sobre a atuação dos barcos privados que resgatam migrantes na costa da Líbia, junto com a Guarda Costeira italiana e os navios militares ativos na zona.

Segundo a Guarda Costeira, as ONGs resgataram 26% dos migrantes em 2016, sem contar as de menor porte, que distribuem coletes salva-vidas, acalmam os resgatados e oferecem atenção médica de urgência.

Na prática, as ONGs ocuparam, com meios e formas para agir, o lugar dos navios de carga, que passaram a se encarregar de 24% dos regastes em 2014 para 8% em 2016.

A polêmica ganhou força nos últimos dias, depois que Zuccaro assegurou à imprensa que tinha "provas" de contatos ente traficantes e ONGs, deixando de lado organizações mais conhecidas como Médicos Sem Fronteiras (MSF) e Save the Children.

O ministro da Justiça, Andrea Orlando, pediu ao procurador que se expresse, antes de tudo, "por meio de suas investigações", enquanto o Conselho Superior da Magistratura terá que verificar se Zuccaro foi longe demais. No sábado, o ministro das Relações Exteriores, Angelino Alfano, declarou estar "100% de acordo" com o procurador "porque ele levantou uma verdadeira questão".

O chefe de governo, Paolo Gentiloni, afirmou que "se a magistratura tem informações que possam utilizar e que sejam críveis", o Executivo as acatará. "Dito isto, para nós, a atividades das organizações de voluntários é valiosa e bem-vinda", acrescentou.

As ONGs, por sua vez, reagiram de forma furiosa, afirmando que atuam unicamente para salvar vidas em uma rota migratória que deixou 4.500 mortos no ano passado e 1.000 ao longo de 2017.

"É uma polêmica estéril. A verdade é que ninguém quer ajudar essas pessoas. Querem criminalizar a solidariedade", declarou Regina Catambrone, cofundador da Moas, à agência de notícias católica SIR. "As ONGs de resgate, cúmplices dos traficantes? É como dizer que os remédios são cúmplices das doenças", reagiu o escritor Erri de Luca, que passou duas semanas em um barco do MSF.

Entretanto, em um país onde já desembarcaram mais de 500.000 pessoas em três anos, sem que pareça que o fluxo irá diminuir, as dúvidas do procurador têm grande importância.

Em uma missa dedicada aos "novos mártires" da Igreja Católica, o papa Francisco afirmou neste sábado (22) que os campos de refugiados de hoje se assemelham aos campos de concentração do nazismo.

A declaração foi dada de improviso, durante uma homilia na Basílica de San Bartolomeo all'Isola, que fica em uma ilha do rio Tibre, em Roma, e abriga um memorial em homenagem aos mártires do século 20.

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"Os campos de refugiados, muitos deles são campos de concentração, com aquela multidão de gente", disse o Pontífice, enquanto contava a história de um homem muçulmano que vivia no campo de Lesbos, na Grécia (visitado por Jorge Bergoglio em 2016), e presenciara sua mulher, cristã, ser degolada perante seus olhos por jihadistas por causa de um crucifixo.

"Não sei se aquele homem conseguiu ir para outro lugar, não sei se foi capaz de sair daquele campo de concentração", acrescentou, destacando que gostaria de colocar um ícone em memória da mulher na Basílica de San Bartolomeo all'Isola.

Além disso, o líder da Igreja Católica criticou a "crueldade" com os imigrantes e fez uma crítica velada às nações do centro e do norte da Europa que travam as políticas de acolhimento adotadas pela União Europeia. Já do lado de fora da basílica, Francisco chamou Grécia e Itália, principais portas de entrada para imigrantes no continente, de "países generosos" e desejou que a solidariedade vista em lugares como Sicília e Lesbos contagiasse "um pouco no alto".

"Se cada família acolhesse dois solicitantes de refúgio, haveria lugar para todos. Não fazer filhos e fechar a porta aos imigrantes, isso se chama suicídio", concluiu - atualmente, o Vaticano abriga três famílias de refugiados sírios.

O contexto da missa do Papa pelos novos mártires é bastante significativo por diversos fatores, a começar pelo aniversário de quatro anos do sequestro dos bispos ortodoxos Boulos Yazigi e Gregorios Ibrahim, em Aleppo, na Síria. Até hoje não se sabe o destino dos dois religiosos.

Além disso, falta menos de uma semana para a visita de Bergoglio ao Egito, que terá um forte caráter ecumênico e de aproximação com outras denominações cristãs, principalmente a Igreja Copta, bastante tradicional na nação africana. A homilia ainda contou com a presença de Roselyn, irmã do padre Jacques Hamel, degolado por jihadistas em uma paróquia no norte da França.

A viagem do Papa ao Egito está cercada de preocupações de segurança, já que ocorrerá menos de um mês após o Estado Islâmico (EI) ter assassinado mais de 30 pessoas em duas igrejas coptas no país.

Atualmente, a cidade de Guarulhos acolhe 7% dos refugiados do Brasil. No município, imigrantes e refugiados podem regularizar sua situação no país obtendo documentos em postos oficiais, como o Poupa Tempo, ou no Posto Avançado de Atendimento Humanizado aos Migrantes, localizado no Aeroporto Internacional de Guarulhos.  Entretanto, a dificuldade de se comunicar em português aumenta o tempo de espera para a retirada da documentação. Ahmad Alkhatib, fundador da Associação Livro Aberto e professor de português, é solicitado em ambos os postos para auxiliar nos trâmites administrativos, exercendo função de intérprete e representante dos estrangeiros.

A Associação Livro Aberto, localizada no bairro Vila Rio de Janeiro, em Guarulhos, ensina a língua portuguesa a imigrantes e refugiados do Oriente Médio, para ajudar essas pessoas a entrar no mercado de trabalho brasileiro.

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Para conseguir a permanência legal no Brasil, Alkhatib explica que o visitante estrangeiro deve preencher o Formulário de Pedido de Visto, disponível em português, espanhol, francês e inglês no site da Polícia Federal. Depois de coletar as informações biométricas do indivíduo, a Polícia Federal encaminha o pedido ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). Segundo Alkhatib, a Resolução Normativa 23, que entrou em vigor no início deste ano, facilitou os trâmites da documentação para quem solicita asilo no país.

Se por um lado o Brasil acolhe os imigrantes de forma mais simples que outros países, por outro lado os estrangeiros enfrentam aqui dificuldades para conseguir trabalho, além de não receber nenhum tipo de ajuda do governo. Assim, os refugiados sobrevivem de doações e de “bicos”, o que os tem levado a migrar para países como a Guiana Francesa, onde conseguem um suporte mais completo, como emprego, moradia e auxílio governamental.

O palestino Amer Youssef, que viveu a maior parte de sua vida na Síria, está há três anos no Brasil como refugiado e em menos de um ano conseguiu regularizar sua permanência no país. Já o marroquino Soifian Fadilli é considerado imigrante. Vive há dois anos no país e ainda não conseguiu a permanência, somente o protocolo temporário. Ambos desejam ir para a Guiana Francesa.

“Não existe um número fixo de famílias atendidas pela Associação justamente por esta razão. Todos estão indo, aos poucos, para a Guiana Francesa, em busca de condições melhores”, diz Ahmad Alkhatib.

Há três anos no Brasil, a família Ahmed espera que a situação econômica brasileira melhore e que a situação na Síria se estabilize. O desemprego, a falta de auxílio financeiro e a crise que o país enfrenta fazem a família reviver os momentos difíceis que passaram em sua terra natal.

Bieoll Ahmed e sua esposa Razan viviam na cidade de Daraa, uma das primeiras cidades afetadas pela guerra em território sírio. Razan conta que o bombardeio chegou a 30 metros da casa onde moravam.  No Brasil, o Posto Humanizado localizado no Aeroporto de Guarulhos contatou Ahmad Alkhatib para que a Associação Livro Aberto ajudasse o casal a se estabelecer. Após dois anos de estudo, Bieoll já consegue se comunicar em português mas sua esposa, que afirma ser muito tímida, ainda tem muita dificuldade com o idioma.

Durante esse período de adaptação, o casal teve um filho, chamado Zaid. O fato de a criança ter nascido no Brasil ajudou a família a conseguir o visto de permanência no país. Bieoll conta que tem aproveitado cada oportunidade de trabalho temporário que Alkhatib consegue para ele, mas que não tem sido suficiente para cobrir as despesas da família.

Atualmente, eles vivem em uma casa alugada por R$ 600. O filho ainda usa fraldas e toma leite em pó, o que contabiliza cerca de R$ 250 por mês. As despesas pessoais do casal são de aproximadamente R$ 940 mensais. Razan recebe do Programa Bolsa Família apenas R$ 39.

Apesar da situação financeira difícil, ambos afirmam que são gratos ao Brasil, por tê-los acolhido em um momento de muita dificuldade. “Ainda é difícil lidar com os costumes daqui, mas somos agradecidos ao Brasil. Nada é mais difícil do que a guerra e saber sobre a família e nosso país só pela televisão. Agora, amamos o Brasil, mas esperamos que a guerra acabe para podermos voltar para casa”, diz Bieoll.

Marcados pela guerra

A guerra da Síria, que começou como um levante pacífico contra o presidente Bashar al-Assad, se tornou um conflito brutal que não afeta apenas a população local, mas arrasta potências regionais e internacionais.

Antes do conflito, a Síria já enfrentava problemas, como desemprego, corrupção, falta de liberdade política e repressão pelo governo Bashar al-Assad. Em março de 2011, adolescentes que haviam pintado mensagens revolucionárias no muro de uma escola foram presos e torturados pelas forças de segurança na cidade de Daraa, no sul do país. O ato provocou protestos por mais liberdade, inspirados no movimento Primavera Árabe. Quando as forças de segurança sírias abriram fogo contra os ativistas, matando vários deles, mais gente saiu às ruas. Os manifestantes pediam a saída de Assad. A resposta do governo foi sufocar os atos de protesto, o que reforçou a determinação dos manifestantes. No fim de julho de 2011, milhares saíram às ruas em todo o país exigindo a saída de Assad.

 

Por Caroline Nunes

O Senado aprovou ontem (18) a lei que revoga o Estatuto do Estrangeiro, criado durante a ditadura. A Lei de Migração foi elaborada para atender melhor às normas do Estatuto dos Direitos Humanos e desburocratizar o processo de regularização da situação de refugiados. Entre as principais garantias estão o direito de estrangeiros de participar de protestos e constituir sindicatos, além da garantia de acesso a serviços de educação e saúde.

“A aprovação de hoje é um passo decisivo para colocar o Brasil em uma posição de referência e vanguarda no debate global sobre migrações. O Estatuto do Estrangeiro não é apenas anacrônico, mas também discriminatório”, disse Camila Asano, coordenadora de Política Externa da Conectas Direitos Humanos. Na semana passada, mais de 80 entidades assinaram um documento pedindo a aprovação da lei, alegando que o projeto é fruto de intensos debates e que garantiria um melhor amparo humanitário nos casos de pessoas oriundas de zonas de guerra.

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A nova lei também acaba com a criminalização por motivos migratórios, ou seja, pessoas em situação irregular não poderão ser presas por essa razão. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), relator do projeto, alterou o texto para ampliar o acesso dos migrantes à Justiça e aumentou o número de artigos em que a expulsão do migrante é proibida. A lei segue agora para sanção do presidente Michel Temer.

As Nações Unidas advertiram nesta terça-feira sobre a situação "desesperadora" dos refugiados sírios, um dos aspectos abordados pela conferência de dois dias organizada entre a ONU e a União Europeia (UE) em Bruxelas para discutir o futuro da Síria e a ajuda internacional.

"A situação está ficando vez mais desesperadora", disse em um comunicado o alto comissário da ONU para os refugiados, Filippo Grandi, que celebrou as doações "já realizadas", mas advertiu que "elas não respondem na realidade às necessidades".

As agências da ONU para os Refugiados (ACNUR) e para o Desenvolvimento (PNUD) indicaram que a ONU recebeu apenas 433 milhões de dólares dos 4,63 bilhões considerados necessários para ajudar em 2017 os cinco milhões de refugiados que vivem no Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Turquia.

"Sem fundos adicionais, todas as áreas serão limitadas neste ano", alertam no comunicado. De acordo com Grandi, "já estamos vendo crianças que não podem ir à escola, famílias que não podem ter acesso a um refúgio adequado ou cobrir suas necessidades básicas".

A ajuda da ONU também serve para atender aos cerca de 4,4 milhões de habitantes dos países vizinhos, cujas vidas são afetadas pela presença de um grande número de refugiados. "A história é a mesma em toda a região", disse Helen Clark, administradora do PNUD.

Esperava-se que a conferência, à qual foram convidados mais de 70 países e organizações internacionais, servisse para fazer um balanço sobre as promessas e doações feitas pela comunidade internacional em fevereiro de 2016 durante um encontro similar em Londres. Na época, foram prometidos cerca de 11 bilhões de dólares em ajuda e 41 bilhões de dólares em empréstimos com taxas de juros reduzidas e a vários anos.

Mas a ONU fechou o ano de 2016 sem financiamento para quase a metade de seus programas relacionados ao conflito sírio, que descreveu como "a pior catástrofe provocada pelo homem desde a Segunda Guerra Mundial". Nas cidades sitiadas, os poucos hospitais que resistiram aos bombardeios, ou nos campos de refugiados nos países vizinhos, as necessidades são enormes.

Para 2017, as Nações Unidas calculam que precisarão de 8,1 bilhões de dólares, 4,7 bilhões dos quais seriam destinados aos refugiados sírios e às comunidades dos países da região que os acolhem.

Além disso, a União Europeia (UE) espera que a conferência também seja útil para as negociações entre a oposição e o regime sírio, sob os auspícios da ONU, discutindo as possíveis ações para reconstruir a Síria.

Embora a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, tenha admitido há alguns meses que conversar sobre o pós-guerra na Síria poderia parecer um pouco "surreal", afirmou na segunda-feira que estas negociações "não começarão até o início de uma transição política."

A avenida Paulista recebe até o dia 21 de maio o evento “Refugiados, um lar chamado São Paulo”, organizado pelo Instituto de Reintegração do Refugiado (Adus) com a parceira do Shopping Center 3, que traz imigrantes de vários países e os reúne em uma feira étnica de arte e artesanato, shows de música e dança.

A feira integra o evento com exposição de fotos, apresentando informações e dados sobre a situação da população refugiada no Brasil e no mundo.

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“Uma feira como essa é importante porque é uma maneira de mostrar a cultura de cada país. Isso é fundamental porque os imigrantes e os refugiados aqui no Brasil precisam mostrar o que eles têm e o que eles podem fazer. É uma maravilha estar num lugar como este, na Paulista, no Shopping Center 3”, explica o artista haitiano Dady Simon.

O evento ocorre em horários diferenciados e a entrada é gratuita.

Confira a programação musical:

2 de abril - Os Escolhidos (Congo e outros países)

9 de abril - Oula Al-Saghir (Palestina)

30 de abril - Abdel Salam (Palestina)

7 de maio - Fady e banda (Síria)

21 de maio - (nome do grupo a confirmar)

O governo da Alemanha planeja usar o reconhecimento de voz para identificar a origem de refugiados. O número de pessoas que buscaram asilo no país caiu de 890 mil, em 2015, para 280 mil, em 2016, e, em 2017, há cerca de 430 mil pedidos em aberto, de acordo com as autoridades de imigração. O BAMF (sigla para Escritório Federal de Migração e Refugiados) espera reduzir a fila de pedidos quando dispor da tecnologia.

O software é baseado na mesma tecnologia de autenticação de voz usada em smartphones e está sendo desenvolvida para identificar todos os tipos de dialetos falados pelos refugiados. Serão utilizadas amostras de vozes colhidas em zonas de guerra para verificar a real necessidade do pedido de asilo. O trabalho envolve a inclusão de 80 idiomas, com a participação de 45 linguistas e amostras que são recolhidas desde 1998.

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Especialistas alertam que o método pode não ser 100% confiável. “Não vejo como um sistema automatizado pode distinguir quando a pessoa usa determinada palavra, ou pronuncia de uma forma em particular, já que isso pode ser influenciado pelo entrevistador”, declarou a professora de linguística da Universidade de Essex, Monika Schmid, ao jornal Deutsch Welle.

Os testes do novo sistema devem começar em duas semanas e, caso o resultado seja o esperado, deverá entrar em funcionamento no ano que vem.

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) lançou uma iniciativa voltada aos refugiados e imigrantes, em situação de vulnerabilidade, que chegam ao Brasil. Por meio de edital, a instituição divulgou um programa de acesso à formação técnica, tecnológica e superior para esse público.

Até 5% das vagas serão direcionadas para esses estudantes a partir do primeiro semestre letivo de 2017. Os estrangeiros interessados em um dos cursos oferecidos pela UFSM devem solicitar ingresso para a instituição até 15 de março. Quem procurar a universidade após essa data, poderá iniciar os estudos a partir do próximo semestre.

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Serão admitidos imigrantes ou refugiados que tenham concluído o ensino médio ou equivalente no país onde residiam, tenham sido impossibilitados de dar continuidade ao ensino técnico ou superior pelo motivo de imigração ou que já tenham concluído os estudos equivalentes e não tenham interesse na revalidação do diploma. O programa não inclui imigrante que tenha concluído o ensino médio regular no Brasil.

Iniciativa 

A universidade já recebia refugiados e imigrantes, mas a publicação do edital torna a medida um programa permanente de acesso à universidade. Antes, dois alunos desse perfil estavam matriculados na instituição. 

Com a publicação do edital,a UFMS já recebeu 16 solicitações. A maior parte delas é de haitianos, mas também já foram recebidos pedidos de pessoas oriundas da Colômbia, El Salvador, Cuba, Equador e Guiné Bissau, entre outros.

O coordenador de Planejamento Acadêmico (Prograd) da UFSM, Jerônimo Siqueira Tybusch, acredita que a medida reforça o papel da universidade na implantação de políticas afirmativas que ajudem a incluir grupos que enfrentam maior dificuldade para acessar o ensino técnico e superior no País.

Critérios

Podem ingressar no programa os imigrantes ou refugiados que tenham recebido a concessão de residência no País há no máximo cinco anos. Quem tiver impossibilitado de apresentar os documentos que comprovem o grau de escolaridade, poderá recorrer à certificação de conclusão de ensino médio por meio do Exame Nacional de Certificação de Jovens e Adultos (Encceja).

Inicialmente, a comprovação seria feita pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mas com as mudanças no exame anunciadas recentemente pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, o edital da USFM será adaptado para utilizar o programa definido pelo MEC.

A Organização das Nações Unidas (ONU) informa que cerca de 66 mil pessoas fugiram nos últimos cinco meses em razão dos conflitos no norte da Síria.

Segundo a ONU, 40 mil pessoas tiveram que sair de suas casas em Al Bab e outras 26 mil da região de Manbij e al-Khafseh.

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Al Bab era um importante reduto do grupo extremista Estado Islâmico e foi retomado pelas forças turcas e grupos rebeldes em 23 de fevereiro, após operações iniciadas em novembro. Fonte: Associated Press.

Um refugiado sírio detido na ilha grega de Lesbos foi descoberto escondido em uma mala transportada por dois compatriotas que embarcaram em um ferry com destino a Atenas.

O homem de 24 anos foi detido, assim como seus companheiros, uma mulher de 40 anos e um homem de 23. As duas pessoas viajavam legalmente para Atenas, mas tentaram passar clandestinamente com seu amigo.

O homem detido figura entre os 4.000 migrantes e refugiados que se amontoam nos acampamentos de Lesbos há vários meses à espera de obter asilo na Grécia ou ser enviado para a Turquia, de acordo com o acordo entre Ancara e a União Europeia.

Lesbos é uma das cinco ilhas do Mar Egeu incluídas no acordo assinado em março de 2016 e cujo objetivo é frear o fluxo migratório para a União Europeia a partir da Turquia.

Segundo as autoridades gregas, desde a assinatura do acordo, cerca de 7.600 refugiados permanecem nas ilhas.

O número de imigrantes que solicitaram status de refugiado no Canadá depois de cruzar a fronteira dos Estados Unidos aumentou desde o início de 2017, informou nesta quinta-feira a polícia fronteiriça.

"O Canadá tem registrado um aumento no número de pedidos de asilo desde janeiro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado", anunciou a Agência de Serviços Fronteiriços do Canadá. De 1º de janeiro a 21 de fevereiro, um total de 4.000 pessoas solicitaram asilo, em comparação com os 2.500 que o fizeram no mesmo período em 2016.

O número inclui aqueles que cruzaram ilegalmente a fronteira e aqueles que chegaram através de postos dos Estados Unidos. As autoridades canadenses evitam apresentar uma tendência com base em dados preliminares. "Alguns candidatos passaram relativamente pouco tempo nos Estados Unidos" antes de vir para o Canadá, indicou um funcionário.

A maioria dos imigrantes vieram principalmente do leste da África e de países devastados pela guerra, como a Síria. A polícia e funcionários da imigração indicaram que alguns pareciam tentar desde o início vir para o Canadá depois de voar para os Estados Unidos com um visto de turista.

Outros tomaram a decisão depois de terem o pedido de asilo negado ou por temerem a deportação, em meio as severas políticas migratórias adotadas recentemente pelo novo governo de Donald Trump.

O total de solicitações no Canadá diminuiu de 44.000 em 2001 para 24.000 no ano passado. Calcula-se que cerca de 60% obteve asilo.

Um estudo feito pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), afirmou que o maior número de pessoas que fogem de conflitos e guerras acabam conseguindo abrigo não nas nações desenvolvidas, mas em países mais pobres. O documento, divulgado ontem (28), mostra que a maioria das 3,2 milhões de pessoas forçadas a fugir de suas casas em 2016 encontraram refúgio em nações de baixa e média rendas. As informações são da ONU News.

"Os países que mais recebem pessoas deslocadas são os mais pobres", frisou o alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi. Segundo ele, atualmente o mundo "enfrenta não só uma crise de números, mas de cooperação e solidariedade".

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O alto comissário explicou que mais da metade dos novos refugiados no mundo no primeiro semestre de 2016 vieram do conflito na Síria. A maioria ficou pela região do Oriente Médio mesmo, dividida entre Turquia, Jordânia, Líbano e Egito. Segundo o relatório do Acnur, outros refugiados fugiram dos conflitos no Iraque, Burundi, Sudão do Sul, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Eritreia e Somália.

O Líbano e Jordânia são os países que abrigam a maior quantidade de refugiados, em comparação ao tamanho de suas populações, explicou a agência da ONU. Já em termos econômicos, os países que sofrem o maior peso dos imigrantes são o Chade e o Sudão do Sul.

Da ONU News

A Alemanha registrou em 2016 quase 3.500 ataques contra refugiados e demandantes de asilo, uma média de quase 10 por dia, informou o ministério do Interior.

Os ataques deixaram 560 feridos, incluindo 43 crianças, respondeu o ministério a um questionamento parlamentar, ao qual a AFP teve acesso neste domingo.

O governo "condena com firmeza" a violência e afirma que "as pessoas que fogem de seu país e pedem proteção na Alemanha têm direito a esperar um refúgio seguro".

De acordo com dados da polícia, 2.545 ataques foram dirigidos contra refugiados. Tami, aconteceram ataques contra 988 estruturas de recepção de refugiados e demandantes de asilo, incluindo incêndios provocados, um número um pouco inferior ao de 2015.

Naquele ano, em plena crise de refugiados na Europa, A Alemanha recebeu 890.000 demandantes de asilo, uma onda de chegadas que pressionou o governo da chanceler Angela Merkel e provocou o avanço do partido xenófobo AfD.

Em 2016, o fluxo de chegadas caiu para 280.000 pessoas, sobretudo pelo fechamento da chamada "rota dos Balcãs" e pelo polêmico acordo de recepção de refugiados entre a UE e Turquia.

O Canadá receberá neste ano 1.200 refugiados yazidis do Iraque, perseguidos pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), anunciou nesta terça-feira o ministro de Imigração, Ahmed Hussen, assinalando que 400 deles já haviam chegado ao país.

"Nossa operação está em curso e os refugiados que sobreviveram ao EI começaram a chegar ao Canadá nos últimos meses", disse Hussen à imprensa. "Nosso governo vai instalar no Canadá cerca de 1.200 sobreviventes muito vulneráveis, assim como os membros de suas famílias", indicou.

No outono boreal passado, o Parlamento canadense havia adotado uma resolução que previa a chegada ao país, em quatro meses, de yazidis que escaparam de perseguições do EI no norte do Iraque, qualificadas como "genocídio" por Ottawa.

A atenção do Canadá está voltada para "as mulheres e meninas", assinalou Hussen. "Nossos esforços mostraram que o EI também aponta deliberadamente para os meninos, enquanto tentaremos ajudá-los a se reinstalarem aqui", acrescentou. O custo da iniciativa foi avaliado em 28 milhões de dólares canadenses (US$ 23 milhões).

Desde a chegada de Justin Trudeau ao governo, em novembro de 2015, o Canadá recebeu mais de 40.000 refugiados sírios. Os yazidis que já chegaram ao país foram submetidos a controles de segurança e biométricos exaustivos, assim como a exames médicos, disse Hussen.

Trata-se de uma minoria curda adepta a uma religião pré-islâmica. Não são árabes, nem muçulmanos, e o EI os considera como politeístas hereges. Desde o avanço do EI, dezenas de milhares de yazidis se refugiaram no monte de Sinjar, onde permaneceram durante dias sem água e alimentos.

Milhares de homens foram massacrados, enquanto as mulheres eram raptadas e muitas vezes submetidas à escravidão pelos extremistas. A ONU qualificou estes ataques como "tentativas de genocídio".

Em quatro dias, mais de 850 migrantes africanos conseguiram entrar na Espanha cruzando a cerca entre o Marrocos e o enclave espanhol de Ceuta. O fato acontece em um contexto de tensão entre a União Europeia (UE) e o governo marroquino. Os enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla, no norte da África, são as únicas fronteiras terrestres entre o continente africano e a Europa. O controle fronteiriço é realizado em conjunto pela Espanha e pelo Marrocos.  As informações são da Radio France Internationale.

"Na madrugada desta segunda-feira (20), cerca de 600 subsaarianos tentaram entrar em Ceuta e 359 deles conseguiram", disse, em um comunicado, a delegação do governo espanhol na cidade. "Eles entraram rompendo as portas de acesso com tesouras industriais e martelos. Não precisaram saltar a cerca fronteiriça de seis metros de altura."

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Na sexta-feira (17), quase 500 migrantes já haviam entrado na Espanha pelo mesmo local. A delegação do governo contabilizou 498 migrantes que conseguiram saltar a cerca, de um total de 700 pessoas que tentaram. Na ação, dois migrantes ficaram feridos, um com fratura na perna e outro com traumatismo. Onze guardas civis também ficaram feridos quando tentavam impedir a entrada.

A invasão dessa segunda-feira ocorreu em uma zona difícil de controlar. Segundo Isabel Brasero, porta-voz da Cruz Vermelha em Ceuta, desta vez não houve feridos graves. "Levamos 11 pessoas ao hospital: oito necessitavam suturas e três radiografias", disse. Já a delegação do governo informou que dois guardas civis e um migrante ficaram feridos.

Disputa Marrocos-UE

As invasões de imigrantes ocorrem num contexto em que as relações entre o Marrocos e a União Europeia não passam por um bom momento. O país africano tem lançado ameaças de relaxamento do controle migratório. O motivo da disputa são as diferentes interpretações do acordo de livre comércio sobre os produtos agrícolas e pesqueiros.

No final de 2016, o Tribunal de Justiça da UE estimou que, no Saara Ocidental, antiga colônia espanhola controlada pelo Marrocos, esse acordo não era aplicável, tendo em conta o estatuto separado e distinto desse território em relação ao Marrocos, reconhecido pelas Nações Unidas.

Desde então, associações que apoiam o movimento que pede a independência do Saara Ocidental protestam contra várias operações comerciais entre o Marrocos e os países europeus que afetam os produtos chegados do Saara.

O ministro marroquino de Agricultura, Aziz Akhannouch, advertiu no dia 6 de fevereiro que a Europa se expunha a um "verdadeiro risco de reativação dos fluxos migratórios que o Marrocos tem conseguido conter devido a um esforço contínuo", disse.

Da Radio France Internationale

A Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro (Cáritas RJ) está em busca de voluntários para atuarem no trabalho com refugiados. As oportunidades são para professores de português (12 vagas), apoiadores do curso de português (2 vagas) e recreadores infantis (8 vagas). Os interessados devem se inscrever até esta quarta-feira (15), às 17h, e as aulas começam no dia 14 de março. As candidaturas as vagas de voluntários devem ser feitas através do link. 

Para as aulas de português, não é necessário que o voluntário tenha experiência como professor, mas é preciso ter um nível intermediário nas línguas árabe, francesa, inglesa ou espanhola, pois são ‘línguas mediadoras’ usadas nas turmas para a compreensão e o ensinamento. 

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As aulas acontecem na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), às terças e quintas-feiras, das 10h às 11h30. Os voluntários não precisam atuar nos dois dias da semana.

Os apoiadores do curso de português irão acompanhar o desenvolvimento das aulas junto à coordenação pedagógica. Entre as funções, os voluntários irão auxiliar a organização no início das aulas, ajudar na confecção de carteirinhas e declarações, participar de oficinas de treinamento e reuniões periódicas de acompanhamento. Na recreação infantil, a função consiste em cuidar e divertir as crianças, e os horários de atuação são os mesmos das aulas.

De acordo com as informações da Cáritas RJ, a entidade atende 550 refugiados árabes, que vêm principalmente da Síria, Líbano e Iraque. Segundo a entidade, existe uma alta demanda por parte destes refugiados pelos cursos de português, já que o conhecimento do idioma é o primeiro passo para que eles se integrem no país e consigam um emprego.

Atualmente eles atendem 6.650 refugiados e solicitantes de refúgio de mais de 60 nacionalidades. A entidade é ligada à Igreja Católica, e possui o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e conta com o suporte do Ministério da Justiça.

Um jornalista de televisão sueco foi condenado nesta quinta-feira a uma pena de prisão, comutada por trabalhos comunitários, por ter transportado ilegalmente ao seu país um adolescente refugiado sírio.

Fredrik Önnevall estava filmando um documentário para a televisão pública SVT sobre a reação dos partidos nacionalistas europeus contra a onda migratória em 2014 quando conheceu "Abed", de 15 anos, em Atenas. O adolescente, que estava exausto e faminto, viajava sozinho e lhe pediu ajuda para chegar à Suécia, onde esperava encontrar um primo.

"Levei 10, 15 minutos para assimilar seu pedido, compreender o que me pedia realmente, e me decidir", explicou Fredrik Önneval em uma entrevista concedida à AFP antes do seu processo, no final de janeiro, ante o tribunal de Malmö (sul).

"Embora esteja claro que a equipe do SVT agiu por razões puramente humanitárias, a jurisprudência não concede muita margem para desculpar um acusado a partir do que se conhece como exceção humanitária", afirmou o tribunal em sua sentença. Önnevall disse que vai recorrer da decisão.

O cinegrafista e o intérprete que trabalhavam com ele também foram condenados à mesma pena. Em 2016, 116 pessoas foram condenadas na Suécia por ajuda à imigração ilegal.

A busca por um lugar seguro e por uma vida tranquila é um sonho para diversos refugiados pelo mundo. A procura por exemplos que alcançaram êxito na vida após fugir da guerra que afligia seus países é uma fonte de inspiração e o esporte pode ser figura importante nessa caminhada. Observando a situação atual de diversos refugiados sírios que buscam por abrigo em outros países, o zagueiro do Liverpool e de seleção croata, Dejan Lovren, realizou em parceria com a equipe inglesa um documentário de 22 minutos onde conta sua difícil história até alcançar o êxito pessoal no meio do futebol.

Bósnio, da cidade de Kraljeva Sutjeska, ele relata a difícil infância que teve para fugir do conflito dos Bálcãs, que afligiu o país na década de 90. Naquela época, um conflito entre sérvios, croatas e bósnios tinha como um dos objetivos a limpeza étnica. O hoje croata relembra a sensação de ter sentido a dificuldade de lutar pela vida enquanto procurava por uma casa.

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“Quando vejo o que está acontecendo hoje aos refugiados, lembro-me da minha experiência, minha família, as pessoas queridas. Eu entendo que as pessoas querem se proteger, mas existem aqueles que não têm casa, e não é culpa deles. Eles estão lutando por suas vidas, para salvar seus filhos. Eles querem um lugar seguro para eles, para o seu futuro. Eu vivi na minha pele tudo isso, eu sei o que está acontecendo com essas famílias. A procura de uma chance, de uma oportunidade”, inicia o defensor do time de Anfield no documentário.

Apesar de na época ser a capital Sarajevo, que ganhou mais destaque na mídia por conta dos confrontos, Lovren relata que nas regiões menores algumas das atrocidades da guerra puderam ser sentidas com muito mais dor. “Em pequenas aldeias as coisas mais terríveis foram acontecendo. As pessoas foram brutalmente assassinadas. O irmão de meu tio foi morto com uma faca na frente de outras pessoas. É como se a guerra tivesse acontecido ontem. É uma questão muito sensível, por isso, as pessoas tentam não falar sobre isso. É muito triste. Antes de fazer este filme, minha mãe me disse: ‘Não diga nada.’ E eu disse que precisava falar sobre o fato, e ela começou a chorar. Ela se lembra de tudo sobre esse período”, conta.

O zagueiro recorda que a sua vida simplesmente mudou repentinamente. A vizinhança que antes era calma e tranquila mudou e tudo passou a ser um pesadelo até que familiares simplesmente decidiram fugir para a Alemanha: “Nós nunca tivemos quaisquer problemas, nós nos dávamos bem com todos os vizinhos, que eram muçulmanos, sérvios, falávamos com todos. E então veio a guerra. Eu gostaria de explicar por que, mas ninguém sabe. Apenas aconteceu. Tudo mudou em uma noite, as mesmas pessoas mudaram. Lembro-me do som das sirenes. Eu estava tão assustado que achava que eram bombas. Lembro-me de minha mãe me levando para o porão, e não sei quanto tempo nós permanecemos sentados lá, nós não iríamos sair enquanto as sirenes não parassem de tocar. Mais tarde, minha mãe, meu tio e sua esposa entramos no carro e dirigimos para a Alemanha. Deixamos tudo: a casa, a pequena mercearia que tínhamos. Eles pegaram uma mala e simplesmente disseram: ‘Vamos para a Alemanha’”.

Foram 17 horas de viagem no carro até chegar na cidade de Munique. Para entrar no país, a família de Lovren não teve dificuldades já que tinham os documentos adequados. Lá foram sete anos, mas não muito tranqüilos, já que as autoridades alemãs constantemente os ameaçavam de expulsar do país. Até que um dia, chegou o ultimato e novamente o zagueiro teve que deixar tudo para trás no país onde já começava a construir a carreira no futebol. Porém, ainda assim, guarda boas lembranças daquela época. “As autoridades disseram que, após a guerra, deveríamos voltar. A cada seis meses, meus pais tinham que arrumar suas malas. Foi muito difícil não ter um futuro na Alemanha. Um dia eles vieram e nos disseram: ‘Você tem dois meses para ir embora.’ Para mim, foi muito complicado porque meus amigos estavam todos na Alemanha, minha vida, na verdade, tinha começado lá. Eu tinha tudo, eu estava feliz, eu estava jogando em uma equipe pequena, com meu pai como meu gerente, era simplesmente perfeito. Minha mãe disse que a Alemanha foi a nossa segunda casa, e é verdade. Alemanha nos abriu os braços. Eu não sei em que país poderia ter feito isso com refugiados da Bósnia na época”, recorda com afeto.

Foi então que encontraram um local tranquilo para se estabelecerem, na Cróacia, há 50km da capital Zagreb. Porém, sem dinheiro, a família de Lovren ainda se via em dificuldades financeiras, o que o fez de fato almejar um futuro melhor para todos e entender a importância de se valorizar o que tem. “Minha mãe trabalhava em Walmart por 350 euros por mês. Meu pai era um pintor de casa. Tivemos problemas econômicos. Eu me lembro quando meu pai vendeu meus patins de gelo. Um dia eu perguntei: ‘Onde estão os patins mãe?’. Eu gostava de usá-los no inverno. E minha mãe, chorando, me disse: ‘Seu pai, os vendeu. Não temos dinheiro esta semana’. Os sapatos foram vendidos por cerca de 40 euros. Era uma coisa difícil para meus pais. Esperava que para a próxima geração tudo se torna-se mais fácil, para minha filha e meu filho, esquecer aquilo e seguir em frente. Eu não sei se eles vão entender a minha vida, a minha situação, o que eu passei, um dia, porque eles vivem em um mundo totalmente diferente. Quando a minha filha me pede um brinquedo, às vezes eu digo a ela: ‘Eu não tenho dinheiro.’ É difícil entender por que isso acontece, mas eu faço isso para fazê-la entender que nada vem fácil”, finaliza.

O vídeo completo (com áudio em inglês) pode ser assistido no site oficial do Liverpool.

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A Alemanha registrou 970 ataques contra centros de refugiados em 2016, 6% a menos que em 2015, informou o Ministério do Interior nesta sexta-feira (3).

As autoridades alemãs contabilizaram 2.396 atos delitivos cometidos contra refugiados fora de albergues no ano passado, conforme foi divulgado pela imprensa local. Isso representa uma média de 2,7 ataques contra os centros de refugiados e 6,6 atos criminosos por dia.

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"Os números continuam sendo altos, sobre isso não tem discussão. Não podemos ficar satisfeitos", afirmou em entrevista coletiva rotineira o porta-voz do Ministério do Interior, Johannes Dimroth.

Segundo dados do ministério, cerca de 1,2 milhão de pessoas entraram na Alemanha entre 2015 e 2016 e solicitaram asilo. O número equivale a 1,5% da população do país.

Vários diplomatas americanos protestaram oficialmente contra o decreto adotado na sexta-feira pelo presidente Donald Trump que suspende a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de países muçulmanos e refugiados, informou nesta segunda-feira o departamento de Estado.

"Estamos cientes de uma mensagem de dissidência que está circulando contra a ordem executiva", afirmou o porta-voz interino do Departamento de Estado, Mark Toner, que informa que o documento ainda não foi formalmente apresentado.

O Departamento de Estado possui um mecanismo formal, chamado "Canal de Dissidência", pelo qual os diplomatas podem registrar a sua preocupação com o impacto que uma decisão oficial pode ter sobre a política externa do país.

Toner optou por não divulgar o conteúdo do documento, que já está circulando no Canal de Dissidência, ou relatar quantos diplomatas já assinaram, mas confirmou que se refere ao decreto assinado por Trump na sexta-feira e intitulado "Proteger a nação da entrada de terroristas estrangeiros nos Estados Unidos".

A assinatura do decreto provocou uma onda de protestos em todo o país e reações iradas no exterior.

Um respeitado blog de assuntos relacionados à segurança, Lawfare, reproduziu nesta segunda-feira uma versão do documento dissidente de cinco páginas, e disse que "centenas de funcionários de serviços estrangeiros têm a intenção de adicionar suas assinaturas ao memorando da dissidência".

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