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O agricultor e ativista francês Cédric Herrou foi condenado nesta terça-feira (8), em segunda instância, a quatro meses de prisão, por ter ajudado 200 imigrantes a entrar de maneira ilegal no país. A Promotoria francesa contudo recorreu da decisão do Tribunal de Nice, no sudeste do país, após considerar que o militante, de 37 anos, não tinha recebido uma pena bastante dura. A informação é da EFE.

Herrou - que reside a poucos quilômetros da fronteira com a Itália e é conhecido por seu apoio às centenas de pessoas que a cada dia tentam atravessá-la - já havia sido punido com uma multa de 3 mil euros em fevereiro.

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Este habitante do vale do Roya, que começa na França e chega até a localidade italiana de Ventimiglia, foi também condenado hoje a pagar mil euros por danos e interesses à companhia ferroviária francesa SNCF, por ter ocupado um local abandonado de propriedade da empresa, para alojar cerca de 50 imigrantes eritreus.

Cédric Herrou também foi impedido de sair de território francês, estar em qualquer estação de trem da região, e obrigado a se apresentar a cada 15 dias no tribunal local. Ele, que é membro da associação de ajuda a imigrantes Roya Citoyenne, anunciou que recorrerá desta nova sentença, que considera "influenciada pela política de extrema direita".

"Não me arrependo de nada, fiz tudo com prazer e continuarei lutando", assegurou ao sair do tribunal antes de denunciar um "racismo de Estado" e pedir que o presidente francês, Emmanuel Macron, se posicione.

A condenação foi qualificada pelo tribunal de segunda instância de "advertência" a este ativista, que chegou a acolher quase 400 imigrantes por semana.

A fronteira entre a Itália e a França é fonte de tensões entre os dois Estados por causa das centenas de pessoas, em sua maioria de origem afegã ou eritreia, que todos os dias tentam atravessá-la para seguir seu caminho para o norte da Europa ou para reclamar o status de refugiado na França.

da Agência EFE

Fotos de refugiados sírios vestindo lingerie estão circulando nas redes sociais. As imagens foram feitas por soldados turcos que obrigaram os homens a vestir as roupas femininas e posar ao lado de veículos militares. O jornalista turco Ahmad Alkhatib foi quem descobriu e publicou as imagens. Em um post no Twitter, também foi divulgado um vídeo da ação dos militares.

"Mais uma vez, soldados turcos insultam alguns dos sírios que tentam entrar na Turquia. Os sírios continuam sendo humilhados", escreveu Alkhatib em sua postagem. As imagens mostram três homens jovens usando soutiens e calcinhas enquanto os soldados os ameaçam com fuzis, pedindo para que parem de chorar e perguntando se eles ainda vão voltar a Turquia.

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Temendo um incidente diplomático internacional, o governo turco se manifestou rapidamente nas redes sociais, divulgando imagens da ajuda humanitária que o país dedica aos sírios e confirmando, em comunicado oficial, a informação antecipada pela imprensa da Síria de que os três soldados foram presos e que “esse tipo de comportamento não é tolerado no exército daquele país”.

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Um refugiado da Síria foi atacado verbalmente por brasileiros em Copacabana, Rio de Janeiro. Morador do Brasil há quase três anos, Mohamed Ali, 33, vendia esfirras quando um indivíduo com dois pedaços de madeira nas mãos começa a gritar repetidamente "Sai do meu país!" e "Vamos expulsar eles!". 

A agressão foi filmada e divulgada nas redes sociais, na terça-feira (1). "Estou vendo o país ser invadido por homens-bombas que mataram, esquartejaram crianças, adolescentes. São miseráveis!", grita o sujeito que atacava Mohamed, no momento de aparente histeria. Ele pergunta, ainda, onde está o prefeito Marcelo Crivella para lidar com a situação. 

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Em seguida, o agressor começa a esbravejar o canto "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor". Outros comerciantes, que também se voltaram contra o sírio, derrubam a mercadoria de Mohamed no chão. Quando ele pergunta o motivo, escuta mais gritos de "Sai do meu país".

Na publicação do Facebook onde o vídeo foi divulgado, a vítima se pronunciou sobre o ocorrido. "Não sou terrorista, se eu fosse, não estaria aqui, estaria lá lutando como eles fazem", diz Mohamed, afirmando que ele e todos os seus amigos refugiados estão trabalhando arduamente. "Espero que não aconteça isso com mais ninguém, de nenhuma nacionalidade, credo.", finaliza o comentário. Ele não prestou queixa à polícia sobre o ocorrido. 

Na internet, ele recebeu o apoio de diversos internautas. Usuários comentaram que fazem questão de ajudá-lo e repreenderam atitudes xenofóbicas e fascistas. Na manhã desta sexta-feira (4), Mohamed fez um post, comentando que, mesmo após o ocorrido, ainda considera os brasileiros muito amáveis.,

Veja o vídeo e a publicação de Mohamed:

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A Itália ordenou a apreensão de uma embarcação usada por uma ONG para o resgate de pessoas no Mediterrâneo, por suspeita de favorecer a migração clandestina, uma medida para frear a onda de imigrantes em situação ilegal que fogem da fome e das guerras.

O barco, de nome Iuventa e que costuma ser usado pela ONG alemã Jugend Rettet para o resgate de migrantes na costa da Líbia, foi apreendido a pedido da Procuradoria de Trapani.

Em comunicado, a polícia italiana afirmou que a investigação judicial foi aberta em outubro de 2016 sob a acusação de "favorecer a imigração clandestina". A embarcação alemã foi retida no mar na noite de terça-feira pela Guarda Costeira italiana e acompanhado até o porto siciliano de Lampedusa.

A decisão da Procuradoria de apreender o barco foi tomada após quase um ano de investigações realizadas graças a uma "sofisticada tecnologia", afirma a nota divulgada pela polícia.

"O barco se dedica normalmente ao resgate de migrantes perto da costa da Líbia e sua transferência para outras embarcações sempre ocorre em águas internacionais, permanecendo habitualmente no mar da Líbia, próximo das águas territoriais", explica o comunicado.

Segundo o jornal La Reppublica, uma equipe especializada da polícia recolheu indícios técnicos por várias horas dentro do barco e interrogou os membros da tripulação, de cerca de 16 pessoas.

"Durante o interrogatório nos informaram que o barco seria apreendido e, por isso, pedimos um advogado", contou ao jornal Tommaso Gandini, ativista que se encontrava no barco Iuventa. "Nos interrogaram, nos perguntaram sobre a última missão e sobre as outras, e nos informaram que a investigação foi aberta contra desconhecidos", acrescentou.

A ONG alemã, assim como a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), rechaçaram na segunda-feira aderir ao "código de conduta" para resgatar migrantes no Mediterrâneo proposto pelas autoridades italianas.

O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) está selecionando voluntários para ajudar em atividades administrativas. A colaboração inclui transcrições de áudios de entrevistas dos solicitantes de refúgios, investigações e diagnósticos dos aspectos geopolíticos de países de origem dos solicitantes.

Entre os requisitos para o trabalho voluntário estão: ter conhecimento avançado em inglês, francês e/ou espanhol e ser graduado ou estudante de nível superior. Há preferência por universitários e graduados em Direito, Relações Internacionais, Ciências Sociais ou Políticas, Serviço Social e áreas correlatas. O interessado deve ser proativo, organizado e ter aptidão para ajudar pessoas mais vulneráveis.

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Para participar da seleção de voluntários, os interessados devem enviar o currículo anexo para rsd.conare@mj.gov.br. As candidaturas serão recebidas até 6 de agosto. As atividades têm início previsto para 14 de agosto e duração de três meses, com possibilidade de prorrogação do tempo de serviço. Quem se comprometer com o voluntariado deve ter disponibilidade de, pelo menos, 12 horas semanais.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública emitirá certificado das atividades exercidas pelo colaborador. Terá direito ao certificado o voluntário que cumprir o tempo mínimo de prestação de serviços, sem interrupção. 

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A secretária-geral assistente da ONU para Assuntos Humanitários, Ursula Mueller,  informou nesta quinta-feira (27), durante uma reunião sobre a Síria do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que cerca de 50 mil civis permanecem presos na cidade de Al Raqqa, no sul do país, onde a situação humanitária é preocupante. A informação é da ONU News.

Falando de Amã, capital da Jordânia, Ursula contou sua visita ao campo de refugiados de Azraq, o segundo maior do país, onde vivem cerca de 35 mil refugiados sírios, muitos há anos e a maioria mulheres e crianças. Cerca de 25% vieram da cidade síria de Alepo.

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A vice-chefe do Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), elogiou a "generosidade e hospitalidade da Jordânia e outros países vizinhos" que estão abrigando refugiados.  Ela  também ressaltou o "tremendo trabalho das organizações humanitárias cujos programas permitem que famílias não apenas sobrevivam, mas levem vidas dignas, mesmo nas circunstâncias mais difíceis".

Volta pra casa

A secretária-geral assistente declarou, acima de tudo, ter ficado inspirada pela "esperança e força incríveis" das pessoas que encontrou, apesar das terríveis circunstâncias a que foram forçadas. Ela afirmou que a mensagem que recebeu dos refugiados foi clara e disse ao Conselho de Segurança que o que eles mais querem é que o conflito acabe e que possam voltar pra casa quando for seguro.

A vice-chefe do Ocha disse ao Conselho que, embora a violência continue diminuindo em algumas áreas da Síria desde um acordo de tréguas em 4 de maio, a situação humanitária e de proteção permanece extremamente difícil para civis em muitas partes do país.

Ela mencionou a retomada de operações militares na área sitiada do leste de Ghouta, na área rural de Damasco, e no bairro de Jobar na capital síria. Ursula Mueller afirmou que a ONU e parceiros estão dando assistência aos deslocados e estão prontos a fornecer apoio à cidade de Al Raqqa assim que as condições de acesso e segurança permitam.

Saúde

A situação de saúde na cidade, especialmente a escassez de serviços de assistência a traumas, é uma grande preocupação para a secretária-geral assistente, devido à intensidade dos combates. Ela afirmou que a ONU continua trabalhando no terreno para garantir que assistência médica esteja disponível para os que precisam, mas que muito mais precisa ser feito.

da ONU News

Como resultado da própria condição que o levou a entrar no Brasil, o refugiado busca se inserir no mercado de trabalho brasileiro para deixar no passado uma história de medo e perseguição. De acordo com a Acnur, em página da internet sobre o tema, “refugiados são pessoas que estão fora de seus países de origem por fundados temores de perseguição, conflito, violência ou outras circunstâncias que perturbam seriamente a ordem pública e que, como resultado, necessitam de 'proteção internacional’”.

Este é o caso de Abdulbaset Jarour, 27 anos, imigrante sírio, que tem experiência em administração de empresas. “Eu estava chorando ao mesmo tempo que sorria. Depois de um tempo, vi o mar. Eu respirei aquela liberdade”. Foram pelo menos dois dias na estrada entre Damasco, capital da Síria, e a fronteira do Líbano, até que Abdul conseguisse estar longe da guerra civil que assola o país desde 2011. Natural de Aleppo, ele atuava como empresário, vendendo produtos eletrônicos, e também no Exército. A entrada no Líbano separa a trajetória de Abdul entre o mundo que ele conhecia até aquele momento e a vinda para o Brasil, onde foi acolhido para fugir da guerra.

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Abdul lamenta as perdas que resultaram do conflito. “Era uma vida boa, tranquila, confortável. Aleppo era muito linda, histórica. Sou muito orgulhoso. Uma das cidades mais antigas do mundo”, relembra. Para sair do país, ele teve que atravessar a fronteira, tirar novos documentos, pagar atravessadores, tudo isso sem a segurança de que sairia com vida. Em 2015, já no Brasil, recebeu a notícia de que o pai havia morrido na guerra e que a irmã havia perdido uma perna. “Essa notícia me matou”, disse. Hoje a família, de seis irmãos, está espalhada por várias cidades do mundo. “Minha mãe e minha irmã de 12 anos estão em Aleppo. Queria trazer elas pra cá”, disse.

Já a moçambicana Lara Lopes, que trabalhou de camareira quando chegou ao Brasil, até conseguir emprego na área de tecnologia da informação, saiu do seu país para fugir de perseguições em relação à identidade sexual. Ela cita, como uma das situações mais marcantes, o dia em que ela e a então companheira foram levadas à delegacia sem que houvesse motivos. “[Os policiais] insinuavam-se para ela, por terem interpretado que ali existia uma relação não só de amizade. Falavam coisas no sentido de querer fazê-la entender que seria melhor um homem, no caso ele, do que uma mulher que a levou a estar naquela situação. Aquilo me marcou”, relatou. Outra situação impactante para Lara foi a morte de amigas em razão de homofobia.

Lara conta que, apesar de saber que os crimes de ódio à população LGBT também ocorrem no Brasil, ela se sente mais segura porque tem o amparo da lei. “Hoje, se eu sofro algum tipo de agressão, seja física ou psicológica, seja qual for, eu consigo ir a uma delegacia e exigir os meus direitos, diferentemente do meu país. Eu não tenho como fazer isso, porque de vítima eu passo a culpada, porque, na interpretação deles, o que eu estou fazendo é contra as leis familiares, religiosas e morais”, explicou.

Mais uma vez, o ministro do Interior da Áustria, Wolfgang Sobotka, ameaçou fechar a fronteira com a Itália na região de Brennero por causa dos imigrantes e causou a ira do governo italiano.

"Se o número de imigrantes ilegais em direção à Áustria aumentar de novo, fecharemos a fronteira no Brennero. Em 24 horas, nós podemos fechar a fronteira e realizar controles severos com os nossos soldados", disse Sobotka ao jornal alemão "Bild" nesta terça-feira (18).

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Sobotka ainda criticou os "socorristas" no mar Mediterrâneo que "cooperam com traficantes". "Precisamos impedir que esses socorristas entrem nas águas territoriais da Líbia e peguem os refugiados diretamente dos imigrantes", acrescentou.

Essa não é a primeira vez que o governo austríaco ameaça fechar a fronteira com os italianos nos últimos anos, causando um crise entre as lideranças dos dois países. E a reação do governo de Roma não demorou e foi dura.

Em uma entrevista à ANSA, o vice-ministro das Relações Exteriores da Itália, Mario Giro, afirmou que o país "não tem nenhuma intenção de mudar os acordos unilaterais" sobre a crise migratória, mas Viena precisa "baixar o tom" porque não se pode colocar as relações entre dois Estados em risco "por causa de polêmicas eleitorais".

"Até quando durará essa campanha eleitoral austríaca? O ministro das Relações Exteriores, Sebastian Kurz, deve saber que não se pode continuamente colocar em crise as relações entre os Estados por polêmicas eleitorais. Melhor baixar o tom visto que já esclarecemos tudo com a Áustria. Não há nenhum aumento de imigrantes que transitam por Brennero e não são necessários esses gestos só com fins internos", disse Giro à ANSA.

A fala do vice-chanceler refere-se ao fato de que a Áustria antecipou as eleições parlamentares para 15 de outubro por conta da falta de maioria do governo no Parlamento. No ano passado, o país teve eleições conturbadas, precisando fazer dois pleitos presidenciais para confirmar a vitória do presidente Alexander Van der Bellen.

"Respeitamos a Áustria e não temos nenhuma intenção de tomar atitudes unilaterais até porque se quiséssemos, já tínhamos feito. Os austríacos podem ficar tranquilos, mas por favor, não ataquem nosso ótimo relacionamento com polêmicas inúteis", concluiu Giro. Atualmente, a Itália voltou a bater recordes na chegada dos imigrantes ilegais, mas a grande maioria deles fica em centros de acolhimento italianos, aguardando a análise de sua situação ou a realocação para outros países da União Europeia.

De acordo com dados do Ministério do Interior da Itália, entre janeiro e 17 de julho deste ano, entraram no país 93.292 imigrantes ilegais contra 79.877 do ano passado. 

A comissão de Relações Exteriores do Senado organizou uma audiência pública para discutir a entrada de refugiados no Brasil. A necessidade do debate aumenta diante do crescimento na chegada de imigrantes, que teria aumentado diante dos mais recentes conflitos na Síria, Sudão, Etiópia e Afeganistão.

O presidente da Comissão é o senador Fernando Collor. Na audiência, ele destacou os planos que teriam motivado a reunião, incluindo a nova lei de migração e possibilidade de compra de terras brasileiras por estrangeiros. "Oportunidade ou ameaça à soberania?", questiona Collor, como um dos pontos de discussão. 

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De acordo com as Nações Unidas, já são mais de 65,6 milhões de deslocados no mundo, dos quais 84% pedem proteção em países que estão em desenvolvimento. 

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O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) divulgou um relatório, nesta terça-feira (20), em que o número de refugiados reconhecidos no país aumentou 12% em 2016, chegando a 9.552 pessoas de 82 nacionalidades.

Desse total de refugiados no Brasil, 8.522 foram reconhecidas por vias tradicionais de elegibilidade, 713 chegaram ao Brasil por meio de acolhimento jurídico e físico (reassentamento) e 317 se refugiaram na casa de algum familiar. Os países que obtém o maior número de refugiados reconhecidos no Brasil em 2016 foram Síria, com 326 pessoas, República Democrática do Congo, com 189 pessoas, Paquistão, com 98 pessoas, Palestina, com 57 pessoas, e Angola, com 26 pessoas.

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Segundo o Conare, os pedidos de refúgio caíram 64% em 2016, em comparação com 2015, sobretudo em decorrência da diminuição das solicitações de haitianos. Os países com maior número de solicitantes de refúgio no Brasil em 2016 foram Venezuela, com 3.375 solicitações, Cuba, com 1.370 solicitações, Angola, com 1.353 solicitações, Haiti, com 646 solicitações, e Síria, com 391 solicitações. 

Apesar da diminuição no número de solicitantes de refúgio no ano passado, houve um aumento expressivo de solicitações de venezuelanos (307%) em relação a 2015. De acordo com o relatório, 3.375 venezuelanos solicitaram refúgio no Brasil, cerca de 33% das solicitações registradas no país em 2016.

Em meio a uma das maiores crises políticas e econômicas de sua história recente, o Brasil é cada vez mais procurado por pessoas em fuga de guerras e perseguições em seus países de origem.

Entre 1º de janeiro e 31 de maio de 2017, a maior nação da América Latina recebeu 10.507 pedidos de refúgio, 199 a mais do que os 10.308 registrados durante todo o ano de 2016, o que, em apenas cinco meses, já representa uma alta de 1,93%. Os dados são do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão do Ministério da Justiça responsável por avaliar as solicitações.

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A principal razão para esse aumento é a crise na Venezuela, que vive uma situação de colapso econômico e está à beira de uma guerra civil. Em 2016, 3.375 venezuelanos pediram proteção ao Brasil, número que subiu para 8.231 em 2017, contabilizando apenas até 2 de maio, de acordo com o Ministério da Justiça.

A condição no país vem se deteriorando desde a ascensão de Nicolás Maduro à Presidência, em março de 2013, mas entraria em uma espiral de violência quatro anos mais tarde, quando o Tribunal Supremo tentou anular as prerrogativas da Assembleia Nacional, que é dominada pela oposição.

De lá para cá, mais de 70 pessoas já morreram em 80 dias de protestos, e não há nenhum sinal de arrefecimento na crise. A Venezuela possui mais de 2 mil quilômetros de fronteira com os estados de Roraima e Amazonas, o que facilita a entrada no Brasil, embora muitas pessoas busquem apenas uma maneira de escapar da escassez de alimentos e itens básicos.

Segundo a convenção das Nações Unidas sobre o tema, só pode ser refugiado alguém que, "temendo ser perseguido por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou política, encontra-se fora do país de sua nacionalidade e não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção dessa nação".

No fim de 2016, os venezuelanos formavam o terceiro maior contingente de solicitantes de refúgio no Brasil, com 4.421, atrás apenas de angolanos (4.719) e senegaleses (7.656) - os sírios apareciam na quarta posição, com 3.794. Com os números de 2017, é provável que a Venezuela já lidere o ranking.

Entre aqueles com status de refugiado já reconhecido, os sírios estão na primeira posição, com 2.480. Em seguida surgem nativos de Angola (1.501) e República Democrática do Congo (1.046). Os venezuelanos sequer aparecem entre as 15 principais nacionalidades.

Para Gilberto Rodrigues, professor de relações internacionais da Universidade Federal do ABC, o endurecimento das políticas dos Estados Unidos para refugiados e imigrantes também pode estar contribuindo para o aumento de pedidos no Brasil.

Segundo o especialista, os EUA seriam a primeira opção de fuga para muitos habitantes do continente americano, mas têm dificultado a entrada de solicitantes de refúgio e aumentado o cerco contra irregulares - sob o governo de Donald Trump, as prisões de imigrantes clandestinos subiram quase 40%.

"O Brasil passa a ser uma opção, até como forma de primeiro acolhimento para uma tentativa de saída. Temos dificuldades porque as fronteiras brasileiras não estão fechadas, mas a capacidade do Estado brasileiro de processar esses pedidos diminuiu em relação ao ano passado", afirma Rodrigues.

Ritmo mais lento - A prova disso está nos números: apesar do aumento nas solicitações de refúgio no Brasil, o Conare tem demorado mais para analisar os processos em 2017. Até 31 de maio, o órgão havia batido o martelo sobre 598 pedidos, 168 a menos que os 766 analisados entre 1º de janeiro e 29 de abril de 2016, período das últimas informações disponíveis no portal de dados do Ministério da Justiça.

A conta do ano passado ainda exclui 541 processos arquivados por motivo de não comparecimento às entrevistas obrigatórias (463), desistência voluntária (50), falta de atualização de endereço (26) ou óbito (2).

Mesmo levando em conta um mês a mais, o número de solicitações tramitadas no Conare caiu 21,9% em 2017. Dos 598 pedidos analisados neste ano, 211 acabaram indeferidos (-46% em relação aos quatro meses iniciais de 2016), e 376 foram reconhecidos (+1,4%). Os outros 11 correspondem a processos que entraram no âmbito de uma cláusula de cessação.

Esse documento é publicado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e estabelece que o conflito em determinado país foi encerrado, tirando a justificativa para um eventual refúgio.

O Conare é formado por representantes de cinco ministérios (Justiça, Relações Exteriores, Trabalho, Saúde e Educação), da Polícia Federal e de uma ONG que atue em serviços de assistência a refugiados. A participação no órgão não prevê remuneração de qualquer espécie.

Nos últimos dias circula uma informação nas redes sociais de que no mês de julho vão chegar 13 navios com quase dois milhões de "refugiados muçulmanos" vindos da Europa. O boato disseminado, principalmente através de postagens no Facebook, também informa que uma cidade está sendo construída para abrigar essas pessoas no município de Anápolis, em Goiás, distante 160 quilômetros de Brasília. 

Apesar da grande quantidade de compartilhamentos, a informação não é verdadeira. De acordo com a Agência da ONU para Refugiados (Acnur), trata-se apenas de um boato e não tem fundamento. A mensagem é veiculada principalmente através de grupos de extrema direita que se opõem a Lei da Migração, sancionada em maio pelo presidente Michel Temer em 2017.

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"A partir de Julho começam a chegar no Brasil os navios que trarão cerca de 1 milhão 800 mil refugiados vindos da Europa. O alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Raad al-Hussein, diz que o Brasil é exemplo ao mundo quanto a receber os muçulmanos que ninguém quer, e estão exportando da Europa. OBS: Vejam o nome da criatura da ONU !!", diz um trecho do texto compartilhado nas redes sociais. 

De acordo com a publicação, seria um absurdo o país acolher os refugiados. "É verdade mesmo, está sendo construída uma cidade próxima a Anápolis GO para receber esses lixos, já não bastas os nossos...? Em breve estaremos exportando terroristas do molde que Paris vive hoje... LAMENTÁVEL!!!". 

Em maio deste ano, a Lei da Migração foi sancionada. Ela regula a entrada e estada no Brasil dos migrantes e visitantes e estabelece diretrizes para as políticas públicas voltadas para esse público. A proposta substitui o Estatuto do Estrangeiro, de 1980. 

Entre as principais mudanças introduzidas pela nova legislação estão a desburocratização do processo de regularização migratória e a institucionalização da política de vistos humanitários. Apesar de alguns avanços na lei do Brasil, a xenofobia e o racismo ainda seguem presentes entre a sociedade. 

O governo de Goiás também negou a informação por meio de nota. 

"Acerca da fantasiosa construção de cidade para 'abrigar muçulmanos', o governo de Goiás vem observar que, como é público e notório, existe um movimento emigratório, em diversas partes do mundo, com reflexos ao redor do planeta.

O Brasil acolhe esses cidadãos, segundo critérios definidos pelo Ministério da Justiça. Uma vez autorizados a entrar, esses cidadãos definem livremente onde se instalar. Da mesma forma, o governo de Goiás acolhe esses cidadãos, procurando proporcionar-lhes condições de vida e trabalho dignas", diz a nota oficial. 

Ainda segundo informações da gestão estadual, a notícia de que está em construção no estado, em Anápolis ou em qualquer outra localidade uma cidade para acolher 'emigrantes muçulmanos' é completamente falsa. "O governo de Goiás lamenta a propagação deste boato, porque respeita e reconhece todos os povos e credos religiosos e condena veementemente a xenofobia, a discriminação e o preconceito". 

Por fim, a nota esclarece que o critério de acolhimento não é a orientação religiosa, mas sim a nacionalidade. "O governo de Goiás reitera que é completamente falsa a informação de construção de bairro, colônia ou cidade destinada a abrigar refugiados.". 

Várias cidades europeias, entre elas Paris, Madri e Roma, celebram este mês o "Refugee Food Festival", uma iniciativa que colocará à frente de mais de 80 restaurantes chefs refugiados.

Entre 15 e 30 de junho, estes estabelecimentos vão abrir suas cozinhas a chefs que fugiram da Síria, Índia e Eritreia, entre outros países, anunciou nesta segunda-feira a associação organizadora Food Sweet Food e sua parceira, a Agência da ONU para os Refugiados (Acnur).

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O festival, criado em Paris há um ano e que adquiriu uma dimensão europeia, tem três objetivos: "mudar a visão sobre o refugiado", "oferecer um trampolim aos chefs refugiados" para facilitar seu acesso ao mercado de trabalho e "fazer com que as pessoas descubram as cozinhas de outros países", segundo os organizadores.

Os comensais vão degustar os "mezzes" sírios, as "crepes" do Sri Lanka e poderão participar de oficinas de cozinha.

No total, 84 restaurantes de 13 cidades, entre elas Bruxelas, Amsterdã, Atenas e Milão, participam do evento.

A primeira edição, organizada em Paris em junho de 2016, foi um "grande sucesso" com 11 restaurantes e "mais de 1.000 comensais", de acordo com os organizadores.

"Recebemos telefonemas de cidadãos de vários países da Europa e de outras partes que queriam organizar o Festival em sua cidade", explica Celine Schmitt, da Acnur.

"Quisemos apelar aos valores da cozinha" para "frear os discursos negativos (...) sobre os refugiados e sensibilizar os cidadãos franceses dirigindo-nos diretamente ao paladar", acrescentaram.

A Alemanha anunciou nesta quarta-feira sua intenção de rever dezenas de milhares de autorizações de residência concedidas a requerentes de asilo, depois que um soldado alemão, suspeito de preparar um ataque, conseguiu se passar por refugiado sírio.

Esses controles, que vão começar no verão (boreal), afetarão até 100.000 pedidos apresentados nos últimos dois anos pelos requerentes de asilo com entre 18 e 40 anos provenientes de uma dezena de países, indicou à imprensa o ministro do Interior, Thomas de Maizière.

A operação é resultado do escândalo que atingiu recentemente o Exército alemão: um oficial, Franco Albrecht, suspeito de preparar ataques a personalidades da esquerda política e estrangeiros, conseguiu se passar durante meses por um refugiado sírio, apesar de não falar uma palavra de árabe.

Segundo a investigação, a ideia de Albrecht e seus cúmplices era cometer ataques e fazer com que as suspeitas recaíssem sobre os requerentes de asilo na Alemanha.

O Escritório Federal para os Migrantes e os Refugiados, responsável por interrogar os requerentes de asilo e tomar uma decisão sobre o seu pedido, deixou-se enganar pelo militar de 28 anos e concedeu uma autorização de residência válida por um ano e uma ajuda mensal de 409 euros.

Albrecht, que falava um pouco de francês, apresentou-se sob a identidade de David Benjamin, e assegurou pertencer a uma minoria francesa na Síria.

Esta história reacendeu o debate sobre a o acolhimento de mais de um milhão de migrantes na Alemanha entre 2015 e 2016.

O presidente americano, Donald Trump, prometeu nesta quarta-feira ao Papa Francisco, durante uma reunião privada no Vaticano, doar 300 milhões de dólares para lutar contra a fome que atinge quatro países da África.

"O presidente reiterou diante do pontífice o compromisso dos Estados Unidos na luta contra a fome", informou em um comunicado a assessoria de imprensa da Casa Branca.

"Como informei ao Vaticano, os Estados Unidos se orgulham de anunciar um aumento do orçamento de mais de 300 milhões de dólares para lutar contra a fome, especialmente no Iêmen, no Sudão, na Somália e na Nigéria", diz a nota, sem especificar se trata-se do Sudão do Sul, país que conquistou a independência em 2011 e é o mais atingido por uma guerra civil que já deixou dezenas de mortos.

Em várias ocasiões o pontífice argentino pediu ajuda urgente para esses países africanos, que atravessam uma grave crise humanitária e alimentar. Segundo o Programa Mundial de Alimentos (PMA), cuja sede fica em Roma, mais de 20 milhões de pessoas que vivem em zonas afetadas pela seca na Nigéria, no Sudão do Sul, na Somália e no Iêmen estão passando fome ou correm o risco de morrer de fome, no que se considera "a pior crise registrada em 50 anos".

Na Nigéria, o PMA enviou ajuda a 1,2 milhão de pessoas, mas precisa de fundos para enfrentar a emergência. Outras 600.000 pessoas estão ameaçadas perto da fronteira com Níger e Chade devido ao conflito em curso. Para distanciar o fantasma da fome na Nigéria, o PMA precisa de 230 milhões de dólares nos próximos meses.

Em Genebra, as Nações Unidas anunciaram há 10 dias que é necessário um fundo de 1,4 bilhão de dólares neste ano para ajudar quase dois milhões de refugiados que fugiram da guerra e para lutar contra a fome no Sudão do Sul.

Cerca de três mil migrantes foram salvos ontem (18) após a tentativa de cruzar o Mar Mediterrâneo. Vários navios ajudaram nas operações de resgate.

A maioria dos resgatados seguiu para a Itália e 500 voltaram para a Líbia. A Organização Internacional para Migrações (OIM) confirma, por enquanto, o total de seis mortos, encontrados na costa marítima da Líbia.

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Outra rota utilizada por quem busca refúgio na Europa é a jornada entre a Turquia e a Grécia. A ONU, em parceria com a OIM, afirma que entre janeiro e abril, mais de cinco mil migrantes cruzaram o Mar Egeu, que separa os dois países. Dentre os refugiados que optam por esta rota, sírios e iraquianos compõe a maior parte.

Em Genebra (Suíça), o porta-voz da OIM, Joel Millman, explicou que a Turquia continua sendo o escape dos conflitos sírios e iraquianos, tanto que pessoas de outras nacionalidades tentam ir para lá. “Cidadãos de outros países tentam acessar a Turquia para de lá, seguirem viagem até a Grécia, incluindo haitianos e dominicanos o que tem sido motivo de surpresa”, disse Millman. 

Neste ano (2017), a OIM já registrou as mortes de 1,9 mil migrantes no mar. Dois terços das mortes ocorreram no Mediterrâneo.

Em parceria com o Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio de Janeiro (Sebrae-RJ), a organização não governamental Cáritas iniciou este mês o projeto Coletivo de Refugiados Empreendedores (Cores), que pretende incentivar o empreendedorismo entre refugiados com potencial para formar negócios próprios e gerar renda.

A primeira turma da iniciativa beneficia 18 refugiados de Angola, Colômbia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Síria, Togo e Venezuela. Seus integrantes frequentam, às quartas-feiras, um curso de formação na sede do Sebrae-RJ. As aulas se estenderão por três meses.

A ideia é ensinar técnicas de empreendedorismo, juntando o talento que muitos refugiados têm porque eram comerciantes em seus países de origem, e aproveitando o momento que o Brasil atravessa com dificuldades de colocação e recolocação de trabalhadores no mercado. Ontem, foi dada a terceira aula do curso.

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O casal José Joaquim Rodrigues Alvarado e Maria Elias El Warrak está no Brasil há um ano e sete meses, fugindo da situação de conflito político na Venezuela. Maria pertence à segunda geração da família que foge de conflitos, porque sua mãe escapou da guerra do Líbano e veio para a América Latina.

Eles querem abrir um restaurante ou lanchonete para vender diretamente ao público comida libanesa que preparam. Por enquanto, trabalham em casa, sob encomenda, e participam de feiras de gastronomia internacional promovidas pela Cáritas do Rio de Janeiro.

A colombiana Nelly Camacho, vivendo no Brasil há cinco anos, é um exemplo para os que solicitam refúgio. Apesar da experiência de 20 anos como professora na Colômbia, ela teve que se reinventar para conseguir a independência financeira e, hoje, tem participação constante em feiras gastronômicas do Rio.

As aulas são divididas em dois módulos. No primeiro, com duração de dois meses, o conteúdo engloba questões como características de um empreendedor; como planejar um negócio; a legislação brasileira e o funcionamento de um micro empreendedor individual (MEI); o mercado brasileiro, auxílio na organização das finanças e identificação dos canais de vendas.

No último mês, os refugiados terão aulas específicas, de acordo com a área em que pretendem atuar. Moda e gastronomia estão entre as preferências.

O projeto visa também desenvolver parcerias com instituições públicas e privadas para a inserção de refugiados empreendedores em espaços que representem oportunidades de renda. A Cáritas atende no Rio, atualmente, 4 mil refugiados e 7 mil solicitantes de refúgio.

Os famosos cadeados da Pont des Arts de Paris, onde apaixonados de todo o mundo deixam uma demonstração de seu carinho e se juram amor eterno, serão leiloados neste sábado (13) na capital francesa para ajudar organizações de apoio aos refugiados. A informação é da Agência EFE.

Os organizadores esperam arrecadar entre 100 mil e 150 mil euros nos 165 lotes à venda, entre os quais estão incluídos cadeados em forma de coração, alguns enganchados a uma mini Torre Eiffel, passando por outros com frases escritas em diferentes idiomas.

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"Ter em sua casa demonstrações de amor de pessoas de distintas partes do planeta e em diferentes idiomas é incrível", disse à Agência Efe Monique, interessada em um painel cheio de cadeados, cujo preço oscilará neste sábado entre 8 mil e 10 mil euros.

A iniciativa beneficente teve sua origem em maio de 2016, quando a prefeitura de Paris ordenou a retirada definitiva dos cadeados dos 37 corrimões da Pont des Arts, que cruza o Rio Sena e fica próxima à catedral de Notre Dame.

Segundo a prefeitura, a estrutura da passarela estava em risco por causa das 70 toneladas de peso desses cadeados.

Para o leilão foram selecionadas, no entanto, só aquelas partes que podiam ser aproveitadas. E dessas algumas poucas estarão expostas até amanhã.

A sala de exibição - austera, branca e não muito grande - é cheia de urnas com esculturas formadas a partir de cadeados e exibe também grades cheias desses ferrolhos com nomes ou iniciais de casais com uma extensão de 1 a 3 metros.

As grades são sustentadas sobre uma grande plataforma de madeira que dá a impressão de ter um pedaço da própria Pont des Arts em sua casa.

Entre os lotes, há desde cadeados em forma de coração até outros enganchados a uma mini Torre Eiffel, passando por outros com frases escritas em diferentes idiomas, como Forever together ("Juntos para sempre", em inglês), símbolos chineses e, inclusive, "Te amo".

"São um símbolo da cidade", afirmou à Agência Efe Nicole Langé, que também tinha pendurado um cadeado junto com seu marido anos atrás e que quer conseguir um desses lotes, já que seria um bom presente para os filhos, que estão na Itália.

Os 165 lotes do leilão solidário, que acontecerá na tarde deste sábado no Crédit Municipal de Paris, oscilam entre 100 e 10 mil euros.

"Esperamos arrecadar entre 100 mil  e 150 mi euros", afirmou a assessora da venda, Mathilde Belcour-Cordelier, ao lembrar que "o leilão é totalmente beneficente."

As três organizações que receberão o dinheiro arrecadado são a Solipam, que se encarrega de ajudar refugiadas engravidas; a Emmaüs Solidarité, que conta com centros de amparo para essas pessoas; e a Armée du Salut, que luta há 130 anos contra a exclusão social.

Belcour-Cordelier declarou, além disso, que essas cifras são apenas um parâmetro e destacou que os lucros podem ser maiores, pois se trata do "primeiro leilão deste tipo em todo o mundo".

A moda global de selar o amor pendurando um cadeado em uma ponte foi atribuída ao romance Ho voglia di te (2006), de Federico Moccia, que declarou que é "uma pena" que estes tenham que ser retirados.

"Todas as cidades deveriam ter um lugar para os apaixonados", declarou o escritor italiano à Efe em novembro do ano passado. E que melhor lugar para jurar este carinho que a cidade do amor, Paris?

A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras realizou uma pesquisa com 467 refugiados. Nesta pesquisa, foi comprovado que 68,3% dos entrevistados foram vítimas de violência em território mexicano.

O relatório de pesquisa divulgado hoje (11) indica que aproximadamente 500 mil pessoas por ano atravessam a fronteira em direção ao México. A maioria dessas pessoas são originárias do Triângulo Norte da América Central (TNAC), como de El Salvador, Guatemala e Honduras. “Para os milhões de pessoas da região do TNAC, trauma, medo e terrível violência são as facetas dominantes da vida diária. Contudo, essa é uma realidade que não termina com a fuga forçada para o México. Ao longo da rota migratória, migrantes e refugiados se tornam alvos de organizações criminosas, por vezes com a aprovação das autoridades nacionais, e são submetidos à violência e outros abusos – sequestros, roubo, extorsão e estupro – que podem deixá-los feridos e traumatizados”, diz o documento. 

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Ao todo, foram 467 entrevistados. 40% afirmaram que a principal causa da fuga do país de origem é o medo de sofrerem ataques diretos, ameaças ou tentativa de recrutamento forçado por parte de gangues criminosas. Entre os entrevistados, 43,5% perderam parentes em incidentes violentos nos anos anteriores à fuga.

A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) abriu as inscrições para a 10ª edição consecutiva do seu vestibular com vagas para pessoas em condições de refúgio. Os 65 cursos disponíveis são de graduação e presenciais. A instituição está aceitando como forma de ingresso as notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e as candidaturas podem ser feitas até o dia 12 de setembro.

Para concorrer, os interessados devem ter realizado alguma edição do Enem a partir de 2013. Os candidatos devem preencher o formulário de inscrição e enviar o documento pelos Correios, juntamente com um documento comprobatório de conclusão de estudos equivalentes ao ensino médio e um atestado expedido pelo Conare.

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Este é o terceiro ano em que estes candidatos podem ingressar na instituição através das notas do Exame. A lista preliminar de inscrições será divulgada no dia 3 de outubro e com os aprovados oficialmente no dia 31 de janeiro de 2018. Confira o edital. Neste ano, o Enem está marcado para ser realizado nos dias 5 e 12 de novembro.

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