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A liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, determinando que a eleição para a presidência do Senado ocorra por meio de votação aberta, dificultou os planos do senador Renan Calheiros (MDB-AL) de disputar o cargo no dia 1.° de fevereiro. Renan classificou a decisão como uma interferência no Poder Legislativo.

O emedebista, que apoiou Fernando Haddad (PT) na eleição presidencial deste ano, é considerado um nome hostil ao futuro governo por aliados do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Renan conta com o apoio da bancada do PT.

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Para senadores ouvidos pela reportagem, o voto aberto reforça a possibilidade de influência do Executivo sobre os parlamentares porque o Palácio do Planalto saberá como cada um votou. Apesar de Bolsonaro afirmar que não pretende interferir na sucessão no Congresso, seus aliados fizeram chegar aos senadores o recado de que qualquer nome é aceitável na presidência do Senado, menos o de Renan.

Com apenas quatro senadores eleitos, todos novatos na Casa, o PSL de Bolsonaro não deve apresentar uma candidatura própria contra o emedebista.

Pelo menos seis nomes são cotados para a disputa do Senado: além de Renan, estão na lista a líder do MDB, Simone Tebet (MS), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Davi Acolumbre (DEM-AP), Alvaro Dias (Podemos-PR) e Esperidião Amin (PP-SC).

Como a próxima legislatura terá um perfil mais fragmentado, a avaliação majoritária no Senado é que o voto aberto vai constranger eleitores de Renan, que é investigado na Lava Jato e tratado pelos bolsonaristas um representante da "velha política".

Renan criticou duramente a decisão de Marco Aurélio, que é defendida por parte dos senadores. "Não cogito que essa decisão chegue viva (até o dia da eleição da Mesa Diretora do Senado). É uma intromissão indevida no Legislativo que não interessa a nenhum dos outros poderes", disse nesta quinta-feira, 20, o senador à reportagem. Renan também fez na quarta-feira um discurso no plenário criticando a liminar. O senador afirmou na tribuna que "até na eleição do Supremo" o voto é secreto.

Recurso

A advocacia do Senado prepara um recurso formal à liminar concedida na quarta por Marco Aurélio no mandado de segurança impetrado no STF pelo senador Lasier Martins (PSD-RS). Segundo as regras previstas no Regimento Interno do Senado, a votação deve ser secreta, mas o senador apresentou projeto de resolução para alterá-las.

A tendência é de que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), encaminhe o recurso ao presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli. Se a peça chegar à corte na fase final do recesso do Judiciário, o recurso será analisado pelo vice-presidente do tribunal, ministro Luiz Fux.

A liminar de Marco Aurélio foi criticada também pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pré-candidato à reeleição. "O que ocorreu é mais do que interferência no regimento do Senado. Não se respeitar a Constituição é um risco porque podemos ter um presidente eleito no voto aberto com interferência indevida do Executivo", afirmou.

Aliados de Renan no Senado fizeram coro com o emedebista. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que não se reelegeu, disse que o voto secreto garante a independência do Parlamento e pediu que o Supremo reveja a decisão. "Imaginem voto aberto para a Mesa do senado, para a Mesa da Câmara. Na Câmara de Vereadores, nas Assembleias Legislativas, quem vai ganhar? O candidato apontado e apoiado pelo governador, o candidato apoiado e apontado pelo presidente da República, que detém a chave do cofre, o poder de mando."

Eleito senador por São Paulo, o deputado Major Olímpio (PSL) disse que com o voto fechado "dificilmente" Renan deixaria de ser eleito presidente do Senado. "No momento que eu manifestava minha ira em relação ao ministro Marco Aurélio devido a decisão de soltar o presos condenados em 2° instância, devo admitir que comemorei a decisão dele sobre o voto aberto."

Com oito senadores, a bancada do PSDB no Senado, que deve lançar Tasso Jereissati (CE) na disputa pela presidência da Casa, comemorou a liminar. "O STF tem ampla e total autonomia para tomar qualquer decisão. E o legislativo tem que cumprir. Renan, evidentemente, será o principal prejudicado", disse o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO).

O senador eleito Irajá Abreu (PSD-TO) tem a mesma avaliação. "Essa legislatura trouxe muita renovação. Renan será prejudicado porque vai haver muita pressão da opinião pública."

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que está se despedindo do mandato, também defendeu a liminar. "Não gosto de julgar a Justiça. É a Justiça que julga a gente. Se foi uma interferência, foi na direção certa. Parlamentares não têm o direito de votar escondido."

Filiação

Renan tem atuado para inflar a bancada do seu partido no Senado e conquistar mais votos na disputa pela presidência da Casa. Ao menos um parlamentar já aceitou migrar para o MDB e outros dois ainda negociam, o que pode levar a sigla a 15 senadores.

Na última semana, Renan e o presidente da legenda, Romero Jucá (RR), acertaram a filiação do recém-eleito Eduardo Gomes (SD-TO). O acordo ainda não foi anunciado oficialmente.

Por tradição, o presidente do Senado é indicado pelo maior partido, o que torna Renan um dos favoritos para a eleição. Filho do futuro presidente, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-SP), porém, indicou que não pretende respeitar o acordo tácito. Segundo ele, no Brasil, os eleitores votam em pessoas, não em partidos.

O MDB também negocia com os senadores Elmano Férrer (Podemos-PI) e Rose de Freitas (Podemos-ES). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar de todas as acusações de corrupção envolvendo Renan Calheiros (MDB), o senador da República conseguiu ser reeleito na eleição deste ano. Muito além da vitória, o parlamentar foi nada modesto ao comentar a possibilidade de concorrer à presidência da Casa. “Vou decidir se eu sou candidato na última hora. Mas se eu for, eu ganho”, disse com convicção. A informação é do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Ainda de acordo com o colunista, a afirmação de Renan foi durante entrevista a Roberto D’ Ávila, que vai ao ar na noite desta sexta-feira (7), na Globo News. O senador teria ainda complementado: “E se for contra o Tasso, ganho mais fácil ainda, inclusive dentro do PSDB”. 

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Calheiros garante que tem cerca de 30 senadores com ele, mas não cita nomes. No Congresso, Renan ficou conhecido pelo “talento” na articulação entre aliados e adversários. Ele, que foi presidente do Senado, em tempos passados, ganhou a fama de ser um dos homens mais “poderosos” da República.

O emedebista foi reeleito com mais de 600 mil votos. A campanha dele evitou utilizar o sobrenome “Calheiros”, após todas as acusações. O senador teve como um dos seus maiores cabo eleitorais Renan Filho (MDB), que foi reeleito no primeiro turno governador de Alagoas. 

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, incluiu e-mails entregues pelo empreiteiro e delator Marcelo Odebrecht no inquérito que investiga o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e seu filho, o governador de Alagoas Renan Filho, por corrupção e lavagem de dinheiro.

A informação foi divulgada com exclusividade pelo Blog de Andréia Sadi, da TV Globo, e confirmada pela reportagem do Estadão.

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A troca de mensagens entre os executivos da empreiteira e da Brasken, braço petroquímico da Odebrecht, segundo Raquel, indica "atuação concertada" entre Renan e o senador Romero Jucá (MDB-RR) para a aprovação de medidas provisórias que previam a renovação de contratos de concessão de energia nos Estados do Nordeste.

As informações foram corroboradas pela delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, afirma a procuradora.

Em um e-mail enviado em 12 de dezembro de 2012, Melo Filho relatou a Marcelo Odebrecht e o então presidente da Brasken, Carlos Fadiga, ter tido uma reunião com Renan. O encontro teria ocorrido para buscar a prorrogação dos contratos de concessão de energia.

"Ontem me reuni com Sen Renan, que incluiu uma emenda de relator e permitiu que Chesf fosse beneficiada até 2015. Vamos tentar ainda incluir possibilidade de renovação nas mesmas bases. Contudo já foi uma vitória!", anota o e-mail.

A proposta não avançou naquele ano, mas a Odebrecht insistiu e em 2014 buscou articulação política para a aprovação da emenda 47 na MP 656, que beneficiaria o grupo. Em outro e-mail, Marcelo Odebrecht afirma que "JW e Renan" eram quem "têm força suficiente" para resolver o problema. A sigla "JW" se referia ao governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), segundo Raquel.

Para beneficiar o grupo, Jucá teria incluído emendas que beneficiariam a empreiteira na medida provisória. Mesmo assim, a emenda da MP 656 foi vetada pela então presidente Dilma Rousseff - veto mantido pelo Congresso.

Os e-mail incluídos por Raquel indicam que as negociações continuaram mesmo após o veto presidencial até a edição da MP 677, em junho de 2015, que atendeu parcialmente os interesses da Odebrecht, prorrogando os contratos até 2037, e não 2042, como pretendia o grupo.

"Como se percebe, a edição da MP 677 foi o ato derradeiro de intensa articulação do Grupo Odebrecht e outras indústrias de grande consumo de energia no Nordeste", afirma a procuradora. "Portanto, eventuais ilícitos envolvendo o senador Renan Calheiros podem ter ocorrido já no âmbito da apresentação de emendas e aprovação da MP 656/14 (que foi vetada nesse ponto)."

Inquérito

O inquérito foi aberto em abril deste ano e investiga o repasse de pagamentos indevidos a Renan Calheiros para beneficiar a campanha eleitoral de Renan Filho ao governo de Alagoas. Em contrapartida, o senador teria atuado para a aprovação da MP.

Segundo relatos de Melo Filho, a Odebrecht pagou R$ 320 mil em propinas a Renan Filho, sendo que R$ 200 mil foram entregues diretamente ao então candidato e o restante entregue indiretamente por meio do Diretório Estadual do MDB.

Ainda segundo o delator, houve outro repasse de R$ 1,2 milhão, via doação oficial ao MDB, sendo que R$ 829 mil foram repassados a Renan Filho.

Defesas

A reportagem busca contato com os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá e com o governador Renan Filho. O espaço está aberto para manifestações.

Na última terça-feira (20) Anitta exibiu em seu Instagram as novas tatuagens que fez no corpo. Entre elas, uma homenagem ao irmão e sócio, Renan Machado. A cantora tatuou o nome do rapaz em seu braço e ao compartilhar a imagem na rede social, se declarou: "Meu amor maior, meu irmão", escreveu.

Renan agradeceu a homenagem e divulgou a imagem da tattoo em seu perfil no Instagram, retribuindo o carinho da irmã:

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"Uma linda homenagem que recebi da minha irmã, minha parceira pra vida toda. Ela não precisava ter uma atitude dessa para que eu soubesse o quanto nós somos essenciais um na vida do outro. Mas é sempre muito bom ser lembrado, né? Te amo, minha irmã. Estaremos sempre lado a lado", escreveu ele.

A morena ainda entregou que fez mais uma desenho no corpo. No Stories, ela compartilhou uma foto do tornozelo, marcado com uma rosa. O desenho, no entanto, não teve seu significado revelado.

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Propinas supostamente pagas ao senadores Romero Jucá (MDB-RR) e Renan Calheiros (MDB-AL) e ao ex-senador Gim Argello (PTB/DF) no esquema da "Guerra dos Portos" saíram de contas alojadas em paraísos fiscais e transitaram pela "conta botox", acusa a Procuradoria-Geral da República (PGR) em pedido de busca e apreensão apresentado ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo.

Segundo a PGR, os pagamentos foram uma contrapartida aos senadores após a aprovação de uma resolução que eliminava incentivos fiscais de produtos importados para restabelecer a competitiva dos nacionais, medida que teria favorecido a Braskem. O episódio conhecido como "Guerra dos Portos" pode ter rendido R$ 5 milhões aos três parlamentares.

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As propinas "tiveram origem em contas sediadas em paraísos fiscais, de modo que, no caso dos autos, transitaram pela 'conta botox', vinculada a Adolpho Mello, dono do Trendbank", afirma a Procuradoria.

No pedido apresentado a Fachin, a PGR diz que R$ 3 milhões foram pagos a Jucá em três parcelas de R$ 1 milhão nos dias 17 e 24 de maio e 20 de junho de 2012. Renan, por sua vez, recebeu R$ 1 milhão no dia 31 de maio daquele ano. Gim Argello teria sido contemplado com outro R$ 1 milhão, valor repassado em 10 de maio do mesmo ano.

A investigação indica que o dinheiro foi entregue a intermediários - inclusive doleiros - dos políticos, que foram os alvos da Operação Armistício, deflagrada nesta quinta-feira, 8, em São Paulo, Santos e Campo Limpo Paulista.

A acusação é baseada em delações premiadas de executivos da Odebrecht e informações coletadas nos sistemas de propinas Mywebday e Drousys da empreiteira.

A Procuradoria sustenta que além de Adolpho Mello, a conta também era operada por Ascendino Madureira Garcia e Rosângela Benetton, do Trandbank. Os três, diz a PGR, mantinha contatos com funcionários e executivos da empreiteira.

Ao autorizar a deflagração da Operação Armistício, Fachin assinalou: "O conjunto de informações trazido à tona revela um quadro de singular gravidade, com o envolvimento de autoridades de Estado que estariam, em tese, associadas a delitos de operação sofisticada, como os de lavagem de dinheiro e de corrupção ativa e passiva."

Defesas

Em nota à imprensa, o senador Romero Jucá afirma que "não é alvo da operação Armistício. O senador tem cobrado reiteradamente o andamento das investigações para que tudo possa ser esclarecido o mais rápido possível."

A defesa do senador Romero Jucá esclarece ainda "que ele não foi alvo da operação Armistício deflagrada na data de hoje. O senador já prestou em agosto todos os esclarecimentos a respeito do PRS 72/2010. De fato à época da apresentação do PRS o senador, como líder do governo, a pedido do então ministro Mantega, apresentou o PRS. Também na função de líder conversou, à época da apresentação do PRS, com diversas entidades representativas do setor, como é absolutamente normal e como ocorre em todas as democracias no mundo. Este é o papel do Legislativo e a tentativa de criminalizar a política, por parte de alguns integrantes do MP, já começa a ser afastada pelo Supremo Tribunal, que, recentemente, não recebeu denúncia apresentada contra o senador, por considerar que o senador agia no cumprimento de sua obrigação como membro do Poder Legislativo. No caso do PRS 72 o assunto era de alto interesse nacional. Mas a defesa quer deixar claro que não foi o senador o responsável pela condução das discussões para a aprovação do projeto, até porque quando da aprovação o Senador já não era líder do Governo. Outros senadores é que levaram à frente as tratativas com os setores representativos à época da aprovação, sem que este fato represente qualquer irregularidade. Querer criminalizar a atividade parlamentar é atentar contra o Estado Democrático de Direito."

O advogado Luís Henrique Machado, defensor do senador Renan Calheiros, afirmou em nota: "A inclusão do nome do senador Renan nesse inquérito foi mais um grave equívoco de Rodrigo Janot. O próprio delator afirmou em depoimento à Polícia Federal que Renan nunca tratou de dinheiro ou pediu nada. E afirmou que a citação inicial ao senador era porque sentiu a presença 'intrínseca' de Renan nas conversas sobre a proposta. O erro pela inclusão do senador Renan no caso será reparado, pois é totalmente desconexa da realidade dos fatos".

"A defesa só vai se manifestar após ter acesso integral aos autos", disse o advogado de Gim Argello, Marcelo Bessa.

Uma das principais vozes dissonantes dentro do MDB, o senador Renan Calheiros (AL) voltou a atacar a candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles à Presidência da República.

Com menos de 1% das intenções de voto para Meirelles nas pesquisas eleitorais, Renan considera que a oficialização do economista irá prejudicar os palanques estaduais, já que os candidatos aos governos locais poderão não receber apoio de outros partidos com mais força na região.

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"Estamos trabalhando para que o MDB possa fazer as coligações que quiser em cada Estado. É um mico apoiar o Meirelles", disse Renan ao chegar para a convenção nacional do MDB nesta quinta-feira, 2, em Brasília.

O senador afirmou ainda que a candidatura de Meirelles só "servirá para atrair a rejeição universal" do presidente Michel Temer para os candidatos do partido. Temer tem cerca de 82% de desaprovação dos brasileiros. Ao longo da manhã, os delegados da sigla votam para oficializar Meirelles como o nome do partido para disputar o Palácio do Planalto.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) declarou apoio à pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há dois meses em Curitiba e condenado na Operação Lava Jato.

Em um vídeo veiculado em suas redes sociais, Calheiros assumiu o discurso do PT e disse que Lula foi condenado sem provas. "Lula é candidato a voltar à Presidência a República, tem direito de fazer campanha porque não cometeu crime algum e foi condenado sem provas", disse o emedebista, que chegou a ser líder do MDB no Senado e rompeu com o presidente Michel Temer.

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Calheiros disse ainda que o Nordeste "precisa de Lula livre" e atacou indiretamente o governo Temer ao dizer que o País precisa sair de uma "escuridão" para ser "feliz de novo". A expressão "O Brasil feliz de novo" é o slogan do "lançamento oficial" da pré-candidatura de Lula, que ocorre nesta sexta-feira, 8, em Contagem (MG).

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a prorrogação por 60 dias de um inquérito que investiga os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Romero Jucá (MDB-RR) e Eunício Oliveira (MDB-CE) e os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Lúcio Vieira Lima (MDB-BA). O processo foi instaurado com base na delação da Odebrecht.

O inquérito apura suspeitas de que executivos da Odebrecht negociaram com os parlamentares vantagens indevidas em troca da elaboração, aprovação e promulgação de três medidas provisórias.

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Em sua manifestação, Raquel Dodge destaca que o ministro Edson Fachin autorizou à Polícia Federal acesso amplo ao sistema de comunicação ("Drousys") e de contabilidade paralela ("MyWebDay") da empreiteira. No dia 14 de abril, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que Fachin atendeu ao pedido da PF, considerado vital por delegados da corporação para o desfecho das investigações.

"Tal medida possibilitará produção de informações policiais e relatórios sobre os fatos investigados, podendo-se agregar novos elementos", observou Raquel Dodge, em despacho assinado na última segunda-feira, 7.

A procuradora-geral destacou que ainda há diligências pendentes, como a realização do depoimento do executivo Carlos Parente.

Levantamento feito pelo Estadão nos autos dos 80 inquéritos que tramitam atualmente no STF derivados da "lista de Fachin" aponta que, em pelo menos 32 casos, há manifestações formais de ao menos sete delegados que declaram ser indispensável uma perícia técnica nos sistemas da Odebrecht para a conclusão das investigações.

Procurada pela reportagem, a Odebrecht reiterou que "está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua".

A empreiteira informou que "assinou acordo de leniência com as autoridades do Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Equador, Panamá e Guatemala", "implantou um sistema para prevenir, detectar e punir desvios ou crimes" e "adotou modelo de gestão que valoriza não só a produtividade e a eficiência, mas também a ética, a integridade e a transparência".

Com o objetivo de tentar unificar o discurso do MDB, o presidente Michel Temer promoveu na noite desta terça-feira (24) mais uma reunião com lideranças do partido, com a participação do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, na qual pediu que seu governo seja defendido. Temer e Meirelles são cotados para disputar a Presidência pelo partido.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), considerado um dissidente na legenda, foi convidado para o encontro, mas não compareceu. Por causa da ausência, foi criticado pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun. "Ele falta à reunião, a uma reunião como esta, mas não falta a inaugurações, não falta a solenidades de assinatura de contratos e convênios", disse Marun. "Essa hipocrisia é que entristece a gente que faz política com a verdade, sem hipocrisia e com seriedade."

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A reunião, realizada no Palácio da Alvorada, contou com a participação de dirigentes de diretórios do MDB em São Paulo, Piauí, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Acre, Rio Grande do Norte e Roraima. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, também compareceu. Dois outros encontros desse tipo deverão ocorrer nas próximas semanas.

Segundo Marun, Temer quis "sentir o partido" e ouvir os dirigentes regionais da legenda, mas não houve discussão sobre a candidatura do MDB à Presidência da República. O ministro afirmou, no entanto, que todos os presentes defenderam que a legenda lance um nome para o Planalto, já que a gestão Temer teria muito a apresentar para o eleitorado. A definição sobre a chapa ocorrerá em junho, de acordo com Marun. O principal, segundo ele, é que o candidato do MDB, seja quem for, defenda o "legado do governo Temer".

O ministro ainda deixou uma fresta aberta para uma eventual composição com outros partidos. "Nós entendemos que temos condição sim de disputarmos, com amplas condições de vitória, as próximas eleições. (...) Não há óbice a que outro candidato se proponha também a fazer parte deste projeto. Mas isso será avaliado, e no momento certo decidiremos quem será nosso candidato", disse.

Articulações políticas nos Estados também foram discutidas. Ficou decidido, por exemplo, que o atual vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade, será candidato ao governo. Marun disse ainda que o MDB está bem posicionado nos pleitos em São Paulo, com Paulo Skaf, e no Rio Grande do Sul, com o atual governador, José Ivo Sartori. "Vivemos um bom momento, e a cereja no bolo será uma candidatura presidencial que defenda o nosso projeto."

Marun voltou a dizer que o governo não trabalha com a hipótese de apresentação de uma terceira denúncia, pela Procuradoria-Geral da República, contra Temer. O ministro ainda minimizou os ataques de Renan ao partido. "Isso não nos atrapalha. Talvez atrapalhe em Alagoas, mas não em nível de Brasil", declarou, ironizando que "não conheço gente que vá votar por recomendação do senador".

Para o ministro, os baixos índices de popularidade do governo e o fraco desempenho dos dois presidenciáveis do MDB - Temer e Meirelles - nas pesquisas se devem ao fato de que Temer "é vítima da maior perseguição já engendrada contra um presidente da República no exercício do mandato da história do País, porque estamos há um ano sendo atacados de forma pusilânime por setores da mídia, pelo próprio Ministério Público, e isso tem como efeito a dificuldade para que a população reconheça os muitos feitos e realizações desse governo". Para Marun, no "momento certo" essa "injustiça será reconhecida, e esse momento, quem sabe, será antes da eleição".

Na reunião, foram apresentados relatórios de realizações do governo, para que sejam defendidas no âmbito regional. "Em muitos lugares há uma apropriação indébita por governadores oposicionistas dos feitos do governo", disse Marun.

O senador Renan Calheiros (MDB) também comentou os tiros que atingiram dois ônibus da caravana de Lula, na última terça-feira (27). O ex-aliado do presidente Michel Temer (MDB) disse que o ocorrido “envergonha” o Brasil. “Os atos de violência e sabotagem de fanáticos contra a caravana do Lula no Sul envergonham o Brasil”, criticou.

Calheiros falou, em vídeo publicado no seu facebook, que querem “caçar” a candidatura do ex-presidente de qualquer jeito e que falam até em morte. “Querem prender, perseguem a sua família, atacaram sua mulher até a morte e continuam inventando e espalhando mentiras. Agora já falam abertamente em matar, é ostensivo. O mais grave é que pessoas que deveriam ter responsabilidade com a democracia, com a paz social, fazem vista grossa e com isso incentivam a selvageria”.

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O parlamentar ressaltou que o nazismo começou da mesma forma. “A marca da bala no ônibus do Lula é um sinal de alerta. O que vira depois se nada for feito? Vai aparecer alguém querendo tocar fogo, o nazismo começou assim. É inaceitável, não tem cabimento esse clima de ameaça ao Lula ou a qualquer pessoa de família. O país não pode ficar refém dessa escalada de insensatez sem freio. Isso tem que parar”, frisou.

O senador, assim como outros defensores do petista, disse ainda que Lula foi condenado sem prova e, por isso, tem direito de ser candidato a presidente. “Lula precisa ter segurança para ir onde quiser, para falar ao povo, e defender as suas ideias. A liminar do Supremo reconheceu isso. Quem atacou a caravana com pedras, paus e tiros tem que ser enquadrado na lei e não bastam palavras e promessas. É preciso agir, a urna é para depositar esperança e não para despejar intolerância e ódio”, afirmou. 



O julgamento de Duda (Glória Pires), em O Outro Lado do Paraíso, promete grandes reviravoltas para a trama. A promotoria que a processa por uso de falsa identidade usará um segredo do seu passado como Elizabeth – antigo nome usado pela personagem  – para afirmar que ela é capaz de matar, relembrando o caso em que foi  acusada de assassinar Renan (Marcello Novaes), seu então amante.

Para a surpresa de todos, segundo o site Notícias da TV, Renan reaparecerá vivo no tribunal. A pedido da advogada Adriana (Julia Dalavia), ele irá depor a favor de Duda, acabando com o argumento da promotoria. “Foi importante na minha vida. Mas breve demais. Ela foi me visitar. Separou-se. Não me conformei, discutimos. Eu tentei beijá-la à força. Ela não permitiu. Eu mesmo perdi o equilíbrio e me desequilibrei. Caí”, relembra ele.

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“Acordei no hospital. A batida de cabeça foi forte. Tive concussão cerebral. Amnésia parcial durante meses. Saí do hospital e soube das notícias da morte da Beth. Por isso, nunca a procurei", explicará Renan em seu depoimento, afirmando ter sido procurado por Adriana para esclarecer tudo.

TENTATIVA DE REAPROXIMAÇÃO

Após o julgamento, Renan fará de tudo para reconquistar Duda. Disposto a reatar o romance entre eles, ele tentará uma aproximação: “Eu preciso saber... Se a Beth que eu conheci está aí ainda, no fundo desses olhos. Está sim. É você”, dirá. “Não, eu não sou a mesma que conheceu. Renan, me faz um favor. Vá embora”, pede a dona do bordel.

“Eu não quero falar sobre minha vida. Sobre tudo que aconteceu. Você teria vergonha de mim. Esquece que me reencontrou agora. Fica com a lembrança boa de nós dois”, continua Duda. Seu ex-amante, porém, não desistirá fácil, e garante: “Nossa história não terminou”, em tom de promessa.

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Menos de dois dias depois de criticar o ex-deputado Eduardo Cunha afirmando que ele nomeou todos os componentes do governo Temer, nesta sexta-feira (19), o senador Renan Calheiros (PMDB) decidiu falar sobre o julgamento de Lula marcado para acontecer na próxima quarta-feira (24). Renan disse, por meio de vídeo, que o ex-presidente foi condenado em primeira instância sem prova.

“No julgamento de primeira instância, Lula foi condenado sem prova. O Brasil inteiro já percebeu isso e a repercussão pelo mundo depõe contra o país. Foi uma condenação política, por isso não convenceu”, defendeu o senador.

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Calheiros também falou que o líder petista tem o direito de ser julgado pelos brasileiros. “É um erro grave impedir Lula de ser candidato a presidente da República. Condenação sem provas não inspira respeito porque a Justiça só vive da prova. Eleição sem lula ficará capenga, vai ficar faltando alguém na rua e a população não vai aceitar”, disse. 

Alvo de 18 investigações em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), em uma delas já sendo réu, muitos não viram com bons olhos a declaração do ex-presidente do Senado. “O sujo falando do mal lavado”, disparou um cidadão no Facebook do peemebedista. 

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou nesta quarta-feira, 17, que o ex-deputado Eduardo Cunha "não nomeou apenas os vices da Caixa, mas todo governo Temer". "(Cunha) Sempre teve três metas: influir nas delações (premiadas) transferindo suas responsabilidades; aprovar o impeachment (da ex-presidente Dilma Rousseff) e governar", escreveu Renan no Twitter.

Desde o ano passado, Renan acusa o governo do presidente Michel Temer de ser "comandado" por Cunha, que está preso desde outubro de 2016. Em novembro, o senador criticou a indicação de Carlos Marun (MDB-MS), um dos principais aliados de Cunha, para a Secretaria de Governo. Na época, ele disse que seria "mais inteligente nomear diretamente Eduardo Cunha para ser ministro da articulação política".

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Ontem, Temer decidiu afastar, por 15 dias, quatro vice-presidentes da Caixa que são suspeitos de corrupção. Uma auditoria independente contratada pela Caixa tem o relato de um dos dirigentes afastados, Antônio Carlos Ferreira, que relatou ter sofrido pressão de Cunha. Segundo ele, Cunha teria sido agressivo e mencionado que ele só estava mantido no cargo por sua causa.

Nesta quarta, Eduardo Cunha negou que tenha relação com a indicação dos quatro vice-presidentes da Caixa afastados esta semana. Em nota divulgada pelos advogados do emedebista, ele disse que não exercia influência sobre a cúpula do banco e creditou a indicação de Ferreira, responsável pela área Corporativa da Caixa, à senadora e então deputada Rose de Freitas (MDB-ES).

Em nota, Rose disse que apoiou o nome de Ferreira como coordenadora da bancada do Espírito Santo e destacou que tinha o apoio de integrantes daquele colegiado. "O Sr. Antônio Carlos Ferreira, antes de ocupar uma Vice-Presidência, foi superintende regional da CEF no Espírito Santo por nove anos. Era, portanto, conhecido da bancada capixaba", afirmou a parlamentar.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, prorrogou pelo prazo de 30 dias as investigações sobre o ex-deputado e ex-chefe da Casa Civil José Dirceu (PT-SP), os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Renan Calheiros (MDB-AL) e Romero Jucá (MDB-RR) e o ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) havia pedido ao STF a prorrogação das apurações por um período de 60 dias, mas Cármen decidiu estendê-las pela metade do tempo. "O princípio constitucional da razoável duração do processo (artigo 5º, inciso LXXVIII, da CR/88) impõe-se em benefício da continuidade da ação em respeito ao direito à sociedade, pelo que quanto menor a descontinuidade das providências processuais tanto maior o respeito àquele princípio", escreveu nas decisões.

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"Daí porque deve o Estado prover os órgão investigatórios da estrutura necessária para a rápida apuração das infrações penais. O direito ao processo penal sem procrastinação é da vítima, do réu e da sociedade. O atraso no processo somente interessa a quem não tem razão, independente do polo ocupado na relação jurídico-processual", prosseguiu.

Investigações

A presidente do STF tem mantido ativos processos, entre eles investigados no âmbito da Operação Lava Jato, durante o recesso do Supremo, que volta as atividade regulares no dia 1º. Vital do Rêgo é investigado, neste inquérito movimentado por Cármen, junto do deputado Marco Maia (PT-RS), por ter, supostamente, recebido propina para agir por interesses de empreiteiros na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, de 2014. Ele era, na ocasião, senador e presidente da CPMI, com Maia na vice-presidência.

Instaurado com base nas delações de ex-executivos da Odebrecht, o inquérito que investiga Cunha Lima mostra que os colaboradores narraram que, em meados de 2014, ele solicitou e recebeu, por meio de um intermediário chamado "Luís", o valor de R$ 800 mil da empreiteira. A soma teria sido repassada a Cunha Lima, então candidato a governador da Paraíba, com a expectativa de receber futura contrapartida e de realizar obra de saneamento no Estado.

Objeto de investigação com deputado Zeca Dirceu (PT-PR), seu filho, José Dirceu também teve o inquérito instaurado em abril, após a delação da Odebrecht. Delatores afirmaram que, entre 2010 e 2014, foram efetuados, a pedido do ex-deputado do PT de São Paulo e ex-chefe da Casa Civil, repasses para a campanha eleitoral de Zeca Dirceu, no valor de R$ 250 mil cada, por meio do Setor de Operações Estruturadas. O colaborador ainda afirma que esteve com José Dirceu por várias vezes, quando discutiram eventuais negócios privados que ele pudesse intermediar.

Já Calheiros e Jucá são suspeitos de terem recebido R$ 5 milhões do grupo empresarial para trabalhar pela aprovação da Medida Provisória (MP) 627/2017, que garantiu vantagens a empresas que atuavam no exterior. Os investigados negam as acusações.

Alvo de 17 inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) e recebendo salário superior a R$ 30 mil reais, o senador alagoano Renan Calheiros (PMDB) não se intimidou ao gravar um vídeo criticando Michel Temer (PMDB), afirmando que o presidente não cansa de demonstrar desrespeito aos brasileiros.

Ao dirigir suas palavras a Temer, o senador se referia à Reforma da Previdência. “No momento em que falta trabalho para 26,8 milhões de pessoas e 65% são pretos ou pardos, no momento em que cai o emprego formal com carteira assinada em 4% e cresce pouco o informal, onde o salário some e as pessoas ao invés de receber o pagamento, receber um agrado, ele manda fazer uma campanha publicitária ousada”, declarou em referência à propaganda que custou cerca de R$ 20 milhões com o objetivo de defender a proposta. 

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Renan ainda falou sobre a parte da campanha que destaca que no Brasil tem muita gente “que trabalha pouco, ganha muito e se aposenta cedo”. “Isso vindo de alguém que se aposentou aos 55 anos e recebe 45 mil por mês, é uma zombaria”, criticou o ex-presidente do Senado. 

No mesmo dia em que Renan gravou o vídeo, a Justiça do Distrito Federal o condenou à perda do mandato e dos direitos políticos por oito anos. De acordo com o juiz Waldemar Carvalho, que proferiu a sentença, ele foi condenado por improbidade administrativa motivada por enriquecimento ilícito e recebimento de vantagem patrimonial indevida. Renan pode recorrer sem deixar o mandato. 

O senador Renan Calheiros (PMDB/AL) pediu absolvição sumária da acusação de integrar o "quadrilhão" do seu partido no Senado. Em defesa preliminar de 100 páginas entregue ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, o advogado do peemedebista fustiga a acusação do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot que atribuiu a Renan e a outros caciques do partido - Romero Jucá, José Sarney, Edison Lobão, Jáder Barbalho e Waldir Raupp - o papel de líderes de organização criminosa que se teria instalado no Senado para recebimento de propinas milionárias.

Luís Henrique Machado, o defensor de Renan, alerta para o que classificou de "consequências desastrosas" da experiência italiana da Operação Mani Pulite, que inspirou a Lava Jato.

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Não é necessário dizer que rotular partidos políticos, bem como os membros que integram a sua cúpula, de organização criminosa é um ato gravíssimo, podendo gerar sequelas indeléveis à jovem democracia brasileira. Sabendo disso, importante relembrarmos a experiência italiana, resultante da Operação Mani Pulite, e as consequências desastrosas para o País, fruto da tirania das "boas intenções" de alguns agentes do estado", destacou Machado.

O advogado pede a absolvição sumária de Renan "tendo em vista que os supostos atos ilícitos narrados na denúncia padecem de tipicidade objetiva e subjetiva, não configurando os delitos de organização, associação ou quadrilha".

Subsidiariamente, Machado pede a rejeição da acusação de Janot.

"O que se vê na denúncia é uma narração, cansativa e deformada, de fatos políticos, na sua grande parte públicos e notórios. Nesse giro, o ex-procurador-geral tenta atrelar o requisito da permanência ao mandato parlamentar ou a influência política, forçando, assim, a existência de uma pseudoestabilidade do grupo denunciado", segue Machado.

Na denúncia do "quadrilhão", Janot sustenta que Renan e os outros senadores faziam parte do "núcleo político da organização criminosa, vinculados ao PMDB, com objetivo de arrecadar vantagem indevida dos cofres da administração pública federal e do Senado Federal, a partir dos contratos firmados com empresas que tinham interesse em negócios no âmbito do Governo Federal".

Janot acusa que no âmbito da Petrobrás, Renan agiu especialmente nas Diretorias de Abastecimento e Internacional, focos de corrupção na estatal petrolífera no período entre 2004 e 2014.

Um episódio apontado pelo ex-procurador-geral envolve Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento da Petrobrás. Renan teria dado apoio à permanência de Costa no posto "em troca de recebimento de propina de R$ 800 mil", via deputado federal Aníbal Gomes (PMDB/CE), aliado do ex-presidente do Senado.

Entre 2006 e 2007, aponta Janot, os senadores Renan e Jader e o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT/MS), "solicitaram e receberam de Nestor Cerveró, à época diretor da área Internacional da Petrobrás, US$ 6 milhões, por este ter facilitado a contratação da empresa Samsung para a construção do navio-sonda 10.000".

O ex-procurador-geral incluiu no pacote de crimes do "quadrilhão" um suposto "apoio político a Sérgio Machado na presidência da Transpetro, com o fim de arrecadar o maior volume possível de recursos ilícitos das empresas contratadas pela sociedade de economia mista, tanto para as campanhas eleitorais, quanto para outras finalidades".

A denúncia de Janot cita, ainda, a delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, que afirmou ter pago aproximadamente R$ 22 milhões em propinas a integrantes do PMDB do Senado, "sendo R$ 20 milhões destinados à Renan Calheiros e Romero Jucá".

O criminalista Luís Henrique Machado, constituído por Renan, fulmina ponto a ponto as acusações do algoz do senador. "É de se reconhecer a forma perigosa como a denúncia expõe os fatos ao dizer que se formou uma organização criminosa no âmbito do PMDB do Senado. Construir ilações de que o senador recebeu doação eleitoral ilícita em troca de conceder apoio político a diretor da Petrobrás, ou acusar que um determinado parlamentar agia em seu nome sem qualquer base empírica, só se pode chegar à conclusão pela forma irresponsável que se buscou expor, indevidamente, o senador Renan Calheiros."

Adiante, Machado assinala. "Necessário, portanto, atentar-se sobre essa nova forma de denúncia que confunde fatos públicos e acontecimentos políticos notórios com uma suposta affectio de uma organização criminosa. Não é difícil reparar que a denúncia força esta hipótese a todo momento."

O advogado observa que "fatos do cotidiano político, como almoços e jantares, sendo que alguns deles sequer contou com a participação do denunciado (Renan), são eventos tidos como criminosos para o Ministério Público".

Luís Henrique Machado sugere que Janot agiu movido "por nítido propósito político de macular a imagem e denegrir a reputação dos senadores denunciados, mormente levando em consideração a proximidade das eleições".

"É insensato o que fez o ex-procurador-geral da República ao rotular e, consequentemente equiparar o PMDB do Senado a uma organização criminosa, tal como se faz com a máfia, facções, milícias e grupos de extermínio", adverte o advogado. "Portanto, parece não restar dúvidas que a denúncia oferecida, por constituição de organização criminosa, no apagar das luzes do mandato do ex-procurador-geral, tem um nítido propósito político."

O advogado não poupa Janot. "A denúncia não se desincumbiu em demonstrar de forma concreta a permanência e a estabilidade da pretensa organização, nem antes e muito menos depois que a Lei 12.850/2013 entrou em vigor. Na verdade, para fins de permanência e estabilidade, a denúncia narra eventuais fatos episódicos, distanciados temporalmente entre um ato e outro, sem nem sequer descrever ou provar minimamente qualquer animus associativo entre os denunciados, vinculando o conceito em análise tão-somente ao tempo de mandato dos parlamentares."

Na avaliação de Machado, "este ponto é fundamental, porque resta claro que a exordial busca a todo momento a criminalização partidária ao acusar que "ante a forte atuação parlamentar e responsabilidade por outras indicações políticas, as quais ainda perduram os denunciados continuam praticando delitos até os dias de hoje"."

"Imbuído de um espírito estranho de assepsia da classe política, o ex-procurador-geral não utiliza qualquer critério sério e idôneo para atestar uma possível estabilidade da suposta organização formada", ataca o advogado de Renan.

"Evidentemente, a denúncia confunde os conceitos de societas delinquentium e societas in crimine, nem sequer se esforçando para realizar qualquer diferenciação", seguiu o advogado. "Isto é, para o ex-procurador-geral, Rodrigo Janot, enquanto perdurar o mandato parlamentar, ou a influência política, restará configurado o requisito da permanência e estabilidade, mesmo sem fazer qualquer prova concreta sobre os ilícitos enunciados na exordial."

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou, em vídeo veiculado no Instagram, que a "insistência" em tirar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da disputa presidencial de 2018 "serve para abrir espaço para o deputado federal Jair Bolsonaro", do PSC-RJ.

O senador disse que o País vive tempos sombrios que são caracterizados pelo debate sobre os recibos de aluguel do apartamento vizinho ao de Lula, em São Bernardo do Campo. Segundo acusação do Ministério Público Federal (MPF), o imóvel teria sido adquirido com propinas da empreiteira Odebrecht.

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"O que lamentavelmente, tristemente caracteriza o País nesse momento é essa discussão infame, esse debate nojento, esse noticiário repetitivo se é legal ou não é legal o recibo de aluguel do apartamento vizinho ao apartamento em que mora o ex-presidente", diz, e logo depois a gravação é cortada.

A investigação sobre a autenticidade dos recibos do aluguel pelo uso do imóvel foi aberta por iniciativa do MPF, por meio de um incidente de falsidade. Os advogados do ex-presidente haviam entregue à Justiça cópias dos recibos, alguns com datas inexistentes, como 31 de novembro. Ontem, o juiz Sérgio Moro deu prazo de 48 horas para a defesa de Lula entregar na Secretaria da 13ª Vara Federal de Curitiba os recibos originais.

No vídeo, Renan também mencionou as buscas realizadas na casa do filho adotivo do ex-presidente Lula, Marcos Cláudio, para verificar denúncias de suposto uso de drogas no local, o que Renan chamou de "invasão".

Investigado em mais de 15 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) e respondendo a um processo penal por desvio de dinheiro público, o ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), gravou um vídeo para defender o ex-presidente Lula e afirmar que “o Brasil não merece” que o líder petista seja retirado da eleição presidencial de 2018 dando espaço para a candidatura do deputado estadual Jair Bolsonaro (PSC). Calheiros também falou que o Brasil passa por “tempos sombrios”. 

Em Viçosa, onde morou o escritor Graciliano Ramos, Renan disse que melhor lugar não havia para fazer um breve comentário sobre a circunstância que o Brasil vive. “Não é a invasão covarde do apartamento do filho de Lula, que caracteriza esses tempos sombrios. Não é. Essas coisas, nessas horas difíceis, geralmente acontecem pelo guarda da esquina, como dizia Graciliano e Pedro Aleixo. O que lamentavelmente, tristemente, caracteriza o Brasil neste momento é essa discussão infame, esse debate nojento, esse noticiário repetitivo, se é legal ou não é legal, o recibo de aluguel do apartamento vizinho ao apartamento que mora o ex-presidente Lula”.

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No final do vídeo, o senador fala que estão “preparando” a retirada de Lula da eleição presidencial. “Enquanto preparam a sua retirada da eleição presidencial, querendo ou não querendo, não importa, e o caminho para a candidatura do Bolsonaro. O Brasil não merece isso”, alfinetou.

Entre os processos que Renan responde a maioria estão relacionados às investigações sobre o esquema de corrupção da Petrobrás, outro ligado à Operação Zelotes, bem como os que apuram irregularidades no pagamento da pensão de uma filha que o senador teve um relacionamento extraconjugal. Ele já chegou a subir à tribuna para criticar o Ministério Público frisando que há uma “tentativa de desmoralizar homens públicos de bem”.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, determinou o arquivamento de inquérito que investigava o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) e o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado por supostamente terem atuado para obstruir a operação Lava Jato.

Fachin atendeu ao pedido de arquivamento feito pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que com base na recomendação da Polícia Federal havia solicitado o arquivamento do inquérito. A investigação tinha como base áudios gravados pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em conversa com os peemedebistas.

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Em seu despacho, Fachin ressaltou que "o arquivamento deferido com fundamento na ausência de provas suficientes de prática delitiva não impede a retomada das investigações caso futuramente surjam novas evidências".

O caso

Em um dos diálogos, Jucá afirma ser necessário "mudar o governo para estancar essa sangria". A declaração foi interpretada como uma referência ao avanço da Operação Lava Jato. As gravações vieram a público em maio do ano passado e Jucá, então ministro do Planejamento do governo interino de Michel Temer, deixou o cargo.

Em outra gravação feita por Machado, Renan, então presidente do Senado, fala sobre a necessidade de regulamentar a delação premiada. Já Sarney diz prever que uma delação da Odebrecht teria o efeito de uma "metralhadora ponto 100".

Em relatório ao STF sobre os áudios entregues pelo ex-presidente da Transpetro, a PF sustentou que não há como comprovar o cometimento de crimes por parte do ex-presidente e dos senadores. A delegada Graziela Machado da Costa e Silva afirmou ainda que Machado não "merecia" os benefícios da delação porque "a colaboração mostrou-se ineficaz".

Para Janot, em decorrência das gravações e dos depoimentos de Machado, "sabe-se que os eventuais projetos de lei apresentados por vezes sob roupagem de aperfeiçoamento da legislação terão verdadeiramente por fim interromper as investigações de atos praticados por organização criminosa". No entanto, segundo ele, "tais atos não são penalmente puníveis". "Não houve prática de nenhum ato concreto além da exteriorização do plano delitivo. Assim, não há de falar em tentativa."

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) rebateu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e defendeu, em vídeo publicado nesta sexta-feira, 29, que o Legislativo precisa validar decisões sobre afastamento de parlamentares do mandato.

Por outro lado, ele elogiou a decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, de marcar para 11 de outubro julgamento de ação sobre afastamento de deputados e senadores. "Ora, se o mandato é intangível e há, na lei maior, uma regra de ouro que diz que só a casa legislativa dele (do parlamentar) pode dispor, paciência. Não se trata de saber de quem é a palavra final, como insinua Fernando Henrique Cardoso. Não é isso. Trata-se de zelar pela Constituição e pela separação dos poderes", afirmou Renan, sem mencionar o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), decidido nesta semana pelo STF.

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Em evento nos Estados Unidos nessa quinta-feira, 28, FHC afirmou que o Supremo é o guardião da Constituição e tem a "decisão final" no Brasil. "Ele decide e é isso", afirmou o ex-presidente, pouco antes de o Senado aprovar regime de urgência para deliberar sobre a decisão da Corte de afastar Aécio do mandato e ordenar recolhimento noturno do senador mineiro.

No vídeo, Renan disse que a presidente do STF "cresce nas crises". Mas criticou outros ministros do Supremo, sem citar nomes. "Como constituinte, nunca imaginei estar vivo para ver constitucionalistas conhecidos, ministros do Supremo - graças a Deus uma minoria - dizerem que se pode colocar o Código de Processo Penal acima da Constituição, que consagra valores republicanos", afirmou.

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