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A eleição do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), que venceu Fernando Haddad no último domingo (28), gerou muitas reações nas redes sociais, tanto de seus eleitores quanto de pessoas que se opunham a ele. Os famosos, que demonstraram tanto apoio como rejeição durante o período de campanha eleitoral, não ficaram de fora e comentaram o assunto.

A Resistência

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Após a apuração das urnas, a atriz e apresentadora Monica Iozzi publicou um vídeo em suas redes sociais, no qual recita um texto falando sobre as pessoas que lutaram pela democracia terem vencido apesar do resultado das urnas, pela união alcançada entre o povo. A cantora e drag queen Pabllo Vittar postou uma foto de um arco-íris, símbolo da população LGBTQI+, com a legenda “Eu Resisto”.

A cantora Preta Gil, que já foi ofendida por Bolsonaro, lamentou o resultado afirmando ser “um dia triste para a nossa história, mas muitas coisas eu não perdi: minha dignidade, minha força, meu caráter! Sigamos em frente lutando juntos sempre!". A atriz Vera Holtz, que foi muito ativa no enfrentamento à candidatura de Bolsonaro desde a campanha do primeiro turno, utilizou o seu Twitter para postar frases como “A história irá cobrar” e “Mais uma noite chega e com ela a depressão”. Ela também postou uma foto em que faz uma releitura da Virgem Maria com o Menino Jesus. usando a bandeira LGBTQI+ como manto. Junto à imagem, ela postou a legenda “Resistiremos! Renasceremos!”.

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A campanha “Ninguém solta a mão de ninguém”, que prega união para resistência contra possíveis ataques contra opositores e minorias, também foi aderida por muitas pessoas do mundo artístico, que compartilharam a foto da imagem que contém a mensagem e o desenho de mãos dadas com uma rosa no meio. Fernanda Paes Leme, Monica Iozzi, Daniela Mercury, Pitty, Carol Duarte, Rainer Cadete, Lua Blanco, Tico Santa Cruz e Bruna Marquezine foram alguns dos famosos que se manifestaram.

Comemoração

No sentido contrário, também houve quem comemorasse o resultado do pleito quando a apuração das urnas confirmou o nome do candidato do PSL. A atriz Regina Duarte, que participou efetivamente da campanha de Bolsonaro, postou uma montagem de Bolsonaro usando a faixa presidencial com uma mensagem de parabéns e agradecimento ao capitão da reserva. Já o cantor Zezé Di Camargo postou uma foto do resultado com a legenda “O gigante acordou”.

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O jornalista e apresentador da TV Record, Luís Bacci, também fez uma postagem no Instagram desejando “que Deus ilumine” o caminho de Bolsonaro para que ele tire o povo “dessa situação difícil”. O também apresentador e comediante Danilo Gentili e o cantor Lobão, ambos eleitores declarados de Bolsonaro, comemoraram a eleição simulando o enterro do Partido dos Trabalhadores (PT). Com um caixão, bolas de sopro, bebidas, charutos e pixulecos, eles comemoraram a derrota do partido de Fernando Haddad.

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Pesquisadoras da Universidade de São Paulo (USP) sequenciaram o genoma da bactéria salmonella e descobriram que a maioria das 90 amostras pesquisadas apresentou resistências a diferentes classes de antibióticos.

O estudo, desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP), identificou 39 genes responsáveis por essa resistência.

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A salmonella é a bactéria mais frequente nos surtos de infecções alimentares, diarreias e gastroenterites, representando 14,4% dos quase 220 mil casos entre 2000 e 2015, segundo dados do Ministério da Saúde.

Amanda Aparecida Seribelli, doutoranda do Programa de Biociências e Biotecnologia, disse que o trabalho encontrou a presença do gene que indica resistência no genoma da bactéria e que o desenvolvimento da resistência em si vai depender de outros fatores. “Isso significa que aquela informação pode ser expressa numa proteína e aí ela é resistente, mas depende do meio em que ela vai estar. Dependendo do hospedeiro, ela pode expressar ou não”, explicou.

As 90 amostras foram isoladas entre 1983 e 2013 no Instituto Adolfo Lutz de Ribeirão Preto, e na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro.

De acordo com os pesquisadores, elas fornecem um retrato da epidemiologia de salmonelose no Brasil nos últimos 30 anos, pois são provenientes de todas as regiões do país, tendo sido coletadas em pacientes acometidos por infecções alimentares ou em alimentos contaminados, como carne aviária e carne suína, incluindo embutidos, ou em vegetais, como alface, entre outros.

Sequenciamento nos EUA

A pesquisa foi desenvolvida com uma sorovariedade (variantes dentro de uma mesma espécie) da Salmonella enterica, chamada Salmonella Typhimurium.

A espécie enterica é a maior responsável pelos casos de infecção alimentar no Brasil e no mundo. A Salmonella Enteritidis é o outro tipo mais comum da bactéria, que se disseminou a partir de uma pandemia iniciada na Europa nos anos 1990.

No mesmo laboratório de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas da FCFRP, é desenvolvida uma outra pesquisa estudando o sequenciamento e análise de amostras da sorovariedade S. Enteritidis.

O sequenciamento foi feito no Food and Drug Administration (FDA), a agência federal norte-americana responsável pela fiscalização da qualidade de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos.

“O genoma completo é uma técnica muito cara ainda, então o nosso grupo de pesquisa e o nosso país acaba tendo mais dificuldade de fazer esse tipo de pesquisa aqui”, disse.

O genoma de S. Typhimurium tem 4,7 milhões de pares de base. Somando os dados das 90 amostras, são 423 milhões de bases. A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp).

Resistência

O estudo definiu o grau de resistência aos antibióticos de cada uma das 90 amostras. De acordo com os resultados, 65 (72,2%) das 90 amostras de S. Typhimurium se mostraram resistentes aos antibióticos da classe das sulfonamidas, 44 (48,9%) eram resistentes à estreptomicina, 27 (30%) à tetraciclina, 21 (23,3%) a gentamicina e sete (7,8%) as cefalosporinas.

“Chama a atenção a resistência de S. Typhimurium a antibióticos que podem ser utilizados no tratamento da doença. São drogas que estão à disposição dos médicos para o combate a infecções que apresentam resistência. São a segunda linha de defesa, quando os microrganismos não são mortos pelo sistema imunológico do paciente, uma vez que normalmente a salmonelose é uma doença autolimitada e que não precisa do uso de antibióticos. O maior problema é quando isso falha e a bactéria torna-se invasiva”, disse Amanda.

Entre medidas necessárias para impedir o desenvolvimento de bactérias resistentes está o controle na venda de antibióticos. No caso da salmonella, a prevenção é o tratamento sanitário adequado de alimentos.

 Desde que se apresentou pela primeira vez no Brasil com a turnê "Us + them", no começo do mês, em São Paulo, Roger Waters vem sendo notícia constante, devido às apresentações com viés político. Na noite desta quarta-feira (24), o músico levou ao palco a família de Marielle Franco, vereadora assassinada em março deste ano. O show ainda foi tomado por gritos de ‘Ele não’, que receberam algumas vaias em resposta.

Durante a apresentação, o cofundador do Pink Floyd chamou ao palco a viúva, Mônica Benício; a irmã, Anielle Franco; e a filha de Marielle, Luyara Santos. Ele explicou que soube da morte da vereadora por meio de um jornal independente na época em aconteceu. No telão show foi exibido o obituário de Marielle e Roger vestiu uma camisa que dizia ‘Lute como Marielle’. O microfone foi passado para a família da parlamentar, que clamou por justiça e relembrou a importância da atuação de Marielle para sociedade. Mônica também puxou um coro de ‘ele não’, campanha contra o candidato à presidência do Brasil Jair Bolsonaro (PSL).

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No show realizado em Salvador, na quarta-feira (17), o artista também homenageou o capoeirista Moa do Katendê, assassinado por um eleitor de Bolsonaro em decorrência de divergência política. Antes de deixar o Brasil, Roger Waters se apresentará em Curitiba (27) e Porto Alegre (30).

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A abertura da 42ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que aconteceu na noite desta quarta-feira (17),no Auditório do Ibirapuera, foi marcada por discursos de resistência e gritos de ‘ele não’, campanha contra o candidato à presidência do Brasil Jair Bolsonaro (PSL).

O discurso que gerou mais impacto foi o do diretor do Sesc, entidade que apoia a Mostra desde sua primeira edição, Danilo Santos de Miranda. Em sua fala, ele alertou sobre o perigo iminente que a cultura do país se encontra, devido a troca de poderes. No meio do discurso, Danilo foi interrompido por quase um minuto por aplausos e gritos de ‘ele não’, ‘ele nunca’ vindo do público convidado.

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“[A atividade cultural] é algo que a gente vê ameaçada neste momento, não pelo cinema apenas, mas por todas as demais manifestações serem de alguma forma coibidas, dificultadas. Isso é algo que nos coloca em uma situação de uma certa dúvida, mas que nós teremos, exatamente alimentados por momentos como esse, a possibilidade de poder resistir. A palavra resistência - já dita aqui - tem um papel muito especial neste momento e eu gostaria de insistir nela pra que a gente possa enfrentar o que eventualmente venha por aí”, disse.

Por Lídia Dias

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL) foi reeleito e vai exercer mais um mandato no próximo ano na Câmara dos Deputados. O ex-BBB utilizou as redes sociais para desmentir uma fake news que foi espalhada sobre uma derrota na disputa eleitoral deste ano. “Sinto muito, haters, vocês vão ter que aturar minha resistência por mais quatro anos”, provocou.

Jean, que sempre rebate as críticas recebidas, também falou que é o Movimento Brasil Livre (MBL) que espalhou mais essa mentira. “A máquina de difamação e mentiras chamada MBL já está falando que eu não fui reeleito”, expôs. 

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Por meio de um vídeo, ele agradeceu os votos recebidos. “Agradecer a todos que contribuíram com a nossa campanha. Uma campanha honesta, uma campanha barata, que não foi financiada por grandes empresas, que não foi financiada pela indústria das armas, nem pela indústria alimentícia e nem pela indústria farmacêutica. Uma campanha que foi feita com gente honesta deste país, que quer um país livre”. 

O parlamentar falou que resistiu a um ataque sem precedentes a um candidato. “Ninguém foi tão difamado quanto eu durante esta campanha. Nós conseguimos que o TRE tirasse um milhão de publicações falsas. Eu fui caluniado à direita e à esquerda, houve boicote à minha candidatura dentro do próprio campo progressista”. 

No pronunciamento após a vitória, ele ainda contou que foi ameaçado de morte e que está sob escolta policial. “Eu resisti. A palavra de ordem da minha campanha foi resistência e para todos que espalharam uma fake news dizendo que eu iria sair do país, eu estou aqui e aqui eu vou continuar. Serão mais quatro anos de resistência contra o fascismo, agora mais do que nunca". 

Telas de smartphones trincadas em breve podem ser coisa do passado. O Gorilla Glass - vidro que está presente em praticamente todos os telefones premium do mercado - atualizou sua tecnologia com um material até duas vezes mais resistente.

A fabricante Corning afirma que o novo vidro tem duas vezes mais chances de sobreviver a quedas do que seu antecessor. Ele também pode resistir a 15 quedas de 1 metro de altura em superfícies irregulares, afirmou.

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"À medida que os consumidores se tornam mais dependentes de seus smartphones, a oportunidade de quedas potencialmente prejudiciais também está aumentando", disse o vice-presidente e gerente geral da Corning Gorilla Glass, John Bayne.

"A Corning Gorilla Glass 6 melhora o Gorilla Glass 5 ao sobreviver a quedas de alturas mais altas, mas, mais importante, foi projetado para sobreviver a várias quedas", continuou.

A Corning diz que o novo Gorilla Glass 6 foi projetado para atender aos requisitos de projetos modernos que usam vidro em quase toda a parte da frente do aparelho, como o iPhone X e o Galaxy Note 8.

Segundo a empresa, o Gorilla Glass está presente em mais de 6 bilhões de dispositivos em mais de 45 grandes marcas. A nova versão deve chegar ao mercado nos próximos meses.

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Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens --- Diagnosticado com hanseníase, Fernando foi vítima do internamento compulsório em Pernambuco. Ele revela memórias sobre a "Cidade do Medo"

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Um esmorecimento nada comum para um jovem de 17 anos despertou a curiosidade alheia. Isolado, no canto mais brando de uma residência, o adolescente, claramente debilitado, não demonstrava energia para reerguer-se. Desconfiada da condição do rapaz, uma vizinha identificou um grande ferimento em uma das pernas do garoto, que logo se tornou claro indício de que a saúde dele precisava de sérios cuidados. A mulher tomou a iniciativa de procurar um médico e, ao fazer contato com um especialista, foi orientada a levar o jovem para uma unidade hospitalar. Seria nobre a atitude da senhora aos olhos de muitos cidadãos. Para Fernando Antônio de Paula, o rapaz enfermo, no entanto, foi o começo de um de seus piores pesadelos.

Fernando residia com sua mãe e algumas tias no bairro de Águas Compridas, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. A vizinha conhecia seus familiares; sob a orientação do médico, convenceu o rapaz a procurar a unidade de saúde, contudo, não revelou que se tratava na época de um “leprosário”, como eram chamados os locais que recebiam pessoas acometidas de hanseníase. Há exatos 33 anos, o verdadeiro destino foi o Hospital Colônia da Mirueira, situado na cidade pernambucana de Paulista. Fernando foi diagnosticado com hanseníase. Nunca mais viu grande parte de seus familiares. A vizinha não passou do portão e retornou a sua rotina social.

Entenda: A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico é o  Mycobacterium leprae (M. Leprae). Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, no en­tanto poucos adoecem. A doença acomete principalmente pele e nervos periféricos podendo levar a sérias incapacidades físicas. É de notificação compulsória em todo o território nacional e de investigação obrigatória. Essa doença pode acometer pessoas de ambos os sexos e qualquer idade em áreas endêmicas. Entretanto, é necessário um longo período de exposição e apenas uma pequena parcela da população infectada adoece. Fonte: Ministério da Saúde.

Em poucas horas, tudo se tornou uma incógnita para o futuro de um jovem de apenas 17 anos. Dificilmente ele aceitaria ir para a colônia caso descobrisse, antes do isolamento, que se tratava, na verdade, de um "leprosário". Nada incomum para a sociedade da época, uma vez que desde a década de 30, por meio de uma política governamental do presidente Getúlio Vargas, os brasileiros identificados com hanseníase eram obrigados a ser separados do restante da população considerada saudável. Na ótica da gestão pública do período, foi uma ação emergencial de saúde, sob o argumento de que a medicina não reunia conhecimentos suficientes para tratar a doença que apresentava alto poder de transmissão. Já na visão das vítimas do isolamento compulsório, foi uma devastadora segregação social que durou mais de 40 anos e castigou cerca de 50 mil brasileiros.

Para manter os enfermos longe do restante da população, o governo federal construiu hospitais colônias em vários estados brasileiros. Nesses locais, verdadeiras cidades foram erguidas para que os doentes construíssem laços sociais entre eles próprios. Quem era diagnosticado com hanseníase só podia se relacionar com outros acometidos pela mesma doença. Nas ruas, fora dos muros das colônias, uma espécie de polícia sanitária tinha a missão de encontrar as vítimas da enfermidade e levar a força para o isolamento.

De bens materiais a vínculos sentimentais com familiares e amigos, quase nada restou para Fernando. Se já não bastasse a alcunha de conviver com uma doença taxada de “incurável” na época, era preciso adaptar-se a uma realidade que deixava marcas na pele e principalmente na alma. Do lado de fora das colônias, o preconceito preso à raiz da população oprimia os doentes; a maioria dos sadios não queria “leprosos” por perto. Até mesmo na literatura bíblica, a doença era sinônimo de castigo contra os pecadores. Além disso, o receio de contágio, as deformações nos corpos das vítimas e a falta de tratamento adequado para curar a hanseníase, entre outros fatores, estimularam uma mancha negativa no imaginário da população: o Hospital Colônia da Mirueira, que abriga uma vila de convivência onde os pacientes construíram novas famílias, foi batizado de “Cidade do Medo”.

“Perdi o contato com todo mundo, ninguém veio aqui. Tive que fazer minha vida neste local. O que me choca até hoje eram as dores, vi os pacientes rolarem no chão frio para poder passar! Precisei conviver com tudo isso. Mesmo doentes, eu e outros homens tínhamos que ajudar a tratar os demais pacientes, porque não havia profissionais de saúde suficientes para prestar atendimento. Aqui aprendi a vida. Foi aqui que aprendi a ter amor ao próximo. Possuo lembranças de vários amigos que morreram sofrendo; acredito, no entanto, que tudo é determinado por Deus. Perdi minha família lá fora, mas construí uma nova família aqui com uma mulher que também era doente”, relata Fernando, hoje aos 50 anos, casado e pai de três filhos, com 17, 18 e 23 anos. Nenhum deles tem hanseníase.  

“Quando eu dizia que era da colônia, as pessoas tinham medo. Na época que fiz 23 anos, fomos liberados para sair do hospital. Então, resolvi tentar ver o povo e fui ao encontro de uma antiga namorada que tive aos 17 anos. Nos encontramos, mas ela estava com um banquinho e sentou-se a uma distância de uns dez metros. Ela até conversou, perguntou como eu estava, mas não chegou perto de mim. Não me tocou. Isso me deixou marcado, porque, há um tempo, eu estava deitado com essa mulher e depois ela não queria chegar perto de mim”, conta Fernando.

Em tom de desabafo, ele continua seus relatos e retorna às memórias da “Cidade do Medo”. “O isolamento era uma coisa desumana. O pessoal doente, cheio de ferimentos, sem ter ninguém capacitado para apoiar. A gente que ajudava um ao outro. Não tinha como este hospital oferecer um tratamento correto. Era Cidade do Medo porque, antigamente, existiam pessoas com orelhas enormes, nariz inchado ou despedaçado. As pessoas eram todas deformadas”. Fernando deixou de morar no Hospital da Mirueira em meados de 1990. Hoje, reside no Recife com sua esposa e os filhos.

Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens --- Mesmo sem morar mais no Hospital da Mirueira, Fernando visita com frequência os residentes que foram internados junto com ele

“Cidade do Medo”. E da resistência

De acordo com o livro “Histórias vividas na terra dos esquecidos”, das autoras Rosa Maria Carlos de Albuquerque e Maria José Dantas Mesquita, a construção do Hospital Colônia da Mirueira se deu em 1936, à época, “a cargo do Ministério da Educação e Saúde”.  Estrategicamente, a colônia foi erguida em um local afastado da área urbana, “cercado por mata virgem e intensa circulação de ar”; há quem diga que o objetivo era evitar fugas e isolar os enfermos para mantê-los longe da sociedade. “Foi construído para ser uma microcidade e com capacidade para internar 400 doentes. Foi projetado para possuir o caráter de uma cidade, com ruas, praças, templo religioso, área para administração, prefeitura, delegacia, escola, áreas de lazer, além dos complexos médicos necessários para o tratamento”, diz trecho do livro.

A obra ainda traz os seguintes detalhes: “Era divido em zonas A, B e C, sendo a zona C considerada área de contágio, onde ficavam os internos. Somente com a devida permissão era possível transpor-se a barreira e penetrar-se além das linhas demarcatórias, sob pena de repreensão, mediante a proibição imposta a todos aqueles que habitavam a zona do medo”. A inauguração oficial do Hospital Colônia da Mirueira foi realizada em 26 de agosto de 1941. “O Hospital foi símbolo do isolamento social das pessoas com hanseníase em Pernambuco. O leprosário foi construído para prestar serviço inestimável de ordem técnica, sanitária, social e humana, com a visão de proteger a coletividade. Em relação aos doentes, falava-se em vantagens e promessas redentoras, pois o medo e o preconceito eram muito maiores. Esses internamentos eram o grande pavor dos hansenianos. Geralmente os primeiros dias eram difíceis, custando noites de insônia, lágrimas, muita aflição e enorme saudade dos familiares”, traz o livro “Histórias vividas na terra dos esquecidos”.

Nos registros históricos da unidade hospitalar, a capacidade inicial era para abrigar 400 doentes, no entanto, a colônia chegou a ter 500 pacientes. “Sofreram com o preconceito e o abandono, mas criaram uma sociedade só sua. Não tiveram o direito de criar seus filhos, mas agiam como se fosse uma grande família, mesmo a colônia sendo chamada a Cidade dos Mortos-Vivos e Cidade do Medo”, acrescentam as autoras Rosa Maria Carlos de Albuquerque e Maria José Dantas.

De fato, muitos internos não tiveram o direito de criar seus próprios filhos. Pacientes grávidas, quando entravam em trabalho de parto, eram submetidas a uma separação cruel e que deixaram marcas até hoje. Seus bebês eram levados para um local chamado de preventório, no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife. Não havia mais contato entre pais e filhos. Os bebês eram adotados ou passavam a viver em orfanatos. Atualmente, ainda existem relatos de famílias que nunca chegaram a conhecer seus filhos.

Fernando presenciou esses e outros tristes episódios que marcaram o isolamento compulsório. Porém, ele resistiu aos impactos da doença, mesmo com o tratamento ineficiente na época, e persistiu ante uma considerável parcela da população brasileira que via os enfermos como seres à margem da possibilidade de conviver em uma sociedade digna. Na colônia, trabalhou em atividades de agricultura, pecuária, além dos esforços para dar assistência aos demais pacientes. A rotina dos internos nos hospitais colônias, em geral, se resumia aos afazeres que geravam os próprios bens de consumo, como os alimentos oriundos das plantações, além de se submeterem aos tratamentos médicos. Ao caminhar pela “Cidade do Medo”, Fernando faz uma viagem pelas memórias que rementem a um período de dor e ao mesmo tempo de bravura dos que resistiram à doença e ao preconceito.

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O discurso de Fernando, por mais que em vários momentos remeta a memórias tristes da “Cidade do Medo”, reforça o auxílio humano que um paciente dava ao outro durante o internamento na colônia. Os que sentiam menos efeitos da doença ajudavam os internos mais castigados pela hanseníase. Sobretudo, além do auxílio físico, existia o aparato psicológico que, para Fernando, era tão importante quanto o tratamento corporal. Ele recorda do amigo Juliano Vieira de Farias. “Seu Juliano me ajudou muito mesmo. Quando cheguei à colônia, fiquei desesperado, era a primeira vez que seria vítima de um isolamento compulsório. Ele me deu palavras de conforto, pediu paciência e me fez acreditar que um dia tudo seria resolvido. Juliano foi um dos que mais me ajudaram dentro do hospital”, relembra.

Seu Juliano, bastante conhecido entre as vítimas do isolamento compulsório em Pernambuco, foi diagnosticado com hanseníase aos 14 anos, idade em que passou a viver entre os muros do Hospital Colônia da Mirueira. Em 2016, conhecemos Juliano – na época com 71 anos - em uma reportagem do LeiaJa.com e registramos um depoimento forte, sem rodeios e que não ocultou as marcas na alma de quem “sobreviveu” na “Cidade do Medo”.

“Se você fosse jogado dentro de um leprosário como eu fui com 14 anos de idade e te falassem que dali só sairia para o cemitério, o que você faria? Não existia perspectiva de uma vida digna e caí no mundo das drogas, após ser arrastado de dentro de casa e jogado no Hospital da Mirueira. Morava no bairro da Várzea, no Recife, com meus pais e mais sete irmãos. Me deixaram longe deles e passei a viver em um lugar que classifico como depósito de lixo humano”, desabafou Seu Juliano à época.

Se Juliano foi uma das pessoas que resistiram ao isolamento compulsório. Tocou sua vida nas dependências do Hospital da Mirueira – mesmo após o fim do internamento obrigatório - até 1994, quando decidiu residir sozinho em uma casa no mesmo bairro. Não se não casou na colônia, mas construiu uma "família" graças ao aparato emocional que dava aos demais internos. Ele faleceu em 2017, aos 72 anos.

Ainda residindo em uma das casas do Hospital da Mirueira, uma vez que por determinação federal os ex-pacientes do isolamento compulsório têm direito a morar nas antigas estruturas das colônias, Marly Ferreira, 67 anos, resiste à doença à rejeição social. Na pele, existem marcas da hanseníase, mas, segundo Marly, não se comparam às cicatrizes em sua memória. Recordar da época em que o hospital era chamado de “Cidade do Medo”, consequentemente a faz lembrar do preconceito da sociedade da época. “As pessoas tinham medo da gente. Nossa própria família não nos queria por perto. E isso dói, porque até os nossos familiares não nos tocavam. Muitos nos abandonaram”, revela Marly.

Hoje, Marly convive com o marido, também acometido pela doença, e com um filho sem o diagnóstico. Assim como os outros cidadãos vítimas do isolamento que conseguiram comprovar a segregação, ela recebe uma pensão mensal de um salário mínimo e meio, desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que oferece ajuda de custo para aqueles que passaram pelo interno. Marly considera que atualmente o preconceito diminuiu bastante, porém, acredita que ainda é necessário disseminar informação para a população entender de vez que a hanseníase tem cura. No áudio a seguir, ele conta detalhes da sua história e desperta tristes recordações da “Cidade do Medo”.

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Um médico diante de um “depósito de pacientes”

Há 40 anos, José Carlos de Lima Cavalcante encarava um de seus maiores desafios profissionais. Na época, aos 24 anos de idade, o jovem médico recebia a missão de tratar os internos do Hospital Colônia da Mirueira, sem ter sequer o auxílio de outros profissionais de saúde, como enfermeiros, terapeutas e técnicos em enfermagem. Eram apenas ele e mais três médicos que se revezavam na colônia. De acordo com José Carlos, como o tratamento – a base de fortes de medicamentos - da hanseníase era longo – média de dez anos -, muitos pacientes não continuavam o procedimento e sofriam sérias consequência em decorrência da doença. “Os casos de antigamente eram muito mais agressivos e havia muita amputação. Hoje, o mais difícil é ver alguém falar de uma amputação. Antigamente eram umas seis amputações por ano”, diz. 

José Carlos não esquece tudo que presenciou durante o período do internamento compulsório. Sem a estrutura necessária para cuidar dos acometidos pela doença, ele e os demais médicos se viam em um local inadequado para um auxílio minimamente humano. “Cheguei como médico em 1978. A questão é que a colônia era diferente de tudo o que você pode imaginar. Era um depósito de pacientes. Porque começa que não foi programada realmente para ser um hospital. Pegavam esses pacientes, que eram um incômodo para a sociedade e um peso para a família, e jogavam aqui”, recorda em tom crítico. Até as faixas de curativo dos internos eram lavadas e utilizadas novamente.

De acordo com José Carlos, com a proximidade do fim do isolamento obrigatório, alguns pacientes que respondiam bem aos tratamentos e apresentavam pequenas sequelas, ganharam alta hospitalar, mas não tinham trabalho e muito menos para onde ir. Para dar um suporte básico a eles, a gestão da unidade, que no período já era de responsabilidade do Governo de Pernambuco, oferecia remuneração para esses internos, que passavam a ajudar os doentes graves. “Ficavam dando assistência. Aplicavam injeção, carregavam defuntos”, detalha o médico. “Havia criação de porcos, bois... Era tudo diferente de um hospital de verdade”, complementa.

Sobre a forma como a sociedade definia a colônia, José entende que pelo contexto da época, em que no Brasil a cura ainda era difícil e havia chances claras de contágio, expressiva parte da população tinha receio de chegar próximo ao hospital e principalmente tocar os doentes. “Tudo fruto da ignorância, aquilo que a gente não conhece, teme. Através dos anos, a doença ia deformando a pessoa e por isso há o medo. A segregação sempre existiu por causa do terror e do medo. Por conta das deformações, as pessoas se sentiam verdadeiros monstros. Na época não tinha nada de hospital, era um leprosário, as pessoas simplesmente eram jogadas aqui”, opina o médico. 

O internamento obrigatório na colônia pernambucana durou de 1941 a 1986. Alguns pacientes continuaram vivendo nas dependências da colônia, outros adquiriram residências e passaram a morar fora do hospital. Hoje, José Carlos é o diretor do Hospital da Mirueira.

O Hospital da Mirueira nos dias de hoje

Sob a gestão estadual, a unidade é referência em Pernambuco no tratamento de hanseníase e de dependentes químicos. Hoje, existem 22 moradores que foram vítimas do internamento compulsório e continuaram residindo nas casas da antiga colônia. Somando-se os parentes dos ex-internos, há cerca de 40 pessoas vivendo nas dependências do Hospital da Mirueira.

Segundo a assistente social da unidade, Ieda Saraiva, o hospital possui com 28 leitos exclusivos para o tratamento da hanseníase. Os próprios moradores, principalmente os idosos que não possuem familiares para auxiliá-los, contam com consultas semanais.

Além dos ex-internos, pacientes diagnosticados atualmente com a doença recebem os serviços médicos do Hospital da Mirueira. A depender do nível da enfermidade, eles podem ficar internados na unidade hospitalar. É o caso de *Maria, 54, natural do Maranhão. Há mais de dez anos, ela residia na cidade de Bezerros, Agreste de Pernambuco.

Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens --- *Maria se apega à fé e afirma que está confiante nos médicos para ser curada

De acordo com *Maria, há cinco anos ela passou a apresentar os sintomas da doença, mas os médicos não afirmavam que era hanseníase. Até que, em uma consulta particular no Recife, o diagnóstico foi oficializado. Há três anos, ela se internou no Hospital da Mirueira, onde apesar de enfrentar as consequências da doença, alimenta a esperança pela cura. “Tenho uma fé muito grande de alcançar a cura. Já vi uma pessoa que teve o mesmo problema e depois de dez anos ela foi curada. Converso muito com Deus pedindo a minha libertação, porque eu não era assim. Eu trabalhava muito e hoje não posso. E aqui os médicos cuidam bem da gente, somos bem tratados”, diz a paciente.

*Alfredo, de 58, também foi diagnosticado com a doença. Natural de Goiana, Região Metropolitana do Recife, há cerca de um mês ele apresentou hematomas no corpo; ao ser atendido por uma médica de sua cidade, o senhor foi encaminhado para o Hospital da Mirueira. “A médica mandou logo eu vir para cá. Estou me tratando e espero sair daqui logo”, comenta.

Há 13 anos trabalhando como cuidadora de uma ex-interna idosa, Rosete Lourdes Souza é exemplo de resistência ao preconceito. Antes de atuar na função, ouvia relatos amedrontadores sobre o Hospital da Mirueira. O termo “Cidade do Medo” era comum aos seus ouvidos. “As pessoas lá fora criticaram muito, diziam de maneira muito preconceituosa que era hospital de leproso, e que quem entrasse iria pegar a doença. O pessoal dizia que havia ‘paga-fígado’ e eu não sabia que era uma referência aos próprios humanos que existiam aqui. Mas não dei ouvidos, porque comigo não tem isso de preconceito”, conta a cuidadora.  

Ela auxilia Maria Bernadete Cabral, que reside no Hospital da Mirueira há 47 anos. Aos 17, morava com os pais na cidade de Orobó, interior de Pernambuco, e ao apresentar sintomas da hanseníase, foi levada a médicos particulares. Posteriormente, Maria Bernadete foi encaminhada à colônia, e diferente de outros ex-internos, a família continuou visitando ela. “Eu não estudei, não fiz coisa nenhuma, por causa do preconceito que as pessoas tinham diante da doença. Nossa família era de Orobó, no interior, e por causa do preconceito meu pai vendeu tudo e veio para Recife para me ajudar a tratar a doença”, relembra.

O atual quadro do Hospital da Mirueira possui mais de 30 médicos. A população pode marcar atendimentos para os especialistas, caso apareçam sintomas da doença. A marcação de consultas é realizada de segunda à sexta-feira, das 8h às 12h; todo serviço é totalmente gratuito.

De acordo com a direção do hospital, a unidade custa aos cofres do Estado um valor de R$ 1,7 milhão mensais. O montante atende, principalmente, aos pagamentos dos servidores concursados. Ainda segundo José Carlos, desse total, são destinados à sua gestão R$ 105.600 que servem para alimentação dos pacientes, compra de medicamentos, material de curativo, água, oxigênio e manutenção da estrutura física.

Alguns ex-internos ainda recebem cestas básicas mensais e todos os pacientes internados também contam com alimentação. Ao todo, são oferecidas mais de 90 refeições. José Carlos argumenta, no entanto, que há alguns problemas no Hospital da Mirueira, como a falta de roupas para pacientes, déficit de ventiladores e ar-condicionado. De acordo com diretor, já foi solicitado à Secretaria de Saúde de Pernambuco um aumento na verba para o orçamento do hospital, porém, até então, o valor é o mesmo. José Carlos estima que um acréscimo em torno R$ 105 mil mensais seria suficiente para amenizar as dificuldades do Hospital da Mirueira.  

Atual paranorama da doença no Brasil - De acordo com o mais recente levantamento do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 25,2 mil casos de hanseníase em 2016. O quantitativo representa 11,6% dos diagnósticos do mundo. Ainda no cenário global, nosso país só perde para Índia – mais de 27 mil casos - em números oficiais da doença.

Fundado em 1981, o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) é uma das instituições de referência no combate à doença e principalmente contra o preconceito. Artur Custódio, coordenador nacional do Morhan, alerta que os números da doença no Brasil, mesmo apresentando queda nos últimos anos, ainda são preocupantes e exigem atenção contínua do Ministério da Saúde. “Em números absolutos, só perdemos para Índia”, comenta Custódio.

Além de atuar com foco educativo, por meio da realização de eventos para apresentar à sociedade informações sobre a hanseníase, o Morhan também presta auxílio jurídico às vítimas da doença, inclusive os ex-internos do isolamento compulsório. A busca por pensão para quem viveu a segregação é um aos auxílios dados pelo Movimento, além da procura por filhos que foram separados dos pais no período do internamento obrigatório. 

Segundo Artur Custódio, é necessário o fortalecimento de um trabalho com a sociedade para propagar informações que possam diminuir o preconceito e acabar com estigmas negativos da doença. “O isolamento tem um impacto até na questão do estigma; ainda há pessoas que moram nos hospitais colônias. O preconceito vai além da imagem, além da questão física. Ele pega também o campo social e o psicológico. E essas pessoas têm dificuldade de se recuperar, e para isso ser revolvido, tem que haver um processo longo educacional”, opina o coordenador nacional do Morhan. 

A NHR Brasil, instituição sem fins lucrativos que tem o objetivo de “promover a melhoria na qualidade de vida e a reabilitação das pessoas atingidas pela hanseníase e por outras deficiências físicas no Brasil, através do desenvolvimento e implementação compartilhada de serviços efetivos, eficientes e sustentáveis para que tenham plena participação na sociedade”, também realiza trabalhos sobre a doença. Segundo a assessora técnica da NHR Brasil, Rejane Almeida, é notório que o preconceito tem diminuído pela disseminação das informações de que a hanseníase tem cura, no entanto, ela reforça que o trabalho de conscientização deve ser contínuo.

“Na atualidade, o tratamento é em nível ambulatorial. Todas as equipes de saúde têm trabalhado para reduzir o preconceito e para mostrar que hoje a hanseníase tem cura. É uma doença que pode provocar sequelas, mas não significa que vai provocar. Por isso, há a importância do diagnóstico precoce, porque quanto mais rápido ele acontecer, menor será a possibilidade de desenvolver incapacidade física. E o medo da hanseníase vem justamente das sequelas que ela pode provocar, porque ninguém quer ficar com as mãos atrofiadas ou com déficit de força no pé, por exemplo”, explica a assessora técnica.

Rejane informa que os hospitais do Sistema Único da Saúde (SUS) oferecem atendimentos gratuitos para as pessoas que apresentarem os sintomas da hanseníase. Ele alerta que a partir de qualquer indício, é muito importante a procura de um médico especializado, principalmente para a realização do diagnóstico precoce. “Isso torna a hanseníase uma doença com tratamento igual às demais e requer uma responsabilidade grande dos pacientes, porque os tratamentos podem durar de seis meses a um ano”, comenta. 

“Ainda não estamos em um patamar totalmente tranquilo, porque o Brasil ainda é o segundo país em números da doença no mundo. Mas, hoje contamos com atendimentos descentralizados para toda a população. Qualquer programa de saúde da família próximo da casa do paciente está apto a tratar a doença”, acrescenta Rejane.

* Nomes fictícios utilizados para preservar a identidade dos personagens

Fotos em preto em branco são do arquivo do Hospital da Mirueira 

Serviço:

Hospital da Mirueira

Endereço: Estrada de Santa Casa, sem número, bairro de Mirueira, em Paulista-PE

Contatos: (81) 3185-4415 / hgmses@yahoo.com.br

Agendamento de consultas: segunda à sexta-feira, das 8h às 12h. Gratuito.

--> Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan)

  --> NHR Brasil

Expediente:

Reportagem - Nathan Santos

Imagens: Chico Peixot

Edição de vídeos: Danillo Campelo

Artes: Raphael Sagatio

Com a proposta de resgatar a essência do Underground, Rock ‘n’ Roll e Heavy Metal e lutar contra o fascismo, o Movimento Resistência Underground (MRU) lançou manifesto, publicado na página oficial do grupo, pontuando a necessidade de se questionar posturas consideradas conservadoras, machistas, racistas ou homofóbicas entre os apreciadores do ritmo.

"O Movimento Resistência Underground é uma resposta ao recrudescimento conservador nas cenas rock ‘n’roll, punk e metal. Acreditamos que o silêncio diante da degradação de nossas cenas acaba por nos tornar cúmplices desse processo. Assim, nos posicionamos e hasteamos a bandeira M.R.U. em prol de um underground livre de toda a praga moralista, conservadora e fascista que afeta nossos tempos. Lutamos em nossa cena contra o cristianismo enrustido, o racismo, o nazismo, a misoginia, o machismo, a LGBTfobia e toda a sorte de idiotia reacionária e fascista de base judaico-cristã que insiste em permear nosso submundo transgressor e obscuro", diz trecho do manifesto.

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Além disso, para o lançamento do MRU, 16 bandas nacionais de Black, Death e Trash Metal participam da coletânea intitulada 'Satan Smaches Fascism'. Entre os participantes estão Vingador, Terror Revolucionário, Antrochaotic e Psycophobia. Na capa da compilação é notória a crítica ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), retratado com fardamento militar e aparecendo com a cabeça sendo esmagada por um demônio. Toda renda do disco será revertida para novas ações do coletivo.

O coletivo dividiu opiniões nas redes sociais. A maioria das críticas acusam o coletivo de 'esquerdista', comunista e questionam o fato dos metaleiros demonstrarem um posicionamento político. "Metal é sem bandeira política cambada de ignorante, única coisa que vocês sabem fazer é dividir a cena!", criticou um seguidor. "É melhor Jair procurando um trabalho, essa vagabundagem vai acabar ! Trouxas", ironizou uma internauta.

A reportagem do LeiaJá entrou em contato com os administradores da página, mas não obteve retorno dos questionamentos.

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O Big Brother Brasil 18 conquistou um recorde de prova de resistência mais longa de todas as edições. Após quase 43 horas de duração, o apresentador Tiago Leifert entrou em contato com a casa e encerrou a disputa (que garantia imunidade) entre Kaysar e Ana Clara.

"A gente está se aproximando de 43 horas. Por motivos de saúde, nós vamos encerrar a prova e declarar empate. Pela saúde de vocês. A gente admira o quanto vocês lutaram", comunicou o apresentador.

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Leifert elogiou o desemprenho de Kaysar e Ana Clara e anunciou que os dois vão levar um carro. "A imunidade vocês vão ter que decidir entre vocês", avisou.

Prova

Gleice foi a primeira a deixar a disputa depois de pouco mais de 25 horas. Em seguida, Breno também desistiu do desafio. Paula deixou o local de prova com quase 30 horas de duração.

Reta final

Neste domingo (15) os brothers têm mais um desafio: participam da prova do líder e formam um novo paredão. Já na segunda-feira (16) tem eliminação, prova final e mais uma formação de paredão.

 

Apesar de todos os avanços tecnológicos nos pagamentos nos últimos anos e dos recentes debates sobre criptomoedas, o uso do dinheiro "antiquado" ainda cresce na maioria dos mercados. Segundo levantamento do Banco de Compensações Internacionais (BIS), o montante de dinheiro em espécie em circulação aumentou de 7% para 9% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2000 a 2016. Já os pagamentos com cartão de crédito ou débito quase dobraram no período - de 13% para 25% do PIB.

"Alguns comentários sem fôlego dão a impressão de que o dinheiro na forma de notas e moedas estará fora de moda rapidamente. Mas, o dinheiro físico está vivo e bem, e continua forte na maioria das jurisdições", afirmou o consultor econômico e chefe de pesquisa da instituição, Hyun Song Shin.

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Quanto ao uso do "dinheiro plástico", a constatação do estudo é a de que as pessoas possuem mais cartões e os utilizam em transações mais frequentes e de menores quantias.

Essa característica é bem clara nas economias emergentes, conforme os autores, com destaque para o Brasil. "A demanda contínua por dinheiro tem sido especialmente notável nas economias avançadas desde o início da crise financeira internacional e, provavelmente, é conduzido por motivos de reserva de valor em vez de necessidades de pagamento", diz o texto.

Ao longo da última década e meia, o valor médio de um pagamento com cartão (em termos nominais) caiu de US$ 60 para menos de US$ 40. Esse declínio, de acordo com o trabalho, foi mais pronunciado no Brasil, na Coreia do Sul e na Rússia.

Os pesquisadores identificaram que, em 2016, o menor valor médio de um pagamento por cartão foi de cerca de US$ 8, no Brasil e na Rússia. Para eles, uma das razões pelas quais os cartões estão sendo usados por um número cada vez maior de pessoas e para menores quantias é a melhora da infraestrutura, já que as "maquininhas" deixaram de ser fixos e tornaram-se mais acessíveis.

Os autores também ressaltam que o dinheiro é um tema perpétuo para os bancos centrais. "À luz do debate atual em torno de moedas digitais, a compreensão dos custos e dos impulsos da demanda é mais importante do que nunca", enfatizaram.

Volatilidade

A volatilidade, mais concentrada em ações e menos em títulos e câmbio, mostrou que está de volta desde o início do primeiro trimestre deste ano, conforme constatou no domingo o chefe do Departamento Econômico e Monetário do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), Claudio Borio. "E não sabemos por quanto tempo ela vai ficar. Mas está de volta, e alguma volatilidade é saudável."

No artigo que acompanha o relatório trimestral da instituição, o autor salienta que há poucas coisas mais traiçoeiras nos mercados do que a ilusão de calma permanente. "Como a experiência indica, essa ilusão pode definir o estágio para algumas das perdas maiores e mais prejudiciais."

O padrão que estava em vigor há algum tempo era, de acordo com o economista, uma fase arriscada de risco, com preços de ações flertando com novos títulos, volatilidade em baixa e atingindo mínimas de várias décadas em algumas classes de ativos.

Além disso, ele salientou que a depreciação do dólar aliviou ainda mais as condições para os muitos tomadores em dólares do setor privado e público em todo o mundo, especialmente os mercados emergentes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No coração do Recife, há um lugar onde a arte é pano de fundo para um movimento de resistência. No sobrado amarelo de esquina, de número 529, em plena Rua da Aurora, o espaço O Poste figura como local de manutenção e preservação da arte negra. Atuando como um verdadeiro "quilombo urbano", o espaço luta, agora, para permanecer de portas abertas e luzes acesas.

Gerido por Naná Sodré, Samuel Santos e Agrinês Melo, o espaço surgiu da necessidade do grupo teatral O Poste ter um lugar seu. Ali, eles desenvolvem projetos próprios, como peças, oficinas e debates, mas, também de convidados. Funcionando desde 2014, o espaço já recebeu atividades de festivais importantes como o Janeiro de Grandes Espetáculos, o Trema! e o Luz Negra.

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Porém, manter o lugar em pleno funcionamento não tem sido fácil. Em meados de 2017, o trio que mantém O Poste chegou a pensar em fechá-lo: "Todos os anos a gente fica numa dificuldade de manter financeiramente o espaço", diz Naná. Samuel complementa: "A gente ia entregar o espaço no meio de 2017, já estava tudo certo, a gente não tinha mais condições de manter". O Poste se mantém através de editais como o 4° Prêmio Afro, que possibilitou sua permanência no segundo semestre do último ano, e com dinheiro dos próprios sócios que o gerem. Para 2018, algumas ações estão sendo pensadas para manter as portas abertas.  

Quilombo urbano

O espaço O Poste tem sido palco para "formação, fruição e circulação" de espetáculos que discutem temáticas bastante necessárias na sociedade, como empoderamento da população negra. "Esse espaço vem movimentando a cidade, trazendo coisas lindíssimas. A galera que vem pra cá sabe que aqui tem algo interessante para se ver, seja na temática ou como ela é posta em cena", diz Samuel. Assim sendo, o lugar acabou se transformando em um verdadeiro equipamento de resistência e, porque não dizer, um "quilombo urbano", trazendo as pessoas para refletirem e, sobretudo, dialogarem.  

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Resistência

Para manter as atividades d'O Poste, em 2018, Naná, Agrinês e Samuel já idealizaram algumas ações. Uma delas, já em funcionamento, é o Sócio Iluminado, na qual qualquer pessoa pode associar-se pelo valor de R$ 10 mensais. Os sócios têm acesso às peças do espaço, descontos em oficinas e brindes. Para associar-se basta enviar um e-mail para oposte.oposte@gmail.com. As outras ações serão a escola de formação, que deve iniciar em abril, e uma campanha de financiamento coletivo que será lançada em breve.

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O PSOL lançou, nesta sexta-feira (22), a chapa majoritária que disputará as eleições em Pernambuco no próximo ano. A proposta, de acordo com a legenda, é de concorrer ao Governo e ao Senado apenas com pré-candidaturas “femininas e feministas”. A escolha pela estratégia, segundo o presidente estadual Severino Alves, foi tomada a partir da avaliação de que “a opressão de gênero é uma das maiores injustiças que já tivemos”.

“Neste sentido, o partido tomou como decisão política e como um gesto para a sociedade atual a escolha de que a nossa chapa vai ser composta por companheiras mulheres”, declarou, ao abrir a coletiva que oficializou a apresentação da chapa que é composta pela advogada e historiadora Danielle Portela, na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas, além de Albanise Pires e Eugênia Lima, que concorrem às vagas de senadoras.

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A postura de Severino, entretanto, não é predominante dentro e fora do PSOL. Segundo Albanise, depois que houve a divulgação da composição nessa quinta (21), o lugar de protagonistas não “está sendo cedido facilmente”. “Tivemos uma reunião que durou cerca de seis horas. Terminei o dia com hematomas na alma ontem. O que eu li nas redes sociais não deveria estar escrito em nenhum outro lugar. Queremos que esta chapa seja abraçada por todos e todas”, declarou.

Apesar das reações, Albanise destacou a ousadia da legenda em quebrar o “patriarcado” político pernambucano. “Não é qualquer partido que tem a coragem de apresentar, dentro de uma conjuntura de golpe machista, de uma lógica da política pernambucana que os homens decidem pelo partido, essa grandeza de formar uma chapa de mulheres”, salientou.

O mesmo foi reforçado por Eugênia ao observar que “lugar de mulher também é na política”. “Enquanto mulher temos o preconceito do partido, fora do partido e na sociedade. É muito ousado a gente travar este espaço, estar aqui como candidata e participar da política. O meu lugar enquanto mulher é na política também. O desafio da eleição não é apenas chegar lá, mas é como chegar lá. O desafio da gente enquanto esquerda é se comunicar para desmistificar a política”, cravou.

Reforçando o que já havia adiantado ao LeiaJá nessa quinta, Danielle Portela disse que “o PSOL se dispôs a dar um passo à frente entendendo que as mulheres podem ter um papel fundamental”. “Nosso lugar é aqui na política sim. Foi dito que nós seríamos peças de xadrez nas mãos dos homens do partido, mas estamos aqui para fazer uma verdadeira revolução”, garantiu.

Uma proposta de governo feminista

A pré-candidata a governadora disse também que o momento é propício para olhar aos problemas do Estado pela ótica da mulher. “Queremos ocupar este espaço para chamar a atenção, por exemplo, ao número alarmante de estupros, feminicídio e agressões nos mais de 5 mil números de homicídios em Pernambuco [segundo dados até novembro]. Isso é uma exceção que queremos fazer virar regra. Queremos um espaço que é nosso. Não será dado, vem com luta”, disse.

Segundo Danielle, a partir de janeiro a chapa vai iniciar um giro pelo estado para construir o programa de governo. “Vamos começar a estruturar a construção coletiva de um programa. Não temos como lançará um programa engessado. Vamos propor vários espaços de discussão do interior a capital para que o partido time corpo e comecemos a olhar mais para todo o estado.  Em janeiro começamos a organizar isso”, pontuou, dizendo que foi montado um grupo de trabalho com este intuito.

Sem desconforto com Ivan Moraes

Durante a coletiva as integrantes da chapa também rebateram a afirmação de que o nome do vereador do Recife, Ivan Moraes, teria sido rifado para a corrida eleitoral. “Não tínhamos discordância de que o nome dele é relevante, mas a proposta não é de nome, vai além. Não é personalista. Não existe desconforto. Em prol de um projeto maior que a gente faz esta proposta revolucionária”, argumentou Danielle Portela.

Ivan havia colocado seu nome à disposição do PSOL para concorrer ao cargo de governador. Danielle disse ter conversado com o vereador para desmistificar o desconforto e pontuou que elas têm o apoio dele na disputa.

“É notório que com Ivan teríamos um ponto de partida, mas a decisão da chapa mostra que é fundamental que a gente rompa os elementos machistas formando uma chapa feminista nos norteia. A eleição também é importante para romper paradigmas. Este será um marco na política do estado”, argumentou o presidente da legenda. 

Em comemoração ao Dia da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha, será relançada, nesta terça-feira (25) a exposição, ‘Lélia Gonzalez: o feminismo negro no palco da história’, às 15 h, no Núcleo da Cultura Afrobrasileira, localizado no Pátio de São Pedro, área central do Recife. A exposição é gratuita e fica em cartaz até o dia 25 de agosto.

No acervo estão diversas fotografias, registros e um documentário sobre Lélia, que foi historiadora, filósofa, escritora e uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado (MNU), que lutou pelo reconhecimento dos povos negros no Brasil.

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A mostra já foi exibida no Recife em 2015. O relançamento é de iniciativa da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura do Recife e realizada pela Fundação Banco do Brasil, da Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh) e Brasilcap. Faz parte também da programação do Dia da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha a consulta ao acervo da Biblioteca Sony Santos, que faz parte do Núcleo, e conta com mais de 500 títulos.

Celebrado desde 1992, o Dia da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha é um instrumento de luta e resistência da negritude feminina. 

Serviço

Exposição Lélia Gonzales: o feminismo negro no palco da história

Terça-feira (25) | 15 h

Núcleo da Cultura Afro-Brasileira ( Casa 34, Pátio de São Pedro, Bairro de São José)

Gratuito

Após quase doze horas de prova, Marinalva não aperta o cronômetro e é eliminada da prova do líder desta semana do Big Brother Brasil. A disputa começou na noite de ontem (7), e teve o primeiro eliminado 22 minutos após o início. Com a desclassificação de Marcos e a saída da paratleta, Emilly é a última líder do BBB17.

A sister não acreditou quando viu que Marinalva esqueceu de apertar o botão para interromper o cronômetro. Aos pratos, a Emilly diz: "Não acredito. Acabou!". A disputa aliava resistência e concentração: sentados num tapete voador, os participantes tinham que apertar o botão que estavam sobre suas cabeças quando o cronômetro aparecesse no telão e antes que o tempo mostrado nele terminasse.

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Marinalva, após perceber que havia sido eliminada, parabenizou a jovem de 20 anos. Emilly ainda ficou mais uns minutos sentada para ter certeza de que a prova havia acabado e que ela era a nova líder. 

Depois, a gaucha entrou no gramado e foi recebido com um abraço pelo doutor, que passou a noite sentado no jardim da cada a espera do resultado. Além da imunidade, Emilly tem o poder de indicar alguém para o paredão, que acontece nesta sábado (8).

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Depois de 13 horas de prova, o Big Brother Brasil 2017 já o líder que vai indicar um dos integrantes para o paredão no próximo domingo (26). Mantendo a liderança, o cozinheiro Ilmar resistiu até o último momento para conquistar o feito. A prova, que dessa vez foi de resistência, testou os limites físicos dos participantes através da ‘batedeira’.

A prova consistia em testar a resistência dos brothers em um tanque, onde os participantes ficavam suspensos sentados, enquanto o equipamento girava. Em alguns momentos, eles recebiam jatos de água que eram lançados na área superior. Depois de 13 horas, Marcos desistiu da disputa e Ilmar levou a melhor.

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Nesta semana, o programa Globalizando fala sobre "Mulheres: resistência e luta por seus direitos". Para conversar sobre o assunto, o programa tem como convidada a professora Anna Maria Alves Linhares, doutora em História Social da Amazônia, mestre em Ciências Sociais com ênfase em Antropologia e graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA). É professora de Sociologia da Secretaria de Educação e História da Universidade do Estado do Pará (Uepa).

Acompanhe esse e outros temas no programa Globalizando, na Rádio Unama FM 105.5, produzido pelos alunos do curso de Relações Internacionais da Universidade da Amazônia (Unama). Clique no ícone abaixo para ouvir o Globalizando.

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O discurso de que a Operação Lava Jato atravanca a retomada da economia no País, conjugado com a virtual queda de interesse das pessoas sobre o tema do enfrentamento à corrupção e a articulação crescente de políticos emparedados pelo escândalo para aprovar leis de salvaguarda aos investigados, colocaram os procuradores da força-tarefa, em Curitiba, na defensiva.

"Estão tentando um esvaziamento lento e gradual da operação, mas a Lava Jato tem força própria." A opinião do mais antigo dos procuradores da força-tarefa, que investiga a corrupção na Petrobras, Carlos Fernando dos Santos Lima, é fruto de tensão ímpar que tomou o QG da Lava Jato, no sétimo e oitavo andares do Edifício Patriarca, região central de Curitiba, neste início de 2017.

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Às vésperas de completar três anos de investigação, a força-tarefa da Lava Jato está entrincheirada, à espreita do mais pesado bombardeio a enfrentar - fruto da reação de políticos com o avanço dos processos, no Supremo Tribunal Federal (STF), e do "tsunami" que representará a delação premiada da Odebrecht.

Dos três fatores que representam um risco para a Lava Jato, na avaliação de integrantes da força-tarefa, a narrativa propalada para a opinião pública, de abusos jurídicos e de que a operação é a responsável pela crise econômica do Brasil, é o que mais preocupa.

"O sistema político disfuncional é o que atrapalha a economia, não a Operação Lava Jato", diz Lima.

Aos 52 anos e prestes a se aposentar, o tom efusivo e as bochechas avermelhadas do procurador são os sinais mais aparentes da preocupação que aflige a equipe diante desse "inimigo oculto". Formada por 13 procuradores da República, que atuam exclusivamente no caso, a avaliação comum entre membros da força-tarefa é que a "corrupção enfraquece o potencial competitivo da indústria nacional" e, por isso, precisa ser atacada - mesmo que gere um período de efeitos negativos na economia.

"Precisamos resolver isso. É possível manter um bom desempenho econômico por um, dois, cinco anos por conta de commodities, boom no exterior, entrada de dólares. Mas basta uma queda, e o sistema político disfuncional vai se revelar e desestabilizar a situação", diz Lima. Para o procurador, o "sistema disfuncional" é o que usa a corrupção como forma de financiamento político e eleitoral, num ciclo em que empresas abastecem esse caixa paralelo em troca de negócios com os governos. "Mantida a situação atual, de corrupção e deturpação do regime democrático, outras crises econômicas virão", alerta.

Risco

Não é a primeira vez que a Lava Jato se vê sob ataques. Acusações de que o caso Petrobras se sustenta em prisões abusivas, investigações ilegais e que exista um fundo político partidário nas apurações, são algumas das críticas recorrentes.

Foi assim em novembro de 2014 - ano inaugural do escândalo -, quando foram levados para a cadeia os primeiros empreiteiros, em junho de 2015, quando o dono da maior empreiteira do País, Marcelo Bahia Odebrecht, foi preso, ou mesmo em março de 2016, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi levado coercitivamente para depor.

O que diferencia a atual contraofensiva, na avaliação dos investigadores, é que a narrativa que atrela a crise econômica ao trabalho da Lava Jato dá maior força à articulação de parlamentares e políticos investigados.

Associada ao menor interesse das pessoas no caso, com a longevidade do escândalo e a redução das operações ostensivas, com prisões e buscas policiais, e à mudança de discurso de setores que apoiaram as investigações até a destituição da ex-presidente Dilma Rousseff, essa nova ofensiva pode representar o primeiro grande revés.

Em três anos, a operação deflagrada em 17 de março de 2014, por uma força-tarefa do Ministério Público, Polícia e Receita Federais, formada em Curitiba, levou para a cadeia 188 pessoas, entre elas importantes nomes do governo e também proeminentes empresários. Hoje, nas celas da Lava Jato, estão detidos os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu, os ex-deputados Eduardo Cunha e André Vargas e o presidente afastado da maior empreiteira do País, Marcelo Odebreht.

Mudança

Com 38 fases deflagradas e premiada internacionalmente - na entrada do QG há um altar com as tabuletas de honraria - , a Lava Jato em Curitiba entra em uma nova fase, em que as grandes operações de buscas e prisões serão reduzidas, afirmam Lima e o procurador da República Deltan Dallagnol.

Coordenadores da força-tarefa, eles defendem que a sociedade continua a ser o principal "escudo" contra a ofensiva de políticos e demais setores, que tentam minar o avanço das investigações. "É um risco que o interesse comece a cansar as pessoas", avalia Dallagnol.

Para os investigadores, a "Lava Jato, por si, não é capaz de resolver o problema". "Mas ela criou a condição para que se comece a alterar esse sistema político disfuncional e corrupto", diz Lima.

Inconformada com a votação de "Mama" (Ieda) e mais cinco votos, Emilly critica a "falsidade" que as pessoas tiveram com ela. Após a última formação do paredão no domingo (19), Manoel, Vivian e Emilly disutam a permanência na casa do Big Brother Brasil. A irmã gêmea da gaúcha, Mayla, se diz chocada com a indicação da irmã para o paredão, "muita falsidade, mesmo", colocou em seu twitter.

O capixaba foi emparedado pelo Líder Pedro e as sisters tiveram votos dos outros brothers, sendo 6 para a gaúcha e 3 para a manauara. De acordo com o apresentador Thiago Leifert, os dois mais votados disputariam o paredão. O Anjo Ieda imunizou Elis. Em seguida, o Líder Pedro decretou que Manoel seria o emparedado. No Confessionário, Vivian, Daniel, Rômulo, Elis, Ieda e Marinalva votaram em Emilly. A gaúcha votou em Vivian. Manoel votou em Marcos. Roberta votou em Ilmar. E Marcos votou em Vivian.

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Mostrando suas justificativas de voto na Emilly, o diplomata Rômulo disse para Roberta na área externa que "mamão falando é igual cachorro cagando". Por outro lado, Manoel é tombado na web por novamente se enganar com o "tal poder", e a internet não perdoa. De acordo com as regras do jogo, se Manoel tivesse vencido a prova do líder ou o Anjo, poderia passar a imunidade para qualquer pessoa.

Internautas se dividem entre Manoel e Emilly para a próxima eliminação

Com mais de 14 mil comentários e 27 mil interações em curtidas, os internautas foram à loucura com a formação deste paredão. A internauta Emily Marinho postou: "Sabe o que eu acho engraçado? A Vivian dá cada patata no Manoel, todo mundo dentro da casa também já percebeu q a Vivian não está gostando mais do Manoel. Ela não aceita beijo, nem bom dia. Se afasta dele. E dela ninguém fala né? As pessoas deveriam deixar de ser chatas e pensar que se a Emilly sair o Marcos sai tb. Porque vocês querendo ou não, as únicas pessoas que estão do lado do Marcos são Emilly e Ilmar. Fica a dica galera. #foramanoel". 

Outro internauta, Henrique Diniz, também se posicionou: "#ForaEmily. Vamos torcida do Marcos, bora tirar essa garota, engraçado ela combinou votos fez uma articulação pra colocar May e Vivi e tá brava porque combinaram em votar nela. A ninfeta capeta tá mostrando sua verdadeira face! Sai fora". "Esse povo que é votado cisma em chamar o pessoal de falso. Independente da 'amizade', aquilo é um jogo e como já dizem, 'as pessoas querem te ver bem mas nunca melhor que eles', pode ser o melhor amigo lá dentro, uma hora vc vai receber o voto dele", opinou Alessandra Xavier. 

Deputados resistem a votar projeto que permite ao Departamento Médico da Câmara firmar convênios com outros órgãos da administração pública, entre eles o Sistema Único de Saúde (SUS), para estender o atendimento a outras pessoas, além dos parlamentares e funcionários da Casa.

O projeto foi apresentado em julho de 2016 pela Mesa Diretora e prevê que o Departamento Médico poderá celebrar convênios ou acordos de cooperação técnica com órgãos da administração pública para prestar assistência médica, de emergência, de ambulatório e perícias, "vedada a realização de tratamento continuado".

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O departamento presta atendimento médico de emergência e ambulatorial a parlamentares, servidores ativos e inativos e respectivos dependentes legais. Juntos, somam 42 mil pessoas. O setor atende em pelo menos 16 especialidades, além de fisioterapia, nutrição, psicologia e fonoaudiologia.

O departamento também realiza exames de análise clínica, laboratoriais, de radioimagem e cardiológico. Para isso, tem tomógrafo computadorizado helicoidal, adquirido em 2015 por R$ 2,5 milhões, dois aparelhos de ultrassonografia, um de raio x, além de um mamógrafo novo.

Pelo projeto que os deputados resistem a votar, a Câmara poderia, por exemplo, firmar convênio com o SUS ou com outros órgãos do Executivo e tornar disponíveis esses equipamentos para exames quando não estiverem sendo usados pelos parlamentares.

No dia 8, pedido de urgência para votação do projeto chegou a ser pautado no plenário da Câmara, mas não foi aprovado por falta de quórum. Apenas 227 parlamentares votaram a favor da urgência, menos do que os 257 votos mínimos necessários.

Foram 75 votos contrários à urgência. A maior resistência foi encontrada no PR e no PRB, que deram, cada um, 12 votos contra, seguido pelo PSB, com 11 votos. A urgência também encontrou resistência na oposição. Todos os cinco deputados do PSOL presentes no plenário, por exemplo, votaram contra.

Sem a urgência aprovada, a decisão de pautar o projeto em plenário caberá ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que já declarou ser favorável à proposta.

Discussão

Deputados contrários à proposta argumentaram que o atendimento do Departamento Médico da Câmara não tem condições de ser expandido, pois está sobrecarregado. "E atendimento médico é para funcionários e parlamentares em caso de urgência, e não para atender o povo. Então, o PR vota contra, porque posto de saúde daqui não tem nada a ver com posto de saúde público", disse o deputado Delegado Edson Moreira (MG).

Para o deputado Silas Câmara (PRB-AM), é preciso debater o assunto "com calma". "Se quiser fazer convênio, faça de forma clara, para os terceirizados, para quem quiser. Mas hoje o departamento médico está pedindo socorro, e é um absurdo que venha em forma de terceirização. Essa Casa já perdeu demais."

Defesa

Alguns parlamentares saíram em defesa do projeto. "Como pode ter um equipamento desses e não poder atender? Me dá desespero ver máquinas de última geração e uma fila gigante de criança e idoso precisando de exames", afirmou ao Broadcast Político Beto Mansur (PRB-SP), que era 1º secretário da Câmara quando o tomógrafo foi comprado.

"Não acredito que os parlamentares dessa Casa e o coletivo de servidores vão usar o tomógrafo com toda sua demanda e capacidade, nem mesmo os mamógrafos, porque eles têm, sim, condições de, no recesso, no dia em que não estivermos aqui, serem tornados disponíveis", afirmou a deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), durante discussão em plenário.

A Câmara informou que o Departamento Médico realizou, no ano passado, 107.187 atendimentos, que incluem consultas, pequenas cirurgias, atendimentos de emergência e exames - média de 8,9 mil procedimentos por mês.

No Distrito Federal, nove mil pessoas estão na fila para fazer exame de mamografia, de acordo com a Secretaria da Saúde. Já para tomografia, a fila é ainda maior: 14 mil pessoas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com sua construção iniciada no ano de 1833, pelo engenheiro francês Louis Léger Vauthie, a Avenida Caxangá, quase 200 anos depois, parece ainda não ter sido concluída. Dividida em duas vias de sentidos opostos, a segunda maior avenida em linha reta do Brasil vem sofrendo transformações estruturais que, além de afetar a mobilidade urbana da região, interfere na realidade de quem optou por morar às suas margens. Na contramão da especulação imobiliária e dos efeitos negativos, residências históricas e afetivas da avenida ainda resistem. 

Originalmente formada por um corredor enfileirado de residências, a avenida encontra-se tomada por dezenas de estabelecimentos comerciais, casas funerárias, farmácias e agências de veículos, além de edifícios tão altos que se perdem no horizonte. Tornou-se uma avenida quase sem vizinhos. Apesar dos 6,2 quilômetros de extensão, restaram na Caxangá aproximadamente dez casas habitadas. 

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Principal eixo de ligação do Recife com a Zona Oeste e alguns municípios do interior pernambucano, a via não é considerada uma região de alto custo de vida. Mesmo assim, segue o padrão de outras regiões do Recife e já denota uma crescente na construção de grandes edificações. "A avenida espelha a cidade como um todo. Os problemas que ela está começando a viver são uma realidade em outras áreas da capital pernambucana", explicou o arquiteto José Luiz Mota Menezes, presidente do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.

Memória e afeição

Contrastando com o ambiente cinzento e urbano da via, a casa herdada pela aposentada Eliane Holanda, 59 anos, é sinônimo de resistência. Com a pintura amarela forte nas paredes do lado de fora, muros baixos e bem arborizada, a residência fica localizada na parte central da avenida. Eliane herdou o imóvel da avó e conta que até o casamento da mãe foi realizado nas dependências da casa. 

Além da afeição pelas memórias vividas durante toda sua infância e adolescência no local, a aposentada diz não haver comparação com a vida dentro de um apartamento, em que mal se conhece o vizinho de porta. "As vezes eu tô lavando os pratos na minha cozinha, aí eu olho pra o meu pé de pitanga, ouço um sabiá. Pra  mim, isso é agradável. Eu nunca vou ter isso em um prédio. Gosto desse contato com a natureza que essa casa me proporciona".

Atualmente, Eliane mora com as duas filhas, mas faz questão de dizer que as galinhas, os patos e o seu pé de manga também são parte da família. A filha mais nova, Taciana Holanda, 24, segue o pensamento da mãe e também não deseja se mudar. "Eu cresci aqui e o normal pra mim é isso. O som dos carros passando, a movimentação intensa e os mesmos vizinhos desde sempre", contou. Ao lado da casa de Eliane, restaram apenas duas residências.

Vizinho de Eliane, o aposentado Humberto Veiga, morador na Caxangá desde 1972, diz ter acompanhado as mudanças na avenida e o desaparecimento das residências o entristece. "Eu acho que a chegada dos prédios e do comércio são fatores importantes para o sumiço das casas. Não só por tomarem o lugar delas, mas sim porque a avenida não comporta tanta gente e a qualidade de vida da gente se perdeu um pouco". 

 

Corrida imobiliária e legislação defasada

Construções avessas à realidade da paisagem atual da Caxangá, as casas preservam a arquitetura mais antiga e causam até curiosidade de como é viver às margens da via. Na corrida imobiliária, Humberto e Eliane também não escaparam das ofertas tentadoras.

A aposentada relembra que já recebeu uma proposta para se aliar aos vizinhos e ceder a área dos três imóveis para uma construtora. "Eu nem fiquei balançada, eu me recuso a sair daqui. Eu tenho um apartamento na praia de Boa Viagem e não troco a minha casa. Talvez com a idade eu possa me mudar para um prédio pela segurança, mas não sei", disse.  


De acordo com o arquiteto José Luiz Mota Menezes, a situação atual da avenida é preocupante, principalmente pela chegada dos grandes prédios e a falta de estrutura na via para comportar todos os veículos que por lá passam diariamente. 

"Em um prédio com mais de doze andares, com vários apartamentos por piso, são muitas famílias e, consequentemente, mais carros disputando espaço na via todos os dias". Para ele, o problema é quando as construtoras planejam as edificações e não levam em conta a área em que serão implantados. "Não há planejamento do empreendedor sobre os impactos da construção na região e isso é um fenômeno nacional", lamentou. 

No Recife, a Lei de Ocupação e Uso do Solo (Luos), sancionada em 1996, e o Plano Diretor, revisto em 2008, são os instrumentos utilizados no planejamento urbano da cidade. "Essas duas legislações estão ultrapassadas e defasadas. Elas não levam em conta o bem-estar de toda uma região e a logística da construção", argumentou Mota. Ele denuncia ainda que quase não existe interferência das gestões municipal e estadual no que se refere a construções na capital pernambucana.  

"O recife está todo feito segundo leis absurdas, sem planejamento. A Caxangá já está sendo vítima disso também. Não há solução para essa problemática se não houver uma separação entre a política e os interesses dos empreendedores", pontuou. 

Por outro lado, enquanto tiver saúde, Eliane pretende resistir ao apelo da construção civil e preservar as boas memórias afetivas de sua casa. "A minha liberdade e o contato com a natureza não têm preço".

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