O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (21) que seu país não é um defensor do regime do presidente sírio Bashar Assad e quer ver um governo democraticamente eleito na Síria, mas manteve a postura de Moscou de que um acordo de paz só pode ser alcançado através de negociações. O comunicado de Putin, feito ao final de uma reunião em Bruxelas com líderes da União Europeia, pareceu um tentativa do presidente russo de se afastar do seu antigo aliado. Assad enfrentou recentemente derrotas nos campos de combates e um isolamento internacional progressivo. Putin também criticou a política europeia de energia, a qual ele afirmou ser "discriminatória" contra a Gazprom, gigante russa do gás natural.
Mas Putin não deu indicações de que Moscou poderá mudar sua postura e parar de bloquear as sanções internacionais contra o regime sírio. Ele disse que uma paz duradoura na Síria poderá ser alcançada apenas através de um acordo de paz que garanta a proteção dos vários grupos religiosos e étnicos que fazem parte da população síria.
##RECOMENDA##A Rússia tem usado seu poder de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) desde o primeiro semestre de 2011, quando começaram os protestos contra Assad e a repressão do governo, que levaram a uma escalada do conflito sírio. A China também usou seu poder de veto para bloquear as sanções ao governo sírio.
Mas a principal preocupação de Putin na reunião com os líderes europeus pareceu ser a regulamentação europeia dos mercados de energia, a qual ele considerou discriminatória contra a estatal russa de gás natural, Gazprom. A UE alertou a Rússia de que a Gazprom precisará permitir que outras produtoras de gás possam usar o gasoduto South Stream, como parte das novas regulamentações. A Rússia considera o South Stream como chave para sua estratégia de fortalecer o fornecimento de energia à Europa, seu mercado mais importante. A UE proíbe que grandes fornecedores de gás detenham o controle dos gasodutos. Atualmente, a UE compra um quarto do gás natural que consome da Rússia.
As informações são da Associated Press.