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Após requisição ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo federal justificou as violações de medidas restritivas cometidas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia.

O ministro havia dado cinco dias para que o governo se manifestasse em uma ação movida pelo PSDB para obrigar Bolsonaro a seguir as recomendações sobre uso de máscara e distanciamento social. O partido afirma que o presidente age 'em flagrante desvio de finalidade' ao descumprir orientações da própria administração pública federal, como o Ministério da Saúde e a Anvisa.

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Em 15 páginas, o governo diz ter adotado 'diversas ações' para enfrentamento da covid-19 e defende ser 'dispensável' qualquer ordem judicial que se sobreponha aos decretos vigentes.

"A adoção de medidas pelo Governo Federal, capitaneadas pelo Chefe do Poder Executivo Federal, têm por escopo combater o novo coronavírus, o que, por si só, afasta a alegação de irresponsabilidade imputada ao Presidente da República quanto à observância de medidas necessárias ao enfrentamento da pandemia", diz um trecho do documento.

Um levantamento publicado em março pelo Estadão mostrou que, desde o início da pandemia, o presidente promoveu pelo menos 41 cerimônias com aglomeração no Palácio do Planalto. Nos eventos públicos, Bolsonaro apareceu sem máscara de proteção, item indispensável para evitar a contaminação em massa. No mês passado, em viagem ao Maranhão, ele chegou a ser multado pelo governo Flávio Dino (PCdoB) por descumprir as medidas sanitárias para enfrentamento da pandemia em vigor no Estado.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu cinco dias para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se manifestar em uma ação movida pelo PSDB para obrigá-lo a seguir as recomendações sobre uso de máscara e distanciamento social na pandemia.

"São graves as alegações trazidas pelo Partido requerente. Sem descurar da urgência que as questões afetas à saúde pública reclamam, a oitiva da Presidência da República no curto prazo fixado em lei pode contribuir para delimitar o quadro descrito", diz um trecho do despacho.

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Ele vai ouvir o presidente antes de decidir sobre o pedido da sigla para determinar que Bolsonaro seja multado caso descumpra as medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde para frear o avanço do novo coronavírus. O ministro também solicitou pareceres da Advocacia Geral da União e da Procuradoria Geral da República.

Ao Supremo, o PSDB afirma que as recomendações da própria administração pública federal, como o Ministério da Saúde e a Anvisa, são claras sobre a necessidade de usar máscaras e álcool gel e evitar aglomerações. Na avaliação do partido, o presidente age 'em flagrante desvio de finalidade' ao descumprir as orientações.

"Ao desrespeitar de modo contumaz as medidas sanitárias, e incentivar a população a descumpri-las, afirmando tratar-se de 'frescuras' e 'mimimi', o próprio Presidente cria um grave risco de saúde pública para o povo - povo esse cujo bem-estar tem por maior garantidor e responsável a figura do Presidente", afirma a legenda.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu que o Supremo Tribunal Federal (STF) arquive a ação movida pelo Partido Verde (PV) contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo monitoramento das atividades de parlamentares e jornalistas nas redes sociais.

Em manifestação enviada ao gabinete da ministra Cármen Lúcia, relatora do processo, Aras disse que os relatórios produzidos pela Secretaria de Governo e pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência são regulares.

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"Não há inconstitucionalidade nenhuma no fato de a administração pública querer ficar atenta ao que falam", escreveu.

O chefe do Ministério Público Federal disse ainda que a produção dos documentos não configura 'espionagem' de parlamentares e jornalistas.

"É claro que o Estado não pode monitorar quem quer que seja - principalmente parlamentares e jornalistas -, confeccionando dossiês secretos, para fins de perseguição política ou algum outro tipo de constrangimento pessoal. Conduta como essa não encontra respaldo num Estado democrático de direito. Não é o que se vê, porém, nos autos desta ADPF. Como dito, cuida-se de trabalho de comunicação digital que se utiliza de dados inteiramente públicos (fontes abertas) e com finalidade de atender ao interesse público", acrescentou Aras.

Em janeiro, ministro Luiz Eduardo Ramos (Governo) e o então secretário Fábio Wajngarten (Comunicação da Presidência) enviaram documentos produzidos por suas equipes e um parecer jurídico elaborado pela Advocacia-Geral da União (AGU) negando irregularidades. Nos ofícios, afirmaram que os relatórios foram produzidos para 'planejamento, desenvolvimento e execução de soluções de comunicação digital' e negaram intenção de 'espionar parlamentares ou jornalistas'.

As secretarias argumentaram ainda que os dados colhidos são públicos, já que foram veiculados em perfis abertos nas redes sociais. Apesar disso, os relatórios são cobertos por sigilo. Segundo as manifestações, o material não é divulgado, porque publicar o 'refinamento' das informações seria 'adentrar na metodologia de trabalho da empresa prestadora de serviço'.

A ação foi aberta depois que reportagens publicadas pela Revista Época relevaram a existência dos relatórios. Ao STF, o PV afirmou que o monitoramento ameaça a liberdade de expressão e constitui desvio de finalidade, na medida em que uma empresa privada foi contratada com verba pública para prestar o serviço. De acordo com as reportagens, ao menos 116 parlamentares tiveram as redes monitoradas a pedido das secretarias entre os meses de fevereiro e abril do ano passado. O trabalho de acompanhamento seria registrado em boletins diários entregues aos órgãos federais.

Esta não é a primeira vez que as redes sociais de jornalistas são monitoradas a pedido do governo. No final do ano passado, um relatório semelhante foi revelado pelo portal UOL. No documento, os profissionais de imprensa e influenciadores foram classificados como 'detratores' do governo Bolsonaro, do Ministério da Economia e/ou do ministro Paulo Guedes, 'neutros informativos' e 'favoráveis'.

O líder da Minoria na Câmara dos Deputados, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) disse neste domingo, 30, que apresentou ação popular na Justiça Federal pedindo o afastamento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. "Por usar o Ministério do Meio Ambiente para proteger madeireiros e garimpeiros ilegais. Também pedi a abertura de CPI na Câmara. Temos que deter a devastação e o extermínio dos povos indígenas", escreveu Freixo em sua conta oficial do Twitter.

Em uma série de publicações, Freixo afirmou que a destruição na terra indígena Munduruku cresceu 363% em dois anos, atribuindo a destruição ao garimpo. "Milhares de indígenas estão desenvolvendo doenças graves e morrendo por causa da contaminação por mercúrio. Está em curso um genocídio patrocinado pelo governo Bolsonaro", disse Freixo.

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O deputado federal afirmou também que lideranças indígenas estão sendo assassinadas. "Há uma escalada de violência sem precedentes. Lideranças estão sendo assassinadas, aldeias estão sendo destruídas, criminosos avançam sobre as reservas e a covid está matando ante a indiferença do governo", acrescentou Freixo.

O Governo do Estado de Pernambuco lançou, na manhã desta quarta-feira (19), o Programa Professor Conectado que visa disponibilizar mais de 21 mil computadores para profissionais da educação da rede estadual, além de um pacote de internet no valor mensal de R$ 50 para cada docente.

O programa, que será encaminhado para aprovação na Assembleia Legislativa, conta com um investimento de R$ 115 milhões para aquisições de equipamentos de informática. De acordo com o governador Paulo Câmara, esse investimento será “um grande estímulo à economia”.

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Os professores poderão escolher o computador de sua preferência dentro dos pré-requisitos, parâmetros e configurações mínimas estipuladas pela Secretaria de Educação e Esportes do Estado. “Entendemos que também teríamos que olhar e dar uma garantia cada vez maior ao professor de ter ferramenta para que ele possa preparar suas aulas, para que ele possa ter um banco de dados adequado e, para que ele possa também, neste ambiente de pandemia, utilizar de equipamentos para que essas transmissões on-line aconteçam de maneira mais adequada”, disse o governador.

O oitavo capitulo de uma das mais populares franquias da Capcom, "Resident Evil Village", mescla de tudo que a saga ofereceu ao longo dos anos, como elementos de horror, sobrevivência e ação. O título está disponível no PC, por R$ 179,99, e também nos consoles PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series X/S, por R$ 249.

O game é uma sequência direta de "Resident Evil 7: Biohazard" (2017) e marca o retorno do protagonista Ethan Winters. Após os eventos do sétimo título, o personagem se casou com Mia e teve uma filha, Rosemary. Tudo parecia bem até o momento em que Chris Redfield, de "Resident Evil 1" (1996), invade a casa, atira na esposa de Winters e sequestra a filha do casal. Cabe ao jogador descobrir o que levou Chris a tomar essas atitudes e todo o mistério que envolve o vilarejo que ambienta o jogo.

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No game anterior, a Capcom resgatou o estilo de terror característico dos primeiros jogos da franquia e, embora tenha agradado antigos fãs, a decisão aborreceu muitos jogadores que preferiam a dinâmica de ação presente a partir de "Resident Evil 4" (2005). Com "Village", a produtora tenta abraçar toda a base de fãs.

Homenagem a "Resident Evil 4"

Amantes do quarto jogo da saga ficarão familiarizados em "Village", pois o game não esconde as influências de "Resident Evil 4", como a composição do cenário, semelhança na ordem dos eventos, inventário de armas, simplicidade dos puzzles e alternância entre os momentos de ação e terror. Embora o título adote a mesma perspectiva de câmera em primeira pessoa, vista no sétimo capitulo, a jogabilidade foi adaptada para tornar os controles mais precisos, o que facilita nos confrontos com os inimigos.

O arsenal de armas também foi expandido se comparado ao game anterior. Desta vez, o jogador terá à disposição diversos tipos de berettas, revólveres de alto calibre, escopetas, metralhadoras, um lança granadas e um rifle de precisão. Todas as armas podem ser personalizadas com o dinheiro coletado ao longo da aventura, por meio da loja do vendedor Duke. Além disso, também é possível utilizar diversos explosivos, como granadas, dinamites e minas terrestres.

Os inimigos de "Village" foram os maiores alvos de críticas no lançamento do game, pois se distanciam dos clássicos zumbis que popularizaram os primeiros jogos e colocam o jogador contra lobisomens. Embora pareça uma mudança de foco, a ideia continua dentro da proposta de arma biológica, que sempre foi o centro da história de "Resident Evil". Vale lembrar que o título original da franquia em japonês é Biohazard (Risco Biológico).

Não serão apenas os lobisomens que atormentarão o jogador na aventura. Também estarão presentes inimigos voadores, ciborgues e alguns espécimes que se movimentam por extinto, semelhante aos zumbis, mas que atacam de maneira parecida com os ganados de "Resident Evil 4". Os chefes do jogo também contribuem para diversificar o gameplay, em destaque a Lady Dimitrescu, que resgata a síndrome de perseguição e se assimila ao Mr X, de "Resident Evil 2 Remake" (2019).

Embora apresente inimigos variados e chefes criativos, o jogo peca na dificuldade dos enigmas e quebra-cabeças, uma vez que a maioria deles são de simples resolução. O game possui um mapa que se divide em diferentes áreas. Cada uma delas deve ser explorada no clássico modelo de leva e trás de itens, ou seja, diversas portas estarão trancadas e cabe ao jogador encontrar todas as chaves para liberar o caminho. Ao desbravar o cenário, será possível encontrar tesouros e itens, que podem ser utilizados para melhorar o armamento, criar munição ou kits médicos e, consequentemente, facilitar os desafios da jornada.

"Village" dispõe de três níveis de dificuldades: o Casual, para aqueles que desejam apenas curtir a história do game; o Padrão, recomendado para os que vão iniciar o game pela primeira vez; e o Intenso, que torna os inimigos mais resistentes e mortais. Ao zerar o game uma vez, o jogador poderá iniciar um novo jogo em qualquer dificuldade, e terá acesso a todas as armas e melhorias coletadas no save anterior. Este será um bom momento para escolher o modo Intenso.

Além do reaproveitamento de armas, serão habilitados alguns bônus que estendem a vida útil do game, como a possibilidade de comprar novos armamentos, adquirir munição infinita, e habilitar o clássico mini game "Mercenários", que retorna para a franquia após ter aparecido pela última vez em "Resident Evil 6" (2012). Neste modo, o jogador deve matar o maior número de inimigos dentro de um limite de tempo e conquistar a melhor pontuação. Os pontos obtidos podem ser utilizados para desbloquear algumas armas exclusivas.

"Resident Evil Village" tem em média 10 horas de gameplay, mas, por conta dos bônus, a vida útil pode ser estendida. O game também explica muitos pontos do capitulo anterior, ao mesmo tempo que deixa outras lacunas para futuras sequências. Em um ano em que a indústria dos games passa pela transição de gerações de consoles, o novo título da Capcom é um forte concorrente a melhor jogo do ano.

Em manifestação enviada à Justiça Federal, a primeira desde que a ação penal envolvendo doações da Odebrecht ao Instituto Lula foi enviada de Curitiba para o Distrito Federal, o Ministério Público Federal (MPF) defendeu nova transferência do caso, desta vez para São Paulo.

O processo foi parar na capital federal por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou a 13ª Vara de Curitiba incompetente para julgar as acusações da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) em quatro ações distintas, por entender não haviam conexão direta com a Petrobrás. O plenário ainda não terminou de votar todos os efeitos da liminar, mas os ministros já formaram maioria para confirmar o entendimento de Fachin e manter as ações em Brasília.

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No entanto, na avaliação da Procuradoria da República no Distrito Federal, como a sede do Instituto Lula fica na capital paulista e os réus moram em São Paulo, o processo deveria ser remetido à Justiça Federal no Estado. A mesma posição já havia sido externada pela Procuradoria-Geral da República junto ao Supremo Tribunal Federal. Por enquanto, a ação está nas mãos do juiz Ricardo Augusto Soares Leite, substituto da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, que absolveu o petista em 2018 em outro caso.

O procurador Peterson de Paula Pereira, que assina a manifestação, afirma ainda que, embora tenham definido Brasília como foro adequado para processar o caso, os ministros do STF apontaram que o juízo de primeiro grau poderia reavaliar a questão da competência.

A ação em questão mira repasses de R$ 4 milhões da Odebrecht entre novembro de 2013 a março de 2014 ao Instituto Lula. A Lava Jato afirma que as doações se tratavam, na verdade, de propinas que teriam sido quitadas da subconta 'amigo', associada ao ex-presidente na planilha 'Italiano' do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira. Lula se tornou réu nesta ação em outubro do ano passado junto do ex-presidente do Instituto, Paulo Okamotto.

A bancada do PT na Câmara ingressou com uma ação no Tribunal de Contas da União (TCU) para suspender o processo de privatização da Eletrobras. Segundo os parlamentares, a Medida Provisória nº 1.031/2021, que inclui a empresa no Programa Nacional de Desestatização e encarrega o BNDES de acompanhar e executar o processo de privatização, seria inconstitucional por não contar com a análise do Poder Legislativo.

A representação afirma que a MP "promove verdadeiro desperdício de recursos públicos" por autorizar a contratação de empresas para "avaliação, modelagem e outros serviços profissionais especializados" sem a avaliação do Congresso. "Trata-se do retrato do desperdício de verbas públicas, com o qual não se pode concordar", diz o documento.

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"A insistência no processo de privatização da Eletrobras em descompasso com a autorização legislativa, em momento inadequado que fatalmente levará a prejuízos ao erário, para além do desrespeito a textos legais, caracterizam graves violações a princípios administrativos, notadamente os da moralidade, legalidade e impessoalidade", afirma a ação.

Os parlamentares pedem ao TCU que sejam suspensos todos os processos que envolvam a venda de ativos da estatal e investigados os contratos firmados pelo BNDES no âmbito do processo.

O relator da Medida na Câmara, deputado federal Elmar Nascimento (DEM-BA), afirmou que apresentará seu parecer ainda nesta semana. Segundo ele, o relatório atenderá aos desejos do Executivo e do Congresso.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, encaminhou parecer ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, pedindo o arquivamento de notícia-crime apresentada pela Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil contra o deputado Ivan Valente. A entidade imputava ao parlamentar supostos crimes contra a honra do presidente, além de delito previsto da Lei de Segurança Nacional, em razão de publicações que chamavam o presidente Jair Bolsonaro de ‘criminoso’, ‘golpista’, ‘miliciano’ e ‘genocida’ em razão da conduta do chefe do Executivo frente à pandemia da covid-19.

Em manifestação enviada à corte Suprema na sexta-feira, 16, Aras considerou que Valente se limitou a ‘tecer críticas, embora duras, taxativas e categóricas, à atuação de Bolsonaro enquanto Chefe de Governo’. "Como bem colocado na resposta preliminar (do deputado), ‘as expressões foram apresentadas em contexto eminentemente política e tiveram como destinatário figura pública'", registra o PGR no parecer.

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Para Aras, as declarações de Valente se enquadram no papel de fiscalização, ‘em sua acepção ampla, cabível ao Poder Legislativo’. "A despeito do incisivo teor das críticas tecidas pelo noticiado, com o emprego de adjetivos nada afáveis, a circunstância de serem elas relativas à representação parlamentar obsta a tomada de quaisquer medidas persecutórias", ponderou ainda o chefe do Ministério Público Federal.

Aras já havia se manifestado contrariamente a um outro pedido similar da Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil. A entidade também imputou crimes contra a honra do presidente e delitos previstos na LSN à deputada Joice Hasselmann, ex-aliada de Bolsonaro. No documento enviado no último dia 7 ao ministro indicado pelo presidente, Kassio Nunes Marques, Aras considerou que ‘inexistiam condições para a instauração de ação penal’

"As declarações da parlamentar foram proferidas num contexto de debate político, consubstanciadas em críticas, ainda que mordazes e ríspidas, à atuação dos seus adversários, cuja ideologia é antagônica à sua própria, o que revela não estarem tais falas dissociadas do exercício do seu mandato parlamentar. Todas as falas descritas na exordial têm por contexto atos políticos, tais como as disputas pela liderança do partido a que pertence, o rompimento com a ala de seus pares que apoiam o governo federal e a aliança com diversos partidos, outrora opositores, com o objetivo de garantir a eleição de seus aliados para a presidência de cada uma das Casas Legislativas", ponderou o PGR.

A Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil ainda acionou o Supremo contra outros parlamentares, também com base na Lei de Segurança Nacional e em razão de publicações com críticas a Bolsonaro. Entre os alvos da entidade estão: o deputado Paulo Pimenta, caso sob relatoria da ministra Cármen Lúcia; a deputada Talíria Petrone, caso sob relatoria da ministra Rosa Weber; e o deputado Marcelo Freixo, caso sob relatoria de Kassio Nunes Marques.

Há ainda uma outra petição apresentada pela entidade, contra o senador Randolfe Rodrigues, que já foi resolvida no STF. A OACB também imputava ao parlamentar suposto crime contra a segurança nacional por ter chamado o presidente de genocida, considerando suas ações no combate à covid-19. O ministro Luís Roberto Barroso extinguiu o pedido por considerar que a entidade não tem legitimidade para pedir investigação em razão de suposto crime contra a honra do presidente da República.

Nesta segunda-feira (19), a Marvel Studios divulgou o primeiro trailer do filme "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis". A nova produção traz uma faceta ainda não apresentada no universo cinematográfico dos heróis. O público conhecerá o mestre de kung-fu Shang-Chi (Simu Liu) em uma jornada de autoconhecimento, enquanto foge da organização criminosa de ninjas liderado pelo Mandarim (Tony Leung Chiu-Wai). Veja:

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O roteiro é de Dave Callaham, que já escreveu outros filmes de ação, como "Os Mercenários" (2010) e "Godzilla" (2014). A direção está nas mãos de Destin Cretton, que esteve à frente de dois filmes com Brie Larson no elenco, "O Castelo de Vidro" (2017) e "Luta por Justiça" (2020) este último protagonizado por Michael B. Jordan. A previsão de lançamento para o novo filme da Marvel no Brasil é 2 de setembro, um dia antes da estreia mundial.

O personagem Shang-Chi foi criado pelos quadrinistas Steve Englehart e Jim Starlin, em 1973, na era de bronze dos quadrinhos, quando Bruce Lee (1940-1973) fazia sucesso e repercutia no mundo com filmes de artes marciais. Os poderes de Shang-Chi são concentrados nas habilidades adquiridas por meio das lutas chinesas. Assim, o novo herói possui força, velocidade e precisão em níveis sobre-humanos.

O filme aborda a história solo do personagem e dá sequência ao universo compartilhado da Marvel. O último lançamento neste formado foi "Homem Aranha: Longe de Casa" (2019). No planejamento do estúdio, o filme projetado para ser lançado em breve é "Viúva Negra", com estreia programada para 9 de julho.

“Campinápolis está mais colorida a partir de hoje” foi o que escreveu em suas redes sociais o advogado e procurador de Campinápolis, no Mato Grosso, Yann Dieggo Souza, de 35 anos. Sem tratar a própria sexualidade como tabu, o procurador do município é gay e resolveu pintar a lateral da própria residência com as cores do arco íris, simbolizando a bandeira LGBTQI+. A ação foi uma forma de se posicionar contra o preconceito e violência contra a minoria na cidade interiorana. O muro foi finalizado no último dia 31 de março e rendeu muitos elogios dos seguidores de Yann.

“Em meio a pandemia, com tantas notícias ruim, aproveitei o mês em que se comemora o orgulho LGBTQI+, para dar vida ao muro lateral de casa. Campinápolis-MT está mais colorida a partir de hoje”, escreveu em seu perfil pessoal no Instagram.

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Residente na cidade há apenas dois anos, morava em Novo São Joaquim desde 2009 e só se mudou após a aprovação em concurso público que lhe garantiu o cargo de Procurador Jurídico. Dieggo obteve a melhor nota geral englobando todos os cargos do concurso. No entanto, apesar das conquistas, relata tristes episódios de discriminação.

"Em uma oportunidade, disseram para uma amiga minha, também advogada: 'Como deixaram um gay passar no concurso público para defender o Município?'", conta o Yann ao relembrar os episódios de homofobia que perpassam seus 13 anos atuando no judiciário. Segundo o procurador, ainda é comum encontrar relatos preconceitos de pessoas que vivem no município.

Ele também diz que só passou a perceber a homofobia “velada” com o tempo e que se acostumou a ter o intelecto e a índole questionada por aspectos relacionados à sua sexualidade.

Em entrevista ao portal de notícias local Mixagora, o advogado relembra as Eleições Municipais de 2020 e conta que um dos candidatos a vice-prefeito, Dr. Rafael Pereira Lopes (PSC), chegou a sofrer com comentários homofóbicos dentro de grupos de WhatsApp focados no debate político da região.

"Fizeram inúmeras piadas ofensivas com um candidato, só porque ele havia tirado uma foto em um bloco de carnaval, com roupas coloridas. Nas ofensas diziam que se ele ganhasse, iria trazer a Parada Gay para o município, e que a ExpoCampi se transformaria em Campigay", finalizou Yann.

 

Anitta já começou a divulgar seu próximo disco, Girl from Rio, através de suas redes sociais. Em uma série de posts no Instagram, a cantora vem falando sobrea cultura do Rio de Janeiro, como o samba e o Carnaval, e dando destaque à mulheres cariocas, como ela. Uma das homenageadas foi a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. 

Os posts, legendados em inglês, trazem fotos de praias cariocas e algumas de suas tradições, como o bloco Cacique de Ramos e o Carnaval. Além disso, Anitta vem destacando algumas mulheres cariocas, de diferentes segmentos, entre elas, a atriz Taís Araújo, a jornalista Nathalia Santos, e as modelos Helô Pinheiro e Nilma Duarte. As publicações trazem pequenas biografias de cada personalidade acompanhada da frase: “She is a girl from Rio”, ou “Ela é uma garota do Rio”. 

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Uma das homenageadas de Anitta, foi a vereadora Marilene Franco, assassinada em 2018. No post, lê-se: “Ela nunca se calou e levantou importantes questões em sua carreira política. Até março de 2018, quando foi morta a tiros no Rio de Janeiro. Seus familiares têm buscado justiça por três anos e o Brasil quer saber: quem mandou matar Marielle Franco?”. Nos comentários, Anitta foi muito elogiada pela atitude: “Gostaria de dizer que você é muito maravilhosa Anitta”; “Nosso orgulho”; “Obrigado, Anitta”. 


 

A fila de legendas que pedem, no Supremo Tribunal Federal (STF), a derrubada da Lei de Segurança Nacional (LSN) continua crescendo. Desta vez, foi o Cidadania que enviou uma ação contra o dispositivo.

O partido argumenta que a lei é inconstitucional e pede sua anulação total ou, como solução alternativa, que o tribunal declare que ela só pode ser usada para proteger instituições democráticas - e não pessoas físicas em cargos públicos - ou grupos vulneráveis, como vítimas de crime de racismo e intolerância religiosa. Mesmo nesses casos, a sugestão é que a aplicação seja permitida apenas em contextos de incitação real ao dano, afastando a possibilidade de uso contra o exercício regular de direito de crítica.

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A ação deve ser distribuída ao ministro Gilmar Mendes, que já é relator de pedidos semelhantes formalizados pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), além de uma ação conjunta do Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que pedem desde a derrubada parcial até a anulação total da lei.

A Lei da Segurança Nacional foi sancionada em 1983, durante a ditadura militar, pelo presidente João Figueiredo, para listar crimes que afetem a ordem política e social - incluindo aqueles cometidos contra a democracia, a soberania nacional, as instituições e a pessoa do presidente da República.

Um levantamento do jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o número de procedimentos abertos pela Polícia Federal com base no dispositivo aumentou 285% nos primeiros dois anos da gestão bolsonarista em comparação com o mesmo período dos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).

Entre 2015 e 2016 houve um total de 20 inquéritos. Na primeira metade da administração Bolsonaro, o número saltou para 77 investigações.

Houve pedidos de investigação contra o advogado Marcelo Feller, o ilustrador Renato Aroeira, os jornalistas Ricardo Noblat e Hélio Schwartsman e até contra Gilmar Mendes - todos por críticas à gestão da pandemia.

A empreitada é 'equivocada', segundo constitucionalistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo.

O uso da Lei de Segurança, no entanto, não se restringe ao governo. O próprio STF recorreu ao dispositivo para justificar a abertura do chamado 'inquérito das fake news', que investiga notícias falsas, ofensas e ameaças contra os ministros do tribunal, e para determinar a prisão do deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ). Juristas veem 'instrumento de perseguição' e têm defendido a reforma na LSN.

Entre interlocutores do presidente da República, Jair Bolsonaro, a expectativa é que o Supremo se manifeste sobre a validade da Lei de Segurança Nacional e crie 'uma régua', que valha não apenas para o uso que o Executivo faz da LSN, mas que sirva para o próprio tribunal. Na avaliação do governo, não há uso excessivo da legislação.

Além de ter gerado uma corrida ao Supremo Tribunal Federal, com ações apresentadas por partidos de oposição, centro e até da base do governo para derrubar trechos da lei, o desenterro da LSN também provocou reação do lado oposto da Praça dos Três Poderes: há pelo menos 23 projetos de lei protocolados no Congresso que voltaram a repercutir nas Casas Legislativas.

Os mais recentes foram formalizados pelo senador Cid Gomes (PDT-CE), que propõe a derrubada da lei e, para evitar uma lacuna na legislação, a aprovação novos mecanismos de preservação da ordem e da democracia na forma de um estatuto mais enxuto, e pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), que sugere a criação da Lei em Defesa do Estado Democrático de Direito no lugar da LSN. Caso seja a lei seja derrubada pelo Supremo, a edição de um novo texto, para substituir o atual, cabe ao Congresso.

Após perder ação de danos morais contra três ex-jornalistas da revista Época, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve de pagar R$ 31.940,14 em honorários ao advogado deles. A intimação para o pagamento foi feita no último dia 23 e este foi realizado no dia seguinte.

Lula entrou com ação na Justiça em 2015. Na edição 882 daquele ano, a revista publicou a matéria de capa "Lula: o operador", na qual revelou uma investigação da Procuradoria no Distrito Federal para apurar se o petista teria atuado para favorecer a Odebrecht em contratos na América Latina e na África com dinheiro do BNDES. O texto foi assinado por Thiago Bronzatto e Filipe Coutinho, enquanto Diego Escosteguy era editor-chefe da revista.

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"A matéria está repleta de falácias e afirmações vis - todas, sem exceção de uma sequer - divorciadas das práticas éticas e sensatas do bom jornalismo. (Os autores da reportagem) imputaram a Lula a prática de conduta criminosa sem um fiapo sequer de prova", afirmava a ação, protocolada na 12ª Vara Cível de Brasília. O advogado do ex-presidente argumentou que a investigação se baseou na representação feita pelo procurador da República Anselmo Lopes, mas que ela não possuía fundamento probatório. Disse, ainda, que a liberdade de expressão não é absoluta e que o uso do termo "operador", serviu para ofender a imagem e a honra de Lula.

Não foi o que considerou o juízo de Brasília. "A matéria impugnada pela parte autora versa sobre assunto de interesse público, sendo verificado o conteúdo jornalístico do texto, sobressaindo o 'animus narrandi' e não 'animus injuriandi vel diffamandi'. Assim, ao contrário do que pretende fazer crer a parte autora, não seria recomendável, nem mesmo legítimo, o tolhimento de um direito fundamental exercido em prol da sociedade."

No mesmo sentido sentenciou o desembargador James Eduardo Oliveira, relator do recurso feito pela defesa, no que foi acompanhado pelo restante da 4ª Turma Cível. "Não se vislumbra deturpação dos fatos nem qualquer sinal de abuso da liberdade de comunicação. Os apelados (os jornalistas) apenas reproduziram e contextualizaram o conteúdo da representação feita pelo procurador da República Anselmo Lopes, sem ataques pessoais e sem endossar as acusações que nela se continham."

Oliveira também ponderou que a linguagem jornalística deve se pautar pelo entendimento de seus destinatários. Por isso, considerou razoável a utilização dos termos "operador" e "investigação", desde que "devidamente contextualizados". Lembrou ainda que a representação se transformaria em investigação criminal, mesmo que à época da reportagem ela não passasse de representação. Por fim, o desembargador ressaltou que o Instituto Lula foi procurado pelos jornalistas e teve manifestação publicada na reportagem.

A defesa ainda recorreu à presidência do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas também teve os pedidos negados.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE LULA

A defesa de Lula foi procurada pela reportagem, mas não respondeu até a publicação.

O Procon-SP entrou na terça-feira (23) junto com a Procuradoria Geral do Estado (PGE), com uma Ação Civil Pública contra a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para garantir que as operadoras de planos de saúde coletivos não apliquem reajustes anuais abusivos. Na ação, o órgão pede que a agência reguladora seja obrigada a implementar mecanismos de identificação, prevenção e correção de reajustes anuais abusivos.

Os planos de saúde coletivos sofreram reajustes em porcentuais elevados e muito superiores aos índices aplicados a planos individuais - que foi de 8,14% - sem que houvesse justificativa técnica. No início deste ano, houve um aumento expressivo nas demandas registradas contra planos de saúde e reclamações que revelaram reajustes que chegam até a 228%.

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Em relação a tais planos, a agência autorizou que as operadoras estabelecessem reajustes anuais em livre negociação com as pessoas jurídicas contratantes, isentando-se de regulamentação e fiscalização. Assim, os consumidores usuários desses planos ficaram desamparados.

Em resposta à ação, a ANS limitou-se a apresentar dados genéricos.

'Território sem lei'

Segundo o diretor do Procon-SP, Fernando Capez, "o objetivo da ação é que as operadoras mostrem com transparência como calcularam os seus reajustes porque até agora não justificaram".

"As operadoras estão agindo como se estivessem num território sem lei, como se pudessem fixar o reajuste que bem entendessem sem dar satisfação ao consumidor e sem demonstrar com transparência quais foram as despesas que justificaram tais aumentos", declarou Capez.

Prazo

No processo, o Procon-SP e a PGE requerem que a ANS apresente, dentro de 30 dias e sob pena de multa diária, informações relevantes para entender o valor do reajuste anual aplicado aos planos coletivos.

Uma das informações é sobre o acompanhamento dos indicadores relacionados ao impacto da pandemia da covid-19. No ano passado, a agência suspendeu os reajustes dos planos privados de saúde de setembro a dezembro com base em estudos que apontaram queda das despesas das empresas pela redução de realização de procedimentos, consultas e sinistralidade.

"Estranho que num ano em que caíram os índices de sinistralidade, as despesas com reembolso de hospitais e as cirurgias eletivas tenha havido reajustes tão elevados e sem justificativa", avaliou Capez.

Também foi pedido na ação informações quanto ao cumprimento das recomendações do Tribunal de Contas da União, que verificou em auditoria que a atuação da agência foi insuficiente para prevenir, identificar e corrigir reajustes abusivos em planos coletivos.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), classificou como "revisão histórica" a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em declarar o ex-ministro e ex-juiz federal Sérgio Moro parcial ao condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ação do triplex do Guarujá. A ação integrou as investigações da Lava Jato e a decisão desta terça-feira, 23, foi considerada uma das maiores derrotas da história da operação.

"A Operação (Lava Jato) jamais poderá ser contestada em sua coragem de enfrentar os poderosos, os grandes interesses, a corrupção sistêmica. Mas o Estado Policial, para o qual a Lava Jato descambou em certos momentos, lamentavelmente, com suas parcialidades, seletividade e perseguições, jamais poderá também merecer o perdão da História", escreveu o deputado no Twitter.

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O placar, de 3 a 2 favorável a Lula, na Segunda Turma do STF, sofreu uma reviravolta com a mudança na posição da ministra Cármen Lúcia. Ela alterou o voto proferido em dezembro de 2018. Com o entendimento, o caso agora terá de voltar à estaca zero.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta terça-feira, 23, a ação apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para derrubar decretos dos governos do Distrito Federal, da Bahia e do Rio Grande do Sul que impuseram "toque de recolher" à população, endurecendo as restrições à circulação de pessoas diante do agravamento da pandemia.

A ação de inconstitucionalidade foi distribuída ao decano por prevenção e, ao Estadão, ele adiantou que tomaria uma decisão individual com celeridade.

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O processo foi movido pelo próprio Bolsonaro e não pela Advocacia Geral da União (AGU), a quem cabe representar judicialmente os interesses do Planalto perante o STF. Marco Aurélio considerou que caberia à AGU formalizar o pedido e rejeitou o recebimento da ação.

"O Chefe do Executivo personifica a União, atribuindo-se ao advogado-geral a representação judicial, a prática de atos em Juízo. Considerado o erro grosseiro, não cabe o saneamento processual", escreveu.

Na decisão de quatro páginas, o ministro ainda destacou que o governo federal não está isento de agir na pandemia. "Ante os ares democráticos vivenciados, impróprio, a todos os títulos, é a visão totalitária. Ao Presidente da República cabe a liderança maior, a coordenação de esforços visando o bem-estar dos brasileiros", frisou o decano. O trecho é um duro recado ao chefe do Executivo, que tem procurado se isentar das responsabilidades na condução da crise.

Na avaliação de Bolsonaro, os decretos afrontam as garantias estabelecidas na Declaração dos Direitos de Liberdade Econômica e 'subtraíram parcela importante do direito fundamental das pessoas à locomoção, mesmo sem que houvessem sido exauridas outras alternativas menos gravosas de controle sanitário'.

O presidente também queria que o STF estabelecesse que medidas de fechamento de serviços não essenciais exigem a aprovação de leis locais, por parte do Poder Legislativo, não podendo ser determinadas unilateralmente por decretos de governadores.

"Tendo em vista o caráter geral e incondicionado dessas restrições à locomoção nos espaços públicos, elas podem ser enquadradas no conceito de "toque de recolher", geralmente associado à proibição de que pessoas permaneçam na rua em um determinado horário. Trata-se de medida que não conhece respaldo legal no âmbito do ordenamento jurídico brasileiro", diz trecho da ação assinada pelo presidente.

Desde o início da pandemia, o Supremo tem sido acionado para arbitrar a briga travada pelos entes federativos em torno das estratégias para conter o surto do novo coronavírus. Em abril do ano passado, os ministros decidiram que governantes locais têm autonomia para adotar medidas de quarentena e isolamento social. Antes disso, em março, o próprio Marco Aurélio concluiu, em um processo movido pelo PDT, que Estados e municípios poderiam decidir sobre restrições de locomoção - caso que atraiu a ação de Bolsonaro para sua relatoria.

Integrantes do governo admitiam reservadamente que o 'timing' da ofensiva no Supremo não é favorável aos pedidos do presidente, em virtude do estágio atual da pandemia. A ação foi protocolada no mesmo dia em que foi anunciada a morte cerebral do senador Major Olímpio (PSL-SP) após complicações pela covid.

Em transmissão ao vivo na quinta-feira passada, Bolsonaro chamou governadores e prefeitos que decretam medidas restritivas de "projetos de ditadores" que teriam, pelos atos, poder de "usurpar" a Constituição.

A escalada nas críticas do presidente Jair Bolsonaro a restrições adotadas por governadores para conter a pandemia levou nesta sexta, 19, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, a cobrar explicações do chefe do Executivo sobre referências a um possível estado de sítio no País. Fux telefonou para Bolsonaro após o mandatário afirmar, pela manhã, que "vai chegar o momento" em que o governo federal terá de tomar "ações duras". Ao ministro, o presidente negou que estivesse tratando de medida de exceção.

A ameaça feita por Bolsonaro ocorreu ao comparar o fechamento de comércios, escolas e toques de recolher adotados por Estados a um decreto de estado de sítio, medida que só pode ser tomada pelo presidente com aval do Congresso. Líderes do Legislativo, no entanto, rechaçaram ontem dar aval a qualquer iniciativa neste sentido.

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Em conversa com apoiadores no Alvorada, o presidente insinuou que o País caminha para um cenário de desobediência civil, em que a população se voltará contra governos locais. "O caos vem aí", disse. "Será que o governo federal vai ter que tomar uma decisão antes que isso aconteça? Será que a população está preparada para uma ação do governo federal dura no tocante a isso? O que é 'dura'? É para dar liberdade para o povo. É para dar direito para o povo trabalhar. Não é ditadura, não", prosseguiu Bolsonaro, chamando de "hipócritas" e "imbecis" quem atribui suas declarações a uma tentativa de ruptura democrática.

"Um terreno fértil para a ditadura é exatamente a miséria, a fome e a pobreza. Onde um homem, com necessidade, perde a razão. Estão esperando o quê? Vai chegar um momento, gostaria que não chegasse esse momento, mas vai acabar chegando", afirmou o presidente.

A ofensiva do Planalto contra os governadores também incluiu uma ação no STF para derrubar decretos da Bahia, do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul que preveem toques de recolher. Bolsonaro tenta reverter as restrições no momento em que o País passa pelo pior momento da pandemia, com recordes no número de óbitos diários por covid-19. Ontem, foram 2.730 novas mortes registradas.

Para o presidente, no entanto, as medidas são "uma decisão política desproporcional" e "subtraíram parcela importante do direito fundamental das pessoas à locomoção". Governadores criticaram a ação, assinada pelo próprio Bolsonaro.

Integrantes do governo federal admitiram reservadamente que o "timing" da investida no STF não é favorável. A ação foi protocolada anteontem, no mesmo dia da morte do senador Major Olímpio (PSL-SP) por complicações da covid.

Estado de sítio

A Constituição prevê que o presidente da República pode solicitar ao Congresso autorização para decretar o estado de sítio nos casos de "comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa" e "declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira". Questionada se o governo já discute internamente um decreto de estado de sítio, a Advocacia-Geral da União disse que "isso nunca foi assunto".

O decano do STF, ministro Marco Aurélio Mello, considerou a discussão levantada pelo presidente "inadequada". "A crise é, ante à pandemia, de saúde pública. Cabe ao poder central coordenar medidas, considerados Estados e municípios. Estes estão atuando. Estado de sítio é medida extrema e a quadra não o sugere", disse Marco Aurélio ao Estadão.

Para o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), "não há mínima razão fática, política e jurídica para sequer se cogitar o estado de sítio no Brasil". "O momento deve ser de união dos Poderes e ações efetivas para abertura de leitos, compras de medicamentos e vacinação", disse Pacheco, em nota.

O vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou que a chance de um eventual decreto ter aval do Congresso é "zero". "O País sofrendo os efeitos sanitários, econômicos e sociais do momento mais duro da pandemia, precisando de um líder que una o País pela vacina, pelas empresas e pelos empregos, e o presidente falando em estado de sítio e confrontando com discursos que dividem e dispersam energia", postou ele nas redes sociais. / COLABOROU PEPITA ORTEGA

Estado de sítio e toque de recolher

O Estado de sítio está previsto no art. 137 da Constituição e pode ser decretado diante de "comoção grave de repercussão nacional", da declaração de estado de guerra ou em resposta a uma agressão armada estrangeira. O presidente da República pode pedir autorização para decretá-lo mediante aval do Congresso Nacional. Durante a sua vigência - que deve ser de, no máximo, 30 dias a cada consulta -, alguns direitos fundamentais, como o de livre circulação, ficam suspensos.

Já o toque de recolher, apesar de não estar previsto na Constituição, é uma das medidas listadas na Lei 13.979/20, que dispõe sobre as medidas de enfrentamento à pandemia que podem ser aplicadas por prefeitos e governadores dentro das regiões de competência.

Ela permite restringir a circulação desde que baseada em evidências científicas. Medidas do tipo, porém, podem ir de encontro ao direito fundamental de livre locomoção - este, sim, previsto na Constituição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou não haver a "mínima" razão fática, política e jurídica para "sequer se cogitar" o estado de sítio no Brasil.

Trata-se de reação às referências à decretação de estado de sítio feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em ação direta de inconstitucionalidade (ADI) ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF) contra medidas restritivas dos governos da Bahia, do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul.

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"Volto a dizer que o momento deve ser de união dos Poderes e ações efetivas para abertura de leitos, compras de medicamentos e vacinação", afirmou Pacheco em nota à imprensa.

Em uma nova ofensiva contra governadores, o presidente Jair Bolsonaro acionou na noite desta quinta-feira, 17, o Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar os decretos estaduais da Bahia, do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul, que determinaram "toques de recolher" para conter o avanço da pandemia da covid-19. O presidente considera que as medidas são "uma decisão política desproporcional". Bolsonaro entrou com a ação no STF no momento em que o País passa pelo pior momento da pandemia do novo coronavírus, com recordes sucessivos no número de óbitos diários.

Na avaliação de Bolsonaro, os decretos afrontam as garantias estabelecidas na Declaração dos Direitos de Liberdade Econômica e "subtraíram parcela importante do direito fundamental das pessoas à locomoção, mesmo sem que houvessem sido exauridas outras alternativas menos gravosas de controle sanitário".

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O presidente também quer que o STF estabeleça que medidas de fechamento de serviços não essenciais exigem a aprovação de leis locais, por parte do Poder Legislativo, não podendo ser determinadas unilateralmente por decretos de governadores.

"Tendo em vista o caráter geral e incondicionado dessas restrições à locomoção nos espaços públicos, elas podem ser enquadradas no conceito de "toque de recolher", geralmente associado à proibição de que pessoas permaneçam na rua em um determinado horário. Trata-se de medida que não conhece respaldo legal no âmbito do ordenamento jurídico brasileiro", diz trecho da ação assinada pelo próprio presidente.

Integrantes do governo admitem reservadamente que o "timing" da ofensiva no Supremo não é favorável aos pedidos do presidente, em virtude do estágio atual da pandemia. A ação foi protocolada no mesmo dia em que foi anunciada a morte cerebral do senador Major Olímpio (PSL-SP) após complicações pela covid.

Até a publicação deste matéria, não havia sido ainda sorteado o relator da ação no STF.

Repercussão

Considerado aliado do presidente Jair Bolsonaro, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou ao Estadão que os decretos contestados "não têm nada de inconstitucionais". "Foram editados dentro da competência a mim estabelecida na própria constituição e na lei", registrou.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), por sua vez, disse que o presidente "coloca energia em confronto, desprezando a gravidade da pandemia, quando poderia colocá-la em ajudar, conseguindo vacinas para a população".

Na mesma toada que Leite, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou em áudio divulgado no site do governo estadual que o presidente "além de não ajudar, faz questão de tentar atrapalhar". "Essa ação no STF é a tentativa dele de mais uma vez demonstrar que é aliado da morte e do vírus. Mais uma vez ele está tentando acelerar o número de mortes e acelerar a contaminação no Brasil. Ele vive da crise, vive do colapso. Como é incapaz de gerir o pais a minha sensação é que ele quer aprofundar a crise do país pra tentar polarizar uma parcela da sociedade. Infelizmente ele é só adepto desse tipo de retórica de baixo nível e de pouco apreço com a vida das pessoas", disse o governador.

Em transmissão ao vivo nesta quinta-feira, 18, Bolsonaro antecipou a decisão do governo de entrar com uma ação no STF contra o toque de recolher. O chefe do Planalto chamou governadores e prefeitos que decretam medidas restritivas de "projetos de ditadores" que teriam, pelos atos, poder de "usurpar" a Constituição.

"Isso [toque de recolher] é estado de defesa, estado de sítio que só uma pessoa pode decretar: eu", disse o mandatário. "Mas, quando eu assino um decreto de defesa ou sítio, vai para dentro do Parlamento", acrescentou.

Ele disse que o Executivo enviou, ainda, um projeto de lei (PL) com urgência urgentíssima para o Congresso em que define o que são atividades consideradas essenciais durante a pandemia de covid-19. "É toda aquela que serve para o cidadão botar pão na mesa. Então, tudo passa a ser atividade essencial", apontou o presidente.

No início da "live", Bolsonaro sustentou que a ação no Supremo e o projeto ao Congresso visam dar satisfação a parcelas da população que têm feito manifestações contra medidas restritivas adotadas em Estados e municípios para reduzir o contágio pelo novo coronavírus, que têm se multiplicado na atual fase de colapso da rede hospitalar em praticamente todo o País.

"A maior produção que nós podemos ter é a nossa liberdade e a nossa democracia, que a gente sabe que, pelo que a gente vê acontecendo no Brasil, parece que não estão tão sólidas assim, devemos nos preocupar com isso", disse o presidente da República.

Na visão de Bolsonaro, as matérias teriam o objetivo de "restabelecer a ordem" e tornar os poderes da República "cada vez mais harmônicos". "Temos que cada um reconhecer sua importância e seus limites, senão o caldo pode entornar, ter briga em casa, ter tensões entre poderes, e ninguém quer isso aí", advertiu.

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