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A Rússia anunciou nesta segunda-feira (17) que está se retirando do acordo de grãos, que permitia à Ucrânia retomar grande parte de suas exportações de grãos por um corredor no Mar Negro. O fim do acordo levanta preocupações sobre o elo crucial na cadeia global de fornecimento de alimentos.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a jornalistas que o acordo foi encerrado, mas que a Rússia voltaria a participar se suas exigências fossem atendidas, de acordo com a agência de notícias estatal russa Tass. A Rússia vinha ameaçando revogar o acordo nos últimos meses, exigindo que o Ocidente facilitasse suas próprias exportações de alimentos e fertilizantes. "O acordo de grãos foi encerrado. Assim que a parte russa pedida for cumprida, a Rússia retomará imediatamente a implementação do acordo", disse ele.

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A invasão da Ucrânia pela Rússia interrompeu todas as exportações dos principais portos do Mar Negro dos ucranianos, contribuindo para um aumento nos preços globais dos alimentos e gerando temores de que a guerra possa levar milhões de pessoas ao redor do mundo à fome.

O acordo entre Rússia, Ucrânia e Turquia, facilitado pela Organização das Nações Unidas (ONU), foi assinado em Istambul em julho do ano passado, permitindo que exportadores ucranianos retomassem o envio de milho, trigo, óleo de girassol e outros produtos de três portos ao redor da cidade de Odessa. A Ucrânia exportou cerca de 32 milhões de toneladas de produtos alimentícios desde o reinício dos embarques em agosto passado.

Chegou ao fim nesta sexta-feira a briga judicial entre o ex-atacante Fred e o Atlético-MG. O agora dirigente do Fluminense fez acordo com o clube mineiro e pagará R$ 17,5 milhões pelo fim do litígio que se arrastava desde 2017.

O valor é quase 50% mais baixo que os R$ 30 milhões que o Atlético já tinha direito a receber com os juros no processo que corria após o atacante trocar o clube pelo rival Cruzeiro na época. O valor será pago em oito parcelas.

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"O Atlético e o ex-atacante Fred chegaram a um acordo com expressão econômica superior a 20 milhões de reais para encerrar o litígio entre as partes. Pelo acerto, o Galo recebe 17,5 milhões de reais e o ex-jogador também abre mão de discutir a verba rescisória do período em que atuou no clube, calculada em 2,8 milhões de reais", informou o Atlético-MG nesta sexta.

"O pagamento será feito com uma entrada e sete parcelas, com o Galo recebendo 72% do valor total do acordo no período de um ano e dois meses", informou. Serão três parcelas em 2023 e outras com período mais longo, se estendendo até 2025. As tratativas com os representantes do ex-atleta foram lideradas pelo vice-presidente do Atlético, José Murilo Procópio, e pelo superintendente jurídico do clube, Pedro Torquato.

"O acordo foi importante tanto para o clube como para o ex-atleta, visto que o processo comportava riscos para ambas as partes, além do prolongamento da discussão judicial", informou o Atlético. A equipe recebe o que era de direito em acordo e o agora dirigente fica liberado para exercer suas novas funções sem correr riscos até de prisão.

Os ministérios da Saúde e da Educação assinaram nesta quinta-feira (13) um acordo de cooperação em prol da transformação digital do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país.

Com a medida, hospitais e postos de saúde estaduais e municipais terão acesso aos dados do Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU), desenvolvido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

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De acordo com o presidente da empresa, Arthur Chioro, o aplicativo de gestão hospitalar é utilizado há dez anos por cerca de 50 mil profissionais de saúde.

"É um sistema testado e aprovado. É utilizado nos 41 hospitais universitários da Ebserh, possui cerca de 3 milhões de acesso mensais e uma base de 25 milhões de pacientes em uso no sistema", disse.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o uso da tecnologia será útil para diminuir a desigualdade e garantir acesso à informação dos usuários do SUS.

"Essa parceria é de um potencial e de um impacto fantástico, esperado por todos os gestores da saúde. Ela vai beneficiar a toda linha de cuidado do SUS", avaliou.

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que a medida vai permitir a integração do sistema de saúde e dar eficiência ao atendimento dos pacientes.

"O cidadão vai ao posto de saúde e tem lá os dados dele, vai a uma UPA, lá está o histórico desse cidadão. Esse é o grande desafio desse sistema, que é o mais moderno dos sistemas hospitalares do Brasil", afirmou.

O aplicativo AGHU é um sistema padrão utilizado por todos os hospitais federais geridos pela Ebserh. Com a tecnologia, os profissionais de saúde podem gerir internações, distribuição de medicamentos, cirurgias e exames de laboratoriais.

A nomeação do deputado Celso Sabino (PA) para o Ministério do Turismo ainda nem foi oficializada, mas o União Brasil quer mais. O partido, que faz parte da base aliada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso, pleiteia a presidência dos Correios e da Embratur, agência governamental ligada ao Turismo, e hoje sob o comando de Marcelo Freixo (PT). A briga interna entre três lideranças da agremiação, no entanto, atrapalha as negociações com o governo e atrasa o acordo.

O conflito é entre o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, o líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA), e o senador Davi Alcolumbre (AP). Atualmente, o partido tem como representantes na Esplanada dos Ministérios o titular das Comunicações, Juscelino Filho, e o do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. Góes é do Amapá, mesmo Estado de Alcolumbre, e foi indicado por ele. Parte do partido o vê como uma espécie de "cota pessoal" do senador, dado que Góes tem uma militância histórica no PDT. Além desses, o partido tinha Daniela Carneiro no Turismo. Ela, entretanto, migrou para o Republicanos, o que fez o partido pedir o cargo de volta.

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De acordo com fontes do Palácio do Planalto, o União Brasil sinalizou na semana passada a Lula o interesse na Embratur e nos Correios - o Turismo já é dado como certo. A Embratur seria um complemento, para que o partido tivesse controle sobre toda a área.

Tempo

Segundo relatos, o chefe do Executivo teria pedido o tempo do recesso parlamentar para concretizar as negociações, mas a falta de consenso tem dificultado o avanço do diálogo. Um interlocutor do governo relatou ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a dificuldade de se chegar a um consenso com "três nomes envolvidos".

Lula quer se reunir com Bivar, Elmar, Sabino e Alcolumbre para aparar as arestas em torno das negociações. Na sexta-feira passada, Bivar se encontrou com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para tratar da indicação ao Turismo. Inicialmente, também estariam Elmar e Alcolumbre, mas eles desistiram de participar por causa da discordância com o presidente do partido.

Irritação

Na semana passada, às vésperas da votação da Proposta de Emenda à Constituição da reforma tributária, Elmar se irritou com o movimento de deputados da bancada para adiar a apreciação da proposta. Ele creditou a iniciativa a Bivar e a Sabino, que estariam insatisfeitos com a demora do governo em trocar o comando da pasta do Turismo.

O movimento de Bivar e Sabino, de acordo com integrantes do partido, foi visto por Elmar como uma espécie de barganha pública na votação "mais importante do ano" e na principal pauta do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o que representaria uma falta de fidelidade a Lira. Elmar e Lira são aliados e o líder do União Brasil é visto como forte candidato à sucessão do presidente da Casa.

Antes da votação da reforma tributária, Bivar divulgou uma nota em que defendia o adiamento da apreciação da matéria. O documento continha o nome de 38 parlamentares, mas alguns disseram à reportagem que não autorizaram a assinatura. Nos bastidores, deputados falam até em levar o caso ao Conselho de Ética da Câmara por avaliarem que a nota seria um documento falso. De acordo com parlamentares, alguns nomes estavam até mesmo escritos de forma errada.

Apoio

Elmar entrou em campo para evitar o movimento da bancada e incumbiu o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) da missão de reafirmar a posição do partido em plenário. No fim das contas, 48 dos 59 deputados da legenda apoiaram a reforma no primeiro turno. A avaliação de alguns deputados é de que o movimento desgastou Sabino com o partido e o bloco na Câmara e que seu nome já não seria consenso para ocupar o Turismo.

O Estadão/Broadcast apurou que Elmar também enxerga interferência de Sabino no movimento encabeçado pelo presidente do partido. O parlamentar é o indicado para ocupar o Ministério do Turismo no lugar de Daniela Carneiro. No entanto, o governo vem adiando a troca na pasta, o que tem irritado Sabino, Bivar e aliados. O nome do "ministeriável" estava na nota, mas ele acabou votando a favor da reforma.

Reuniões

O governo reconhece que há dificuldades no relacionamento com a Câmara. Em consequência disso, Lula pediu reuniões semanais ou a cada 15 dias com os líderes partidários da Câmara. Projetos da agenda econômica, como o novo arcabouço fiscal, encontram amplo apoio entre deputados de centro-direita, que veem no ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um interlocutor confiável. Mas a fidelidade ao governo para por aí.

A esquerda, com cerca de 130 deputados, não conseguiu impedir reveses como a aprovação do marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Na votação da MP de reorganização dos ministérios "parecia que o teto do plenário Ulysses Guimarães ia cair na nossa cabeça", brincou o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os presidentes da Argentina, do Brasil, Paraguai e Uruguai se reúnem nesta terça-feira (4), em Puerto Iguazú, na Argentina, para a 62ª Cúpula do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e Países Associados. O evento marcará também a transferência da presidência pro-tempore do bloco da Argentina para o Brasil, pelos próximos seis meses.

Na semana passada, em entrevista coletiva, em Brasília, o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Maurício Carvalho Lyrio, explicou que o governo brasileiro está terminando a avaliação de pontos do acordo Mercosul-União Europeia para apresentar aos parceiros do bloco e depois levar ao grupo econômico europeu.

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"O governo está traduzindo as instruções do presidente Lula para um documento que será apresentado primeiro aos parceiros do Mercosul, e depois à União Europeia. É um processo que não é tão rápido porque os acordos são muito delicados e têm exigido trabalho de coordenação interna muito intenso", relatou.

Negociado por mais de 20 anos, o acordo UE-Mercosul teve um anúncio de conclusão geral em 2019, mas ainda há um longo caminho para sua efetiva entrada em vigor. Isso porque o tratado precisa ser ratificado e internalizado por cada um dos Estados integrantes dos dois blocos econômicos. Na prática, significa que o acordo terá que ser aprovado pelos parlamentos e governos nacionais dos 31 países envolvidos, uma tramitação que levará anos e poderá enfrentar resistências.

Além do acordo, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Alberto Fernández (Argentina), Luís Lacalle Pou (Uruguai) e Mario Abdo Benítez (Paraguai) vão debater um possível tratado com a Associação Europeia de Comércio Livre (AECL), grupo de países do continente que não participam do principal bloco europeu. A AECL é formada pela Noruega, Suíça, Islândia e o Liechtenstein. Outro acordo com Singapura também estará em pauta.

A secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Maria Padovan, afirmou que que o Mercosul mantém diálogos com a República Dominicana e El Salvador, e está em processo de implementação com o Chile e a Colômbia. A Bolívia está em fase de adesão ao bloco.

O evento também é considerado momento importante de retomada das relações diplomáticas e parcerias com seus vizinhos mais próximos, definida como prioridade da política externa do governo brasileiro. Segundo o Itamaraty, na presidência temporária do Mercosul até o fim do ano, o Brasil vai organizar o fórum social, o fórum empresarial e a próxima cúpula do bloco no país, em cidade a ser definida.

"Essa cúpula é particularmente relevante para nós porque, em primeiro lugar, o Brasil assume a presidência pro tempore num contexto de retomada de prioridade da integração, então não é uma presidência rotineira, é a prioridade concedida pelo governo aos processos de integração, começando pela volta à Celac [Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos], a realização da cúpula sul-americana e agora o Mercosul, fundamental para o desenvolvimento dos nossos países", disse a embaixadora.

Fundado em 1991, o Mercosul reúne países que, juntos, correspondem a 67% do território da América do Sul, o equivalente a 11,9 milhões de quilômetros quadrados. Os 270 milhões de habitantes dos países do bloco equivalem a 62% da população sul-americana. Os países do Mercosul somaram 67% do Produto Interno Bruto [PIB, soma de bens e serviços] da América do Sul em 2021.

O volume de negócios dentro do bloco, em 2021, foi de cerca de US$ 35 bilhões. Em 2022, o número alcançou US$ 40,7 bilhões. Nos cinco primeiros meses de 2023, o volume de transações comerciais chegou a US$ 17,7 bilhões, um aumento de 12,3% em relação ao mesmo período do ano passado. A maior parte das exportações brasileiras para o grupo de países vizinhos é de produtos industrializados, como veículos e autopeças.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, neste sábado (24), que ainda acredita em um comum acordo com a União Europeia na parceria com o Mercosul. Ele disse que a resposta dos países do Sul sobre a carta adicional dos países europeus deve ser respondida até o final deste ano. Para o brasileiro, o protecionismo tem dificultado a aprovação do acordo. Lula cumpriu agenda na Itália e na França nesta semana e falou com a imprensa em Paris neste sábado, antes de embarcar de volta para o Brasil. 

“O fato de ter dois pontos nervosos e dois pontos considerados essenciais para os dois lados, a gente não pode fazer acordo com esses, mas vamos melhorar outras coisas. Precisamos fazer o acordo com a União Europeia e a União Europeia precisa do Mercosul, com a América do Sul e com a América Latina. Ficamos de responder a carta adicional da União Europeia e penso que até o final do ano a gente tem uma decisão sobre o assunto”, declarou à imprensa.

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Lula disse ainda que o presidente da França, Emmanuel Macron, tem dificuldades no Congresso francês, e que é normal o país defender a sua agricultura. “Ele [Macron] tem dificuldades no Congresso, mas se a gente puder conversar com nossos amigos mais à esquerda para poder ajudar, para que seja aprovado o acordo no Mercosul, nós vamos conversar com todos os amigos da França para convencer da importância, porque não é o protecionismo que vai ajudar”.  Macron sofre pressão do Parlamento francês que é contra o tratado por razões de protecionismo, principalmente agrícola.

Lula criticou o protecionismo dos países ricos. “Dos anos 80 para cá, tudo o que as pessoas falavam é de que quanto mais abertura melhor, quanto mais livre comércio melhor, mas quando chega às vezes dos países em desenvolvimento de competir em igualdade de condições, os mais ricos viram protecionistas”. 

Na capital francesa, Lula teve reunião bilateral com o presidente francês e tratou da aprovação, na semana passada, pela Assembleia Nacional da França, de uma resolução contra a ratificação do acordo Mercosul-União Europeia (UE). Lula é contra a flexibilização das regras sobre compras governamentais previstas no acordo.

Segundo o presidente, o assunto é importante também para o encontro da Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (Celac). “O assunto é importante para União Europeia e Mercosul, mas também para estabelecermos uma nova rodada de conversação para ver se a gente aproxima de acordo também na Celac”. A UE e a Celac farão uma cúpula em Bruxelas, capital da Bélgica, entre os dias 17 e 18 de julho.

Um acordo milionário entre o grupo midiático do príncipe Harry e de sua mulher, Meghan Markle, e o gigante do streaming Spotify está para ser encerrado, informou a imprensa americana nesta quinta-feira (15).

O casal produziu apenas uma série sob seu selo de podcasts Archewell Audio desde a assinatura do acordo, em 2020, que supostamente estava avaliado em 20 milhões de dólares (quase R$ 100 milhões).

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O programa, chamado "Archetypes", liderou as listas da plataforma em diversos mercados, atraindo uma massa de ouvintes interessados nas conversas de Harry e Meghan com mulheres influentes. Mas a mídia especializada Variety informou hoje, citando uma fonte não identificada, que o Spotify esperava receber mais material. O príncipe e a duquesa de Sussex, por sua vez, estavam em busca de um novo espaço para o seu conteúdo, segundo a Variety, que citou outra fonte. A AFP fez contato com Spotify e Archewell, mas não obteve resposta.

Harry, filho caçula de Charles III, casou-se com a ex-atriz de televisão Meghan Markle em 2018. Naquele momento, o casal recebeu uma cobertura positiva dos meios de comunicação, um indício de que os dois ajudariam a trazer a tradicional monarquia britânica para o século XXI. Contudo, as relações entre o casal e o restante da família pioraram bastante nos anos seguintes, com acusações de que Markle foi vítima de racismo.

Depois disso, Harry e a ex-atriz decidiram trocar sua vida na corte britânica pela ensolarada Califórnia, nos Estados Unidos, de onde seguiriam questionando a realeza. Suas flechas foram disparadas na autobiografia explosiva do príncipe, de 38 anos, em uma série documental na Netflix e durante uma entrevista para a renomada apresentadora da TV americana Oprah Winfrey.

Desde que renunciaram a seus deveres reais, os dois tentam fazer dinheiro por meio de iniciativas nos meios de comunicação.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas definiu, nesta quarta-feira (14), os primeiros nomes a serem ouvidos pelo colegiado. Em reunião da mesa diretora, os parlamentares firmaram acordo para iniciar as oitavas pelo depoimento do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques.

Apoiador de Jair Bolsonaro, Silvinei é investigado em razão da operação do órgão nas estradas no dia 30 de outubro, durante o segundo turno das eleições. A ação teria por objetivo atrapalhar a chegada de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula Silva, sobretudo no Nordeste, tradicional reduto político do petista. Silvinei será ouvido na próxima terça-feira (19).

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A segunda testemunha será o gerente de postos de combustíveis George Washington de Oliveira Sousa. Ele está preso desde dezembro por ter orquestrado um atentado a bomba no aeroporto de Brasília às vésperas da posse de Lula. O extremista apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro planejava detonar um caminhão de gasolina nas imediações do aeroporto. George Washington será ouvido na quinta (21).

Os primeiros convocados frustraram os planos da relatora e da base do governo Lula, que desejavam iniciar as oitivas pelo ex-ministro da Justiça Anderson Torres e pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o coronel Mauro Cid.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta sexta-feira, 2, que o Brasil não vai aceitar o acordo do Mercosul com a União Europeia se os negociadores europeus continuarem insistindo na abertura das compras governamentais a produtos do bloco comum. "O Brasil não quer assinar sem ajuste. Os europeus querem que o Brasil abra as portas para as compras governamentais. A gente não vai fazer isso", assegurou Lula em discurso na fábrica de ônibus elétricos Eletra, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

E complementou: "Se não aceitarem, não tem acordo. Não podemos abdicar das compras governamentais, que são a oportunidade para as pequenas e médias empresas sobreviverem nesse País."

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Lula defendeu que o Brasil participe mais do comércio mundial e estabeleça trocas de produtos e serviços com todos países. Porém, ponderou que prefere fazer negócios com empresas brasileiras para fortalecer a indústria nacional.

Em meio à promessa do governo de desonerar os automóveis para reanimar o setor automotivo, o presidente lembrou que a indústria, que chegou a representar 30% do Produto Interno Bruto (PIB), está sumindo do cenário econômico, com essa participação atualmente reduzida para algo entre 10% e 11%.

Nesse momento, Lula criticou o que chamou de "campanhas imensas para destruir a indústria nacional", como as narrativas a favor da substituição de produtos brasileiros por importados, e que cabe ao Estado garantir a sobrevivência da indústria brasileira para que ela possa ser um dia competitivo no exterior.

Alckmin comemora PIB e balança comercial

Antes de Lula discursar, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, aproveitou para destacar o resultado acima das expectativas do PIB no primeiro trimestre. "Ontem, nós vimos uma boa notícia. O PIB brasileiro está no top 5", declarou, ao observar que o crescimento da atividade no primeiro trimestre está entre os cinco maiores no mundo.

Alckmin também apontou os números recorde da balança comercial, cujo saldo no mês passado foi de US$ 11,4 bilhões, e aproveitou ainda a passagem pela fábrica de ônibus elétricos, onde foi inaugurada nesta sexta uma nova linha, para apontá-la como um exemplo da neoindustrialização defendida em artigo recente publicado junto com Lula no jornal O Estado de S. Paulo.

A Juventus entrou em acordo com a Federação Italiana de Futebol nesta terça-feira para evitar nova perda de pontos na tabela do Campeonato Italiano. Pelo acerto, o time de Turim aceitou levar uma multa de 718 mil euros (cerca de R$ 3,8 milhões) e também não entrar com recurso para tentar reverter a decisão.

O clube e sete ex-diretores haviam sido denunciados por suposta fraude no corte de salários dos jogadores durante a pandemia de covid-19. O único ex-dirigente da Juventus a não entrar no acordo foi o ex-presidente Andrea Agnelli, que vai a julgamento no dia 15 de junho. O clube e seus ex-diretores alegam inocência no caso.

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O caso que rendeu o acordo é diferente da investigação que o clube enfrenta por acusação de fraude fiscal. A decisão desta terça se refere à denúncia de irregularidades na redução de salários do elenco no início da pandemia.

O clube alegou na ocasião que seus 23 jogadores aceitaram ter o salário reduzido ao longo de quatro meses para ajudar o time a conter a crise financeira, causada pela covid-19. Os promotores, contudo, alegam que o acordo entre clube e elenco se referia a apenas um mês de salário.

A Juventus, então, corria o risco de perder mais pontos na tabela do Italiano, cuja rodada final será disputada no domingo. O time de Turim já perdeu 10 pontos por conta da outra denúncia.

O acordo deixa a Juventus na sétima colocação da classificação do Italiano, com 59 pontos, ainda com chances de buscar vaga na Liga Europa. No entanto, a possibilidade de disputar os torneios europeus da próxima temporada poderá ser barrada pela Uefa, que ainda investiga o clube por diversas questões legais.

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, disse nesta sexta-feira, 5, que a expectativa dos credores da Americanas é de um acordo até junho, conforme antecipou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) em abril. Segundo ele, o acordo não será "ótimo", mas deve atingir um ponto "razoável" a todas as partes envolvidas.

"Entre a última divulgação e esta, tivemos evoluções nas tratativas com a empresa", disse ele, sem citar a Americanas nominalmente, em coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco no primeiro trimestre, divulgados na quinta-feira.

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Lazari afirmou que os bancos e os demais agentes envolvidos, tanto na ponta dos credores quanto na da empresa, estão discutindo os termos de um acordo. Esse desfecho deve ser "razoável" e não "ótimo", segundo o presidente do Bradesco.

"Não sabemos o quanto podemos recuperar, gostaríamos de recuperar 100% do que provisionamos", disse ele.

A Coluna do Broadcast mostrou que os bancos gostariam que o trio de acionistas de referência da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, aportasse R$ 12 bilhões na companhia já de cara. A proposta atual contempla R$ 10 bilhões e uma tranche de R$ 2 bilhões que só seria aportada no futuro, a depender do desempenho da varejista.

Maior credor financeiro da Americanas, o Bradesco provisionou toda a exposição à companhia, de cerca de R$ 4,9 bilhões, no balanço do quarto trimestre do ano passado.

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, disse nesta sexta-feira (21) que o governo brasileiro vai assinar um acordo com o Ministério do Turismo de Portugal para aumentar o número de turistas que viajam para o Brasil.

Freixo acompanha a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que está em Lisboa para uma visita oficial, a primeira à Europa desde o início do terceiro mandato, que começou em janeiro deste ano. 

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Segundo o presidente da Embratur, o memorando que será assinado por Lula e o governo português objetiva aumentar o número de turistas portugueses no Brasil.

"A ideia é que a gente possa ter nesse memorando a troca de boas práticas envolvendo a questão da sustentabilidade, do meio ambiente, de destinos turísticos que são boas ofertas transformadas em produtos. Que a gente possa ter troca de informações e, ao mesmo tempo, que o Brasil promova Portugal e Portugal possa promover o Brasil, aumentando esse fluxo turístico, que é muito importante em países que falam a mesma língua", afirmou.

Freixo também disse que, após a pandemia, o Brasil está voltando a receber turistas portugueses. Segundo ele, no ano passado, cerca de 170 mil deles visitaram o Brasil. No entanto, em 2005, o país chegou a receber 350 mil portugueses.

"É uma retomada do Brasil que voltou. Em janeiro e fevereiro, nós tivemos número recorde de turistas no Brasil, mais de um milhão e meio. É um momento positivo para o turismo como um modelo de desenvolvimento econômico importante para a gente", completou. 

* Com informações da TV Brasil

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse, nesta terça-feira (4), em Brasília, que o governo fechou acordo com o Congresso para instalação de comissões mistas para análise de quatro medidas provisórias (MPs) enviadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No total, o governo tem 12 MPs com vencimento até início de agosto na fila para avaliação dos parlamentares.

As MPs têm força de lei, ou seja, entram em vigor imediatamente quando são enviadas pelo presidente da República para análise do Congresso Nacional. O prazo de vigência é de 60 dias, podendo ser prorrogado por igual período se a votação na Câmara e no Senado não tiver sido concluída.

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Como já anunciado pelo Congresso, deve ser instalada na semana que vem a comissão que vai analisar a reestruturação ministerial do novo governo, que tem agora 31 ministérios e seis órgãos com status de ministério ligados à Presidência da República.

O prazo da MP já foi prorrogado e ela precisa ser votada pela comissão mista e pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado até o dia 1º de junho. Caso isso não ocorra até a data, perderá a validade.

Segundo Padilha, outras MPs que terão a comissão instalada são as que tratam de mudanças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), do novo Bolsa Família e do novo Minha Casa, Minha Vida.

O ministro explicou que, para agilizar a aprovação do conteúdo das outras MPs, os parlamentares poderão apresentar emendas para incorporar o conteúdo delas àquelas que estarão em análise na comissão mista. Nesse caso, segundo Padilha, serão para medidas que tem conteúdos semelhantes.

  Como exemplo, a MP de extinção da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) pode ser incorporada na que trata da reestruturação do governo. No caso da MP que cria o vale-gás, seu conteúdo pode entrar como emenda no texto do novo Bolsa Família.  Outras MPs com conteúdos distintos e que não puderem ser incorporadas deverão ser transformadas em projetos de lei de urgência, que têm uma tramitação mais rápida, como a MP de reoneração dos combustíveis.

Segundo o ministro, entretanto, há interesse dos parlamentares em debater alguns temas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o novo Mais Médicos. Nesse caso, as comissões mistas devem ser instaladas.

“Quando você cria comissão você amplia a possibilidade de mais parlamentares participarem desse debate”, explicou. “Vamos trabalhar para instalar mais urgentemente aquelas que expiram até o mês de junho. Tanto a MP do novo Mais Médicos quanto do Programa de Aquisição de Alimentos vencem apenas em agosto, mas vamos instalar [as comissões mistas] ainda no mês de abril”, observou.

Ao remanejar algumas das MPs como emendas ou como projetos de urgência, a expectativa do governo é reduzir o número de comissões necessárias, de 12 para cerca de sete. E assim, garantir a aprovação do conteúdo das medidas no prazo necessário. 

Impasse

O acordo para instalação das comissões acontece em meio à disputa entre o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sobre a retomada dos trabalhos das comissões mistas que analisam as medidas provisórias antes da votação em plenário.

Em março de 2020, no auge da pandemia de covid-19, um ato conjunto da Câmara e do Senado flexibilizou as regras de tramitação das medidas provisórias, que passaram a ser votadas diretamente pelos plenários das duas Casas e deixaram de passar pelas comissões, integradas por 13 deputados e 13 senadores. 

Em março, Pacheco realizou uma reunião de líderes no Senado e decidiu que as comissões mistas serão retomadas para analisar as MPs enviadas pelo governo. Segundo o presidente, a regra está prevista na Constituição.

Por outro lado, Arthur Lira defende uma mudança na composição dos colegiados. Para ele, as comissões de análise de MPs devem ter a participação de mais deputados em relação aos senadores, como ocorre em outras. Contudo, a proposta não foi aceita pelos líderes no Senado.

O assunto foi judicializado no Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de um mandado de segurança protocolado pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) contra o presidente da Câmara. Segundo o parlamentar, a manutenção do modelo de votação direta pelo plenário dá poderes extraordinários a Lira, que, segundo Vieira, pode definir os relatores das MPs e o envio da matéria ao Senado às vésperas do prazo de caducidade.

Primeira sessão

Já a preocupação do governo é aprovar as medidas no prazo para elas não perderem a validade. “Esses instrumentos [emendas e projetos de urgência] vão garantir podermos manter a votação, colocar para funcionar as comissões mistas, pelo número de parlamentares que envolvem, e ao mesmo tempo, manter o calendário prioritário para o governo”, disse, citando, por exemplo, o novo marco fiscal.

O ministro Alexandre Padilha disse, ainda, que, após o feriado da Páscoa, o governo deve enviar a proposta do novo arcabouço fiscal, que substituirá o teto de gastos, e a expectativa é que o relator também seja definido pelo presidente da Câmara para iniciar a tramitação.

Neste mês também acontece a primeira sessão do Congresso Nacional, quando deve ser votado o projeto de lei de remanejamento orçamentário que garante o reajuste dos servidores públicos, além de analisados vetos a projetos feitos ainda pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prometeu ajudar o Palácio do Planalto a arrumar a base de sustentação no Congresso. O primeiro movimento ocorrerá com uma mudança significativa na Lei das Estatais.

Em uma conversa na noite desta terça-feira (28), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Pacheco avisou que o Senado tem resistência a avalizar o projeto como passou pela Câmara no fim do ano passado. Porém, há acordo para alterar o texto e aprová-lo, abrindo caminho para nomeações políticas em empresas públicas.

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A articulação ocorre às vésperas da votação do tema pelo plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF). O julgamento foi paralisado no dia 16, após decisão do ministro Ricardo Lewandowski, mas será retomado até o fim desta semana.

Lula e Pacheco acertaram uma estratégia para mudar o projeto da Câmara, considerado por senadores uma espécie de "estouro da boiada" por permitir todo tipo de contratação e "capturar" as empresas. A ideia é exigir a aplicação de normas de compliance nas estatais e parâmetros de natureza técnica e profissional para contratações.

Na prática, Pacheco quer se diferenciar do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em um momento em que os dois disputam protagonismo na condução das medidas provisórias. Lira é, atualmente, o principal expoente do Centrão.

Há uma avaliação no Planalto de que, ao tentar evitar o aparelhamento político das empresas, a Lei das Estatais - aprovada no governo Michel Temer (MDB) nas esteira dos escândalos de corrupção na Petrobras durante os primeiros governos petistas - acabou criando restrições demasiadas à atuação de pessoas que desempenham funções na esfera governamental ou partidária.

Com dificuldades para garantir votos no Congresso, Lula deu sinal verde para indicações feitas por partidos em superintendências e repartições públicas nos Estados. O receio do governo, porém, é de que algumas nomeações acabem parando na Justiça.

Banco do Nordeste

Ainda nesta quarta (29), o ex-governador de Pernambuco Paulo Câmara foi nomeado para comandar o Banco do Nordeste (BNB). A indicação de Câmara demorou para sair justamente por esbarrar na Lei das Estatais, que proíbe quem atuou em eleição de ocupar cargos públicos. Câmara é funcionário de carreira do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco e se desfiliou do PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, há apenas dois meses.

Em dezembro do ano passado, a Câmara aprovou projeto de lei reduzindo de 36 meses para 30 dias o tempo de quarentena necessário para que dirigentes de partidos ou de campanhas eleitorais ocupem cargos de comando em empresas públicas. No meio político, a mudança foi vista como uma manobra patrocinada pelo governo eleito para permitir que o ex-ministro Aloizio Mercadante pudesse presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O Tribunal de Contas da União (TCU) entendeu, porém, que a norma não se aplicava a Mercadante, sob o argumento de que o petista havia atuado "de maneira informal" como coordenador do programa de governo de Lula. Há duas semanas, Lewandowski concedeu liminar que derrubou a quarentena de 36 meses. A decisão, porém, ainda precisa ser referendada pelo plenário.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Joe Biden anunciou nesta sexta-feira um acordo com o Canadá para conter a imigração ilegal na fronteira comum, em sua primeira visita ao vizinho do norte destinada a marcar a amizade renovada entre os dois países.

"Os Estados Unidos e o Canadá trabalharão juntos para desencorajar os cruzamentos ilegais da fronteira", disse Biden em discurso no parlamento canadense. O presidente americano elogiou o compromisso do Canadá de receber 15 mil migrantes procedentes do continente americano.

Como pano de fundo deste entendimento está a questão de "Roxham", passagem irregular pela qual cerca de 40 mil imigrantes procedentes dos Estados Unidos chegaram a Quebec no ano passado, evitando os pontos oficiais de entrada. Seu fechamento preocupa as ONG de apoio aos imigrantes.

"O impacto sobre refugiados em perigo extremo é devastador. O resultado será levar as pessoas a tentar travessias ainda mais perigosas em áreas isoladas" ou empurrá-las para traficantes de pessoas, criticou Julia Sande, da Anistia Internacional.

Estas chegadas agitaram o clima político no Canadá, país onde o problema é relativamente novo, provocando tensão com Washington. Em janeiro, autoridades americanas fizeram mais de 128.000 detenções por tentativas de entrada ilegal em território nacional, através do México, e a direita republicana não perde a oportunidade de acusar Biden de leniência face ao fenômeno migratório.

Informações anteriores ao encontro indicavam que, em troca do fechamento da Roxham Road, Ottawa aceitaria receber cerca de 15.000 solicitantes de asilo da América Latina por meio de canais legais, como acabou sendo anunciado. A medida aliviaria a pressão na fronteira sul dos Estados Unidos.

Biden foi aplaudido no Legislativo, principalmente quando elogiou o compromisso dos dois países de apoiar a Ucrânia em sua guerra com a Rússia. Os Estados Unidos e o Canadá são "dois povos" que compartilham o "mesmo coração" e, "em caso de desacordo", resolvem seus problemas "com amizade e boa vontade".

A relação entre Washington e Ottawa é infinitamente mais cordial do que durante a presidência do republicano Donald Trump, mas há alguns pontos de conflito.

- Ajuda ao Haiti -

Outro tema de discussão será o Haiti, país assolado pela violência das gangues e por uma grave crise humanitária. Uma fonte do governo canadense disse à AFP que se espera, para esta sexta-feira, um anúncio de "financiamento significativo", relacionado com a ajuda humanitária e a capacitação das forças de segurança haitianas.

Washington acolheria com satisfação que o Canadá desempenhasse um papel de liderança no envio de uma força internacional para o país caribenho.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, informou ontem sobre "discussões com o governo canadense para ver o que podem fazer juntos, assim como com outros países, os países da Caricom (Comunidade do Caribe) e da região".

Os gastos militares também estarão na agenda bilateral, no momento em que Washington pressiona por um esforço dos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em meio à guerra na Ucrânia e às crescentes tensões com a China.

Ottawa está longe de destinar 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) aos gastos militares, um piso estabelecido para os países-membros da Aliança Atlântica.

Em particular, pode-se abordar, hoje em Ottawa, a modernização do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad, na sigla em inglês).

- Semicondutores e cadeias de suprimentos -

Os dois países são bastante integrados e parceiros do México no Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (T-MEC).

Trudeau, cujo país é o primeiro cliente dos Estados Unidos em matéria de comércio exterior, vai querer avançar suas fichas na área econômica.

Biden adotou um enorme plano de subsídios para a transição energética, a "Lei de Redução da Inflação" (IRA, na sigla em inglês), destinada a apoiar a produção e o desenvolvimento de tecnologias em solo americano. Os principais parceiros comerciais de Washington temem que essa guinada reduza suas vendas para os EUA.

A fonte do governo canadense disse esperar que, na coletiva de imprensa conjunta, sejam feitos anúncios sobre semicondutores e fortalecimento das cadeias de suprimentos na América do Norte.

O governo e os representantes sindicais dos servidores federais assinaram nesta sexta-feira, 24, o acordo que garante um reajuste linear de 9% nos salários a partir de maio, além de um aumento de R$ 200 (43,6%) no auxílio-alimentação, que passa de R$ 458 para R$ 658. Segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, o acordo cabe na reserva de R$ 11,2 bilhões no orçamento de 2023 para essa finalidade.

Para que o reajuste entre em vigor, será preciso aprovar um PLN no Congresso Nacional em abril. A ministra da Gestão, Esther Dweck, adiantou que a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, já assinou a proposta que será enviada ao Parlamento.

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"Hoje mesmo já vou conversar com os líderes no Congresso. Trata-se de uma alteração orçamentária simples de uma rubrica para outra, sem aumento de gastos. Sabemos que ainda existe uma defasagem no auxílio-alimentação em relação a ouros Poderes, mas estamos felizes de já poder fazer isso hoje para ser pago a partir de maio", afirmou Dweck.

O governo também se comprometeu a articular com o Congresso a retirada da proposta de emenda constitucional (PEC) da reforma administrativa, enviada em ainda em 2020 pela equipe do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, lembrou que a mesa de negociação do governo com o funcionalismo é permanente, após seis anos sem acordos. "Depois de um longo e tenebroso inverso, se reabre o diálogo com os servidores públicos. Não se constrói uma nação soberana sem um serviço público valorizado e eficiente", afirmou.

O secretário de Gestão de Pessoas e Relações do Trabalho do Ministério da Gestão, Sérgio Mendonça, destacou que o acordo foi alcançado após três rodadas de negociação com os servidores. "Foi o acordo possível diante da disponibilidade orçamentária deste ano. Foi um acordo razoável, bom dentro das nossas limitações", avaliou. "Vamos continuar o diálogo e esse debate nas negociações dos anos vindouros, de 2024 a 2026", garantiu.

O presidente do Fórum Nacional de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), Rudinei Marques, apontou que a negociação foi a mais célere da história entre os servidores e o governo federal. "Esse processo marca o retorno da civilidade no debate com os servidores, após anos de ataques contra o funcionalismo", acrescentou.

A disputa judicial pela titularidade do Arquipélago de Fernando de Noronha se aproxima de um fim, após uma decisão tripartite, acompanhada por diversas autoridades políticas, ser tomada durante uma solenidade no Recife, capital pernambucana, nessa quarta-feira (22). A governadora Raquel Lyra (PSDB), a vice Priscila Krause (Cidadania) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinaram um acordo que permite a continuidade da administração pelo Governo do Estado, mas sob gestão integrada com a União. 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski acompanhou a homologação e deverá levar o termo para o plenário da Corte, onde a matéria passará por uma última votação antes de se tornar válida. 

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A conciliação foi firmada através da Procuradoria-Geral do Estado (PGE-PE), após uma fase dedicada apenas ao diálogo junto aos demais signatários do acerto. A partir de agora será criado um Comitê de Acompanhamento e Gestão do Acordo, composto por quatro gestores titulares, sendo dois da União e outros dois do Estado de Pernambuco. Raquel Lyra afirmou que o termo “garante” que Noronha seguirá um patrimônio pernambucano, enquanto recebe uma melhor administração para preservar os interesses dos moradores e turistas. 

Quando começou a disputa? 

Não é a primeira vez que a ilha é tema de disputa administrativa e territorial. No entanto, o pedido de reavaliação de titularidade emitido nos anos mais recentes aconteceu durante o Governo Bolsonaro, em 2022, quando a gestão federal protocolou no Supremo um pedido de liminar em ação civil contra o Estado de Pernambuco e solicitou o domínio sobre o Arquipélago de Fernando de Noronha. 

À época, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou um suposto descumprimento do acordo de compartilhamento firmado em 2002. As alegações sempre foram contestadas pelo governo de Pernambuco. Desde 1988, a ilha pertence ao governo estadual. O contrato de 2002 ao qual Bolsonaro se referiu foi firmado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), representando a União, que administrava a ilha até então, com o ex-governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (MDB). 

Para cessar a disputa, o Governo Lula propôs a administração compartilhada com a participação conjunta do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A AGU afirma que a proposta firmada visa à proteção ambiental e cooperação administrativa pela defesa da biodiversidade e do uso sustentável de recursos naturais. 

Qual será o papel de cada um, Governo Estadual e União, na gestão da ilha? 

O acordo prevê a cooperação entre a União e o Estado de Pernambuco para a gestão das unidades de conservação do Arquipélago, definindo criteriosamente questões como licenciamento ambiental e outras responsabilidades em áreas estratégicas do Arquipélago, incluindo a Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual e a APA Federal. 

As regras preveem que não poderá ocorrer a ampliação do perímetro urbano e construções irregulares deverão ser coibidas e demolidas se estiverem em desconformidade com as normas ambientais do arquipélago.  

Ao Executivo, cabe a execução de políticas públicas de natureza social e econômica e a definição de planos, programas e projetos relativos ao desenvolvimento sustentável do Arquipélago, inclusive quanto à gestão urbanística do uso do solo, compatibilizadas com as normas constitucionais e infraconstitucionais de proteção do meio ambiente. 

O Governo de Pernambuco também retomou a elaboração do Plano de Gestão Sustentável Integrada da Ilha (PGSI). Essa será uma estratégia elaborada com participação popular dos moradores da ilha com prazo para finalização em dezembro de 2023. 

Por que Fernando de Noronha pertence a Pernambuco? 

Desde que foi descoberta, em 1503, há 520 anos, a ilha só não pertenceu a Pernambuco no período entre 1942 e 1988 (por 46 anos). Nessa época, o arquipélago foi federalizado e passou por diversas gestões, do Exército à Aeronáutica. Em 1988, o território foi anexado de volta ao Estado. A linearidade com o território pernambucano sempre gerou dúvidas, já que Noronha está mais próxima da capital do Rio Grande do Norte, Natal, do que do Recife, por exemplo. 

Em 1700, houve uma espécie de formalização da posse pernambucana sobre a ilha, concedida ao estado (à época, capitania) por Portugal. Nesse período, o território do Rio Grande do Norte era parte de Pernambuco. Após os 46 anos em que Noronha foi federalizada - o que incluiu o fim da Segunda Guerra Mundial e a Ditadura Militar no Brasil -, o território foi reanexado, mesmo com a independência do Rio Grande do Norte. 

Atualmente Noronha é um distrito estadual (único do país) administrado pelo Governo do Estado. O ICMBio, que é um órgão federal, é responsável pelo Parque Nacional Marinho, área que corresponde a 70% da ilha principal e as ilhas secundárias do arquipélago. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nesta quarta-feira, 22, a homologação do Acordo de Noronha para gestão compartilhada do território de Fernando de Noronha entre o governo federal e o Estado de Pernambuco. Na segunda agenda do dia no Nordeste, contudo, o presidente não falou.

O evento ocorreu em Pernambuco e contou com a participação da governadora do Estado, Raquel Lyra (PSDB), do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski e do Advogado-Geral da União, Jorge Messias. A gestão da ilha vinha sendo disputada entre a União e o governo federal judicialmente desde março de 2022.

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No discurso, Lewandowski classificou o evento como "momento histórico e extremamente importante". De acordo com ele, o acordo representa três princípios importantes da Constituição. O primeiro, segundo ele, é o prestígio ao diálogo entre as unidades federativas; o segundo é a inauguração de um diálogo entre os Poderes; já o terceiro representa uma ênfase maior dada ao patrimônio ambiental brasileiro. "Estamos inaugurando uma nova era, de diálogo e harmonia", disse Lewandowski.

Seguido do ministro, Messias tomou a palavra e classificou o acordo como uma restauração do equilíbrio federativo. O advogado-geral da União destacou a sensibilidade, diálogo e conciliação de Lula para o acordo. "Hoje, o acordo que assinamos vai estabelecer marcos claros de preservação ambiental para a ilha de Fernando de Noronha, marcos claros para a gestão urbana, permitir a retomada de investimentos de Pernambuco na ilha, da União Federal, principalmente dos órgãos de proteção ambiental", disse em discurso.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski vai homologar o acordo entre o governo federal e o Estado de Pernambuco para gestão compartilhada do território de Fernando de Noronha. A informação foi confirmada na noite desta terça-feira (21) pela assessoria do ministro. 

O documento será assinado nesta quarta-feira (22), no Recife, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao estado. 

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Preservação

Pelo novo acordo, ambas as partes se comprometeram a realizar o compartilhamento da gestão da ilha, preservando o meio ambiente e o uso ordenado do solo. 

As regras preveem que não poderá ocorrer a ampliação do perímetro urbano e construções irregulares deverão ser coibidas e demolidas se estiverem em desconformidade com as normas ambientais do arquipélago. 

A gestão de Fernando de Noronha passou a ser questionada no STF após o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro pedir que o território fosse declarado domínio da União pelo suposto descumprimento do acordo de compartilhamento firmado em 2002. As alegações sempre foram contestadas pelo governo de Pernambuco. Desde 1988, a ilha pertence ao governo estadual. 

A Justiça de São Paulo homologou, na sexta-feira (24), o acordo para que empresas ligadas ao ex-prefeito Paulo Maluf (1993-1996) devolvam US$ 44 milhões (cerca de R$ 226 milhões) aos cofres municipais. O dinheiro teria sido desviado das obras da Avenida Jornalista Roberto Marinho e do Túnel Ayrton Senna. Maluf foi condenado a sete anos e nove meses de prisão no caso e hoje cumpre pena em regime domiciliar.

A decisão de homologação foi da juíza Celina Kiyomi Toyoshima, da 4.ª Vara de Fazenda Pública, e encerra a ação civil movida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra as empresas ligadas ao ex-prefeito. "Houve manifestação dos envolvidos nos presentes autos requerendo a homologação do acordo", justificou a juíza ao validar o termo.

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O acordo foi firmado pelo MP de São Paulo e pela Procuradoria-Geral do Município com a Eucatex, companhia controlada pela família Maluf, e com as offshores Kildare, Durant e MacDoel. O dinheiro deve ser depositado à vista nos próximos dias.

Valores

A Eucatex vai desembolsar US$ 7,2 milhões (R$ 37 milhões). O resto do dinheiro vem da venda de 33% das ações da empresa, até então controladas pelas offshores, que agora foram compradas pelo banco BTG Pactual por US$ 53 milhões (R$ 272 milhões). Parte desse valor (US$ 23 milhões) será usada para cobrir custas em processos internacionais e o restante vai servir para ressarcir a Prefeitura de São Paulo. O município receberá, ainda, valores depositados em duas ações judiciais em São Paulo, no total de R$ 35 milhões, que pertenciam a uma das empresas offshores.

Os promotores de Justiça Silvio Marques, José Carlos Blat e Karyna Mori, responsáveis pelo acordo, pediram a homologação no mês passado e, como mostrou o Estadão, ainda pretendem buscar a reparação de cerca de US$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhão) no caso Maluf.

De acordo com a investigação, Maluf desviou, em conluio com construtoras e doleiros, mais de US$ 300 milhões das obras públicas e usou as offshores para reinvestir pelo menos US$ 93 milhões na Eucatex. O esquema teria sido viabilizado por meio de operações complexas que envolveriam a compra de debêntures, posteriormente convertidas em ações, por meio de fundos de investimento e trusties, que seriam controlados pela família do ex-prefeito.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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