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O mundo científico foi capaz de encontrar uma vacina contra a Covid-19 em poucos meses, mas contra a aids a pesquisa não teve sucesso, apesar de anos de esforços.

Como se explica essa diferença? Para começar, a própria natureza do vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da aids, que é difícil de neutralizar.

Contra o coronavírus, os governos assumiram o comando: Estados Unidos, por exemplo, anunciaram investimentos colossais, o relaxamento das regulamentações, o teste de novas pistas de pesquisas.

Mas contra o vírus da aids o esforço não foi o mesmo. Apesar dos avanços formidáveis no tratamento médico, o HIV continua matando.

O 1º de dezembro é o dia de luta contra a doença que representou, após a sua descoberta em 1983, uma profunda mudança social.

No ano passado, 680 mil pessoas morreram de aids.

O HIV "infecta as células do sistema imunológico", integrando no DNA seu próprio material genético, explica à AFP Olivier Schwartz, diretor da unidade de vírus e imunidade do Instituto Pasteur.

Isso o torna um inimigo muito mais difícil de localizar. Enquanto não são necessárias, essas células imunes passam por fases dormentes, durante as quais o vírus pode se desenvolver.

Enquanto uma infecção com SARS-CoV2 (o vírus da covid-19) é curada na maioria dos casos naturalmente e a imunidade é adquirida ao mesmo tempo, o mesmo não acontece com o HIV.

Em segundo lugar, sua variabilidade é muito maior do que a do coronavírus. O HIV "sofre mutações muito mais facilmente" e, portanto, "é mais difícil gerar anticorpos de amplo espectro que podem bloquear a infecção", explica Olivier Schwartz.

"Sabemos vacinar contra uma variante rapidamente, mas não quando um vírus sofre mutações excessivas", enfatiza Nicolas Manel, chefe de equipe do Instituto Curie.

Um recente ensaio de vacina na África Subsaariana, para gerar imunidade contra várias variantes do HIV, foi abandonado devido à falta de eficácia.

- "Meios limitados" -

Para descobrir uma vacina, uma decisão de investimento estratégico de longo alcance terá que ser feita. Mas o mercado farmacêutico, com exceção das vacinas anticovid, está enfraquecido.

"A falta de investimento é alarmante", lamenta Nicolas Manel. "Existem muitos pesquisadores motivados, mas trabalham com meios limitados", explica.

A vacina é, a priori, a única forma de erradicar totalmente o vírus, com o qual ainda vivem cerca de 38 milhões de pessoas no mundo.

No momento, os pacientes têm à disposição um tratamento de terapia tripla "que funciona maravilhosamente bem e medicamentos que podem prevenir a doença", explica Monsef Benkirane, diretor de pesquisas do Instituto Francês de Genética Humana.

Atualmente, há uma dezena de vacinas em estudo. Entre elas, um produto desenvolvido pelo laboratório Moderna com tecnologia de RNA mensageiro, método inovador que deu origem ao grande sucesso de sua vacina contra a covid.

"O uso dessa tecnologia abre uma nova porta, cheia de esperança para vírus como o HIV", diz Gilles Pialoux, chefe do serviço de doenças infecciosas e tropicais do hospital Tenon em Paris e especialista em aids.

Mas os resultados finais levarão anos para chegar.

A pandemia de coronavírus teve um impacto muito negativo na luta contra a aids, pois interrompeu enormemente o acesso ao sistema de saúde e às redes de exames e laboratórios.

Mas, ao mesmo tempo, ativou novos campos promissores na pesquisa de vírus.

"Nunca se falou tanto sobre saúde, doenças infecciosas, o esforço coletivo necessário para combater uma pandemia global", destaca Serawit Bruck-Landais, da associação francesa Sidaction.

Um estudo sugere que a proteção da CoronaVac, vacina contra a covid-19, é menor entre pessoas infectadas pelo HIV, vírus causador da aids. Diante disso, a orientação para vacinação tem que ser mantida, inclusive com prioridade para doses de reforço nesse grupo. No entanto, o estudo não analisou como se comportam as outras vacinas que vêm sendo usadas no Brasil. 

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) compararam a proteção da CoronaVac em pessoas infectadas pelo HIV e naquelas não infectadas. O estudo mostrou que, depois de receber a CoronaVac, uma pessoa sem o HIV tem 3,21 mais chances de desenvolver anticorpos contra a covid-19 do que uma não infectada por esse vírus.  “Significa que a resposta à vacina é um pouco pior entre pessoas que vivem com o HIV. Ela [a vacina] é muito importante, mas a potência dela para gerar resposta é inferior em pessoas que vivem com HIV, em comparação àquelas que não têm HIV”, disse uma das autoras do estudo, a professora da Faculdade de Medicina da USP Vivian Avelino-Silva. 

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Apesar de níveis de proteção menores, isso não quer dizer que pessoas com HIV devam deixar de se vacinar. De acordo com a professora, a menor proteção reforça que esse é um grupo prioritário e que pode precisar de maior reforço no esquema vacinal.  “É o tipo de situação que justamente esclarece para nós que, se tiver alguém para priorizar, seriam as pessoas com HIV. Isso sugere que talvez as pessoas que vivem com HIV precisem de mais reforços, mais precoces ou em maior número, em relação às pessoas que não têm HIV”, disse Vivian. 

O número de células de defesa do organismo, chamadas de CD4, pode ajudar a explicar a dificuldade na produção de defesas contra o novo coronavírus. Pessoas com HIV, mas com maior número de células de defesa, têm o dobro de chances (2,26 vezes mais) de desenvolver os anticorpos que pessoas em estágios mais avançados da infecção pelo HIV. 

O estudo foi publicado como preprint, que é uma espécie de esboço em que o trabalho permanece aberto para receber a contribuição de outros cientistas antes da publicação definitiva.   Procurado pela Agência Brasil, o Instituto Butantan informou que dois estudos científicos publicados por pesquisadores do Brasil e da China evidenciaram que a CoronaVac “é segura e capaz de gerar níveis elevados de proteção contra o SARS-CoV-2 em pessoas infectadas pelo vírus HIV, causador da AIDS”. Um desses estudo é o da FMUSP, citado acima. 

“Quatro semanas após a segunda dose da vacina, a porcentagem de participantes com positividade para anticorpos neutralizantes SC e NAb foi alta tanto para o grupo com HIV quanto no grupo controle. Nenhuma reação adversa séria foi relatada durante o estudo, seja entre pessoas com HIV ou nos participantes não imunossuprimidos”, diz o informe do instituto. 

O Butantan acrescenta, no informe, que os pesquisadores encontraram diferenças nos parâmetros de imunogenicidade entre as pessoas com HIV, sendo que o grupo com o sistema imunológico mais enfraquecido teve imunogenicidade mais baixa contra o vírus da covid-19 quando comparados àqueles com contagem maior de células de defesa, após a aplicação de duas doses da vacina. “Uma abordagem possível é usar uma dose de vacina de reforço ou mesmo administrar títulos de antígeno mais altos por dose de vacina”, divulgou o instituto sobre a conclusão dos pesquisadores.

Em agenda pela Europa, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi mal interpretado ao pontuar que a vacina contra a Covid-19 pode gerar o diagnóstico positivo para a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). O presidente fez a fala durante sua tradicional live de quinta-feira. A afirmação, contudo, é falsa e não tem comprovação científica. 

Na ótica de Queiroga, Jair Bolsonaro deixou claro na hora que não estava “fazendo juízo de valor”. “O presidente Bolsonaro replicou uma notícia publicada numa revista de grande circulação nacional e, se as pessoas tiverem atenção de verificar o vídeo, ele diz ‘não vou fazer juízo de valor acerca do que está nessa matéria’”, declarou em entrevista à Agência Lusa. A revista citada pelo presidente deixa claro no texto que não há relação entre a vacinação contra a Covid-19 e o desenvolvimento da Aids.

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O ministro da Saúde ainda ponderou que foram criadas “narrativas de como o presidente é contra a vacina” e pontuou que o governo tem “um dos maiores programas de vacinação do mundo, com R$ 26 bilhões alocados”. Marcelo Queiroga cumpre agenda na Europa até o fim da semana.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) usou o Twitter, nesta segunda-feira (25), para anunciar que pretende incluir o que chamou de “fala mentirosa” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a Covid-19 no relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. O senador, que é vice-presidente da CPI da Pandemia no Senado, referiu-se à afirmação do presidente de que a vacina contra o coronavírus fazia com que as pessoas desenvolvessem a Aids.

“Temos um delinquente contumaz na Presidência da República! Informo que incluiremos, no relatório da CPI, a fala mentirosa e absurda de Bolsonaro associando a vacina contra a COVID-19 à AIDS”, escreveu Randolfe.

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Na última quinta-feira (21), na sua tradicional live semanal, Bolsonaro disse que as pessoas vacinadas com as duas doses dos imunizantes “estão desenvolvendo Síndrome da Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido do que o previsto”. A live foi retirada do ar pelo Facebook, sob a justificativa de que o vídeo continha uma notícia falsa sobre a vacinação contra a Covid-19.

Randolfe Rodrigues ainda afirmou que vai solicitar ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que Bolsonaro seja investigado no inquérito das fake news.

“Além disso, encaminharemos ofício ao Ministro Alexandre de Moraes, pedindo que Bolsonaro seja investigado por esse absurdo no âmbito do inquérito das fake news e recomendaremos às plataformas de redes sociais a suspensão e/ou o banimento do Presidente”, declarou.

A live semanal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), postada no último dia 21 de outubro, foi derrubada pelas plataformas Facebook e Instagram, que pertencem à mesma empresa. O motivo da penalidade, segundo as redes, foi uma informação falsa reproduzida pelo mandatário, na qual ele associa as vacinas contra a Covid-19 a casos de aids no mundo. É a primeira vez que a companhia Facebook tira do ar algum conteúdo do presidente, que também já foi penalizado pelo Google, através de um vídeo do YouTube.

“Nossas políticas não permitem alegações de que vacinas da covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas”, alegou o porta-voz da companhia. A decisão de derrubar a live ocorreu no domingo (24), quase três dias após a transmissão. Bolsonaro realiza suas lives regularmente às quintas-feiras, e nelas costuma fazer atualizações sobre o seu governo, mas é comum que declarações polêmicas e informações falsas sejam parte do repertório.

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A fala da última quinta-feira (21) afirmou que pessoas que completaram seus esquemas vacinais contra o novo coronavírus no Reino Unido estão desenvolvendo aids. O chefe do Executivo considera o assunto “grave” e já o havia abordado anteriormente, quando disse que “apanhou muito” por ser honesto sobre o tema. Bolsonaro, no momento, segurou um papel que se parece com um jornal impresso, indicando que havia sido notícia na mídia internacional.

“Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados (15 dias após a segunda dose) estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (aids) muito mais rápido que o previsto. Não vou ler aqui porque posso ter problemas com a minha live”, disse.

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasileira (AMB) lançaram uma nota para rebater a afirmação do presidente. Segundo os especialistas, não se conhece nenhuma relação entre a vacina e a Aids. Até o momento desta publicação, o presidente Jair Bolsonaro não havia se manifestado sobre a decisão das plataformas.

Durante a última live, realizada na quinta-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que vacinados contra Covid-19 estão desenvolvendo Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) muito mais rápido do que o previsto. A afirmação do presidente foi baseada na publicação do site beforeitnews.com, conhecido por propagar teorias da conspiração e fake news.

“Temos um estudo aqui do Reino Unido onde 70% dos mortos com covid estavam vacinados. Não vou tecer comentários. Então, 70% dos mortos por covid no Reino Unido estavam vacinados (...) Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados estão desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto", afirmou o chefe de Estado. 

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A colocação de Bolsonaro ganhou destaque nas redes sociais e gerou várias críticas. "Vacinas não causam AIDS! Nenhuma vacina! P** parece que eu estava adivinhando que só faltava isso", escreveu a microbiologista Natalia Pasternak. "Bolsonaro dissemina mentira e preconceito. Diz em live que vacina contra covid transmite vírus da aids. Não há liberdade de expressão que sustente tamanha violência: contra nós, contra as pessoas vivendo com aids", critica Debora Diniz. 

Confira o trecho da live:

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O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública (ACP) contra a pastora e cantora gospel Ana Paula Valadão. O órgão pede indenização por danos morais coletivos em razão da prática de discurso de ódio contra os homossexuais e pessoas que convivem com a Aids.

Durante um evento, Valadão afirmou: "Tai a Aids para mostrar que a união sexual entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte, contamina as mulheres, enfim. Não é o ideal de Deus".

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Segundo a ação, movida também contra o canal 23 Ltda (Rede Super de Televisão), a fala da pastora influencia um número indeterminado de pessoas pelo seu conteúdo, especialmente com a repercussão gerada pelo compartilhamento nas redes sociais e nos meios de comunicação.

Investigado por meio de um inquérito civil, o episódio ocorreu quando a pastora participou de um congresso chamado “Na Terra como no Céu”, transmitido ao vivo e reprisado pela Rede Super de Televisão, emissora que pertence à Igreja Batista da Lagoinha.

Questionada pelo MPF, a pastora alegou que sua fala encontrava-se amparada no exercício da liberdade religiosa e foi mal interpretada. Alegou ainda que teria dito isso em um contexto religioso, durante um culto para público determinado e a transmissão se deu por um canal igualmente para uma audiência de fiéis.

O MPF pede a condenação da Rede Super de Televisão ao pagamento de indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 2 milhões, e que também seja obrigado a arcar com os custos econômicos da produção e divulgação de contra narrativas ao discurso do ódio praticado, em vídeo e sítio eletrônico, com a efetiva participação de entidades representativas de pessoas LGBTQIA+ bem como de pessoas que convivem com o HIV.

Em relação à pastora Ana Paula Machado Valadão Bessa, o MPF pede que seja condenada por danos morais coletivos e ao pagamento de indenização no valor de R$ 200 mil.

O MPF pede que esses valores sejam revertidos a entidades representativas de pessoas LGBTQI+ e de pessoas que convivem com o HIV ou, alternativamente, ao Fundo Nacional de Direitos Difuso.

A taxa de mortalidade causada pelo vírus HIV, causador da Aids, teve queda de 39% nos últimos dez anos em São Paulo. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o registro de diagnósticos também teve redução de 33%.

Embora tenha havido queda nos números de registros da doença em homens e mulheres, a incidência segue sendo menor entre as pessoas do sexo feminino. O levantamento da pasta da Saúde paulista aponta que, em 2010, o estado teve 3.023 mortes causadas pelo vírus da Aids. Já no ano passado, o número foi de 1.840 óbitos.

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Em relação à incidência dos casos, que era de 20,5 casos por 100 mil habitantes (no ano) em 2010, passou a ser de 13,7 no estudo concluído com base nos dados de 2019.

Embora haja uma redução considerável, a estimativa é de que a doença faça cinco vítimas por dia em São Paulo.

A baixa mais animadora da pesquisa foi verificada na baixa de incidência de Aids entre a população feminina . Na última década, o número de casos entre as mulheres caiu mais da metade. Os casos que eram 13,0 a cada 100 mil pessoas do sexo feminino (por ano), reduziram para 6,2.

Já a população masculina, que também registrou queda, teve redução de 28,5 para 21,7 por 100 mil homens. Segundo as autoridades de saúde, os dados mais preocupantes estão entre o público jovem masculino. No levantamento da Secretaria, de 2010 a 2019, foram diagnosticadas 8.462 pessoas entre 15 e 24 anos com o HIV.

Os homens na faixa etária entre 15 e 19 anos tiveram alta de 1,8 casos em 2010 para 5,2 em cada 100 mil até 2019. A alta entre eles também foi registrada no público de 20 a 24 anos de idade que saltou de 25,4 para 34,9.

Diagnóstico e acompanhamento

A Aids é uma doença infectocontagiosa que, na grande maioria dos casos, é transmitida por relações sexuais sem uso de preservativo, contágio vertical da mãe para o feto, além do compartilhamento de seringas e agulhas para uso de drogas.

Em São Paulo, o Programa Estadual IST/Aids-SP oferece testes de diagnóstico clínico e faz o acompanhamento dos casos positivos. É possível encontrar as diretirzes do tratamento no site do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids www.crt.saude.sp.gov.br ou por meio do telefone 0800-16-25-50.

Em São Paulo, o primeiro diagnóstico de Aids foi no ano de 1980. Dados atualizados no último mês de junho mostram que, em 40 anos, 281.093 casos da doença foram registrados e 120.371 pessoas morreram em decorrência do vírus HIV.

O Ministério Público Federal abriu uma investigação contra a cantora gospel Ana Paula Valadão para apurar declarações homofóbicas feitas por ela durante um congresso religioso, realizado em 2016. As informações foram divulgadas pelo colunista de Lauro Jardim, do Jornal 'O Globo'.

Ana Paula, que também é pastora evangélica, estava ministrando em um culto no Congresso Diante do Trono, projeto criado por ela e conduzido por toda a sua família, quando afirmou que relações entre pessoas do mesmo sexo não são "normais" e fez uma ligação direta da aids aos casais LGBT.

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"Isso não é normal. Deus criou o homem e a mulher e é assim que nós cremos. Qualquer outra opção sexual é uma escolha do livre arbítrio do ser humano. E qualquer escolha leva a consequências. (...) A Bíblia chama de qualquer opção contrária ao que Deus determinou, de pecado. E o pecado tem uma consequência que é a morte. Está aí a aids para mostrar que a união sexual entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte e contamina as mulheres, enfim...", afirmou a cantora.

O caso aconteceu em 2016, mas viralizou na internet após um vídeo ser amplamente compartilhado nas redes sociais. 

No processo iniciado pelo MPF diz que: "a situação, na forma em que foi narrada, caracteriza-se como 'discurso de ódio', restando ao estado o dever de proteger as vítimas e responsabilizar os infratores, de maneira que essa atuação é ainda mais necessária no atual cenário brasileiro, em que a homofobia se encontra tão presente e multiplicam-se casos de ódio e intolerância".

O americano Timothy Ray Brown, conhecido como o "paciente de Berlim", que em 2008 se tornou a primeira pessoa a ser curada do HIV, faleceu aos 54 anos, vítima de câncer, anunciou nesta quarta-feira (30) a Sociedade Internacional de AIDS (IAS).

"Nos últimos seis meses, Timothy viveu uma recaída da leucemia, que afetou sobretudo o cérebro, mas permaneceu protegido do vírus HIV", destacou a IAS em um comunicado.

Seu companheiro havia anunciado na semana passada que Timothy estava em fase terminal. "Timothy não está morrendo de HIV, só para ficar claro", disse Tim Hoeffgen ao blog do escritor e ativista Mark King.

Ray Brown escreveu uma página da história médica da aids. Em 1995, quando morava em Berlim, ele soube que havia sido contaminado com o vírus HIV. Em 2006 foi diagnosticado com leucemia.

Para tratar a leucemia, seu médico da Universidade Livre de Berlim usou um transplante de células-tronco de um doador que tinha uma mutação genética rara que lhe deu uma resistência natural ao HIV, na esperança de curar as duas doenças.

Foram necessários dois procedimentos dolorosos e de alto risco, mas o resultado foi um sucesso: em 2008, Brown foi declarado livre da aids e do câncer.

Quando o marco médico foi anunciado, ele foi apresentado como o "paciente de Berlim" em uma conferência médica para preservar seu anonimato. Dois anos mais tarde, Timothy decidiu quebrar o silêncio e se tornar uma figura pública, concedendo entrevistas e participando em conferências.

"Sou a prova viva de que pode haver cura para a aids", disse à AFP em 2012. Desde então, apenas outra cura, em março de 2019, foi anunciada graças ao mesmo método: o "paciente de Londres", que também acabou revelando sua identidade, Adam Castillejo.

A complexidade e os riscos associados ao tratamento com o transplante de células-tronco impedem a generalização, sobretudo porque os antirretrovirais permitem em geral que o paciente tenha uma vida normal com o HIV.

O médico Carlos Alberto Morais de Sá, referência no tratamento da Aids no Brasil, morreu no último sábado (26), aos 76 anos, no Rio. A informação foi divulgada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). A causa da morte não foi divulgada.

Sá foi um dos pioneiros no tratamento de pacientes com Aids e contribuiu para a construção do Centro de Referência Nacional em HIV/Aids, no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, vinculado à UniRio.

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Médico do hospital desde 1972, Sá tornou-se coordenador do centro em 1983. De 1987 a 1993, foi consultor do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação, como membro da Comissão Nacional em HIV/Aids.

O Padre Juarez de Castro que comanda o programa “Bendita Hora”, usou o espaço da atração para demonstrar sua indignação ao discurso homofóbico feito pela cantora Ana Paula Valadão, que ganhou as redes sociais na última quinta-feira (12).

Durante o seu posicionamento, o padre não chegou a citar o nome da atriz, mas ficou claro que se referia de Ana Paula. “Você acredita nisso, que nós escutamos uma pessoa falar isso? Você acredita que uma pessoa, que se diz religiosa, falar que a Aids é culpa dos homossexuais? Isso é burrice misturada com preconceito! Burra, sim”, disse o padre.

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O padre comentou sobre o assunto após um dos telespectadores questionar se ele como homem homossexual poderia frenquentar a igreja e comungar por conta de sua orientação sexual.

“Bastaria qualquer pesquisa científica que ela veria que não existe nenhuma relação da homossexualidade com a Aids. Preconceituosa. Afastando as pessoas e levando elas a considerarem um outro como se fossem doentes e pecadoras. Preconceito. Talvez seja essa doença que precisamos combater. Porque o preconceito é uma doença mais feia, mais horrível do que a própria Aids”, comentou o pároco.

O vídeo onde a cantora e também pastora Ana Paula fala é de 2016, no programa “Diante do Trono’, apresentado por ela. A fala viralizou nas redes sociais e a cantora vem recebendo muitas críticas.

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Depois que o cantor André Valadão disse que igreja não é lugar para o público LGBTQIA+, chegou a vez da irmã dele embarcar em uma polêmica sobre religião. Um vídeo que está circulando na internet mostra Ana Paula Valadão, líder do grupo evangélico Diante do Trono, falando sobre a Aids. Ela declarou que relacionamentos entre os homossexuais não agradam a Deus e que o vírus é uma forma de punição. "Isso não é normal", disse.

"Deus criou o homem e a mulher e é assim que nós cremos. Qualquer outra opção sexual é uma escolha do livre-arbítrio do ser humano. E qualquer escolha leva a consequências. Qualquer escolha contrária ao que Deus determinou como ideal chama de pecado. O pecado tem uma consequência que é a morte. Está aí a Aids para mostrar que a união sexual entre dois homens causa enfermidade que leva a morte, contamina as mulheres. Enfim, não é o ideal de Deus", completou a cantora.

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No Twitter, o nome de Ana Paula foi parar nos trending topics. Usuários da rede social ficaram indignados com o argumento da artista gospel. "Educação sexual é importante pra você não ser um imbecil igual a Ana Paula Valadão, que pensa que só homossexual é que tem Aids", disparou um dos internautas.

Confira o vídeo:

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Setenta e três países alertaram que estão em risco de ficar sem medicamentos antirretrovirais (ARV) em razão da pandemia de Covid-19, de acordo com pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) feita antes da conferência bianual da Sociedade Internacional de Aids. Vinte e quatro países relataram estar com baixo estoque de ARVs ou sofrerem com interrupções no fornecimento desses medicamentos que salvam vidas.

A pesquisa se deu após uma previsão, em maio, de que uma interrupção de seis meses no acesso a esses medicamentos poderia levar ao dobro nas mortes por aids na África Subsaariana - apenas em 2020.

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Em 2019, aproximadamente 8,3 milhões de pessoas foram beneficiadas pelos antirretrovirais nos 24 países que estão enfrentando a escassez no fornecimento. Isso representa cerca de um terço de todas as pessoas no mundo que estão em tratamento contra o HIV. Apesar de não haver cura, os antirretrovirais podem controlar o vírus.

A incapacidade dos fornecedores de entregarem os antirretrovirais no prazo e a paralisação dos serviços de transportes terrestre e aéreo estão entre as causas das interrupções citadas na pesquisa. O acesso limitado aos serviços de saúde em decorrência da pandemia também é um fator preponderante.

"As descobertas dessa pesquisa são muito preocupantes. Países e seus parceiros precisam fazer tudo que puderem para garantir, a quem precisa, o acesso ao tratamento contra o HIV. Não podemos permitir que a pandemia de covid-19 desfaça todas as conquistas na resposta global a essa doença", alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O número anual de novas infecções pelo HIV atingiu 1,7 milhão nos últimos dois anos. Houve, diz a OMS, pequena redução nas mortes relacionadas à doença, de 730 mil em 2018 para 690 mil no ano passado.

Procurado, o Ministério da Saúde do Brasil informou não haver desabastecimento de remédio. "Apesar da ocorrência de diversos desafios logísticos em razão da pandemia", o governo diz ter garantido estoque suficiente para que as pessoas em terapia antirretroviral recebam medicamentos para 60 ou 90 dias de tratamento .

Falta de vacinação

Após a suspensão de programas de vacinação para evitar aglomerações e deslocamentos durante a pandemia, a OMS também tem alertado sobre o risco de disseminação de outras doenças nos próximos meses. Segundo a entidade global, ao menos 68 países interromperam, em algum momento, campanhas de imunização infantil de doenças cuja prevenção é possível, como sarampo, poliomielite e difteria.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um estudo brasileiro, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), coordenado pelo infectologista Ricardo Sobhie Diaz, conseguiu eliminar o vírus HIV de um paciente que já era soropositivo há sete anos. Em entrevista à CNN Brasil, o paciente, que preferiu não se identificar, mostrou o teste para diagnóstico de HIV realizado este ano, atestando que ele não tem mais o vírus no organismo. “Eu me sinto livre”, declarou.

Iniciada em 2013, a pesquisa foi feita unicamente com pessoas que estavam com o vírus indetectável — ou seja, aquelas que têm a carga viral baixa e, por isso, não transmitem a doença, mesmo que sejam portadoras do vírus. Foram recrutadas pessoas que haviam iniciado o tratamento há pouco tempo e também pacientes em tratamento que apresentavam carga viral indetectável há mais de dois anos. 

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Os estudos foram paralisados por causa da pandemia de coronavírus mas uma nova fase da pesquisa deverá ser realizada, abrangendo mais 60 participantes, incluindo mulheres. Na primeira fase foram selecionados apenas pacientes homens.

Até hoje, apenas dois casos de cura do HIV foram reconhecidos pela ciência: Timothy Ray Brown, o “paciente de Berlim”, e Adam Castillejo, o “paciente de Londres”. Ambos foram submetidos a um transplante de medula óssea. Por uma mutação rara, eles ficaram livres do vírus HIV.

A PrEP, medicação utilizada na prevenção do risco de transmissão de HIV, será disponibilizada ‘’rotineiramente em toda a Inglaterra’’, de acordo com uma declaração dada ontem (15) pelo Departamento de Saúde Pública. O fornecimento da droga deve ser iniciado ainda este ano, após uma longa campanha de ativistas e apoiadores. 

As evidências mostram que a PrEP ‘’elimina quase completamente as chances de contrair o HIV”, diz o secretário de Saúde Matt Hancock, reduzindo o risco de transmissão em cerca de 99% quando tomado diariamente. "Isso beneficiará dezenas de milhares de vidas das pessoas e nos levará à nossa ambição de zero transmissão do HIV nesta década’’, completou o secretário.

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O anúncio de hoje é "um momento real para parar e comemorar uma vitória árdua pelo acesso à PrEP na Inglaterra", diz Ian Green, diretor executivo do Terrence Higgins Trust - uma instituição de caridade que faz campanhas e fornece ajuda para acabar com a transmissão do HIV - no comunicado: ‘’Hoje chega o fim dos anos de luta, campanha e lobby para garantir o acesso adequado a esse fator decisivo na prevenção do HIV’’.

O governo pretende acabar com as novas transmissões, que já caíram drasticamente na última década, inteiramente até 2030.

 

Para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o portador do HIV, vírus transmissor da Aids, é "uma despesa para todos no Brasil" e um "problema sério" para a própria pessoa. A declaração foi dada nesta quarta-feira (5), quando Bolsonaro defendia a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves, que propõe a abstinência sexual como política pública.

Para ele, é a relação sexual 'precoce' que auxilia na propagação do vírus. Além disso, o presidente ainda apontou que a liberdade sexual é culpa do PT. "Essa liberdade que pregaram ao longo do PT todo, que vale tudo, se glamouriza certos comportamentos que um chefe de família não concorda, chega a esse ponto: uma depravação total. Não se respeita nem sala de aula mais", disse.

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Neste domingo (1º) é o Dia Mundial de Luta Contra Aids. Na data, cidades de todo o mundo realizam atividades de prevenção e conscientização sobre o HIV/Aids. Desde 2017, o país criou o Dezembro Vermelho, um mês de visibilidade sobre a causa. Pensando na data, a capital paulista fará campanhas durante o período com testagem rápida gratuita em diversos pontos da cidade, atividades e distribuição de preservativos.

Os testes que serão oferecidos são os de fluido oral e não há necessidade de realizar coleta de sangue. O resultado fica pronto em aproximadamente 20 minutos e é dado por um profissional da saúde em uma sala isolada. Todo o procedimento é gratuito.

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A avenida Paulista e estações do Metrô são alguns dos lugares onde serão realizados os exames. Além disso, sachês de gel lubrificantes, camisinhas femininas e masculinas serão distribuídas gratuitamente. O cadastro e a coleta das testagens terminam 30 minutos antes do horário de encerramento.

Confira abaixo os dias e locais onde serão realizados os testes:

 

Serviço

Testagem Rápida de HIV

Quando: 1º de dezembro, das 11h às 16h

Onde: Av. Paulista, 1853

 

Quando: 3 de dezembro, das 11h às 16h

Onde: Estação Pinheiros do Metrô (Linha 4-Amarela)

 

Quando: 4 de dezembro, das 11h às 16h

Onde: Estação Capão Redondo do Metrô (Linha 5-Lilás)

 

Quando: 5 de dezembro, das 14h às 19h

Onde: Praça Princesa Isabel, s/n - Centro

 

Quando: 6 de dezembro, das 17h às 20h

Onde: Galpão Cultural Jabaquara - Av. do Barro Branco, 776 - Vila do Encontro

 

Quando: 7 de dezembro, das 17h às 20h

Onde: Centro Cultural Cidade Tiradentes - Rua Inácio Monteiro, 6900 - Conj. Hab. Sítio Conceição

 

Quando: 8 de dezembro das 11h às 16h

Onde: Avenida Paulista, 1853

 

Quando: 9 de dezembro das 11h às 16h

Onde: Terminal Municipal de ônibus da Lapa

 

Quando:10 de dezembro das 9h às 16h

Onde: Estação Itaim Paulista da CPTM

 

Quando: 11 de dezembro das 11h às 16h

Onde: Estação Campo Limpo do Metrô (Linha 5-Lilás)

 

Quando: 19 de dezembro das 17h às 22h

Onde Galpão Cultural Grajaú - Rua Prof. Oscar Barreto Filho, 252 - Parque América

O Recife Antigo recebe neste domingo (1º), às 17h30, um abraço coletivo para dizer não ao preconceito às pessoas que vivem com o HIV. O ato pelo Dia Mundial de Luta Contra a Aids chama a atenção da população, dos turistas e das diversas esferas do governo, em memória das vítimas que se foram em decorrência da Aids.

Todos os dias no País, duas pessoas morrem vítimas da doença. Em Pernambuco, a cada seis horas, uma pessoa é diagnosticada com HIV de acordo com os dados da Secretaria de Saúde do Estado. 

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Com o tema “A Vida é mais Forte. Juntos fazemos a diferença!”, o Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo (GTP+) e diversas organizações parceiras participam da ação. O evento reunirá ativistas, representantes dos governos, população local e participantes do 1º Encontro da Rede Nacional de Mulheres Travestis e Transexuais e Homens Trans vivendo e convivendo com HIV/Aids.

Vale ressaltar, que na ocasião, serão feitos relatos pelos militantes sobre a desestruturação das políticas públicas no campo do HIV/Aids pelo atual Governo Federal.  “Infelizmente, a gente vive um momento triste no Brasil com a mudança do nome do Programa de Aids que passou a ser Doenças Crônicas em vez de ressaltar a questão do HIV e da Aids, além dos retrocessos no campo dos direitos humanos. É por tudo isso, que estaremos juntos neste dia 1º de dezembro”, desabafou o coordenador geral do GTP+, Wladimir Reis.

Serviço:

Onde: Marco Zero - Recife

Quando: 1º de dezembro (domingo)

O quê: Ato do Dia Mundial de Luta Contra Aids

Horário: 17h30

Nos dias 28 e 29 de novembro, o Teatro Aliança Francesa recebe o 3º Encontro de Saúde / Prevenção IST / Aids entre Jovens LGBT+ em São Paulo. O evento, organizado pela Associação da Parada do Orgulho LGBT (APOGLBTSP), terá programação com exibição de filmes, palestras e mesa redonda.

Entre os documentários que serão exibidos estão "Laurence Anyways" (2012), com direção de Xavier Dolan, e "Carta para Além dos Muros" (2019), dirigido por André Canto. Após a exibição dos filmes haverá rodas de conversa sobre a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

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Um dos destaques do bate-papo é a presença de Laurence Slama, especialista em Profilaxia Pré- Exposição (PreP) de risco à infecção pelo HIV, que consiste no uso preventivo de medicamentos antirretrovirais antes da exposição sexual ao vírus, para reduzir a probabilidade de infecção pelo HIV.

O encontro acontece todos os anos e sempre no final do mês de novembro, próximo ao dia 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Confira a programação completa em paradasp.org.br/3encontrodesaude.

 

Serviço

3º Encontro de Saúde / Prevenção IST  AIDS entre Jovens LGBT+

Quando: 28 e 29 de novembro, das 15h às 20h30

Onde: Aliança Francesa - Rua General Jardim, 182, Centro, São Paulo - SP

Entrada gratuita

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