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Durante entrevista a um programa na TV americana, em 2015, o ator Charlie Sheen repercutiu nos quatro cantos do mundo com a declaração de que era portador do vírus HIV. A notícia chocou os fãs do artista, que sempre o acompanharam em papéis engraçados no cinema. Assim como Charlie, o Brasil já passou por momentos de tristeza quando alguns astros do entretenimento abriram o coração para revelar que tinham a mesma doença.

Ícone do rock nacional, Cazuza, na década de 1980, foi um dos famosos que abriu discussão para as pessoas que passavam pelo mesmo problema de saúde, chegando a falecer em 1990 por complicações avançadas do vírus. Neste sábado (1º), é celebrado o Dia Internacional da Luta contra a Aids, reforçando a necessidade da prevenção para combater a doença e descontruir qualquer tipo de preconceito.

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Cazuza

Batizado como "o poeta" da música popular brasileira, Agenor Neto, o Cazuza, fez história com a sua rouca e rasgada o comando do Barão Vermelho. Querendo alcançar outros objetivos, o cantor partiu para a carreira solo. Sempre aclamado pela crítica, Cazuza, em 1986, começou a sentir os sintomas da Aids. Em tratamento nos Estados Unidos durante dois meses, o filho de João e Lucinha Araújo retornou ao Brasil para produzir o disco "Ideologia". Assumindo abertamente que tinha sido infectado pelo vírus HIV em 1989, Cazuza faleceu um ano depois em decorrência a um choque séptico.

Freddie Mercury

Sucesso em todo o mundo, Freddie Mercury imortalizou os vocais do Queen. Performático em todos os shows, Freddie arrastava uma multidão por onde passava, a exemplo de quando lotou o Rock in Rio em 1985. Dois anos depois da sua passagem pelo Brasil, o astro do rock recebeu o diagnóstico de que estava com Aids. Negando sempre quando lhe perguntavam se tinha a doença, Freddie Mercury decidiu revelar o problema de saúde em novembro de 1991, um dia antes de morrer. Em 2018, o eterno líder do grupo Queen recebeu uma homenagem através do cinema no filme "Bohemian Rhapsody", contando sua história na banda.

Renato Russo

No comando da Legião Urbana, Renato Russo mostrou genialidade em suas composições. Percorrendo o Brasil ao lado de Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Rocha, Russo ganhou o carinho do público jovem através dos clássicos "Pais e Filhos", "Faroeste Caboclo", "Índios", "Tempo Perdido", "Vento no Litoral", entre outros, vendendo aproximadamente 20 milhões de discos. O que o brasiliense não esperava era que o seu legado ficasse para os fãs tão cedo. Trilhando carreira solo, Renato Russo faleceu em 1996 por complicações causadas pela Aids. No dia 27 de julho, o público pernambucano conheceu um pouco do artista através do espetáculo "Renato Russo - O Musical". A peça contando um pouco da vida de Renato invadiu o Parque Treze de Maio gratuitamente.

Wagner Bello

Nos anos de 1990, a TV Cultura prendia a atenção das crianças quando exibia a história mágica do "Castelo Rá-Tim-Bum". Nino e toda sua trupe divertiam os telespectadores mirins com situações lúdicas, dando a oportunidade de cada criança construir seus mundos particulares. Entre os assuntos didáticos abordados no programa infantil, um personagem de outro planeta encantava com sua aparência colorida. O ator Wagner Bello fez muita gente rir com as trapalhadas do extraterrestre Etevaldo. Sucesso também no teatro, Bello foi vítima do HIV. Em 1994, aos 34 anos, o inesquecível Etevaldo faleceu semanas antes de gravar sua participação no "Castelo Rá-Tim-Bum".

Sandra Bréa

O talento da atriz Sandra Bréa invadiu todas as vertentes da arte. Interpretando personagens de grande importância para a história da teledramaturgia, Sandra teve que viver um roteiro pessoal que não estava anunciado. Por volta de 1993, a atriz decidiu contar publicamente que também era uma das vítimas portadoras do vírus HIV. No primeiro semestre de 2000, Sandra Bréa veio a óbito no condomínio que morava no Rio de Janeiro, Zona Oeste da cidade. A artista faleceu quando tinha 47 anos. A última aparição de Sandra em novelas da Globo foi em "Zazá", em 1997. 

Fotos: Reprodução/Youtube/Divulgação

Os casos de AIDS e mortes em decorrência da doença caíram 16% nos últimos quatro anos no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. Entre os motivos para a queda estão a garantia do tratamento para todos, a melhora do diagnóstico, a ampliação do acesso à testagem e a redução do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento.

De 1980 a junho de 2018, 926.742 casos de aids no Brasil foram identificados, totalizando 40 mil novos casos por ano. Em 2012, o número de casos era 21,7 para cada 100 mil habitantes. Já em 2017, a taxa era de 18,3 casos. Na mesma época, o índice de mortalidade por aids foi de 5,7 mortes para cada 100 habitantes para 4,8 mortes. Além disso, a taxa de transmissão de HVI durante a gravidez caiu 43% entre 2007 e 2017, sendo de 3,5 casos para cada 100 mil habitantes para 2 casos.

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O ministério informou que a rede pública de saúde oferecerá o autoteste para populações-chave e pessoas em uso de medicamento de pré-disposição ao HIV a partir de janeiro de 2019. A intenção é distribuir 400 mil unidades do teste, a princípio nas cidades de São Paulo, Santos, Piracicaba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e Manaus.

Por unanimidade, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) decidiu pela prisão de um homem condenado a dois anos e oito meses em regime aberto por ter transmitido Aids à namorada. Segundo o tribunal, ele manteve relações sexuais com a mulher sem usar preservativos e sem contar que era portador do vírus HIV.

O homem foi condenado na primeira instância, recorreu da sentença, mas teve o recurso negado. O relator do processo, desembargador Antônio Carlos Nascimento Amado, destacou em seu voto que “o contágio da parceira com enfermidade incurável, por se tratar de ofensa à saúde corporal, caracteriza a violência doméstica contra a mulher a atrair a incidência da Lei Maria da Penha”.

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Uma infectologista arrolada como testemunha no processo disse que a recomendação é que seja usado preservativo independente do tempo de relacionamento.

Com informações da assessoria

Pesquisadores anunciaram neste sábado (6) que testaram uma vacina experimental contra o HIV, que provocou uma reação imunológica em humanos e protegeu macacos da infecção, uma notícia considerada animadora.

O desenvolvimento desta vacina potencial, segura para o homem, está avançado o suficiente para que ela seja testada em 2.600 mulheres na África Meridional.

"Estes resultados representam uma etapa importante" para a criação de uma vacina, ressaltou o diretor do estudo, o virologista Dan Barouch, em um comunicado na revista médica The Lancet.

No entanto, advertiu que não há nenhuma garantia de que os próximos testes sejam positivos. "Devemos ser prudentes", declarou à AFP.

Dois terços dos macacos-rhesus que foram submetidos ao tratamento resultaram protegidos pela vacina nos testes de laboratório.

Os resultados dos testes mais amplos são esperados para 2021 ou 2022.

Trata-se do "quinto conceito de vacina" contra o HIV testado em 35 anos, segundo Barouch.

Outra, chamada RV144, demonstrou que protegia o homem do HIV até certo ponto. Em 2009, um estudo indicou ter reduzido em 31,2% o risco de infecção de 16.000 voluntários na Tailândia.

O estudo publicado no sábado foi realizado com 393 adultos em bom estado de saúde, soronegativos, de entre 18 e 50 anos na África Oriental, África Meridional, Tailândia e Estados Unidos. Alguns deles receberam um placebo.

Os testes mostraram a inocuidade do combinado vacinal, que incluía diferentes tipos de vírus HIV, com apenas cinco participantes com efeitos indesejados como diarreia ou tonturas.

Estas mesmas vacinas protegeram dois terços dos 72 macacos que os pesquisadores trataram após inocular o vírus.

Alguns especialistas consultados pela AFP saudaram este avanço.

"Necessitamos tanto uma vacina", disse François Venter da universidade de Witwatersrand (África do Sul). Mas "já conhecemos isto: vacinas experimentais promissoras que não se concretizam".

"Provavelmente não é a vacina definitiva, mas pode ser um avanço fenomenal", disse o francês Jean-Daniel Lelièvre, do Instituto de Pesquisa de Vacinas. "No melhor dos casos" estas pesquisas produzirão uma vacina administrável dentro de "quase 10 anos".

Cerca de 37 milhões de pessoas vivem com o HIV ou a aids, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e 1,8 milhão de pessoas o contraem todos os anos. A doença matou cerca de 35 milhões dos 80 milhões que infectou desde que foi diagnosticada pela primeira vez, nos anos 1980.

Apesar dos avanços da medicina na prevenção e tratamento da doença, os pesquisadores insistem nas medidas que devem ser tomadas para não se infectar: proteção durante as relações sexuais, uso de seringas novas, esterilização do material médico, etc.

A Justiça do Rio de Janeiro condenou o empresário Renato Peixoto Leal Filho a sete anos de prisão por contaminar mulheres com o vírus HIV de propósito. Soropositivo, o morador da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, foi acusado de manter relações sexuais sem preservativo com duas pessoas com o objetivo de transmitir o vírus. As informações são do Jornal Extra.

Na sentença da juíza Lúcia Regina Esteves de Magalhães, da 19ª Vara Criminal, é colocado que "não restam dúvidas quanto ao dolo do acusado em manter relações sexuais com as vítimas, a fim de lhes transmitir enfermidade incurável sendo certo que o elemento subjetivo pode ser constatado através do modus operandi utilizado, o qual consistia em conhecer as vítimas através de sites de relacionamentos, seduzir as mesmas por meio de falsa promessa de um relacionamento estável e as atrair ao seu apartamento, onde as surpreendia, abordando-as rispidamente, com elas mantendo relações sexuais de forma extremamente violenta, que incluía a prática de sexo anal, prática que facilita em muito o contágio do vírus, não as informando ser soropositivo”.

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Durante a investigação do caso, a Polícia Civil coletou vídeos de Renato praticando sexo com as vítimas sem preservativo e depoimentos de testemunhas que relataram ter mantido relações sexuais com o acusado sem serem informadas de que ele era soropositivo. Renato está preso desde julho de 2017, através de um mandado de prisão preventiva.

O caso começou a ser investigado no fim de agosto de 2015, quando a primeira vítima fez a denúncia. Uma jovem de 23 anos que morou com o empresário chegou a procurar outras mulheres que teriam se envolvido com ele para alertá-las. Foram reunidos áudios com ameaças feitas pelo homem e os vídeos em que ele aparece transando sem preservativo. 

Em uma entrevista para o Jornal Extra, Peixoto admitiu ser soropositivo e ter transmitido a doença para as duas ex-companheiras. Ele, entretanto, negava a insistência para manter relações sexuais sem preservativo e sem avisar sobre sua condição.

A Apple irá introduzir uma nova cor na sua linha do iPhone 8 e 8 Plus nesta segunda-feira (9). Os smartphones estarão disponíveis na tonalidade vermelha. A novidade faz parte da parceria da empresa com a (RED), uma entidade sem fins lucrativos dedicada ao combate ao HIV/Aids na África.

Segundo informações divulgadas pelo site The Verge, um memorando enviado às operadoras dos EUA diz que o telefone vermelho estará disponível para pré-venda, mas não especifica se isso incluirá uma edição do iPhone X. A Apple já lançou uma série de edições especiais de iPods, iPads e, no ano passado, lançou um iPhone 7 na mesma cor.

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A iniciativa (RED), fundada em 2006 pelo líder da banda U2, Bono Vox, e pelo ativista Bobby Shriver, licencia seu nome para outras empresas privadas para destacar os esforços para combater o HIV/AIDS em oito países africanos - Gana, Quênia, Lesoto, Ruanda, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia e Zâmbia.

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O Ministério da Saúde distribuiu, até novembro deste ano, cerca de 465 milhões de preservativos, sendo 454,8 milhões de camisinhas masculinas e 9 milhões de femininas. Em todo o ano passado, foram distribuídos 395,3 milhões de preservativos.

O número de distribuição cresceu devido a camisinha ser considerada um dos métodos mais eficazes para se prevenir contra a Aids e outras doenças, como alguns tipos de hepatites e a sífiles, por exemplo. Segundo informações do Ministério da Saúde, o preservativo também deve ser usado por quem já se infectou com o HIV, porque ele previne contra a reinfecção do vírus causador da Aids.

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A distribuição acontece por todos os estados e capitais, de acordo com as demandas. Para saber onde retirar os preservativos, ligue para o Disque Saúde (136). Não há cotas ou quantidade máxima por pessoa. 

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids) informou que no mundo existem 36,7 milhões de pessoas vivendo com o vírus HIV, das quais 53% estão em tratamento. O Brasil é responsável por 49% das novas infecções. De acordo com o estudo, são mais de 40 mil novos casos por ano ou um caso a cada 15 minutos.

Enquanto no mundo o número de casos caiu 11%, no Brasil houve aumento de 3%. A estimativa é que 827 mil pessoas estão vivendo com o vírus HIV no Brasil. Também houve aumento no número de jovens na faixa dos 15 aos 24 anos que contraíram o vírus HIV. Segundo o Unaids, 35% das 4.500 novas infecções ocorrem nessa faixa etária, o que corresponde a cerca de um em cada três casos.

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Outra faixa etária que é prejudicada com a patologia é a dos idosos. No estado de São Paulo, o acréscimo foi de 40% entre pessoas acima dos 50 anos.

Nesta sexta-feira (1º) a cidade de Guarulhos, localizada em São Paulo, vai promover no Teatro Adamastor Centro, das 8h às 17h, oficinas com cerca de 100 professores de ciências biológicas da rede pública de ensino para orientar à população práticas de prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).

Para a prefeitura, a proposta do evento é compartilhar estratégias e novas linguagens para atingir o público mais vulnerável ao Human Immunodeficiency Virus (HIV) do município, que são os jovens de 15 a 19 anos e de 20 a 26 anos. Essa faixa etária apresentou crescimento no número de casos de HIV entre 2010 e 2015 em Guarulhos, sendo que a maior incidência de notificações se deu entre homossexuais, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) de outubro de 2016.

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Os munícipes ainda poderão realizar testes para HIV e Sífilis em um das 47 Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade, basta entrar em contato com a mais próxima. No caso do HIV os testes são rápidos, realizados a partir da coleta de uma gota de sangue extraída da ponta do dedo, e ficam prontos em apenas 20 minutos. O exame para sífilis também é feito em 20 minutos.

Blessing queria muito acreditar, pois, independentemente do bom senso, era sua última esperança. Ela viu o anúncio no Facebook prometendo cura, clicou e quase caiu em um golpe.

Aconteceu há alguns meses. Esta nigeriana de 30 anos - seu nome é fictício - criou um perfil falso na rede social e entrou em contato com o "curandeiro tradicional", muito bem conectado com as novas tecnologias.

Por 100.000 nairas (232 euros), ela obteve uma poção feita com plantas que erradicaria "em 100%" a doença. A jovem hesitou e pediu para falar pessoalmente com seu benfeitor. Antes, recebeu uma resposta direta: ele lhe enviaria o número de sua conta bancária.

"Só me falou em dinheiro, então deixei o assunto de lado...", contou à AFP, com sua voz suave. "Mas estava disposta a tentar. Havia tantos comentários que diziam que funcionava".

Graças ao tratamento anti-retroviral gratuito que recebeu na Nigéria, Blessing pôde terminar seus estudos em sociologia em Abuja, sente-se mais ou menos "confortável" com a vida cotidiana e faz "suas coisas". O mais insuportável para ela é não conseguir encontrar um companheiro. "Estava desesperada. Todas as relações que quis ter foram complicadas", contou à AFP. "Sei que devo aprender a viver com o vírus", acrescentou.

Para além das armadilhas da internet, o desespero e a estigmatização que acompanham os soropositivos os torna presas fáceis de "milagreiros" de todo tipo neste país muito religioso de 180 milhões de habitantes.

Não passa um mês sem que um pastor anuncie ter "salvado" um fiel. Em Lagos, os doentes vêm de todo o continente às igrejas evangélicas, que são tão imponentes quanto shopping centers, atraídos pelas promessas de pregadores inescrupulosos.

Um dos mais conhecidos e mais controversos é TB Joshua, que encabeça a Sinagoga Igreja de Todas as Nações (Scoan) e tem uma fortuna de vários milhões de dólares, e que se vangloria de ter curado doentes de aids e, inclusive, de ter feito mortos voltarem à vida.

Seu site na internet está repleto de testemunhos que registram as proezas do "profeta", como este: um tal "Ubon (...) foi curado do HIV/aids graças a uma oração", prova de que "nenhuma doença pode escapar do poder de cura de Jesus Cristo".

'Sem prova científica'

Há quem garanta ter encontrado "O" remédio científico esgrimindo revistas obscuras que publicam seus trabalhos. O anúncio, feito no começo do ano por um professor da Universidade de Agricultura de Abia (sudoeste), motivou a publicação de muitos artigos na imprensa nigeriana.

Após "25 anos de pesquisas", o professor Maduike Ezeibe afirmou ter testado com sucesso em pacientes um medicamento produzido por ele.

"A Nigéria é o primeiro país que tem dez pessoas que se curaram de HIV/aids", declarou em março o professor ao jornal Guardian Nigeria.

Estas afirmações foram imediatamente condenadas pelas agências de saúde nigerianas que destacaram "a ausência de prova científica sólida" e as consequências dramáticas que podem ter sobre os doentes se pararem com o tratamento.

"Se uma pessoa está convencida de que está curada, quando ao contrário tem o vírus, o risco de transmissão será mais elevado", explica à AFP Daniel Ndukwe, da Agência Nacional de Luta contra a aids (Naca).

Ainda assim, algumas pessoas que dizem ter se livrado do HIV "por cura milagrosa", experimentaram depois "uma deterioração de seu (estado de) saúde", segundo Ndukwe, embora não se tenha feito um estudo formal na Nigéria para conhecer a magnitude do problema. O que é certo é que muitos compreenderam o potencial do "mercado" na Nigéria.

Embora a taxa de presença entre os adultos (2,9% em 2016) seja baixa com relação a outros países, como a África do Sul (18,9%), o número de pessoas que vivem com HIV, 3,2 milhões, continua sendo um dos mais elevados do continente.

Alguns russos estão convencidos de que a aids é um mito criado pelos gigantes da indústria farmacêutica para vender mais medicamentos, uma teoria que preocupa as autoridades confrontadas com uma epidemia de consequências dramáticas.

Mais de 900 mil russos são soropositivos e a cada hora se registram dez novas infecções, segundo cifras oficiais. Durante os seis primeiros meses do ano, uma média de 80 pessoas morreram diariamente por causas relacionadas à aids, contra 50 diárias em 2016.

Menos da metade dos doentes se submetem a um tratamento com anti-retrovirais. Nos últimos meses, foram registrados casos de pacientes falecidos por falta de cuidados, inclusive o de uma menina de 10 anos em um hospital de São Petersburgo (noroeste), cujos pais, muito religiosos, se negavam a que fosse tratada.

"É inaceitável que nos nossos dias morram crianças (de aids) quando há tratamentos disponíveis", afirma, indignado, Alexei Yakovlev, médico-chefe do hospital Botkin de São Petersburgo. Alguns pacientes não recebem tratamento por falta de medicamentos, mas outros porque negam a existência do HIV, explicam, preocupados vários funcionários e militantes da luta contra a aids.

O deputado russo pró-Kremlin Alexander Petrov pediu recentemente às associações que "se dirijam a quem não acredita que (o HIV) existe".

Grupos na internet

Sob pressão da Onuaids, a rede social russa Odnoklassniki suprimiu um grupo que negava a existência do HIV. Mas o mesmo voltou a se formar em outra plataforma.

"São como ratos, fogem para outra parte e continuam propagando suas ideias", denuncia Vinay Saldanha, diretor da Onuaids para o leste europeu e a Ásia central. "É inaceitável que se tolerem fóruns e grupos de discussão (que negam a existência do HIV) em alguns sites na internet".

Na internet, a AFP encontrou vários grupos negacionistas com milhares de seguidores, por exemplo na Vkontakte, rede social mais popular que o Facebook na Rússia.

"O HIV é um dos maiores mitos do século XX", afirma um destes grupos que explica como negar um tratamento anti-retroviral e qualifica os remédios de veneno e os médicos de assassinos encarregados de enriquecer as empresas farmacêuticas.

Estes grupos negacionistas costumam citar as declarações de Olga Kovej, médica de Volgogrado (sul), para quem "um dos objetivos do mito do HIV é reduzir em 2 bilhões a população mundial". Além disso, afirma que os Estados Unidos usam a Rússia como "colônia" para testar suas vacinas contra o HIV.

'Gays americanos'

Os encarregados das associações atribuem em parte a propagação destas teorias à retórica antiocidental das autoridades. "A televisão não para de dizer que a Rússia está cercada de inimigos, que temos que lutar contra todos", afirma Elena Doljenko, da Fundação SPID.Tsentr de Moscou.

Este tipo de discurso ajuda, segundo ela, a legitimar a ideia de uma conspiração ocidental contra a Rússia, com o HIV como arma. Mas para Ekaterina Zinger, no comando da Fundação Svecha de São Petersburgo, o negativismo do HIV se deve, sobretudo, à "falta de consulta médica". "As pessoas não recebem informação suficiente e começam a pensar que lhes escondem algo", acrescenta.

Estas teorias, diz, encontram eco sobretudo entre os heterossexuais, convencidos de que a aids ataca em particular os homossexuais e os dependentes químicos. "Não entendem o que acontece com eles". Na Rússia, país defensor dos "valores tradicionais", as recentes campanhas de sensibilização se concentram na fidelidade no lugar da proteção.

"Estas campanhas não ajudam, agravam a situação e a negação da existência do HIV talvez se deva a elas", denuncia Doljenko. Ele dá um exemplo: "imagine uma jovem ortodoxa que vai à igreja todos os domingos, se casa e descobre que é soropositiva"; como o HIV é considerado coisa de "gays americanos", "pensará que nada tem a ver com ela".

Conhecida nacionalmente pela defesa de pessoas que vivem com Aids, a ONG brasiliense Amigos da Vida lançará no próximo dia 01 de dezembro, data da comemoração do Dia Mundial da Luta Contra a Aids, um aplicativo de apoio e relacionamento com foco em pessoas que vivem e convivem com o HIV/Aids. O lançamento ocorrerá na sede da Federação do Comércio do Distrito Federal, às 17h.

A ideia surgiu do coordenador de Marketing Social da entidade, Pedro Alves, após conduzir uma entrevista com mais de 600 jovens em diversos apps de relacionamento. O objetivo foi sensibilizar e levar informação acerca das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST's), HIV, Aids e hepatites virais tirando dúvidas de adolescentes, jovens e adultos.

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"Com os resultados da pesquisa, foi inferida a necessidade de se criar um app que levasse interação aos usuários, combate ao estigma da Aids, informações de tratamento e prevenção ao HIV/Aids além de proporcionar relacionamentos de amizade e namoro com segurança", explica ele.

Batizado de HIVE, ou colmeia em tradução livre, o aplicativo tem como objetivo levar informação, conectando pessoas e levando o conhecimento como forma de interação sem distinção de cor, credo, raça e status sorológico.

"O conceito de união, aceitação, prevenção, segurança e autoestima fomentam o empoderamento dos jovens a cerca da saúde sexual e tratamento precoce em casos de infecção por HIV/Aids e demais IST's", sustenta o presidente da ONG, Christiano Ramos, conhecido militante da causa.

Dados assustam

Segundo o último Boletim Epidemiológico da Aids do Ministério da Saúde, houve um drástico aumento de infecção do HIV/Aids entre jovens na faixa etária de 15 a 24 anos. O relatório sustenta ainda que, de 2006 para 2015, a taxa mais que triplicou (de 2,4 para 6,9 casos/100 mil habitantes) entre aqueles com 15 a 19 anos. Os números também não favorecem a faixa etária entre 20 e 24, que quase dobrou os casos (de 15,9 para 33,1 casos/100 mil habitantes).

SERVIÇO

Lançamento do Hive, app de defesa dos que convivem com a Aids

(Dia Mundial de Luta contra a Aids)

Dia 01 de dezembro de 2017, às 17h

Local: SCS Qd. 6, Bl A, Lt. 206, Ed. Newton Rossi, 1º andar – Auditório Fecomércio

Informações: (61) 3234-5740 – (61) 98305-8880

Da assessoria

 

 

Um projeto de lei que tramitava na Câmara dos Deputados e que foi aprovado no Senado Federal, que visa criar o “Dezembro Vermelho” para conscientizar sobre vírus da Aids, também conhecido como HIV, está prestes a ser sancionado pelo presidente Michel Temer (PMDB). Dessa forma, durante todo o último mês do ano haverá atividades sobre o assunto a começar pelo dia 1º, considerada a data mundial de Luta contra a doença. 

A iluminação de prédios públicos com luz vermelha, campanhas nos veículos de comunicação e diversas atividades para alertar a população sobre os riscos de contrair essa doença e outras sexualmente transmissíveis deverão fazer parte da programação, que contará com parcerias do poder público. 

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A autora da proposta, a deputada federal Erika Kokay (PT), argumentou que é preciso um movimento dedicado “à prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com o vírus da Aids”. “Com essa proposição, queremos que o mês inteiro seja dedicado à prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que convivem com o vírus”, explicou. 

Dados recentes revelam que o número de novos casos de Aids aumentou, em 3% entre 2010 e o ano passado no país, indo na contramão da média mundial. No mundo, a taxa teria diminuído em 11%. A informação foi divulgada pela UNAids, órgão das Nações Unidas para lidar com a epidemia. 

A ampla divulgação de que a aids é uma doença que tem tratamento eficaz dá às pessoas, principalmente aos jovens, a falsa sensação de proteção e faz com que elas não se protejam corretamente contra essa e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). A afirmação é da infectologista do Comitê de HIV/Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Tânia Vergara.

A especialista alerta que essa percepção de “pouco risco de morte” por aids é equivocada e não pode ser confundida com uma segurança de exposição indiscriminada ao vírus. “A cura da aids não é uma realidade ainda. E se não se trata corretamente essa doença, que tem um potencial alto de mortalidade, ela vai ocorrer. O desenvolvimento natural da doença sem controle é para a morte”.

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Segundo dados do Ministério da Saúde, de 2007 a junho de 2016 foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 136.945 casos de infecção pelo HIV no Brasil. A maioria (52,3%) dos casos ocorre em pessoas na faixa etária de 20 a 34 anos. Nos últimos cinco anos, o Brasil tem registrado uma média anual de 41,1 mil casos de aids.

A infectologista da SBI explica que, embora os tratamentos para aids sejam eficazes, a pessoa infectada fica dependente do uso diário de medicação. “Então, é uma falsa noção de que se tratar ele vai ficar bem”, disse. Segundo Tânia Vergara, o tratamento exige acompanhamento médico regular e tem efeitos colaterais.

Sífilis e hepatites

A única forma segura e eficaz de se prevenir contra as ISTs é com o uso da camisinha, segundo a especialista, que ressalta que as pessoas lembram da aids, mas se esquecem de outras doenças como sífilis e hepatites virais. “Estamos em uma grande epidemia de sífilis há dois anos”, destacou. Segundo Tânia, mesmo contraindo a sífilis várias vezes, manifestada por feridas, corrimentos ou verrugas ano genitais, as pessoas continuam se expondo à infecção por não se protegerem.

No período de 2010 a junho de 2016 foram notificados no Sinan 227.663 casos de sífilis adquirida. Entre 2014 e 2015, houve um aumento de 32,7% nos registros da doença. Em 2015, o número total de casos notificados de sífilis adquirida no Brasil foi de 65.878. Naquele ano, observou-se que 55,6% desses casos eram da faixa etária de 20 a 39 anos.

Segundo Tânia Vergara, a desproteção também está relacionada à ideia de que o prazer é a coisa mais importante. “O sexo é muito ligado à emoção, tem muito instinto ligado a isso. E não aprendemos que linguagem usar para as pessoas entenderem [a importância da prevenção contra as ISTs]”, disse. Ao mesmo tempo, segundo ela, se fala muito pouco sobre sexualidade com os jovens. “Está cada vez mais na escura. Estamos precisando falar o que está acontecendo”, ressaltou.

No caso das hepatites virais, de 1999 a 2015, foram notificados no Sinan 514.678 casos confirmados no Brasil. Destes, 161.605 (31,4%) são referentes à hepatite A; 196.701 (38,2%) de hepatite B; 152.712 (29,7%) de hepatite C; e 3.660 (0,7%) de hepatite D.

No Brasil, a taxa de incidência da hepatite A foi maior nos anos de 2004 e 2005. A taxa de detecção das hepatites B e C apresenta tendência de aumento, sendo que a hepatite B apresentou maiores taxas em relação à hepatite C em todo o período. As menores taxas são observadas para a hepatite D.

Testes

A orientação da infectologista é que pessoas que não têm o hábito de usar preservativos nas relações sexuais façam exames regularmente para identificar eventuais infecções e impedir sua disseminação. “Mas o exame não é curativo. O exame só diagnostica a doença, não previne que se pegue. A importância do exame é para se tratar mais cedo e reduzir a cadeia de transmissão”, alerta.

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O Programa Conjunto das Nações Unidas para HIV/AIDS (UNAIDS) lançou um novo relatório mostrando como o estigma e a discriminação estão criando barreiras a serviços de prevenção, testagem e tratamento, colocando vidas em risco. O documento foi apresentado pelo chefe do UNAIDS, Michel Sidibé, durante o Fórum Mundial dos Direitos Humanos em Genebra. 

O estudo mostra como as pessoas vivendo com HIV, que enfrentam níveis altos de estigma relacionado à doença, têm uma probabilidade duas vezes maior de adiar o início do tratamento. Para Sidibé, o estigma e a discriminação são uma afronta aos direitos humanos e colocam vidas em risco. Segundo o UNAIDS, pessoas vivendo com HIV muitas vezes evitam de ir a clínicas com medo de ter seu status divulgado ou sofrerem ainda mais discriminação. Em 19 países com dados disponíveis, uma em cada cinco pessoas com o vírus evitou ir a um centro de saúde por medo. 

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O programa alerta que pessoas com HIV esperam até estarem muito doentes para buscar ajuda e têm probabilidade menor de responder bem à terapia antirretroviral. O relatório destaca que para chegar a todas as pessoas vivendo ou com risco de contrair HIV e ligá-las a serviços de prevenção e tratamento, o mundo precisa confrontar a discriminação. 

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--> Cientistas desenvolvem antiviral contra o vírus da aids 

O Ministério da Saúde ampliou o acesso ao remédio Dolutergravir para toda a população que vive com HIV e Aids no país. Até o final de 2018, 300 mil pacientes poderão utilizar o medicamento.

Segundo o ministério, o produto é considerado um dos mais eficazes para o tratamento de Aids no mundo pela alta potência, pelo nível muito baixo de eventos adversos, pela comodidade para o paciente (uma vez ao dia), assim propondo um tratamento eficaz por mais tempo e menor resistência.

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“Essa ampliação decorre dessa nossa prática de economizar e reaplicar essa economia nos serviços de saúde e melhorar a qualidade de vida de todos os brasileiros. Tenho certeza de que todos ficaram satisfeitos com essa ampliação do melhor medicamento do mundo para todos os portadores de HIV, além dos aplicativos que ajudarão profissionais e população”, explica o ministro Ricardo Barros.

A medida de prevenção pretende reduzir o risco da infecção pelo HIV antes da exposição, por meio da utilização de medicamentos antirretrovirais em pessoas não infectadas e que mantêm relações de risco com maior frequência. Entre o público-alvo da medida estão gays, travestis, transexuais, profissionais do sexo e casais sorodiferentes.

Pesquisadores do grupo farmacêutico francês Sanofi e dos Institutos da Saúde americanos (NIH) desenvolveram um antiviral triplo que foi apresentado como extremamente promissor para a prevenção e o tratamento do vírus da aids.

O tratamento, cujos detalhes foram publicados nesta quarta-feira na revista americana Science, permitiu proteger macacos do vírus da imunodeficiência símia (SIV) e de cepas do vírus da imunodeficiência humana (HIV).

Este antiviral de "três cabeças" proporcionou uma proteção melhor do que a de todos os anticorpos testados até hoje, neutralizando 99% de mais de 200 cepas diferentes de HIV-1, detalharam os pesquisadores. O novo agente também foi testado em células humanas em laboratório.

Estes anticorpos foram produzidos por meio de engenharia genética para detectar e neutralizar múltiplos alvos infecciosos simultaneamente.

"Diferentemente dos anticorpos naturais, este antiviral triplo ataca vários objetivos infecciosos em uma só molécula", explicou Gary Nabel, cientista da Sanofi e autor principal deste artigo.

"Este enfoque tem o potencial de melhorar a proteção contra o HIV e é também uma base para novos tratamentos contra o câncer e doenças autoimunes e infecciosas", disse o pesquisador.

A diversidade genética do HIV no mundo é a maior dificuldade para produzir anticorpos capazes de combater a pandemia de forma eficaz.

Está previsto que um ensaio clínico de fase 1 comece em 2018 no Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID), parte dos NIH.

Os testes serão feitos em voluntários saudáveis e em pessoas infectadas com o HIV, e deverão determinar a segurança e eficácia desta nova molécula.

No início no mês de agosto, um rapaz publicou no Facebook uma resposta ao comentário "teu namorado tem aids", recebido pelo aplicativo Sarahah, que permite o envio de mensagens anônimas. O texto do usuário da rede social, Jeandro Brb, teve mais de 7 mil reações e 1.558 compartilhamentos, com pessoas manifestando-se contrárias ao preconceito associado à falta de informação sobre o assunto.

O rapaz se identifica como servidor público, que atua no Sistema Único de Saúde (SUS). Ele utiliza a rede social para esclarecer que ser portador do vírus HIV e ter a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) são coisas diferentes, uma vez que o segundo é a doença acarretada pelo vírus, que pode ser controlado.

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Ainda na publicação, de acordo com Jeandro, tanto portadores de HIV como pessoas com AIDS podem ser medicadas diariamente e manter o vírus sob controle. "A medicação vai eliminando as cópias do vírus no organismo a ponto de sobrar tão poucas que elas não estão mais presentes na corrente sanguínea, o que chamamos de Carga Viral Indetectável", diz, sobre os casos em que o portador do vírus torna-se praticamente incapaz de transmiti-lo. 

Ele conta que o SUS oferece o tratamento de forma gratuita e eficaz, afirmando que o país é uma referência mundial no controle do vírus causador da AIDS. Explica, inclusive, que o tratamento permite que casais heterossexuais, sendo um soropositivo, tenham filhos sem o vírus. 

Sobre o caso do namorado de Jeandro, ele esclarece que é portador do vírus HIV e o tratamento é feito há mais de três anos, sendo um caso de carga viral indetectável. Ele esclarece que o casal conversou e está preparado para lidar com o preconceito, de forma que não sente o relacionamento afetado, e espera que o pronunciamento chegue até o usuário do Sarahah que mandou a mensagem inicial. 

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Pessoas que vivem com HIV têm uma vida cada vez mais perto da normalidade, com expectativa de vida muito próxima do restante da população. Aqueles que vivem em condição de fragilidade social, como desempregados e pessoas em situação de rua, entretanto, chegam a ter até dez vezes mais chances de complicações.

O resultado aparece na pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da Universidade de São Paulo (USP). Segundo o levantamento, os desempregados, por exemplo, têm quatro vezes mais chances de ter complicações. Os aposentados ou do lar, em comparação com as pessoas empregadas, apresentaram sete vezes mais chances de internação. Já os indivíduos em situação de rua têm dez vezes mais chance de serem internados do que os que têm moradia.

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A pesquisa foi realizada na cidade de Ribeirão Preto-SP e analisou o prontuário clínico de cada paciente que vive com o HIV no município. Os dados apresentam que 60,7% dos que estavam internados não faziam uso da terapia antirretroviral, que diminui a mortalidade e promove qualidade de vida, e 58,9% apresentavam histórico de abandono dos antirretrovirais. Entre os que não estavam internados, 83,9% usavam corretamente a terapia antirretroviral e 83,1% tomavam corretamente os medicamentos.

Escolaridade

A enfermeira Lívia Maria Lopes, responsável pelo estudo, percebeu também que a condição educacional está diretamente ligada à situação de saúde das pessoas. Os que não tiveram complicações em função do HIV são, em grande maioria, mais bem informados, com maior grau de escolaridade. 

No plano individual, a baixa escolaridade interfere no quanto o paciente está informado sobre as formas de transmissão do vírus e a prevenção para o não agravamento da doença. A baixa escolaridade também interfere no conhecimento sobre a importância do tratamento e no autocuidado. 

Na análise do aspecto social, o estudo revelou que as internações por HIV estão diretamente relacionadas com a ausência de fonte de renda, também conectada com menor escolaridade. A ausência dos familiares e a falta de um trabalho agravam o cenário dos portadores de HIV em situação de rua. "A permanência em situação de rua muitas vezes é influenciada por elementos estruturais e biográficos. Sendo assim, compreender e até mesmo enfrentar tal realidade implica no reconhecimento das condições de vida desses sujeitos e da disponibilidade dos serviços sociais existentes em cada cidade", Lívia destaca.

Para a enfermeira, o principal fator responsável pela internação hospitalar é a ausência de suporte social. Ela reforça que o cuidado prestado às pessoas que vivem com HIV/Aids não se limita à disponibilidade e oferta de ações e serviços de saúde. "É necessário o empreendimento de políticas públicas capazes de garantir a intersetorialidade e a integração entre os diversos serviços de assistência social e de saúde pertencentes à rede assistencial, com o intuito de minimizar as vulnerabilidades existentes nesse cenário de pobreza e exclusão social", salienta.

Com informações da assessoria

Uma injeção por mês com um tratamento antirretroviral é suficiente para manter confinado o vírus da aids - revela um estudo publicado nesta segunda-feira (24), o que permitirá aos soropositivos deixar de tomar um comprimido diário.

O estudo, cujas conclusões foram publicadas pela revista britânica The Lancet, consistiu em injetar duas moléculas antirretrovirais a cada quatro, ou oito, semanas durante quase dois anos em 230 pacientes com HIV, mesmo que com uma carga viral indetectável.

Ao final desse período, 87% dos pacientes do grupo que recebeu medicamentos a cada quatro semanas continuavam com uma carga viral indetectável. Esse número chegou a 94% no grupo que recebeu a medicação a cada oito semanas.

Essas proporções são comparáveis às registradas no grupo de 56 pacientes que continuou tomando um comprimido por dia (84%), segundo os resultados do estudo de fase II apresentado na Conferência Internacional de Pesquisa sobre a Aids, realizada em Paris.

A primeira molécula injetada, chamada de cabotegravir, foi desenvolvida pelo laboratório ViiV Healthcare, uma filial da GSK, Pfizer e Shionogi especializada em HIV, onde trabalha um dos autores do estudo, David Margolis.

A segunda molécula (rilpivirina) está sendo desenvolvida pelo laboratório Janssen, do grupo Johnson & Johnson.

Os dois laboratórios fizeram uma aliança para criar, com essas moléculas combinadas, o primeiro tratamento injetável de ação prolongada contra o HIV.

Segundo o diretor científico da Johnson & Johnson, Paul Stoffels, o tratamento "poderá oferecer uma alternativa eficaz para pessoas que alcançaram uma carga viral indetectável, mas que têm dificuldade para seguir um tratamento oral diário para controlar o HIV".

"Será preciso escolher entre o conforto de não ter que seguir um tratamento oral e os inconvenientes associados a um tratamento antirretroviral de ação prolongada por injeção", ressaltou, por sua vez, Mark Boyd, da Universidade de Adelaide, na Austrália, ao comentar o estudo.

A maioria dos pacientes do estudo sentiu dores no local da injeção, e alguns tiveram diarreia, ou dor de cabeça.

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