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Em uma viagem de Melbourne a Adelaide, na Austrália, duas passageiras apostaram em uma técnica curiosa para evitar a multa pelo excesso de peso na mala. Mesmo vestida com 6kg de roupas retiradas às pressas da bagagem, Adriana Ocampo, de 19 anos, foi multada em cerca de R$ 320 por uma das malas ainda pesar 1kg a mais que o permitido. 

Depois de perceber que as bagagens eram realmente pesadas no balcão da companhia aérea, ela teve a ideia de tentar embarcar vestida com as roupas. Sua mala de mão pesava quase 13kg, aproximadamente o dobro dos 7kg permitidos pela Jetstar. 

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Ela informou ao jornal britânico The Mirror que fez a viagem acompanhada da amiga Emily Altamura, 19, no dia 20 de março. Ao perceber que seria multada, abriu a mala e vestiu o máximo de peças de roupa que conseguiu. Ao todo, foram 15 peças entre jaquetas, camisas e calças. Emily também adotou a estratégia, mas a quantidades de roupa que vestiu não foi informada. 

"Pensamos que a única maneira de tirar o peso de nossas malas seria se colocássemos o máximo de roupas possível, então começamos a fazer isso, mas ainda assim estávamos acima do limite. Eles disseram que a multa era de US$ 65 e não queríamos gastar US$ 65, então voltamos e vestimos mais roupas", contou. 

Após o primeiro momento do perrengue, elas acreditavam que haviam conseguido atingir o peso máximo das bagagens de mão, mas a de Adriana ainda estava com mais de 1kg acima do limite. "Eles disseram que tínhamos que nos livrar das coisas em nossos corpos e tínhamos que pagar. Todo mundo na fila estava olhando para nós e rindo de nós, foi meio constrangedor. As pessoas ficaram chateadas porque estávamos segurando o avião", disse. 

Elas gravaram vídeos com as roupas e a repercussão foi comentada por um porta-voz da Jetstar Airways: "embora certamente vejamos o lado engraçado, temos limites a cumprir para torná-lo justo para todos. Acompanhar a quantidade de bagagem que os passageiros trazem a bordo significa que todos têm espaço para seus pertences e estamos atendendo aos nossos requisitos de segurança". 

O presidente Jair Bolsonaro sancionou projeto de lei que altera a legislação do setor aéreo, mas vetou o retorno do despacho gratuito de bagagem. A volta do despacho de bagagem foi incluído no texto da Medida Provisória (MP) 1089/2021, conhecida como MP do Voo Simples, e aprovada no fim de maio pela Câmara dos Deputados.

A MP autorizava o despacho gratuito, sem qualquer tipo de taxa, de até um volume de bagagem com até 23 kg em voos nacionais e 30 kg em voos internacionais.

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Atualmente, as empresas aéreas cobram um valor à parte no preço da passagem pelas bagagens de 23 quilos em voos nacionais e 32 quilos nos voos internacionais. O governo disse que vetou o retorno “por contrariedade ao interesse público”.

“Entretanto, a despeito da boa intenção do legislador, a proposição contraria o interesse público, tendo em vista que, na prática, aumentaria os custos dos serviços aéreos e o risco regulatório, o que reduziria a atratividade do mercado brasileiro a potenciais novos competidores e contribuiria para a elevação dos preços das passagens aéreas. Em síntese, a regra teria o efeito contrário ao desejado pelo legislador”, diz a justificativa do veto.

Voo Simples

A MP do Voo Simples flexibilizou procedimentos relativos ao setor aéreo e à atuação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), derrubando diversas normativas. O texto define o serviço aéreo como atividade de interesse público que, mesmo submetida a uma regulação, pode ser livremente explorada por entes privados.

Entre outros pontos, estabelece que qualquer pessoa física ou jurídica poderá explorar serviços aéreos, observadas as normas do Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) e da autoridade de aviação civil.

Com a aprovação, a Anac passa a ter mais controle regulatório sobre criação e extinção de tarifas aeroportuárias devidas por companhias aéreas e passageiros pelo uso da infraestrutura. Segundo o governo, a medida foi necessária diante das circunstâncias impostas pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

A Câmara aprovou, nesta terça-feira (26), uma Medida Provisória (MP) que flexibiliza regras do setor aéreo e permite a volta do despacho gratuito de bagagens de até 23 quilos em voos nacionais e de até 30 quilos em voos internacionais. O texto vai agora para análise do Senado.

Batizada de 'Voo Simples', a MP foi editada pelo governo no ano passado para melhorar o ambiente de negócios do setor de aviação com a promessa de redução de custos, com corte de taxas, e aumento de investimentos para melhorar a conexão com regiões mais remotas. A atuação de empresas estrangeiras no Brasil também foi facilitada com as novas normas.

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Entre os destaques da MP estão a redução de taxas e as simplificações nos procedimentos para operação de aeronaves e construção de infraestruturas. Antes da MP, existia uma tabela com 345 fatos que geravam a cobrança da Taxa de Fiscalização da Aviação Civil (TFAC) de empresas prestadoras de serviços aéreos. Com as novas regras, esse número foi reduzido para 25. Os fatos geradores são, por exemplo, a necessidade de emissão de certificados e de renovação de autorizações para operação.

Uma das simplificações promovidas envolve a certificação de aeronaves importadas. Mesmo com o aval de outro país, o processo era repetido no Brasil, o que poderia gerar custos milionários para as companhias aéreas colocarem mais aeronaves no espaço. Ficará a cargo da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) regular de quais agências internacionais a certificação será aceita internamente, considerando um procedimento simplificado no Brasil.

Outra alteração que, na visão do governo, vai destravar investimentos no setor é a dispensa de autorização prévia para construção de aeródromos. Além disso, há a mudança do regime de 'concessão' para de 'autorização'. Hoje, as regras já estão muito mais alinhadas ao modelo de autorização, que confere mais liberdade e menos burocracia às empresas. Mas a lei ainda trazia o termo "concessão", o que exigia a renovação de outorgas a cada cinco anos - algo que não será mais necessário.

No plenário hoje, os deputados aprovaram uma emenda apresentada pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) que permite o retorno do despacho gratuito de bagagem. "As companhias aéreas estão abusando no preço das passagens, não é justo cobrar pela bagagem", disse a parlamentar. A Anac autorizou as aéreas a cobrarem para despachar malas em 2016.

O governo foi contra o despacho de bagagem sem cobrança, mas não teve força para barrar a aprovação da emenda. Foram 273 votos favoráveis e 148 contrários. O Republicanos, que faz parte da base governista, orientou sua bancada a votar a favor da medida proposta pelo PCdoB. Já o PL, partido do chefe do Executivo, e o PP, do presidente da Câmara, Arthur Lira, e do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, foram "fiéis" ao governo e deram orientação contrária à emenda.

O relator, deputado General Peternelli (União Brasil-SP), incorporou ainda regras que permitem às companhias aéreas deixar de vender, por até 12 meses, passagem a quem tenha praticado ato de indisciplina considerado gravíssimo. Ao comemorar a aprovação da MP, o parlamentar agradeceu o apoio do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, hoje pré-candidato do Republicanos ao Governo de São Paulo.

Foi aprovada também uma emenda do deputado Delegado Marcelo Freitas (União-MG) para atribuir à Anac a função de regulamentar e conceder certificado de habilitação para praticantes de aerodesporto, como o voo livre em asa delta.

Uma mala com 79 celulares foi apreendida no Aeroporto dos Guararapes, Zona Sul do Recife, pela Polícia Federal (PF), na tarde dessa segunda-feira (23). Sem comprovação fiscal, a carga foi avaliada em R$ 172.000 pela Receita Federal.

A bagagem recheada com smartphones veio de Goiânia, capital de Goiás. O responsável mostrou sinais de nervosismo durante a fiscalização e entrou em contradição ao responder sobre o conteúdo encontrado em sua mala, descreveu a PF.

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A Receita Federal foi acionada, lavrou o Termo de Retenção de Bens dos aparelhos, que não possuíam nota fiscal. A mercadoria foi avaliada em U$ 32 mil, equivalente a R$ 172 mil.

Sem comprovar a legalidade da entrada dos bens no país, o turista recebeu um prazo para apresentar a defesa e os documentos fiscais. Após esclarecimento, ele foi liberado.

Caso não confirme a regularidade dos impostos sobre os celulares, poderá perder todo o material, sofrer sanções fiscais e ser indiciado pelo crime de descaminho, que prevê a pena de um a quatro anos de prisão.

Com a pressão do setor aéreo e com a justificativa de que a medida pode ajudar a baratear viagens de avião, o Congresso Nacional corroborou com a resolução do presidente Jair Bolsonaro e decidiu manter a cobrança de bagagens em voos domésticos.

Deputados definiram por 247 votos a favor e 187 contra manter o veto do presidente ao trecho que tratava sobre o tema na medida provisória que abriu o setor aéreo para o capital estrangeiro, na sessão do Congresso nesta quarta-feira. Eram necessários 257 votos da Câmara para derrubar a medida. Os senadores não chegaram a votar.

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Na terça-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reuniu com colegas do Centrão e argumentou que derrubar o veto faria com que companhias aéreas mantivessem os altos preços das passagens. Ao sair do encontro, Maia sinalizou que o acordo havia sido feito. "Se nos derrubamos o veto, vamos estar dizendo: Gol, TAM continuem operando cobrando esses preços horrorosos, caros e que inviabilizam o brasileiro a voar pelo nosso País".

Representantes do governo e da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) também se reuniram com deputados nas últimas semanas para pedir a manutenção do veto. Um dos argumentos foi a atração de empresas de baixo custo (low cost) ao mercado doméstico. A companhia chilena ultra low cost JetSmart, por exemplo, iniciou nesta terça-feira, 24, a venda de passagens aéreas entre três cidades brasileiras e Santiago, capital do Chile. Outras companhias estariam interessadas e, segundo uma fonte, teriam condicionado o avanço das negociações à manutenção do veto.

Pedidos

"Houve pedidos da Anac e do Ministério da Infraestrutura para promover a concorrência", disse o líder da Maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), sobre os pedidos que chegaram aos deputados. "O desafio que quero fazer é se no início do ano, em fevereiro, não tivermos empresa de low cost operando, votaremos o projeto do deputado Celso Russomano", disse Ribeiro, sobre projeto de 2016 que proíbe a cobrança.

A líder do governo no Congresso, Joice Hasselman (PSL-SP), também apelou para a concorrência: "Queremos abrir o espaço aéreo. São cinco empresas querendo entrar no Brasil. Se tivermos mais ofertas é óbvio que o preço vai cair."

O líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi, disse que os preços das passagens aéreas no País hoje são abusivos: "Muito disso por falta da competitividade. Vamos dar um voto de confiança. Caso contrário, mudamos nosso posicionamento", disse.

Foi em junho que Bolsonaro decidiu vetar a gratuidade de franquia de bagagem, inserida por emenda na medida que abriu o setor aéreo para o capital estrangeiro. A MP, editada no governo Temer, foi aprovada pelo Congresso neste ano.

A emenda previa que passageiros poderiam levar, sem cobrança adicional, uma bagagem de até 23 kg nas aeronaves acima de 31 assentos.

O presidente Jair Bolsonaro decidiu vetar a gratuidade de franquia de bagagem, que foi inserida por emenda parlamentar na medida provisória que abriu o setor aéreo para o capital estrangeiro. A MP, editada no governo Temer, foi aprovada pelo Congresso neste ano.

Durante a tramitação da medida, uma emenda foi inserida para prever que passageiros poderiam levar, sem cobrança adicional, uma bagagem de até 23 kg nas aeronaves acima de 31 assentos.

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O Planalto informou nesta segunda-feira, no entanto, que Bolsonaro vetou essa regulamentação. O presidente tinha até esta segunda-feira, 17, para assinar o texto da lei, responsável por autorizar investimento de até 100% de capital estrangeiro nas companhias aéreas que operam rotas nacionais. Até então, o limite era de 20%.

O fim da cobrança por bagagem não fazia parte do texto original da MP. Ao incluir o dispositivo, os parlamentares argumentaram que os preços das passagens não baixaram desde que as aéreas foram liberadas a cobrar por bagagens. Já técnicos da Esplanada que defendiam o veto ao despacho grátis argumentavam que o modelo de negócios das low cost não comporta esse tipo de obrigação.

O Planalto soltou nota afirmando que o veto "se deu por razões de interesse público e violação ao devido processo legislativo". O texto da lei sancionada, com os vetos, ainda não foi publicado no Diário Oficial da União.

Em café com jornalistas na última sexta-feira (14), Bolsonaro havia dito que uma das possibilidades era manter as alterações feitas pelos parlamentares e editar, em seguida, uma nova medida provisória com regras específicas para empresas aéreas de baixo custo, conhecidas como low cost. Ao fim, no entanto, Bolsonaro acabou vetando as alterações.

O diretor geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), Alexandre de Juniac, enviou recentemente uma carta ao presidente Jair Bolsonaro externando sua preocupação sobre a retirada da cobrança pelo transporte de bagagem em voos no País. Em coordenação com diversas companhias aéreas estrangeiras, no papel de porta-voz do setor a Iata pede ao presidente que vete a emenda.

A Iata já havia se manifestado contrariamente à volta da franquia mínima de bagagem no último dia 22, logo após a aprovação da medida provisória que autoriza até 100% de capital estrangeiro nas aéreas instaladas no País. Em nota, a entidade disse ver com profunda preocupação os riscos que esse movimento representa para a aviação brasileira e, consequentemente, para o consumidor.

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Além de afugentar o interesse de empresas aéreas internacionais, na visão da associação a medida "sufoca, ainda mais, o potencial da aviação comercial no Brasil, que já possui um dos combustíveis mais caros do planeta".

Em conversa com jornalistas após o encerramento do encontro anual da associação, em Seul, Juniac disse que além de um grande retrocesso em relação às melhores práticas mundiais, a medida coloca o Brasil na contramão no que diz respeito à atração de empresas aéreas adicionais e de baixo custo para o país e amplia os temores sobre insegurança jurídica.

O Senado aprovou recentemente a MP que permite a participação de até 100% de capital estrangeiro em empresas aéreas que operam no Brasil e acrescentou artigo que permite a volta da possibilidade de os passageiros despacharem uma bagagem de 23 quilos sem cobrança adicional. A medida aguarda a sanção do presidente Bolsonaro.

Um filhote de leopardo foi encontrado na bagagem de um passageiro no aeroporto de Chennai, sul da Índia. Os seguranças suspeitaram de que havia algo errado ao escutar um barulho vindo da mala. Ao abrirem a bagagem, encontraram o felino que pesava cerca de 1 kg.

As autoridades estão investigando se o homem faz parte de uma rede internacional de contrabandistas de animais. Ao ser questionado pelos agentes alfandegários, o suspeito deu uma série de desculpas para o fato.

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"O animal estava em choque, emitindo sons de trilo (som entre o miado e o ronrono) e aparentava estar fraco", afirmaram os funcionários do aeroporto.

Após ser examinado por veterinários, o leopardo foi encaminhado ao zoológico de Arignar Anna, em Chennai, de acordo com a emissora indiana NDTV.

O Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes - Gilberto Freyre será o primeiro do país a receber o autodespache de bagagem. De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o serviço será implantado no começo do segundo semestre. O objetivo é aprimorar o atendimento aos passageiros e otimizar a infraestrutura dos aeroportos. 

Segundo a Infraero, o autodespache de bagagem permitirá a realização do check-in nos terminais de autoatendimento e despacho de malas de maneira rápida e fácil, além de melhorar a capacidade de atendimento do aeroporto e das empresas aéreas. Além disso, de acordo com a Empresa,  a ferramenta será integrada com as facilidades do terminal e vai aproveitar as instalações já existentes, provocando "menos tempo de espera, otimização de espaço e estrutura e a possibilidade de redução de custos das companhias". 

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As condições de autodespacho observarão as políticas de cada companhia aérea. “O passageiro terá a opção de ser atendido rápido e facilmente numa estrutura intuitiva e de fácil uso, permitindo o check-in e despacho da bagagem pelo próprio usuário, que poderá ser auxiliado por empregados das companhias aéreas em caso de dúvidas”, explicou o presidente da Infraero, Antônio Claret de Oliveira.

Outra ferramenta que será disponibilizada é o check-in compartilhado, que reunirá as plataformas das empresas aéreas num mesmo totem de autoatendimento, permitindo que o passageiro faça seu registro de embarque sem precisar enfrentar filas das companhias.

Segundo a Infraero, tanto o autodespache quanto o check-in compartilhado darão informações mais detalhadas e precisas à Infraero sobre o embarque dos passageiros. O sistema poderá gerar relatórios sobre o número de viajantes por voo, horário do último embarque, ocupação dos portões de embarque e quantidade de pessoas embarcadas. Esses dados integrarão as informações entre as áreas operacional, financeira e comercial. “Com essa junção, será possível definir estratégias sobre o fluxo, tempo de processamento e permanência dos passageiros nos aeroportos, gerando ganhos operacionais e de receitas”, afirma o superintendente de Negócios em Serviços Aeroportuários, Claiton Resende. 

As soluções do autodespacho de bagagem e do check-in compartilhado fazem parte de um contrato de concessão comercial de 15 anos, firmando entre a Infraero e a Sita, empresa que oferece soluções para aeroportos e companhias aéreas em todo o mundo. 

A cobrança da bagagem nas viagens aéreas ainda não trouxe benefício claro aos passageiros. Das dez rotas mais movimentadas do Brasil, seis tiveram aumento ou estabilidade no preço médio pago pelos consumidores e quatro ficaram mais baratas nos primeiros meses da regra.

Embora as companhias defendessem que a mudança resultaria na queda do preço da passagem, agora argumentam que a bagagem é só um fator sobre o preço e outros aspectos - como combustível, oferta e demanda - são mais relevantes.

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O fim da franquia gratuita da bagagem entrou em vigor depois de reações negativas dos consumidores e decisões contrárias da Justiça. Após disputa jurídica, os primeiros passageiros sem franquia de bagagem voaram em meados de 2017 e, desde setembro, as quatro maiores empresas - Avianca, Azul, Gol e Latam - praticam a política.

O preço das passagens nas principais rotas domésticas, desde então, não seguiu tendência única na comparação com igual período de 2016. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que, entre as dez rotas, três tiveram alta expressiva do preço e quatro ficaram bem próximas da inflação.

A ida e volta entre Guarulhos e Curitiba teve o maior aumento: 31,2% em novembro ante um ano antes. Longe da polêmica das bagagens, a alta pode ter relação com a menor disponibilidade de voos: o volume de assentos vendidos caiu mais de 40%. Com isso, a demanda entre Congonhas e a capital paranaense cresceu e as passagens acabaram ficando cerca de 20% mais caras com aumento de 10% no número de passagens vendidas.

Os dados da Anac também mostram que três rotas tiveram oscilação próxima da inflação. Entre elas está o trecho mais movimentado das Américas: a ponte aérea entre Congonhas e Santos Dumont, cujo preço de novembro subiu 1,8% ante 2016. Em outubro, a oscilação foi para baixo: queda de 1,5%.

Entre os trechos que ficaram mais baratos, a característica comum é o maior número de assentos vendidos. A redução de preço mais evidente ocorreu entre Congonhas e Porto Alegre, cujo bilhete médio recuou 23,7%. O preço pode ter relação com maior oferta de voos na rota: o número de passagens praticamente dobrou na Latam e cresceu quase 40% na Gol. Outras rotas com queda foram as de Guarulhos a Salvador e Recife. Com perfil mais turístico, essas passagens ficaram, em média, 10% mais baratas.

Custos. O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, explica que a oscilação dos preços se deve a vários fatores, sendo que a bagagem e só um deles. "A querosene de aviação subiu 30%. E há movimentos distintos de demanda e concorrência (nas rotas)."

Dados da Abear indicam que o combustível é o maior custo e representa 26% do que a aérea gasta. Em seguida vêm aluguel e manutenção dos aviões (22%), tripulação (11%) e outras despesas operacionais (11%). Não há cálculo sobre as bagagens.

Questionado sobre a promessa de que seria possível reduzir a passagem com a bagagem paga, Sanovicz diz que a medida é importante para que as empresas já estabelecidas se preparem para a provável chegada de empresas de baixo custo, como ocorre na Argentina. "Aqui na esquina estão chegando duas ou três empresas que fazem isso. Temos de nos preparar para a disputa com toda a flexibilidade que a eventual concorrente tenha."

Para ele, a bagagem faz parte de uma tendência de desregulamentação do setor, movimento que resultará na queda dos preços. "É possível baratear as passagens? É. Isso acontecerá à medida que o ambiente regulatório for mais alinhado ao que acontece no resto do mundo."

A Anac diz em nota que a avaliação do impacto da nova política é "prematura e pode induzir a conclusões precipitadas". Alega ser preciso analisar uma série mais longa, mas que os benefícios aparecerão. "Os ganhos de eficiência e bem-estar social devem se consolidar com mais tempo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Magno Malta (PP), nesta terça-feira (27), criticou veemente o valor das passagens aéreas que são pagas no Brasil. De acordo com o parlamentar, os brasileiros pagam a tarifa aérea mais cara do mundo, o que definiu como “safadeza”. Magno também criticou a taxa de bagagem afirmando que era “indevida e abusiva”. 

Magno ingressou com uma ação popular em defesa do consumidor. Segundo ele, as empresas continuam reajustando os valores das passagens burlando o acordo feito com a Agência Nacional de Viação Civil (ANAC). “A Anac não está ali para isso. Eles sabiam que é uma malandragem porque, na verdade, o argumento de que se cobraria pelas malas seria, em seguida, para diminuir as tarifas. O Brasil, de fato, não melhorou, mas parou de piorar. As pessoas viajaram mais este final de ano, o turismo externo aumentou muito e com isso esperava-se que a tarifa fosse diminuir, mesmo as pessoas pagando a bagagem, mas pelo contrário, eles aumentaram o preço da passagem”, criticou. 

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O senador falou que muitas pessoas estão passando por constrangimentos. “A Anac foi criada para fiscalizar, não foi criada para beneficiar as empresas aéreas a aumentar e cobrar as bagagens. O passageiro tem o direito a um peso mínimo de dez quilos para bagagem de mão, mas tem muita gente passando constrangimento porque chega na porta do avião, mostra a mala, faz o checkin, está autorizado e quando chega lá dentro tem tomam a mala e levam para baixo”.    

Ele pediu para que o cidadão passe a ser respeitado. “Por exemplo, você sair daqui de Vitória para ir até o Piauí, é melhor ir para Miami porque você vai pagar mais barato, olha que absurdo”. Magno Malta ainda falou que há companhias aéreas cobrando pela marcação do assento. “Para marcar, agora tem que pagar. Eu vou levar essa briga até o final”, avisou. 

Só quem vivenciou a seguinte cena sabe a dor de cabeça que isso pode dar - ver todas as malas chegando na esteira do aerporto, menos a sua. Pensando nisso, as estudantes Amanda Carvalho Fernandes, Beatriz Cutlak Schiavi, Clara Santandrea Augusto e Juliane Jampolsky, do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), desenvolveram um rastreador de bagagens que possibilita ao usuário ter acesso a localização de seus pertences através de um app no smartphone.

Para isso, o usuário deve primeiro adquirir um rastreador chamando Back2’U e inseri-lo em sua bagagem. A partir daí, ele terá acesso a localização de sua mala por meio de um aplicativo para smartphones, poderá verificar onde estão seus pertences e, em caso de extravio, encontrá-los mais rápido.

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A localização das malas é enviada ao aplicativo por satélite. Depois, o rastreador envia as informações coletadas a um banco na nuvem por rede 3G. O paradeiro da mala, então, é exibido na tela.

A intenção das desenvolvedoras é monetizar o serviço no futuro, disponibilizando o produto por um valor que varia de R$ 50 a R$ 100. O trabalho completo será apresentado na 23ª edição da Eureka, evento que reúne trabalhos de conclusão de curso das áreas de engenharia, administração e design.

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Um homem foi detido em uma estação rodoviária na China depois que a polícia encontrou dois braços humanos em sua bagagem durante um controle de segurança. O protagonista da história incomum, no entanto, provavelmente não terá que enfrentar a justiça.

O homem de 50 anos se preparava para embarcar em um ônibus na semana passada na estação de Duyun, uma pequena cidade de Guizhou (sudoeste da China), quando as autoridades fizeram a descoberta macabra, informou o jornal regional Chongqing Chenbao.

Detido como suspeito de assassinato, o homem explicou que os membros pertenciam a seu irmão, que sofreu uma amputação após uma eletrocussão acidental.

A tradição na China pede o sepultamento ou cremação do cadáver com todas as partes do corpo, para assegurar a integridade da pessoa na vida após a morte.

O irmão do passageiro havia solicitado que ele transportasse os braços amputados a seu vilarejo natal para garantir a preservação ante a perspectiva futura de seu funeral.

A polícia liberou o homem, depois que comprovou a veracidade de suas explicações com um hospital local.

O homem não deve ser julgado, mas provavelmente receberá uma punição administrativa em forma de multa, pois é proibido transportar órgãos ou pedaços de corpos humanos em meios públicos "por razões de higiene".

O Procon Recife realiza uma ação educativa no Aeroporto Internacional dos Guararapes-Gilberto Freyre, na próxima sexta-feira (28), a partir das 8h, para orientar os consumidores sobre as novas determinações com relação à franquia de bagagem e prazos para reembolso. O órgão também analisará se as companhias estão cumprindo a legislação.

A ação terá a participação também da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE), Ministério Público de Pernambuco, Associação de Defesa e Cidadania do Consumidor de Pernambuco (Addecon), entre outras entidades. As mudanças ocorreram a partir da resolução 400/2016 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em vigor desde 14 de março.

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Segundo o novo secretário-executivo do Procon Recife, José Neves, o consumidor deve ficar atento às novas regras e, se for necessário, reclamar junto ao órgão. "O ideal é que o consumidor entre em contato primeiro com a companhia aérea. Caso não haja solução, ele deve procurar o Procon e a Anac", destaca.

Pelas novas regras, o limite máximo de bagagem de mão passou a ser de 10 kg (antes era de apenas 5 kg); e para a bagagem despachada, cada companhia aérea adotará seu limite de franquia e valores, ficando o consmidor livre para escolher a melhor opção. 

Outras mudanças - As companhias deverão fazer a devolução de bagagens extraviadas em até sete dias, em voos domésticos, ou em até 21 dias para os internacionais;

Se o passageiro estiver fora de seu domicílio na ocasião do extravio terá direito a receber da empresa aérea um ressarcimento por gastos emergenciais, pelo período em que estiver sem a bagagem. As empresas são responsáveis por definir a forma e os limites diários de ressarcimento;

Nos casos de violação ou danos nas bagagens, o passageiro pode reclamar em até sete dias após o desembarque;

O passageiro continua com direito a comunicação depois de uma hora de atraso e de alimentação após duas horas de atraso, bem como as seguintes alternativas, após quatro horas de atraso, à sua escolha: reacomodação, reembolso integral ou execução do serviço por outra modalidade de transporte.

O direito de assistência material (comunicação, alimentação e acomodação) não poderá ser suspenso em casos de força maior (como mau tempo que leve ao fechamento do aeroporto) ou caso fortuito.

Apesar de começarem a vender neste mês passagens sem despacho de bagagem, as empresas aéreas ainda não têm um mecanismo para cobrar a mala de mão que exceder o limite permitido do passageiro que chegar com ela ao portão de embarque. Na prática, isso permitirá que o viajante despache sem pagar.

Com as alterações de regulamentação feitas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), desde 14 de março o passageiro tem direito de levar a bordo uma mala de mão com até 10 kg - antes, o limite era 5 kg. Até ontem, porém, nenhuma companhia cobrava pelo despache. A partir de hoje, a Azul venderá tarifas com pelo menos R$ 30 de desconto para quem optar por viajar apenas com uma unidade de mão. A Gol passa a fazer o mesmo no dia 20. A Latam pretende começar a cobrar até o fim deste mês, mas ainda não definiu uma data, e a Avianca não tem previsão.

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'Olhômetro'

O passageiro que fizer check-in pessoalmente no balcão da companhia deverá ter o tamanho de sua bagagem de mão conferido, como já ocorre atualmente. Aquele que fizer o check-in pela internet e optar por não despachar, entretanto, só terá a mala de mão inspecionada no portão de embarque. Azul fará essa fiscalização no "olhômetro". Caso o funcionário ache que a unidade excede os limites, pedirá para que ela seja colocada no bagageiro do avião. Por enquanto, porém, não há previsão de cobrar por essa mala despachada.

A assessoria de imprensa da Azul informou que a intenção é, nos primeiros meses, analisar como a operação vai ocorrer e se serão necessárias modificações. A empresa destacou que poucos clientes deverão aderir às tarifas sem bagagem agora, já que esse tipo de passagem, por enquanto, estará disponível em apenas 15 de suas 215 rotas.

A Gol também não deverá cobrar pela bagagem de mão que extrapolar as medidas máximas caso o passageiro chegue com ela no embarque. Os funcionários utilizarão "gabaritos" para conferir as dimensões das malas e vão encaminhá-las ao bagageiro se necessário. A companhia destacou, porém, que agentes que circulam pelos aeroportos ajudarão na fiscalização.

Nas áreas de raio X dos terminais de embarque também não haverá fiscalização de tamanho, já que os profissionais que atuam nessa zona são contratados pelos aeroportos. O diretor de operações do Aeroporto de Guarulhos, Miguel Dau, se diz preocupado com as alterações por acreditar que elas possam atrasar voos. Segundo Dau, as empresas calculam o volume de combustível necessário de acordo com o peso das aeronaves. Ele acredita que poderão aparecer passageiros com bagagens maiores que as declaradas e que elas precisarão ser despachadas de última hora, exigindo um novo balanceamento da aeronave.

No aeroporto de Viracopos, em Campinas, principal base da Azul, entretanto, um alto funcionário afirmou não haver inquietações com a possibilidade de atrasos em decorrência da alteração do peso das aeronaves. A Azul afirma que as empresas trabalham com margens suficientes para que o balanceamento não tenha de ser refeito. Segundo a regulamentação internacional, aviões como um Boeing 737 têm de operar com uma margem de 300 kg.

Outros países

Em outros países onde já são comercializadas passagens que não dão direito a bagagem, também não costuma haver conferência de tamanho das unidades no portão de embarque. O diretor de operações do aeroporto de Guarulhos, entretanto, diz que os brasileiros têm costumes diferentes e gostam de levar mais malas. Historicamente, a regulamentação brasileira sempre permitiu maiores volumes de bagagem. Enquanto no Brasil, em voos internacionais, o passageiro tinha direito a duas malas de 32 kg cada uma, no exterior, essas unidades são limitadas a 23 kg.

A cobrança por bagagem era demanda antiga das aéreas, que afirmam que a modificação permitirá tarifas mais baratas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A partir desta quinta-feira (1º), a companhia aérea Azul vai oferecer tarifas mais baratas para clientes que não despacharem bagagens. O desconto vai valer para voos que saem de Viracopos, em Campinas (SP), para 14 destinos no país. Os clientes que comprarem a passagem pelo preço normal continuam com a franquia de 23 quilos.

A Azul é a primeira empresa a implementar mudanças no sistema de bagagens, depois que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) liberou as companhias aéreas para estabelecer suas próprias políticas de cobrança pelas malas despachadas. Agora, as empresas não são mais obrigadas a oferecer franquia de bagagem sem custo para os clientes. Com as novas regras, o limite de peso da bagagem de mão aumentou de cinco para 10 quilos, em todas as companhias aéreas.

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O cliente da Azul que comprar a passagem com desconto poderá escolher pela compra ou não do serviço de bagagem despachada. Nessa modalidade, se o cliente mudar de ideia, deverá pagar R$ 30 para despachar uma mala de 23 quilos. Segundo a empresa, a nova opção será inserida gradativamente para atender a toda a malha de voos da empresa.

Os descontos oferecidos pela Azul para quem não despachar bagagem variam de 12% a 30%. Por exemplo, um voo de Viracopos a Cascavel (PR) passa de R$ 231,90 para R$ 201,90 para quem não quiser levar malas. Já para ir de Viracopos a Curitiba, a tarifa cai de R$ 99,90 para R$ 69,90, segundo informações divulgadas pela empresa.

Outras empresas

A Gol também vai oferecer, a partir de 20 de junho, uma tarifa mais barata para quem não precisar despachar bagagens. As tarifas com preço normal vão incluir uma franquia de 23 quilos. Se o cliente que comprou o bilhete da tarifa Light decidir posteriormente despachar a bagagem, poderá pagar à parte. Nos voos nacionais, será cobrado o valor de R$ 30 para despachar uma mala de até 23 quilos.

A partir do início de julho, a Latam vai começar a cobrar pelas bagagens em voos domésticos e a oferecer preços diferenciados para passageiros que optarem por não despachar bagagens. Segundo a empresa, o preço da primeira mala será de R$ 30 para compras antecipadas. A companhia já fez mudanças na franquia de bagagens, que passou a ser de uma mala de 23 quilos, no caso de voos nacionais. Atualmente, esse já é o peso permitido, mas não há limite de volumes despachados.

A Avianca decidiu não cobrar pelo despacho de bagagens no momento. A companhia prefere estudar a questão nos próximos meses para criar produtos tarifários customizados, com o objetivo de melhor atender às necessidades dos diferentes perfis de clientes.

A Justiça Federal no Ceará derrubou a liminar que impedia as companhias aéreas de cobrarem pelas bagagens despachadas. No fim de 2016, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) havia liberado a cobrança a partir de 14 de março deste ano. Na véspera de a medida entrar em vigor, porém, o juiz José Henrique Prescendo, da 22ª Vara Cível Federal, em São Paulo, a derrubou em caráter liminar.

Agora, o Superior Tribunal de Justiça reconheceu que o processo que tramita no Estado de São Paulo é similar a outro que corre no Ceará. Como o do Ceará é anterior ao de São Paulo, cabia ao juiz Alcides Saldanha Lima, da 10ª Vara Federal, no Ceará, decidir. Na sexta-feira, 28, ele liberou a cobrança, que passa a valer assim que a decisão for publicada. As companhias aéreas, apesar de já terem divulgado o valor que cobrarão pelas malas, ainda não haviam definido quando começarão a aplicar a medida.

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Para Lima, a cobrança pela bagagem despachada beneficia o consumidor que hoje viaja sem mala e acaba subsidiando o que despacha.

"A disciplina do transporte de bagagem anterior à Resolução nº 400/2016 (que permite a cobrança) é significativamente mais prejudicial aos consumidores, pois obriga a quem viaja sem bagagem a subsidiar, no preço de sua passagem, aqueles poucos passageiros que se utilizam de todo o limite da franquia, pois hoje não há a opção para aquele consumidor que pretende viajar com pouca bagagem de adquirir uma passagem aérea mais barata com a dispensa da franquia de bagagem (im)posta à sua disposição", escreveu o magistrado.

As companhias aéreas afirmam que a resolução da Anac reduzirá as tarifas dos passageiros que viajam apenas com bagagem de mão. No sábado, 29, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) divulgou uma nota em que diz que a decisão de Lima permitirá uma "justiça tarifária". "As companhias poderão fazer promoções e diferenciar suas tarifas - o que hoje é proibido. Isso naturalmente acirrará a concorrência entre as empresas, o que beneficiará todos os passageiros."

Na decisão em que havia proibido a cobrança, no entanto, o juiz Prescendo afirmava que a norma da agência de aviação deixa o passageiro "inteiramente ao arbítrio e ao eventual abuso econômico" por parte da empresa e representa venda casada (da passagem e do direito de despachar uma mala).

O fim da franquia de bagagem era um pedido antigo do setor aéreo, que argumenta, ainda, que a medida aproxima as normas brasileiras das internacionais. A Abear informou que suas associadas deverão anunciar os procedimentos que adotarão a partir de agora.

O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), José Ricardo Botelho, voltou a defender a cobrança de tarifa por bagagem nos aeroportos, como um meio de equiparar as condições brasileiras às do exterior. "A Anac vem lutando para implementar a regulamentação de acordo com o mercado internacional", afirmou, após participar do evento International Brazil Air Show, no Rio.

Em sua opinião, no caso das bagagens, a ideia é oferecer tarifas mais baratas e promover a inclusão social, "permitir o turismo de mochila". A cobrança de tarifa por bagagem foi suspensa por liminar da Justiça, a pedido do Ministério Público e de órgãos de defesa do consumidor. "O fato é que a norma não entrou em vigor. A população não teve oportunidade de ver (o funcionamento da nova regra). O que a agência tem batalhado é para que a norma entre em vigor", disse o presidente da agência reguladora.

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Para ele, um ambiente de livre concorrência deve ser suficiente para derrubar os custos do transporte aéreo para o consumidor. "Se o mercado não responder adequadamente, podemos alterar (a regulação). O que se quer é deixar a concorrência. Abrir o mercado para o mundo", argumentou.

A Justiça Federal em São Paulo concedeu hoje (13) liminar contra a norma que autoriza as companhias aéreas a cobrar pelo despacho de bagagens. A decisão da 22ª Vara Cível atende pedido do Ministério Público Federal (MPF) contra a resolução 400, de 13 de dezembro de 2016, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que permite as novas taxas a partir de amanhã (14).

Na ação, o MPF argumentou que “a cobrança fere os direitos do consumidor e levará à piora dos serviços mais baratos prestados pelas empresas”.

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Atualmente os passageiros têm direito de despachar itens com até 23 quilos em voos nacionais e dois volumes de até 32 quilos cada, em viagens internacionais, sem pagar taxas extras. Na cabine, os consumidores podem levar bagagens que não ultrapassem 5 quilos.

O Artigo 13 da nova resolução da Anac elimina a franquia mínima de bagagem despachada, alertou o MPF. O valor pago pela passagem incluiria apenas a franquia da bagagem de mão de 10 quilos, peso que pode ser reduzido “por motivo de segurança ou de capacidade da aeronave”.

O órgão argumenta que a Anac fez a mudança sem analisar a estrutura do mercado brasileiro nem o impacto da medida sobre os passageiros com menor poder aquisitivo. Além disso, uma perícia realizada pelo MPF concluiu que “o objetivo das novas regras é ampliar o lucro das companhias, que reduzirão a qualidade dos serviços de menor custo, já embutidos no valor das passagens, e aperfeiçoarão os pacotes mais caros para estimular os consumidores a comprá-los”.

As novas regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para serviços aéreos, que incluem a autorização para que as companhias passem a cobrar pelo despacho de bagagens em voos domésticos e internacionais, passam a valer nesta terça-feira (14).

No entanto, apesar de boa parte das empresas aéreas já ter divulgado detalhes sobre suas novas políticas de preços, entidades como o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tentam a anulação das novas determinações, alegando que as normas ferem o direito do consumidor.

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As resoluções da Anac acabam com o transporte gratuito de malas com até 23 quilos em voos domésticos ou de duas malas com até 32 quilos em voos internacionais. Passa a existir uma tarifa de bagagem cujo preço será estabelecido pelas empresas.

Sobre a bagagem de mão, que tinha limitação de gratuidade em malas com até cinco quilos, o limite do transporte gratuito foi aumentado para malas com até 10 quilos. O tíquete das aéreas terá de especificar claramente quais os valores que serão cobrados dos usuários.

No caso da Gol, será criada uma classe tarifária mais barata para quem não for despachar bagagens. Batizada de "Light", essa tarifa estará disponível aos clientes a partir de 4 de abril - a Gol continuará oferecendo as tarifas "Programada" e "Flexível", que incluem, sem custo, o despacho de uma bagagem de até 23 quilos.

Os clientes que adquirirem a tarifa "Light" e desejarem despachar bagagem deverão pagar um valor adicional. Nos voos domésticos, será cobrada uma taxa de R$ 30 caso a contratação seja feita nos canais de autoatendimento da empresa e de R$ 60 caso o despacho seja solicitado no balcão de check-in. Nos voos internacionais, as taxas são de US$ 10 e US$ 20, respectivamente.

Já a Latam Brasil diz que o despacho da primeira bagagem em voos domésticos continuará gratuito durante os próximos meses. A empresa ressalta, no entanto, que a cobrança pela primeira mala despachada começará ainda neste ano, numa data a ser definida, ao custo de R$ 50.

A Azul, por sua vez, diz que introduzirá gradativamente uma nova opção de tarifa a partir do dia 14, com preços reduzidos para quem não despachar malas. Em paralelo, a empresa continuará oferecendo normalmente a franquia de bagagens em seus voos domésticos, mantendo os valores praticados atualmente.

Por fim, a Avianca Brasil afirma que não começará a cobrança por bagagem despachada imediatamente, alegando que precisa de mais tempo para estudar as novas regras. No entanto, a empresa sinaliza que criará diferentes grupos tarifários, de acordo com a intenção de despachar bagagens ou não por parte do cliente.

Contestações

Na última quinta-feira, o MPF em São Paulo entrou com uma ação civil pública na Justiça pedindo que as novas normas da Anac sejam anuladas liminarmente. Segundo o procurador Luiz Costa, a resolução "destoa de seu fim precípuo de existir, pois não protege os consumidores e acentua a assimetria entre fornecedor de serviço e consumidor". Na ação, Costa classifica as limitações impostas pelas novas diretrizes como "abusivas" e diz que os consumidores ficarão em desvantagem.

Segundo o MPF, a nova norma contraria o Código Civil, "que garante a inclusão da bagagem despachada no valor da passagem", e o Código de Defesa do Consumidor, "que veda a chamada venda casada e a cobrança de taxas manifestamente excessivas". "A resolução também vai de encontro à Constituição ao provocar o retrocesso de direitos já adquiridos pelos consumidores", afirma.

Para o procurador, o objetivo das novas regras é ampliar o lucro das companhias, que reduzirão a qualidade dos serviços de menor custo, já embutidos no valor das passagens, e aperfeiçoarão os pacotes mais caros.

Já a OAB protocolou uma ação em 22 de dezembro do ano passado, alegando que a Anac "resolveu atender o pleito das empresas de transporte aéreo e extinguiu a franquia mínima de bagagem despachada, sem, todavia, exigir delas redução do valor da tarifa ou qualquer outra contrapartida em prol do consumidor".

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