Com 102 anos de fundação, o Paysandu tem uma história de conquistas. Os bicolores começaram a década de 70 com uma incrível marca de 22 partidas sem perder, embora tenham ficado com o vice-campeonato no Parazão de 1970. Porém, em 1971, levantou a taça de campeão do Campeonato Paraense em final vencida contra o Remo, pelo placar de 3 a 2. Com dois gols de Alcino, os azulinos estavam em vantagem no placar até o final da partida, quando o Paysandu empatou com Bené e Moreira. Na prorrogação, o Papão virou a partida novamente com Moreira e alcançou o título.
Com a obtenção do bicampeonato em 1972, o Papão participou pela primeira vez do Campeonato Brasileiro de Futebol, em 1973, e terminou na 38° colocação entre as 40 equipes. No ano de 1976, o Paysandu impediu com estilo que o Leão ganhasse o tetracampeonato paraense – faturou o título invicto do Estadual e ficou 30 partidas sem saber o que era derrota.
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No final da década, realizou uma ousada e improvável façanha: contratou o famoso Dario, o “rei Dadá”, folclórico atacante do futebol brasileiro, campeão mundial pelo Brasil na Copa de 1970. A estreia dele, no Re x Pa de n° 499, levou 64.010 torcedores ao Mangueirão, o maior público da história do estádio. A partida terminou empatada por 1 a 1, e o célebre centroavante marcou o gol de empate do Paysandu. Como prometido na chegada dele a Belém, “sossegou o Leão”. Dario chegou ao recorde de gols em uma temporada, 154.
Outro fato interessante da década foi a definição do nome da Curuzu: a partir de 1974, passou a se chamar Leônidas Sodré de Castro, ex-presidente do clube nas década de 30.
Títulos - O Paysandu iniciou a década de 80 com o intuito de recuperar o prestígio perdido na anterior. Conquistou o tricampeonato estadual entre 1980 e 1982 sob o comando dos atacantes Chico Spina e Cabinho. Ganhou o bicampeonato em 1984 e 1985, além de ter concluído a hegemonia no Parazão de forma invicta em 1987 – temporada que perdeu apenas duas das 50 partidas que disputou. Nos Campeonatos Brasileiros, o Papão alternou quedas e acessos que eram garantidos nas conquistas dos campeonatos regionais. O melhor momento vivido pelos bicolores foi na edição da Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro de 1987. O Paysandu se classificou para a fase final da competição, o “módulo branco”, e ficou com vice-campeonato, após ser derrotado pelo por 1 a 0 Operário-MS. A partida gerou muita polêmica. Os bicolores tiveram dois jogadores expulsos e um pênalti considerado inexistente aos 45 minutos do segundo marcado para os sul-mato-grossenses.
Após a boa campanha realizada na terceira divisão de 1990, o Paysandu recebeu convite para participar da edição da Série de 1991. Os bicolores disputaram 22 jogos, com 14 vitórias, quatro empates e quatro derrotas. Tiveram o melhor ataque da competição (35 gols) e sagraram-se campeões da Série B ao vencer na final o Guarani-SP por 2 a 0, realizada no Alacid da Silva Nunes (Mangueirão). Com gols de Dadinho e Cacaio – o artilheiro do campeonato com 14 gols -, o Paysandu conquistou o primeiro título nacional da história da agremiação.
No ano seguinte, reencontrou o Peñarol e novamente o derrotou, por 4 a 0, no Mangueirão. Outros triunfos marcantes na década ocorreram em 1992 e 1995, contra São Paulo (atual campeão mundial) e Flamengo (que tinha o temível trio ataque formado por Sávio, Romário e Edmundo), por 3 a 0 e 2 a 0, respectivamente.
No âmbito estadual, o Papão ficou com os títulos dos Campeonatos Paraenses de 1992 – ao derrotar o Remo por quatro vezes seguidas, com direito a golaço do meio de campo, feito por Mendonça – 1998 (invicto) e 2000. A década bicolor bastante complicada no aspecto financeiro. A situação começou a melhorar a partir do novo século.
O melhor dos 102 de fundação do Paysandu corresponde ao início da década passada, em que o clube alcançou feitos memoráveis e inesquecíveis. Depois de razoável participação na Copa João Havelange, em 2000, os bicolores foram novamente convidados a participar da Série B, na temporada seguinte. Confiantes pelo bicampeonato paraense, o Papão assegurou também o bicampeonato da Série B do Campeonato Brasileiro. A campanha bicolor registrou 14 vitórias, 16 empates e quatro derrotas. Com a Curuzu lotada, os paraenses superaram o Avaí por 4 a 0 no último jogo do quadrangular final. Vandick (2x), Gino e Zé Augusto marcaram os gols da partida. A conquista garantiu dos bicolores garantiu vaga na Copa dos Campeões do Brasil.
Em 2002, o Paysandu conseguiu a tão desejada tríplice coroa: Parazão, Copa Norte e Copa dos Campeões. Primeiramente, faturou a Copa Norte – competição em que havia sido vice-campeão no ano anterior. Triunfou na final com o placar de 4 a 0 sobre o São Raimundo – AM. Os bicolores terminaram a competição com nove vitórias, três empates e somente duas derrotas.
A conquista garantiu dos bicolores a vaga na Copa dos Campeões, que seria jogada no segundo semestre. Depois veio o tricampeonato campeonato paraense e o principal título: a Copa dos Campeões. Disputada em duas sedes, Fortaleza e Belém, o Paysandu eliminou grandes times do futebol brasileiro até vencer o Cruzeiro na final, no Castelão (CE). No tempo normal, o Papão derrotou a Raposa por 4 a 3, porém a decisão foi para os pênaltis, visto que os mineiros haviam vencido a primeira partida, em Belém, por 2 a 1. Na marca da cal, os paraenses levaram a melhor, converteram todas as cobranças contra nenhuma do adversário. Paysandu campeão e com a credencial de ser o primeiro time do Norte do Brasil a disputar a Copa Libertadores da América, em 2003.
Libertadores - O Paysandu fez bonito na maior competição do continente. Finalizou a primeira fase invicto e na liderança do grupo e iria enfrentar o tradicional Boca Juniors nas oitavas de final. No primeiro jogo, disputado na Argentina, no La Bombonera, o Papão novamente surpreendeu o mundo: venceu por 1 a 0, gol de Iarley, e segurou o resultado com nove jogadores em campo. Em Belém, os argentinos reverteram a vantagem, triunfaram por 4 a 2 e, ainda, conquistou o título daquela edição. O Paysandu terminou a campanha em 9° lugar na classificação gera, com quatro vitórias, três empates e somente uma derrota – 70,83 % de aproveitamento. O clube chegou a ocupar a 39° dos melhores times do mundo, segundo ranking do IFFHS.
Do ápice à queda - O Paysandu passou a viver os piores momentos da história desde então. Embora tenha conseguido a 14° colocação no Brasileirão da Série A em 2004, os bicolores sofreram dois rebaixamentos seguidos nas temporadas posteriores. Na Série C de 2007, terminou na 62° posição entre as 64 equipes e somou apenas 1 ponto na competição. O “salgueiraço” – derrota para o Salgueiro na partida do acesso em 2010 foi o momento mais difícil do Papão nos sete anos que disputou a terceira divisão nacional.
Apesar do momento ruim nos Brasileiros, o Paysandu não deixou de conquistar os títulos regionais: levou o bicampeonato nas temporadas 2005 e 2006 e 2009 e 2010. Em 2012, a redenção: a agremiação estava livre da Série C. Mesmo com campanha irregular, o Papão avançou à segunda fase da competição e conquistou o acesso à Série B sobre o Macaé-RJ, após derrotar os cariocas por 2 a 0 na ida e perder na volta por 3 a 2. Em 2013, a equipe conquistou o último título oficial, o Campeonato Paraense, porém a temporada terminou com saldo negativo em virtude do rebaixamento na Série B.
A partir de 2014, sob a direção de Vandick Lima, o clube passou a se organizar de maneira significativa no ramo administrativo. O Paysandu disputou a final de três das quatro competições que disputou: Parazão, Copa Verde e Série C - só ficou no meio do caminho na Copa do Brasil. Apesar de ter sido vice-campeão nas três, o saldo a agremiação foi considerado positivo.
Ano passado, o time teve excelente desempenho no segundo semestre, ao avançar às oitavas de final da Copa do Brasil – sendo o time paraense com a melhor campanha na história da competição e o 7° lugar na Série B – a melhor campanha de uma equipe paraense na história dos pontos corridos. Os feitos compensaram o turbulento primeiro semestre, em que a equipe foi eliminada do Parazão e Copa Verde pelo maior rival.
Com o avanço do programa sócio torcedor, que já tem mais de 18.000 associados, a reforma da Curuzu, o novo hotel, ônibus próprio, o filme e responsabilidade financeira, o Paysandu está há duas temporadas evoluindo administrativamente, agora sobre a presidência de Alberto Maia e procura colher os frutos do trabalho para esta temporada – em que o clube disputará o Parazão, Copa Verde, Copa do Brasil e Série B.
Cinco maiores artiheiros do Papão
1 – Bené – 249 gols
2 – Hélio – 237 gols
3 – Quarenta – 208 gols
4 – Carlos Alberto – 130 gols
5 – Cabinho – 127 gols
Seleção de todos os tempos
01 - Castilho, 02 - Oliveira, 03 - Gilvandro, 04 - João Tavares, 05 - Paulo Tavares. 06 - Sandro,07- Quarentinha, 08 - Chico Spina. 09 – Bené , 10 – Robilota, 11 – Ércio. Treinador: Givanildo Oliveira.
Escalações históricas
- 10/06/1914 - Paysandu 1 x 2 Remo – primeiro jogo da história do clube.
Romariz, Bayma, Sílvio, Jaime, Moura Palha, Mitchel, Hugo Leão, Garcia, Guimarães, Matheus, Arthur Moraes. Treinador: Gol: Matheus.
- 22/07/1945 – Paysandu 7 x 0 Remo – maior goleada do clássico.
Palmério, Isan, Athenágoras, Mariano, Manoel Pedro, Nascimento, Arleto, Farias, Hélio, Guimarães, Soiá. Treinador: Floriano Rodrigues. Gols: Soiá (3x), Hélio (2x), Farias e Nascimento.
- 18/07/1965 – Paysandu 3 x 0 Peñarol - Amistoso
Castilho, Oliveira, Abel, Jota Alves, Carlinhos, Beto, Quarentinha, Pau Preto (Milton Marabá), Édson Piola (Vila), Milton Dias (Laércio), Ércio. Treinador: Juan Antônio Álvarez. Gols: Ércio, Pau Petro e Milton Dias.
- 11/02/1968 – Paysandu 1 x 0 Seleção da Romênia – Amistoso
Arlindo, Waltinho, Abel, João Tavares, Paulo Tavares, Tamilton, Quarentinha, Vila (Garcia), Bené, Hélio Cruz, Ércio (Baíbe). Treinador: Gentil Cardoso. Gol: Bené.
- 25/08/1973 – Paysandu 2 x 1 Internacional – primeira partida do Papão no Campeonato Brasileiro.
Édson Borracha, Roberto, China, Waldemar, Diogo, Antenor, Chiquinho, Padro (Lulinha), Leônidas, Moreira (Ivair), Gonzaga. Treinador: João Carlos Pereira. Gols:
- 26/05/1991 – Paysandu 2 x 0 Guarani – final da Série B
Luiz Carlos, Paulo Cruz, Ari, Leo e Pedrinho. Edgar, Oberdan e Mauricio (Jorginho Macapá), Cacaio, Dadinho e Jérson. Treinador: Joel Martins. Gols: Cacaio e Dadinho.
- 21/12/2001 – Paysandu 4 x 0 Avaí – final da Série B.
Marcão, Valentim, Gino, Sérgio, Lino, Sandro (André Duarte), Rogerinho Gameleira, Trindade (Lecheva), Jóbson, Zé Augusto, Vandick. Treinador: Givanildo Oliveira. Gols: Vandick (2x), Gino e Zé Augusto.
- 28/04/2002 – Paysandu 3 x 0 São Raimundo – Final da Copa Norte
Marcão, Marcos, Gino, Sérgio, Luis Fernando, Rogerinho Gameleira, Sandro, Lecheva, Jóbson, (Trindade), Zé Augusto (Valdomiro), Vandick (Albertinho). Treinador: Givanildo Oliveira. Gols: Lecheva (2x) e Sandro.
- 04/08/2002 – Paysandu 4 x 3 Cruzeiro – final da Copa dos Campeões.
Marcão, Marcos, Gino, Sérgio e Luís Fernando. Sandro, Rogerinho Gameleira, Jóbson, Vélber. Vandick (Albertinho) e Jajá (Vânderson). Treinador: Givanildo Oliveira. Gols: Vandick (3x) e Jóbson.
- 11/10/12 – Macaé 3 x 2 Paysandu – acesso à Série B em 2012
João Ricardo, Yago Pikachu, Fábio Sanches, Marcos Vinícius, Rodrigo Fernandes, Ricardo Capanema (Billy), Vanderson, Alex Gaibu, Thiago Potiguar, Rafael Oliveira e Kiros (Lineker). Treinador: Lecheva. Gols: Yago Pikachu e Vanderson
- 25/10/14 – Tupi 0 x 1 Paysandu – acesso à Série B em 2014
Douglas, Yago Pikachu, Charles, Fernando Lombardi, Pablo e Fábio Alves. Lenine, Ricardo Capanema (Billy), Heverton (Marcos Paraná). Bruno Veiga (Djalma) e Ruan. Treinador: Mazola Júnior. Gol: Ruan
Campeonatos Paraenses conquistados
1920, 1921, 1922, 1923, 1927, 1928, 1929, 1931, 1932, 1934, 1939, 1942, 1943, 1944, 1945, 1947, 1956, 1957, 1959, 1961, 1962, 1963, 1965, 1966, 1967, 1969, 1971, 1972,1976, 1980, 1981, 1982, 1984, 1985, 1987, 1992, 1998, 2000, 2001, 2002, 2005, 2006, 2009, 2010 e 2013.
Campeonato Paraense Sub-20
1999, 2000, 2002, 2003, 2005, 2006, 2007, 2010 e 2015
O Clube que mais participou do Brasileiro da Série A do Norte do Brasil com 20 participações;
Hexacampeão Estadual de Basquete Masculino Adulto: 1985 a 1990;
Tetracampeão Estadual de Handebol Masculino Adulto: 2003 a 2007;
Pentacampeão Estadual de Handebol Feminino Adulto: 2003 a 2006, 2008 e 2009
Leia mai aqui.
Por Mateus Miranda.
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