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Depois de alcançar a marca de 1,30, a maior desde o fim de maio, a taxa de transmissão (Rt) do novo coronavírus no Brasil caiu para 1,02. Os dados são do centro de controle de epidemias do Imperial College de Londres, no Reino Unido. A atualização foi divulgada nesta terça-feira, 1º, com dados coletados até a segunda-feira, 30.

A taxa de contágio traduz o potencial de propagação de um vírus. Quando ele é superior a 1, a doença está avançando. Hoje, o dado indica que 100 pessoas infectadas no País transmitem o vírus para outras 102. Pela margem de erro das estatísticas, essa taxa pode ser maior (1,11) ou menor (0,94).

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A taxa de 1,02 representa uma leve desaceleração em relação à semana passada. Sete dias atrás, ela bateu a marca de 1,30, a maior desde maio. Há três semanas, o número ficou em 0,68, o menor valor desde abril. A data coincide com o atraso na atualização de casos e mortes por covid-19 pelo Ministério da Saúde. Problemas técnicos atrasaram o registro de informações. A pasta reconheceu na sexta-feira, 13, indícios de um ataque cibernético em seu sistema, mas ainda não há laudo conclusivo.

Na segunda-feira, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que o Brasil precisa levar o aumento no número de casos de covid-19 a sério. "O Brasil teve seu ápice em julho. O número de casos estava diminuindo, mas em novembro os números voltaram a subir. O Brasil precisa levar muito, muito a sério esses números. É muito, muito preocupante", disse Tedros.

A média móvel diária de mortes causadas pelo novo coronavírus no Brasil ficou em 518 nesta segunda-feira, 30. Esse tipo de média considera os dados dos últimos sete dias e evita distorções provocadas pelas variações diárias dos registros. Nas últimas 24 horas, foram registrados mais 22.622 casos e 317 mortes, segundo levantamento feito por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL junto às secretarias estaduais de saúde.

No total, o Brasil registrou 6.336.278 casos confirmados de covid-19 e 173.165 mortes. Conforme dados do Ministério da Saúde, 5.601.804 brasileiros se recuperaram da doença e outros 560.954 seguem em acompanhamento.

Na região metropolitana de São Paulo, um importante aliado contra o coronavírus foi inserido nos transportes públicos na última semana. Algumas linhas de ônibus intermunicipais que circulam entre a cidade de Osasco e a capital paulista, tiveram poltronas, catracas e apoios de mão equipados com um tecido capaz de inativar os microrganismos causadores da Covid-19.

De acordo com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o material previne o que os especialistas chamam de contaminação cruzada, que pode ocorrer no toque das mãos em um local infectado. Segundo a pesquisadora Patricia Leo, responsável pelo Laboratório de Biotecnologia Industrial do IPT, o contato dos organismos com os componentes da textura anula o poder dos vírus. "O tecido apresenta um componente no seu fio capaz de destruir o vírus quando em contato na sua superfície", explica a cientista.

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Além de eliminar o causador da pandemia de Covid-19, o tecido é capaz de desativar outros microorganismos no contato. De acordo com Patricia, as análises laboratoriais realizadas no IPT mostraram que o material é antibacteriano. "Este tecido também foi avaliado para verificar efeito contra bactérias e mostrou-se bastante eficaz, reduzindo em 99,99% da contaminação bacteriana usada no teste em condições laboratoriais", comenta a pesquisadora.

Ainda segundo a cientista, o revestimento absorve vírus e bactérias em poucos segundos, fazendo com que sejam eliminados de maneira definitiva. "Por se tratar de um ativo incorporado na composição do fio do tecido é esperada uma ação permanente, sem risco durante o uso", acrescenta. De acordo com Patricia, os resultados dos testes permitem que o recurso seja utilizado não só no transporte coletivo, mas em diversos segmentos. "A tecnologia pode ser aplicada em diferentes setores públicos e privados que possam se favorecer com este tipo de tecido/revestimento", ressalta.

Trens do Metrô e da CPTM serão revestidos

A eficiência apresentada pelo material nos testes iniciais foi animadora e, além da implantação nos 12 primeiros veículos de Osasco, a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) deve implantar a tecnologia em outros 200 veículos até o final de novembro. De acordo com a Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo (STM), os trens do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também serão revestidos com o material que está sendo produzido em larga escala.

Máscara

Embora seja efetivo nos casos de contaminação cruzada, os especialistas afirmam que o tecido não previne casos de contágio por vias respiratórias. Portanto, as autoridades de saúde mantém a recomendação do uso de máscara que cubra nariz e boca para a não dissipação de organismos, como vírus e bactérias.

Segundo o Comitê Científico do Nordeste, a flexibilização das medidas de isolamento social e as eleições para renovação de Prefeituras e Câmaras municipais marcadas para novembro podem precipitar uma segunda onda de Covid-19 na região nos próximos meses. O fenômeno, que já preocupa países da Europa, pode ter uma influência no recrudescimento da pandemia no Nordeste em função do fluxo de turistas europeus que costumam vir para as praias nordestinas nas festas de fim de ano.

Por conta disso, o Comitê Científico publicou nesta sexta-feira (23), a recomendação de implantação de estandes sanitários em todos os aeroportos. Também está sendo recomendado equipes nesses estandes para aferir a temperatura e kits de testagem rápida de passageiros provenientes do exterior.

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Além disso, orienta a adoção de quarentena de 14 dias para os turistas que não apresentarem atestados que comprovem a ausência de infecção pelo Sars-cov-2. “Já passamos por essa situação de ver os acontecimentos primeiro na Europa e depois se reproduzindo aqui. Temos uma oportunidade, desta vez, de não deixar isso se repetir”, alerta Miguel Nicolelis, neurocientista e um dos coordenadores do comitê.

O Boletim 12 mostra através de previsões matemáticas e dados das Secretarias de Saúde que a pandemia atingiu seu pico em todos os Estados do Nordeste. “Isso fez com que, em vários locais, as medidas de isolamento social fossem diminuídas além do necessário, resultando em alta probabilidade de uma possível segunda onda”, constata Sérgio Rezende, ex-ministro da Ciência e Tecnologia e, também, coordenador do Comitê Científico do Nordeste. 

Rezende frisa a “premência de se adotarem as medidas sugeridas pelo Comitê porque uma nova onda de Covid-19, obviamente, poderá trazer sérias consequências econômicas, sanitárias e sociais, complicando ainda mais o cenário delicado que já vimos enfrentando neste ano”.

O comitê destaca que a campanha eleitoral que tem gerado aglomerações em todos os municípios pode contribuir para o aumento da reprodução do vírus. Em geral, as campanhas criam eventos “onde pessoas desprezam todas as normas sanitárias indicadas pela Organização Mundial de Saúde”, diz o boletim. Invariavelmente, nas aglomerações o risco desse tipo de contaminação aumenta consideravelmente, gerando a expectativa de que, no período pós-eleição, possa ocorrer uma segunda onda da epidemia. 

“Infelizmente, a maioria dos candidatos coloca sua eleição como prioridade, desconsiderando a vida de seus eleitores e as suas próprias”, criticam os cientistas. Eles pedem que a sociedade redobre os cuidados, principalmente com o aumento da flexibilização.

O juiz Rodrigo Trindade de Souza, titular da Vara do Trabalho de Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, deferiu indenização de R$ 20 mil, por danos morais, a uma empregada do frigorífico JBS que foi contaminada pelo coronavírus. O magistrado entendeu que as condições de trabalho no interior do frigorífico, aliadas a uma conduta negligente da empregadora, geram a presunção de contaminação no ambiente laboral. 

Segundo informações da sentença, os sintomas da doença na trabalhadora iniciaram no mês de maio. Já nessa altura, o frigorífico era alvo de inspeções do Ministério Público do Trabalho e resistia a cumprir as medidas para redução do risco de contágio. Conforme consta na Ação Civil Pública nº 0020328-13.2020.5.04.0551, o frigorífico se negava a realizar os cadastros nos sistemas informatizados e a efetuar a testagem do vírus fornecida pelo Estado, além de não observar o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os trabalhadores. 

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Ao proferir a decisão, o juiz analisou o problema mundial da contaminação por coronavírus em frigoríficos, apontando que esses ambientes formam verdadeiros focos de disseminação da doença. Neste sentido, explicou que a atividade conta com grande número de empregados, os quais trabalham de forma muito próxima, sem barreiras físicas adequadas, em ambientes fechados, úmidos e climatizados, com baixa renovação do ar. Além disso, os trabalhadores são transportados por veículos do empregador, em confinamento de longas distâncias, e aglomeram-se tanto no início como término do expediente. Por tais circunstâncias, os trabalhadores estão expostos a risco de contágio consideravelmente superior ao de outras atividades. 

Esses elementos, somados à resistência da empresa em obedecer às medidas de combate à disseminação da doença pretendidas pelo MPT, elevaram o risco de incidência de contaminação pelo Covid-19, segundo o magistrado.  O juiz fundamentou que, como não há tecnologia de exame que permita precisar o momento exato do contágio por agentes microscópicos, a comprovação processual deve ocorrer a partir de probabilidades. “Impõe-se presunção de nexo causal se demonstrada exposição do autor a acentuado risco de contágio. Tal presunção é, naturalmente, relativa. Assim, se o empregador demonstrar que adotou todas as medidas de segurança, equipamentos de proteção coletivos ou individuais, conforme o melhor estado da técnica, ou, por exemplo, comprovar que o trabalhador esteve exposto em outras situações (por exemplo, o trabalho em mais de um lugar de grande risco, ou uma reunião familiar com pessoa contaminada), há redução da probabilidade de que o contágio tenha ocorrido em serviço”, destacou o magistrado.

No caso do processo, Rodrigo Trindade entendeu que as circunstâncias da prestação do serviço autorizam presumir que a contaminação tenha ocorrido no ambiente laboral. Em decorrência, reconheceu o nexo causal entre o trabalho e o adoecimento e condenou o empregador a indenizar a trabalhadora por danos morais. O magistrado ressaltou que o valor é superior ao usualmente aplicado, justificando-o por se tratar de doença de elevado potencial de mortalidade.

Cabe recurso da sentença ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS).

Da assessoria do TRT4

Portugal registrou nesta quinta-feira (8) mais de mil novos casos de Covid-19 pela primeira vez em um único dia desde de abril, e o governo advertiu que o país deve se preparar para a difícil batalha contra o vírus nos próximos dias.

"Temos que nos preparar para o que vem aí", disse o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, aos repórteres durante uma visita a um hospital em Braga, no norte do país, segundo o jornal Diário de Notícias.

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De acordo com o último boletim epidemiológico da Direção-Geral de Saúde, 1,278 novos contágios e dez mortes foram reportados nesta quinta (8), elevando o número total de casos para 82.534. Este é o segundo dia com maior número de infecções desde o início da pandemia do novo coronavírus no país. Até ao momento, Portugal só tinha ultrapassado os mil casos diários duas vezes: 1.516 em 10 de abril e 1.035 em 31 de março.

Portugal, que tem uma população de pouco mais de 10 milhões de habitantes, recebeu muitos elogios no início da epidemia de Covid-19 por sua resposta e pela rápida adoção de medidas, mas, como vem ocorrendo em outros países europeus, vê o número de infecções subir novamente após a temporada de verão.

O país entrou em estado de contingência no dia 15 de setembro e permanecerá nele até a próxima semana, o que significa que as reuniões continuam limitadas a um máximo de 10 pessoas e os estabelecimentos comerciais seguem funcionando em horários restritos.

A pandemia promete deixar sequelas duradouras na economia do país, que é extremamente dependente do turismo, e o banco central português prevê uma redução de 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano.

Da Sputnik Brasil

Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que cerca de 780 milhões de pessoas em todo o planeta já contraíram o novo coronavírus (Covid-19). O anúncio foi feito pelo diretor-executivo da instituição, Michael Ryan. O número representa quase 10% da população da Terra, estimada em 7,6 bilhões de habitantes até o ano de 2018.

Os dados do órgão internacional conflitam o estudo da universidade estadunidense Johns Hopkins, de Baltimore (EUA), que registra 35 milhões de casos de contaminação pelo causador da Covid-19. A OMS considera a compilação de dados realizada pelos europeus da Agência de Controle de Doenças Transmissíveis, feita entre os meses de março e junho de 2020.

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De acordo com os números oficiais da OMS, são mais de 1 milhão de pessoas mortas em todo o planeta. O Brasil segue sendo o segundo país que registrou o maior número de óbitos, com 146,7 mil vítimas fatais. Os EUA seguem sendo o primeiro com 210 mil mortes.

Os dados de contágio por Covid-19 se mantiveram constantes em um nível ainda alto ou mesmo tenderam a aumentar com a flexibilização do isolamento social, a reabertura dos setores econômicos e o consequente aumento da mobilidade das pessoas, a partir de junho. Estas consequências foram debatidas por cientistas no evento “O Brasil após seis meses de pandemia da Covid-19 - I Ciclo de Debates do Observatório Covid-19”, promovido pela Fundação Oswaldo Cruz, que começou essa semana.

Na apresentação “Os cenários epidemiológicos no Brasil: tendências e impactos na sociedade”, o coordenador do programa de Computação Científica da Fiocruz, Daniel Villela, mostrou que a curva de contágio no país saiu do padrão esperado para uma epidemia, que normalmente tem um crescimento muito rápido e depois cai de forma constante. Os dados são do InfoGripe (http://info.gripe.fiocruz.br/), que monitora as internações no país por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

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Os gráficos do Observatório Fluminense Covid-19 (https://www.covid19rj.org/home) mostram que Amapá, Rio Grande do Norte e Sergipe estão em verde, “vencendo” a pandemia na análise de número de casos por semana, de acordo com a classificação “semáforo” feita pelos pesquisadores. Ainda estão com alerta vermelho o Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins, além do Brasil como um todo. Os demais estados estão com a curva em amarelo, a maioria fazendo esse desenho para o lado em um patamar alto de contaminação.

Sobre as medidas iniciais de isolamento social, a partir de meados de março, o pesquisador diz que os gráficos refletem os impactos positivos, apesar de não terem sido capazes de frear completamente a ascensão da curva de contágio.

“A partir da semana epidemiológica 12, em meados de março, quando foram tomadas as decisões de restringir a mobilidade você tem esse crescimento de SRAG, mas tem uma mudança no padrão bem claro e depois continua crescendo. A curva mostra um efeito dessas medidas de distanciamento social”.

Sistema de informação

Segundo Villela, o Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), que gera o Boletim InfoGripe, registra que mais de 95% dos casos com confirmação da doença que levaram à internação por SRAG no ano são do vírus SARS-Cov-2, causador da Covid-19. Os dados mostram um maior número de casos de SRAG entre idosos em 2020, quando em anos anteriores as crianças aparecem em maior número.

O pesquisador destacou também o trabalho do Observatório Covid-19 da Fiocruz que mostrou uma maior vulnerabilidade para a doença entre as populações indígenas e moradores de favelas; o padrão de dispersão do vírus no país por meio de sequenciamento genético; e definiu critérios que poderiam ser seguidos para a retomada das atividades.

“O que nós podemos esperar atualmente é ver, essa questão da imunidade individual das pessoas e a imunidade de grupo, se há um número suficiente de pessoas imunes para garantir a diminuição do número de casos para lidar melhor com a pandemia. A questão da eficácia das vacinas e a logística para vacinar toda a população”.

Ele afirma que a epidemia não passou e que a flexibilização deve ser local, gradual e coordenada entre todos os níveis de governo e entidades.

Desafio de uma geração

O pesquisador Guilherme Werneck, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destacou que a pandemia de Covid-19 é “o maior desafio da nossa geração”, por motivos como o rápido espalhamento do vírus, a taxa de letalidade relativamente alta, a falta de vacina e de conhecimento sobre tratamentos eficazes, a ineficiência inicial dos testes diagnósticos e também a falta de suprimentos médicos e de equipamentos de proteção individual.

Apesar de tudo isso, ele afirma que uma pandemia desse nível não foi uma surpresa para os epidemiologistas, que deram vários alertas nesse sentido.

“Estava claro para todos que trabalham com doença infecciosa que uma pandemia por um patógeno desconhecido era uma questão de tempo. Então a preparação para esta situação era obviamente necessária no mundo inteiro”.

Para ele, o Brasil tinha condições de ter se preparado melhor, após o aprendizado tido com a epidemia de influenza de 2009, o desenvolvimento do Infogripe, o reconhecimento internacional pelos sistemas de informação de qualidade e alta cobertura, a quantidade de pesquisa científica básica e aplicada, além do sistema de vigilância epidemiológica inserido no Sistema Único de Saúde, com capacidade de resposta epidemiológica e assistencial para uma pandemia.

“É de certa forma constrangedor que nós tenhamos chegado numa situação em que existia uma ideia de como essa resposta deveria ser dada, que o país tenha enfrentado essa pandemia de uma forma não tão ideal como poderia”.

De acordo com Werneck, os esforços deveriam ter sido também no sentido de limitar a expansão da epidemia no território, salvar vidas, garantir proteção e segurança para os setores econômicos e sociais mais vulneráveis, além de se preparar para o futuro. O pesquisador destaca também como equívocos a ênfase na atenção hospitalar e na necessidade de testagem. Para ele, a resposta brasileira falhou na maior parte dessas fases.

“As estratégias de contenção foram insuficientes, como foram em muitos países. As estratégias de mitigação, depois que a transmissão sustentada comunitária aconteceu, também foram insuficientes”.

Pelo lado positivo, Werneck lembra do trabalho engajado da comunidade científica brasileira, que articulou várias instituições nas ações de enfrentamento.

Para o pesquisador, o número atual de óbitos por dia no país por Covid-19, na faixa de 800, está em um nível “inadmissível” para se fazer o relaxamento das medidas não farmacológicas e que é cedo para se falar em reabertura das escolas.

O pesquisador Thomas Mellan, do Imperial College London, afirmou que os dados do Brasil, principalmente os do Sivep-Gripe, auxiliaram os cientistas estrangeiros a melhorarem a análise dos dados mundiais.

“É uma ferramenta incrível, vem do SUS brasileiro, e essencialmente registra os casos respiratórios numa população de mais de 200 milhões de pessoas. No trabalho inicial todo mundo tentava analisar os dados da China, com um número muito pequeno de pontos de dados. Temos diferenças entre a China a Europa e o Brasil. Utilizando os dados brasileiros, conseguimos reajustar essa distribuição, utilizando muito mais dados”.

De acordo com ele, entre as contribuições dos dados brasileiros está a mudança de entendimento sobre o tempo entre o surgimento dos sintomas até o óbito do paciente, que com os dados chineses era considerado 18 dias e passou para entre 15 a 16 dias.

Ministério da Saúde

Procurado, o Ministério da Saúde informou que atua “permanentemente para prevenção de doenças” no país, com “pesquisas, medidas preventivas, campanhas de vacinação, tratamentos especializados” para “evitar a disseminação ou qualquer outro efeito na saúde da população”. Até o momento, foram empenhados R$ 31,9 bilhões para ações exclusivas de enfrentamento à pandemia, além de R$ 83,9 bilhões em repasses para os estados e município.

“A pandemia da Covid-19 foi prontamente abordada pela pasta logo que surgiram os primeiros sinais do surto da doença no mundo. Desde o início, foram disponibilizados apoio irrestrito aos estados e municípios na compra e entrega de ventiladores pulmonares, equipamentos de proteção individual (EPI), medicamentos, além da habilitação de leitos de UTI e o envio de profissionais de saúde para apoiar os atendimentos”, informa o ministério.

Em nota enviada à Agência Brasil, a pasta afirma também que implementou Centros Comunitários nas áreas de maior vulnerabilidade social, como comunidades e favelas.

“O Ministério também direcionou equipes multidisciplinares de saúde indígena para intensificar a distribuição de suprimentos, insumos, testes rápidos e equipamentos de proteção individual aos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Para oferecer atendimento rápido em situações de emergência também foi autorizado a contratação de Equipes de Resposta Rápida (ERR) para atuar em cada DSEI”.

O Ministério afirma, ainda, que tem acompanhado mais de 200 estudos “que buscam a identificação de uma vacina eficaz, segura e em quantidade suficiente para imunizar os brasileiros”.

Mais de um quarto da população de Nova Délhi já pode ter sido infectada pela Covid-19, sugere um estudo sorológico publicado nesta quinta-feira (20), que se une a várias pesquisas que indicam uma propagação do vírus muito superior aos números oficiais na Índia.

Exames de sangue realizados em 15.000 moradores da capital indiana no início deste mês revelaram a presença de anticorpos em 29,1% deles, anunciou o ministro da Saúde de Delhi, Satyendra Jain, nesta quinta-feira.

Uma extrapolação dessa amostra sugere que 5,8 milhões de habitantes da capital contraíram o vírus, ou seja, 37 vezes mais que os 156.139 casos registrados oficialmente desde o início da epidemia.

Um estudo anterior feito em Nova Délhi, em junho-julho, mostrou como resultado anticorpos em 23% dos testados.

A Índia é o terceiro país mais afetado no mundo em termos de contaminação oficial, atrás dos Estados Unidos e do Brasil, sendo responsável por 2,84 milhões de casos confirmados da COVID-19.

No entanto, vários estudos sorológicos recentes realizados em cidades indianas, como Pune (oeste) ou Hyderabad (sul), trazem dúvidas quanto aos números oficiais.

De qualquer forma, os cientistas consideram que os testes de anticorpos produzidos pelo organismo devem ser interpretados com cautela, pois podem detectar anticorpos ligados a outros coronavírus, não apenas ao SARS-CoV-2.

Pela primeira vez desde abril, o ritmo de transmissão da covid-19 está em desaceleração no Brasil. De acordo com dados do centro de controle de epidemias do Imperial College, a taxa de contágio (Rt) no País foi de 0,98, número que indica quantas pessoas são infectadas, em média, por cada paciente do novo coronavírus. Os dados foram verificados na semana que começou no domingo, 16.

Isso significa que 100 pessoas contaminadas contagiam outras 98 que, por sua vez, passam a doença para outras 96. Essas contaminam 94 e assim sucessivamente, o que comprova a desaceleração do contágio. Em julho, o País apresentou taxas de 1,01, situação definida como "fora de controle". O Brasil deixou a zona vermelha pela primeira vez depois de 16 semanas consecutivas de taxa de transmissão acima de 1.

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A nova configuração não significa controle estabilizado da transmissão. Nos últimos sete dias, a média móvel de novos óbitos foi de 989 a cada 24 horas pelo novo coronavírus. O País registrou na terça-feira, 18, 1.365 mortes e 48.637 novas infecções de coronavírus, segundo dados do levantamento realizado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha de S.Paulo e UOL com as secretarias estaduais de Saúde. No total, 110.019 vidas já foram perdidas por causa da covid-19.

Os casos podem voltar a subir se as medidas de prevenção não sejam tomadas. Países como Espanha, Rússia e França haviam conseguido reduzir os índices, mas registraram nova fase de aceleração. Na América do Sul, o mesmo aconteceu com Bolívia e Equador. Na região, o Chile é o único outro país da América Latina com taxa de contágio abaixo de 1 (0,85).

Esta também é a primeira vez nos últimos quatro meses em que o Brasil deixou a liderança no número de mortes semanais. Agora, o primeiro lugar está com a Índia, com 7,2 mil mortes por semana. No País, a expectativa é de 6,9 mil óbitos. Os EUA adotam uma metodologia diferente de cálculo por semana e não fazem parte do levantamento.

Nesta sexta-feira (31), a Secretária Estadual de Saúde (SES-PE) que 1.632 pessoas foram detectadas com o novo coronavírus. De acordo com o órgão, 141 casos receberam notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Do total, 1.491 infectados com a Covid-19 tiveram constatações de casos leves, ou seja, que não precisaram ser internados.

Com isso, Pernambuco possui atualmente 95.005 casos confirmados pela doença, desde o início da pandemia, sendo 23.534 graves e 71.471 leves. O Estado já registra 6.557 óbitos pelo coronavírus. Também foi informado pela pasta que 70.067 pessoas foram curadas, em que 12.687 eram pacientes considerados graves.

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A volta às aulas pode representar um perigo a mais para cerca de 9,3 milhões de brasileiros (4,4% da população total) que são idosos ou adultos (com 18 anos ou mais) com problemas crônicos de saúde e que pertencem a grupos de risco de Covid-19. Isso porque eles vivem na mesma casa que crianças e adolescentes em idade escolar (entre 3 e 17 anos). A quantidade de pessoas que pode passar a se expor ao novo coronavírus foi calculada por análise da Fiocruz feita com base na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), que foi realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Laboratório de Informação em Saúde (LIS) da Fiocruz.

São Paulo é o estado com maior número absoluto de pessoas nessa situação, cerca de 2,1 milhões de adultos e idosos em grupos de risco com crianças em casa, seguido por Minas Gerais (1 milhão), Rio de Janeiro (600 mil) e Bahia (570 mil). O Rio Grande do Norte é o que possui a maior percentagem da população nesses grupos: 6,1% do total.

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Pesquisadores do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz) analisaram dados da PNS 2013 sobre dois grupos populacionais que se encontram nos chamados grupos de risco da Covid-19: os adultos com idade entre 18 e 59 anos que têm diabetes, doença do coração ou doença do pulmão, e os idosos (com 60 ou mais anos). Em seguida, cruzou os dados para verificar quantos desses dois grupos residem em domicílio com pelo menos um menor entre 3 e 17 anos – ou seja, em idade escolar. 

O resultado do estudo trouxe números preocupantes. Quase 3,9 milhões (1,8% da população do país) de adultos com idade entre 18 e 59 anos que têm diabetes, doença do coração ou doença do pulmão residem em domicílio com pelo menos um menor em idade escolar (entre 3 e 17 anos). Já a população idosa (60 anos e mais) que convive em seu domicílio com pelo menos um menor em idade escolar chega a quase 5,4 milhões de pessoas (2,6% da população). 

De acordo com o estudo, o retorno da atividade escolar, que vem sendo anunciado de forma gradativa por vários estados e municípios, coloca os estudantes em potenciais situações de contágio. Mesmo que escolas, colégios e universidades adotem as medidas de segurança (e elas sejam cumpridas à risca), o transporte público e a falta de controle sobre o comportamento de adolescentes e crianças que andam sozinhos fora de casa representam potenciais situações de contaminação por Covid-19 para esses estudantes. O problema é que, se forem contaminados, esses jovens poderão levar o vírus Sars-CoV-2 para dentro de casa e infectar parentes de todas as idades que tenham doenças crônicas e outras condições de vulnerabilidade à Covid-19, representando uma brecha perigosa no isolamento social que essas pessoas mantinham até agora.

Divulgado através da nota técnica 'Populações em risco e a volta as aulas: Fim do isolamento social', da plataforma MonitoraCovid-19, o estudo alerta para o fato de que “a discussão sobre a retomada do ano letivo no país não segue um momento em que é clara a diminuição dos casos e óbitos e ainda apresenta um agravante, que é a desmobilização de recursos de saúde e o desmonte de alguns hospitais de campanha”. 

Epidemiologista do Icict/Fiocruz, Diego Xavier, que participou do estudo, destaca que, até agora, a maioria desses milhões de brasileiros em grupos de risco e que têm algum estudante dentro de casa vinha se mantendo em isolamento social. “Mas a volta às aulas pode representar uma perigosa brecha nesse isolamento. Nós estimamos, no estudo, que se apenas 10% dessa população de adultos com fatores de risco e idosos que vivem com crianças em idade escolar vierem a precisar de cuidados intensivos, isso representará cerca de 900 mil pessoas na fila das UTIs. Além disso, se aplicarmos a taxa de letalidade brasileira nesse cenário, estaremos falando de algo como 35 mil novos óbitos, somente entre esses grupos de risco”, analisa Xavier. 

Christovam Barcellos, sanitarista e vice-diretor do Icict/Fiocruz, acha que seria recomendável que estados e municípios oferecessem aos pais informações necessárias para os cuidados que devem passar a adotar dentro de suas casas. “Se isso não for feito, muitos pais se sentirão inseguros frente à decisão de retomar os estudos presenciais dos seus filhos. Com a expansão da população exposta à infecção pelo vírus, deveriam também ser ampliadas as atividades de vigilância epidemiológica desses grupos vulneráveis por meio de testagens e acompanhamento clínico permanente”, afirma.

Da assessoria da Fiocruz

A Austrália anunciou, nesta quarta-feira (22), 502 novos casos de coronavírus, o maior número já registrado no país, e as autoridades alertaram que as próximas semanas serão críticas na evolução da pandemia.

A grande maioria dos casos foi registrada nas últimas 24 horas no estado de Victoria, no sul, onde existem vários surtos em Melbourne e seus arredores, sob novas medidas de confinamento há duas semanas.

O pico anterior da epidemia ocorreu em 28 de março, quando foram registrados 459 casos, segundo dados reunidos pela AFP.

Naquele momento, o país conseguiu conter a propagação do vírus, a ponto de levantar as restrições. Como a Nova Zelândia, a Austrália foi elogiada por sua gestão eficaz da crise.

Mas nesta quarta-feira, o primeiro-ministro de Victoria, Daniel Andrews, anunciou 484 novas contaminações e duas mortes.

A Austrália contabiliza agora cerca de 13.000 casos de Covid-19, uma doença que deixou 128 mortos neste país de 25 milhões de habitantes.

A partir desta noite, os habitantes de Melbourne serão obrigados a usar máscara quando saírem de casa e, se não o fizerem, serão multados em 200 dólares australianos ($ 142).

- Semanas "críticas" -

Andrews considerou que outras mudanças comportamentais também serão necessárias.

Um estudo mostrou que 90% dos pacientes diagnosticados nas últimas duas semanas não se isolaram entre o momento em que tiveram os sintomas e quando fizeram o teste.

Na pendência dos resultados, mais da metade dos novos pacientes não observaram uma quarentena estrita.

O primeiro-ministro de Victoria explicou que muitos trabalhadores temporários não conseguem tirar licença médica e estão preocupados com a queda de sua renda.

No entanto, ele lembrou que poderiam pedir ajuda pública excepcional de 1.500 dólares australianos (1.070 dólares) se adoecerem.

As autoridades também estão preocupadas com a propagação da doença entre a população mais vulnerável devido a surtos em casas de repouso.

Em seis prisões, os detidos tiveram que ficar confinados em suas celas, porque um guarda deu positivo.

Essa nova onda acaba com a esperança de uma rápida recuperação econômica na Austrália, que deve sofrer sua primeira recessão em 30 anos devido ao coronavírus.

Investigações mostraram essa semana que o novo surto de coronavírus provavelmente está relacionado à falta de medidas de segurança em hotéis, onde os australianos que retornaram ao país ficaram em quarentena.

Os estados vizinhos fecharam suas fronteiras com Victoria. No entanto, foram detectados casos em Nova Gales do Sul.

A primeira-ministra deste estado, Gladys Berejiklian, disse que as próximas semanas serão "as mais críticas".

Sydney tem vários focos de contaminação, que as autoridades vincularam à visita a um pub de um homem de Melbourne que estava contaminado.

"Ainda não estamos fora de perigo, pelo contrário", disse Berejiklian em entrevista coletiva.

Dezesseis novos casos foram anunciados nesta quarta-feira em Nova Gales do Sul, um em Queensland e outro no sul da Austrália.

Um estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tornou mais fácil identificar lugares onde, segundo pesquisadores, a chance de ser infectado pelo vírus SARS-Cov-2, responsável pela pandemia de covid-19, é bem maior. Os resultados parecem comprovar o que já é protocolo sanitário em todo o Brasil: a residência é o lugar mais seguro para as pessoas nesse momento.

A equipe de virologistas responsáveis pelo levantamento coletou amostras de lugares públicos de alta circulação na cidade de Belo Horizonte. O método utilizado foi parecido com os testes realizados para detectar a presença do vírus no organismo: o swab - um tipo de cotonete alongado que, quando friccionado contra superfícies, coleta o material em repouso - foi usado em pontos de ônibus, corrimãos, entradas de hospitais e até mesmo bancos de praças. Das 101 amostra colhidas, 17 continham traços do novo coronavírus.

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“Para se avaliar o risco de um determinado local, levamos em consideração três elementos: o número de pessoas que podem portar a infecção, o nível de aglomeração esperado nos ambientes e a chance de haver pessoas com a infecção no local”, explicou o infectologista e professor de medicina da UFMG, Matheus Westin.

O médico lembra, ainda, que objetos também podem ter partículas infecciosas inertes. Frutas, verduras, caixas e outros itens que ficam expostos podem carregar o vetor de infecção. O estudo classificou as áreas de risco de acordo com os três pilares sanitários identificados pelos médicos. Veja o infográfico:

Linha de frente

O estudo mostrou também que profissionais que trabalham na linha de frente de combate ao novo coronavírus estão muito mais suscetíveis ao contágio, já que a proximidade com infectados é inevitável.

“Todas as formas de assistência direta envolvem proximidade. Desde os cuidados primários, como administrar medicação ou conversar com o paciente, aos procedimentos invasivos, como ajustar o ventilador mecânico, aspirar as vias aéreas ou entubar o paciente, tudo isso cria um grande risco de transmissão”, argumenta Westin.

Segundo o médico e professor, o investimento em equipamentos de proteção individual (EPIs) de qualidade é crucial, e pode definir se o profissional médico será contaminado ou não ao tratar pacientes. “Boa parte desse equipamento é de uso único. A troca deve ser periódica. Mas não dá pra esquecer que o profissional de saúde, ao chegar em casa, deve lavar bem com água e sabão as vestimentas hospitalares para remover traços de contaminação das roupas”, informou.

Um estudo publicado na última quarta-feira (17) no New England Journal of Medicine apontou que duas variações genéticas podem indicar quem corre mais risco de desencadear um quadro preocupante, ou vir a óbito, por contágio pelo coronavírus (Covid-19). Segundo a pesquisa, pessoas de sangue tipo A são 45% mais propícias a se infectarem do que pessoas com outros tipos sanguíneos.

Os portadores do tipo O apresentaram 65% de chance de se contaminarem. "Nossos dados genéticos confirmam que o grupo sanguíneo O está associado a um risco menor de adquirir Covid-19 do que os não-O", escreveram os pesquisadores. "Já o grupo sanguíneo A foi associado a um risco maior que os grupos sanguíneos não-A".

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Na pesquisa, realizada pela Universidade de Kiel, na Alemanha, os cientistas estudaram mais de 1.950 pacientes espanhóis e italianos contaminados pelo vírus e os compararam a 2.381 pessoas que não estavam doentes. Eles fizeram um teste de associação em todo o genoma, explorando o mapa genético dos voluntários em busca das duas variações de DNA mais comuns em pacientes com quadros severos.

Entretanto, os pesquisadores ressaltam que o estudo não deve desesperar quem tem sangue tipo A, muito menos estimular quem tem sangue tipo O a relaxar nos cuidados. "A redução de risco pode ser estatisticamente significativa, mas é uma pequena mudança no risco real. Você nunca diria a alguém do tipo O que ele tem menor risco de infecção", especificou Roy Silverstein, da Faculdade de Medicina de Winsconsin, em entrevista a CNN.

 

O novo coronavírus causou pelo menos 387.280 mortes em todo o mundo desde que apareceu em dezembro, de acordo com um balanço realizado pela AFP com base em fontes oficiais, nesta quinta-feira às 16H00.

Desde o início da epidemia, mais de 6.563.710 pessoas em 196 países ou territórios contraíram a doença. Destas, pelo menos 2.838.800 se recuperaram, segundo as autoridades.

Esse número de casos positivos diagnosticados reflete apenas uma parte do número total de infecções devido às políticas diferentes dos países para diagnosticar casos. Alguns testam apenas pacientes que precisam de hospitalização e, em muitos países pobres, a capacidade de testagem é limitada.

Desde o dia anterior às 16H00, 5.227 novas mortes e 121.055 infecções foram registradas em todo o mundo. Os países que registraram mais mortes são Brasil, com 1.349 novas mortes, México (1.092) e Estados Unidos (989).

O número de mortos nos Estados Unidos, que registrou seu primeiro óbito ligado ao vírus no início de fevereiro, é de 107.685. O país registrou 1.861.966 infecções. As autoridades consideram que 479.258 pessoas foram curadas.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Reino Unido com 39.904 mortes e 281.661 casos, Itália com 33.689 mortes (234.013 casos), Brasil com 32.548 mortes (584.016 casos) e França com 29.065 mortes (189.441 casos).

Entre os países mais atingidos, a Bélgica tem a maior taxa de mortalidade, com 82 mortes por 100.000 habitantes, seguida pelo Reino Unido (59), Espanha (58), Itália (56) e Suécia (45).

A China continental (sem contar Hong Kong e Macau), onde a epidemia eclodiu no final de dezembro, tem um total de 83.022 pessoas infectadas, das quais 4.634 morreram e 78.319 foram completamente curadas. Nas últimas 24 horas, 1 novo caso e 0 óbito foram registrados.

Desde o início da epidemia, a Europa soma 181.542 mortes (2.219.958 infecções), os Estados Unidos e o Canadá 115.340 (1.955.666), a América Latina e o Caribe 57.788 (1.151.155), Ásia 17.817 (618.625), Oriente Médio 10.029 (445.075), África 4.633 (164.615) e Oceania 131 (8.621).

Esse balanço foi feito com dados das autoridades nacionais compilados pelos escritórios da AFP e com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Devido a correções pelas autoridades ou a publicação tardia dos dados, o aumento nos números publicados nas últimas 24 horas pode não corresponder exatamente ao dia anterior.

Nesta segunda-feira (1º) o governo da República Democrática do Congo declarou que o país está passando por um novo surto de Ebola no noroeste do país, em meio à pandemia do novo coronavírus. 

Segundo o ministro da saúde, Eteni Logondo, quatro pessoas já morreram vítimas da doença, de acordo com exames realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica na cidade de Mbandaka. 

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O ebola, doença altamente contagiosa, é considerado endêmico na República Democrática do Congo, onde desde agosto de 2018 já matou cerca de 2,3 mil pessoas. De 2014 a 2016 o vírus também matou 11,3 mil pessoas em Serra Leoa, na Guiné e na Libéria. Já o novo coronavírus, infectou cerca de 3,2 mil pessoas e levou a 72 mortes na República Democrática do Congo. 

O anúncio do novo surto de ebola causou muita agitação nas redes sociais, com comentários de medo por parte dos internautas que já se sentem assustados por ter que lidar com o coronavírus. Confira: 

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Na noite desse domingo (31), o Governo de Pernambuco mencionou um levantamento feito nos municípios que integraram a quarentena para informar que a pandemia foi estabilizada e, aos poucos, desacelera no estado. Com o término do decreto que intensificava o isolamento social, a gestão prometeu apresentar um plano de retomada de atividades econômicas, nesta segunda-feira (1º).

De acordo com o estudo, o índice de infecção em Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e São Lourenço da Mata está abaixo de 1, ou seja, cada infectado transmite o novo coronavírus para uma pessoa em média. O resultado, proveniente da quarentena rígida, projeta uma redução na quantidade de casos e, a consequente desaceleração da pandemia na região.

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"A disseminação da epidemia do novo coronavírus se estabilizou em nosso estado e há uma tendência de redução nos municípios que entraram no isolamento mais rígido", comemorou o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, em postagem feita no Instagram.

Os dados foram levantados pelo Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco (IRRD), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e pela Escola de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade de Londres, com intuito de avaliar o período de vigência da quarentena e apresentar o cenário para que a reabertura do comércio seja estudada.

Embora o resultado estimule a retomada de serviços não essenciais, a gestão destaca que “alterações no cronograma de abertura e a possibilidade do retorno de medidas mais duras de isolamento não estão descartadas”. As determinações ficam a cargo do Gabinete de Enfrentamento ao Coronavírus.

"Nosso objetivo foi atingido com muito esforço de todos. Agradecemos aos que compreenderam a importância do isolamento social, porém ainda não vencemos a guerra. Temos um longo caminho pela frente e precisamos manter o foco. Só saia de casa para o essencial. Se precisar sair, use máscara", alertou o governador.

O último boletim epidemiológico emitido pela Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES), divulgado nesse domingo (31), informa que o estado registrou 34.450 casos da Covid-19 e 2.807 óbitos.

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Um estudo do grupo Covid-19 Analytics apontou que o Ceará conseguiu estabilizar a curva de contágio e é o único Estado que apresenta taxa abaixo de 1. A média de 0,92 foi alcançada através do lockdown, e significa que cada infectado transmite o novo coronavírus para menos de uma pessoa.

O levantamento leva em consideração indicativos como o registro de casos confirmados diariamente, o quantitativo de recuperações e os casos que seguem ativos. De acordo com o Ministério da Saúde, o Ceará soma cerca de 38 mil casos e já sofreu 2.733 óbitos em razão da pandemia.

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Os dados ainda apontam que o pico de transmissão ocorreu no dia 22 de abril, quando a taxa de contágio atingiu 3,01.  "A taxa está ligada diretamente a quantas pessoas cada doente infecta. O que a faz subir ou descer é a velocidade com que as pessoas se recuperam. Conforme os tratamentos forem avançando, o número desce; se os pacientes ficam doentes por mais tempo, podem infectar mais gente, e a taxa sobe", explica o pesquisador da Universidade da Califórnia e integrante do Covid-19 Analytics, Gabriel Vasconcelos, que prega cautela para reabertura de estabelecimentos.

"O número acabou de ficar abaixo de 1, quarta e quinta eles tendem a ser mais altos, então é preciso ficar de olho. A taxa pode voltar a crescer. Se a 'volta gradativa' for realmente gradativa, é uma coisa boa. Se a taxa voltar a subir, tem que voltar a fechar", acrescenta o pesquisador.

O gerente da Vigilância Epidemiológica de Fortaleza, Antônio Lima, acredita que a mitigação é reflexo da adoção de um isolamento mais rígido. "Modelos desenvolvidos pós-lockdown já mostravam que fim de maio e início de junho seriam de maior estabilidade. Sem isolamento rígido, o pico se estenderia até julho. Não funcionou às mil maravilhas, não é um lockdown europeu, numa comunidade carente é muito mais complexo, mas o isolamento que girou em torno de 60% em alguns dias é satisfatório", avaliou. O secretário de Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, informou que os atendimentos na rede pública caíram 50%.

Nesta quinta-feira (28), foi confirmado pelo Governo do Estado a retomada gradual das atividades a partir do próxima segunda-feira (1º). Porém, as recomendações sanitárias serão mantidas para evitar uma nova onda de contaminações.

O novo coronavírus já provocou pelo menos 344.107 mortes no mundo desde dezembro, segundo um balanço feito pela AFP com base em fontes oficiais até as 16h desta segunda-feira.

Desde o começo da epidemia, foram contabilizados 5.453.650 casos de contágio em 196 países ou territórios. Destes, 2.133.900 pacientes se recuperaram, segundo autoridades.

O número de registros positivos, no entanto, reflete apenas parte dos contágios, devido às diferentes políticas de cada país para diagnosticar os casos.

Nas últimas 24 horas, foram registrados 2.818 novos óbitos e 94.365 contágios no mundo. Os países que contabilizaram mais mortos foram Brasil, com 653, Estados Unidos (518) e México (215).

O total de mortos nos Estados Unidos, que registraram seu primeiro óbito vinculado ao coronavírus no começo de fevereiro, chegou a 97.948. O país registrou 1.653.390 contágios e autoridades consideram que 366.736 pessoas se curaram.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são Reino Unido, com 36.914 mortos e 261.184 casos, Itália, com 32.877 falecidos (230.158 casos) e França, com 28.457 vítimas fatais (182.942 casos).

Entre os países mais afetados, a Bélgica amarga a maior taxa de mortalidade, com 80 óbitos a cada 100.000 habitantes, seguida da Espanha (57), Itália (54) e Reino Unido (54).

A China continental (sem contar Hong Kong e Macau), onde a epidemia emergiu no fim de dezembro, registra um total de 82.985 pessoas infectadas, das quais 4.634 morreram e 78.268 se curaram. Nas últimas 24 horas, foram registrados 11 novos casos e nenhum óbito.

Moçambique anunciou ontem a primeira morte causada pela doença naquele país.

Este balanço foi feito a partir de dados de autoridades nacionais compilados por escritórios da AFP e com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Devido a correções das autoridades ou da publicação tardia de dados, o aumento das cifras divulgadas nas últimas 24 horas pode não corresponder exatamente às da véspera.

A Prefeitura do Rio de Janeiro está distribuindo máscaras de papelão nas ruas da cidade na tentativa de evitar o contágio entre as pessoas. No entanto, o fato da produção individual ser feita de papelão, acabou causando indignação nas redes sociais.

Muitos que receberam as máscaras - feitas de cartolina branca dobrável, com dois elásticos na ponta - chamaram a iniciativa de absurda. Uma outra pessoa comentou que, com essa máscara, ou os pobres morrem por falta de respirador, ou sufocados com a máscara de papelão.

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O secretário de Saúde da cidade do Rio de Janeiro defendeu a eficiência da máscara e afirmou que ela pode ser usada até quatro horas - enquanto a máscara cirúrgica, feita com TNT, tem uma eficácia de duas horas.

Em um vídeo divulgado pela prefeitura, o secretário de Saúde Gutemberg Fonseca demonstrou utilizando um desodorante que a máscara de TNT não tem tanta eficácia como o papelão. "O mais importante é que as pessoas utilizem as máscaras, que isso nos ajuda a nos proteger e a proteger você", pontua Fonseca.

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