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A concentração de usuários de drogas na Cracolândia, no centro de São Paulo, praticamente dobrou no último mês. Se no início de julho a Prefeitura dizia que o "fluxo" não ultrapassava 300 dependentes químicos, os cálculos mais recentes da gestão João Doria (PSDB) apontam que, hoje, esse número varia entre 500 e 600 pessoas. A Prefeitura diz que o número é flutuante e há "um trabalho coordenado e integrado para ampliar a oferta de atendimento aos dependentes".

Hoje, o "fluxo" está instalado nas proximidades da Praça Júlio Prestes e é monitorado pela Prefeitura, que faz a contagem por fotos e com um aplicativo que calcula multidões. Os usuários estão lá desde que deixaram a Praça Princesa Isabel, onde ficaram por um mês, após a operação policial que prendeu traficantes e desmontou a "feira de drogas".

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Antes da operação, o "fluxo" era maior e ocupava a quadra da Alameda Dino Bueno, entre a Glete e a Helvétia. Segundo a Prefeitura, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Programa das Nações Unidas (Pnud) contou 1.861 frequentadores por dia, em média, em janeiro. Mesmo na Princesa Isabel, o número chegava a 900 à noite.

Mas o novo aumento preocupa comerciantes e acontece apesar do trabalho de equipes de assistência social e de saúde, que convenceram 1.196 usuários a se internar, entre 21 de maio e 30 de julho. "Tem mais gente chegando do que saindo", afirma o vendedor Daniel Souza, de 60 anos.

Neste domingo, 6, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo foi à região e viu que havia mais pessoas do que no dia 22 de junho, quando os usuários migraram para Júlio Prestes. Também constatou a presença de cinco barracas e a oferta de crack na rua.

Em nota, a Prefeitura diz que "é equivocado" fazer avaliação "com base em observações aleatórias ou mesmo atendo-se somente ao número flutuante de pessoas". Segundo a gestão, equipes de assistência social fizeram 111.085 abordagens de rua, enquanto profissionais de saúde já realizaram mais de 18,4 mil atendimentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nas fortes batidas do tambor e palmadas marcadas no pandeiro, a sonoridade ganha forma em busca do ritmo ideal. A musicalidade recebe ainda o incremento de outros instrumentos de percussão, além de vozes que conduzem canções envolventes, afinadas e com uma proposta que vai além da habilidade musical. Quando dezenas de homens se unem em volta de um professor para dar o tom perfeito a músicas tradicionais da cultura brasileira, o objetivo principal, ainda assim, não é o tom perfeito. O que se busca é a paz mental e a vitória em uma guerra contra o obscuro mundo das drogas.

A cada batida, um passo contra o vício. A cada canção, uma prova que a droga não é imbatível. E no ritmo envolvente da percussão, homens antes submetidos à penúria da dependência química constroem, aos poucos, uma história de superação por meio de atividades que servem como ferramentas de apoio ao tratamento psiquiátrico. Essa é uma das alternativas adotadas no Recife para ajudar quem aceitou brigar contra os malefícios das drogas e passou a sentir prazer em afazeres que despertam talentos e rememoram o gosto pela musicalidade deixado para trás na época da dependência.

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No bairro de Afogados, Zona Oeste da capital pernambucana, o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) recebe, há quase três anos, aulas de percussão para cidadãos que precisam de tratamento contra o vício em drogas, tais como crack e álcool. A atividade é promovida pela Prefeitura do Recife de forma gratuita e atende mais de 100 alunos semanalmente, sem exigência de qualquer experiência musical. Um dos objetivos da iniciativa é desenvolver habilidades mentais entre os participantes por meio dos ritmos, além da tentativa de despertar prazer em uma atividade diferente do consumo das drogas. Os instrumentos são distribuídos entre os pacientes e, sob o comando do professor Ubiratan Pereira, todos ensaiam e interpretam canções brasileiras de diferentes ritmos.

Na luta diária contra o vício, as aulas de percussão realizadas no Recife não representam as únicas atividades alternativas de subsídio ao atendimento psiquiátrico. Iniciativas com temáticas artísticas e de terapia ocupacional unem forças para ajudar os profissionais de saúde no tratamento dos pacientes, sob o entendimento de que as drogas, principalmente o crack, tornaram-se uma mazela social que precisa, radicalmente, ser combatida. Para isso, é fundamental o trabalho em conjunto entre poder público, organizações não governamentais e sociedade civil.

 

Ciente da difícil missão que é o enfretamento das drogas no Brasil, o professor Ubiratan explica que as dificuldades não podem diminuir o ímpeto dos educadores e oficineiros que se utilizam das atividades alternativas. Para ele, o lúdico tem um papel importante no processo de ressocialização dos pacientes, e quando a música torna-se uma ferramenta, os próprios alunos passam a se envolver nas aulas com mais afinidade.

“Um dos objetivos também é dar facilidade para que eles se desenvolvam artisticamente. Eles se valorizam e muitos gostam de música! Mostramos a possibilidade de crescerem artisticamente e, mesmo sem experiência com instrumentos musicais, passam a desenvolver o manuseio. Já encontrei até músicos que se redescobriram nas aulas de percussão, e durante os encontros trabalhamos técnicas vocais e canto, por meio de obras da cultura popular, como forró, maracatu, MPB, samba e reggae”, explana o professor de percussão, complementando que os alunos já realizaram apresentações em festividades promovidas no Recife. 

A musicalidade dos instrumentos, de acordo com o professor, desperta a memória dos alunos, contribuindo para o tratamento. “Há o desenvolvimento da saúde mental. Eles puxam pela memória algumas músicas que já conheciam e quando esquecem, eu relembro. Devido ao uso de álcool e outras drogas, eles são afetados, existe esquecimento, falta de concentração. A música ajuda no processo de concentração, porque o alinhamento do ritmo, a partir das batidas diferenciadas que formam uma canção, exige atenção. Eles são muito receptivos com a música e, graças a Deus, todos eles têm aceitado o trabalho. As aulas trazem animação, eles se sentem à vontade, relembram canções que os deixam bem. A música tem o poder de unir e eles estão juntos nessa caminhada contra as drogas”, destaca Ubiratan.

Aos 43 anos, José Cláudio Santana, morador do bairro da Mangueira, no Recife, aceitou o desafio de combater o álcool. Ele procurou os serviços do Caps e resolveu participar das aulas de percussão como complemento do tratamento psiquiátrico. Segundo José, as aulas proporcionam tranquilidade, sentimento praticamente oculto na fase do vício. “Cada aula traz algo de bom para a gente. Aqui esqueço das coisas ruins da rua, canto, toco os instrumentos, me sinto bem. Aqui a gente se une para ajudar um ao outro. E ter música é muito bom”, conta.

Assim como José, Marcilio Antônio da Silva, 34 anos, decidiu lutar. Por causa do vício, passou por problemas familiares, perdeu oportunidades de trabalho, mas teve a consciência de que precisava de ajuda profissional. Além do tratamento psiquiátrico, o rapaz, que também reside na Zona Oeste do Recife, aderiu às aulas de percussão. Embalado no ritmo das batidas, Marcilio enxerga na música um momento de liberdade e que pode ofuscar o caminho das drogas. No vídeo a seguir, acompanhe o professor Ubiratan e os alunos em uma aula de percussão e de que forma ela gera benefícios.

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Artesanato, cores e paz

Objetos cujo destino seria o lixo passaram a ser reciclados em prol do artesanato. Em paralelo, vidas se reciclam em busca da vitória contra a dependência química. Tudo começa a ganhar forma e cor, e por mais que pareça apenas uma simples atividade artística, é de fato mais uma alternativa para recuperar a dignidade de cidadãos antes vítimas das drogas. No bairro do Ipsep, Zona Sul do Recife, unidade do Caps oferece oficinas para pacientes que, gratuitamente, recebem tratamento no local.

Garrafas pet, papelão, tinta e papel são alguns objetos que dão vida a peças de artesanato, como brincos, diademas, bacias, colares, entre outros. Semanalmente, cerca de 40 alunos recebem instruções de reciclagem e colocam a mão na massa para confeccionar os produtos, utilizando tesouras, tinta, papeis, cola e tecidos coloridos. Além de servir como terapia ocupacional e ajudar o tratamento psiquiátrico, a iniciativa também procura despertar nos participantes uma chance de empreender e fazer da produção artesanal uma fonte de renda. Os produtos, inclusive, são comercializados em espaços públicos do Recife e toda renda é distribuída entre os artesãos. Os valores das peças variam de R$ 7 a R$ 50.

“Trabalho diretamente com os usuários ensinando arte, artesanato. Comecei trabalhando com reciclagem, porque é um tipo de atividade que facilita eles acharem os produtos, como garrafas, latas de queijo, revistas, papelão... Eles têm um interesse enorme de conseguir os materiais para as aulas e é gratificante ver a forma como eles trabalham”, explica a arte-educadora Lourdes Maria Gouveia de Albuquerque.


De acordo com a integrante da equipe técnica da Coordenação de Saúde Mental da Prefeitura do Recife, Veruska Fernandes, além do próprio artesanato como ferramenta parceira do tratamento psiquiátrico, as unidades dos Caps têm como meta incentivar o empreendedorismo entre os participantes. “Dentro dos serviços já existem atividades terapêuticas. E o que a gente vem tentando fortalecer é a questão da geração de renda, porque pode servir como um aporte financeiros para os alunos”, explana Veruska.

Há quase quatro meses, Jorge Coelho Neto, de 53 anos de idade, participa das oficinas de artesanato. Para ele, as aulas se tornaram mais fáceis e atrativas, já que ele próprio trabalha com artesanato, confeccionando miniaturas de barcos. De acordo com Jorge, a reciclagem prende a atenção dos participantes e se apresenta como uma alternativa valorosa no tratamento. 

Segundo o gerente clínico da unidade do Caps do Ipsep, Marcio Soares, a oficina desperta prazer nos alunos. “Muitas vezes, a questão da droga desorganiza os usuários, ao ponto que eles não conseguem sentir prazer em outras coisas. E esta atividade é prazerosa, e saúde, ampliando seu conceito, dá acesso à cultura, arte e direitos. O artesanato tem um impacto na autoestima e na possibilidade da satisfação para além do uso de drogas. Você passa a sentir prazer em outras atividades”, comenta Soares.  

Recife conta com 17 Caps. Parte deles beneficia usuários de álcool e outras drogas, enquanto também existem unidades exclusivas para pessoas diagnosticadas com problemas mentais. Os endereços e telefones dos Centros podem ser conferidos no site da gestão municipal. Assista, a seguir, a um vídeo com mais detalhes da oficina de artesanato.

 

Parceria em nome da saúde

Da mesma forma que é visível a importância da música, arte e terapia ocupacional como ferramentas para o tratamento dos pacientes, é fundamental entender que essas são ajudas que subsidiam o tratamento médico. A psiquiatria não pode ser deixada de lado durante a recuperação de dependentes químicos, mas sim precisa caminhar, harmonicamente, paralela às ideias que levam o lúdico para pessoas que necessitam de ajuda.

Psiquiatra diretora da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria, Luciana Paes de Barros explica que o tratamento médico se apresenta indispensável contra o vício. No entanto, ela destaca o valor das atividades alternativas, a exemplo do artesanato e da música. “Esse tipo de atividade não é o tratamento em si, é uma parte dele. O tratamento de dependência química envolve várias áreas, porque é uma doença. Então, quanto doença, precisa ser vista dentro da questão orgânica, como está a saúde desse indivíduo, a situação física e mental. Precisa ser vista a percepção do que está acontecendo, a conscientização dele. Parte do tratamento é usar esse tipo de acessório, para fazer com que esse indivíduo utilize medicamentos e passe por desintoxição”, orienta a especialista. 

Segundo a psiquiatra, também é importante trabalhar a possibilidade dos pacientes se envolverem com algum hobby ou atividade de qualificação que possa ajudá-lo a desenvolver-se mentalmente. “Cursos, verificação de habilidades vocacionais, para uma melhor inserção para a volta nas habilidades laborais. Voltar a estudar é importante. É interessante mostrar outras formas que têm prazer – diferente da droga -. Isso tudo pode fazer com que o indivíduo valorize o real prazer da vida, que antes ele já não tinha mais”, frisa. 

Sobre a prática de trabalho que envolve médicos psiquiatras, oficineiros e terapeutas ocupacionais, Luciana Paes detalha que existem encontros contínuos entre os profissionais para definir o tratamento ideal de cada grupo de pacientes. Esse diálogo facilita a escolha das atividades mais indicadas para a recuperação dos indivíduos. “Nos Caps você tem reunião de equipes e todos participam. Também existem as assembleias, que também contam com a participação dos pacientes que podem reivindicar algo. Nas reuniões sem os pacientes, existe uma troca com os outros profissionais em relação às suas visões sobre paciente, para que se entenda o que precisa ser trabalhado durante o tratamento. É uma complementação das áreas da saúde, psicológica, terapia ocupacional, educação física, psiquiatria, entre outros segmentos”, comenta a diretora da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria. 

Ainda em entrevista ao LeiaJá, Luciana Paes traz mais detalhes dos tratamentos utilizados para combater o vício em drogas, bem como ela opina acerca do principal desafio para quem resolve enfrentar a dependência química. As informações você confere no áudio a seguir:

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Uma mãe se acorrentou ao filho de 17 anos para evitar que continuasse usando crack, em Itapetininga, no interior de São Paulo. Ela usou uma corrente de seis metros para atar o filho pela perna e amarrar a outra ponta à sua cintura, até que conseguisse internação para o garoto. A mulher, de 35 anos, conta que o adolescente corria risco de ser morto, após ser acusado de furto pelos vizinhos. Fotos divulgadas em rede social comoveram o dono de uma clínica para dependentes químicos, que ofereceu tratamento gratuito para o rapaz.

O caso foi registrado pela Polícia Civil na última sexta-feira (7) como averiguação de maus tratos. Ouvida informalmente pela polícia, a mãe contou que o filho tornou-se usuário de drogas aos 12 anos e, depois de usar maconha e cocaína, caiu no crack. Ela vivia com os cinco filhos na periferia da cidade, mas o marido conseguiu um emprego em Mato Grosso do Sul e a família se mudou para o Estado vizinho. O rapaz não se adaptou à nova vida e retornou para Itapetininga, passando a morar com a avó. Envolvido na droga, ele passou a vender os pertences da idosa, como botijão de gás, relógio, televisor, até panelas da cozinha. O jovem chegou ao ponto de arrancar a porta de uma edícula para trocar por drogas.

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Quando soube que o filho tinha passado a praticar furtos na vizinhança para manter o vício, a mãe decidiu voltar para Itapetininga. Ela contou que após um grupo de moradores revoltados ter ido até a casa para bater no adolescente, ela optou por acorrentá-lo. O filho ficou preso à mãe pela corrente durante três dias. Com o apoio de uma amiga, ela postou fotos em rede social pedindo ajuda. Uma clínica de recuperação de Bady Bassit, na região de São José do Rio Preto, entrou em contato com a família e ofereceu a internação gratuita. O rapaz foi internado no sábado (8) e deve permanecer na clínica por até nove meses. Quando sair, será feito um trabalho de reinserção social.

Menina

Em junho deste ano, a auxiliar de cozinha Solange Bueno dos Santos, de 43 anos, chegou a ser detida após manter a filha de 17 anos acorrentada durante 43 dias ao pé de um guarda-roupa por causa da dependência do crack, em Sorocaba. A garota foi libertada, enviada para um abrigo, mas fugiu e voltou para a minicracolândia. Resgatada pela própria mãe, que responde a inquérito por maus tratos, ela acabou internada num hospital público para dependentes químicos em Botucatu. A adolescente segue em tratamento.

Nenhuma mãe deseja enterrar um filho. A dor de dona Estela Maria de Azevedo é multiplicada por, palavras dela, "tê-lo perdido para as drogas e falta de oportunidade de inserção na sociedade". Nesta segunda-feira (26), a senhora fez questão de sair do município em que vive, em Santa Cruz do Capibaribe, para participar do 14ª Mutirão pela Vida, realizado no pátio da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no Recife. 

Em entrevista cheia de recordações e de muita emoção concedida ao LeiaJá, dona Estela se emocionou ao falar do filho, que morreu no último dia 3 de março. Sem falar o nome do rapaz, ela disse que o jovem de 31 anos conheceu as drogas, em 2010, através de "amigos", mas que o pior aconteceria no ano de 2015 quando ele se envolveu com o crack. "Ele tinha um bom emprego e não conhecia o crack. Começou com a maconha, me dizia que não tinha nada não de errado, mas, infelizmente, ele conheceu o crack. Aí foi a desgraça. Ele ficou no chão, na lama. Entre todas as drogas, o crack é uma desgraça, é a maior desgraça. Só sabe quem tem algum usuário dentro da família", desabafou. 

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Após muito diálogo, Estela disse que conseguiu internar o filho na Sociedade Assistencial Saravida, na qual encontrou apoio, onde ficou durante seis meses saindo em setembro de 2016. "A Saravida nos acolheu muito bem. Ele foi tratado e eu também aprendi muito. Ele saiu de lá cheio de expectativa, mas quando saiu foi diferente porque a sociedade não abraça. Ele saiu cheio de expectativa de que ia arrumar um emprego porque era um menino bom. Mas, ele não conseguiu emprego e sofreu. Sofreu muito", contou. 

Dona Estela pede que a sociedade se una e abrace a causa. "A gente não tem que ter vergonha do que passou. Meu filho estava em uma luta grande. Esperávamos um final feliz, mas infelizmente não deu. Peço para que abracem a causa com amor, porque quando tomo sua dor para mim, ela vai se tornar menor para você eu e eu vou sentir como se tivesse passando. É uma luta séria, mas vamos continuar lutando. Não foi só meu filho, tem outras pessoas que também precisam de apoio", enfatizou. 

Segundo a vereadora Michele Collins (PP), a próxima semana será “a mais movimentada do Brasil” na capital pernambucana devido aos eventos que serão realizados em alusão ao Dia Internacional de Combate às Drogas, celebrado na próxima segunda-feira (26). Em entrevista concedida ao LeiaJá, nesta sexta-feira (23), a missionária declarou que, além da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) promover uma sessão na segunda com a presença de representante da ONU, a Câmara também vai realizar uma na quinta-feira (29), às 9h, para apresentar o Plano Municipal de Políticas de Drogas. 

O plano, segundo ela, aborda três eixos principais: a prevenção, o cuidado e a reinserção social. “E isso tudo é muito importante. A política de drogas precisa ser bastante diversificada porque temos hoje usuários diferentes. Sabemos que a droga é um problema muito complexo e que exige soluções complexas também exigem estratégias complexas”. 

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Collins também contou que o objetivo da solenidade é mobilizar a sociedade e órgãos chamando atenção para o tema. “É preciso unir esforços para poder cuidar das pessoas que têm problemas com drogas e fortalecer as políticas de prevenção, de cuidado e de reinserção social, que deve ser feita com as pessoas que as usam”, declarou. 

A vereadora mais votada do Recife destacou que há pesquisas que associam o aumento da violência urbana com as substâncias químicas ilegais. “Há dois anos também saiu uma pesquisa, da Fiocruz, que mostrou que no Nordeste é onde se concentra o maior número de consumidores de crack. No Recife, aproximadamente, 30 mil pessoas usuárias da crack. Um número bastante considerável”, lamentou. 

Nova York enfrentou a partir de meados da década de 1980 uma epidemia de crack que durou dez anos. Os efeitos devastadores da droga elevaram a violência a índices alarmantes em várias regiões da cidade, que passaram a ser dominadas por traficantes e dependentes, muitos dos quais viviam nas ruas de bairros como Washington Heights, Alphabet City e Village. Quando assumiu a prefeitura da cidade, em 1994, Rudolf Giuliani respondeu com a política de tolerância zero à criminalidade e o drástico aumento da presença policial.

No âmbito federal, os Estados Unidos viviam a fase da guerra às drogas declarada pelo ex-presidente Ronald Reagan em 1986. O Congresso aprovou leis que endureceram a punição a traficantes e consumidores, especialmente de crack. Os que fossem pegos com 5 gramas da droga estavam sujeitos a uma pena de cinco anos de prisão, a mesma aplicada aos que tivessem 500 gramas de cocaína.

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Essa política levou à explosão da população carcerária dos Estados Unidos, que passou de 600 mil pessoas em 1985 para mais de 1 milhão uma década mais tarde. Atualmente, o número está em 2,2 milhões. Apesar de a legislação ter sido revisada, a posse de 28 gramas de crack continua a ser punida com os mesmos cinco anos aplicados a 500 gramas de cocaína.

Cadeia

Entre 1989 e 1999, Nova York realizou 900 mil detenções ligadas a drogas, mais do que qualquer outra cidade do mundo, segundo o jornal The New York Times. No mesmo período, o número de policiais dedicados ao combate a narcóticos se multiplicou por seis.

Mas o consumo de crack também caiu em cidades americanas que não aumentaram o policiamento, como Washington. Isso levou alguns especialistas a concluírem que o principal fator para a redução não foi o endurecimento da legislação, mas uma mudança de atitude entre gerações, com a rejeição por parte dos jovens da droga que havia destruído suas comunidades.

De acordo com pesquisa mencionada pelo NYT, 35,7% dos adultos com mais de 36 anos detidos pela polícia da cidade em 1998 havia consumido crack recentemente. Entre as pessoas de 15 a 20 anos de idade, o porcentual era de 4%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mesmo com as prisões de mais de 50 traficantes que atuavam na Cracolândia nas duas operações policiais das últimas três semanas, a polícia paulista ainda tem 38 mandados de prisão contra criminosos acusados de abastecer o "fluxo" na região da Luz.

Segundo o secretário estadual da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves, o Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) continua trabalhando para prender os traficantes que escaparam das ações.

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A lista de procurados tem 18 mulheres e 20 homens cuja atuação na antiga região do "fluxo" foi documentada pelos investigadores em imagens nas quais os suspeitos aparecem com armas, realizando disparos e organizando a distribuição e venda da droga nas barracas anteriormente instaladas no local. Dentre os procurados está Anderson Alves de Siqueira Bernardino Kunzle, natural de Pernambuco. Segundo a polícia, ele desertou do serviço militar do Exército e atuava como segurança do PCC. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Doria, ambos do PSDB, aprovaram a ação policial que retirou os usuários de drogas da Praça Princesa Isabel na manhã deste domingo, 11, no centro de São Paulo, e afirmaram que os dependentes não vão ficar no quadrilátero da antiga Cracolândia, onde o maior grupo se refugiou após a dispersão do fluxo pela polícia.

"(A Cracolândia) não vai voltar para a (Rua) Helvétia, não vai voltar", afirmou Alckmin em coletiva de imprensa dentro do prédio de acolhimento do Programa Recomeço do governo estadual, após passar de carro em meio aos viciados que estão agora na Rua Helvétia. "Não há a menor hipótese de a Rua Helvétia, a Dino Bueno voltarem a ter o status que já tiveram no passado. Essa hipótese é zero, seja pela ação do Estado, seja pela ação do município", completou Doria.

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Tanto Alckmin quanto Doria enalteceram a operação da Polícia Militar, que prendeu dois traficantes e um dependente por agressão e retirou o acampamento de viciados da Praça Princesa Isabel, novo endereço da Cracolândia desde a primeira operação policial na região, há exatas três semanas. Para ambos, a dispersão vai facilitar a abordagem dos dependentes químicos pelos agentes sociais e dificultar a ação de traficantes que abastecem o fluxo.

A internação psiquiátrica, prevista na Lei nº 10.216 de 2001, possui três formatos: a voluntária, a involuntária (sem o consentimento do enfermo, mas com autorização familiar ou de responsáveis) e a compulsória (contra a vontade do paciente e com autorização judicial). Os dois últimos casos são vistos como medidas emergenciais, quando há risco de vida para o dependente ou a outros.

Para o tratamento mais eficaz, a internação voluntária é a melhor saída. Essa opinião é compartilhada pela maioria dos especialistas de saúde e redução de danos e de políticas públicas contra as drogas, mesmo quando o tratamento é para o vício do crack, um das dependências mais problemáticas para a desintoxicação.

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“A gente preconiza que seja voluntário e consciente. Explicamos e mostramos a necessidade de ele manter-se com saúde. Às vezes a gente fala mais dos motivos que o levaram ao vício do que da droga propriamente. É essencial saber como ele entrou nisso porque, às vezes, nem foi pelo motivo que ele acha”, explica Mila Aguiar, gerente geral de operações da Secretaria Executiva de Políticas sobre Drogas do Recife.

O programa Atitude do Governo de Pernambuco proporciona atendimento aos usuários de drogas com atenção também direcionada aos familiares. Cerca de 80% dos casos são relativos ao crack. Essa iniciativa pública é exclusiva para pessoas que buscam ajuda de livre e espontânea vontade. “É um trabalho de muita dedicação em que o ponto forte é a criação de um vínculo com o atendido”, conta a secretária executiva de Políticas sobre Drogas do Estado, Márcia Ribeiro. “Hoje, em todos os lugares do Brasil e do mundo, os resultados comprovam que os locais com adesão sem ser forçada são os melhores para o tratamento”, conta.

Joana Caldas é psicóloga de uma clínica particular do Recife. Apesar de várias instituições do Estado trabalharem com confinamento forçado, a que ela gerencia não aceita esse tipo de abordagem. “Só trabalhamos com internação voluntária. O trabalho só é efetivo quando o paciente aceita. Entendo que algumas pessoas põe em risco a vida dele e dos outros e que a intervenção pode ser usada como uma medida emergencial, mas não resolve o problema, pois quando o paciente sai volta a usar compulsivamente”, afirma.

A importância da criação de um elo entre médico e paciente, citado pela secretária Márcia Ribeiro, também é compartilhada por Joana. “Tem que ter um vínculo de confiança, esse é o primeiro ponto. A pessoa tem que ver os danos causados pela droga e entender o que é preciso para reorganizar a vida”, esclarece. 

Confira, a seguir, telefones dos programas que podem ajudar pacientes:

Programa Atitude (Governo de Pernambuco)

Cabo (81) 3521-9684

Jaboatão (81) 3469-1479

Recife (81) 3038-5010

Caruaru (81) 3721-1399

Floresta (87) 99912-4399

Secretaria Executiva de Políticas sobre Drogas do Recife (Sepod)

(81) 3355-8210

CAPS Olinda

(81) 3429-9719

Na quarta-feira, a reportagem entrou em uma minicracolândia da Avenida Carlos Reinaldo Mendes. Quem passa de carro ou a pé pela avenida, principal acesso ao Centro Administrativo de Sorocaba, onde funcionam a prefeitura, a Câmara, o Fórum e a Justiça do Trabalho, nem imagina a situação em que estão mergulhadas, dentro de um galpão abandonado, de 12 a 20 pessoas, que dedicam as vidas à busca da pedra.

A entrada é um buraco aberto no muro. O líder do "covil", como eles chamam, é B., de 35 anos, um ex-atirador e perito em armas das Forças Armadas que, depois de fumar uma pedra, descreveu os efeitos. "As pernas começam a formigar, a boca saliva, dá tremores, a gente fica com muita força, muita energia. É preciso dar socos, chutar as paredes para aliviar."

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Ele conta que o efeito é muito forte e, logo depois, a vontade de fumar de novo é quase irresistível. "O crack é como o câncer, o imperador de todas as drogas. Pegou, é difícil sair. Até consigo ficar sem, o que falta é um apoio. Não quero ir para uma clínica, sair e voltar a usar."

B. tem curso superior incompleto, fala inglês e espanhol, exibe habilidades em Matemática, tem pai e um filho, mas não quer ser reconhecido. "Minha família está aqui, agora estes são meus irmãos", diz, apontando os outros usuários. Ele ocupa um dos dois cômodos superiores no mezanino, com um banheiro entre eles - todos muito sujos. Os outros homens se distribuem em colchões e barracos montados no galpão e nos fundos do prédio. Alguns fazem "bicos" de roçagem de quintais e jardins, outros pedem dinheiro em semáforos.

Família

S., de 23 anos, passa parte do dia na avenida, pedindo dinheiro em troca de artesanato feito com folha de coqueiro. Ele conta que o pai e os três irmãos, o mais novo com 3 anos, moram no mesmo bairro, a Vila Rica, a alguns quarteirões do "covil" e, às vezes, eles o veem no semáforo. "Meu pai para e conversa comigo, mas meu irmão abaixa a cabeça. Eles querem que eu me interne. Nesses seis anos, já passei por várias internações e uma vez fiquei limpo alguns meses, mas, por ter cabeça fraca, tive uma recaída."

Ele garante que reduziu o consumo de até 36 pedras por dia, para 3 ou 4. "Um pouco foi por causa do preço da pedra, que subiu de R$ 5 para R$ 10."

Serviços públicos

A coordenação de Saúde Mental da prefeitura de Sorocaba informou que a cidade possui Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (Caps AD III) e Infantojuvenil (IJ) que dão atendimento integral a adultos, crianças e adolescentes com dependência química, incluindo orientação e acompanhamento dos familiares. Quando há necessidade de internação, os serviços analisam a transferência para leito de psiquiatria na Santa Casa ou no Conjunto Hospitalar de Sorocaba.

O município não conta com vaga para internação de criança e adolescente. Está em estudo proposta de leito de psiquiatria para criança em hospital geral. A Secretaria de Igualdade e Assistência Social mantém serviços regulares de busca ativa para a identificação e assistência de pessoas em situação de rua ou usuárias de drogas, entre elas o crack, encaminhando a tratamento voluntário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O crack não para de avançar por São Paulo. Dos 645 municípios do Estado, pelo menos 558, incluindo a capital, enfrentam problemas relacionados à droga, conforme mapeamento do Observatório do Crack, da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Em 193 cidades do interior, o nível desses problemas é muito alto, segundo o ranking, atualizado em tempo real com informações de prefeituras. Em outras 259, o alerta é médio; e, em 105, baixo.

Apenas 20 cidades disseram não ter problemas com o crack. Outras 67 não responderam oficialmente o levantamento (mais informações abaixo). De 608 municípios paulistas ouvidos este mês (incluindo dados parciais), 92% afirmaram enfrentar problemas com a circulação de drogas, enquanto 95% confirmaram problemas com o consumo delas. As prefeituras informaram ainda que as principais áreas afetadas são Saúde (67,1%), Assistência Social (57,5%) e Segurança (49,1%).

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O Observatório do Crack inclui grandes cidades do interior na "lista vermelha" da droga, entre elas Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Bauru e Marília. O avanço das drogas pelo interior, mostrado pelo Estado em reportagem especial em 2014, não teve melhora com o passar do tempo, segundo Ernesto Stranz, consultor da CNM. E a droga continua avançando em municípios menores e rurais, como Campos Novos Paulista, Planalto e Colômbia, com menos de 7 mil moradores.

Segundo ele, o fato de a maioria dos municípios responder espontaneamente ao questionário indica a gravidade do problema. "São prefeituras que têm a coragem de se expor porque é algo que afeta muito a população. É como um grito de socorro", disse. Apesar disso, praticamente nada mudou na política de governo. "Não houve investimento e o recurso que estava previsto em alguns programas sofreu contingenciamento."

Número de usuários

Procurada, a Secretaria da Saúde do Estado informou ter ampliado em seis vezes o número de vagas para dependentes químicos, de 500 em 2011 para 3,3 mil atualmente, em serviços próprios ou conveniados. Desse total, 2 mil vagas, ou 60%, estão no interior (integralmente custeadas pelo Estado). O encaminhamento é feito pelos municípios. A pasta destacou que a internação só é indicada para casos graves. O Estado ainda mantém o Serviço de Atenção e Referência em Álcool e Drogas (Sarad) em Botucatu, onde foram realizados 13 mil atendimentos desde 2014. Das cerca de 2 mil internações na unidade, 77% aconteceram de forma voluntária, 13% involuntária e 10% compulsória.

O Observatório trabalha agora em uma nova metodologia para estimar a população envolvida com o crack no Estado, já que não há dados precisos. A Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad) estima o usuário regular em 0,5% da população - o equivalente a cerca de 164 mil pessoas no Estado, desconsiderando a capital. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A cada dia que passa, uma nova Cracolândia fica mais forte na Praça Princesa Isabel, no centro da capital paulista. Entre a noite de quarta-feira (24) e a madrugada de ontem (26), o número de usuários de droga no local dobrou, de acordo com levantamento da Guarda Civil Metropolitana (GCM). E, agora, também começaram a aparecer as primeiras barracas dentro do novo "fluxo" – em um modelo parecido ao que ocorria no antigo quadrilátero da droga.

Localizada a menos de 600 metros da Cracolândia original, a Praça Princesa Isabel tornou-se o principal ponto de concentração de usuários, logo após a dispersão provocada na megaoperação policial no domingo. Na quarta, contagem da GCM apontou cerca de 300 pessoas no local, por volta das 21h30. Às 3h35 de ontem, no entanto, havia 600 usuários na praça, número próximo dos 800 que ficavam aglomerados no quadrilátero antigo.

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Anteontem, o secretário estadual da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, admitiu que a droga continuava chegando à região, embora, segundo ele, em uma escala muito menor do que antes. Para fazer entregas, traficantes usariam motocicletas. Investigação da Polícia Civil aponta, ainda, que o crack continua saindo da Favela do Moinho, a menos de um quilômetro do "fluxo", e é levado até lá por traficantes a pé.

Barracas

Cada vez mais numerosos, os usuários começaram a montar barracas na praça. Antes da operação, elas eram usadas para promover a "feira livre" da droga na Cracolândia e as "franquias" chegavam a ser comercializadas por cerca de R$ 80 mil pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que administrava os pontos. Por volta das 16h30 de ontem, 15 barracas já estavam erguidas no local.

Usadas na montagem, armações e lonas são entregues na praça por carroceiros, que descarregam o material às vistas de todos. Enquanto isso, equipes municipais de Saúde e Assistência Social circulam em busca de pessoas dispostas a se tratarem. Há, ainda, duas bases fixas da PM.

"Agora que eles subiram as barracas está igual ao que era na Dino Bueno", diz a comerciante Thaynara Christian, de 24 anos, que trabalha em um açougue na frente da Princesa Isabel.

Segundo ela, a concentração de usuários elevou a sensação de insegurança e afugentou a clientela. "Entravam umas cem pessoas por dia aqui. Nesta semana, não passou de 20. Está todo mundo com medo de passar pela porta."

Lixo

Cinco dias após a ocupação da praça, é possível ver muito lixo acumulado. Ruas próximas viraram banheiros ao ar livre. "Ninguém aguenta o fedor", diz a aposentada Marlene Francenildo, de 57 anos, vizinha da praça. "Antes, eles ficavam confinados lá. Agora, a gente fica ilhado, sem poder sair de casa à noite." Marlene conta que também aumentaram os casos de furto de fios na região. "Eles sobem no poste e cortam. Ontem (quinta), fiquei sem luz até as 13 horas."

Segundo os moradores, a concentração de usuários aumenta após as 18 horas. João Hagop Chamlian, proprietário de uma concessionária vizinha, classifica a cena como "dantesca". "A gente tem mantido os ferros para baixar as portas, porque, às vezes, eles passam correndo. O movimento, aqui, caiu 70%."

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 22 pessoas foram presas na região da Nova Luz após a operação realizada no domingo. O policiamento na região foi reforçado com 212 policiais, que se somam aos 120 que já atuavam na área.

Após a megaoperação que prendeu 38 traficantes na Cracolândia, o prefeito João Doria (PSDB) disse que o próximo passo será realizar ações de saúde e reurbanização na região. Doria afirmou que a área não será novamente um ponto frequente de venda e uso de drogas. "Não há possibilidade de a Cracolândia voltar na circunstância que havia anteriormente nesta região da Luz", disse o prefeito no Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc).

Em fevereiro, Doria havia dito que iria retirar os usuários da Cracolândia até junho deste ano e que a remoção seria feita de forma "humanitária". Segundo o prefeito, a região permanecerá cercada e vigiada pela Polícia Militar e pela Guarda Civil Metropolitana. "Será feita a limpeza de toda a área. Ainda não houve ação urbanística como a que será feita." Segundo ele, hotéis e pensões da região serão lacrados e, depois, demolidos.

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Doria rebateu as críticas pelo fato de a operação ter ocorrido durante a Virada Cultural, que teve programação no centro. Para ele, "não há nem bom nem mau dia", e a data foi escolhida por decisão estratégica da polícia.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) também elogiou a operação e justificou por que ela foi feita somente com policiais, sem o acompanhamento de equipes de saúde. "Para não colocar em risco ninguém. Foi feita para tirar armas, tirar traficantes e dar segurança para que os outros agentes possam (agora) trabalhar", afirmou. O governador se referiu à Cracolândia como "uma questão crônica" que "não se resolve com um estalar de dedos".

Para Alckmin, a ação de ontem tem potencial para ajudar toda a cidade, "pois os traficantes abasteciam não só a Luz como outras partes da capital". O governador disse ainda que se "estava dando mesada para as pessoas comprarem droga", em referência ao programa De Braços Abertos, instituído pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT), que pagava a dependentes por serviços de limpeza na região.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da gestão Haddad rebateu a crítica do governador. "Durante quatro anos consecutivos a gestão anterior pediu uma ação efetiva de combate ao tráfico e não foi atendida. Atribuir ao programa Braços Abertos responsabilidade pelo tráfico é covardia."

Usuários

Algumas horas após a ação, o secretário estadual da Saúde, David Uip, visitou a região e afirmou que dependentes químicos e traficantes haviam invadido, na semana passada, dois prédios do governo estadual de atendimento a usuários de droga. Os invasores teriam queimado e destruído carros de funcionários. Segundo Uip, foram ocupadas a unidade do programa Recomeço e o prédio do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), ambos na região central. "A situação era muito perigosa para o pessoal", disse.

"A nossa abordagem de rua junto com o serviço social estava dificultada. Essa operação, do ponto de vista da saúde, foi fundamental para que possibilite o nosso atendimento e a abordagem mais adequada do usuário", complementou.

Sem os traficantes, explica Uip, o Estado poderá se reaproximar dos usuários de droga para dar assistência de saúde. Segundo ele, estão disponíveis hoje na rede estadual de saúde cerca de 3,4 mil vagas de atendimento ao dependente químico.

O secretário afirmou que na semana passada esteve "anonimamente" na Cracolândia e teve "muitas dificuldades" para se aproximar da unidade do Recomeço. "Fui abordado, intimado e ameaçado", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O sentimento de insegurança ao andar pelo bairro da Boa Vista, área central do Recife, não é novidade para ninguém, mas esse medo toma maiores proporções em algumas áreas específicas. Um desses locais é a praça Maciel Pinheiro, que já viveu dias melhores, mas que hoje ostenta o triste rótulo de "lugar a ser evitado". O equipamento público foi ocupado por moradores de rua, porém, deixou de abrigar apenas pessoas em busca de um lugar para se refugiar.

Os flagrantes de uso de drogas e outros produtos que fazem mal a saúde são comuns, em qualquer horário, inclusive durante o dia, principalmente cola de sapateiro. À noite, a situação é pior. O risco aumenta, junto com o consumo de crack e álcool. E com isso, vêm os crimes. "Fumam muito aqui. Tem cliente meu que deixou de vir. Meu estabelecimento já foi arrombado uma vez", revela um comerciante, que preferiu não se identificar.

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Vários outros lojistas da área reclamam da falta de segurança e da ocorrência de assaltos. "Uma funcionária de outra ótica foi roubada quando passava por aqui depois de largar. Isso assusta quem vem ao Centro. Tem gente que prefere ir ao shopping que é mais seguro", lamenta o gerente de um comércio de óculos.

Mas o caos não oferece perigo só a quem transita ou trabalha na área. Há casos em que a integridade física dos próprios moradores de rua é posta em xeque. "Quase todo dia tem briga entre eles, puxam faca e tudo. E sempre aparece um que a gente nunca viu. Chegou, vai ficando", conta uma recepcionista.

Falta limpeza

A aglomeração também traz problemas como o acúmulo de lixo e a sujeira deixada por quem precisa fazer suas necessidades na rua. Caixas de papelão e sacos plásticos são alguns dos ítens mais espalhados pelo local. A fonte luminosa (reformada pela Prefeitura do Recife no fim do ano passado) segue sendo usada como área de banho.

O mau cheiro e a insegurança causaram, inclusive, a mudança de uma das lojas, que passou para um novo ponto comercial na Rua Rosário da Boa Vista. "Não aguentamos ficar um ano lá. Além de muita droga, a frente também ficava imunda", diz a funcionária de uma distribuidora de produtos óticos.

Um dos prédios das imediações está com uma placa de "aluga-se" há seis meses. Segundo a proprietária, a crise econômica é a maior responsável pela falta de inquilinos, mas a situação do local também atrapalha. "Todo locatário meu reclama desses problemas. Sempre que eu venho mostrar o imóvel a alguém, tenho que limpar tudo e lavar a frente para melhorar a impressão", afirma a dona.

Assistência

A Prefeitura do Recife informou que, nesta quarta-feira (29), às 14h, a Secretaria Executiva de Políticas sobre Drogas vai realizar uma visita à Praça Maciel Pinheiro com uma ação "baseada nos três pilares: cuidado, prevenção e reinserção". Segundo a PCR, isso significa a abordagem das equipes aos usuários de drogas para redução de danos, encaminhamento médico, psicológico e terapêutico, a depender da necessidade de cada usuário.

A administração municipal também esclareceu que mantém o Serviço Especializado em Abordagem Social de Rua (SEAS), que dispõe de sete equipes nos três turnos (cinco diurnas e duas noturnas). O serviço monitora as áreas das seis RPAs, incluindo a Praça Maciel Pinheiro, e trabalha com a sensibilização das pessoas, visando o resgate da cidadania e a retirada consensual.

Policiamento

Em nota, a Polícia Militar de Pernambuco informa que o policiamento no entorno da Praça Maciel Pinheiro é realizado, diariamente, por meio de Patrulhas do Bairro, motopatrulhamento e com o Grupo de Apoio Tático Itinerante (GATI) do 16º Batalhão. Além disso, também existe o monitoramento através das câmeras da Secretaria de Defesa Social. A nota informa ainda que vai intensificar o policiamento no local com abordagens a fim de verificar suspeitos e apreender armas ou qualquer material que cause dano a sociedade.

A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, alertou hoje (13) que o consumo de drogas mata cerca de 500 mil pessoas todos os anos no mundo.

“A OMS estima que o uso de drogas seja responsável por cerca de meio milhão de mortes todos os anos, mas esse número representa apenas uma pequena parte de todo o dano causado pelo problema mundial das drogas”, disse.

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Durante discurso em Viena, na Áustria, Margaret destacou ainda que, em alguns aspectos, a situação está piorando, e não melhorando, já que muitos países vivenciam o que ela chamou de crise de emergência sanitária decorrente de mortes por overdose.

“Gostaríamos de ver mais usuários de drogas sendo canalizados por meio de sistemas públicos de saúde do que por meio de cortes e sistemas de justiça criminal”, apontou a entidade.

“À medida que muitos países e agências internacionais continuam a lidar com o problema das drogas e suas inúmeras dimensões, a OMS pede que as políticas sejam baseadas em evidências médicas e científicas, e não em emoções e ideologias”, concluiu.

Um homem foi preso neste sábado (24) portando 22 pacotes de crack, balança de precisão e celulares que, segundo a polícia, são de origem duvidosa. A prisão foi efetuada em Catende, cidade da Zona da Mata Sul de Pernambuco.

Conforme a Polícia, os agentes realizavam rondas pelo local quando perceberam um homem em atitude suspeita. Ele ainda tentou fugir, mas foi encontrado às margens da PE-120. 

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De posse da droga, o homem alegou ter sido contratado por outro suspeito para entregar a o entorpecente a um dos responsáveis pelo tráfico do bairro conhecido como Canaã. O material seria fracionado em aproximadamente 700 pedras de crack.

Na tentativa de averiguar as informações, os agentes seguiram em diligencias e encontraram o segundo suspeito na Rua da Linha. Na casa dele, apreenderam mais uma balança de precisão e materiais para embalagem, pesagem e transporte de drogas.

Com informações da assessoria

Uma operação da Polícia Federal (PF) apreendeu 102 kg de maconha e 9,6 kg de crack em um imóvel localizado em Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Foram presos na ação Luiz Henrique Mendes Maranhão, de 28 anos, e Anderson Borges da Silva, 34.

O imóvel estava servindo para armazenamento e distribuição de drogas na região. Ao chegar ao local, na quarta-feira (21), a PF constatou um movimento significativo de pessoas, além do descarregamento de material suspeito.

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Luiz e Anderson foram abordados pelos policiais no endereço. As drogas estavam embaixo da pia e na dispensa na área de serviço. Também foram encontrados materiais que indicavam uma atividade relacionada ao tráfico de drogas, como cadernos sugerindo contabilidade do tráfico, balanças de precisão, sacos plásticos para embalagem de entorpecentes e R$ 29,5 mil em espécie. A PF também confiscou um carro e uma moto.

Os dois suspeitos já possuem antecedentes criminais. Luiz Henrique foi preso duas vezes por roubo, e Anderson foi preso em 2005 por latrocínio, sendo condenado a 29 anos e estando no regime semiaberto. Desta vez, eles foram autuados por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Caso sejam condenados, ambos poderão pegar até 20 anos de reclusão. Eles foram recolhidos ao Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na RMR.

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Um homem de 20 anos foi preso no Aeroporto Internacional dos Guararapes - Gilberto Freyre, no Recife, quando se preparava para viajar a Lisboa transportando 3,8 kg de cocaína líquida diluída em recipientes de cachaça, antisséptico bucal e xampu. O comerciário Bruno Saraiva Barroso de Castro é cearense e pode pegar até 20 anos de reclusão.

A prisão aconteceu na segunda-feira (12), sendo divulgada só nesta quinta-feira (15) porque havia a possibilidade de traficantes estarem hospedados em hotéis do Recife. Nervosismo, impaciência e inquietação do suspeito chamaram a atenção da Polícia Federal, que o chamou para uma entrevista prévia.

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Diante da Polícia Federal, Bruno teria começado a se contradizer, não sabendo explicar por que estaria saindo do Recife e não de Fortaleza-CE e em qual hotel se hospedaria. Segundo a Polícia Federal, diante das respostas imprecisas, foi realizada uma vistoria na bagagem do cearense, e lá foram encontrados cinco recipientes, sendo um de cachaça, três de xampu e um de antisséptico bucal, que deu positivo para cocaína em exame preliminar.

De acordo com a polícia, o comerciário alegou ser a primeira vez que estava levando droga ao exterior por estar devendo a quantia de R$ 15 mil a um amigo por ser usuário de droga. Em Portugal, os traficantes iriam reconhecê-lo através de uma foto repassada pelo celular. Bruno não deu respostas precisas sobre a pessoa que teria lhe dado a droga nem sobre quem a receberia.

Com o suspeito também foram apreendidos celular, passagens aéreas, passaporte, 800 euros e cerca de R$ 3 mil. Bruno foi autuado por tráfico internacional de drogas e encaminhado ao Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

O candidato do PSDB à prefeitura de Belo Horizonte, deputado estadual João Leite, afirmou ontem que, se eleito, vai acionar a Justiça, em casos extremos, para obrigar dependentes de drogas a serem internados para tratamento. O deputado ressaltou que a prefeitura não tem poder, porém, para determinar a internação forçada.

"Haverá abordagem e oportunidade para que saiam. E os casos extremos nós vamos judicializar, para que seja determinada internação involuntária", disse, em visita a uma associação na região nordeste da capital mineira. O tucano acrescentou que vai "quebrar as pernas do tráfico de drogas" na cidade. Para ele, o usuário da droga traz "insegurança para a cidade".

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Após denúncias, os Policiais do Grupo de Apoio Tático Itinerante (GATI) do 1º Batalhão de Polícia Militar, realizou a localização de um ponto de drogas situado na comunidade do Rato, bairro de Jardim Atlântico, em Olinda. 

Na madrugada desta segunda-feira (4), o local foi encontrado pela equipe que detiveram três suspeitos de tráfico, dentre eles, dois menores de 15 anos e Paulo Cezar da Silva Pereira, de 20 anos. No ponto de droga os policiais encontraram 43 pedras de crack e R$ 26 em dinheiro. 

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Os suspeitos foram conduzidos à delegacia do Varadouro, para serem adotadas as medidas legais cabíveis. 

A Secretaria de Defesa Social (SDS) aponta que no mês de junho, o GATI registrou 142 ocorrências, sendo 97 flagrantes e 290 pessoas encaminhadas às delegacias. Do total 104 pessoas foram recolhidas e 41 Termos Circunstanciais de Ocorrências (TCOs) expedidos. 

Além disso, foram apreendidas 25 armas de fogo foram apreendidos, 317 pedras de crack e 1.200 papelotes totalizando 6,3Kg de maconha apreendida. Dos pontos de tráfico de drogas, foram debelados 22 e sete mandados de prisão cumpridos.

Denúncia

A Secretaria de Defesa Social informa que as denúncias anônimas podem ser feitas de segunda a sexta, das 07 às 19h através dos números 3183 5009 ou 3183 5059. Qualquer tipo de crime pode ser informado e será apurado pelo órgão policial competente.

A SDS aponta, ainda, que além dos números informados acima, a população pernambucana poderá fazer a denúncia através do link http://www.portaisgoverno.pe.gov.br/web/ouvidoria/fale-conosco ou dirigir-se à Ouvidoria da SDS, que funciona na Rua São Geraldo, n° 110, em Santo Amaro, área central da capital pernambucana ou ainda, ligar para o número 0800 081 5001. A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer município do Estado. O número não é identificado e garantimos o sigilo absoluto.

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