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O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, anunciou que a presidente Dilma Rousseff vai criar "regras específicas" para atender pessoas que tiveram suas casas desapropriadas em função de obras de infraestrutura que atenderam também à Copa do Mundo. Segundo o ministro, será um "protocolo nacional que estabelece regras para que a pessoa atingida tenha seus direitos recuperados, tenha recursos para reconstruir a vida dela em outro local, de preferência não tão distante de onde ela mora, recompondo sua vida, porque é legítimo isso".

O governo recebeu duras críticas por causa da forma como foram feitas as desapropriações. "Em relação às desapropriações, se dizia que muita gente proclamou até pelo mundo que teríamos 250 mil desapropriações por causa da Copa, que ia ser o massacre da população e, na verdade, não chega a 9.600 desapropriações, feitas por obras não dos estádios, mas de infraestrutura que nós precisamos fazer", respondeu o ministro, reagindo às críticas.

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Gilberto Carvalho explicou que as novas regras, que serão editadas "em breve", mas não soube precisar quando, valerão não só para os problemas que surgiram decorrentes das obras para a Copa, mas de qualquer obra de infraestrutura que desaloje pessoas. "Não é um problema da Copa, é dos métodos de deslocamento involuntários no País, que vale para hidrelétrica, para todas as infraestruturas. É um amadurecimento, no tratamento humano de pessoas que são involuntariamente atingidas por obras de infraestrutura", afirmou.

Manifestações - O ministro Gilberto Carvalho afirmou ainda que acredita que para a Olimpíada de 2016 novos protestos poderão surgir. "Os protestos são naturais em um país democrático e precisamos saber absorvê-los", disse o ministro, citando que o Rio de Janeiro está fazendo "um esforço enorme" para preparar os jogos. E emendou: "Mas, assim como muitos cantam a desgraça previamente e depois são desmentidos pelos fatos, é provável que ocorra o mesmo".

Sobre as manifestações que continuam ocorrendo pelo País, Gilberto Carvalho reiterou que acredita que à medida que a Copa vai se aproximando, os protestos contra a realização dos jogos vão arrefecer, "vão perdendo o significado de multidão" porque "as vantagens para o País estão ficando claras e as obras estão sendo entregues". Mas ressaltou que existem grupos que estão fazendo "movimentos de oportunidade, aproveitando a visibilidade da Copa para auferir benefícios próprios desses climas". Em seguida, pediu "bom senso" aos manifestantes em suas reivindicações, alegando que o protesto pode ir "até o momento em que ele começa a criar problemas para a imensa maioria da população".

Em relação aos protestos de ontem do MTST, que reivindica áreas em São Paulo, para habitação, Gilberto Carvalho, depois de lembrar que esta manifestação "não tem nada a ver com a Copa", salientou que o governo federal está buscando mediação junto à Prefeitura de São Paulo, governo de São Paulo e o Judiciário no Estado para tratar da questão e evitar que ocorram medidas truculentas ou repressivas contra os grupos e às ocupações. "Pedimos que haja um bom senso, que as pessoas façam suas manifestações, mas não as levem a um ponto, de maneira irresponsável, causando prejuízo ao País, em um momento tão sagrado, quando os olhos todos do mundo estão voltados para o Brasil".

Questionado se o governo poderia ter feito algo para evitar isso, Gilberto lembrou que o governo tem o maior programa de habitação que se tem notícia, o Minha Casa, Minha Vida, mas ressalvou que "existem regras que precisam ser cumpridas". Ele reconhece que existe uma demanda reprimida, que a reivindicação "é legítima", mas avisou: "O governo está fazendo o que pode". E ainda emendou: Temos uma legalidade no País. Temos filas de pessoas inscritas que temos de respeitar e nós não podemos estimular as pessoas a praticarem atos que ferem a legalidade, recompensando-as. O movimento é legítimo, mas temos de trabalhar dentro dos marcos institucionais legais do País, para que não se estimule também a famosa justiça com as próprias mãos".

O vereador olindense Arlindo Siqueira (PSL) criticou a expropriação de um terreno no município de Olinda onde funcionou por quase 40 anos o quartel do Batalhão da Polícia do Exército, no Bairro Novo. Segundo o parlamentar, a área avaliada em cerca de R$ 40 milhões, foi entregue ao grupo norte-americano Walmart (Bompreço) de graça. A outra parte do terreno ficou com um grupo que está construindo um shopping. 

De acordo com Arlindo, a prefeitura alienou - transferiu a propriedade para outro interessado - em troca apenas de uma obra de prolongamento da Rua Professor Cândido Pessoa, o alargamento das vias locais e a implantação de um semáforo (que beneficiam o próprio supermercado/shopping). A transação aconteceu na administração da ex-prefeita e atual deputada federal Luciana Santos (PCdoB).

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"Um município carente de recursos não pode se dar ao luxo de doar um terreno de R$ 40 milhões e receber em troca um serviço que não chega sequer à casa de R$ 1 milhão e que não beneficia a população em nada, a não ser ao próprio estabelecimento. A ex-prefeita e a administração municipal do PCdoB vão ter que se explicar. Isso cheira a maracutaia, coisa suja, podre", disparou o vereador.

Para o parlamentar, o terreno poderia servir para a construção de um equipamento público que a cidade não tem. "Infelizmente, a ex-prefeita resolveu presentear com o terreno um grupo empresarial", concluiu.

 

Mulheres do Movimento Sem Terra (MST) realizam protesto, nesta segunda-feira (10), em frente à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), no município de Petrolina. As militantes exigem uma adutora para abastecimento de águas em todos os assentamentos do Vale do São Francisco, bem como o tratamento e estruturação de água para consumo das áreas de Reforma Agrária. 

As camponesas também combatem a parceria público-privada da fazenda Pontal Sul – Projeto Pontal –, a fim de que a área seja desapropriada para fins da Reforma Agrária. Os Sem Terra já ocuparam a fazenda, em 2004; segundo as mulheres, trata-se de um latifúndio público de 33.526 hectares. 

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Segundo as militantes, o projeto de implantação da infraestrutura de irrigação se arrasta há anos, já que parte da obra já foi concluída. “Com a implantação do projeto, as águas do Rio São Francisco, responsáveis em beneficiar toda a população que vive às suas margens, favorecerá apenas poucas empresas do agronegócio, possivelmente de capital estrangeiro”, combateu a integrante da direção estadual do setor de Gênero do MST, Suely Silva. 

Desde a semana passada, mulheres realizam mobilizações em todo o País, através da Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra, em celebração ao Dia Internacional da Mulher (8 de março).

Com informações do MST

A administração pública de Salvador tem planos para desapropriar imóveis abandonados na cidade, sem nenhum tipo de compensação aos proprietários. A autorização legal para a ação foi publicada no Diário Oficial do Município desta quarta-feira, 29, com a sanção do prefeito Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM) à lei 8.553/2014, aprovada pela Câmara.

Pela regra, proposta pelo então vereador (hoje secretário do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do governo do petista Jaques Wagner) Edvaldo Brito (PTB), "imóveis urbanos abandonados, cujos proprietários não possuam a intenção de conservá-lo em seu patrimônio, ficam sujeitos à arrecadação e à encampação pelo município, na condição de bem vago".

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"Bem vago" é, na definição da lei, o imóvel que estiver "abandonado pelo proprietário", sem estar "na posse de outrem". A regra também estipula que "presumir-se-á, de modo absoluto, a intenção de o proprietário não mais conservar o imóvel em seu patrimônio quando, cessados os atos de posse, deixar de satisfazer os ônus fiscais" referentes a ele.

A resolução tem validade para todo o município, mas a prefeitura foca as possíveis ações de desapropriação em imóveis antigos do centro da cidade. Assim, a medida integra-se à Lei de Preservação do Patrimônio Cultural do Município (8.550/2014) e à lei que cria o Sistema Municipal de Cultura de Salvador (8.551/2014), também publicadas no D.O. desta quarta.

"Se está abandonado e devendo IPTU, a prefeitura vai retomar, porque a ideia é repovoar o centro", afirma Fernando Guerreiro, presidente da Fundação Gregório de Matos (FGM), instituição responsável pela gestão do patrimônio cultural da cidade. "Nos últimos anos, a cidade se desenvolveu para outras regiões, o centro ficou meio esquecido e a marginalidade se aproveitou. As pessoas foram viver em outros lugares, mas mantiveram os imóveis, naquele pensamento de 'engorda (de gado)': 'deixa lá para ver como fica'."

Guerreiro conta que a ideia de retomar imóveis da região ganhou força, na prefeitura, depois de uma grande operação realizada pela administração pública, no ano passado, para recadastrar os imóveis da cidade. "Começamos a ver que muitas dessas propriedades não têm mais dono, que não têm mais nem documentos", diz.

De acordo com ele, os critérios e parâmetros que vão definir como as regras serão aplicadas serão definidos na regulamentação das leis, que tem prazo de conclusão de 90 dias. Já está no texto, porém, que os imóveis "encampados com base na lei serão destinados, prioritariamente, a programas habitacionais, à prestação de serviços públicos, ao fomento ao turismo, ou serão objeto de concessão de direito real de uso a entidades civis que, comprovadamente, tenham fins filantrópicos, assistenciais, educativos, esportivos ou outros de interesse do município".

De acordo com Guerreiro, entre 300 e 500 imóveis antigos, "muitos deles de interesse cultural para o município", estão abandonados apenas no Centro Histórico de Salvador. "A única forma de afastar a marginalidade é retomar a ocupação desses imóveis, com pessoas morando, escolas, universidades, restaurantes, espaços culturais", avalia. "Assim que mostramos nossa intenção de seguir essa linha, alguns proprietários fizeram contato, falando em reformas. Temos de seguir nesse caminho."

Nessa terça-feira (14), ocorreu o primeiro caso do ano de desapropriação dos moradores de Camaragibe por causa das obras da Copa do Mundo. A ocorrência foi no Loteamento São Francisco, que hoje possui menos da metade da quantidade de famílias que existiam antes do processo de ordem de despejo.

Representantes da Procuradoria Geral do Estado, Polícia Militar, Comitê Popular da Copa e oficial de Justiça participaram ontem da remoção da família de um homem identifcado como "Seu Edson". De acordo com o integrante do Comitê Popular da Copa, Rodrigo Sousa, Edson queria resistir, mas decidiu sair após diálogo. 

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Souza critica o descaso do Estado com os moradores. Segundo ele, o Governo não dá assistência aos populares. “As pessoas não estão recebendo o auxílio moradia, que é colocado como alternativa. O Estado diz que os desapropriados têm que escolher entre indenização e auxílio moradia, mas o subsídio é provisório e devia fazer parte da indenização”, comenta. “Também falta assistência psicossocial para esses moradores que estão há mais de três meses em estado de alerta”, completa. Segundo o comitê, uma senhora, moradora do loteamento, morreu após infarto na segunda-feira (13), a suspeita da morte seria estresse por conta dos despejos.

Outros dois mandados já estariam prontos e novas residências podem ser desapropriadas a qualquer momento. Seu Edson e a família só receberam metade da indenização e estão morando agora em casa alugada no Loteamento Santa Mônica. 

O Comitê Popular da Copa, para reverter a situação, está tentando várias frentes de articulação. O grupo criou uma pauta de reivindicação, está tentando diálogo com o Ministério Público e a Defensoria Pública, além de estar participando da campanha para que a FIFA ganhe o Public Eye Awards, que premia as piores empresas. “Temos que buscar alternativas porque o diálogo com o Governo é impossível”, lamenta Rodrigo.

Em cerimônia fechada à imprensa, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira, 05, que uma das bases da política de combate à exclusão social é a regularização fundiária. Ao anunciar medidas para comunidades quilombolas, a presidente também afirmou esperar que Estados e municípios sigam o exemplo do governo federal e adotem cotas no funcionalismo público.

Dilma assinou em uma curta cerimônia no Palácio do Planalto decretos de declaração de interesse social, para fins de desapropriação de territórios de dez comunidades quilombolas, nos Estados da Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Pará, Maranhão, Tocantins e Minas Gerais. Segundo a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a medida deve beneficiar 749 famílias.

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"Uma das bases da mudança de qualquer política de combate ao risco e à exclusão social é a regularização fundiária. É reconhecer que, não só existe e existiu comunidades quilombolas, mas regularizar a posse da terra, até porque a posse da terra é algo importante, porque, além da questão da sobrevivência, tem uma questão de identidade associada", afirmou Dilma.

A presidente destacou a política de implantação de cotas nas universidades e no funcionalismo público, conforme projeto de lei encaminhado pelo Executivo no mês passado.

"A gente quer que se estabeleça no País a questão da cota no serviço público federal. E esperamos que isso seja um exemplo para as demais instâncias, Estados e municípios, para eles adotarem essa política de cotas. É fato que nós mandamos para o Congresso Nacional com urgência constitucional, ou seja, tem de ser votado num determinado prazo. Por que fizemos isso? Porque consideramos que é extremamente importante, é mais um passo na ação afirmativa", afirmou Dilma.

Conforme informou nesta quinta-feira o jornal O Estado de S.Paulo, o governo do Estado de São Paulo vai criar uma cota racial no serviço público estadual. O projeto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) reserva 35% das vagas na administração direta e indireta para negros e indígenas.

No início de novembro, Dilma anunciou que encaminharia ao Congresso projeto de lei que prevê 20% das vagas de concursos públicos na administração federal para negros.

Faltando menos de 200 dias para Copa, a equipe do Leiajá visitou famílias de comunidades da Região Metropolitana, que recebem as obras de mobilidade do Mundial de Futebol. A população criticou o modelo de desapropriação feito no Coque, área central do Recife, e do Loteamento São Francisco, em Camaragibe. Os moradores falam que essa mudança além de expulsar as pessoas de suas casas, os afastou de seus direitos básicos como saúde, educação e moradia. 

Esgoto a céu aberto, lixo e entulhos causados pela demolição contrastavam com as crianças brincavam no local. Este foi o retrato encontrado pela equipe durante à visita da Relatora da Organização das Nações Unidas (ONU) Raquel Rolnik, à Comunidade do Coque. “O povo do Coque não quer sair do Coque, por dinheiro nenhum. Nilton Mota (secretário de Infraestrutura e Serviços Urbanos do Recife) me ofereceu menos de R$ 5 mil para sair da minha casa”, foi o que afirmou a moradora da comunidade, Valdinete Santos.

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O auxílio era calculado de acordo com o local que seria desapropriado e nenhum outro tipo de benefício foi concedido aos moradores. Os valores de indenização variaram de R$ 4 mil e não ultrapassaram a marca de R$ 60 mil. Raquel Rolnik explica que no primeiro momento, o governo deveria ter realizado uma reunião com os moradores para explicar todo o projeto da Copa. “Eles fizeram errado. Tinha que ter tido um diálogo com a população. Não basta simplesmente chegar, apresentar o plano ou o projeto e começar a expedir as ordens de despejo. O primeiro passo é apresentar as ideias e tentar chegar a um consenso junto aos moradores”, pontuou. 

Não muito diferente da comunidade do Recife, a população do Loteamento São Francisco também sofreu fortes impactos com as retiradas de seus moradores. O local parecia um cenário de filme de guerra, cheio de entulhos, pedaços de tijolos e ruínas espalhadas pelas ruas. 

O morador do Lot. São Francisco Enelson Gregório, 58 anos, foi um dos prejudicados com a ação do governo. Ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) após receber o oficial de justiça em sua casa, com uma carta de despejo. Seu filho, Alexandre Gregório, contou como está sendo o processo. “Foi horrível, meu pai e eu sofremos até hoje com isso tudo. Um oficial de justiça veio aqui e agora estamos esperando um novo laudo para vermos se vamos precisar sair mesmo.”

De acordo com Alexandre, um valor de R$ 44 mil foi oferecido como indenização para sair da casa com sua família. “Batalhei a vida inteira pra construir o que tenho. Sinceramente não sei para onde vou com meu pai, doente desse jeito, e minhas duas filhas. Se fossemos irregulares, mas não, o terreno é regular. Onde vou comprar uma casa como esta, por R$ 44 mil?”, indagou.

Em Camaragibe, mais de 800 famílias foram removidas e segundo os moradores, mais quatro quarteirões (cerca de 80 famílias) serão retirados para a construção do Corredor Leste-Oeste e a ampliação da Estação da cidade. Mesmo com a visita de Rolnik, a vinda não causará nenhuma mudança significativa à situação das pessoas. “Nós não vamos realizar nenhum relatório para a ONU, viemos tentar conscientizar o governo da necessidade de se ter uma conversa com a população e também explicar para as pessoas, que o direito de moradia é algo garantido pela Constituição Nacional”, explicou.

Opinião da relatora

Em seu blog pessoal, Raquel Rolnik publicou sua opinião sobre a visita e a situação das comunidades do Coque e do Loteamento São Francisco. “No Coque, centenas de famílias estão ameaçadas de remoção por conta de distintas obras que estão sendo levadas a cabo pelo Governo do Estado: entre a limpeza de um canal, velha reivindicação dos próprios moradores, e a construção de um terminal de ônibus, vários são os projetos que incidem sobre o direito à moradia daquela que é uma das comunidades mais bem localizadas na cidade. Há décadas o local onde está o Coque foi definido como ZEIS, uma Zona Especial de Interesse Social, que reconhece o direito de as pessoas permanecerem ali e determina que um projeto de urbanização – o PREZEIS – viabilize a urbanização e regularização da área.

Infelizmente não é nada disso que está acontecendo. Ao invés de beneficiar a comunidade, garantindo sua permanência em condições melhores, como determina a lei, os projetos veem nos moradores um empecilho a ser removido do meio do caminho, sem a mínima preocupação com seu destino, nem respeito a seus direitos.

O que eu vi em Pernambuco só confirma que a falta de transparência e de espaços de participação da população na definição dos projetos é uma regra, bem como as baixas compensações financeiras e a total ausência de alternativas habitacionais oferecidas para os atingidos (...)

No período da manhã, aproveitei a oportunidade para me reunir com a prefeitura do Recife e com o Governo do Estado de Pernambuco. Ambos garantem que estão seguindo a legislação, mas que não pagam compensações melhores porque a Procuradoria do Estado e o Tribunal de Contas não permitem… Será que as procuradorias ignoram o marco internacional do direito à moradia adequada? Será que os tribunais de contas não conhecem a legislação brasileira (que reconheceu o direito de posse desde a Constituição), nem a legislação internacional dos direitos humanos?”

Nesta sexta-feira (29), a relatora da Organização das Nações Unidas Raquel Rolnik, realizou uma visita às famílias que serão removidas das suas residências devido às obras de mobilidade da Copa do Mundo. A representante conheceu as comunidades do Coque e do Loteamento São Francisco, localizados na Região Metropolitana do Recife (RMR), entretanto sua vinda não irá mudar a situação da população local.

Raquel Rolnik explicou que a vinda servirá apenas como uma forma de tentar entender a situação das pessoas. “Nós não vamos realizar nenhum relatório para a ONU, viemos tentar conscientizar o governo da necessidade de se ter uma conversa com a população e também explicar para as pessoas, que o direito de moradia é algo garantido pela Constituição Nacional”, pontuou.

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O morador do Coque Rildo Fernandes, de 62 anos, afirma que a presença da relatora é um incentivo para quem vive no local. “Pra gente é mais uma arma, um incentivo para denunciar para todo mundo que a situação que estamos passando aqui no Coque é um total descaso do Governo. Ninguém se importa com a nossa saída daqui e muito menos para onde vamos.”

Segundo Rolnik, somente na capital pernambucana, mais de 2 mil famílias serão removidas de suas casas até o mundial de futebol. Em abril deste ano, auditores da Presidência da República também visitaram os locais conhecidos pela relatora e identificaram as possíveis violações dos direitos humanos, principalmente o direito à moradia. 

A Secretaria-Executiva de Controle Urbano do Recife (Secon) realizou na manhã desta sexta-feira (18), uma ação de desapropriação no campo do futebol localizado próximo ao Parque do Caiara, na Rua Álvaro Pires, no bairro do Cordeiro. A ação foi para derrubar cerca de 50 barracos que estavam sendo construídos irregularmente, além de um muro que servia para cercar o espaço. Segundo nota divulgada pela PCR, "o local era utilizado pela comunidade como área de lazer e ação visou atender pedidos dos moradores".

Segundo moradores do entorno, a área teria sido comprada a um homem identificado apenas como André. No entanto, a polícia, que está acompanhando o caso, afirma que o local pertence à Prefeitura da Cidade do Recife (PCR), já que o homem teria vendido o terreno à PCR. Desta forma, as construções seriam irregulares. 

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JOÃO PESSOA (PB) - As ruas centrais de João Pessoa tiveram o trânsito desviado na manhã desta terça-feira (15), devido à manifestação do Movimento Sem Terra (MST). Cerca de 1.500 pessoas percorreram toda a cidade e concentraram o protesto, na Praça dos Três Poderes.

Por volta das 5h, os representantes do MST saíram da cidade do Conde, na BR101, e seguiram em caminhada por vários bairros até o centro da cidade. A passagem dos carros precisou ser orientada pela Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob).

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Com o tema “Dilma e Ricardo, cadê a Reforma Agrária?”, eles pedem que os órgãos federal e estadual trabalhem pela desapropriação de terras. “Mais de dois mil hectares estão plantados de feijão, milho, batata doce, iame, macaxeira e tantos outros. Já está começando a colheita e a desapropriação ainda não foi feita”, informou o deputado estadual Frei Anastácio, participante do movimento.

Segundo o deputado, a intenção é ser recebido pelo governador Ricardo Coutinho. “O MST está denunciando o Governo Dilma por ter parado de desapropriar as terras. Uma falta de respeito com os trabalhadores”.

São ao todo, 9 mil hectares de terras entre os estados de Pernambuco e Paraíba, nas cidades de Goiana e Caaporã, que estão ocupadas por cerca de cinco mil pessoas, segundo informações do deputado.

“Além disso, o Movimento quer atitudes contra os três policiais, comandados pelo sargento Maxuell, que dia 5 invadiram o acampamento a procura das lideranças. Os trabalhadores os desarmaram e os mantiveram sob o controle ate a chegada da Polícia Federal. Mesmo assim, culpam o MST”, relembrou.

Frei Anastácio falou que a Polícia Civil está acusando os Sem Terra de cárcere privado neste caso e, é por este motivo, que pedem a mudança de comando nesta investigação, hoje feito pelo delegado do Grupo de Operações Especiais (GOE), Thiago Sandes.

Além da frente do Palácio da Redenção, na Praça dos Três Poderes, os manifestantes ocuparam também a frente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

A desapropriação de terreno que fica na BR-101 Sul, ao lado Posto Padre Cícero, foi motivo de protesto na manhã desta terça-feira (8). Os comerciantes, que têm loja no local, bloquearam a via na manhã dessa terça por conta da ordem de despejo que pegou muitos de surpresa. O ato bloqueou a BR-101 na altura do posto e causou engarrafamento que chegava no bairro do Jordão, na Rua Maria Irene.

De acordo com o oficial de justiça, Fernando Antônio Galdino, o terreno pertencia a MD Administração, Moura Dubeaux, que requereu a posse da área na tarde desta segunda (7). No entanto, a advogada dos comerciantes, Julia Lima, alega que Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) havia comprado a área para construir habitacionais e só cabia pedir a desapropriação do local. "Vamos tentar reverter essa situação e entrar com um pedido de indenização no tribunal", alegou.

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Os comerciantes afirmam que aquela é a fonte de renda da maioria dos comerciantes. "Essa ação vai desempregar muita gente, a maioria vive aqui. Essa decisão é absurda. Essa dependências aqui foram construídas por todos que trabalham aqui", declarou. A desapropriação está sendo acompanhada pela Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. 

 

A insatisfação dos moradores e comerciantes de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), com o valor da indenização que o Governo do Estado quer pagar pela desapropriação dos imóveis da Avenida Belmiro Correia, foi destacada pela deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB) em seu discurso, durante a sessão plenária na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) desta quinta-feira (12). O local dará lugar às obras para a construção do corredor de transporte rápido de ônibus (BRT), do Ramal Leste-Oeste, que vai interligar o bairro do Derby a Camaragibe.

A tucana disse reconhecer a importância da obra para a mobilidade urbana, mas pediu sensibilidade do governo para a situação dos moradores e comerciantes que estão tendo seus imóveis desvalorizados. Em seu discurso Terezinha citou que, de acordo com os moradores locais, a avaliação da empresa que está fazendo o levantamento dos prédios, apresenta defasagem de até 50% do valor real de mercado. 

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“Há casos em que o valor proposto não vai ser suficiente para comprar outro imóvel, principalmente porque, com a valorização da área devido a Copa do Mundo, a especulação imobiliária vez os preços dispararem”, explicou.

A Avenida é uma das principais via de comércio do município e tem pontos comerciais que funcionam há mais de 30 anos no local. Terezinha chamou atenção de que a situação é um processo complexo, que dificulta a conclusão de obras e aflige famílias que moram no entorno. A parlamentar vai solicitar ao governador que a proposta financeira seja revista dentro da realidade do mercado e que o caso seja tratado com sensibilidades, pois se trata da vida de dezenas de pessoas.

Depois que o Aeroclube de Pernambuco fechou as portas após mais de 70 anos de existência, em março, devido às obras da Via Mangue, muitos foram os prejudicados, inclusive a empresa de aviação Aeropepe, que ainda se encontra instalada no local.

Segundo o proprietário do empreendimento, José Rodolfo Garrido Andrade, o Pepe, 52, o lugar faz parte da história de Pernambuco. Ele diz que por ele já passaram pessoas importantíssimas do correio Francês e o famoso escritor do livro O Pequeno Princípe, Antonie de Saint Exupéry. “Estamos esperando para saber quais vão ser os reais desdobramentos dessa loucura que isso se transformou. Um aeroclube histórico sendo desmontado sem se respeitar nada. Tem um galpão que foi construído na França antes da segunda Guerra Mundial e nada disso tem valor no nosso país”, contou Pepe. “Já entramos com ações pra reverter a situação, mas contra o Governo ninguém consegue nada”, desabafou.

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A empresa pernambucana que é a única do Brasil que fabrica ultraleves apenas de material composto, e está sujeita a sair do Estado. “Já recebemos uma proposta de uma empresa no Centro-Oeste para nos mudar de vez, mas estamos vendo outro local fora de Recife, até porque a cidade não tem mais um espaço que nos comporte”, disse.

A problemática interferiu nas vendas e nos outros serviços oferecidos pela empresa, como a manutenção dos ultraleves. “Eu passei o ultimo mês viajando pra realizar as manutenções, o que antes eu fazia aqui no galpão, agora tenho que me deslocar pra efetuar os serviços”, falou. Ainda de acordo com Pepe, com saída do aeroclube prejudicou a chegada de novos pilotos em Recife, dificultando a aprendizagem deles devido os cursos que eram oferecidos no local, principalmente na parte prática porque se quiserem voar terão que se deslocar até Caruaru ou João Pessoa.

Os comerciantes e famílias do município de Camaragibe, no Grande Recife, que tiveram que deixar seus imóveis devido a construção de cinco estações de transporte rápido de ônibus, prometem fechar a entrada da cidade na próxima segunda-feira (12). O grupo se concentrará a partir das 6h no local e às 9h30 seguem em um ônibus para o Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, onde atualmente funciona a sede provisória do Governo do Estado.

De acordo com um dos líderes do Comitê Popular da Copa de Pernambuco, Cláudio Braga, uma comissão dos atingidos pela desapropriação criou um documento resumindo as principais reivindicações que será entregue ao governador Eduardo Campos. “Essas pessoas estão passando por muitos transtornos desde que receberam a notícia de que tinham que deixar seus imóveis. Hoje várias delas estão tomando remédio controlado”, afirmou.

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Segundo a advogada que acompanha alguns processos do caso, Paula Souza, os ações estão correndo no Fórum de Camaragibe e as famílias devem começar a deixar os imóveis nos próximos 30 dias. Já os moradores e comerciantes das proximidades do Terminal Cosme e Damião foram quase todos removidos.

Os proprietários de residências e pontos comerciais localizados na Avenida Belmino Correia, a principal via de Camaragibe, no Grande Recife, continuam enfrentando transtornos. No início do ano eles foram informados de que teriam que deixar os imóveis para que no local fossem construídas cinco estações de transporte rápido de ônibus. A obra faz parte do corredor leste-oeste que vai interligar o bairro do Derby à Camaragibe.

De acordo com a advogada que acompanha alguns processos do caso, Paula Souza, os valores das indenizações oferecidas pelo Governo do Estado estão bem abaixo do mercado local. “O metro quatro na Belmino Correia vale em torno de R$ 4 a R$ 6 mil. Mas a cotação do governo é de cerca de R$ 800”, afirmou.

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A advogada também adiantou que foram encontrados erros nos laudos de avaliação apresentados pela gestão estadual. “Recebemos uma tabela de 23 imóveis utilizados para definir o valor da indenização. Nove não existem e outros nós ligamos e descobrimos que eles nunca estiveram à venda. Como essa cotação foi feita?”, questionou.

Os processos estão correndo no Fórum de Camaragibe e as famílias devem começar a deixar os imóveis nos próximos 30 dias. Já os moradores e comerciantes das proximidades do Terminal Cosme e Damião foram quase todos removidos. 

“A empresa terceirizada responsável por retirar os moradores chegavam pressionando. Eles informavam que a pessoa tinha que sair da casa e que o estado só pagaria R$ 50 mil. Caso contrário, os proprietários só receberiam na justiça daqui a dez anos”, revelou o integrante do Comitê Popular da Copa, Cláudio Braga. 

Ele também reclama da falta de transparência e truculência do governo. “Falta informação para as famílias. Há mais ou menos dez dias houve uma audiência sobre o nosso caso, mas o Governo não recebe o nosso comitê. Já realizamos manifestações, mas mesmo assim nada mudou”, concluiu.

O governo do Estado pretende publicar, até o fim do mês, decretos de desapropriação de cerca de 500 imóveis na região central da capital paulista. Os terrenos, em bairros como República, Sé e Brás, serão destinados à criação de 20 mil unidades habitacionais para famílias que ganham até dez salários mínimos, como parte do programa Casa Paulista.

Parceria dos governos federal, estadual e municipal com a iniciativa privada, o projeto foi citado como exemplo de projeto urbanístico de larga escala ontem, durante um dos painéis do New Cities Summit (Comitê das Novas Cidades), evento internacional de urbanismo que está sendo realizado no Auditório do Ibirapuera.

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Os novos imóveis ficarão perto de estações de metrô e trem e devem ter espaço para lojas e serviços. Para tirar o projeto do papel, será necessário investir R$ 4,6 bilhões em uma Parceria Público-Privada. Em troca da construção dos edifícios, as empreiteiras escolhidas poderão explorar economicamente esses comércios por 14 a 20 anos. O edital fica em consulta pública até domingo.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os moradores do Residencial Eldorado ainda estão em estado de choque após a confirmação da Defesa Civil do Recife que todos devem desapropriar os apartamentos, inaugurados há 17 anos no bairro do Arruda, na Zona Norte do Recife. Na manhã desta sexta-feira (30), dez caminhões da Defesa Civil estarão no local para auxiliar na remoção dos pertences. 

Evânia Venceslau, que mora no bloco C1, conta que ainda não tem uma casa para ir. "Estou muito mal mesmo, ainda custo a acreditar que isso aconteceu. Está todo mundo ainda abalado com essa notícia. E o pior é que meus primos e tios moram aqui e eles já vão pra casa dos parentes. E eu, pra onde vou com minha filha?", lamenta.

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O morador Fernando Lima, do mesmo bloco, relata que está só está esperando desocupar a apartamento para sair definitivamente do prédio. "Isso aqui é hoje, não é amanhã. Estávamos praticamente dentro do caixão sem saber, porque estava condenado há tempos. O A1 também não tinha nada, por isso estou com pressa de sair, mas é muito difícil deixar para trás toda a história", afirma.

Técnicos da Defesa Civil chegaram por volta das 8h45 de hoje (30), mas até um momento apenas um caminhão chegou para retirar objetos do local. A movimentação para a saída dos moradores ainda é pequena nesta manhã. 

 

Moradores e comerciantes de 67 imóveis da Avenida Belmino Correia, a principal via de Camaragibe, no Grande Recife, terão os terrenos desapropriados até o início do mês de abril para a construção de cinco estações de transporte rápido de ônibus, BRT. A obra faz parte do corredor leste-oeste que vai interligar o bairro do Derby à Camaragibe.

De acordo com a Procuradoria Geral do Estado, apenas sete dos imóveis em questão são residenciais e os demais são comerciais. A desapropriação que deve custar R$ 20 milhões ao governo, vai atingir apenas parte das construções.

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Os proprietários, no entanto, reivindicam o valor que o Governo de Pernambuco quer pagar pelo metro quadrado. Segundo eles, o Estado quer liberar R$ 753, enquanto moradores afirmam que o cotado seria R$ 1200, conforme eles conversaram com um especialista da construção civil que não quis se identificar. 

A professora Nadja Maria da Silva, de 51 anos, mora em uma residência lotada na avenida com outras seis pessoas. A notificação do governo chegou em 15 de outubro para desapropriar uma área de 125 m² de um total de 460 m². O espaço se refere à parte da frente da casa dela. “O governo quer me indenizar em R$ 190 mil. Só que minha casa tem quatro quartos, duas salas, uma cozinha, dois banheiros e duas garagens. Inclusive eu moro com um neto especial que tem um quarto só pra ele. Eles querem indenizar só uma parte e eu teria que construir de trás pra frente e ainda vou perder sete metros de calçada”, alegou. 

Já o comerciante João Carlos, tem um armazém há 23 anos na avenida. O estabelecimento tem 595 m² dos quais 239 devem ser desapropriados com uma indenização de R$ 491 mil. "Eles nem olham os imóveis direito, estão fazendo uma vistoria apenas superficial e pagam o mesmo valor para todo mundo", criticou.

De acordo com o advogado da área cível, João Bosco, as pessoas que se sentirem prejudicadas pelo valor oferecido devem entrar com processo na justiça. “O governo pode desapropriar porque a obra vai ser um benefício coletivo. Normalmente eles trabalham com um parâmetro que não é justo, cabe ao proprietário reivindicar pelo que vale o bem”, detalhou. 

Obra - O projeto do corredor tem 12,3 km de extensão e conta com a construção de 21 estações de embarque e desembarque, um túnel nas imediações do Museu do Estado e um viaduto na Caxangá, nas proximidades da Colônia Penal Feminina do Recife. A obra, que tem um investimento de R$ 145 milhões, vai beneficiar 160 mil passageiros/dia quando estiver totalmente concluída, o que deve acontecer em março de 2014.

Das 21 estações, 13 estão sendo construídas. A primeira deve ficar localizada na Praça do Derby, a segunda em frente ao Supermercado Extra, na Rua Benfica e outras 11 ao longo da Avenida Caxangá, mais três (entre a UPA e o girador de Camaragibe) e por fim, cinco na Avenida Belmino Correia. 

Um grupo de cerca de 150 pessoas está neste momento em frente a Procuradoria Geral do Estado, na Rua do Sol, centro do Recife, reivindicando moradias. Os manifestantes são da Vila do Campo, localizada em Porto de Galinhas, no Litoral Sul. Eles cobram ao governo do estado solução para a ordem de despejo voluntária que teve prazo limite estipulado na última quinta-feira (7) .

O presidente da associação dos moradores, Afonso Henrique, e mais quatro pessoas estão em reunião com o procurador geral Thiago Arraes. Segundo os moradores, o terreno de mais de 100 hectares, as terras foram compradas por meio de licitação pelo grupo de hotelaria português, Teixeira Duarte, em 2008. “Desde 2006 que estamos na terra e o governador de Pernambuco mais uma vez está de consórcio com um grupo português. A terra é do povo e por causa do capitalismo o nativo vai ser prejudicado", desabafou a profissional liberal, Cris Accioly, de 53 anos. 

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Ainda de acordo com moradores, por interesses políticos do Governo do Estado o juiz da fazenda Haroldo Carneiro Leão notificou as famílias para desocuparem o local. Os moradores da vila pedem uma solução para o caso já que foram notificados e não têm para onde ir.   

Nesta quarta-feira (6) o Aeroclube do Pina, localizado na Zona Sul do Recife, foi informado que vai ser desapropriado pela Prefeitura do Recife (PCR). O Local foi alvo de uma desocupação em cumprimento a ordem de despejo assinada pelo juiz Edvaldo José Palmeira da quinta vara do poder.

O acordo foi feito pelo presidente do aerocluve, Francisco Rodrigues, que afirmou que vai recorrer da decisão, e o procurador do estado Henrique Lucena. O prazo é de 15 dias para retirada das aeronaves e até o mês de maio para concluir o curso de pilotagem do aeroclube, sendo necessária a retirada de imóveis em até 48 horas.

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O presidente do aeroclube do Pina, Francisco Rodrigues, informou que a medida de desapropriação do local apresentada nesta quarta-feira (6) vai prejudicar cerca de 60 funcionários. Segundo ele, há uma promessa de indenização mais ainda não tem uma data estabelecida.

O processo de desapropriação do terreno do Aeroclube foi solicitado pelo poder público no ano de 2004 e segundo o presidente. “Vai ser um prejuízo muito grande para sociedade, já que temos uma escola de voos que é o único há 72 anos completo no Nordeste”, afirma o Rodrigues.

Ele ainda afirmou que pode recorrer da decisão, mas não tem esperança de que possa ganhar a causa. “Os recursos foram esgotados e ficaram muito restritos. Agora o que podemos fazer é exigir que pelo menos o curso termine e ninguém seja prejudicado”, acrescenta.

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