Tópicos | Home Office

De acordo com informações divulgadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) na última segunda feira (21), o número de pessoas em home office em julho é inferior na comparação com o mês de junho. A queda seria de 11,7%.

A estimativa é de que 300 mil pessoas tenham voltado para os serviços presenciais. A pesquisa aponta que 7,06 milhões (84%) dos que seguem em home office são trabalhadores formais.

##RECOMENDA##

Conforme levantamento, a maioria das pessoas em trabalho remoto são mulheres (55,7%), pessoas brancas (64,5%) e com idade de 30 a 39 anos (32,1%). No quesito escolaridade, mais de 70% das pessoas em home office contam com nível superior completo. Profissionais das ciências e intelectuais correspondem à metade (51%) de todos os trabalhadores remotos.

 

Com o aumento do número de profissionais realizando as atividades do trabalho em casa, em decorrência da pandemia provocada pelo novo coronavírus, muitas dúvidas surgem a respeito do limite de disponibilidade para demandas da empresa. Devo responder alguma questão do trabalho fora do meu expediente? Para esclarecer esse e outros pontos importantes, o LeiaJá entrevistou o consultor em Recursos Humanos Jessé Barbosa e a procuradora do Trabalho Melícia Carvalho.

Para o consultor em Recursos Humanos, existe um limite de disponibilidade. “O home office embora tenha alterado o formato do trabalho, o mesmo não deve ser encarado como uma atividade sem fim. O indivíduo deve cumprir o seu horário como se estivesse na empresa, não digo que em caso de necessidade não se possa abrir uma exceção, mas que de fato a mesma não se torne hábito e vire uma regra”, esclarece Jessé. A procuradora do trabalho Melícia Carvalho seguiu a mesma linha de raciocínio do consultor de RH quando questionada se existe um limite para atender demandas da empresa. “O trabalho home office é um trabalho como é exercido na empresa. Nele também precisam ser observadas todas as normas legais, toda a regulação do trabalho referente à jornada, intervalos de descanso e alimentação, e repouso semanal remunerado”, exemplifica.

##RECOMENDA##

“O fato do trabalhador estar trabalhando em casa não quer dizer que o trabalho dele deixou de ser regulamentado ou deixou de observar todos os limites e garantias que são estabelecidos para o trabalho presencial”, acrescenta Melícia. A procuradora também comentou que o trabalhador tem a mesma jornada que teria se estivesse trabalhando na empresa; caso elabore jornada extra, é preciso receber pelas horas extras trabalhadas e essas horas precisam respeitar o máximo legal que são duas horas por dia.

Para solicitações da empresa fora do horário de trabalho, o consultor de RH Jessé comentou que se é uma demanda esporádica à qual pede-se uma certa flexibilidade para atendimento da mesma, pode-se abrir um exceção, mas que isso não se transforme em uma regra. “Caso venha se tornar corriqueiro, tenha uma conversa franca com a gestão, apresentando limites no atendimento das demandas. Outra coisa que ajuda a se livrar desses pedidos constantes é evitar ficar atento depois do expediente a e-mail e telefone corporativos, grupos de WhatsApp da empresa e outras formas de comunicação corporativa; isso ajudará os outros entenderem que você não encontra-se disponível para aquele momento”, diz.

Já de acordo com a procuradora do trabalho, “se eu estou fora do expediente e o líder liga solicitando alguma demanda, antes devo observar se é algo urgente". "Caso seja inadiável, e o trabalhador podendo atender, é indicado que atenda, e se aquilo me gerou alguma hora extra, deve-se receber por isso”, explica Melícia. “Se é um caso habitual e constante de terminar o expediente e o chefe continuar pedindo novas tarefas e solicitando demandas fora do expediente, daí cabe ao trabalhador deixar claro que não tem disponibilidade, que há outros compromissos ou que a jornada já foi cumprda”, acrescenta.

A procuradora do trabalho também comentou que “o fato de o serviço ser home office não impede que as pessoas continuem tendo seus outros compromissos, é preciso ter o momento de trabalhar, mas também é necessário se dedicar aos projetos pessoais, à família e ao lazer”, diz Melícia.

De acordo com o consultor em RH, a ideia do home office não deve ser deturpada pelo simples fato de o colaborador não ter se deslocado para a empresa e por isso ele deve estar disponível full time. Compete também ao colaborador que encontra-se nesta modalidade a capacidade de entregar resultado, não permitindo que essa liberalidade do home office o engesse na entrega de resultados.

“Se eventualmente o trabalhador observa que a empresa não está tendo a compreensão da regulamentação e que há demanda a qualquer tempo, a qualquer hora, por achar que está em casa é sinal de estar disponível, é preciso deixar claro que as obrigações serão cumpridas, mas dentro de todo o contexto legal”, reforça a procuradora do Trabalho.

Além disso, se o profissional tem uma jornada de trabalho de oito horas, por exemplo, ele está durante aquelas oito horas disponível para a empresa, nos canais estabelecidos para a comunicação. É necessário imaginar que o trabalho remoto deve ser exercido com os mesmos deveres, direitos e garantias que ele era exercido no ambiente físico da empresa.

“É preciso lembrar que tudo passa por uma questão de bom senso e sensibilidade. O fato de o trabalhador estar remotamente, não quer dizer que estar emocionalmente e humanamente longe da empresa. É importante também que mesmo distante de forma física, sejam mantidas as boas relações, as boas práticas e a solidariedade, para que as pessoas possam manter os laços que já foram construídos, pois, a base ética, solidária e empática é que faz um local de trabalho bacana, construtivo e bom para todos”, finaliza a procuradora do Trabalho Melícia Carvalho.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), assinou um decreto que torna definitiva a prática de teletrabalho, o home office, no serviço público da capital paulista. Servidores já vêm trabalhando de casa desde o começo da pandemia de covid-19. Os detalhes sobre como funcionarão as regras em cada carreira e função ainda serão definidos em portarias futuras.

Ao justificar a medida, o texto de Covas afirma que, "da experiência com a adoção do regime de teletrabalho no período de emergência, advieram resultados satisfatórios para a Administração, como o aumento da produtividade e a melhoria na prestação de serviços", que há "significativa redução de despesas de custeio" desde que o trabalho em casa começou e que "a experiência global aponta para o caminho irreversível de teletrabalho".

##RECOMENDA##

Ainda de acordo com o decreto, o teletrabalho não poderá ser feito caso traga algum tipo de prejuízo para o atendimento feito ao público nas repartições da Prefeitura. Os funcionários terão de cumprir jornada de trabalho a metas estabelecidas pela Secretaria Municipal de Gestão. Haverá ainda a possibilidade de o funcionário trabalhar nesse regime no lugar de solicitar afastamento temporário para participar de "congressos, cursos, certames desportivos, culturais ou científicos".

Os servidores em teletrabalho deverão ter de ir até o órgão onde são empregados, caso sejam convocados com uma antecedência mínima de quatro horas. A presença nas repartições também será obrigatória por ao menos um dia na semana, em um esquema de quatro dias em casa para um no trabalho. Entretanto, o decreto diz que "o ingresso no regime de teletrabalho não constitui direito do servidor ou empregado público".

Covas deu prazo de três meses para que os secretários, subprefeitos e dirigentes de autarquias e fundações apresentem um balanço das ações para que a regra seja cumprida.

A agência de marketing GhFly está com oito vagas abertas nos setores de criação e marketing, mídia e Account Management (estágio). O processo seletivo será completamente virtual e os novos funcionários irão trabalhar em esquema home office. De acordo com a empresa, quando a pandemia estiver controlada e for seguro retomar as atividades presenciais, todos serão alocados no escritório da agência. 

Os funcionários que não morarem em Curitiba seguirão em um esquema híbrido, intercalando o trabalho presencial com a modalidade remota. Para mais informações sobre as vagas e inscrições, acesse o site de carreiras da empresa.

##RECOMENDA##

LeiaJá também

--> MV abre 100 vagas para trabalho home office

--> Programa do Porto Digital abre 100 vagas para mulheres

A MV está  com inscrições abertas para o processo seletivo que visa a contratação de novos profissionais para trabalho remoto. São 100 vagas para formação de banco de talentos, todas em nível sênior, para trabalhar como desenvolvedor backend e desenvolvedor frontend.

O processo seletivo para os dois cargos será feito on-line e algumas vagas são para início imediato. Os interessados devem realizar as inscrições pela internet e selecionar a área de interesse.

##RECOMENDA##

Segundo o site da MV, há oportunidades para os estados de Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará. Para os interessados em backend, os requisitos são: curso técnico completo ou superior (em andamento ou completo) em Ciências da Computação, Engenharias, Matemática, Física ou áreas afins, além de experiência comprovada em JAVA, PL/SQL, RDMS Oracle e PostgreSQL, APIs – Rest/Soap, Containers – Docker, GIT e Jira, Selenium, conhecimento em metodologias ágeis, arquitetura de alta disponibilidade, segurança e nuvem. Também são requeridas soft skills para trabalho em equipe, gestão de tempo e intraempreendedorismo. 

Já para  as vagas de desenvolvedor frontend, a empresa exige que os interessados tenham curso nas mesmas áreas mencionadas para backend. Também é preciso que o candidato tenha experiência comprovada em Framework Javascript (Angular, Bootstrap, Jquery), CSS, HTML5, Java, ferramentas de prototipação e edição de imagens, APIs – Rest/Soap, GIT e Jira, Selenium, além de conhecimentos em metodologias ágeis e soft skills mencionadas. O conhecimento no idioma espanhol é desejável para os dois cargos.

A busca da empresa é por profissionais que possam se juntar ao time de mais de 1,5 mil colaboradores que trabalham para impulsionar a Saúde Digital em instituições do Brasil e de outros países onde a MV tem atuação. A empresa oferece para as duas funções planos de saúde e odontológico; vales alimentação e refeição; gympass; clube de vantagens - Uppo; RedeMed; convênio Apple; seguro de vida; auxílio creche; e auxílio lente.

A Ambev, cervejaria atuante no Brasil, realiza processo seletivo destinado a oportunidades de trabalho remoto. No total, são oferecidas 100 vagas para profissionais da área de tecnologia, com possibilidade de atuação em Santa Catarina, São Paulo e Paraná, no entanto, trabalhadores desses locais e de outros estados poderão escolher o modelo de trabalho integral em home office.

Segundo a Ambev, quem optar pelo home office receberá ajuda de custos iniciais e equipamentos, tais como notebook, mouse e teclado, além de ajuda com despesas referentes à energia elétrica e internet. Também estão previstas atividades para integrarem os novos contratados.

##RECOMENDA##

“A cada 15 dias, por exemplo, eles fazem um Happy Hour virtual com toda a equipe e já realizaram, inclusive, um show de talentos via Zoom. Isso ajuda a criar um ambiente mais seguro e acolhedor, onde todo mundo vai se sentir confiante para trabalhar. Pensando no bem-estar das pessoas que vão ficar 100% em home office, a cervejaria também oferece dicas de nutricionistas, para montar um cardápio balanceado e prático em casa, bem como momentos de alongamento durante a semana, conduzidos por profissionais via Zoom”, detalhou a Ambev.

Desenvolvedores, arquitetos de software, engenheiros de dados e product owners são algumas das funções oferecidas. A empresa destaca que, além do modelo home office, há a opção do trabalho híbrido.

Os interessados podem se inscrever pelo site da seleção, onde também existem mais informações sobre as fases do processo seletivo. Os valores das remunerações não foram revelados.

Será lançado em 19 de outubro, na Zona Sul do Recife, o ‘Espaço Criançar’, um de desenvolvimento infantil com o serviço de coworking destinado para os pais e responsáveis trabalharem. Com apenas 40 vagas, o berçário recebe pré-matrículas por meio do e-mail contato@espacocriancar.com.br.

Uma das idealizadoras e gestora do berçário, Carol Pugliesi, explica que o projeto foi pensado há dois anos. Com isso, a gestora enfatizou que a demanda surgiu, principalmente, de pais que trabalham em home office. O objetivo principal é promover a integração de pais e filhos em um espaço seguro e aconchegante para ambos.

##RECOMENDA##

Segundo divulgado pela assessoria de imprensa, o Espaço Criançar oferece uma estrutura adequada para o “novo normal”, em virtude da pandemia do novo coronavírus. “Para nosso espaço de área ficou muito confortável, pois já construímos com as especificações necessárias, ou seja, está no nosso projeto as estações de álcool gel, os tapetes sanitizantes, pias espalhadas por todo espaço”, explica Carol sobre os protocolos de segurança sanitária.

O atendimento é destinado a bebês a partir dos quatro meses de idade até crianças de três anos e 11 meses, em tempo integral. Enquanto para os maiores, entre quatro e oito anos de idade, há disponibilidade de turmas no contraturno escolar. O Espaço Criançar tem uma estrutura personalizada e dispõe de mais de 30 câmeras de monitoramento, que podem ser acessadas pelos pais.

O espaço conta com profissionais multidisciplinares como pedagoga, psicomotricista, nutricionista, enfermeira e auxiliares; para o trabalho junto às crianças. Serão desenvolvidas atividades como teatro, livre brincar, musicalização, ballet, entre outros; além de reforço escolar com suporte pedagógico e práticas artísticas-culturais. Segunda a Carol, os profissionais também estarão equipados com máscaras ou capotes de proteção.

“O Espaço Criançar é um uma casa completamente acessível: os móveis são baixos, todas as janelas têm as precauções necessárias. Os nossos materiais de trabalho são pensados, estudados e desenvolvidos para cada idade, ou seja, o método de atendimento é exclusivo para cada criança”, afirma Pugliesi, segundo informações da assessoria.

Apesar do isolamento social, Marisa Orth está trabalhando como nunca. A atriz se prepara para estrear na nova fase do Zorra, neste sábado (15), além de estar envolvida com um espetáculo no formato drive-in. Em entrevista, ela falou sobre as novas dinâmicas de trabalho, decorrentes da pandemia, e contou que recrutou até o filho e o cachorro para produzir o humorístico global. 

Marisa Orth foi escalada para uma nova fase do Zorra, que precisou sofrer adaptações por conta do coronavírus. As gravações foram todas feitas na própria casa da atriz, que contou com a ajuda do filho, João Antônio - estudante de cinema -, e até do cachorro da família. "Eu falei 'amigão, sobrou pra você'. Além de ser mais familiarizado com essas coisas de tecnologia, a gente conseguiu fazer uma produção muito legal. Acho até que foi um ganho muito grande para nossa relação. Nós brigamos a beça, mas estou conhecendo um outro João, e ele está conhecendo uma outra mãe”, disse em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. 

##RECOMENDA##

Apesar da experiência, toda estreia traz nervosismo e Marisa revelou sofrer de insegurança ainda hoje. “Sou profundamente insegura. Detesto me ver, mas depois que passa um tempo eu até gosto, porque sei que estou mais feia agora. Já passou tempo suficiente para eu gostar”, disse. Além do Zorra, a atriz também está dedicada a um projeto de apresentações musicais e de humor em um drive-in paulista. 

Lázaro Ramos e Taís Araújo,um dos casais mais queridos do público brasileiro, foram escalados para protagonizar um dos episódios da série Amor e Sorte. Totalmente gravada de maneira remota, a produção vai mostrar como o amor tem sobrevivido e resistido às agruras da quarentena. 

Amor e Sorte contará com textos de Jorge Furtado e Alexandre Machado, em seu primeiro trabalho após a morte de sua companheira Fernanda Young e contará com grandes nomes da teledramaturgia em seu elenco. Além de Taís e Lázaro, também protagonizam episódios Caio Blat e Luisa Arraes; Emílio Dantas e Fabíula Nascimento; e Fernanda Montenegro e Fernanda Torres. 

##RECOMENDA##

A série está sendo produzida de maneira remota. Desde às reuniões, até os ajustes de figurino, tudo tem sido feito através e uma plataforma de vídeo. Após definição das diretrizes,  o material necessário para as gravações é devidamente higienizado, é enviado à casa do elenco. Os próprios atores operam seus kits individuais de equipamento e são dirigidos à distância por Patricia Pedrosa. A estreia da atração deve acontecer ainda no segundo semestre de 2020. 

Na era do home office, diversas posturas inusitadas vêm chamando a atenção na internet. Nessa quinta-feira (30), um advogado participou de um julgamento deitado em uma rede. O jurista Marcus Albuquerque aparece expondo seus argumentos no item doméstico usado normalmente para momentos de descanso.

A transmissão ao vivo foi feita por meio do canal do Youtube do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA). A live foi referente a um julgamento da 4º Turma Recursal do TJ-BA. 

##RECOMENDA##

O vídeo contou com 3 mil visualizações. “Se é pra ter home office e não trabalhar na rede, nem vale a pena”, publicou um internauta nos comentários do vídeo. Mais de cinco profissionais participaram remotamente da sessão.

[@#video#@]

Ficar mais tempo em casa em razão do isolamento despertou certo incômodo com as condições do próprio lar. A vontade de melhorar determinado espaço, realizar reparos ou até mesmo criar um novo ambiente ganhou força. No entanto, as restrições da pandemia frearam as reformas e o segmento precisou adaptar-se.

Sem autorização para prosseguir com as obras, o tempo de suspensão foi difícil para o multiprofissional Cícero Castro manter as contas em dia. Ele é acionado para resolver "qualquer serviço de manutenção" e construção no Grande Recife e em cidades vizinhas. "Não apareceu serviço toda semana, mas sempre aparece alguma coisa pequena para fazer", lamentou, antes de completar, "Teve mais pedido para fazer manutenção mesmo. No geral foi mais parte elétrica, trocar interruptor e resolver reparos na parte hidráulica".

##RECOMENDA##

[@#galeria#@]

De casa nova, a autônoma Silvia Amaral estava insatisfeita com o piso e, mesmo em pandemia, aproveitou para trocar uma das portas. Na reta final para o fechamento dos armazéns, ela chegou a escolher os produtos presencialmente, mas sofreu dificuldade tanto na entrega, quanto para encontrar mão-de-obra capacitada.

"O orçamento era X e durante todo o período a lista não parava de crescer, gerando um desconforto grande e por muitas vezes impaciência", destacou. Silvia combinou a entrega pelo atendimento online da empresa e aguardou os materiais em casa.

Ela confiou no prazo do estabelecimento, mas conta que houve uma série de transtornos e o tempo da reforma precisou ser estendido. "Foi bem desgastante. Fiquei com material preso no depósito por mais de 25 dias, atrapalhando e gerando gastos extras", pontuou.

A gerente de E-commerce da Ferreira Costa, Flávia Chiba, confirma o aumento da demanda de pela internet e reforça que o setor precisou se adaptar rápido à nova realidade. "A gente viu que as pessoas realmente estavam precisando fazer melhorias em suas casas. Seja por que passaram esse tempo todo em casa, daí um buraquinho vira um buracão, seja para deixar o ambiente melhor", explica.

Atenta aos impactos que a pandemia causou no segmento, ela credita a alta na venda de móveis e utilitários à necessidade de criar escritórios domiciliares para atender ao regime home office. "As pessoas precisaram segurar um pouco as reformas que estavam para acontecer [...] quem não tinha um cantinho, precisou organizar", acrescenta.

Como o bem-estar vai além do conforto e relaciona-se com a identidade empregada ao espaço, "coisas que vão fazer com que seu ambiente fique mais legal de ser visto e de ser vivido" também tiveram papel fundamental para a receita da loja, durante a quarentena mais rígida, aponta a gerente ao ressaltar os itens de decoração.

A Suécia, que chamou a atenção por sua estratégia de combate à Covid-19 menos rigorosa, pediu nesta quinta-feira (30) que a população permaneça em trabalho remoto pelo menos até o dia do Ano Novo, no momento em que o país nórdico ultrapassa os 80.000 casos.

A medida, cujo objetivo em boa parte é reduzir as aglomerações nos transportes públicos, visa principalmente a facilitar as tarefas para os trabalhadores essenciais.

Recentemente, as autoridades suecas constataram uma diminuição do número de casos, sobretudo os graves, que exigem cuidados intensivos.

A agência de saúde pública sueca destaca, no entanto, que, se "os contatos aumentarem de novo, há um risco considerável de maior propagação (do coronavírus) durante o outono (primavera no Brasil)".

"Sempre tentamos estabelecer medidas sustentáveis e demonstrar resistência no trabalho a longo prazo que teremos que fazer para combater esta pandemia", argumentou o epidemiologista-chefe, Anders Tegnell, em coletiva de imprensa.

Desde o início da crise de saúde, o país nórdico registrou 80.100 casos de COVID-19, 318 nas últimas 24 horas, o que significa um dos níveis mais altos de contágio per capita na Europa.

De acordo com as autoridades locais, 5.739 pessoas morreram por causa do coronavírus na Suécia.

Ao contrário de outros países europeus, a Suécia nunca impôs o confinamento à sua população e gerou polêmicas sobre a pertinência de sua estratégia contra o coronavírus. Manteve as escolas para menores de 16 anos abertas, assim como cafés, bares e restaurantes.

A agência de saúde pública defende esta abordagem, que considera adequada a longo prazo, e rejeita as medidas tomadas por períodos relativamente curtos em outros lugares, considerando-as muito ineficazes com relação aos efeitos que têm na sociedade.

Sobre o uso de máscaras, apenas os profissionais de saúde são solicitados a usá-las.

Por causa da pandemia do novo coronavírus, o Google decidiu que vai manter a vasta maioria de seus 200 mil empregados e funcionários terceirizados trabalhando de casa até junho de 2021. Em um e-mail enviado a funcionários ontem, o presidente executivo da empresa, Sundar Pichai, confirmou a decisão, que havia sido antecipada pelo jornal americano Wall Street Journal. Inicialmente, o plano do Google era de manter seus escritórios fechados até o fim de 2020.

A decisão afeta não apenas os funcionários do Google, mas também de todas as empresas da Alphabet, holding que controla a gigante de buscas. "Sei que essa extensão pode ter reações mistas dentro da empresa, mas quero ter certeza de que todos vocês estão tomando cuidado nesse período", escreveu Pichai.

##RECOMENDA##

A decisão do Google foi recebida no mercado como um movimento sóbrio - a empresa foi a primeira das principais gigantes de tecnologia a estender até tão tarde a decisão de manter os funcionários longe de seus escritórios. Cogita-se que o gesto de Pichai pode influenciar outras empresas a ficar mais tempo em casa, em uma dinâmica que pode alterar os rumos do mercado de tecnologia.

Em vários países, os funcionários do Google tem trabalhado de casa desde antes de março, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou que o coronavírus era uma pandemia. Inicialmente, a empresa imaginou que poderia regressar à sua sede na Califórnia, entre agosto e setembro deste ano. Depois levou o prazo para janeiro e agora, para julho de 2021.

Segundo Pichai, a intenção é de dar mais facilidade para muitos funcionários e seus filhos se adequarem com escolas e habitações. "Espero que essa decisão ajude com a flexibilidade que vocês precisam para trabalhar e também se manter bem", disse o executivo no e-mail. Hoje, o Google tem 123 mil funcionários e outros 80 mil terceirizados - no Brasil, a empresa tem cerca de 1 mil pessoas.

Por enquanto, alguns países com sede menores da empresa estão em funcionamento presencial, como Austrália, Grécia e Tailândia, mas podem ser reavaliados ao longo dos próximos meses.

Outras empresas de tecnologia, por sua vez, têm adotado posturas diferentes com relação ao retorno aos escritórios. Presidente executivo do Twitter, Jack Dorsey afirmou há alguns meses que pretende que os funcionários da rede social possam trabalhar de casa para sempre. Já Mark Zuckerberg, do Facebook, manterá seus escritórios, mas espera que, em 10 anos, metade da empresa trabalhe à distância e só tenha de comparecer a um escritório eventualmente.

A Apple, por sua vez, chegou a demonstrar interesse na reabertura de lojas e no retorno de seus funcionários à sede em Cupertino, na Califórnia - por trabalhar com equipamentos físicos envoltos em segredos, a companhia teria maior necessidade do trabalho presencial que outras empresas. Mas, com o avanço no número de casos nos EUA, tais planos estão em suspenso. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Microsoft anunciou, nesta terça-feira (14), que irá trabalhar junto com a Citrix Systems, em um novo modelo de desktop em nuvem. De acordo com a gigante da internet, o projeto foi pensado a partir da mudança nas rotinas de trabalho, com o crescimento do home office, por conta da pandemia da Covid-19. "Mais organizações tornarão o trabalho remoto uma parte permanente de suas estratégias de gerenciamento de custos e força de trabalho", diz anúncio da Microsoft.

A intenção das organizações é acelerar a migração dos clientes para a nuvem e acelerar a adoção de áreas de trabalho digitais e desktops virtuais.  Nessa troca a Microsoft usará o portal Citrix Workspace e a Citrix, o Microsoft Azure como sua plataforma de nuvem. Serão oferecidas ferramentas e serviços conjuntos para simplificar e acelerar a transição dos clientes locais da Citrix para o Microsoft Azure, além da criação de um roteiro conectado para permitir uma experiência de trabalho flexível consistente.

##RECOMENDA##

“A pandemia da Covid-19 forçou as empresas ao redor do mundo a mudarem a maneira como os funcionários trabalham, enquanto ainda atendem aos requisitos de velocidade e segurança exigidos pelo atual ambiente de negócios incerto. No futuro, os modelos de trabalho híbridos se tornarão o padrão para muitos clientes, exigindo uma infraestrutura flexível para dar suporte, proteger e capacitar suas equipes ”, afirma David Henshall, Presidente e CEO da Citrix, em comunicado.

Como parte do novo contrato, a Citrix e a Microsoft desenvolveram um roteiro conectado com intenção de simplificar e acelerar a transição das cargas de trabalho de aplicativos para o Azure, além de aprimorar o desempenho dos Desktops Virtuais do Windows. A Citrix também investirá na construção de um Citrix Workspace centrado na Microsoft, para integrar os micro aplicativos do Windows Virtual Desktop e Microsoft 365, incluindo o Teams.

Disponibilidade

O Citrix Workspace está disponível para entrega no Azure a partir desta terça. Clique aqui para saber mais sobre como sua organização pode fazer a transição e sobre os benefícios que isso pode proporcionar. Os pacotes já podem ser encontrados no site da empresa.

Plataforma de compra e venda on-line do país, a OLX está contratando profissionais de diferentes segmentos para trabalharem nos escritórios da empresa em São Paulo e no Rio de Janeiro. Ao total, são mais de 40 vagas para segmentos como tecnologia, financeiro, compliance, recursos humanos, comercial, entre outros.

Atualmente, devido à pandemia do novo coronavírus, a seleção será realizada on-line, em que entrevistas e processos de admissão são realizados virtualmente. Os candidatos que forem aprovados recebem os materiais de trabalho em suas casas, o que faz com que não precisem ir até o escritório.

##RECOMENDA##

“Não é de hoje que somos adeptos ao home office e, a partir da pandemia, esse formato se fortaleceu. Nos adaptamos rapidamente. Aprimoramos nossa comunicação para apoiar nossos colaboradores e redefinimos os modelos de trabalho. Os novos profissionais entram já em esquema remoto e recebem em suas casas os materiais de trabalho. Também oferecemos horários flexíveis, apoio psicológico, aula de yoga, meditação, ginástica laboral, e todo o suporte necessário para cuidar da saúde física e psicológica de todas as pessoas que trabalham na OLX”, conta o CHRO da OLX, Sérgio Povoa, segundo a assessoria de comunicação.

Detalhes como prazo de seleção não foram divulgados. Para obter mais informações sobre as vagas abertas na empresa, acesse o site recrutamento da OLX.

LeiaJá também

--> USP poderá retomar atividades de pesquisas presenciais

Pesquisa da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA) mostra que há um grande potencial de expansão do trabalho em home office no Brasil, pós pandemia da Covid-19, em cargos de nível superior, gestores e professores. O estudo ouviu 1.566 profissionais em home office. 

Segundo a pesquisa, os trabalhadores ouvidos reportaram altos níveis de satisfação com seu trabalho em casa e uma percepção de que seu desempenho foi impactado positivamente com a modalidade do teletrabalho: 70% disseram que gostariam de continuar trabalhando em home office depois da pandemia; 19%, que não gostariam; e 11%, que são indiferentes.

##RECOMENDA##

De acordo com um dos coordenadores do estudo, professor da USP André Luiz Fischer, o isolamento, e o consequente trabalho em home office, desencadeados pela pandemia da Covid-19, serviram para destravar a migração do trabalho no escritório para a casa. 

“Foram quebradas várias barreiras cognitivas que dificultavam essa migração. Além disso, o isolamento provocou um aprendizado forçado e imediato de ferramentas que antes apenas conhecíamos como facilitadoras de conversas e encontros virtuais sociais. Tornaram-se instrumentos de trabalho e deram certo”, destacou.

A pesquisa mostra ainda que, dos entrevistados, 94% consideram-se comprometidos com a empresa em que trabalham, indicando que a prática do home office não interferiu nessa avaliação. Para 71%, o trabalho em casa é percebido como uma possibilidade de aumentar a produtividade, precisão e qualidade; e 76% disseram concordar que o trabalho em home office é compatível com a convivência familiar.

“As empresas se perguntam por que bancar aluguéis caros, e as pessoas, pelo menos em São Paulo, por que passar mais de 60 minutos, em média, no trajeto até o escritório. Vale deixar claro que essas constatações se aplicam a trabalhadores mais qualificados e de boa renda mensal. Tanto no que se refere ao maior potencial para o trabalho em domicílio, como na maior motivação para aderir a essa proposta", disse Fisher.

Segundo a pesquisa, os entrevistados têm, em média, 40 anos de idade, e oito anos na empresa atual, alta qualificação e ocupam posições de chefia. Os salários das pessoas ouvidas giram em torno de R$ 9,4 mil. As entrevistas foram feitas entre os dias 27 de maio e 3 de junho.

A foodtech Menu, empresa do setor alimentício que abastece os restaurantes e conecta distribuidores e indústrias do mercado foodservice, está com 20 vagas abertas para os setores de vendas, marketing e tecnologia.

Todo o processo de contratação, desde a seleção, assim como as etapas e testes, são realizadas totalmente online. O trabalho tem início imediato com esquema home-office. “Sabendo do desafio da integração dos novos ‘menudos’ em tempos de home office e coronavírus, estamos promovendo, semanalmente, um bate-papo para entender como eles estão se sentindo e se adaptando a essa nova realidade”, afirma o CEO da empresa, Leonardo Almeida. 

##RECOMENDA##

Por conta do trabalho remoto devido ao período de pandemia, a startup também oferece auxílio aos seus colaboradores para cobrir os gastos extras em casa. “Estamos disponibilizando as cadeiras do nosso escritório, para que os colaboradores tenham o mesmo conforto em suas casas”, comenta o Almeida.

Entre os benefícios, a empresa oferece apoio psicológico, jurídico, financeiro e social, por meio do Programa Gente 360. As inscrições, bem como detalhes sobre salários e benefícios podem ser conferidos durante a candidatura às vagas, realizada por meio do LinkedIn.

A nova rotina de Alexandre Cavalcante ilustra bem o resultado de pesquisa conduzida pela FIA e FEA/USP sobre o home office forçado pela Covid-19. Funcionário de um banco de investimentos, Cavalcante improvisou uma mesa de operações dentro de seu apartamento. Colocou em uma gaveta aberta o notebook do banco com as cotações de mercado e as ordens de serviço e compartilhou o sistema com seu computador pessoal, que antes era usado como videogame.

"O resultado tem sido satisfatório. Apesar de algumas vezes eu estar no meio de uma negociação complicada e entrar um dos meus dois filhos gritando para colocar Power Rangers na televisão", diz ele. "Dá para trabalhar bem, mas rotina em casa é chata. Gosto de pessoas."

##RECOMENDA##

Realizada entre os dias 27 de maio e 3 de junho, a pesquisa mediu a percepção de trabalhadores alocados em cargos de média e alta gestão nesses primeiros três meses de home office.

Apesar de trabalharem mais do que oito horas por dia, sendo que 12% relatam jornadas acima de 10 horas, sete dias por semana, e de contarem com pouco suporte de infraestrutura - apenas 13% dizem dispor de equipamentos apropriados cedidos por suas empresas -, 7,5 em cada 10 executivos afirmam ter uma percepção positiva da experiência.

Ainda segundo a pesquisa, obtida com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo, cerca de 70% deles se dizem motivados a continuar trabalhando em suas casas depois do término do período de isolamento compulsório.

"Esse resultado nos surpreendeu positivamente", afirma o professor da FEA/USP e coordenador de cursos de gestão de recursos humanos da FIA, André Fischer. "Observamos que, embora com pouco auxílio das empresas, no sentido de suprir os seus executivos com equipamento, eles estão satisfeitos com o home office e mantêm um alto índice comprometimento", afirma.

Segundo a pesquisa, 47% dos entrevistados afirmam que não contam com nenhum equipamento ergonômico, como cadeiras, suportes para computador e bases para os pés. A infraestrutura de trabalho em casa é, em sua maioria, de propriedade do profissional, assim como as despesas decorrentes com internet (93%) e energia elétrica (97%). Até mesmo o computador corporativo não é realidade para 39% dos trabalhadores em nível de gestão.

Para o paulistano Alan Couto, que trabalha como gerente de operações em uma rede de escolas de idiomas, a falta de equipamentos para o teletrabalho está associada ao inesperado da situação. "De uma hora para outra estávamos trabalhando em casa", diz ele, que está em home office desde a segunda quinzena de março. "Tenho uma equipe com mais de 30 pessoas e não temos máquinas para todos. Eles estão trabalhando com o que têm em casa", diz.

No ambiente corporativo, a percepção é de que muitas empresas esperavam por um período relativamente curto de home office.

"No começo, a quarentena iria até 30 de abril em São Paulo, depois até 15 de maio, depois 30 de maio. Agora que percebemos que ela será longa, com um retorno em fases", afirma Paôla Borges, gerente comercial da empresa de locação de mobiliário John Richard.

Há dez dias, a empresa lançou um serviço de aluguel de home office. "Quando caiu a ficha, mudamos do escritório para o home office. Em dez dias temos mais de 500 contratos em análise", afirma. "Minha opinião é que as pessoas e as empresas gostaram de trabalhar em casa e isso veio para ficar."

Crise

Na opinião de Alan Couto, independentemente de gostar ou não do home office, a percepção positiva captada pelos profissionais na pesquisa se dá pelo fato de que eles se mantêm empregados em um momento de grave crise. "As pessoas têm se dedicado ao trabalho. Estão com medo de perder o emprego."

Responsável pela pesquisa, Fischer compartilha da mesma opinião. "Não temos isso no levantamento, mas é claro que o momento de grave crise afeta nesse cenário positivo", diz. "Uma outra explicação para a boa receptividade do home office é o tempo economizado com o deslocamento até o trabalho, que era motivo de queixa dos trabalhadores. A maioria demorava em média 61,5 minutos no trajeto diário de ida e volta ao trabalho", afirma ele.

A pesquisa ouviu 1.566 pessoas, sendo que 64,4% são de pós-graduados e 42% atuam em posições de alta gestão, como presidente, diretor, gerente, coordenador ou supervisor, recebendo um salário bruto médio acima de R$ 9 mil.

A maioria dos pesquisados (58,3%) não trabalhava em home office antes da pandemia. Agora, sete em dez trabalham cinco dias da semana em casa. Exercem suas atividades em um cômodo da residência que é compartilhado com outras atividades domésticas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quando as empresas tiveram que parar suas atividades presenciais, por conta da propagação do novo coronavírus, uma grande dúvida pairava no ar: como manter os empreendimentos atuantes, sem poder reunir as equipes? A saída foi o trabalho remoto, ou home office, que se tornou uma necessidade e começa a se mostrar uma nova alternativa permanente daqui para a frente. Nesse cenário de distanciamento, o papel do líder ganhou ainda mais importância, pois é ele o responsável por controlar a equipe, mantê-la unida e motivada, mesmo sem o contato físico. É preciso saber lidar com diversos fatores.

Um levantamento da consultoria Cushman & Wakefield, que entrevistou líderes de multinacionais instaladas no Brasil, mostrou que o home office deve passar a ser adotado como modalidade definitiva para 73,8% dos entrevistados. Uma prática que veio para ficar. Cabe, portanto, ao líder/gestor a responsabilidade de se capacitar e preparar para esse contexto. Creio que o mais importante, nesse momento, é que o bom líder saiba manter a equipe motivada e focada nas metas e nos objetivos. É preciso um trabalho permanente de acompanhamento de perto de todas as atividades desenvolvidas e das entregas realizadas. Trabalhar a distância pode dar a impressão de “moleza” e relaxamento, mas isso não pode acontecer. O gestor atento pode identificar os colaboradores que apresentam desempenho abaixo do esperado e prestar mais atenção neles.

É sempre necessário ter em mente que, por enquanto, ainda estamos em uma realidade de isolamento, o que pode afetar a saúde mental das pessoas. Este é mais um ponto a que o gestor deve estar especialmente, prezando pelo bem estar de seu time. Pode ser até o caso de se pensar em atividades “extra-trabalho”, como dinâmicas, rodas de conversa ou mesmo momentos de “descompressão”, em que os funcionários possam conversar, compartilhar a experiência de trabalhar a distância e isolados, enfim, desabafar. Nunca se sabe o que se passa na cabeça das pessoas, e oferecer oportunidades de externar esses sentimentos pode contribuir no desempenho delas. Bem-estar reflete-se em produtividade.

A pandemia do coronavírus gerou diversas mudanças nas relações sociais e o home office é uma delas, que pode se tornar uma realidade definitiva para muitas empresas nos próximos anos. Os colaboradores não devem, no entanto, ser deixados “à própria sorte”, mas acompanhados ainda mais de perto por seus líderes, que devem ser exemplo, motivação e inspiração no ambiente de trabalho. Se, no trabalho presencial, a posição de gestão já era de grande responsabilidade, agora, sem a convivência diária, torna-se ainda mais vital para o sucesso de qualquer empresa.

Junto com a pandemia global do novo coronavírus, vieram as mudanças na dinâmica no universo do trabalho, que em muitos casos passou de presencial para virtual. Essa realidade é o caso de Maria Souza*, 21 anos, que é professora em uma unidade particular de ensino infantil na cidade do Recife, capital de Pernambuco. O que ela não esperava é que, mesmo em home office, episódios de assédio moral sofridos desde a época de estagiária também iriam ser “adaptados” para a modalidade on-line. 

O relato de Maria reflete situações que outros trabalhadores passam frente a pandemia da Covid-19, que por sua vez, agravam ainda mais o terror psicológico acentuados pela crise. Desde os 19 anos que ela trabalha na escola, na qual sofre diversos ataques caracterizados como assédio moral - quando funcionários são submetidos a repetitivas ações de violência verbais e psicológicas em ambiente de trabalho. 

##RECOMENDA##

“Ele [chefe] praticamente quer mandar em nossas vidas e comportamentos, dentro ou fora da escola. Agora no home office, ele fica o tempo todo ligando, cobrando tipo cinco atividades adiantadas e que a gente sempre esteja disponível no grupo da escola”, relata a vítima. 

Neste período com a crise sanitária, o contrato da professora passou por alterações, segundo determinado pela Medida Provisória nº 936/2020, que autoriza redução de salário, readequação de carga horária e até mesmo suspensão temporária de atividades. Com isso, Maria, que antes atuava presencialmente de segunda a sexta-feira no turno da manhã, agora realiza as atividades profissionais de casa, da forma, on-line, em mesma carga horária e turno, mas com salário reduzido. Mesmo nessas condições, a cobrança excessiva por parte do patrão só aumentou. 

“Depois que combinou isso da gente [professores] ficar junto dos pais em casa no suporte, ele passou a ser tipo mais autoritário. Ele fala lá [no grupo do WhatsApp] que a gente tem que à noite dar suporte aos pais para fazer atividade da criança. Mas estamos repassando as atividade durante o dia, momento em que estamos disponíveis para os pais”, explicou Maria ao LeiaJá

De acordo com o advogado Paulo Rodrigo, o assédio moral, também conhecido como "terror psicológico", é um tema comum no âmbito do direito trabalhista, e que continua a assombrar vítimas tanto na forma presencial de exercer as funções quanto no no método remoto.

“Essa conduta [o assédio moral] pode se dar através de cobranças excessivas; perseguições virtuais; invasão na esfera pessoal, familiar da vítima; ameaças de desligamento da empresa, em virtude do atual estado de calamidade pública; por canais de comunicação como telefone, mensagens via aplicativos, reuniões virtuais, e-mails, com principal intuito de desequilibrar a vítima”, explica o jurista. 

Paulo também ressalta que o assédio moral pode acontecer em duas formas, sendo "vertical", quando feito pelo empregador, ou "horizontal", quando ocorre entre os funcionários. Ele destaca, ainda, que essas situações podem ser configuradas também na forma virtual, a partir da invasão da privacidade do trabalhador. 

No caso relatado por Maria, o assédio é realizado na forma vertical, na qual o uso das redes sociais torna-se a principal ferramenta de perseguição utilizada pelo assediador. A vítima fala que não possui muitas alternativas para se proteger, e que em muitos momentos precisa “desaparecer” das plataformas digitais, fora do horário de expediente, para que possa realizar as atividades cotidianas da vida particular.

“Eu tenho que fazer as atividades em um dia e entregar no outro, por exemplo, na terça para entregar na quarta. Daí quando dá 8 horas da manhã, a gente tá ligando e fazendo as atividades e ele já anuncia que a "escola está aberta" e faz diversas ligações durante todo dia”, relata a jovem. “Onde eu trabalho não tem setor de Recursos Humanos (RH) e para me proteger eu tenho tentado ignorar, sumo das redes sociais”, desabafa a professora.

Em entrevista ao LeiaJá, a consultora de RH e psicóloga Lúcia Araújo analisa que é possível notar o assédio em atitudes em que os trabalhadores sejam constrangidos ou humilhados, sendo colocados em situações que afetam diretamente sua integridade e dignidade. 

“A violência praticada na relação de trabalho, tanto no ambiente da empresa ou no home office, são essas situações em que coloca o trabalhador em um lugar de vulnerabilidade. Situações repetitivas provocando diminuição da autoestima e causando danos à saúde física e mental”, elucida a psicóloga. 

Lúcia enfatiza que com o trabalho home office episódios como esses, explanados pela professora vítima de assédio moral, podem ser mais frequentes devido a vulnerabilidade ocasionada pela situação. Por vezes, induzindo ao assediado a "aceitar" essa condição, possibilitada pelo medo, do mesmo jeito que a Maria se assujeita.  

“Com o trabalho home office essa predisposição aumenta porque o trabalhador, neste momento de incertezas quanto a manutenção de seu emprego, sente-se inseguro quanto ao que vem pela frente e muitos se submetem aos maus tratos que podem vir de várias formas, como falta de recursos para se trabalhar, excesso de carga horária, metas difíceis de serem atingidas, cobranças excessivas, foco nos pontos fracos do trabalhador ao invés de fortalecer seus pontos fortes, entre tantos outros fatores”, explica Araújo.

A psicóloga ainda aponta que um setor de Gestão de Pessoas, ou como é mais conhecido, Recursos Humanos, tem um papel crucial para combater comportamentos abusivos no ambiente de trabalho, sobretudo com advento da pandemia global. 

“O RH tem como desafio identificar as situações de insatisfação dos funcionários através de pesquisa interna do clima em cada departamento, inclusive no trabalho home office, para identificar possíveis situações e agir na prevenção da prática de assédio moral”, disse.

Causas do assédio em tempos pandêmicos

É comum a instabilidade emocional neste período, entre doses de incertezas e desolamento, profissionais podem chegar às últimas consequências, pedindo demissão. Foi o que aconteceu entre alguns colegas da professora Maria, que assim como ela, foram acusados de mentir sobre as etapas de execução e envio das atividades para os alunos de suas turmas. 

“Eu acho que tem assédio moral pelo fato dele ser bastante grosso, autoritário, sem regularidade na forma de acompanhar o trabalho. Inclusive uma professora, colega de trabalho, pediu demissão durante a pandemia. Eu só não joguei tudo pro alto ainda por que preciso”, enfatizou a vítima.

Por causa dessa conduta do chefe, Maria passou a sentir com mais força os efeitos trazidos pela pandemia. Sente que está sobrecarregada e ansiosa, consequentemente mais irritada e intimidada, visto toda a situação em que está inserida. 

Nesse contexto, em um momento delicado para essas pessoas que lidam com isolamento social, contaminação pelo coronavírus, adoecimento de parentes e amigos, esses sentimentos são potencializados por outras preocupações, como instabilidade profissional, medo de ser demitido, preocupação em manter a empregabilidade e vida financeira.

“Quem trabalha em home office, manter uma rotina de trabalho é bem difícil. Quem já tinha predisposição a ansiedade, depressão, transtornos obsessivos, com a pandemia a tendência é intensificar os sintomas. A pressão do trabalho por resultados, sem levar em consideração os aspectos emocionais dentro do contexto que o mundo está vivendo, acarreta prejuízos à saúde do trabalhador que pode desenvolver o Estresse Pós Traumático (EPT)”, explica a psicóloga Lúcia Araújo.

Lúcia também explica que, neste período, que esses traumas podem refletir na entrega do trabalho realizado pelo funcionário, estendendo-se a danos que podem ser permanentes a vida da pessoas, impactando de forma negativa. “Nosso cérebro foi criado para trabalhar de forma organizada, a fazer uma coisa a cada vez, por mais que o homem tenha se adaptado às demandas do trabalho multifuncional, nosso cérebro, comprovado pela neurociência, não funciona de forma criativa sob pressão, imagina tendo que lidar também em situação de violência nas relações de trabalho?”, questiona.

“Chega um determinado momento em que o corpo gera os sintomas relacionados ao estresse como forma de dizer para você que algo não vai bem, que é preciso parar para repensar sua rotina, sua forma de interagir e lidar com as dificuldades da vida pessoal e profissional”, conclui a psicóloga.

Alternativas para se proteger

Da mesma forma que a empresa em que Maria trabalha não tem um setor que cuide de assuntos relacionados ao clima organizacional, ou trate questões como de assédio moral ocorridos, outros milhares profissionais de pequeno ou micro empresas são constantemente inseridos em circunstâncias desfavoráveis.

Em uma visão geral, sobre os casos de assédio moral via home office, o advogado trabalhista Paulo Rodrigo fala sobre a importância da empatia - capacidade de se colocar no lugar do outro - que empregadores e gestores devem ter para com seus funcionários em atividades remotas. 

“Estamos presenciando uma situação jamais vista. Um momento em que a empatia é primordial para a excelente execução das atividades contratuais. Se colocar no lugar do outro para saber os desafios e dificuldades encontradas é essencial. Se houver o afastamento do funcionário por questões de abalo à sua saúde mental, a empresa pode ter maiores dificuldades na concretização das suas necessidades e acabar prejudicando seu negócio”, explica.

Perguntado sobre quais caminhos os trabalhadores em home office podem utilizar para se proteger dessas situações, o advogado orienta que “caso o empregado sinta que se encontra diante de situações em que o assédio moral se configura de forma virtual, com invasão à sua privacidade, ele pode realizar mecanismos de proteção para comprovação dos respectivos danos sofridos pelo agente assediador, como, por exemplo, realizar a gravação integral das conversas, ligações, vídeos; arquivar e-mails com conteúdos degradantes, fotos, dentre outros”. 

Munido dessas informações, o profissional pode denunciar na forma legal os abusos sofridos dentro da empresa, dando entrada em processo judicial, assim como em outros processos de assédio sofridos em local de trabalho. Para trabalhadores de empresas com setor de Gestão de Pessoas a recomendação, primeiramente, é formalizar denúncia através deste recurso. 

O advogado ainda pontua que as empresas devem se adequar às novas necessidades do mercado, acordando previamente a forma que irão se comunicar com o funcionário, de preferência estabelecendo regras e limites no contrato de trabalho home office, que é de suma importância, para não haver erro na interpretação e acabar gerando equívocos entre os envolvidos, e que, por sua vez, respeitem os limites das atribuições reservadas a cada profissional. Paulo Rodrigo ressalta, ainda, que a comunicação é essencial para entender as necessidades de ambos. 

Segundo Lúcia, é preciso que haja iniciativa da empresa para se tornar bem quista aos olhos dos colaboradores. “Uma empresa que valoriza seus funcionários com boas práticas de convivência entre seus colaboradores, com políticas de combate ao assédio, com canais de ouvidoria para denúncias, com palestras e reuniões sobre o assunto e como ele pode se desencadear dentro e fora do ambiente de trabalho, é uma empresa preocupada com o bem estar da saúde mental de seus trabalhadores”, diz.

Ela ainda recomenda que o “trabalhador que está sob essa condição, sentido perseguido, humilhado na relação com líder ou colega de trabalho, deve se abrir com alguém que confie, levar a situação ao gestor de recursos humanos, que saberá como tratar a situação sem colocá-lo em exposição. A atitude assertiva ainda é o diálogo aberto e franco para tentar resolver o conflito”, disse psicóloga ao LeiaJá

“A prática da Comunicação Não Violenta (CNV) é um processo desenvolvido pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, usado mundialmente para promover a paz e resolver conflitos, ajuda as pessoas a entrarem em contato com suas reais necessidades e aprenderem a fazer um pedido sem magoar sem diminuir o interlocutor, se relacionando de forma assertiva e respeitosa”, completa.

*Nome fictício criado para proteger a identidade da vítima

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando