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O Ministério da Educação (MEC) irá prorrogar o prazo para execução de atividades remotas no ensino superior para 31 de dezembro. As Instituições de Ensino Superior (IES) ainda serão autorizadas a ofertar atividades de laboratório e estágios em formato não presencial, em decorrência da pandemia do novo coronavírus. O anúncio antecipado foi dado pelo diretor de Políticas Regulatórias da Secretaria de Supervisão da Educação Superior (Seres-MEC), Márcio Coelho, nesta terça-feira (16), durante encontro on-line promovido pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES).  

De acordo com Coelho, a oficialização será publicada no Diário Oficial da União até quinta-feira (18), com as diretrizes e a regulamentação das novas medidas para atualização dos prazos. A flexibilização das atividades de laboratório e estágios supervisionado serão realizadas à distância, desde que respeite as Diretrizes Curriculares Nacionais e o Programa Pedagógico do Curso. 

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Além do representante do MEC, Márcio Coelho, líderes da ABMES participaram do encontro on-line. O evento foi mediado pelo diretor-presidente da ABMES, Celso Niskier, e com a presença do presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Luiz Roberto Liza Curi, e do diretor executivo da Associação, Sólon Caldas. A conferência foi realizada através do canal do Youtube da ABMES. 

Para o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Luiz Roberto Liza Curi, as mudanças representam uma seguridade aos estudantes do ensino superior com relação a manutenção do processo de formação e de aprendizagem. “Todas essas medidas são para agora, para atender a uma crise, e mitigar os seus efeitos, para que a gente consiga formar estudantes e mantê-los mobilizados no processo de aprendizagem”, declarou.

Perguntado por internautas sobre como irão funcionar as atividades práticas remotas, Márcio Coelho falou exemplos em cursos específicos para ilustrar como pode ser realizado.  “Há muito o que pode ser feito remotamente. O Judiciário tem processos digitalizados e, de casa, o aluno pode elaborar um parecer e enviar para a supervisão do professor. Hoje, muitos escritórios de engenharia dispensam a presença na elaboração de projetos e essa realidade é ainda mais comum para os alunos de TI que programam de casa”, explicou Coelho, durante a live.

Desde o início da pandemia da Covid-19, foram tomadas medidas para mitigar o contágio pelo vírus, sendo uma delas a suspensão de aulas presenciais e transição para aulas remotas. Neste sentido, a medida é permitida pelo mesmo tempo em que foi definido e aprovado pelo Congresso decreto presidencial que instituiu o estado de calamidade pública no país.

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A pandemia ocasionada pelo novo coronavírus fez com que as pessoas tivessem que mudar seus hábitos, uma vez que é preciso evitar a circulação desnecessária para combater a propagação do vírus. E diante dessa realidade, profissionais tiveram que começar a trabalhar em home office para seguir as recomendações de distanciamento social.

Para melhorar esse processo de trabalho em home office, a prática de treinos cerebrais pode ser uma boa aliada. A especialista em ginástica do cérebro do Método SUPERA Olinda, Gizella dos Anjos, conta que manter o foco e a disciplina é o desafio para quem está trabalhando no formato home office. Segundo ela, intensificar a atenção é o primeiro passo.

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“Potencializar a atenção é primordial, pois ela é a porta para uma memória ativa e um bom aprendizado. É importante condicionar o cérebro através de atitudes simples, como aprender algo novo - a quebra da rotina com a inserção de uma nova atividade ou fazê-la de uma forma diferente, fortalece as conexões neurais - ; manter os horários bem definidos, dividindo-os entre os afazeres e lazer – é importante realizar pequenas pausas entre uma atividade e outra, pois o nosso cérebro mantém-se concentrado em uma determinada tarefa no período de 50 a 60 minutos – ; praticar atividades relaxantes favorece a atividade cerebral; dormir e se alimentar bem mantém o bom funcionamento do órgão; realizar jogos de tabuleiro estimula habilidades cognitivas; fortalecer a memória, buscando memorizar coisas simples do dia-a-dia , exemplo: lista de compras”, alega a especialista.

Segundo Gizella, fazer o treino constantemente gerará uma maior produtividade e uma melhor performance. Para isso, é preciso que o cérebro receba estímulos diferentes e de qualidade. “O que não implica em uma carga horária alta. A consistência e a qualidade são mais relevantes”, acrescenta.

De acordo com a especialista, ginástica para o cérebro “é a prática de exercícios que estimulam e potencializam habilidades cognitivas e socioemocionais, tais como: atenção, memória, raciocínio lógico, coordenação motora, autoconhecimento". Ela traz mais detalhes: "Utilizamos ferramentas pedagógicas, tendo como base a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade que o cérebro tem de se adaptar de acordo com estímulos recebidos”.

Gizella conta que o intuito da ginástica é manter o cérebro em atividade contínua, melhorando a capacidade de aprendizado, memorização e raciocínio, o que gera um melhor desempenho nas mais diferentes funções do cotidiano, assegurando maior reserva cognitiva. Sobre os recursos utilizados na ginástica para o cérebro, a especialista conta que são os seguintes: “Ábaco – principal ferramenta utilizada no Método SUPERA -, exercícios variados com níveis de desafio crescente, jogos, dinâmicas, Supera Online (plataforma de jogos on-line com jogos que estimulam raciocínio lógico, visão espacial, memória, atenção e linguagem) e neuróbicas”.

A diretora acadêmica do Método SUPERA, Solange Jacob, diz que o principal objetivo do processo é proporcionar às pessoas a emoção de pensar e agir de maneira inovadora. “E para isso, a ginástica para o cérebro se faz importante em todas as idades e nas mais diferentes áreas da vida. Primeiro precisamos entender o que é ter um cérebro bem exercitado, estimulado e funcional. Existe um conceito científico que sustenta a importância de se exercitar o cérebro por toda a vida. É o conceito científico de neuroplasticidade, que mostra que todo mundo pode se modificar, ou seja, estimular o cérebro com atividades novas, variadas e cada vez mais desafiadoras", complementa a especialista.

De acordo com Solange, a organização é peça fundamental durante a realização de exercícios cerebrais. Há, também, a necessidade de um trabalho em cojunto com o corpo. "Atividades para o cérebro são traduzidas como estímulos, então é por meio dos estímulos de qualidade organizados é que ele é capaz de criar novas conexões, restabelecer conexões neurais e melhorar seu desempenho. Exercitar nosso cérebro sistematicamente de diversas maneiras é tão importante quanto o exercício para o nosso corpo. Esta ‘malhação’ para o cérebro acontece quando nos dedicamos a aprender algo, quando criamos o hábito de nutrir e exigir mais do cérebro com experiências variadas de qualidade. 

Sobre como devem ser feitos os treinos cerebrais para ajudar as pessoas que estão trabalhando em home office, Solange Jacob conta que as evidências indicam que o treinamento cognitivo pode ajudar alguns aspectos da memória e do pensamento e inclui exercícios para desafiar o cérebro. “As evidências sugerem que o treinamento cognitivo pode melhorar alguns aspectos da memória e do pensamento e inclui atividades para desafiar o cérebro, como palavras cruzadas, situações para tomada de decisão, memória, criatividade, raciocínio lógico, quebra-cabeças de Sudoku e jogos digitais sob medida. Eles fornecem exercícios mentais direcionados a diferentes domínios cognitivos e, portanto, podem fornecer uma 'dieta equilibrada' de atividades cognitivas", exemplifica.

O trabalho remoto ou o trabalho em home office, em que o uso excessivo do computador pode causar fadiga ocular, ansiedade e insônia, exige que o treino cerebral seja feito de maneira constante, uma vez que deve ser considerada a premissa de que ‘quanto mais você usa o seu cérebro, mais cérebro você tem’. "A maioria das atividades que realizamos em nossas vidas diárias depende de várias funções cerebrais ou cognitivas, incluindo memória, linguagem, planejamento e velocidade de processamento. Uma diversidade de atividades oferece a oportunidade máxima de praticar muitas habilidades importantes de pensamento", acrescenta a diretora acadêmica. 

Dicas importantes 

O psicólogo Dino Rangel diz que, em casa, no home office, a pessoa terá que ter uma prática maior do autocontrole e da autodisciplina, por isso o treino cerebral é importante, pois vai ajudá-la no exercício dessas capacidades cognitivas. “As pessoas que trabalham em home office, elas, de alguma forma, precisam ter maior autodisciplina, elas precisam ter um maior autocontrole do tempo. Por quê? Porque diferente do ambiente do trabalho, que elas já terão o tempo pré-determinado, pré-estabelecido, em casa elas terão que ter uma autodisciplina maior, porque elas terão que lidar com a não-quebra da não-interrupção desse trabalho. Ou seja, a pessoa que trabalha em casa, ela tem que ter um cuidado com o perigo da distração permanente", alerta Rangel.

"O indivíduo pode se distrair facilmente, o tempo todo. Olha a geladeira, uma televisão, um jogo, um filme. Por quê? Porque ali ele não está sendo supervisionado, e por não ter uma supervisão superior, pode boicotá-la, pode conduzi-lo a uma distração maior.

O psicólogo conta também que os treinos cerebrais podem gerar um maior aperfeiçoamento dos aspectos cognitivos do indivíduo. “Os treinos cerebrais podem trazer um maior aperfeiçoamento exatamente dos aspectos cognitivos da pessoa. Podem desempenhar um maior autocontrole, uma maior autodisciplina, pode desempenhar um maior foco, uma maior auto concentração, uma maior capacidade de desenvolvimento melhor da atividade, maiores habilidades, aptidões, capacidade de desenvolvimento melhor de compreensão, de leitura, de interpretação, de foco, de compreensão e inteligência emocional de você lidar com o tempo”, explica.

Para o psicólogo Dino Rangel, esses exercícios precisam ajudar e elevar o bem estar das pessoas. No entanto, caso as dificuldades permaneçam, os treinos, sozinhos, não resolverão os problemas.

"O treino cerebral pode ajudar, mas é preciso entender que se há aspectos negativos, neurobiológicos ou psicológicos, a pessoa precisa de uma ajuda especializada com um psicólogo. Se a pessoa não está conseguindo desempenhar bem a sua atividade no trabalho em home office nesse momento de pandemia, ela deve procurar um profissional da área psicológica", alerta Dino Rangel.

Com o avanço da pandemia do novo coronavírus, o teletrabalho se tornou uma alternativa para manter as atividades de empresas e organizações que não puderam continuar com a atuação presencial por causa dos riscos de contaminação. Empresas pensam em adotar essa modalidade para trabalhadores após a pandemia, mas organizações de defesa dos trabalhadores alertam que é preciso tomar cuidado com essa prática

Segundo levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), até abril 59 países adotaram a alternativa do teletrabalho. O Escritório de Estatísticas do Reino Unido estimou em 30% as atividades que poderiam ser feitas de casa. Estudo dos pesquisadores Johathan Dingel e Brent Neiman indicou que 34% das ocupações nos Estados Unidos poderiam ser feitas remotamente.

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Outra investigação, do pesquisador Ramiro Albrieu, avaliou esse índice para a Argentina e concluiu que entre 26% e 29% das atividades laborais poderiam ser mantidas dessa maneira. Análise de Tito Boeri, Alessandro Caiumi e Marco Paccagnella estimaram esse percentual em 24% na Itália, 28% na França, 20% na Alemanha, 25% na Espanha e 31% na Suécia.

A OIT projetou que ela poderia ser empregada em 18% dos postos de trabalho. O índice sobe para 30% na América do Norte e na Europa Ocidental, e cai 6% na África Subsaariana e 8% no Sudeste Asiático.

Brasil

No Brasil, o Ministério da Economia não tem esse levantamento. A Confederação Nacional do Comércio estima que durante a pandemia essa alternativa tenha crescido cerca de 30%.

Em consequência da pandemia,muitas empresas que não tinham o teletrabalho como prática agora estão usando. Algumas já informaram que pretendem continuar com o trabalho remoto, já que há redução de custos e, em alguns casos, ajuda a manter bons funcionários, que preferem trabalhar remotamente”, analisa o economista da entidade Evandro Costa.

Segundo levantamento da Catho, empresa de recrutamento e gestão de recursos humanos, aumentou a oferta de vagas de postos cuja atuação pode ser feita remotamente, como operador de call center (2.015%), consultor de relacionamento (845%), analista de atendimento (127%) e programadores web (55%).

Na avaliação da gerente de Gente e Gestão da Catho, Patrícia Suzuki, as empresas não estavam preparadas para lidar com o teletrabalho. Ela acredita, no entanto, que a pandemia acabou acelerando um processo que, de alguma forma, já estava em curso. “Daqui para a frente, a oferta dessa alternativa será um fator para reter talentos dentro das companhias”.

Cuidados

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou diversas análises e orientações sobre o tema durante o período da pandemia. Jon Messenger, especialista em organização do tempo de trabalho da entidade, destaca algumas dicas para torná-lo eficaz.

No gerenciamento, é importante que chefias estabeleçam metas e tarefas claras e acompanhem sua evolução, mas sem exagerar na imposição de relatórios. Essas demandas devem ser ajustadas no caso de trabalhadores que cuidam de outras pessoas (sejam filhos ou familiares), uma vez que a pandemia resultou no fechamento de escolas. Além disso, ao ficar em casa e não no ambiente de trabalho esses cuidados são demandados e devem ser considerados na rotina.

O especialista lembra a necessidade de garantir equipamentos adequados, o que inclui não somente computadores e telefones como programas que permitam a sua execução remota. “Apps apropriados, suporte de tecnologia adequado e treinamento para trabalhadores e gestores”, diz Messenger no site da OIT.

As dinâmicas devem ficar claras, incluindo as expectativas, as tarefas que serão desempenhadas e as horas, tanto as de trabalho quanto aquelas nas quais os empregados podem ser contatados. Ele defende que o trabalhador possa ter flexibilidade para realizar as tarefas no local que convir, desde que permaneçam à disposição no horário de trabalho.

À Agência Brasil, especialistas em saúde do trabalho alertaram também para as condições do ambiente e do mobiliário e à necessidade de controle do tempo pelo trabalhador, para que a modalidade remota acabe não aumentando a carga de tarefas.

Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou situação de pandemia pelo novo coronavírus, em março, empresas de todos os setores precisaram adaptar suas dinâmicas de trabalho às medidas de isolamento social. Adotaram o trabalho remoto, que não era realidade para 51% das companhias brasileiras até então. Após o choque inicial, 80% dos gestores disserem gostar da nova maneira de trabalhar, de acordo com pesquisa da ISE Business School. "Mudanças que ocorreriam em cinco ou dez anos já estão acontecendo", disse Cesar Bullara, diretor e professor do departamento de gestão de pessoas do ISE.

Segundo ele, a nova realidade veio para ficar. Das empresas que ainda não adotavam o home office, 65% são de controle familiares e de capital nacional. Os outros 35% são multinacionais. Na visão de Amélia Caetano, consultora especializada em trabalho remoto no Instituto Trabalho Portátil, as multinacionais já estavam mais bem preparadas, principalmente do ponto de vista tecnológico, par essa realidade, enquanto as empresas nacionais tinham investido pouco nesse sentido. Para ela, eventos inesperados, como o coronavírus, têm essa capacidade de "antecipar" o futuro.

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Para Adriana Santana, diretora de recursos humanos da empresa de nutrição nacional Elanco para Brasil e Cone Sul, o isolamento social tem exigido constante adaptação. "Já trabalhávamos de forma mais flexível na empresa, mas esse é um desafio, porque agora os quatro estão em casa", disse ela, que é casada e tem dois filhos, de 9 e 10 anos.

Para organizar a vida familiar e profissional no mesmo espaço, Adriana disse que foi necessário definir barreiras. "Foi difícil, mas bloqueei algumas horas do dia para momentos com eles. Para meus filhos, foi confuso de repente ter os pais em casa e, ao mesmo tempo, não ter nossa total atenção." Apesar desse tipo de dificuldade, a pesquisa apontou que quase 90% dos gestores consideraram que o trabalho remoto ajudou a melhorar as relações familiares.

Competências

Segundo os dados do ISE Business School, a flexibilidade foi apontada como uma das competências mais desenvolvidas neste período - foi citada por 81% dos entrevistados. A habilidade só fica atrás da resiliência, a capacidade de superar dificuldades, mencionada por 82%. Outras características citadas foram autodisciplina e confiança, além da construção de uma relação mais francas entre chefes e equipes.

Para a especialista em trabalho remoto Amélia Caetano, os gestores precisam se preparar para acompanhar as tarefas e entregas, e não a quantidade de horas trabalhadas. "Muitos líderes se viram nessa nova situação e estão vendo que funciona", ressalta.

Renato Camargo, líder da empresa de pagamentos Recarga Pay no País, vê algumas dificuldades no trabalho remoto. Para ele, não ter os colaborares por perto dificulta o trabalho. Na opinião do executivo, o momento sensível exige uma nova postura dos líderes. "É preciso cuidar mais da gestão do comportamento e da saúde mental dos colaboradores, reduzindo as preocupações com metas."

Produtividade

De acordo com a pesquisa, 60% dos entrevistados afirmaram que o home office ajudou a melhorar a eficiência e a produtividade. Apesar de os dados apontarem uma tendência positiva, Amélia ressalvou que as pessoas não estão em sua melhor fase de produtividade, pois a imprevisibilidade da pandemia traz angústia e dificuldade emocional. Esses fatores foram apontados como "altos" e "muito altos" das pessoas ouvidas pelo ISE.

Segundo a diretora de RH da Elanco, as empresas devem se preocupar em garantir que os funcionários encontrem um equilíbrio no home office. "Em casa, a tendência é ir ficando, trabalhando mais. As pessoas não podem fazer isso. E o exemplo vem da liderança", completou Camargo, da Recarga Pay.

Sobre a adesão ao trabalho remoto pelos gestores pós-pandemia, Natália de Castro, professora de gestão de pessoas do ISE, disse que a circunstância atual deve mudar o mercado de trabalho. "Ao interpretar os dados do levantamento, temos que ter em mente que é uma realidade ainda em urso. Não é algo que já passamos. Estamos vislumbrando um pouco do futuro", explicou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Durante a pandemia do coronavírus (Covid-19), os aplicativos de videoconferência se tornaram essenciais para os trabalhos remotos. Por conta disso, as empresas que administram esses serviços registraram aumento de usuários.

A Microsoft é dona de duas plataformas de reuniões virtuais, sendo elas o Skype e o Microsoft Teams. Durante o período de isolamento social, a empresa de Bill Gates registrou um aumento de 70% no número de seus usuários.

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Devido à pandemia, as aulas do estudante de Direito Alan Souza, 39 anos, estão ocorrendo online, por meio da plataforma Microsoft Teams. “É uma mega ferramenta, só acho que os professores não estão utilizando todos os recursos, estão usando apenas para transmitir uma aula ao vivo”, comenta.

Além da Microsoft, outras empresas também oferecem opções para chamadas de vídeo, entre elas a Google, dona do serviço “Hangouts”, que permite que várias pessoas se conectem por meio do seu navegador Chrome.

Graças ao isolamento social, a companhia divulgou um aumento de 60% de usuários. O designer Yuri Miyoshi, 28 anos, de Santo André, utiliza o Google Hangouts para reuniões diárias de trabalho. “Não é algo que me incomoda, mas eu acho que seria legal se o serviço oferecesse mais ferramentas de interação no momento em que eu compartilho minha tela” diz.

Outro que cresceu bastante nesse período de coronavírus foi o Zoom, que contabilizou mais de 200 milhões de usuários. O aplicativo Slack registrou um aumento de 12,5 milhões no mês de março. O WhatsApp, que é bem conhecido como aplicativo de texto, também pode ser uma opção para videoconferência. Por conta da pandemia, o recurso teve um aumento de 76%.

Prós e contras

O especialista em Tecnologia da Informação (TI) Fábio Menezes destaca que o Hangouts pode se conectar aos principais serviços da Goolgle, como Gmail, Google Drive e Agenda.

Já o Zoom permite que até 100 pessoas se conectem a uma videoconferência de até 40 minutos no plano gratuito.

“O Teams é uma plataforma mais comercial, é mais robusta e tem algumas vantagens acadêmicas”, diz. “Em se tratando de universidades, acredito que a melhor solução seria escolher produtos de empresas mais renomadas para essa finalidade, como Google e Microsoft” complementa.

Embora todos esses aplicativos ofereçam ótimos recursos, Menezes alerta que existem desvantagens que devem ser observadas. O Microsoft Teams apresenta um ambiente mais complexo que os aplicativos da Google, porém, o Hangout obriga o usuário a ter uma conta no Gmail. “Em relação ao Zoom, há uma desconfiança quanto à segurança dessa aplicação, pois existe uma limitação comercial”, destaca.

Por outro lado, o especialista não vê o WhatsApp como uma opção de reunião para muitos integrantes. “Uso bastante, mas com a finalidade de conversar pontualmente com alguém ou fazer alguma ligação”, explica.

Com o home office como uma opção adotada pelas empresas, muitos trabalhadores tiveram que reorgnizar suas rotinas - e a própria casa - para estarem conectados com a empresa e as tarefas. Porém, com longos períodos diante do computador, o corpo começa a reclamar. Então, dicas para um trabalho remoto saudável serão abordados na live "Ergonomia no Trabalho", que acontece nesta quinta-feira (14), às 16h, no Instagram @emau.arqeurb.

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O bate-papo será com Erika Christina Gouveia e Silva, fisioterapeuta e professora nos cursos de Design e Fisioterapia da Universidade Guarulhos (UNG). "Em nosso histórico, grandes epidemias e até mesmo guerras contribuíram para evolução de muitas tendências e tecnologias. Esta epidemia não será diferente. A tendência ao home office já estava caminhando, agora muitos trabalhadores tiveram que se adaptar a está nova modalidade" diz. "Acredito que com o home office muito do tempo gasto no trânsito se transformou em produtividade. Você consegue assumir reuniões seguidas com diferentes grupos sem o estresse do deslocamento. Então será um caminho de única mão. Iremos cada vez mais assumir compromissos sem precisar sair de casa", complementa. 

Segundo Erika, uma dica eficaz para esse momento é a organização do ambiente. "Podemos adaptar nosso mobiliário para ficar mais ergonômico, com almofadas, trocando uma cadeira, colocando flores na casa. Ideias simples e que fornecerá um home office mais agradável, confortável e produtivo", finaliza.

 

A pandemia do coronavírus colocou bastante gente para trabalhar de casa, no chamado home office. No entanto, o que parece ser um sonho pode apresentar alguns desafios como controlar-se diante as distrações que a residência oferece - como o sofá e a geladeira -, e escolher a vestimenta ideal para o expediente, sobretudo quando é necessário fazer videoconferências. Mas, para esse último ‘problema’, há uma solução a caminho, pensada por uma empresa japonesa. Eles criaram uma roupa que junta a formalidade de um look profissional ao despojamento de um pijama: é o Work from home jammies (“pijama trabalhe de casa”).

A ideia é igual ao lema da Hannah Montanna, juntar “o melhor dos dois mundos”. A parte de cima da roupa imita uma camisa social, elegante e apresentável para participar de eventuais videoconferências com os colegas do trabalho; já a parte de baixo é um moletom confortável ideal para aquele cochilo imediato após um dia inteiro de labuta. A criação é da empresa japonesa Whatever Inc. que criou uma vaquinha para viabilizar a produção e promete enviá-la para todo o mundo.

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Para o Work from home jammies foram pensadas três diferentes cores, branco com cinza, rosa com preto e azul listrado com cinza escuro. O site do crowdfunding ensina também a maneira ideal de como usar o pijama durante vídeo chamadas. É preciso posicionar a câmera em determinada altura para que seja visto apenas a parte social da roupa, assim, os chefes não percebem que por baixo, o funcionário está mesmo é de pijama. 

A BRQ Digital Solutions está com 39 vagas de emprego abertas. Há oportunidades para profissionais de diversas áreas. Os contratados atuarão em home office. As inscrições podem ser feitas no site de seleções da empresa. O período de candidaturas é variável, conforme o cargo pretendido.

São oportunidades para cargos em níveis sênior, pleno e trainee, distribuídas nas áreas de informática, engenharia, internet, design gráfico, telecomunicações, matemática estatística e seguros. Informações sobre salários e carga horária são repassados aos candidatos durante processo seletivo, de acordo com a vaga pretendida. 

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Em contrapartida, a empresa adianta que os contratados terão benefícios como assistência médica, assistência odontológica, previdência privada, seguro de vida, vale alimentação ou refeição. Para concorrer às vagas é necessário ter idade igual ou maior de 18 anos, além de preencher os requisitos da oportunidade que o candidato tiver interesse.

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“Tudo aquilo que eu sou, ou pretendo ser, devo a um anjo, minha mãe”. A frase de Abraham Lincoln traduz os sentimentos de milhares de filhos pelo mundo: o de gratidão às mães. E são elas as grandes responsáveis por sustentar um lar. Não necessariamente apenas financeiramente falando - embora 28,9 milhões de lares são chefiados por mulheres no Brasil -, mas são impostas socialmente como as mantenedoras de uma casa.

E nesse tempo de isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus não é diferente. Muitas mães tiveram que adaptar suas rotinas ao esquema de home office e fazer das suas mesas, bancadas, sofás e escrivaninhas, seus próprios postos de trabalho. As atividades profissionais feitas remotamente certamente são um benefício que muitas delas já gostariam de ter, mas podem se tornar também um grande desafio.

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Isso porque não apenas precisam dar conta do trabalho, como de todo um lar, que envolve filhos, casa, marido ou esposa - para alguns casos -, animais domésticos, entre outras coisas que fazem parte desse processo de construir uma família. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019, mulheres dedicam quase o dobro do tempo dos homens em tarefas domésticas. Mesmo trabalhando fora, a mulher cumpria 8,2 horas a mais em obrigações de casa que o homem também ocupado.

Por isso, em comemoração ao Dia das Mães, o LeiaJá conta agora a história e a rotina de quatro mães de Pernambuco. De diferentes cores, jeitos e crenças, elas contam um pouco como é lidar com a dia-a-dia de trabalhar em casa, proteger os filhos, cuidá-los e educá-los em um período tão delicado. Seu medos e aflições certamente são apenas um detalhe nesse processo tão gigantesco que é mostrar a força, o colo e a autoridade de uma mãe.

Jamine

E dentro desse processo se encontra a administradora de empresas Jamine Bruno de Oliveira, de 42 anos. Mãe de três filhos, ela conta que sua rotina tem mudado muito desde que foi decretado o período ainda indeterminado de quarentena no Brasil. Funcionária pública, ela e o marido, também servidor público, dividem as tarefas do lar. Jamine tem três filhos: Arthur, de 12 anos, Pedro, de 10 anos, e Daniel, de um 1 ano. Arthur é portador de uma doença congênita chamada esquizencefalia, que provoca atraso neuropsicomotor. Com isso, ele não anda e não fala.

Foto: Arquivo pessoal



Jamine é mãe de Daniel, de 1 ano, Arthur, de 12 anos, e Pedro, de 10 anos (que não aparece na foto)

Isso faz com que a rotina de Jamine seja dividida com o companheiro. Pela manhã, a também mestranda em Políticas Públicas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) começa o trabalho antes das 6h. “Fico até 11h, nesse horário eu começo a organizar o almoço. Depois do almoço, meu filho de 1 ano dorme um pouquinho mais e eu volto a trabalhar, volto a escrever minha dissertação. Quando chega próximo do horário da janta, eu me desloco e vou fazer o jantar e após a janta a gente tem um horário em família, e mais tarde eu volto ou ao trabalho ou à dissertação. Meu marido também volta ao trabalho”, detalha.

A rotina com as três crianças exige muita atenção e cuidados. Arthur, pelas suas necessidades, tem tudo em horários bem determinados. “Ele estuda na rede municipal e não está tendo aula”, diz Jamine. Já Pedro tem aulas virtuais em uma escola privada do Recife, e consegue ter uma certa independências nas atividades. Já o pequeno Daniel, pela pouca idade, também é dependente dos cuidados dos pais.

Para a mãe, o maior benefício do trabalho home office com os filhos é poder ter o contato em família. Já o maior desafio é a conciliação dos horários. “Quando você está fora de casa, você se arruma, fecha a porta e vai embora fazer suas coisas, o foco é 100%. E quando você está em casa, alguns momentos, realmente, você tem que parar, tem que dar atenção, responde a uma pergunta, responde outra. É bom, mas ao mesmo tempo é cansativo”, diz.

Eduarda

No mesmo cenário de tentar conseguir lidar com as coisas de casa e do trabalho está Maria Eduarda. A administradora do terceiro setor na ONG Espaço Feminista do Nordeste para a Democracia e Direitos Humanos tem uma filha de oito anos, chamada Maria Fernanda. A garota tem Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) além de uma comorbidade chamada Transtorno de Ansiedade Generalizada. “Como diz no popular, ela tem uma cabeça a mil por hora e vai longe na imaginação. Apesar de ser medicada para melhorar a capacidade de concentração dela nos estudos, e acompanhada pela psicóloga, ela tem muitas habilidades a desenvolver ainda, então requer muito de mim”, diz Eduarda.

A rotina diária precisa muita atenção e dedicação a Fernanda. Pelo fato da filha ser “grandinha” já tem autonomia em algumas atividades, como tomar banho e se vestir. “Mas eu preciso ficar cobrando e verificando”, pontua Eduarda. “Depois vamos à aula virtual, eu preparo tudo e tento deixá-la fazendo sozinha, mas é impossível pela dificuldade em manusear o computador. Então eu fico alternando entre fazer alguma coisa no escritório que tenho em casa e ajudá-la”, completa. 

Foto: Cortesia

Eduarda concilia o trabalho com a atenção à filha, Maria Fernanda

Após as atividades matinais, Eduarda é responsável pelo preparo do almoço e organização da casa. À filha, ela delega pequenas atividades domésticas para auxiliá-la o dia a dia. “Como a organização que trabalho é feminista, ela é bem flexível e entende quando digo que estou ocupada com minha filha”, diz Eduarda. 

Fabiany

Aos 38 anos, a bancária Fabiany Souza Andrade divide a atenção do trabalho com três crianças. Seu dois filhos, Kaiky, de 10 anos, e Lara, de 5 anos, e seu sobrinho, Ryan, de 12 anos. Com a quarentena, o garoto veio passar o período de isolamento sob os cuidados da tia. O privilégio de Fabiany entre as outras tantas mães é ter os horários de trabalho flexíveis. “Me dedico entre cinco e seis horas diárias”, diz.

Apesar disso, não faz a rotina ser mais fácil. É trabalho, cuidado com a casa e dedicação às crianças diariamente. Com as aulas on-line, ela buscou um outro computador no trabalho para que conseguisse dar conta da educação dois dois filhos e do sobrinho. Pela manhã, Kaiky assiste às vídeo-aulas de forma mais autônoma, enquanto Lara precisa da atenção da mãe nas atividades escolares. À tarde, é a vez de Ryan.

Por volta das 9h30 ou 10h, ela inicia o home office. “Inicio meu home office ao lado de Kaiky, quando ele já está iniciando as atividades e fico disponível para a necessidade de ele me demandar ajuda. Eu sempre ensinei ele a estudar sozinho, então ele recorre muito pouco a mim. Pausamos para o almoço (que já deixei pronto na noite anterior) e retomo meu home office até umas 15h30, 16h. Ryan inicia as aulas on-line às 14h e termina às 17h, como ele também fica ao meu lado, posso auxiliá-lo quando necessário” explica. O restante da noite se divide entre fazer as atividades de casa, deixar o resto do almoço do dia seguinte pronto, cuidar da família e, ainda, cuidar de si. 

Para Fabiany, o grande desafio de estar no processo de isolamento social e home office com as crianças é não perder o foco, não brigar e levar as adversidades com leveza. Já o grande benefício é ter o contato diário. “Eles sentem falta e querem estar literalmente juntos. Eles entram no escritório para me dar beijos e abraços. Isso não tem preço”, garante.

Vanessa

Aos 29 anos, Vanessa Bastos divide a profissão de professora técnica supervisora CTI da Gerência Regional de Educação Metropolitana Sul, da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco com a vida de empreendedora. Ela tem uma marca voltada para a produção de doces, chamada Dolce Por Vanessa Bastos.

Dentre as mães já citadas nesta reportagem, Vanessa destoa por um motivo: não está com o filho. Diante da exposição devido à entrega dos doces que precisa fazer, sobretudo com a proximidade de datas comemorativas como o Dia das Mães, ela optou por se afastar daquele que é o seu bem maior: seu filho, Gabriel, de 9 anos. O pequeno está na casa da avó, que mora em Paulista, na Região Metropolitana do Recife.

“E aí acabo que não tenho que me desdobrar tanto com relação aos cuidados com ele, porém supervisionando a distância. Porque, sabe, casa de avó pode tudo. Então, tenho que monitorar o horário que  dorme, que joga, que faz tarefas…”, diz. 

Essas foram quatro breves histórias. Quatro mães que, cada uma com suas peculiaridades, mostram a força da mulher. Quatro mães que, assim como a repórter que escreve esta matéria ou a leitora que a aprecia, se identificam com as lutas e glórias diárias de estar no papel maternal de cuidar, educar e proteger os filhos.

Por estar amamentando a sua filha durante uma reunião de trabalho feita por chamada de vídeo, uma mulher foi repreendida pelos seus colegas de trabalho. "É óbvio que bebês precisam ser alimentados, mas ela não silencia o microfone e nem desliga o vídeo", falou um dos colegas da mãe que estava amamentando a filha. Os nomes dos envolvidos não foram revelados.

Essa mesma pessoa continuou dizendo que a mulher não cobria o peito durante a amamentação. "Em uma mensagem privada, pedi que desligasse o vídeo. Ela me disse que é rude falar sem vídeo e que tem o direito de alimentar o bebê", apontou.

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Segundo o site Reddit, um outro colega de trabalho da mulher se posicionou sobre a atitude: "Uma reunião de trabalho é um ambiente profissional e não há espaço para um bebê. Fazer outra coisa que não seja participar da reunião é uma distração para os demais envolvidos", disse o outro usuário.

 

Diariamente, é divulgada a curva de crescimento do novo coronavírus no Brasil. Nesta segunda-feira (4), o Ministério da Saúde registrou 107.780 casos confirmados e, desde então, o isolamento social e o fechamento de estabelecimentos não essenciais têm sido as medidas mais sugeridas pelos órgão de saúde para combater a disseminação da doença.

Por causa disso, muitas organizações adotaram rapidamente o modelo de trabalho a distância. Entretanto, muitos profissionais nunca haviam experimentado o formato. Para entender melhor a compreensão sobre o tema, o Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) fez a seguinte pergunta aos jovens: qual é sua opinião sobre o home office? O levantamento foi realizado entre os dias 13 e 20 de abril com 14.638 participantes de 15 a 29 anos. O resultado demonstrou um olhar positivo da juventude sobre a prática.

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Conforme o levantamento, a maioria, ou 62,93% (9.212) dos pesquisados disse: “é uma boa alternativa para as empresas em tempos de crise”. Para a gerente de treinamento do Nube, Yolanda Brandão, essa percepção acontece porque, além da prevenção, trabalhar de casa apresenta outros benefícios.

“Em grandes cidades, como São Paulo, é comum se passar muitas horas em trânsito, portanto, a primeira vantagem é proporcionar mais tempo livre aos colaboradores”, afirma. Para as companhias, por outro lado, existe a redução de gastos com a parte física, como aluguel, limpeza, manutenção e segurança. “Um contingente expressivo de profissionais em casa pode prescindir uma estrutura muito grande e, logo, diminuir custos”, ressalta a especialista.

Por outro lado, 13,30% (1.947) dos entrevistados responderam: “nunca fiz, mas certamente é meu sonho de consumo”. Na visão de Yolanda, o teletrabalho ainda está se popularizando no país. “Apenas em 2017, com a Reforma Trabalhista, a modalidade passou a ser regulada, mas certamente a pandemia acelerou a implantação desse modelo. Com isso, muitas corporações precisaram aprender às pressas como gerar resultados e gerenciar por esse meio”, explica.  

Se a falta dessa opção se der por conta de uma gestão inflexível, buscar entender a razão, aconselha o Nube. Em alguns casos, a atividade precisa de recursos específicos indisponíveis no espaço caseiro. Ou ainda pode lidar com informações delicadas capazes de colocar a organização em risco se esses dados não forem devidamente tratados. Além disso, é necessário analisar qual é o seu padrão de funcionário. “Você é um profissional experiente e não exige atenção frequente da liderança? Tem perfil para essa prática? Performa no escritório? O formato é comum na companhia? Se considerar todas as questões envolvidas e perceber falta de confiança por parte de seu líder em você e na sua entrega, é preciso, antes de tudo, fortalecer a  relação entre vocês”, orienta a gerente. 

A pesquisa aponta que 10,07% (1.474) dos entrevistados afirmaram que preferia, trabalhar dentro da empresa para vivenciar um ambiente corporativo. Nesse cenário atípico, atuar remotamente é a única opção para muitos profissionais. “Ainda tem a dificuldade adicional de dividir o espaço com os demais moradores da casa devido às medidas de distanciamento social. Contudo, é possível tornar a situação mais agradável, ou menos estressante”, comenta a gestora. 

Yolanda ainda dá algumas dicas de como garantir um espaço adequado e reservado para o serviço. O primeiro ponto é saber se o local tem iluminação adequada e condições ergonômicas mínimas para evitar problemas visuais e musculares. Outro ponto importante é conversar com todos da residência e estabelecer regras de respeito ao seu local e horários de ofício. Não se esqueça da organização. “Faça o alinhamento diário das suas entregas e alinhe frequentemente com a sua gestão quais são suas responsabilidades e metas. Peça retorno sobre seu desempenho e resultados”, indica a gestora.  

Para 9,58% (1.402) dos respondentes, a atuação a distância é uma excelente opção para quem mora longe do trabalho. De acordo com a gestora, o longo tempo de deslocamento pode prejudicar a vida dos trabalhadores em muitos aspectos. “Alto custo para locomoção, seja de carro ou transporte público, as condições do ônibus ou vagão em horário de pico, assim como o trânsito engarrafado, podem ser situações altamente estressantes. O período de viagem obriga as pessoas dormirem menos e passarem poucos momentos com a família ou em alguma atividade de lazer”, pontua.  

Por outro lado, quem tem o benefício do home office deve ter mais disciplina a fim de cumprir a jornada e separar bem as demandas profissionais das pessoais. “Senão, corre-se o risco de produzir menos e ter a impressão de ter trabalhado muito mais, pois as responsabilidades domésticas e laborais podem facilmente se misturar nessa modalidade de atuação”, alerta a especialista. 

Por fim, 4,12% (603) colocaram: “eu gostaria de fazer, mas não tenho equipamentos adequados nem Internet de boa qualidade”. De acordo com o artigo 75 da Lei Nº 13.467 de 2017, a responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito. Portanto, as corporações e colaboradores devem acordar como essa questão será tratada.

“Entretanto, vale o bom senso. Se o home office é um benefício oferecido aos colaboradores, mas existe uma unidade onde o profissional pode trabalhar presencialmente se desejar, não há porque responsabilizar o empregador com esses custos. Agora, se a organização não dispõe de uma matriz e todo quadro atua remotamente, faz-se necessário arcar com os custos e/ou disponibilizar os recursos necessários”, finaliza Yolanda.

Em meio a pandemia, brasileiros tiveram que encarar mudanças na forma de lidar com o trabalho. Agora, com a crescente tendência em realizar as atividades profissionais em casa, empresas oferecem 162 vagas de emprego home office, em diversos cargos, nesta segunda-feira (4). 

Na SKY, empresa de serviços de telecomunicações brasileira, são oferecidos 12 vagas para cargos como analista contábil pleno; assessor executivo; analista de comunicação comercial (trade); consultor de serviços pleno; engenheiro de dados; supervisão; dentre outros. 

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Em algumas das vagas a frequência para realizar o home office é de até dois dias. As chances destinada a São Paulo e os salários serão informados durante processo seletivo. Mais informações e exigências de cada vaga fica disponível no perfil da empresa no site Vagas

Já na Teleperformance, empresa especializada em relacionamento com cliente, estão disponíveis 50 oportunidades para a vaga de agente de interação, em São Paulo. A remuneração será paga semanalmente e informada durante seleção.

A companhia também oferta de mais 100 vagas para expert em interação, no Rio Grande do Norte, com salários de R$ 1.076,14, além benefícios. Mais informações e exigências de cada vaga fica disponível no perfil da empresa no site Vagas.

Para concorrer às oportunidades de trabalho em ambas as empresas, é necessário ter idade igual ou maior a 18 anos. É importante também ter itens para execução das atividades em casa, como notebook e internet, além de manter a comunicação com a empresa. Interessados devem realizar envio de currículo ainda esta semana.

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O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, editou resolução autorizando o trabalho remoto de servidores da Corte até janeiro de 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus. A medida visa prevenir a contaminação de funcionários do tribunal - que até esta semana não registrou nenhum caso positivo de Covid-19.

"Fica estabelecido modelo diferenciado de gestão de atividades voltado para a entrega de resultados nos trabalhos realizados nos formatos presencial e à distância, a ser aplicado entre 1° de junho e 31 de janeiro de 2021", determinou Toffoli.

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A medida prevê que deverá ser mantido em trabalho remoto todo servidor cuja 'natureza de suas atividades for compatível e houver condições de saúde física e psicológica para a continuidade'. Os gabinetes dos ministros estão liberados para adotar outros modelos de gestão, se quiserem. A reestruturação da Corte ocorrerá durante o mês de maio e vai contar com reuniões virtuais semanais e definição de ambientes de comunicação para interação entre membros das equipes do Supremo.

Em março, Toffoli suspendeu o acesso ao plenário da Corte e as visitas públicas ao prédio do tribunal como medida preventiva. As resoluções também colocavam em home office os servidores maiores de 60 anos e que vivem com doenças crônicas. Desde então, houve reforço na higienização das áreas do STF e limitação na circulação de pessoas dentro das sessões plenárias.

Os julgamentos da Corte passaram a ser realizados por videoconferência, com alguns ministros votando de casa. Por ordens de Toffoli, o Supremo desenvolveu ferramentas que permitiram a sustentação oral de advogados à distância, que precedem os votos dos ministros. Nas últimas duas semanas, a Corte adotou este novo tipo de julgamento nas sessões plenárias.

Outros julgamentos foram movidos para o plenário virtual, plataforma virtual em que os ministros tem uma semana para votarem.

Há pouco mais de um mês, quando começou a quarentena em Pernambuco, ninguém esperava que o isolamento social, criado para evitar a disseminação do novo coronavírus, fosse durar por tanto tempo. A quarentena, da forma como estamos vivendo, parecia uma realidade distante e que, quando chegou, obrigou milhares de pessoas a adaptarem seus modos de vida social e de trabalho. 

Um grande aliado do isolamento tem sido uso de dispositivos e ferramentas tecnológicas, que já estavam presentes em nossa rotina, mas que - neste momento de pandemia - viraram peças essenciais para que certas áreas de trabalho continuassem funcionando. Nesta sexta-feira (1º), Dia do Trabalhador, três profissionais, de diferentes áreas, contam como a quarentena alterou suas rotinas e - também - sua relação com a tecnologia.

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“As primeiras semanas foram as mais difíceis”

Formadora de Língua Portuguesa do IQE (Instituto Qualidade no Ensino), Aline Alves viu um trabalho que era 100% de contato presencial, se transformar quase que completamente. Trabalhando com formação de professores de escolas públicas, ela ajudou a adaptar a rotina de outros profissionais e descobriu em ferramentas como o Teams, da Microsoft, um aliado.

“Os primeiros dias foram bem confusos, todos ficaram meio perdidos. Depois de uma semana, comecei a organizar melhor e planejar encontros virtuais para estabelecer algum tipo de comunicação com os formadores”, explica. No começo, os encontros aconteciam em vídeo chamadas pelo WhatsApp e Skype, feitos por iniciativa própria, e levados à empresa através de relatórios. “Depois de um tempo, após umas três semanas de quarentena, a empresa começou a se organizar quanto ao novo formato de formação o que foi um bafafá porque ninguém nunca tinha feito algo do gênero, não tínhamos recursos nem experiência para uma produção legal”, conta.

A dificuldade estava, principalmente, nos colaboradores que não tinham tanta intimidade com as ferramentas. “Para os funcionários jovens, tem sido mais tranquilo. Para os mais velhos, muitas vezes, um martírio”, desabafa. Depois dos tropeços iniciais a adaptação encontrou seu próprio ritmo. “Minha rotina, hoje, consiste em estudar sobre estudo remoto, a distância, produzir materiais voltados para esse formato associando ao que já trabalhávamos em Língua Portuguesa e planejar e executar formações via Teams. Daí estamos seguindo esse modelo, que consiste em quatro horas de estudos prévios à distância e quatro horas de formação virtual”, explica.

Microsoft Teams e Google Meet- A plataforma, usada por Aline, e por centenas de outras empresas, reúne bate-papo, videoconferências, armazenamento de arquivos e integração de aplicativos no local de trabalho. A própria Microsoft realizou diversas atualizações no produto, no mês de abril, para atender a demanda crescente de profissionais. Quem também aumentou a capacidade de usuários em uma mesma videochamada e melhorou a qualidade das transmissões foi o Google Meet. A ferramenta de videoconferências do Google, voltada para empresas, não apenas permite chamadas com 100 pessoas, mas também acesso a outros aplicativos da gigante, permanecendo gratuita até setembro.

VPN e a transformação da área de trabalho

Para Vinícius Xavier, faturista, a migração para o ambiente home office acabou sendo mais tranquila. “O setor de informática disponibilizou o acesso ao sistema e rede que a empresa utiliza. Em casa, consigo fazer exatamente tudo que eu fazia no escritório com relação ao trabalho, o que muda é a forma de contato com as pessoas, que agora é por mensagem ou ligação”, disse. 

Isso foi possível graças ao uso de uma VPN, ou Virtual Private Network (Rede Privada Virtual). A ferramenta permite o tráfego de dados de forma segura e também o acesso a uma rede interna da empresa, podendo criar o mesmo ambiente que era visto no computador do escritório, no ambiente domiciliar. Mesmo assim, foi essencial para o faturista que a organização que faz parte se disponibilizasse a fornecer os materiais necessários ao trabalho em casa. 

“Trouxe um celular da empresa para casa (que utilizo exclusivamente para o trabalho). O notebook é o meu pessoal, porém a empresa iria disponibilizar uma máquina, caso eu não possuísse ou preferisse”, afirma. Ele também explica que, como a companhia é integrada com outras filiais no Nordeste, o sistema já possuía uma versão remota. 

Começando do zero

Dentista e professora substituta da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Carlla Lyra precisou começar do zero. “Tive que aprender a usar as ferramentas de reunião online, pois não tinha esse costume”. Doutoranda da Universidade de Pernambuco (UPE), ela conseguiu apenas manter as atividades de pesquisa, que já eram feitas remotamente, as aulas - muitas com necessidades presenciais - não tiveram como ser migradas para o ambiente virtual.

“A possibilidade de aula remota não foi aderida pela UFPE porque não há como se exigir que todos os alunos tenham acesso à internet e acesso a computadores em sua residência”, conta. Ela expõe outra dificuldade social que é: nem todos têm condições financeiras suficientes para adquirir computadores ou dispositivos eletrônicos que sejam compatíveis ao novo momento, principalmente alunos de instituições públicas. Muitas vezes, os estudantes possuem apenas o smartphone para dar andamento ao aprendizado.

“Atividades como planejamento, pesquisa, orientação, extensão, capacitação e qualificação, puderam ser mantidas e seguem sendo realizadas. As atividades que foram mantidas, são realizadas de forma individual e de forma coletiva através de reuniões com o departamento e com grupos de pesquisa”, conta. Nesses casos, a Carlla Lyra diz que aplicativos como o Hangouts e o Zoom, além do WhatsApp e do Gmail têm auxiliado no processo de elaboração coletiva.

O legado da quarentena

Dada das mudanças de rotina, a professora da UFPE acredita que, apesar das dificuldades que ainda são encontradas na migração das atividades presenciais para as virtuais, nem tudo é negativo. “Eu acho que funciona muito bem. Sempre foi difícil encontrar um horário comum para reuniões de pesquisa e extensão, principalmente com os alunos da graduação. As ferramentas que permitem que isso seja realizado remotamente, facilitarão bastante esse tipo de encontro. Acho que conhecer esse tipo de domínio e poder incorporar na rotina será um importante aprendizado dessa quarentena”, pondera.

Na concepção da pesquisadora a internet trouxe mais soluções do que problemas, porém, o momento criado pelo isolamento causado pela Covid-19 pede uma reflexão, principalmente na construção das relações sociais. “Ela [a internet] sempre nos afastou porque tínhamos a opção de estar perto e escolhíamos estar longe. Hoje, não podemos estar perto e ela se tornou a única forma de nos conectarmos. A internet virou a solução dessa aproximação, mesmo que virtual. Por outro lado, ela nos faz perceber o quanto isso não basta e o quanto isso nunca bastou e a gente não sabia. Acho que após esse isolamento daremos muito mais valor ao toque e aos encontros físicos. Temos percebido o quanto eles não podem ser substituídos nem pela melhor tecnologia do mundo”, finaliza

Pouco antes da pandemia e do isolamento social, algumas pessoas estavam em processo de contratação e aguardavam o primeiro dia no novo emprego. Nesse meio tempo e com o avanço do coronavírus, as empresas tiveram que se adaptar ao sistema home office e esses novos contratados já passaram a trabalhar em casa sem conhecer o ambiente físico do escritório e os colegas de trabalho.

O técnico de suporte em tecnologia da informação Samuel Soares, 31 anos, conta que conhece seus colegas de trabalho apenas por voz e foto e, por conta disso, ele enfrentou dificuldades para se adaptar à empresa. "Todo contato que tenho com os demais funcionários é via WhatsApp. Então, além de ter que recorrer a eles pra quase tudo, ainda tem o atraso de esperar a pessoa ver e responder minhas mensagens", diz. Apesar das dificuldades, Soares afirma que a empresa ofereceu suporte na configuração das ferramentas de trabalho, o que garantiu seu acesso ao sistema da organização estando em casa.

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De acordo com Esmeralda da Cruz, consultora de negócios do Sebrae, o funcionário que entrou em home office sem antes conhecer a empresa, vai ter dificuldades em se sentir confortável com a equipe. "Para tirar dúvidas, ele vai ter apenas aquele que o contratou como referência. Neste caso, a dica é pedir para que o chefe apresente esse empregado aos demais colegas por meio de reuniões online, e pontuar algumas pessoas que podem ajudar o funcionário a tirar dúvidas", recomenda.

Ao adotar o home office, a empresa precisa cuidar da parte técnica. "É preciso garantir que o funcionário tenha um bom equipamento, normalmente oferecido pela empresa, uma boa conexão com a internet e garantir que o sistema da empresa seja acessado fora do ambiente de trabalho com as devidas seguranças", indica.

Aqueles que foram contratados e colocados para trabalhar online vão ter mais dificuldades em se adaptar à cultura organizacional. Segundo a consultora Esmeralda, os valores culturais são adquiridos pelo funcionário de acordo com sua experiência de trabalho, e o atual momento pode colaborar para esse aprendizado. "Perceber que a empresa se preocupa com o bem estar dos funcionários, se a companhia está tendo postura contra ou a favor da quarentena e analisar se a empresa está sendo flexível na cobrança de seus clientes por conta das atuais condições são informações e dados culturais que vão ser percebidos com o passar do tempo", destaca.

O modelo de trabalho no mundo ou Brasil será impactado pela pandemia de Covid-19 e o número de empresas que pretendem adotar o home office após a crise do novo coronavírus deve crescer 30%. A avaliação é do diretor executivo da Infobase e coordenador do MBA em marketing, inteligência de negócios digitais da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Miceli, que realizou o estudo Tendências de Marketing e Tecnologia 2020: Humanidade Redefinida e os Novos Negócios.

O levantamento levou em conta as respostas de tomadores de decisão e gestores de 100 empresas. “Nosso entendimento é que, logo após a abertura, algumas empresas ainda vão precisar manter o home office por uma questão da recomendação de distanciamento social, não do isolamento social como a gente vive hoje, mas, quando as empresas voltarem, vão voltar com áreas de refeitório fechadas, com demanda de espaço entre os funcionários que vai impedir que todo mundo volte ao mesmo tempo”, disse Miceli.

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“Na sequência, quando tudo estiver aberto e pronto para voltar a ser, em tese, o que era antes, é que a gente espera esse aumento de 30% nas empresas brasileiras, fazendo pelo menos um dia de home office depois que a pandemia acabar”, acrescentou.

Miceli avalia que a pandemia acelerou a tendência do home office e acabou obrigando que ele funcionasse. “Muitas empresas não testavam. Algumas testavam, mas ficavam com aquela sensação de que não funciona, só que agora precisou funcionar. É claro que nem todas as áreas podem funcionar dessa maneira, é claro que nem toda empresa pode funcionar integralmente assim, mas é um modelo que agora foi posto à prova de uma forma que não havia sido antes”.

De acordo com o estudo, é fundamental que os líderes de negócios entendam que a tecnologia é, cada vez mais, um ativo humano. “Durante muito tempo, a tecnologia estava associada à desumanização, a criar distância entre as pessoas, as pessoas pararam de se olhar e passaram só a digitar umas com as outras, passaram a conversar menos, que tem mil amigos no Facebook mas nenhum amigo na vida real”, explicou.

“Nesse momento de isolamento, a gente tem visto que a tecnologia é uma grande ferramenta de humanização quando a gente precisa que ela seja usada dessa forma. A sociedade está aprendendo a ressignificar o uso que dá para a tecnologia”, disse.

Miceli citou as chamadas lives - aparições ao vivo nas redes sociais - e encontros online não só de equipes de trabalho, mas de amigos e familiares por meio de sites e aplicativos. “Esse comportamento de aproximação e de manutenção dos vínculos sociais, é um comportamento que humaniza. E vai na contramão daquela percepção que muito se dizia até então de que a tecnologia afastou as pessoas”.

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Jornalistas de todo o mundo estão enfrentando um novo desafio na profissão nestes tempos de pandemia. Considerado um trabalho essencial - pela importância de se levar informação à população -, muitos continuam indo às ruas para desempenhar o seu ofício e outros estão dando continuidade às atividades dentro de casa. Nos dois casos, o ineditismo da situação e a necessidade de improvisar têm ocasionado momentos constrangedores e até engraçados, que vão de interferências de pets à nudes acidentais. 

Quando se trabalha de maneira um tanto improvisada, sobretudo em transmissões ao vivo, tudo pode acontecer. Que o diga Melinda Meza, repórter  da emissora KCRA 3, de Sacramento, na Califórnia, Estados Unidos (EUA). Ela falava do banheiro de sua casa sobre como manter a saúde dos cabelos durante a quarentena quando seu marido surgiu totalmente pelado no reflexo do espelho. A situação gerou muitas piadas na internet. 

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Já o meteorologista Jeff Lyons, da WFIE, afiliada da NBC no estado de Indiana, também nos EUA, acabou ganhando uma nova companheiro de trabalho após sua gata de estimação, Betty, invadir uma de suas transmissões. A pet fez tanto sucesso que virou, oficialmente, a Gata do Tempo, e além de ter virado atração fixa do noticiário gahou um perfil no Instagram. 

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As interferências e surpresas, no entanto, não acontecem somente com aqueles que estão trabalhando no regime ‘home office’. No Brasil, o apresentador Douglas Belan, que comanda o telejornal Bom Dia MT, na afiliada da TV Globo do Mato Grosso, foi surpreendido com um nude de um telespectador que enviou a foto enquanto o jornal estava ao vivo. Já na CNN brasileira, a jornalista Renata Agostini teria dormido durante um debate ao vivo. Ela dividia a transmissão com William Waack e outros comentaristas quando, de repente, fechou os olhos e não respondeu mais. Noticiar a pandemia do coronavírus certamente tem dado muito trabalho aos profissionais da informação. 

Pertencentes à faixa etária mais vulnerável à covid-19, ministros de tribunais superiores - a maioria acima dos 60 anos - se desdobram na nova rotina em home office. O uso das roupas ficou mais flexível, os alongamentos ganharam atenção, mas as reflexões que pautam os julgamentos tradicionais se mantêm - agora focadas na pandemia.

A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo conversou com o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Og Fernandes, de 68 anos, e seus colegas Luís Roberto Barroso, 62, Gilmar Mendes, 64, e Marco Aurélio Mello, 73, do Supremo Tribunal Federal (STF), e Maria Elizabeth Rocha, 60, do Superior Tribunal Militar (STM), sobre a experiência de ser juiz sem poder sair de casa. De seus escritórios, salas e bibliotecas particulares, eles contaram, por telefone e por e-mail, como é trabalhar na quarentena.

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Nesta quarta-feira (15), o STF faz a primeira sessão plenária por videoconferência - uma quebra de tradição em quase 130 anos. Julgamentos virtuais e "lives" também passaram a fazer parte do cotidiano dos magistrados. Leituras e filmes viraram distração nas horas de descanso, em contraponto à aridez do noticiário. "Uma recessão parece inevitável. Todo o mundo está pensando fórmulas para aliviar o sofrimento dos mais necessitados e encontrar caminhos para salvar empresas e manter empregos", avaliou Barroso. "Não é fácil, nem barato. Mas tem que fazer. Espero que os governos consigam a dose certa."

Nas duas Cortes onde o ministro atua, a tecnologia ajuda a driblar a pandemia: os julgamentos são por videoconferência ou no plenário virtual, ferramenta online à la Black mirror que permite que os magistrados votem com apenas um clique. Barroso cancelou a participação em eventos em Harvard, Londres e Kyoto, onde apresentaria um trabalho sobre a Amazônia. E deixou de usar o terno. "Eu já tinha o hábito de trabalhar em casa de manhã, só estendi isso para a tarde. Divido o meu dia entre estudar coisas novas, elaborar os votos que eu faço artesanalmente e despachar com meus assessores."

Para o ministro, os dias ficaram mais longos e produtivos. "Embora a participação em sessões seja importante e tenha visibilidade, o trabalho pesado mesmo é feito longe da TV Justiça." Ele vê com preocupação e esperança o cenário de enfrentamento da pandemia. "Num mundo que se tornava cada vez mais individualista e indiferente, subitamente a solidariedade passou a ser uma questão de vida ou morte. Espero que seja uma mudança de paradigma, e não um surto passageiro."

'Prisão'

"Estou em prisão domiciliar", brincou Og Fernandes, relator no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de ações que pedem a cassação do presidente Jair Bolsonaro e do vice Hamilton Mourão. Ex-jornalista, o ministro está recluso. Em casa, tem um "minigabinete", onde analisa os casos que não param de chegar. "A minha geração é pós-Segunda Guerra, não assistiu a nenhum fato que mexesse de uma maneira geral com a humanidade como esse. Tivemos vários episódios lamentáveis, mas não tinham esse caráter universal. Estamos todos no mesmo passo: tentando sobreviver", disse Og. "Essa sensação não é pior porque temos essa possibilidade do contato telefônico, mas, às vezes, nada substitui o contato."

O ministro do STJ gosta de filmes e seriados, mas está fugindo de duas sugestões impertinentes da Netflix - Epidemia e Pandemia. "Esses dois não vou assistir. Acho que a realidade supera a ficção, estamos vivendo num momento em que não me parece contribuir nada obras dessa natureza."

Uma das autoridades que mais circulam em Brasília, o ministro Gilmar Mendes tinha, até antes da pandemia, presença cativa em seminários, eventos e conversas reservadas com autoridades de outros Poderes. A covid-19, no entanto, o obrigou a trocar as agendas "olho no olho" pela esfera online, como os debates nas redes. Em um deles, mandou um recado ao Planalto: o Supremo não vai validar decisões do governo que contrariem a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Gilmar procura manter a rotina: de camisa social, leciona por videoconferência, tem aulas a distância de alemão, inglês e espanhol, faz exercícios físicos em casa e assiste às reprises dos jogos de futebol na TV - é torcedor do Santos. "Vamos reenfatizar alguns temas da agenda nacional, como a valorização de instituições, da Fiocruz, do SUS, que está sendo a salvação do Brasil neste momento."

Dos 11 integrantes do STF, Marco Aurélio Mello é considerado o ministro mais resistente ao uso do plenário virtual. "Sou um juiz que só vai ao tribunal para as sessões presenciais, que, parece, não estarão em moda tão cedo", afirmou. Ele disse ainda sentir falta dos jogos do Flamengo e de futebol ("a festa do povo"), mas tem aproveitado o distanciamento social com a presença da família, com quem passou o feriado de Páscoa.

Papel e caneta

"Analógica", a ministra Maria Elizabeth Rocha também prefere as coisas à moda antiga, como papel e caneta. "Tinha relação de ódio com o computador, agora não tem mais jeito. É um caminho sem volta", afirmou a ministra, que passou a dar aulas por videoconferência e a participar de sessões virtuais de julgamento. Enquanto ensina a distância e cuida dos processos do gabinete, Maria Elizabeth assumiu "o lado dona de casa". "Estou limpando a casa como nunca."

Fã de Truffaut, irmãos Coen e Woody Allen, a ministra indica filmes em programa da Rádio Justiça. "São tempos muito angustiantes, a arte ajuda a viver, a respirar. Se ainda não tem vacina contra a covid-19, ao menos temos a arte para nos redimir como humanidade." 

Nesta segunda-feira (13), a agência do banco Santander de Carpina, localizada na Zona da Mata Norte de Pernambuco, foi fechada após a confirmação que um dos funcionários contraiu a Covid-19. Inicialmente, apenas o bancário, de 25 anos, foi afastado, mas o Sindicato dos Bancários de Pernambuco e da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi-NE) pressionaram a suspensão das atividades visando a integridade dos demais funcionários e clientes.

Como medida de prevenção, as entidades solicitaram que todos os profissionais da unidade fossem colocados em quarentena. Desse modo, os 15 bancários passaram a colaborar em regimento de home office por 14 dias. Ainda nesta segunda (13), o banco Santander de Carpina vai passar pelo processo de sanitização.

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Para impedir a disseminação do coronavírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) orientou a população a ficar em casa, o que obrigou muitos trabalhadores a mudarem suas rotinas. Nessa nova realidade, muitas profissionais que também são mães tiveram de se adaptar ao home office, dispensar as babás ou domésticas e conciliar as tarefas do emprego com o cuidado dos filhos e da casa.

Antes da pandemia, o horário de trabalho da personal trainer, Daphine Santana, 34 anos, era o mesmo em que o pequeno Lorenzo Cruz, 3 anos, estava na escola. "Eu tinha o restante do dia para cuidar do meu filho, que é autista. Agora, tento planejar minhas aulas um dia antes, no período em que ele está dormindo", diz ela que, para tentar adaptar o menino à nova rotina, optou por seguir os horários com os quais ele estava acostumado. "O almoço, por exemplo, ofereço no mesmo horário que seria o da escola e com o mesmo cardápio", complementa.

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Daphine Santana e o filho Lorenzo | Foto: Arquivo Pessoal

O isolamento social não altera apenas o cotidiano das mães, os filhos também precisam se adequar ao ensino online, por exemplo. É o caso da empresaria Sandra Turchi, mãe de Lucca Memoli, 9 anos. Além do home office, ela precisa prestar suporte ao filho, acessar as aulas e compreender os conteúdos para dar-lhe auxílio. "Minha mãe mora conosco e me ajuda bastante. Também temos um cachorro que o distrai, além dos jogos online e dos vídeos do YouTube", conta.

Já a vendedora de softwares, Nathalia Soares, 33 anos, mãe de Mariah Soares, 1 ano, conta que dispensou a babá durante o período de quarentena, e que o marido também está de home office, o que dificulta conciliar os horários de trabalho, as tarefas domésticas e os cuidados com a filha. "A pequena está na fase de querer atenção, e por conta disso, precisei organizar melhor as reuniões para sempre ter tempo de brincar com ela. Durante o dia, ela dorme por uma hora. Quando isso acontece, aproveito para dar um 'gás' na casa, comida e nas roupas", conta.

Nathalia Soares é mãe da pequena Mariah | Foto: Arquivo Pessoal

Para distrair a filha, Nathalia tem sido criativa e coloca Mariah para interagir com as tarefas domésticas. "Dou as roupas sujas para ela colocar na máquina, e quando estou cozinhando dou uma panela para ela brincar", diz a vendedora, que encontra felicidade mesmo diante de tantas obrigações. "O lado bom de tudo isso é que todos dias estamos almoçando juntos", finaliza.

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