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Nomes donos de grandes fortunas foram citados em um escândalo batizado de Paradise Papers, divulgado neste domingo (5) por diferentes veículos de imprensa internacionalmente. Entre as 127 personalidades internacionais que aparecem nos documentos que apontam investimentos em empresas localizadas em paraísos fiscais estão Madonna; Bono, líder do U2; e Elizabeth II, rainha da Inglaterra.

De acordo com a investigação feita pelo Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICJI), que contou com a parceria de 382 jornalistas de quase 100 veículos, Bono usou uma empresa com sede em Malta para pagar por uma participação em um centro comercial da cidade de Lituânia e driblar a cobrança de impostos.

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A cantora Madonna investiu em ações de uma empresa farmacêutica na ilha de Bermuda, outro paraíso fiscal. Já a rainha da Inglaterra aparece como investidora em um fundo nas Ilhas Cayman, e parte do seu dinheiro foi para um varejista acusado de explorar famílias pobres e pessoas vulneráveis.

Foram analisados mais de 13 milhões de documentos vazados, que abrangem um período de 70 anos, de 1950 a 2016. O material é da empresa de advocacia Appeby e foi obtido pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung e compartilhado com a ICJI. Segundo a imprensa internacional, o Paradise Papers se trata do maior vazamento de documentos de paraísos fiscais da história.

Entre outros citados estão o secretário de comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, o ex-chanceler alemão Gerhard Schrörder, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e Stephen Bronfman, que cuida do dinheiro do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeu.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, detalhou hoje seu plano de reforma tributária em discurso em Indianapolis, no estado de Indiana, e disse que este será o "maior corte de impostos da história" americana, acrescentando que "os maiores ganhadores serão os trabalhadores americanos do dia a dia". O republicano, no entanto, não comentou a alíquota de impostos para as empresas, mas um documento divulgado pela Casa Branca confirmou que o imposto para empresas será reduzido para 20%.

O presidente anunciou que a primeira faixa de dedução vai passar US$ 12 mil por ano para indivíduos e para US$ 24 mil para famílias com renda anual. "Mais pessoas serão taxadas em 0%", afirmou o presidente.

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Ele também disse que as atuais sete faixas de impostos para pessoas físicas serão transformadas em três, com alíquotas de 12%, 25% e 35%.

"Vamos cortar impostos para a classe média e tornar o código tributário mais simples para os americanos no dia a dia. Cortar impostos devolve os sonhos para as pessoas", disse o americano. "Nossa política econômica vai colocar a América em primeiro lugar" e "reconstruir a economia". Ele observou que Indiana é um exemplo de prosperidade por ter cortado impostos e se tornado um Estado competitivo.

Trump criticou a carga tributária americana e disse que o sistema atual faz com que Washington puna as empresas que querem permanecer nos EUA. Para Trump, os cortes nos impostos corporativos trarão mais competitividade para o país e maiores salários para os trabalhadores. "Vamos fazer dos Estados Unidos o país mais competitivo do mundo e vamos criar milhares de empregos na América com a reforma tributária".

Ele garantiu aos seus apoiadores em Indiana que o governo está fazendo o possível para reduzir o fardo dos impostos e que membros dos dois partidos devem aprovar a reforma. "Republicanos e Democratas têm de se unir para defender nossa classe média", pediu.

O presidente mais uma vez acusou outras nações de tiraram vantagem dos EUA e que está renegociando acordos que julga injustos, como o Acordo de Livre Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês).

Trump ainda manifestou solidariedade ao povo de Porto Rico, após a passagem de furacões devastadores na ilha. "É realmente catastrófico o que está acontecendo em Porto Rico", disse. Ele afirmou que estão sendo enviados suprimentos, água ao território norte-americano constantemente.

O Ministério Público Federal denunciou o empresário Miceno Rossi Neto, preso preventivamente, por envolvimento em um esquema bilionário de sonegação de impostos no ramo de combustíveis. Ele é um dos principais alvos da Operação Rosa dos Ventos, que a Procuradoria da República em Campinas (SP) deflagrou em agosto em parceria com a Polícia Federal e a Receita Federal.

Miceno utilizou uma empresa de fachada, a Euro Petróleo, para deixar de pagar tributos entre 2008 e 2011. A dívida consolidada dele com o Fisco passa de R$ 692,9 milhões, valor que inclui o montante sonegado, multas e juros. O representante comercial José Luis Ricardo e o contador Glacildo de Oliveira também foram denunciados por participação nas fraudes.

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Os investigadores apuraram, até o momento, que o grupo criminoso integrado por Miceno gerou prejuízos superiores a R$ 5 bilhões aos cofres públicos. O esquema consistia no uso de distribuidoras fantasmas para a comercialização de etanol, o que viabilizava a sonegação de 33% dos tributos devidos após a compra do combustível das usinas e a revenda aos postos. Essas empresas tinham vida útil de aproximadamente quatro anos, tempo médio até que a Receita descobrisse a atuação ilegal. Quando entravam na mira das autoridades fazendárias, as firmas eram desconstituídas e davam lugar a outras, também de “fachada”.

“Dificilmente há recuperação desses valores sonegados justamente em decorrência de essas empresas estarem em nome de 'laranjas', que dispõem de pouco ou nenhum patrimônio para o suporte da dívida e da ausência de elementos que vinculem essas empresas aos seus reais proprietários”, afirmou o MPF.

A Euro Petróleo era uma dessas distribuidoras. Miceno continuou administrando a companhia mesmo depois de se afastar formalmente do quadro societário, em 2008, quando José Luis Ricardo, seu testa de ferro, passou a responder pela empresa. Daquele ano até 2011, a Euro apresentou declarações que indicavam ausência de atividades econômicas para justificar a alegada falta de impostos a pagar. As investigações revelaram, no entanto, que a firma teve faturamento de R$ 1,4 bilhão e realizou vultosas movimentações financeiras no quadriênio.

A quantia total sonegada no período foi calculada em R$ 173,3 milhões. Os tributos que deixaram de ser pagos incluem o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), a Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS/ Pasep) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

A Operação Rosa dos Ventos baseia-se em investigações conduzidas desde 2016. Ao todo, foram expedidos 24 mandados de prisão e 36 de busca e apreensão, cumpridos a partir de 15 de agosto em três estados e no Distrito Federal.

Do MPF

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) enviou à Assembleia Legislativa projeto de lei que reduz as possibilidades de aplicação de multa a contribuintes tidos como bons pagadores de impostos e institui análise fiscal prévia, também para evitar autos de infração. O pacote de mudanças cria um sistema de notas para os contribuintes que prevê, por exemplo, o fim da exigência de garantias financeiras para uso dos créditos do ICMS para empresas A e A+.

O texto do Programa de Conformidade Fiscal foi construído com apoio de entidades como Fiesp, Fecomércio, Anfavea e do BID, e terá prazo de adaptação de seis meses após a aprovação dos deputados. A lista com as notas será pública. A classificação avalia se os fornecedores do contribuinte também são bem pontuados e reduz a nota de quem negocia com empresas D e E.

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São seis benefícios para os bons pagadores. Um deles institui a autorregularização do contribuinte. "Há casos de uma empresa que recolhe R$ 10 milhões, mas que deixou de enviar uma declaração acessória de valor irrisório. Quando um fiscal encontra isso, a lei hoje exige a aplicação de multa, às vezes, maior que o imposto recolhido. É uma insegurança que queremos acabar", diz o secretário adjunto da Fazenda estadual, Rogério Ceron. "Em casos assim, enviamos notificação para o contribuinte e ele mesmo faz a autorregularização."

Outra medida é a possibilidade de a empresa enviar sua declaração para análise prévia, permitindo que o fisco aponte possíveis falhas que iriam gerar auto de infração, antes de a declaração ser enviada oficialmente.

O terceiro destaque é o fim das exigências de garantia para o uso do crédito do ICMS. Para fazer uso dos créditos vindos de impostos já pagos por fornecedores, que devem ser descontados do imposto devido, as empresas têm de ter valores depositados em quantia equivalente, o que aumenta os custos. Esse depósito não será mais obrigatório. "Essa é a medida que mais reduz os custos", afirma Ceron.

O titular da pasta, Helcio Tokeshi, diz que a proposta parte da premissa de que a maior parte dos empresários prefere estar em dia com o pagamento dos impostos. "Para esses, temos que facilitar a vida. Há aqueles que preferem estar em dia, mas que, se tiverem a oportunidade, vão sonegar. Para esses, temos de nos mostrar presentes. E há aqueles que têm predisposição para sonegar. É para esses que temos que voltar todos os nossos esforços." A estimativa da secretaria é que 94% dos contribuintes do Estado devem estrear no sistema de notas com a classificação A e A+.

O diretor jurídico da Fiesp, Helcio Honda, afirma que a medida é uma "mudança de paradigma" e deveria ser seguida por outros Estados. "Não é comum, em um País com muito regulamento, muita legislação, muita penalidade, você ter um projeto que premia o cumprimento das obrigações", afirma.

O vice-presidente do Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo, Glauco Honório, critica o fato de que a classificação de "bom pagador" depende da declaração da própria empresa. "Aquele que declara menos do que deveria, e é um sonegador, poderá conseguir uma nota boa." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na semana em que o governo reviu o rombo fiscal de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões, o presidente do Insper e ex-secretário de Política Econômica, Marcos Lisboa, diz que, ao contrário do que muitos esperam, a medida não evitará alta de impostos. "Não vamos escapar disso. Demoramos demais a fazer as reformas e vai faltar dinheiro para políticas essenciais." A seguir, trechos da entrevista.

Como o sr. avalia a mudança na meta fiscal?

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Reflete a severidade da situação do País. Não foi uma surpresa. O preocupante é que a causa dessa situação é o aumento recorrente das despesas obrigatórias, por força de lei, como as regras de reajustes, que vêm aumentando há quase três décadas nos governos federal e estaduais. Esse gasto cresce mais que o PIB há muito tempo. Esse imenso conjunto de leis e obrigações diz quanto e como gastar. Ou fazemos discussões profundas sobre reformas estruturais para interromper esse crescimento ou teremos aumentos recorrentes da carga tributária.

De 2014 a 2020, vamos acumular um déficit de R$ 818 bilhões. O que isso significa para o País?

Haverá perda de espaço para a política pública, para o investimento, carência de recursos para áreas como ciência e tecnologia, para programas sociais. Isso prejudica o País e a volta do crescimento. Poderemos ver a falta de capacidade de aumentar o salário mínimo, de fazer políticas que são comezinhas em qualquer lugar porque acabou o dinheiro. O mesmo ocorre com governos estaduais. Sofrem funcionários, universidades e se espalha. Está no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Brasília. E outros Estados terão dificuldades.

Como chegamos a esse ponto?

Para além do problema estrutural, houve incontáveis erros de política econômica. O governo anterior expandiu subsídios, desonerações, criou políticas públicas sem avaliar impactos. O atual, no ano passado, com a maior recessão da história e o maior desemprego desde os anos 70, concedeu aumento para servidores e agora tem de voltar atrás. Além disso, errou na avaliação de como a economia ia se recuperar. E não errou sozinho, pois diversos economistas falavam em uma recuperação mais rápida. Há uma recuperação, mas não como se esperava. O governo errou, por fim, em se comunicar mal com a sociedade. Deveria ter explicado melhor sobre o tamanho do problema - por exemplo, sobre a Previdência -, a necessidade de ajustes e como fazê-los.

O que mais o governo poderia fazer para conter o rombo?

Essa forma de tratar os problemas, um de cada vez, pode ter vantagens na execução, mas perde na clareza. Por exemplo, quando se fala de Previdência, assistência social e dos servidores, não é um tema só. Há leis específicas, programas sociais que somam e alguns que fracassam. Não seria a hora de fazer uma avaliação e terminar ou rever o que não funciona? Programas de incentivo a conteúdo nacional funcionam? Os setores que o governo apoiou mais fortemente no passado hoje estão em grave dificuldade: óleo e gás, indústria naval, a intervenção no setor elétrico. O governo passado atendeu a pedidos de diversos setores. O resultado é a crise em que eles se encontram. Mas eles não podem reclamar muito porque são sócios da culpa, foram cúmplices do projeto e o resultado a gente está assistindo.

Elevar imposto é uma saída?

Não vamos escapar disso. Demoramos demais para fazer as reformas. E mesmo aumentando a meta faltará dinheiro para políticas essenciais. Seria melhor que não fosse assim, mas é o custo por demorarmos a reconhecer os problemas. Todos teremos de ir para o sacrifício. Teremos de pagar mais imposto e trabalhar mais para nos aposentar. A questão é como fazer o processo de maneira socialmente justa e equânime, tratando iguais como iguais e protegendo os vulneráveis.

O sr. acha que a reforma da Previdência vai avançar?

A população aposentada cresce 3,5% ao ano. A que trabalha está crescendo 0,7% e em poucos anos vai parar de aumentar. A estimativa é de que em três décadas haverá 6% a menos pessoas trabalhando e 250% a mais de pessoas recebendo benefícios da Previdência. Um número menor de trabalhadores vai sustentar um número duas vezes e meia maior de aposentados. A reforma é urgente.

Por que há tanta resistência?

O que me surpreende é como os grupos resistem em participar do sacrifício para tirar o País da crise. Há uma série de privilégios disseminados na economia. Tem gente com acesso a crédito subsidiado do BNDES, que paga pouco imposto, que é protegido da concorrência externa. Há pessoas que podem se aposentar mais cedo, que têm benefícios maiores, outras que pagam seu aluguel, sua educação. E há pessoas que, além do salário, recebem auxílio-moradia. É um país onde é disseminada a meia-entrada. É preciso ficar claro que, se preservar o privilégio de A, os demais vão pagar.

A resistência em relação à nova taxa de juros do BNDES, a TLP, vai nessa mesma linha?

Vários grupos empresariais se manifestaram contra, ao mesmo tempo em que reclamam de aumento do imposto. Estamos numa crise fiscal, está faltando dinheiro para coisas essenciais, mas tem gente que não quer pagar mais imposto, não quer que tire o subsídio do BNDES. Conceder subsídios via BNDES à empresa privada tira dinheiro do resto da sociedade.

O pacote fiscal deve ser aprovado?

Depende da capacidade do governo em prestar contas e explicar o planejamento fiscal. Boa notícia é que acordou para o problema e começa a enfrentá-lo. Má notícia é que vai precisar de muito mais medidas para sairmos de onde estamos.

Que cenário podemos esperar daqui para frente?

Se iniciarmos a agenda fiscal e as reformas, poderemos começar uma agenda republicana de igualar as regras, reduzir distorções. Há muitas oportunidades de crescimento. Há uma produtividade latente que pode crescer. A gente consegue construir um ambiente tributário saudável, com impostos simples e claros e ter um período longo de crescimento. Ou podemos insistir nos erros do passado. Os anos 50 deram a crise dos anos 60. Os anos 70 deram a crise dos anos 80. Os últimos 10 anos deram a crise atual. Podemos repetir pela quarta vez o mesmo caminho.

O presidente da República, Michel Temer, reiterou nesta quarta-feira (9) que as alíquotas do Imposto de Renda não serão elevadas, como foi ventilado nos últimos dias. "Queria dizer uma coisa aqui que é para ganhar aplausos. Ontem se falou que iríamos aumentar as alíquotas do Imposto de Renda. Não é verdade, absolutamente não haverá aumento", declarou o peemedebista, que participa da abertura do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enex), no Rio de Janeiro.

Na terça, o próprio Temer admitiu que a equipe econômica do governo estuda uma alíquota maior para o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), que poderia ser de 30% ou 35% para quem ganha mais de R$ 20 mil mensais. A medida garantiria até R$ 4 bilhões a mais para os cofres públicos. Após a forte reação da base aliada, o Planalto decidiu não levar a proposta adiante.

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No evento, que também contou com placas de protesto contra o presidente, Temer afirmou que seu governo trabalha para recolocar a economia do País nos trilhos e que isso já pode ser observado, como mostram a queda da taxa de inflação e da Selic, bem como a queda do desemprego e a perspectiva de volta do crescimento em 2017 após anos de contração.

"Não se vence o atraso de mais de uma década da noite para o dia", notou. "A realidade fala por si. São conquistas quem não se deixa abater e de um governo que se pauta pelo diálogo e responsabilidade.

Temer disse também que implantou um "choque de transparência e racionalidade" assim que assumiu o cargo, que se traduziu em medidas como a imposição de um teto para os gatos públicos. Tais medidas teriam trazido de volta a confiança dos investidores.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira, 8, que o aumento do Imposto de Renda (IR) para as pessoas físicas, especialmente para a faixa de maior renda, é uma das hipóteses em estudo pela equipe econômica para costurar o Orçamento de 2018. O governo tem até o dia 31 de agosto para apresentar a proposta de receitas e despesas do ano que vem ao Congresso e até esta data uma solução será anunciada, disse ele.

"Estamos estudando diversas alternativas para questão do Orçamento de 2018", declarou a jornalistas em rápida entrevista após compromisso em São Paulo na tarde desta terça-feira. Por enquanto, afirmou o ministro, o governo está monitorando a arrecadação, que tem frustrado as expectativas por causa de uma série de fatores, incluindo o reflexo da recessão de 2015 e 2016. O Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, antecipou na segunda-feira, 7, que o governo estuda aumentar de 30% para 35% a alíquota do IR para as pessoas físicas de renda mais alta.

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A expectativa é que a arrecadação se recupere neste segundo semestre, afirmou o ministro. "Temos até o final do mês, dia 31, para finalizar as contas e chegar a uma conclusão. Existem diversas hipóteses em estudo e essa (a alta do IR) é uma delas", disse Meirelles, ressaltando que o presidente Michel Temer estava correto ao mencionar esta possibilidade em evento hoje em São Paulo. "Até dia 31 devemos definir isso e anunciar."

O ministro disse que o segundo trimestre de 2017 deve ser de estabilidade do Produto Interno Bruto (PIB), mas que os dados de junho da atividade já começam a mostrar um avanço importante da economia. Com isso, o segundo semestre do ano deverá ser de expansão do PIB. "Há sinais claros de melhora."

Meirelles destacou que o final do segundo trimestre foi marcado por melhora de vários segmentos, como a indústria têxtil e o setor automobilístico. Indicadores como o consumo de energia do período indicam que a indústria está se recuperando, ressaltou o ministro. "Vamos terminar o ano crescendo e entrar em 2018 com a economia em expansão. Teremos um Natal melhor."

Líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado Silvio Costa Filho (PRB) questionou a aplicação de multa de 100% sobre débitos do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotivos (IPVA), após 20 dias de atraso no pagamento. De acordo com o parlamentar, diversas pessoas vêm denunciando a prática, considerada “abusiva” por ele. Ao refutar a iniciativa, Silvio não poupou críticas ao governador Paulo Câmara (PSB). 

“Ele não pode ter uma visão de secretário da Fazenda e pensar apenas em cobrar impostos, tem que entender que um governador precisa pensar no que é melhor para os pernambucanos”, disse, durante a sessão plenária dessa quinta-feira (3). Ele lembrou que outras sanções da gestão já atingiram o IPVA, como a antecipação do vencimento para fevereiro “pegando o contribuinte de surpresa”. “Agora, quem atrasar terá que pagar dobrado”, acrescentou disparando.

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Costa Filho também disse que “todos já sabem que Paulo Câmara é conhecido por cobrar muitos impostos, sendo chamado, inclusive, de ‘Paulo imposto’”, mas pontuou estar “particularmente estarrecido com a nova prática do Detran-PE”. “Não podemos aceitar um absurdo desse, que penaliza a população e o setor produtivo, num momento de crise onde todos tentam ajustar suas contas pessoas”, salientou.

O líder ainda fez um apelo para que Paulo Câmara suspendesse a multa e flexibilizasse o pagamento do IPVA. Além disso, Silvio Filho sugeriu a realização de uma audiência pública, com a participação do secretário da Fazenda, Marcelo Barros, e do presidente do Detran, Charles Ribeiro, para discutir o assunto. 

Os caminhoneiros pararam rodovias em, pelo menos, oito Estados brasileiros ontem em protesto contra o aumento dos impostos sobre o óleo diesel. Os protestos foram mais fortes no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, segundo a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam). A expectativa é que a manifestação continue hoje.

Em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, cerca de 40 caminhões estiveram na manifestação na Rodovia Anhanguera, próximo à Ceagesp, na entrada da cidade, por volta do meio-dia.

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Os motoristas reclamam do aumento no preço do combustível - além da alta do PIS/Cofins, a semana foi marcada por reajustes diários dos preços da gasolina anunciados pela Petrobrás às distribuidoras -, dos valores dos pedágios, do baixo valor recebido pelo frete e de outras questões que envolvem a categoria. No chamado "Trevão", foi preciso o apoio da Polícia Rodoviária para garantir a segurança no tráfego de veículos durante o protesto.

Em Sertãozinho, também em São Paulo, houve manifestação na Rodovia Alexandre Balbo (SP-328), onde caminhões ficaram enfileirados Nas margens da pista, no fim da manhã, também ocorreu um ato na Rodovia Washington Luiz (SP-310), na região de Araraquara (SP). Em torno de 20 caminhões marcaram presença, mas não houve fechamento de rodovia. "Foi um protesto justo e pacífico, como acertado com a Polícia Rodoviária", disse Samuel Jarina, um dos líderes do ato.

Minas

Em Minas Gerais, os protestos começaram durante a madrugada. Caminhoneiros protestaram na BR-050 em Uberlândia, que teve o tráfego interrompido por mais de duas horas com a queima de pneus. A Polícia Rodoviária Federal acompanhou a manifestação até a liberação da pista.

Em Paracatu, os caminhoneiros fecharam a BR-040, no período da manhã. O trânsito ficou congestionado para quem fazia o trajeto na pista sentido Belo Horizonte a Brasília. Também houve manifestações em outras cidades mineiras, como Ouro Preto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A alta no PIS/Cofins dos combustíveis, em vigor após decreto do presidente Michel Temer, deve dificultar ainda mais o crescimento do setor automobilístico, já combalido pela crise econômica do país. É o que diz a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Em comunicado, a entidade criticou duramente a decisão do Governo Federal e disse que a alta nos tributos penaliza a população. “O atual Governo, lançou mão de mais um açoite tributário ao povo brasileiro, penalizando empresários, consumidores e trabalhadores, que terão, mais uma vez, que arcar com o ônus de investir e tentar sobreviver no Brasil”, diz a nota.

O Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos do Pará e Amapá (Sincodiv PA/AP) manifesta apoio ao posicionamento da Fenabrave e expressa preocupação com a decisão do Governo Federal. Leonardo Pontes, presidente do Sindicato, disse que o decreto pode levar a uma retração nas vendas de automóveis no Estado, que registrou alta nos meses de maio e junho. “Ao invés de cortar gastos e tentar diminuir os custos da administração pública, o presidente aumenta impostos e pode, com isso, prejudicar ainda mais o setor”, lamenta Pontes.

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O presidente do Sincodiv lembra que o balanço mais recente mostra o estado com crescimento de vendas, portanto na contramão do cenário nacional. O aumento dos impostos pode afetar fortemente os dados do setor. “No mês de junho, as vendas de veículos novos no Pará cresceram 7,25% em relação a maio. Esse resultado é muito bom se comparamos com outros estados, mas com essa decisão do presidente de aumentar os impostos sobre dos combustíveis, pode levar esse cenário mudar.”

As informações são da assessoria do sindicato.

 

 

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) voltou a expor o pato amarelo inflável, um dos principais símbolos das manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), em sua sede em São Paulo, na Avenida Paulista. A iniciativa é uma reação à decisão do governo federal, anunciada nessa quinta-feira (20) e já em vigor nesta sexta-feira (21), de elevar as alíquotas do PIS e da Cofins sobre combustíveis.

Na quinta, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, se disse "indignado" com a medida, e avaliou que a elevação de tributos deve agravar a crise num momento em que a economia dá sinais de recuperação. A campanha da Fiesp tem como tema "Não vou pagar o pato", em alusão a tarifas que poderiam ser elevadas para cobrir o rombo no orçamento federal.

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"Aumento de imposto recai sobre a sociedade, que já está sufocada, com 14 milhões de desempregados, falta de crédito e sem condições gerais de consumo", comentou Skaf em nota. O presidente da Fiesp ainda disse que a entidade patronal mantém suas bandeiras, "independentemente de governos". "Somos contra o aumento de impostos porque acreditamos que isso é prejudicial para o conjunto da sociedade. Não cansaremos de repetir: Chega de Pagar o Pato. Diga não ao aumento de impostos! Ontem, hoje e sempre". Paulo Skaf é do PMDB e aliado do presidente Michel Temer.

Nesta sexta-feira, a Fiesp organiza um seminário sobre infraestrutura no setor de Telecomunicações.

Com a decisão do governo de aumentar o PIS/Cofins sobre os combustíveis para melhorar a arrecadação, o litro da gasolina vai ficar até R$ 0,41 mais caro nas bombas a partir desta sexta-feira (21), caso haja repasse integral ao consumidor. A medida despertou a ira de entidades empresariais como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que já reclamavam da elevada carga tributária no País. Já a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) reclamou do egoísmo do governo federal ao elevar um tributo que não é compartilhado com os municípios.

Para a gasolina, a alíquota mais que dobrou. Só de PIS/Cofins, o desembolso será de R$ 0,7925 por litro após a alta. O decreto com o aumento do tributo será publicado hoje no Diário Oficial da União (DOU) e tem vigência imediata.

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No caso do diesel, a alíquota subirá de R$ 0,2480 para R$ 0,4615 o litro nas refinarias, que podem repassar o valor integral ao consumidor.

O etanol não escapou dos reajustes, embora representantes do setor tenham intensificado reclamações sobre a falta de competitividade do combustível diante do baixo preço da gasolina. Para o produtor, a alíquota subiu um centavo, para R$ 0,1309 por litro. Na distribuição, o impacto será mais forte, pois o PIS/Cofins estava zerado e passará a R$ 0,1964 por litro.

A área econômica espera obter R$ 10,4 bilhões ainda este ano com os aumentos. Na nota divulgada ontem à tarde, o governo argumentou que a medida é "absolutamente necessária" para a preservação do ajuste fiscal e a manutenção da trajetória de recuperação econômica.

A equipe econômica optou pelo aumento do PIS/Cofins porque a entrada de recursos nas contas públicas é imediato, em vez de demorar 90 dias como no caso da Cide. Outra vantagem é que o tributo reajustado não é dividido com Estados e municípios. A opção desagradou os prefeitos. "A crise afeta todos os entes federados e as soluções deveriam contemplar esse cenário", disse a FNP.

Entidades que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff e deram respaldo ao governo Michel Temer divulgaram nota "indignadas" com a alta de tributos. A Fiesp, que em 2015 colocou um pato inflável na Avenida Paulista contra o aumento de impostos, ameaça retomar a estratégia. "Mantemos nossas bandeiras e convicções, independentemente de governos", disse a Fiesp, presidida por Paulo Skaf, filiado ao PMDB.

Sem muitas saídas, a ala política do governo já procurava desde ontem minimizar o estrago pregando que o aumento não terá grande impacto no bolso do consumidor. Além disso, o efeito na inflação seria amenizado porque a gasolina tem sofrido seguidas reduções de preços. Esta é a segunda vez no ano que o governo aumenta impostos para tentar cumprir a meta de déficit primário de R$ 139 bilhões. Em março, foi anunciado o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras para cooperativas de crédito.

O governo também tenta reonerar a folha de pagamento para 50 setores. A ideia era voltar a recolher a contribuição previdenciária sobre salários pagos, e não sobre o faturamento. A medida entraria em vigor este mês - e reforçaria em R$ 2,2 bilhões a arrecadação de tributos -, mas relatório aprovado no Congresso adiou a cobrança para 2018.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao comentar, em nota, o aumento das alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) manifestou indignação com a medida e comentou que a elevação da carga tributária vai agravar a crise num momento em que a economia dá sinais de recuperação. "Nesta semana, ficamos indignados com o anúncio da alta de impostos sobre os combustíveis", afirmou Skaf. Com questionamentos direcionados ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o conteúdo da nota poupa de críticas o presidente Michel Temer (PMDB), aliado de Skaf.

"Ministro, aumentar imposto não vai resolver a crise; pelo contrário, irá agravá-la bem no momento em que a atividade econômica já dá sinais de retomada, com impactos positivos na arrecadação em junho", assinala o presidente da Fiesp. "Aumento de imposto recai sobre a sociedade, que já está sufocada, com 14 milhões de desempregados, falta de crédito e sem condições gerais de consumo", acrescenta.

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A Fiesp tem uma campanha contra alta dos impostos que ficou marcada pela instalação de um pato inflável gigante em frente à sede da entidade na Avenida Paulista, inclusive durante os protestos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Hoje, após a confirmação de que o governo Temer vai aumentar imposto na tentativa de reduzir o rombo das contas públicas, Skaf disse que a entidade patronal mantém suas bandeiras, "independentemente de governos".

"Somos contra o aumento de impostos porque acreditamos que isso é prejudicial para o conjunto da sociedade. Não cansaremos de repetir: Chega de Pagar o Pato. Diga não ao aumento de impostos! Ontem, hoje e sempre."

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), indicou que não vai se opor a uma possível alta da carga tributária para o cumprimento da meta fiscal. "Consultei vários economistas e ninguém me deu outra solução. A única alternativa proposta é aumento de impostos", afirma. Primeiro na linha sucessória em caso de afastamento do presidente Michel Temer, Maia afirma que vai construir com a equipe do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, um caminho para ajudar o governo a fechar as contas neste ano com rombo máximo de R$ 139 bilhões.

Maia se comprometeu a pôr a reforma da Previdência na pauta do plenário da Câmara em agosto. Segundo ele, se não começar a ser votada até o fim de agosto, a proposta de mudanças nas regras para a concessão de aposentadorias e pensões não será mais votada. Ele rebateu a proposta do senador Romero Jucá (PMDB-RR) de fatiar a reforma e deixar pontos polêmicos que seriam barrados pelo Congresso para "2018 ou para o futuro". Mas alertou que a medida provisória (MP) para alterar pontos polêmicos da reforma trabalhista será derrotada na Casa, principalmente no que diz respeito ao trabalho intermitente e alternativas ao imposto sindical. Ele também defendeu um ritmo maior de queda de juros para ajudar a economia. "Os investidores estão preocupados com a política, e nós estamos preocupados com a economia", diz Maia, que recebeu o Estadão/Broadcast na residência oficial, sob a condição de que o encontro focasse apenas em temas econômicos. Quando começou a ser questionado sobre a situação política, encerrou a entrevista. A seguir, os principais trechos.

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Alta de impostos

"Não sou favorável à alta de impostos. Mas consultei vários economistas e ninguém me deu outra solução. Se não aprovar o que tem de ser aprovado, não há outro caminho que não seja aumento de imposto. Tudo que o governo propôs os economistas que entendem de contas públicas propuseram. O governo foi até o limite, agora tem de ver se vai aprovar ou não."

Reoneração da folha

"A gente sabe da situação fiscal do Brasil. Agora, tem de ver quais são as soluções que o governo vai propor daqui para frente. A situação é muito difícil. A reoneração (volta da contribuição de 20% sobre a folha de pagamento para 50 setores, em vez de até 4,5% sobre o faturamento) beneficia alguns setores, mas tem deputado e senador que defende outros. Vou discutir isso com a equipe econômica até sexta. Não é fácil aprovar a reoneração quando o governo encaminha alguns setores que ficaram excluídos e a comissão escolhe outros. É preciso justificar claramente por que o setor A, por que não o setor B. O Brasil, historicamente, beneficia alguns poucos setores em detrimento da maioria, principalmente em detrimento de setores com empresas menores, médias e pequenas. No caso da desoneração, deve ser um pouco disso também. Alguns setores devem merecer; outros não. É difícil escolher, porque a situação de todo mundo ainda está ruim. Se você gera uma despesa a mais, automaticamente vai gerar desemprego. Aí é uma decisão do governo: ou um pouco de inflação com algum aumento de imposto, ou pouco mais de desemprego no momento em que o desemprego está diminuindo. Só existem dois caminhos: onerar e causar impacto no emprego ou manter a desoneração e aumentar imposto."

Reforma da Previdência

"Temos de ver até onde conseguimos ir com a reforma da Previdência. O ideal para o Brasil é que nós não precisássemos estar olhando no horizonte de curto prazo a necessidade de outra reforma. A partir do momento que você trabalha com o fatiamento antes de reabrir os trabalhos da Câmara, está dando um sinal de que vai ser menos do que precisa e do que poderia ter. Eu não defendo ficar discutindo qual o tamanho da reforma. Eu defendo que se retome a discussão e veja o que é possível. Não porque quero necessariamente uma emenda com coisas além da idade mínima. É porque para o Brasil o mais confortável é não ter de fazer uma nova reforma daqui a dois, três, quatro anos. Tem algum desconforto nas regras para o Benefício de Prestação Continuada (BPC - pago a pessoas com deficiência e idosos de baixa renda), na aposentadoria rural e nas regras dos servidores que entraram no serviço público antes de 2003. Tem de ver como ajusta isso. Já nas regras de transição, qualquer uma que colocar, vai agradar um e desagradar outros. Minha estratégia é, quando agosto chegar, voltar a negociar. Chamar o relator, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o secretário da Previdência, Marcelo Caetano, e ver quais são os nossos limites. Ver até por onde podemos andar sem prejudicar a reforma - negociando partido por partido e ver o que é possível. Tem de começar a votar em agosto. Se não começar a votar no plenário até o fim de agosto, não vota mais."

Reforma trabalhista

"Talvez o imposto sindical tenha ajudado a diminuir a polêmica da trabalhista, mais que a reforma previdenciária. Acho que o fim da obrigatoriedade do imposto sindical dava para ter sido feito escalonado. É que não quiserem perder nada nos dois primeiros anos. Se o Paulinho da Força Sindical tivesse aceitado escalonado desde o primeiro ano, poderia ter ganhado a votação. Sobre a MP (que pretende alterar pontos polêmicos da reforma trabalhista), não posso dar respaldo a algo que não conheço. Sou presidente da Câmara e banquei o texto com os deputados. Tem alguns pontos que não adianta mandar por MP que a gente vai derrotar. O trabalho intermitente (modelo em que um trabalhador pode ser contratado por hora ou para cumprir uma atividade específica), por exemplo, é um avanço enorme para o Brasil. Tem alguns pontos que não tem problema tirar do projeto, mas outros são fundamentais. A volta do imposto sindical eu acho que o presidente Michel Temer não vai mandar. Estou até ajudando ele com a Força Sindical para ver se existe algum texto que a Câmara aceite, porque não adianta o presidente mandar um tema que vai ser explosivo. Eu avisei que não adianta mandar um texto que a Câmara vai derrotar."

Queda dos juros básicos

"O Banco Central tem uma tese de que precisa aprovar a reforma da Previdência antes para cortar mais a taxa básica de juros. Isso o presidente do Banco Central me disse. Só que se o Banco Central entendesse a possibilidade de reduzir a taxa de juros, com a inflação que deve continuar caindo, isso iria até movimentar a economia. No mínimo, as pessoas vão conseguir repactuar seus empréstimos, suas dívidas, em condições melhores. Isso ajuda muito. O BC está conservador porque acha que, sem a Previdência, corre o risco de acelerar e depois ser obrigado a reverter a tendência. Foi o que entendi do Ilan Goldfajn (presidente do BC) quando falei com ele. Eu não sou de ficar questionando o Banco Central. Nunca fui. Mas, se a inflação continuar com essa curva de queda e o BC tiver conforto, que isso é o mais importante, a redução dos juros ajuda muito." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo decidiu que será necessário aumentar o PIS/Cofins incidente sobre combustíveis para garantir o cumprimento da meta fiscal deste ano, de déficit de R$ 139 bilhões. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o governo avalia a possibilidade de elevar outro tributo para fechar as contas, já que o governo tem um buraco de aproximadamente R$ 10 bilhões para cobrir no Orçamento de 2017. Três alternativas estão em análise: IOF sobre operações de câmbio à vista, ou IOF sobre operações de crédito, ou Cide-combustível.

Segundo explicou uma fonte do governo, essa alternativa de elevar outro tributo talvez seja necessária porque há limitação para elevar a alíquota do PIS/Cofins. Dessa forma, seria um complemento para cobrir a necessidade de aumentar a arrecadação até o final do ano.

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A avaliação no Planalto é de que, como as receitas previstas pela área econômica não se confirmaram, um aumento de, por exemplo, R$ 0,10 no preço do litro da gasolina não teria grande impacto no bolso do consumidor e ainda ajudaria as contas públicas. O impacto dessa elevação do imposto seria ainda minorado porque a gasolina tem sofrido seguidas reduções de preço, o que minimiza o impacto de eventual aumento.

A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados aprovou hoje (17) o Projeto de Lei 4970/13 que obriga o comércio eletrônico a detalhar nas notas fiscais quanto foi cobrado nas operações no que se refere aos seguintes impostos: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Imposto sobre Importação de Produtos Estrangeiros (II); Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS); e Contribuição Sobre Combustíveis (Cide).

De acordo com o relator da audiência de hoje, o deputado estadual Eros Biondini (Pros-MG), a obrigatoriedade já existe e  é regulamentada pela Lei 12.741/1, porém não é totalmente cumprida. “Torna-se absolutamente desnecessário criar uma nova norma para alcançar o mesmo objetivo”, disse.

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O projeto tramita em regime de prioridade e será analisado ainda pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em seguida, segue para votação do Plenário.

Confira a íntegra da proposta: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=564831

 

No dia 16 de junho o impostômetro da Faculdade UNINASSAU Aracaju atingiu a marca de 1 trilhão de reais em impostos. O placar digital mostra a quantidade de impostos, taxas e contribuições arrecadados desde o primeiro dia do ano em todo país. Em 2017, o painel registrou o montante 19 dias antes do que no ano passado. Dados mais atualizados indicam que só Sergipe já contribuiu com mais de R$ 4 bilhões e 600 milhões.

De acordo com o economista e docente da Faculdade UNINASSAU Aracaju, Neidazio Rabelo, este ano a expectativa era de o brasileiro trabalhar cerca de 153 dias apenas para pagar impostos. “É bom esclarecer que os valores são uma projeção e que pode existir uma margem de erro. É por isso que os índices são acompanhados mês a mês ao longo do ano”.

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O economista explica que apesar da crise, a arrecadação aumentou. “Registramos uma queda na arrecadação nominal, portanto, algumas alíquotas foram reajustadas para mais, no intuito de compensar essa diminuição”.

Ainda de acordo com Neidazio a carga tributária do país é tão alta que chega a ser maior do que o Produto Interno Bruto de países da América Latina. “O que impressiona é que a tributação brasileira alcança a de países de primeiro mundo como Inglaterra, Espanha e, Suécia e Dinamarca. Diferente do Brasil, esses países não têm mais problemas sociais, já eliminaram a pobreza, o analfabetismo, não tem dificuldade em oferecer um transporte público, educação e saúde de qualidade”, afirma.

A má aplicação dos recursos, os índices de tributação excessivos, a diminuição do consumo são alguns dos motivos para que haja uma reforma tributária urgente. “Este ano já houve um aumento e o ano nem acabou. Se essa escalada não tiver uma reforma tributária, ano que vem vamos chegar próximo de 6 meses trabalhando para pagar impostos”, conclui.

Por Adriele Escarlytte

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o governo não deixará cumprir os seus objetivos, como a meta fiscal, por resistência teórica ao aumento de tributos. Em entrevista sobre as novas metas de inflação, o ministro foi mais uma vez questionado sobre a possibilidade de alta da Cide sobre combustíveis para elevar a arrecadação, mas respondeu que não ainda tinha decisão.

"Um princípio que tenho é anunciar imediatamente uma decisão tomada. No momento, não temos decisão. Temos, sim, discussão já manifestada que, se precisar aumentar imposto, nós vamos aumentar. Mas não foi tomada nenhuma decisão", reiterou o ministro.

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Segundo ele, em algum momento, se configurar a necessidade de aumentar impostos será feito. "Não deixaremos de cumprir os objetivos por resistência teórica ao aumento de impostos", afirmou.

O ministro disse que a meta fiscal será cumprida e a discussão é como ela será cumprida. "Estamos falando sobre como atingir metas fiscais, e, não, se cumpriremos", afirmou.

Questionado se a decisão das novas metas de inflação levaram em consideração a possibilidade de alta da Cide Combustíveis, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfjan, afirmou que a definição de metas não tem a ver com questões do dia a dia de política econômica. "Metas são para três anos à frente", disse.

Para o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, a decisão de aumentar período de definição das metas de inflação tem exatamente o objetivo de desvincular decisões de política monetária de longo prazo das ações de curto prazo de política econômica.

O governo protelou, mas aumentar impostos surge agora como a única alternativa para reverter as sucessivas frustrações na arrecadação, avaliam especialistas em finanças públicas. Segundo Gabriel Leal de Barros, diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado, o governo já foi obrigado a rever as projeções de receita neste ano. Em janeiro, lembra o economista, a previsão para receita administrada do governo até abril era de R$ 313,2 bilhões. Em abril, porém, ela foi revista para R$ 297, 3 bilhões. Encerrado o período, o que de fato se arrecadou foi R$ 293,6 bilhões.

Segundo nota técnica do IFI, antecipada pelo Estadão/Broadcast, o governo foi "otimista" nas projeções até 2020. Neste ano, considerando apenas a arrecadação recorrente (tributos normais e previsíveis), a estimativa é que o déficit chegue a R$ 144,1 bilhões - a meta oficial é R$ 139 bilhões. A queda é considerada até conservadora pela IFI, pois pode haver ainda frustração na previsão da receita extraordinária (privatizações e concessões, por exemplo).

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Para 2018, o rombo tende a crescer, segundo o IFI. O déficit pode chegar R$ 169 bilhões.

Há uma questão matemática para as diferenças. Em suas contas, o governo considera que, para cada ponto porcentual de recuperação do PIB, a receita cresce mais que um ponto. O IFI faz uma conta de um para um. Mas o que se tem visto é para cada ponto de crescimento do PIB, a receita está avançando entre 0,6 a 0,5 ponto porcentual. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de Cristiano Ronaldo e do craque do Barcelona, Lionel Messi, o técnico José Mourinho foi acusado pelo Provincial de Madri de ter cometido fraude fiscal. Segundo o Ministério Público Espanhol, o treinador do Manchester United cometeu crimes contra a Fazenda, relacionados ao imposto de renda, segundo informações do jornal 'El País'. 

Os crimes teriam sido cometidos entre os anos de 2011 e 2012, na época em que José Mourinho era treinador do Real Madrid. Segundo a denúncia, mais de 3 milhões de euros foram sonegados pelo técnico. São 1.611.537 milhões de euros relativos a 2011 e 1.693.133 milhões de euros referentes a 2012. O Ministério Público relatou que Mourinho não apresentou o rendimento da transferência ao Real Madrid, juntamente com os direitos, no imposto de renda.

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