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O indígena Donecildo Agueiro, de 21 anos, do povoado Ava-Guarani, sofreu atentado a tiros, em Guaíra-PR, após sair de reunião da Coordenação Técnica Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) sobre demarcação de terras na região na terça-feira (6). Depois do ocorrido, Donecildo Agueiro não está sentindo as pernas. Ele se encontra internado no Hospital Regional de Toledo e será operado na quinta-feira (8).

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), omissão e morosidade na regularização de terras indígenas são os responsáveis pelo ocorrido. O cenário de violência enfrentado pelos indígenas em Guaíra teria se acentuado desde 2012.

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"Sofremos constantes ameaças, racismo, violência com arma de fogo, entre outras agressões. Os casos são extremamente recorrentes, inclusive com sequestro de indígenas para o Paraguai. A situação acalmou um pouco em 2017, com o trabalho do Ministério Público Federal (MPF) na região. Agora, as agressões voltaram a acontecer após a divulgação do Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena, emitido pela Funai”, explicou o cacique do Tekoha Y'Hovy.

O cacique diz ainda que um grupo de fazendeiros estaria estimulando a violência contra os povos indígenas. A Polícia Civil ainda teria se recusado a registrar o Boletim de Ocorrência (BO) do atentado de Donecildo Agueiro. “O Registro foi feito somente após a presença de um representante da Funai na Delegacia de Polícia e não é a primeira vez que essa recusa é manifestada, infelizmente", lamentou uma missionária do Cimi.

Em 2013, os Ava-Guarani do oeste paranaense realizou manifestações por demarcação de terras, saúde e educação. De acordo com o cimi, o povo Ava-Guarani não tinha acesso aos direitos mais básicos, como água potável e saneamento, chegando também a passar fome.

Em 2017, foi assinado um manifesto de apoio às comunidades Guarani do oeste paranaense contra o discurso de ódio praticado por grupos que se opunham à presença dos índios. Grupos de trabalho da Funai estariam sendo coibidos de realizar estudos demarcatórios.

Já em setembro deste ano, o Observatório da Temática Indígena da América Latina (OBIAL), no âmbito do Instituto Mercosul de Estudos Avançados (IMEA) da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, manifestou publicamente sua preocupação com relação as ações de reintegração de posse, em curso, impetradas por Itaipu Binacional contra comunidades Ava-Guarani.

Com informações da assessoria

A deputada federal eleita por Roraima, Joênia Wapichana (Rede – RO), receberá o Prêmio das Nações Unidas de Direitos Humanos. Joênia é a primeira indígena eleita para o cargo no país.

Entre pessoas e organizações que já ganharam o prêmio, estão o ativista político norte-americano Martin Luther King, o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela e a ativista paquistanesa Malala Yousafzai, além das organizações Anistia Internacional e Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

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A entrega do prêmio ocorrerá em dezembro, na sede das Nações Unidas, em Nova York, como parte das comemorações do Dia dos Direitos Humanos.

Joênia foi a primeira mulher indígena a se tornar advogada no Brasil, atuou na demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, além de trabalhar no departamento jurídico do Conselho Indígena de Roraima (CIR) e na defesa de direitos de índios à posse de suas terras na Região Norte do Brasil. Além disso, ela foi a primeira presidente da Comissão de Direitos dos Povos indígenas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), criada em 2013.

O Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realiza a formatura da segunda turma do curso de Licenciatura Intercultural Indígena, subdividida em Linguagens e Artes, Ciências da Terra e da Natureza e Ciências Humanas e Sociais. O evento será amanhã (26), às 19h, no auditório do Senac, localizado no Shopping Caruaru (Rua Adjar da Silva Casé, 800, Indianópolis).

A turma é formada exclusivamente pelos 12 povos indígenas pernambucanos: Atikum, Entre Serras de Pankararu, Fulni-ô, Kapinawá, Kambiwá, Pankárá, Pankararu, Pankawuká, Pipipã, Tuxá, Truká e Xukuru. “A entrada dos estudantes não será por ordem alfabética, mas por povo, realizando seus rituais sagrados, cânticos e toantes, respeitando a tradição de cada povo indígena”, explica a coordenadora da licenciatura, Ana Maria de Barros.

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O curso é destinado à formação dos professores e das professoras indígenas que atuam na educação básica, particularmente, nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio em escolas indígenas. Os egressos devem atuar na docência, no âmbito da educação básica, em particular nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, na gestão escolar, e em práticas educativas escolares e não escolares. 

Começam nesta quarta-feira, 15, as inscrições na Unicamp para o primeiro vestibular indígena da instituição. A universidade disponibilizou 72 vagas em 27 cursos com a expectativa de atrair 800 candidatos. A inscrição é gratuita e vai até 14 de setembro. A prova está marcada para 2 de dezembro.

A prova será aplicada em quatro Estados do Brasil, nas cidades de Campinas (SP), Dourados (MS), Manaus (AM), Recife (PE) e São Gabriel da Cachoeira (AM).

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O edital com as regras já pode ser consultado na página eletrônica da Comissão de Vestibulares.

O candidato precisa comprovar, por meio de documentos, que pertence a uma das etnias indígenas do território brasileiro. Também é necessário ter cursado o ensino médio integralmente na rede pública ou em escolas indígenas reconhecidas pelo Ministério da Educação.

Disciplinas

De acordo com o edital, a prova será em língua portuguesa, composta de uma redação e questões de múltipla escolha nas áreas de Linguagens e Códigos, Ciências da Natureza, Matemática e Ciências Humanas. O custo para a Unicamp desse vestibular específico teria girado em torno de R$ 300 mil.

O Ministério Público Federal (MPF) está tentando anular sentenças que excluíram as fazendas Serra Negra e Caraíbas, nas cidades de Floresta e Betânia, no Sertão de Pernambuco, de áreas passíveis de demarcação como terras da comunidade indígena Pipipã. Os recursos, de responsabilidade das procuradoras da República Carolina de Gusmão Furtado e Mona Lisa Ismail, foram interpostos em ações ordinárias ajuizadas pelos proprietários das fazendas contra a União e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Para o MPF, a tese do marco temporal, fixada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2009, no caso da "Raposa Serra do Sol", em Roraima, não pode ser aplicada às áreas das fazendas, conforme as decisões proferidas pela 21ª Vara Federal em Pernambuco. A tese aponta que o direito de demarcação de terras indígenas é limitado à comprovação de ocupação das áreas reivindicadas na época da promulgação da Constituição Federal de 1988.

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"A tese do marco temporal, se aplicada de maneira automática e como critério absoluto, acaba por penalizar e restringir os direitos dos povos indígenas, na contramão do que dispõe a própria Constituição de 1988", considera o MPF. Na visão do órgão, com a adoção do marco temporal são ignoradas todas as expulsões e retiradas forçadas sofridas pelos indígenas, muitas praticadas durante o período em que o país viveu sob o regime de ditadura militar.

O Ministério Público Federal pede ao Tribunal Regional da 5ª Região o recebimento das apelações no efeito suspensivo, além de requerer a decretação da nulidade das sentenças por cerceamento de defesa e do direito à produção de provas requeridas pelas partes dos processos e a consequente determinação de realização de perícias antropológicas, negadas pelas sentenças da 21ª Vara Federal. Para o MPF, a perícia é fundamental para a obtenção de dados pretéritos, podendo esclarecer pontos ainda controvertidos e embasar uma solução justa no caso.

Competência – O MPF também requer que seja reconhecida, para julgar o caso, a competência da 18ª Vara Federal em Pernambuco, situada em Serra Talhada, onde já tramitou ação civil pública para que fosse concluído o processo de demarcação das terras indígenas dos Pipipã. Na decisão judicial expedida em 2014, de caráter definitivo, a Funai foi condenada a finalizar, em até 24 meses, o procedimento de demarcação das terras dos Pipipã, no município de Floresta.

A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), em decisão histórica, reconheceu a responsabilidade internacional do Estado brasileiro na violação aos Direitos de propriedade coletiva, garantia judicial de um prazo razoável e proteção judicial em relação ao povo indígena Xukuru de Ororubá de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco. O país foi condenado a finalizar o processo de demarcação do território do poxo Xukuru em um prazo de 18 meses. 

A decisão foi publicada na última segunda-feira (12). No prazo de um ano, o Estado brasileiro já deverá apresentar um relatório sobre as medidas adotadas.

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De acordo com o Conselho Missionário Indigenista (CIMI), a ação é a primeira na qual o Brasil é condenado por violações contra os direitos dos povos indígenas. Ela foi julgada no dia 21 de março, na Cidade da Guatemala. O poxo Xukuru foi assessorado pelo CIMI, pelo Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (GAJOP) e pela Justiça Global.

O processo de demarcação do território desse povo foi iniciado em 1989, mas não houve finalização. Conforme o CIMI, também não houve retirada de ocupantes não indígenas e garantia de proteção, o que já levou a assassinatos de indígenas no passado.

Para o cacique Marcos Xukuru, que participou do julgamento na Guatemala, as perdas são irreparáveis, mas ainda é motivo de celebração. “No tempo em que o Estado brasileiro demorou para demarcar a terra indígena, na Serra do Ororubá, o povo Xukuru conviveu com assassinatos, ameaças e criminalizações. Nosso direito à terra foi negado pelo Estado. As perdas são irreparáveis, mas sentimos que alguma justiça foi feita”, ele afirmou.

O cacique completou: “O território Xukuru só está sob os pés do povo porque fizemos retomadas, derramamos sangue. Espero que o STF [Supremo Tribunal Federal] leve em consideração a decisão da Corte Interamericana como jurisprudência para muitos casos que tramitam por lá". O pai de Marcos, cacique Xikão, foi assassinado por questões territoriais e é um símbolo da luta dos índios. 

O processo - Xikão foi nomeado como cacique nos anos 1880, o que levou a uma articulação do povo Xukuru. Em 2001, a tribo conseguiu a homologação dos 27.555 hectares em que vivem na Serra do Ororubá, em Pesqueira. Mais de 11 mil indígenas vivem no local.

O caso dos Xukuru foi denunciado à CIDH em 2202. No relatório do mérito do caso, divulgado em julho de 2015, a comissão concluiu que o Estado brasileiro era responsável pelas violações de direitos do povo indígena Xukuru e fez recomendações ao Estado brasileiro, que ainda não foram cumpridas. 

Com informações da assessoria

 

A publicação no Facebook de um pastor sobre batismo de índios no Mato Grosso tem rendido críticas de internautas. Nos comentários, várias pessoas acusam os envolvidos de doutrinação de indígenas. 

A postagem é do pastor Samoel Maia, da Igreja Universal. Ele escreve: "35 indígenas se entregam ao Senhor Jesus neste domingo em Barra do Garças no Mato Grosso! Comente e compartilhe! Não role para baixo sem deixar seu Amém". O texto é acompanhado de três fotos de índios sendo batizados em um rio. 

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Já são mais de 16 mil reações na postagem e 9,5 mil compartilhamentos. "Os índios têm as suas próprias crenças, pastor. Sei que fazem essas catequizações por amor, mas isso acaba destruindo os costumes e as crenças", diz uma usuária. Outro internauta diz: "Catequizar é tirar a liberdade de um povo e sua cultura, seus costumes e tradições".

No ano passado, o batismo de 38 índios avantes também repercutiu negativamente para o autor da postagem nas redes. Na época, acusado de ferir a cultura dos índios, o pastor em questão afirmou que era um pedido da própria tribo. 

Tais missões evangelizadoras podem ser interpretadas como um desrespeito à Constituição Federal, que em seu artigo 231 pontua que "São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens". 

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Um índio da etnia Xokleng foi assassinado a pauladas na cidade de Penha, a menos de 40 quilômetros de Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina. Embora o crime tenha ocorrido na primeira madrugada do ano, só veio a público nesta quarta-feira (3), quando imagens registradas por câmeras de segurança foram divulgadas e várias entidades passaram a cobrar o esclarecimento do caso e punição do assassino.

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a vítima é Marcondes Namblá, um professor que dava aulas em uma escola indígena do município de José Boiteux, no Vale do Itajaí.

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Formado pelo curso de licenciatura intercultural indígena da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), Marcondes era identificado como uma das lideranças de sua comunidade, atuando para preservar a língua Laklãnõ-Xokleng.

Índio vendia picolé nas férias

Ele aproveitava o período de férias escolares para vender picolé em Penha, destino turístico bastante procurado nesta época do ano. As imagens registradas por câmeras de segurança instaladas próximas ao local da ocorrência exibem o momento em que o professor é abordado por um homem portando um pedaço de pau.

Marcondes aparece próximo a uma esquina, com uma das mãos apoiadas contra um poste de sinalização. O desconhecido parece falar algo ao índio, que não esboça qualquer reação. Subitamente, o homem desfere uma primeira paulada contra a cabeça do professor, que cai no chão e continua sendo agredido. O homem ameaça deixar o local, mas retorna e volta a agredir o indígena após perceber que ele ainda se mexia.

Encontrado desacordado e com suspeita de traumatismo craniano, o índio foi levado pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Marieta Konder Bornhaunsen, em Itajaí, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A reportagem da Agência Brasil não conseguiu contato com as assessorias do Corpo de Bombeiros e do hospital.

Cimi denuncia onda de intolerância contra indígenas

Em nota, o Cimi pediu agilidade nas investigações, alertando para o que classifica como uma “onda de intolerância contra indígenas no litoral de Santa Catarina”, para onde grupos de índios costumam se deslocar durante o verão a fim de vender seus produtos, especialmente o artesanato.

Para a entidade indigenista, o Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ministério da Justiça e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) devem procurar “ampliar o diálogo com as autoridades municipais - especialmente as situadas no litoral – para que acolham com respeito os indígenas e lhes resguardem o direito de ir e vir, de frequentar as praias e de percorrer avenidas, ruas e estradas”.

Também em nota, o Núcleo de Estudos de Povos Indígenas (Nepi), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), manifestou “profundo pesar” pelo “assassinato cruel” do professor indígena.

Para os membros do núcleo universitário, “Marcondes fazia parte de uma geração que vislumbrou na universidade um lugar para compreender melhor as dinâmicas políticas, econômicas e sociais que, ao longo da história, atingiram seu povo de forma injusta e sangrenta”.

Cimi e Nepi manifestam, em suas notas, que o assassinato de Marcondes - um ano após uma criança kaingang de apenas dois anos de idade ser degolada por um desconhecido nos braços da própria mãe, em Imbituba, em Santa Catarina – decorre do contexto de intolerância étnica e anti-indígena no estado. “A violência aos povos indígenas é sistemática, diária, individual e coletiva”, sustenta o Nepi.

Foi publicado ontem (24), o novo edital para acesso aos cursos de graduação da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Das mais de 4 mil vagas oferecidas através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), 2.482 oportunidades são para candidatos cotistas que concorrerão por meio da reserva de vagas, previstas na Lei 12.71/2012. Entretanto, no processo seletivo de 2018, a UFES vai cobrar além da autodeclaração, uma fotografia dos estudantes.

Segundo a UFES a regra tem a meta de barrar fraudes nas vagas do sistema de cotas da instituição. Tradicionalmente, para participar do sistema de costas, os candidatos apenas precisam fazer uma autodeclaração e a assinar afirmando que faz parte dos grupos PPI, que são pretos, pardos e indígenas.  

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A alteração foi anunciada pelo edital e ainda vai além disso. As exigências para foto são: ter o tamanho de 10 x 15, ser colorida, fundo branco, ser frontal e sem cortes no topo e no queixo; e a face do candidato deve cobrir 50% da área da imagem.

De acordo com a pró-reitora de Graduação, Zenólia Figueiredo, no dia da entrevista, o candidato será conduzido individualmente a uma sala onde estarão presentes os membros da comissão de verificação. Ele preencherá um termo de responsabilidade, assumindo a veracidade das declarações prestadas e de sanções em caso de declaração falsa. 

“Todo esse processo será feito antes da matrícula. Os candidatos que não forem convocados para entrevista estarão aptos a prosseguir com a matrícula presencial obrigatória. Já a avaliação feita pela Comissão levará em conta única e exclusivamente as características fenotípicas do candidato, jamais a ascendência”, afirma. 

Outra mudança do Sisu 2018 será a inclusão de deficientes na reserva de vagas, conforme Decreto 9.034/2017, publicado em abril.  

Enem - Poderão participar do Sisu os candidatos que tenham concluído o Ensino Médio e que realizaram este ano o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Após a divulgação do resultado do Enem (prevista para o dia 19 de janeiro), o candidato deve verificar, para o curso pleiteado, a nota mínima estabelecida pela Ufes para cada área do conhecimento e também a média necessária no exame nacional. 

Os classificados deverão realizar a pré-matrícula online, no site da Federal, onde o candidato confirmará seu interesse pela vaga. Posteriormente, será realizada pela Ufes a matrícula definitiva dos candidatos. Ambas as etapas de matrícula são obrigatórias. 

Até o momento a única instituição de ensino com essa exigência é a Ufes. Mais informações podem ser obtidas no edital do processo seletivo 2018.   

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A Subsecretaria de Igualdade Racial, a Secretaria de Meio Ambiente e aSubsecretaria de Comunicação e Progresso e Desenvolvimento de Guarulhos realizaram uma visita aos indígenas na manhã desta última quarta-feira (1º) com o objetivo de falar sobre a área reivindicada na mata pelas dez etnias que chegaram ao local na última sexta-feira (27).

“A conversa foi boa, e a partir de hoje eles se comprometeram a realizar o levantamento da área para saber a quem pertence”, afirmou o presidente da Associação Arte Nativa Indígena de Guarulhos e um dos caciques do povo Tupi, Awa Kuaray-Wera.

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Segundo a administração municipal, a entrega do documento com a reivindicação do Projeto Terra Sagrada pelos indígenas foi realizada no dia 26 de outubro ao prefeito Guti (PSB).

Dennis Banks, ativista que ajudou a fundar o movimento indígena nos Estados Unidos na década de 1960 e liderou protestos para denunciar como seu povo era tratado, morreu neste domingo, aos 80 anos, em uma clínica de Minnesota, informou sua família no Facebook.

O líder indígena foi vítima de uma pneumonia, uma semana após ser operado do coração, segundo a imprensa local.

Em 1973, Banks, membro da tribo Chippewa, liderou uma ocupação armada em Wounded, na Reserva de Pine Ridge, no estado de Dakota do Sul.

Dois nativos morreram baleados durante a manifestação e centenas foram detidos. A ocupação foi um protesto contra o governo e a liderança tribal corrupta.

Banks declarou em 1998 que o objetivo da ocupação era chamar a atenção para o tratamento do governo com o povo indígena.

Durante a vida, Banks foi detido por roubo, perturbação da ordem e agressão, e passou nove anos como fugitivo, até se entregar às autoridades para cumprir pena de 14 meses.

Desde a última segunda-feira (28), os índios Pankararu ocupam prédios da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) no município de Jatobá, no Sertão de Pernambuco. Segundo os índios, o protesto se deve porque a Chesf iniciou os trabalhos de abertura de estradas com máquinas para realizar a manutenção da linha de transmissão que cortam terras indígenas.

Os Pankararu acusam a companhia de iniciar as obras sem pedir autorização ou consulta prévia aos índios. A linha de transmissão corta as Terras Indígenas Pankararu, Entre-Serras Pankararu e Pankaiwka.

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Segundo a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), os índios ocupam a antiga Casa da Diretoria da Chesf e o antigo prédio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), ambos imóveis desativados e sem utilizade pública; além de uma torre de energia na Terra Pankararu. 

"Desde o início das operações da Usina Hidroelétrica de Itaparica em 1988, localizado no sertão médio São Francisco em Pernambuco, que o povo Pankararu vem sofrendo com as agressões ambiental, territorial e moral que a Chesf, que gerencia desde então a barragem, primeiro inundou vários espaços sagrados Pankararu, invadiu o território Pankararu com suas linhas de transmissão elétricas e nunca até os dias de hoje recompensou o povo e nem consultou", diz texto da Apoinme. 

O LeiaJá entrou em contato com a assessoria da Chesf e aguarda posicionamento. Na próxima terça-feira (5), haverá uma reunião no Ministério Pùblico de Pernambuco (MPPE) para discutir a questão.

O barco de alumínio atraca na beira do Rio Quixito. André Marubo salta para a terra e sobe por uma escada vacilante de madeira, até chegar à guarita improvisada do posto de vigilância que ajudou a erguer 13 anos atrás. Do barranco da Base do Quixito, escondida nos extremos da Amazônia entre o Brasil e o Peru, o marubo mostra o que sobrou do pequeno casebre onde vai passar alguns dias, antes de partir para a sua aldeia. Algumas estruturas do posto de vigilância ainda estão em bom estado, mas parte das vigas apodreceu. A palha da caranã que cobria o teto se esparramou pelo assoalho. André pouco fala. Ao ser questionado como é ver o esfacelamento do lugar que construiu, responde: "É triste. Tudo vai indo embora".

A decadência que aos poucos corrói cada lasca de madeira da Base do Quixito, unidade de fiscalização controlada pela Fundação Nacional do Índio (Funai), é um exemplo de como tem sido a condução de ações de proteção dos povos do Vale do Javari, terra indígena que concentra o maior número de índios isolados e de recente contato em todo o mundo.

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Equipes formadas por indígenas e agentes da Funai procuram proteger a terra nesses extremos da Amazônia, uma área que abrange 84.570 quilômetros quadrados, o equivalente a dois Estados do Rio.

Essa imensidão de floresta contava, até pouco tempo atrás, com quatro bases da Funai em funcionamento para proteger cerca de 5 mil índios isolados e de recente contato. Cabia aos postos do Ituí-Itaquaí, Quixito, Curuçá e Jandiatuba barrarem a ação predatória que avança sobre a terra demarcada. Hoje esse trabalho está perto de ser inviabilizado.

Por nove dias, o Estado percorreu rios, trilhas e matas fechadas, trabalho que envolveu mais de 320 km de viagens de barco. A expedição em terra incluiu 22 km de caminhadas e foi autorizada pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

Isolado

No ano passado, Marco Targino, indigenista da Funai responsável pelo posto Quixito, chegou a ficar 192 dias isolado na base, porque não havia quem pudesse substituí-lo na função. "Foram seis meses e 12 dias no mato. Saí daqui surtado", lembra.

Até o início deste ano, havia apenas 19 servidores da Funai responsáveis por tomar conta de toda terra indígena em ações de fiscalização. Aos constantes cortes de orçamento da estatal, somam-se o encolhimento de seu quadro profissional e a desidratação de seus programas.

O Ministério da Justiça, que comanda a Funai, prefere não comentar. A Funai afirma que tem procurado formas de dar continuidade às atuais políticas de fiscalização. "A Funai seguirá trabalhando para tomar as providências necessárias à proteção desses grupos", afirma.

São palavras de difícil compreensão para André Marubo, que tenta arrumar um canto para dormir na Base do Quixito. Seu povo está entre aqueles de recente contato com não índios e, portanto, depende das ações de proteção. "Não somos nós que saímos daqui", diz. "Vocês é que vieram para cá." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo canadense deve enfrentar mais uma vez a multiplicação de suicídios ou tentativas nas comunidades indígenas com a declaração do estado de emergência em uma pequena comunidade de Ontário (centro).

Na noite de domingo, o primeiro-ministro Justin Trudeau indicou em uma mensagem na rede Twitter que seu governo seguia disposto a "buscar melhorar as condições de vida dos nativos".

O chefe do povoado de Attawapiskat, Bruce Shisheesh, advertiu sobre a proliferação de tentativas de suicídio em sua reserva de 2.000 pessoas, isolada no norte de Ontário, perto da Baía de James.

Charlie Angus, membro local do Partido Democrático (NPD, esquerda), pediu uma ação vigorosa dos responsáveis pelos serviços sociais e de saúde do governo liberal.

A ministra da Saúde, Jane Philpott, se manifestou "profundamente entristecida" pela multiplicação das tentativas de suicídio e disse no domingo que seus funcionários e os interlocutores sociais trabalhariam "para encontrar soluções".

Segundo o chefe Bruce Shisheesh citado pela rádio pública Radio Canadá, houve quase uma centena de tentativas de suicídio nos últimos seis meses com piora nas últimas semanas. Em março, foram reportadas 28 tentativas e nos primeiros 9 dias de abril ocorreram 11 tentativas de suicídio, disse o líder indígena.

“Sou um sobrevivente”, diz o reitor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Jefferson Fernandes do Nascimento. Ele é o primeiro indígena à frente de uma universidade federal no Brasil. No início de março, esteve em Brasília para ser empossado pelo Ministério da Educação (MEC) e conversou com a Agência Brasil.  

Calmo e com um sorriso amável, Nascimento conta: “Sempre estudei em escola pública, pública indígena, inclusive, e só cheguei à universidade como docente porque casualmente tive a oportunidade de fazer o ensino público". Doutor em agronomia, 51 anos, ele comandará a instituição até 2020.

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Como prioridades, o reitor diz que terá a ampliação da assistência estudantil, a oferta de pós-graduação a indígenas e a internacionalização da universidade. A UFRR foi criada em 1989. Atualmente, oferece 29 cursos de bacharelado, 20 licenciaturas e um curso tecnológico em três diferentes campi em Boa Vista.

Localizada na região Norte, a UFRR lida com uma realidade específica, atende majoritariamente estudantes oriundos de escolas públicas e indígenas. Na universidade, está o Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena, que oferece cursos de gestão em saúde coletiva, gestão territorial e licenciatura intercultural. Os demais cursos reservam também vagas para esse público. Medicina foi o primeiro a aderir a esse sistema de cota.

Veja abaixo os principais trechos da entrevista:

Agência Brasil: O que representa a UFRR na região?

Nascimento: Temos uma diversidade muito grande de alunos que ingressam na universidade, 20% a 30% são indígenas. Além dos três cursos específicos, que são cursos para indígenas: gestão territorial, licenciatura intercultural e gestão em saúde coletiva. E há um dado importante em relação a outras instituições federais é que desses 8,5 mil alunos em todos os cursos, 90% ou mais são oriundos de escolas públicas. Diferente de outras realidades, inclusive, da região Norte, que não tem esse percentual no ensino superior.

Agência Brasil: O que muda na instituição por atender majoritariamente alunos vindos de escolas públicas e indígenas? Que desafios o senhor terá que enfrentar?

Nascimento: Primeiro manter nível de assistência estudantil. Atendemos hoje de 40% a 50% dos estudantes que têm vulnerabilidade social e praticamente todos os indígenas. Expandir essa assistência é uma questão fundamental para os próximos quatro anos. A gente quer avançar na pós-graduação. Temos 35% de doutores na instituição, dos 570 professores. A gente perde muito doutor por estar longe da região central.

Agência Brasil: Nesse contexto de dificuldade financeira, o orçamento da UFRR sofreu muitos cortes? Que impacto isso teve?

Nascimento:  Hoje, nosso orçamento está garantido. Não haverá cortes na medida que não haja mais alterações no cenário econômico. Se compararmos com o ano passado, tivemos um ganho orçamentário. O que dificulta é que o financeiro não vem. Temos R$ 3 milhões para pagar de conta na universidade, assistência, restaurante, etc. O MEC [Ministério da Educação] manda, ao invés desses R$ 3 milhões, menos. Essa dificuldade a gente teve no ano passado. Neste ano, pelo menos até agora está tranquilo. E a garantia que tivemos do MEC é que não haverá corte. Dependerá apenas do financeiro.

Agência Brasil: O senhor diz que quer focar na formação indígena.

Nascimento: A gente quer incluir a participação da UFRR na rede que está sendo criada pelo MEC, uma rede para atender com todas as ações que existem em várias universidades. Por exemplo, vou poder mandar alunos para fazer curso de graduação. Queremos também ofertar mestrado para os três cursos que já existem. Já há trabalho de formação de professores para trabalhar nas áreas indígenas, mas eles precisam avançar na formação, precisam se pós-graduar para continuar investindo na carreira. A gente quer propor uma parceria com a Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior] e criar mestrado na área de gestão territorial.

Agência Brasil: Por que é preciso formar cada vez mais indígenas?

Nascimento: Porque dificilmente não indígenas vão trabalhar em terra indígena. A gente entende que, formando o indígena, o atendimento na área indígena é facilitado porque ele se sente mais ambientado. Sabemos que a questão indígena é muito diversa. Os ianomâmis e  macuxis são culturas totalmente diferentes. Como há essa diversidade, temos que trabalhar nessa diversidade. Não é formar qualquer indígena. É formar indígena ianomâmi, indígena macuxi. Temos que avançar nessa direção, o que é um desafio.

Agência Brasil: O senhor mesmo é indígena?

Nascimento: Sim. Nascido em Surumu, Raposa Serra do Sol. Na verdade, sou um sobrevivente do processo. Sempre estudei em escola pública, pública indígena inclusive e só cheguei à universidade como docente porque casualmente tive a oportunidade de fazer ensino público, estudar na universidade federal. Senão, eu não estaria aqui para contar essa história. E a universidade federal tem esse papel, de corrigir, de minimizar, de dar oportunidade para essas pessoas se qualificarem. Tem uma dívida social que temos com essas comunidades.

O grupo de 116 especialistas responsáveis pela versão inicial da Base Nacional Comum (BNC) é formado por professores de 35 universidades e servidores de secretarias municipais e estaduais de Educação de todo o País. Esse grupo foi dividido por disciplina e, dentro delas, por etapas de ensino (anos iniciais, finais e médio). No caso de História, metade dos seis professores universitários tem linhas de pesquisa que abordam história indígena.

O Estado analisou 30 currículos das comissões de História, Geografia, Matemática, Português e Sociologia. A maioria é de docentes envolvidos em estudos de currículos, métodos de ensino e formação de professores. Há no máximo três de cada universidade.

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As subcomissões das disciplinas são compostas, em geral, por dois professores universitários e dois representantes das secretarias de Educação, indicados pela União dos Dirigentes Municipais (Undime) e pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).

Em História, por exemplo, são 13 integrantes, além de um supervisor. A disciplina foi a que mais acumulou críticas, por privilegiar a história indígena, deixando de fora saberes essenciais da história mundial.

Professor da Universidade Federal do Amapá (UFAP), Giovani José da Silva pesquisa história indígena e faz parte da equipe que redige a base. Segundo ele, as atuais versões "eurocêntricas" de currículos nunca mereceram atenção de quem hoje faz críticas à proposta inicial do País. "A versão que está no site é preliminar e expressa o desejo da equipe de 14 especialistas em romper com um modelo tradicional de ensino de História, questionando-o abertamente e colocando-o para ser discutido por todo o Brasil."

Mauro Cezar Coelho, da Federal do Pará (UFPA), está no grupo de História focado no ensino médio. Ele ressalta que a proposta é para ser discutida, mas defende que ela se baseia no acúmulo de pesquisas. "O ensino de História sempre colocou o Brasil como apêndice da história europeia, e nós entendemos que poderíamos ter uma proposta inovadora." Após a repercussão negativa que o conteúdo recebeu, o MEC ampliou o grupo e incluiu a Associação Nacional de História (Anpuh) na equipe.

Disputa. A vice-presidente da Undime, Manuelina Martins, diz que é difícil construir um texto com um grupo tão diverso. "Os professores das escolas que participam pedem que se chegue ao mais detalhado possível, enquanto a visão do pesquisador é outra", diz ela, que critica os prazos.

Professor da Universidade de São Paulo (USP), Luís Carlos de Menezes participa da equipe de assessores montada pelo MEC e também coordenou a colaboração encaminhada pelo Conselho Estadual de Educação de São Paulo pelo portal. Segundo ele, é preciso assumir que o texto tem "fragilidades iniciais ostensivas". "A segunda versão é que será como um rascunho para uma nova crítica", afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta sexta-feira (19), 18 povos indígenas pernambucanos formalizaram a criação do Território Etnoeducacional de Pernambuco. Essa é a 25ª região indígena construída no País desde o ano de 2009. O Território reúne a maior população indígena do Estado e é utilizado como um instrumento de gestão da educação escolar indígena, dirigido por um colegiado.

O Território é formado por xucurus, que somam 12.009 pessoas, os tremembés e turivaras, que têm apenas um representante em cada etnia. Constituem o território os povos pancararu, com 6.959 indivíduos, trucá (6.044), aticum (4.631), fulniô (4.232), capinauá (3.283), cambiuá (2.911), pancarará (2.558), pipipã (1.195). Os outros povos desta organização têm menos de 500 indivíduos: tuxás, pancaiucás, caapores, tumbalalás, araras, pancararés, pancurus.

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Cada território etnoeducacional é coordenado por um colegiado composto por representantes dos indígenas, sendo um por etnia. No colegiado, que tem atribuições consultivas e deliberativas, os povos indígenas dizem às instâncias governamentais que tipo de educação almejam.

O casal indígena Odair Cândido, de 32 anos, e Denir Campo Cândido, 37, teve uma surpresa na noite do dia 28 de agosto, quando, em vez de gêmeas, a mãe terena deu à luz quatro meninas. As contrações começaram na própria quinta-feira, na casa da família em Anastácio, a 135 Km da capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande. O parto das quatro meninas foi realizado de forma natural.

O exame de ultrassom detectou apenas duas crianças e, por isso, os pais sequer suspeitavam que a gravidez poderia ser de quadrigêmeas. "Levamos um susto. O ultrassom não viu que eram quatro bebês", disse o pai. Apesar do susto, ele afirma que está feliz. "Nunca ia imaginar de ter quatro meninas assim, de uma vez. Mas estou contente e alegre sim".

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Além das quatro meninas recém-nascidas, Odair e Denir ainda têm outros seis filhos, sendo que quatro - todas meninas de 12, 10, 7 e 4 anos - ainda moram com o casal. Os outros dois, de 14 e 19 anos, não dependem deles. As quadrigêmeas Eliza, Elizabete, Elisângela e Elizete devem ficar internadas pelos próximos quatro meses, apesar de estarem em perfeito estado de saúde. Três estão na Maternidade Cândido Mariano, onde nasceram, e uma no Hospital Regional, porque não havia mais leito neonatal para abrigar uma das pequenas na unidade em que nasceram.

O casal é natural da Aldeia Água Branca, no distrito de Taunay, em Aquidauana. Mas há oito meses estão assentados no Assentamento Nova Esperança, em Anastácio. Odair é diarista em fazendas da região e recebe R$ 1,2 mil ao mês. Denir não trabalha para poder cuidar das filhas. Eles estão recebendo doações de roupas e alimentos. Quem quiser ajudar, deve procurar a Maternidade Cândido Mariano ou um dos pais.

A Justiça Federal determinou que a prefeitura de Jacareacanga, no sudoeste do Pará, contrate professores para atender às escolas indígenas do povo Munduruku. A decisão liminar atende a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

No início do ano, 70 educadores indígenas foram demitidos sob alegação de que não tinham formação adequada. Depois da dispensa, a prefeitura contratou 35 estudantes do ensino médio para substituí-los.

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A decisão do juiz Rafael Leite Paulo, da Subseção Judiciária de Itaituba, afirma que as demissões provocaram prejuízo à continuidade e à qualidade do ensino indígena. Segundo o procurador da República Luís de Camões Boaventura, o efetivo reduzido de educadores tem gerado problemas, como a falta de aulas e a carga excessiva de trabalho para os professores remanescentes.

"Não só parte significativa das crianças estava sem aula, como os professores que estavam dando aula ou que foram contratados ou permaneceram em seus postos, estavam submetidos a uma carga horária de trabalho bem superior ao adequado, o que certamente acaba culminando serviço de baixa qualidade".

Após notificação da decisão, a prefeitura tem prazo de cinco dias úteis para fazer as contratações e completar o efetivo de 70 professores. Em caso de descumprimento, está prevista multa diária de R$ 10 mil para o município.

Na ação civil pública movida pelo MPF é requisitada indenização por danos morais coletivos causados ao povo Munduruku no valor de R$ 10 milhões. A decisão sobre o pagamento deve sair após a tramitação completa do processo.

A reportagem não conseguiu contato com a prefeitura da Jacareacanga para comentar a decisão da Justiça.

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