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A jornalista, roteirista e escritora Goimar Dantas, autora do livro 'A Arte de Criar Leitores: reflexões e dicas para uma mediação eficaz', produzido pela Editora Senac São Paulo (2019), fez uma lista com algumas dicas de como os pais podem desfrutar da quarentena ocasionada pela pandemia do novo coronavírus para virarem mediadores de leitura, bem como ampliar o interesse das crianças. O livro possui, além das reflexões teóricas acerca do mundo dos livros e da leitura, dicas primordiais a todos os que desejam estimular o prazer e simpatia pela prática.

Goimar ressalta a relevância dos mediadores e alega que “para ser um bom mediador, basta falar de histórias com paixão, entusiasmo e amor, e aproveitar esse momento que estamos passando mais tempo juntos para fixar a atividade na rotina”. A intenção do mediador é, acima de tudo, alegrar filhos, sobrinhos, alunos ou qualquer pessoa com quem ele possa vir a conviver, ainda que por um curto período de tempo.

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O mediador será o responsável por guiar os ouvintes e leitores no caminho ao descobrimento de personagens, contextos históricos, entre outros. Exemplificando, orientará para o mundo da obra ao nível de causar paixão e auxiliar a proporcionar uma relação com o livro que poderá ser decisiva.

A autora dá dicas para os pais transformarem-se em bons mediadores de leitura:

1. Escolha um livro ou texto de que você goste.

2. Demonstre entusiasmo ao apresentá-lo.

3. Comece mostrando a capa, contracapa, dizendo o nome do autor.

4. Pratique para ter uma boa entonação durante a leitura; aliás, você pode alterar seu tom de voz dependendo dos personagens do livro e da situação que ele apresenta.

5. Abra o livro e apresente as ilustrações, caso a obra possua.

6. Leia o texto em voz alta e, vez ou outra, faça algumas pausas para olhar nos olhos da criança.

7. Ajude seu filho a entrar de cabeça no universo da obra; não precisa parar para explicar as palavras difíceis do texto, mas se ele perguntar, você pode responder.

8. Pergunte o que a criança mais gostou da história, o que sentiu durante a leitura, se já passou por alguma situação parecida ou se gostaria de viver em sua vida algo que o livro apresentou. Deixe que ela se expresse, troquem ideias, faça com que se sinta à vontade para falar ao final.

9. Guarde essa dica: é preciso ler “com” a criança e não “para” ela. Mediar a leitura é um tipo de entrega, de dança, de ritual. Contar com a participação, a alegria e a integração do outro torna tudo mais mágico e bonito. 

Nesta terça-feira (14), por meio de sua conta do Twitter, o ex-presidente Lula (PT) resolveu revelar cinco fatos literários sobre ele. Como primeiro ponto, o petista aponta que leu, na prisão, mais de 40 livros e que o primeiro que recebeu foi Um Defeito de Cor, de 952 páginas. "Me questionei por quanto tempo ficaria preso", revela o ex-presidente. Lula também aponta que a sua biografia deve ser lançada ainda neste ano.

O escritor Fernando Morais, biógrafo de Olga, Paulo Coelho e Assis Chateaubriand é quem trabalha na biografia do petista e prometeu o lançamento para 2020. Lula diz que nos 580 dias recluso ficou fascinado por biografias e que leu as de Tiradentes, Fidel, Mandela, Prestes, Chávez e Marighella. Agora, pelo visto, o ex-presidente está ansioso para ver como a sua história vai ser retratada no livro.

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Incentivar a leitura desde cedo pode ajudar o Brasil a aumentar o número de leitores, de acordo com especialistas entrevistados pela Agência Brasil. A estimativa é de que quase metade dos brasileiros não seja leitor regular. Entre os motivos apontados estão a falta de tempo e a falta de paciência. 

Hoje (7) é o Dia do Leitor, criado em homenagem ao suplemento literário do jornal O Povo, do Ceará, que ficou famoso por divulgar o movimento modernista cearense. O jornal foi fundado em 7 de janeiro de 1928 pelo poeta e jornalista Demócrito Rocha. 

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Desde então, o Brasil melhorou as taxas de analfabetismo, mas ainda hoje enfrenta o desafio de fazer com que as pessoas tenham o hábito de ler. De acordo com a última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro, 44% dos brasileiros com mais de 5 anos de idade não são leitores, o que significa que não leram nenhum livro nos últimos três meses. 

A pesquisa mostra também que ler está ficando mais difícil para os brasileiros, seja por falta de tempo ou de paciência. O índice dos que afirmam que não têm nenhuma dificuldade para ler diminui a cada edição da pesquisa. Eram 48% dos entrevistados em 2007, passando para 33% em 2015. Entre as dificuldades está a falta de paciência. Em 2007, 11% disseram não ter paciência para ler. Em 2015, esse percentual subiu para 24%.

"Acho que o desafio da próxima década é mostrar a importância da leitura, o prazer da leitura, começar a criar uma nova sociedade leitora. É difícil convencer um adulto que nunca teve o hábito de ler a começar a ler, [o desafio] é atrair as crianças", diz o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Marcos da Veiga Pereira. 

Para chegar às crianças, a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, organizada pelo Snel, iniciou, neste ano, o projeto Bienal nas Escolas, que leva autores para escolas públicas. A intenção é que os encontros ocorram também neste ano e em 2021, até a próxima Bienal. "Se quer transformar o Brasil, tem que começar a investir nas crianças", defende Pereira.

Acesso aos livros

A gerente de Cultura do Departamento Nacional do Serviço Social do Comércio (Sesc), Elisabete Veras, também considera fundamental a leitura desde a infância. De acordo com ela, a relação com os livros começa com a proximidade. "O encantamento se dá pela relação, pelo contato com os livros, pela oportunidade de tocar, de vivenciar esse universo da imaginação. Por isso o acesso [aos livros] é tão importante", diz. 

Esse contato se dá, para muitos brasileiros, em escolas e nas bibliotecas. Elisabete defende as bibliotecas como espaços de diálogo, de palestras, de eventos, de exibições de cinema. "O acesso [aos livros] não pode ser pontual, tem que ter continuidade, para criar hábito. Para que se crie hábito, é preciso fazer parte da rotina, estar inserido no contexto [das crianças] e não ser uma eventualidade". 

Uma das metas da Rede Sesc de Bibliotecas para este ano é a criação de uma grande rede de clubes de leitura, valorizando a cultura de cada localidade e aproximando os autores dos leitores, sobretudo do público infantil. A Rede conta hoje com 309 bibliotecas fixas e 57 unidades móveis (BiblioSesc), nas quais estão inscritos 272 mil leitores. Segundo Elisabete, já existem iniciativas locais, agora a intenção é integrar os projetos.

Crianças que leem

Não são apenas os adultos que estão preocupados com a leitura das crianças e jovens. O projeto Pretinhas Leitoras é prova disso. O projeto nasceu em outubro de 2018, no Morro da Providência, no Rio de Janeiro, com as irmãs Helena e Eduarda, de 11 anos, e Elisa, 5 anos. 

Supervisionadas pela mãe, Elen Ferreira, e por Igor Dourado, elas compartilham leituras e pesquisam literatura negra. O que aprendem, as irmãs compartilham com outras crianças e jovens tanto em clubes de leitura, que reúnem também autores e contadores de história, quanto pela internet.

"A literatura é a oportunidade de acessar e compartilhar um pouco daquilo que somos e sabemos. Quando essa interação acontece, criamos uma forma nova de acolher a história que era do outro e passa a ser também nossa de um jeitinho único", dizem as irmãs, por e-mail, à Agência Brasil.

Para a equipe do Pretinhas Leitoras, a internet é uma grande aliada no incentivo à leitura. “Compartilhamos discussões sobre obras literárias por meio do cyberespaço para potencializar o acesso à leitura e sua divulgação pelas redes". 

A internet significa também, para elas, acesso. “Há que se pensar também sobre a importância que a internet assume ao democratizar o acesso à narrativas distintas e secularmente ignoradas no cenário literário brasileiro. Outro ponto é o acesso à ebooks, que estão diminuindo o preço de aquisição de muitos títulos e possibilitando descobertas dos mesmos. Isso é muito importante em um país no qual o mercado literário é elitista e caro, enquanto a massa populacional é pobre".

Incentivo familiar

O Ministério da Educação (MEC) lançou, no mês passado, o programa “Conta pra Mim”, que estimula a leitura de livros infantis no ambiente familiar. A pasta disponibilizou uma cartilha para orientar os pais e responsáveis.

O ministério da Educação (MEC) lançou nesta quinta-feira (05) o programa “Conta pra Mim”, que estimula a leitura de livros infantis no ambiente familiar. Alunos da rede pública que cursam o 1º e o 2º ano do ensino fundamental são o público-alvo da iniciativa. O programa faz parte da Política Nacional de Alfabetização e, além do estímulo da leitura diária, criará “cantinhos de leitura” para narração de histórias, atividades lúdicas e estímulo à atividade intelectual em creches, pré-escolas, museus e bibliotecas.

“Eu acredito que esse programa é revolucionário. Pela primeira vez no Brasil existe um programa de valorização da leitura em família. Crianças, pais, mães, avós, padrinhos, tios ou tias podem fazer parte. Eu verdadeiramente acredito na capacidade brasileira de se adaptar e buscar soluções. Cientificamente, os resultados são muito robustos para famílias que leem com seus filhos”, afirmou o ministro da Educação Abraham Weintraub.

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O programa prevê o treinamento de “tutores” de leitura, que serão capacitados pelo MEC a partir de janeiro de 2020. Esses tutores receberão uma bolsa de incentivo de R$ 300 a R$ 400 para colaborar com os cantinhos de leitura. O treinamento desses tutores deve acontecer pela plataforma de ensino à distância do MEC, mas também será feito por aulas presenciais ministradas por técnicos da secretaria de Alfabetização do ministério. “Os dados mostram que o quadro de alfabetização não é bom. Nas duas últimas provas da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) tivemos mais de 50% dos alunos com desempenho muito abaixo do esperado. Isso significa que esses alunos não são leitores proficientes. Esse programa é a nossa resposta para mudar isso”, afirmou o secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim.

O custo da iniciativa será de cerca de R$ 45 milhões. Destes, R$ 20 milhões serão usados para a bolsa de incentivo aos tutores, R$ 17 milhões serão usados na impressão do material e dos kits de leitura, e R$ 8 milhões para a logística do programa.

Resultado do Pisa

O secretário citou, ainda, o resultado do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, o Pisa, que mostrou estagnação no índice de compreensão de leitura na última década no Brasil. “Estamos abaixo da média. O problema é que descobrimos que 50% dos estudantes estão bem abaixo da média na proficiência de leitura. Apenas 0,2% dos estudantes atingiram o nível mais elevado. E isso é assustador”, explicou.

Aprendizado em família

A idéia do programa, segundo Nadalim, é que as crianças levem para casa as práticas de contação de histórias, leitura, diálogo familiar e motivação da oralidade entre pessoas da mesma família. Professora de uma escola pública do Plano Piloto, em Brasília, Cíntia Pereira de Paula afirmou estar entusiasmada com a iniciativa. “Esse projeto é muito importante. Nos deparamos muito com crianças que possuem pais ou mães analfabetos, e essas crianças levam uma cultura de conversa, de leitura, de diálogo e de amor pelo conhecimento para um lar onde nada disso existe. É uma forma de inverter o aprendizado: é o pequeno ensinando o grande”.

O projeto prevê a distribuição de “kits de literacia”, compostos de uma “mini biblioteca” de livros infantis da Turma da Mônica - confeccionados especialmente para o programa -, caderno de desenho, giz de cera e um guia de orientações pedagógicas para o estímulo das crianças. Uma parte do conteúdo estará disponível no portal criado para a iniciativa.

Metodologia

A iniciativa do programa segue o princípio da Curva de Heckman, formulada pelo vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2000, James Heckman. De acordo com o economista, investimentos feitos nas camadas mais jovens da população têm maior retorno social.

Os estudantes brasileiros com condição socioeconômica e cultural elevada apresentaram pior desempenho em leitura comparados aos alunos pobres de outros países, como a China. Os dados foram levantados pela avaliação internacional da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), divulgado nesta terça (3). 

Na avaliação, realizada em 2018, o Brasil ficou na 57ª colocação no ranking, na disciplina leitura. A média do grupo de alunos brasileiros mais ricos é de 470 pontos, nota superada pela média dos alunos mais pobres de oito países: China, Estônia, Cingapura, Canadá, Finlândia, irlanda, Coreia do Sul e Reino Unido. 

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O relatório divide os alunos em quatro grupos, de acordo com suas condições socioeconômicas e culturais. os brasileiros que alcançam o topo da pirâmide são minoria e estão entre os mais ricos. Apenas 2% alcançou os níveis cinco ou seis em uma das matérias, contra uma média de 16% nos países desenvolvidos.  

 

A nota dos estudantes brasileiros de 15 anos teve uma leve melhora na maior avaliação de educação básica do mundo, o Pisa. No entanto, 4 em cada 10 adolescentes não conseguem identificar a ideia principal de um texto, ler gráficos, resolver problemas com números inteiros, entender um experimento científico simples.

Apesar de já ter tido posições piores, o País também se mantém entre as últimas colocações do ranking internacional nas três áreas avaliadas, Leitura, Matemática e Ciência. E ainda é uma das nações com maior diferença de desempenho entre estudantes ricos e pobres.

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Os resultados do Pisa foram divulgados nesta terça-feira (3) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em Paris. Participaram da prova, realizada no ano passado, 600 mil estudantes em 79 países. O exame é feito desde 2000, de três em três anos, com países membros da OCDE e convidados, como é o caso do Brasil. A China, representada pelas províncias de Pequim, Shangai, Jiangsu e Zhejiang, ficou em primeiro lugar dos rankings mundiais das três áreas.

A nota média do Brasil em Leitura subiu de 407 para 413 pontos, entre 2015 e 2018, a mais alta já registrada no Pisa pelo Brasil. Apesar do avanço em relação à última edição não ser estatisticamente significativo, a tendência de aumento desde 2000 é considerada relevante pela OCDE.

Além disso, a amostra de alunos do Brasil cresceu muito nos últimos anos, o que, em geral, tenderia a baixar a nota do País. Isso porque o País tem aumentado nos últimos anos o índice de jovens de 15 anos na escola - idade em que o adolescente deve ingressar no ensino médio. A inclusão leva jovens de baixa renda a frequentarem a escola.

O relatório do Pisa destaca, logo nas primeiras páginas, o Brasil como um dos seis países em que "a qualidade da educação não foi sacrificada quando se aumentou o acesso à escola". Os outros são México, Albânia, Indonésia, Turquia e Uruguai.

"Um aumento na inclusão tende a mascarar eventuais melhoras no desempenho dos alunos, já que é possível assumir que os jovens que não estavam no sistema escolar nas edições passadas teriam um desempenho relativamente baixo", disse a analista de educação da OCDE Camila de Moraes, que é brasileira. "Em países onde a inclusão aumentou, a manutenção dos resultados em um mesmo patamar pode ser em si um fato positivo."

Além disso, ao comparar os 25% dos jovens de melhor desempenho no Brasil, o relatório mostra um aumento de 10 pontos a cada três anos, entre 2003 e 2018, em Matemática. Em Ciência, são oito pontos a cada três anos. Ou seja, se não houvesse inclusão a nota geral do Brasil poderia estar maior.

A Leitura foi o foco desta edição do Pisa, o que quer dizer que os resultados dessa área são mais detalhados. Além de cobrar interpretação e compreensão de texto, a prova incluiu competências necessárias para "construir conhecimento, pensamento crítico e tomar decisões bem embasadas", como explicou o relatório da OCDE. "O smartphone transformou a maneira como as pessoas leem e a digitalização levou ao surgimento de novas formas de textos", explicou o documento.

Os resultados mostram que só 10% dos jovens no mundo conseguem distinguir fato de opinião, habilidade considerada complexa pelo Pisa. No Brasil, esse grupo representa 2% e não inclui jovens de baixa renda.

A mais alta colocação brasileira está também no ranking de Leitura (54ª posição), ficando acima de cinco países latinos: Argentina, Colômbia, Peru, Panamá e República Dominicana. Há duas semanas, o ministro da educação, Abraham Weintraub, havia dito que o Brasil ficaria em último lugar na América Latina no Pisa por causa das "abordagens esquerdistas" de governos anteriores.

Mesmo assim, metade dos estudantes não consegue chegar ao nível 2 de desempenho na área (os patamares vão de 1 a 6), considerado o conhecimento mínimo esperado para a idade. Isso quer dizer que os estudantes de 15 anos não entendem o propósito de um texto e não encontram informações que estão explícitas.

A maior parte dos brasileiros (26,7%) está no nível 1A, ou seja, apenas entendem o significado literal de frases ou passagens curtas, reconhecem o tema principal ou o objetivo do autor em um texto sobre um assunto familiar.

Matemática

Em Matemática, também houve melhora significativa nos resultados entre 2003, primeiro ano em que o Pisa destacou a área, e 2018. Entre 2015 e o ano passado, a nota do Brasil subiu de 377 para 384. No entanto, a pior posição no ranking do Brasil é em Matemática, 70ª colocação, ficando atrás de Peru, Colômbia e Líbano. Mas ainda acima de Argentina, Panamá, Filipinas, entre outros.

No Brasil, só 32% dos estudantes estão no nível 2, considerado básico, e acima dele em Matemática. Apenas esse grupo consegue, por exemplo, comparar distância de duas rotas ou converter preços em diferentes moedas. Entre os países da OCDE, o índice de jovens do nível 2 para cima é de 76%.

Entre os melhores resultados de Matemática estão os países asiáticos, como China, Cingapura, Hong Kong e Coreia. Na China, 16% dos estudantes estão no mais alto nível da disciplina, com raciocínio matemática considerado muito avançado. Entre os países da OCDE, só 2,4% chegam a esse patamar.

Destaque asiático

No ranking de Ciência, os asiáticos também se destacam, junto com a Estônia, com mais de 90% dos seus estudantes acima do nível básico. O Brasil ficou na 66ª posição entre os 79 países. A nota também subiu entre 2015 e 2018, de 401 para 404. Mas só 1% dos estudantes brasileiros está nos maiores níveis de desempenho, o que quer dizer que dominam conceitos científicos sobre vida e espaço e sabem até mais do que se espera no currículo para a idade.

Meninas têm melhor desempenho que meninos em leitura no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2018. Elas obtiveram 30 pontos a mais na prova, o que equivale a quase um ano de estudos de diferença em relação aos meninos. Os resultados da avaliação, que é referência mundial, foram divulgados hoje (3), pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). 

O resultado é a média dos países da OCDE, grupo formado por 37 países, entre eles, Canadá, Finlândia, Japão e Chile. No Brasil, não é muito diferente, as meninas tiraram 26 pontos a mais que os meninos em leitura. Elas também tiveram, entre os países da OCDE, um desempenho levemente superior em ciências, de dois pontos a mais que os meninos. No Brasil, o desempenho em ciências foi semelhante entre meninos e meninas.  

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Os meninos, no entanto, superaram as meninas em cinco pontos em matemática entre os países da OCDE. No Brasil, a diferença foi maior, de nove pontos a mais para eles, em média. 

De acordo com os dados coletados pelo Pisa, no Brasil, há diferenças entre os dois grupos na hora de escolher a profissão que vão seguir. Entre os meninos com as melhores performances em matemática ou ciências, cerca de um a cada três espera, aos 30 anos, estar trabalhando com engenharia ou como cientista. Entre as meninas, apenas um a cada cinco esperam o mesmo. 

Entre as meninas com as melhores performances, cerca de duas a cada cinco esperam trabalhar em profissões ligadas à saúde. Entre os meninos, um a cada quatro esperam seguir as mesmas carreiras. Apenas 4% dos meninos e quase nenhuma menina pretende trabalhar com profissões ligadas a tecnologia da informação e comunicação. 

O Pisa é aplicado a cada três anos e avalia estudantes de 15 anos quanto aos conhecimentos em leitura, matemática e ciências. Os países também podem optar por participar das avaliações de competência financeira e resolução colaborativa de problemas.  Em 2018, o Pisa foi aplicado em 79 países e regiões a 600 mil estudantes. No Brasil, cerca de 10,7 mil estudantes de 638 escolas fizeram as provas. 

Vida dos estudantes

No Brasil, 29% dos estudantes relataram sofrer bullying pelo menos algumas vezes por mês. Essa porcentagem é maior que a média dos países da OCDE, que é 23%. A maioria dos estudantes, 85%, no entanto, diz que é bom ajudar alunos que não podem se defender. Entre os países da OCDE, a média é 88%. 

O estudo mostra ainda que cerca de 23% dos estudantes brasileiros dizem que se sentem sozinhos na escola, enquanto a média da OCDE é 16%. 

Metade dos alunos havia faltado um dia de aula e 44% haviam chegado atrasados nas duas semanas anteriores à aplicação do Pisa. Entre os países da OCDE, apenas 21% haviam faltado e 48% chegaram atrasados. 

A maior parte dos estudantes brasileiros, 90%, diz que sempre se sente feliz e, 77%, que geralmente encontram saídas para situações difíceis. 

Pouco mais da metade dos brasileiros, 55%, diz que quando falha, preocupa-se com o que os outros pensam. O relatório diz ainda que em quase todos os sistemas educacionais analisados, inclusive no Brasil, mulheres têm mais medo de falhar que os homens. A diferença entre os gêneros, segundo a OCDE, é maior ainda entre os melhores alunos.

A Semana Nacional do Livro e da Biblioteca começou no dia 23 de outubro e prossegue até o dia 29 deste mês. O objetivo é incentivar a leitura e a construção do conhecimento através da difusão do livro, da informação e do acesso a diversas formas de manifestações artísticas e culturais.

A comemoração visa, também, divulgar a profissão do bibliotecário e possibilitar a atualização e o desenvolvimento desse profissional. Nazaré Soares, diretora das bibliotecas da UNAMA - Universidade da Amazônia, diz que é essencial na vida de qualquer pessoa o contato com a leitura, seja ela para fins educativos ou de entretenimento. “Este é um convite para que todas as pessoas venham até as bibliotecas da UNAMA, ela é aberta a todas as pessoas que queiram buscar aprendizado, conheçam o espaço e todo o acervo que ela tem à disposição e, principalmente, que despertem para a leitura e o quanto ela é importante para o nosso crescimento como pessoa ou como profissionais”, disse Nazaré.

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Por Bruna Braz.

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Educadores brasileiros têm tido sua atenção despertada no estande da Microsoft, patrocinadora da Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro (Bienal Rio 2019), por um sistema gratuito para instituições de ensino e professores. O sistema facilita a alfabetização de crianças com autismo e dislexia, entre outras dificuldades.

A Bienal foi aberta no último dia 30 de agosto, no Riocentro, na Barra da Tijuca  e funcionará até o próximo domingo (8).

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Através da plataforma Microsoft Learning Tools, os professores podem baixar no computador o sistema Ferramentas de Aprendizagem (Learning Tools, em inglês). Basta fazer o download. O professor pode escrever um texto ou baixar um texto da internet para usar e mesmo tirar uma foto e o sistema faz análise da imagem. A ferramenta é útil, em especial, para crianças que têm dificuldade de se concentrar durante a leitura ou têm alguma deficiência visual, por exemplo, disse o gerente de Negócios da Microsoft, Daniel Maia, nesta quinta-feira (5) à Agência Brasil .

“A ferramenta ajuda a fazer o treino da leitura”. O gerente relatou o caso de uma mãe que lamentava que o filho só lia seis palavras por minuto. Após o uso do sistema, em menos de uma ou duas semanas, ela passou a ler 60 palavras por minuto. “Já estava se tornando fluente”.

Inclusão

Os educadores que têm visitado o estande da Microsoft, sejam de língua portuguesa ou de humanas como um todo, se manifestam de forma positiva por poderem ampliar a inclusão dos alunos dentro de sala de aula. “Porque o aluno que não consegue ler, ele se isola, não consegue acompanhar os demais e, até, vira vítima de ‘bullying’, disse Maia. Segundo ele, a preocupação da Microsoft com essa plataforma é transformar o tempo em sala de aula entre aluno e professor, melhorar o resultado da aprendizagem e que a tecnologia que dá essa resposta ao aluno seja acessível e inclusiva.

Não é à toa que a Bienal Rio tem nesta edição a acessibilidade, a diversidade e a inclusão como carros-chefe. “Estamos super alinhados com a causa”, destacou o gerente da Microsoft. O sistema está disponível em vários idiomas. Implantado no Brasil há três anos, ele recebe atualizações mensais.

A psicopedagoga Zoraide Vianna, de 54 anos, professora do Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado de Barra Mansa, atendendo a 165 alunos com deficiência, afirmou que a tecnologia digital vai auxiliá-la no ensino da leitura para seus alunos. “Vai ser super interessante para eles”.

Daniel Maia salientou que as ferramentas gratuitas permitem leitura, escrita e compreensão de textos para crianças e, inclusive, adultos analfabetos. Um dos recursos é o ‘Immersive Reader’, que permite ao aluno customizar a visualização de textos no computador de acordo com sua necessidade. Ele pode, por exemplo, configurar o espaçamento entre letras, o tamanho da fonte e a cor de fundo. Conforme o estudante vai lendo, a palavra é iluminada na tela. “Inclusive, se a criança não sabe ler aquela palavra, o computador consegue ler para ela”. Outra coisa interessante é que algumas palavras trazem um ícone e quando o ‘mouse’ é colocado em cima, aparece o significado daquela palavra. “Consegue ilustrar o sentido daquela palavra, se for um objeto”, disse Maia.

Qualquer instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação tem acesso gratuito à ferramenta.

Bienal

A diretora da Bienal do Livro do Rio, Tatiana Zaccaro, disse à Agência Brasil que embora não haja ainda números definitivos, todas as expectativas dos organizadores estão sendo alcançadas. Os editores que participam do evento têm relatado, por exemplo, que o total de livros vendidos está de 10% até 60% acima do resultado registrado na edição anterior, em 2017. O número de visitantes também está dentro do esperado, que gira em torno de 600 mil pessoas, garantiu Tatiana.

Segundo a diretora, a Bienal tem um perfil de público diferente para dias de semana e finais de semana. De segunda a sexta-feira, no período de 9h às 17h, o foco principal é a visitação de escolas. À noite, há muitos adultos. Embora já tenha encerrado as inscrições para visitas de escolas públicas, Tatiana disse que alunos das escolas particulares também podem visitar o evento. Para isso, devem pagar meia entrada, cujo valor é R$ 15. Nos fins de semana, os corredores da Bienal ficam lotados de grupos de amigos e famílias.

“O evento está cheio. Houve número recorde de crianças na visitação de escolas (112 mil). Todas as sessões da programação cultural estão cheias. Todos os assuntos dos quais existem livros publicados estão na Bienal”, disse Tatiana.

Uma pesquisa iniciada na abertura da Bienal vai mostrar o impacto econômico do evento para a cidade do Rio de Janeiro e terá os resultados divulgados pós-Bienal. No próximo domingo (8), data de encerramento do evento, será divulgada uma parcial da pesquisa.

 

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Quem transita diariamente pela avenida Pedro Miranda, entre as travessas do Chaco e Curuzu, em Belém, já deve ter se perguntado sobre uma pequena livraria, localizada entre um bar e uma ótica, que chama atenção pelas pilhas de livros amontoados. É a livraria Belém-Pará Cultural, do professor aposentado Luís Fernando da Silva, de 74 anos.

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Os sebos se mantêm vivos na capital paraense. Há quatro anos, o professor Luís Fernando comercializa livros novos e usados, no bairro da Pedreira. É um senhor simples e espirituoso. Para ele, “os livros são como filhos”.

A paixão de Luís Fernando pela leitura começou na universidade e continua viva. Aos 12 anos, ele foi morar na cidade do Rio de Janeiro, onde trabalhou em uma livraria por mais de um ano. Foi daí que nasceu o desejo de abrir seu próprio estabelecimento. “No Rio, eu trabalhei na livraria Freitas Bastos, que também era uma editora. Depois, fui seguindo minha trajetória. Já agora, depois que me aposentei, para não ficar na ociosidade eu criei essa livraria”, disse seu Fernando.

Das 8h30 até às 19h30 ele usufrui da companhia de poucos visitantes e compradores. “Eu passo o dia aqui trabalhando, arrumando. Não é fácil, é difícil. Tenho que pegar (os livros) e colocar cada um no lugar”, relata.

A quantidade chega a mais de cinco mil livros guardados no sebo. Para conseguir chegar a esse número, Fernando revela que comprou e ganhou boa parte do acervo. São livros de literatura, filosofia, história, matemática, ciências, psicologia, autoajuda, livros religiosos e muito mais.

Apesar dessa infinidade de textos, temas, assuntos, Fernando recomenda duas leituras, segundo ele excepcionais. Uma delas é o livro “O universo numa casca de noz”, do físico Stephen Hawking. “Ele guiará o leitor através do microcosmo quântico e do macrocosmo universal, discutindo as extraordinárias leis que regem o cosmos e as principais teorias hoje debatidas — o que também conta a saga de Hawking e dos físicos mais importantes de todos os tempos atrás do grande objetivo da ciência: a Teoria de Tudo. Para isso, serão apresentados conceitos caros à física teórica, como a supergravidade, a teoria quântica, a teoria-M, a holografia e a dualidade”, informa a sinopse.

A outra dica são os livros da escritora Helena Blavatsky. “É um conhecimento muito grande. Além de ser um livro difícil, você precisa ficar procurando no dicionário. Tem termos filosóficos, altamente secretos, que não são do conhecimento popular. Você precisa ter um certo conhecimento para poder compreender”, falou o livreiro.

O médico José Macedo Filho, 70 anos, que frequenta o espaço, já realizou várias compras. “Para quem gosta de ler, esse lugar é importante demais. Nesse tipo de livraria a gente encontra muita coisa boa, desde que procure”, comentou.

Nesses tempos em que muitas livrarias estão fechando por falência, ou amargando grave crise financeira, os pequenos sebos resistem. Segundo a Associação Nacional de Livrarias (ANL), a última pesquisa sobre o comportamento do varejo do mercado no Brasil registrou uma “retração”, no período de 2019, em comparação com 2018.

Para o livreiro Luís Fernando, a crise nas vendas de livros e incentivo à leitura está ligada à irresponsabilidade do governo. “A educação no país, aqui no Pará principalmente, está falida. Lamentavelmente os governantes falharam com a educação. Enquanto não se investir em educação vai continuar desse jeito”, desabafou.

Por Sandy Brito.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Estudos apontam que no Brasil a média de leitura é de um livro por ano. Segundo os dados da pesquisa Retratos da Leitura, do Instituto Pró-livro, 44% da população não lê e 30% nunca comprou um livro. Em Belém, até 1º de setembro, a 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro oferece muitas opções para quem quer começar a ler.

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"Quem não conhece os livros não tem companhia permanentemente", disse a mestra em literatura Helenice Silva. Para ela, é preciso que o adulto crie um campo de atuação para promover a leitura de todas as formas. "Apresentando o livro como algo de agradável e atrativo, pronto para ser objeto de desejo para alguém que está na vez. Tudo tem nos livros, de todas as formas. Livro é uma comida gostosa pronta para ser devorada; também é diversão para ser curtida; é companhia para os momentos de solidão e muito mais. O livro não perde na disputa pelo seu espaço, pois cada um tem o seu momento", explicou Helenice.

A estudante de Jornalismo e amante da leitura Erika Castro disse que se interessou pela leitura aos 12 anos de idade, quando os pais passavam pelo processo de separação. Para fugir dessa realidade, encontrou refúgio nos livros. “Já desmarquei de sair muitas vezes com meus amigos pra ficar lendo em casa. Já troquei uma ida ao cinema, a aniversários. Um dia eu não aproveitei um dia todo na praia pra ficar dentro do carro lendo, porque eu realmente não conseguia largar o livro”, contou.

A coordenadora do curso de Letras da UNAMA - Universidade da Amazônia, Terezinha Barbagelata, explicou que o gostar de ler tem a ver com o incentivo da família. “A leitura é um sendeiro, ou seja, o conhecimento adquirido por meio da leitura seguramente abrirá portas para conhecer outras possibilidades”, afirmou.

“O hábito se fará a partir da motivação, do assunto me chama atenção, começar lendo uma a duas paginas sabendo da importância dessa leitura na vida do leitor. Mais uma vez enfatizo, ler é libertar-se, é iluminar-se, trazer para si a possibilidade de uma mente livre, com senso crítico”, finalizou Terezinha.

A estudante Erika deixou um conselho para as pessoas que sentem vontade de iniciar uma vida de leitura, mas não conseguem. “Começar com o gênero com que mais se identifica. Se gostar de romance, leia romance. Se gosta de assistir terror, iniciar com um livro de terror. Ler livros menores também ajuda, porque os que contêm muitas páginas às vezes assustam quem não está acostumado. Então um livro de até 200 páginas é um bom começo. E, também, fazer metas, como eu faço. Ler 'x' quantidades de livros por ano, ler quantidade 'y' de páginas por dia, metas pessoais que ajudam bastante”, assinalou.

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O Ministério da Educação (MEC) está recebendo textos e documentários para a 6ª Olimpíada de Língua Portuguesa (OLP). Podem participar alunos dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas do país. As produções dos estudantes só devem ser enviadas por intermédio dos diretores das instituições.

O tema desta edição é "O Lugar Onde Vivo" e os participantes concorrerão nas categorias de poema, memórias, crônica e artigo de opinião. Além destas, uma nova categoria está sendo disponibilizada, que é a de documentário, na qual só podem concorrer os estudantes dos 1º e 2º anos do ensino médio. As inscrições estão abertas até 19 de agosto através do site do programa Escrevendo o Futuro.

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Todos os trabalhos passarão por uma curadoria onde serão selecionados os melhores por estado. Os escolhidos de cada categoria irão para a última etapa, que consiste em cinco encontros que serão realizados na cidade de São Paulo.

Neste ano, o evento terá como homenageada a escritora Conceição Evaristo, vencedora de vários prêmios.

O projeto é uma iniciativa do Itaú Social juntamente com o MEC e foi criado em 2002. O objetivo da olimpíada é contribuir para a melhoria do ensino e aprendizagem da leitura e escrita nas escolas públicas do Brasil.

 

Além de melhorar a leitura e o conhecimento em língua portuguesa, frequentar uma biblioteca integrada ao projeto pedagógico da escola pode incrementar o aprendizado dos alunos em matemática. A conclusão é de uma pesquisa do Instituto Pró-Livro, que será apresentada no Fórum de Educação da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, em 2 de setembro.

Foram ouvidos na pesquisa professores de português, diretores e bibliotecários das 500 escolas públicas com melhor nota na Prova Brasil, comparando as diferenças entre os resultados obtidos e as atividades desenvolvidas nas bibliotecas. Sem antecipar todos os dados, a coordenadora da pesquisa, Zoara Failla, disse que foi possível identificar uma influência positiva das bibliotecas no aprendizado dos alunos do 5º ano do ensino fundamental.

A pesquisa leva em conta diversos fatores, inclusive físicos, como a infraestrutura da biblioteca, sua acessibilidade e a conexão à internet. Também são considerados a atuação do responsável pela biblioteca e do professor entrevistado, a disponibilidade de acervo e recursos eletrônicos e o uso desse espaço pelos alunos.

O grupo de escolas mais bem avaliadas na disponibilidade de acervo e recursos eletrônicos teve um acréscimo de 10 pontos em matemática no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), enquanto, em português, o incremento da nota foi de 6 para o acervo e de 10 pontos para recursos eletrônicos. Quando considerados todos os critérios, há uma associação positiva das bibliotecas bem avaliadas com o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

"A gente ficou surpreso, mas quando a gente pensa na matemática, o enunciado do problema é fundamental. Você tem que ter a compreensão leitora, depende da compreensão para resolver um problema", disse Zoara Failla, em entrevista à Agência Brasil.

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A pesquisadora ponderou que ter uma biblioteca não é o bastante para que as escolas impactem a formação de seus alunos. É preciso que o espaço seja aproveitado de forma multidisciplinar, de modo que atividades orientadas incentivem os alunos a pesquisar em seu acervo. "É preciso ter uma mediação. As atividades têm que estar orientadas pelo currículo escolar e pelo projeto político-pedagógico da escola. É esse conjunto de possibilidades e ofertas que vai impactar na aprendizagem", acrescentou Zoara. 

As conclusões, que serão apresentadas na Bienal, incluirão ainda informações sobre como a existência de uma biblioteca ativa é especialmente positiva em escolas que atendem a populações mais vulneráveis. No dia 23 de setembro, os dados serão novamente apresentados em São Paulo, em um seminário no Itaú Cultural.

Uma das competências mais cobradas na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para que o candidato tire uma boa nota é o domínio da língua portuguesa. Nesse quesito, o participante deve ficar atento às regras ortográficas e gramaticais, de acordo com a norma culta.

Para quem tem algumas dificuldades com português ou acha que o nervosismo pode atrapalhar o desempenho na prova, o professor de língua portuguesa Tiago Xavier dá a dica: o segredo é a leitura. “O aluno tem que entender que ele tem que ser um bom leitor. Ele tem que ler jornais e revistas para estar atento aos temas do cotidiano. Se ele não for um bom leitor, vai ter dificuldade extrema na redação do Enem”, sugere.

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A nota da redação vale de zero a mil pontos. Serão avaliadas cinco competências, das quais cada uma delas terá nota de zero a 200 pontos que somados irão compor a nota final.

Para te ajudar a redigir uma boa redação que seja clara e objetiva nas ideias, e que também não contenha erros gramaticais, o professor indicou possibilidades de erros para você evitar, não cair em algumas armadilhas e consequentemente, não perder pontos na redação do Enem. Confira: 

 1 - Acentuação incorreta das palavras: É muito comum os alunos esquecerem, principalmente, que existe uma diferença entre singular e plural de alguns verbos com acentuação. Por exemplo: o verbo ter, quando está no singular, não possui acento. Na frase “Ele tem um carro” não há acento. Mas quando eu digo “Eles têm um carro”, é necessário acentuar já que encontra no plural.

2 - Separação silábica na translineação: Muitos estudantes quando vão escrever um texto, a palavra não cabe na linha. Ele tem que separar a palavra em cada linha.

3 - Erro no uso da palavra "mesmo": Em situações pronominais. Exemplo: “Antes de falar sobre o Brasil, é necessário destacar que o MESMO vive uma crise econômica grave”. O correto seria “Antes de falar sobre o Brasil, é necessário destacar que o país vive uma crise econômica";

4 - Erro no uso da palavra “menos”: A palavra MENOS é invariável. Portanto, não existe “menas”;

5 - Erro no emprego do acento (CRASE): A crase só deve ser empregada antes de palavras femininas; antes da indicação de hora; antes de locuções adverbiais que expressam sentido de tempo, lugar e modo.

6 - Erros de pontuação: São muitos erros de pontuação, mas, principalmente, identificamos o uso de vírgula. O aluno tem que saber, principalmente, que entre sujeito e verbo não se utiliza vírgula, entre verbo e complemento não se utiliza vírgula, e entre complemento e adjunto adverbial não se utiliza vírgula. Agora, se há um deslocamento na oração, a vírgula costuma a aparecer, a depender do caso.

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O presidente da Academia Brasileira de Letras, professor Marco Lucchesi, assina na terça-feira (9) convênio com o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (Iterj) para a formação de bibliotecas nas comunidades quilombolas e nas escolas que atendem essa população. Lucchesi informou à Agência Brasil,que o acordo com o Iterj, responsável pela titulação das terras quilombolas, resultou da viagem que fez em junho passado a quatro quilombos situados entre os municípios de Araruama e Cabo Frio, na Região dos Lagos: Maria Joaquina, Preto Forro, Fazenda Espírito Santo e Quilombo de Sobara.

"Foi um momento inesquecível em que fizemos como sempre doação de livros mas, principalmente, pela proximidade com essa importante parcela da população brasileira", externou. De acordo com levantamento da Fundação Cultural Palmares, o Brasil tem 2.197 comunidades quilombolas reconhecidas, das quais 29 estão no estado do Rio de Janeiro. Marco Lucchesi disse ter ficado empolgado com a preservação de tradições quilombolas e decidiu manter com os quilombos uma maior aproximação do ponto de vista institucional e solidário. O acordo com o Iterj terá duração de um ano, prorrogável por igual período.

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A ABL continuará fazendo uma escolha de livros adequada à realidade dos quilombos e o Iterj responderá pela capilaridade, identificando as carências existentes. Na aproximação com os qiuilombolas, o presidente da ABL contou com o auxílio do desembargador Marco Aurélio Bezerra de Melo, estudioso do tema do direito à terra na cidade e no campo e na relação do Estado na promoção desse direito.

Indígenas

Lucchesi pretende dar continuidade também à aproximação com os povos indígenas, iniciada este ano com a doação de uma estante com livros, CDs e DVDs para a biblioteca da Aldeia Guarani da Mata Verde Bonita, em Maricá, região metropolitana do Rio de Janeiro.

A ação faz parte do Projeto Ivy Marey (que significa Terra sem Males), criado em parceria com a cacique Jurema Nunes de Oliveira e outros membros da aldeia. O projeto prevê maior aproximação cultural da academia com as oito aldeias Guaranis do estado do Rio.

Ainda neste semestre, o presidente da ABL fará viagem ao sul fluminense para conhecer os índios pataxós, "sempre com a mesma ideia de doar livros".

Prisões

Os presidiários continuam também na meta do presidente da ABL, que visitará este mês duas penitenciárias em Campos dos Goytacazes, no Norte do estado. A ideia principal é ter contato com as escolas prisionais, embora mantendo a vocação da ABL que é trabalhar no campo da cultura. "Isso exige hoje no Brasil uma escuta muito profunda de uma população à margem, muitas vezes, do que se espera minimamente dos brasileiros que estejam em situação de conflito com a lei, mas resgatando esse conflito, em uma situação que a gente espera que melhore".

A ABL oferece livros às escolas prisionais e também a escolas de periferia, mais vulneráveis, estas em acordo com a Marinha, sempre visando a formação de bibliotecas e leitores. "Sempre começa com uma palestra. Eu digo alguma coisa e acabo ouvindo. Essa escuta é fundamental nessas zonas de abandono e esquecimento". O mesmo ocorre em relação a hospitais e asilos. "Muitos hospitais já começam a entender que é preciso humanizar o próprio espaço. E essa humanização é composta de várias especificidades, entre as quais o fato que o doente pode ler, o acompanhante e os médicos também podem ler".

A Academia Brasileira de Letras mantém programas nesse sentido com os hospitais que "compreendam e estejam nessa mesma vibração e intensidade", disse Marco Lucchesi. Para escolas e centros que atendem deficientes visuais, a academia envia mais CDs e DVDs que o próprio presidente faz questão de escolher, um a um.

Preocupação

A maior preocupação de Marco Lucchesi hoje, em relação à população privada de liberdade, é com os mais jovens. "O que me interessa mais hoje, sobretudo, é visitar os menores privados de liberdade". Para ele, o Estado não pode ser movido pela raiva contra um menor que cometeu um delito, "e nem atender os instintos mais imediatistas e um pouco mais vingadores de quem não compreende o funcionamento do sistema". O professor revelou que, muitas vezes, durante visita a instituições onde ficam apreendidos menores infratores, ele tem visto jovens de distintas facções se reunirem para montar, com Lego, uma cidade com acessibilidade, democrática para todos. "Me interessa muito o trabalho com menores em conflito com a lei, é a minha menina dos olhos".

Lucchesi tem ido reiteradamente ao Centro Dom Bosco, ex-Padre Severino, onde se encanta com o trabalho dos professores e diretores, apesar de todas as carências que, nas prisões, se tornam mais agudas. "O que falta aqui fora, lá falta duas vezes mais". O presidente da ABL defendeu o aumento do número de vagas tanto para presos adultos, como para menores porque, na sua avaliação, os detentos querem estudar e trabalhar. Isso não é possível na estrutura das prisões que foram criadas no país, de castigo e punição absoluta, e não de um resgate mais profundo e humano, comentou.

A questão não é se os presos vão ficar melhores ou piores, disse. A questão é interior, ressaltou Marco Lucchesi. "Eles têm direito ao estudo, como seres humanos? Eles são brasileiros e têm garantia de que podem ir à escola? Essa é a pergunta essencial. E muitos mudam porque veem nova perspectiva". Para Lucchesi, trata-se de uma dívida social que precisa ser resgatada onde for possível.

Universidades

A ABL fará ainda em julho uma grande doação de livros para o Instituto Federal Fluminense, localizado em Campos dos Goytacazes, dentro da meta de fortalecer, "quando possível", as bibliotecas das universidades.

No campo social, a academia avança no sentido de tornar o site acessível para os deficientes visuais, transformando as informações escritas disponíveis em voz. "Estamos navegando para isso", disse.

O presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, Marcelo Ramos (PL-AM), abriu nesta tarde a sessão para a leitura do voto complementar do relator da reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).

Ao chegar à comissão, Moreira adiantou que o seu novo texto prevê um efeito fiscal "um pouquinho" maior que R$ 900 bilhões. O relatório apresentado por ele no dia 13 de junho trazia um efeito de R$ 913,4 bilhões na primeira década de vigência da reforma. Já a proposta original do governo previa uma potência fiscal de R$ 1,2 trilhão nesse período.

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Ramos disse mais cedo que a oposição deverá tentar obstruir a leitura do texto, e um requerimento de retirada de pauta deverá ser votado antes que Moreira apresente o seu voto complementar. Já outros requerimentos pelo adiamento da votação do parecer na comissão especial deverão ser analisados pelo colegiado apenas nesta quarta-feira, 3.

A Universidade Federal do Pará (UFPA) realizou na última sexta-feira (26) a quinta edição do FALE (V Fórum de Alfabetização, Leitura e Escrita Flor do Grão Pará). O evento contou com a participação voluntária de 180 pessoas, alunos e não alunos da instituição. Dentre os palestrantes havia representantes das secretarias de Educação, formadores, pesquisadores e alfabetizadores licenciados.

  Segundo os organizadores do evento, o principal objetivo do fórum é mostrar a importância da alfabetização na era da cybercultura. A palestra tratou de temas como a responsabilidade que as universidades têm na formação do indivíduo, a inclusão das crianças na “sociedade digital” e também sobre a relação que a linguagem tem com outros cursos de graduação.

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Uma das organizadoras do evento, Elizabeth Orofino, disse que o fórum tem muitos desafios e destacou a importãncia do estímulo da leitura. “O FALE está ligado à rede de formação Latino-Americana de formação docente. Nós temos o principio de fazer uma simetria de universidade e escola básica. Nesse momento o fórum tem uma base na pesquisa narrativa e então os professores que estão ali, da escola básica e da universidade, estão produzindo uma narrativa sobre sua prática docente”, informou.

Por Henrique Herrera.

 

 

Com a crise das livrarias e o fechamento de unidades em diversas partes do país, alguns leitores estão órfãos do lugares que costumavam ser seu refúgio. Além de ser espaço para o intecâmbio cultural, alguns desses estabelecimentos chamam a atenção seja por sua estrutura e por seu acervo. O LeiaJá mostra cinco livrarias e bibliotecas que oferecem uma experiência diferente para o leitor.

1 – Biblioteca Acqua Alta, na Itália

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Localizada em Veneza, na Itália, essa livraria não chama atenção por sua localização ou pelo belo prédio que a abriga. Ela é famosa por reunir volumes usados, cujos os leitores podem encontrar dispostos em móveis clássicos, banheiras e até dentro de gondolas.

2 – The Last Bookstore, nos Estados Unidos

Imagine fazer uma visitação no estilo "Alice no País das Maravilhas". Essa é a proposta dessa livraria localizada em Los Angeles, que abriga os livros das formas mais inusitadas. Alguns, estão guardados de maneira que formam arcos, labirintos e túneis. Outros, estão pendurados como se estivessem voando sobre os visitantes. Grande partes dos volumes para venda são de livros usados.

3 – Livraria Zaccara, em São Paulo, no Brasil

Localizada no bairro de Perdizes, essa livraria é praticamente um achado. No jardim, é possível passar algumas horas do dia folheando livros de diversos temas. No andar de cima, os visitantes podem assistir os saraus e debates organizados pelos donos da livraria e únicos funcionários, que abordam temas desde a psique feminina a cursos que ensinam a ouvir e a apreciar o jazz. O local ainda conta com um pequeno café que oferece expressos e bolos.

4 – El Ateneo, na Argentina

Localizada em um antigo teatro de Buenos Aires do século 20, ela é uma das mais belas e famosas livrarias da América do Sul. O local é tão conhecido que mais de um milhão de pessoas visitam a biblioteca todos os anos. O palco e os bastidores foram transformados em salas de leitura que chamam atenção por conta de sua beleza.

5 – Word on the Water, na Inglaterra

A livraria que está instalada em um barco de madeira desde a década de 1920, se localiza em Londres e está ancorada nas proximidades da estação de King’s Cross. A biblioteca virou um ponto de referência cultural, graças ao evento que organiza, desde os encontros com escritores até apresentações de jazz.

por Junior Coneglian

Um dia reservado para contação de histórias, estimulando o hábito da leitura entre crianças e jovens é a proposta da “Viagem literária”, que acontece na Biblioteca de São Paulo dia 14 de maio. O evento, que está na sua 12ª edição, tem a participação do grupo “Cia Bisclof” de contadores de histórias, que irá apresentar “O monstro monstruoso da caverna cavernosa”, texto de Rosana Rios.

A “Viagem Literária” é um programa do governo do estado e desde a sua criação,  em 2008, já percorreu 195 municípios. Em 2019, a “Viagem” vai passar por 76 cidades, com 15 grupos diferentes de contadores de histórias. Os eventos acontecem em bibliotecas municipais e comunitárias. A entrada é gratuita e não é necessário fazer inscrição prévia.

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Confira a programação no site www.viagemliteraria.org.br.

 

 

O Espaço Cultural Nossa Biblioteca, no bairro do Guamá, em Belém, está completando 42 anos. É a biblioteca comunitária mais antiga do Brasil. Durante a semana do aniversário, várias programações foram realizadas diariamente, sempre às 18h30, dentro do próprio espaço.

A abertura da programação festiva teve oficina de Escrita Criativa, do projeto Slan Dandara do Norte, e Roda de conversa sobre Violência Sexual, com Diego Martins, mestre em Segurança Pública.

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Também houve roda de conversa sobre a “Mulher na Literatura”, com Roberta Tavares, Carol Magno e Telma Cunha; “Política do Livro e Leitura”, com Janete Borges, Rui Carmo e Hamilton Vieira, mediada por Rita Melém; e “Pacificação”, com Wanderson Pantoja.

As programações em comemoração ao aniversário terminaram no sábado (27) com um cortejo da Escola Barão de Igarapé Miri até o espaço da Nossa Biblioteca, onde mães e filhos participam do círculo de leitura do espaço, seguido de apresentação de dança. Turmas infantis e adolescentes acompanharam a apresentação da Mc Shaira Mana Josy, entre outras programações.

O Espaço Cultural foi criado na década de 70, liderado por um grupo de irmãs missionárias holandesas que fizeram uma pequena biblioteca de madeira para promover a prática da leitura entre os moradores. Hoje, o espaço incentiva o acesso à leitura e mobiliza a comunidade do bairro do Guamá, na periferia da capital paraense, para conhecer e garantir os direitos humanos, culturais e para a melhoria de vida, beneficiando diretamente mais de mil pessoas, e aproximadamente quatro mil indiretamente.

Atualmente há cerca de quatro mil livros na biblioteca. Além da leitura, são desenvolvidos projetos como roda de conversa, brinquedoteca, círculo de leitura, aulas de teatro, aulas de músicas popular paraense, sarau, sessões de cinema, entre outros projetos que envolvem os leitores e as famílias.

Serviço

Espaço Cultural Nossa Biblioteca (Travessa. Vinte e Cinco de Junho, 214 - Guamá).

Contato: (91) 98874-1362.

Por Rosiane Rodrigues

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