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Os moradores de um bairro de Los Angeles onde foram filmadas cenas da saga "Velozes e Furiosos" manifestaram-se nesta sexta-feira contra as gravações do próximo filme da sequência, alegando que suas ruas se tornaram palco de corridas de carros ilegais.

A manifestação ocorreu antes das gravações deste fim de semana em Angelino Heights, bairro histórico próximo ao centro da cidade e residência do personagem de Vin Diesel, "Dominic Toretto".

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Para Damian Kevitt, morador e fundador da associação Streets Are for Everyone (Safe), a saga permitiu “glorificar uma atividade ilegal”, ao transformar Angelino Heights em “destino turístico para os rachas". Outra moradora do bairro, Bella, conta que seus filhos ficaram traumatizados com o barulho dos carros à noite e o medo de serem atingidos.

A Safe exige que a cidade instale redutores de velocidade e decrete uma política de tolerância zero para as corridas. A associação também pediu à Universal Pictures que adicione uma menção nos filmes da saga que desencoraje as pessoas a participar dos rachas.

Procurada, a Universal não respondeu de imediato ao contato feito pela AFP. O lançamento de Velozes e Furiosos 10 está previsto para o próximo mês de maio.

A Justiça Federal negou uma liminar pedida em ação civil pública para que o leilão da concessão do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, fosse adiado. A decisão foi proferida na sexta-feira (5). O certame está previsto para ocorrer no próximo dia 18. A ação alegava a necessidade de tutela imediata devido a possíveis danos ambientais e do aumento de ruídos com a passagem da administração para o setor privado, uma vez que o edital prevê o crescimento de até 40% nas operações do aeroporto, que é cercado por bairros residenciais.

Em sua decisão, o juiz federal Caio José Bovino Greggio considerou que o certame foi previamente aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que os estudos de impacto ambiental foram apresentados e que uma audiência pública foi realizada em 2021, ocasião em que a população pôde participar e ter acesso às decisões do projeto de concessão.

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O juiz também afirma que o aumento de operações em Congonhas não é líquido e certo, mas uma variável prevista no projeto que pode ou não ser implantada pela concessionária. A expansão da capacidade do aeroporto pedida pela Infraero adicionaria de 3 a 4 movimentos por hora no terminal, que hoje opera com 32 a 33 pousos e decolagens por hora na aviação comercial, segundo fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast. A decisão também considera os possíveis impactos econômicos para a União caso o leilão fosse suspenso.

No final de julho, como o Estadão mostrou, moradores de bairros vizinhos do Aeroporto de Congonhas têm se queixado de alta de ruídos de aviões nos últimos meses e temem que a concessão piore a situação em bairros antes já afetados pelo barulho, como o Jabaquara, e em locais onde o incômodo aumentou nos últimos meses, como Paraíso e Jardins.

"Estamos surpresos com a decisão de indeferimento da tutela. Segunda-feira teremos uma reunião entre as associações de bairro e os advogados para decidirmos os próximos passos", diz a empresária e presidente da Associação Viva Moema, Simone Boacnin. "Em audiência pública da sétima rodada, nenhuma das nossas sugestões para um equilíbrio entre os interesses econômicos e as necessidades da população do entorno foram incorporadas no certame. Dá para aceitar que fomos ouvidos?"

Dados da Infraero, órgão que administra os aeroportos, apontam que as reclamações por ruído nos arredores do Aeroporto de Congonhas foram de 13, nos cinco últimos meses de 2021, para 816, de janeiro a maio - alta de 6.176%. Os moradores associam a situação a mudanças de rota de voos feitas pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) em maio do ano passado. Por outro lado, o órgão federal defende que o ruído geral diminuiu 15,18%, mas sem especificar se houve aumento em algumas regiões.

Um grupo formado por presidentes e membros de associações de bairros como Moema e Vila Mariana cobrou mais estudos antes da realização do leilão e pediu que as obrigações da concessionária vencedora sejam melhor delimitadas. O Ministério da Infraestrutura afirmou que os estudos necessários foram feitos e que, juntamente com a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), irá se manifestar na Justiça quando for notificado. Conforme o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, o processo foi distribuído nesta terça na 12ª Vara Cível Federal de São Paulo.

Considerado um dos ativos mais valiosos da União no Estado de São Paulo, o Aeroporto de Congonhas foi incluído na sétima rodada de concessões aeroportuárias da Anac, que prevê alcançar ao menos R$ 7,3 bilhões em investimentos nos 15 aeroportos incluídos no pacote - o Campo de Marte também está na lista.

Diante dessa situação, representantes de entidades de ao menos oito bairros se uniram nos últimos meses para pressionar os órgãos públicos a rever a mudança de rotas no Aeroporto de Congonhas ou mesmo a tomar ações para diminuir os impactos nos locais afetados, como instalar barreiras contra ruído no sítio aeroportuário e criar um fundo para auxiliar no isolamento acústico das casas e prédios afetados.

O grupo se diz ainda preocupado com os impactos ambientais e relata que os aviões têm passado mais próximos de áreas verdes, como o Parque Ibirapuera. "Nós somos a favor da concessão, que o desenvolvimento da cidade aconteça, mas de uma forma mais amigável com a população", explicou o presidente da Associação dos Moradores e Amigos do Jardim Lusitânia (Sojal), Nelson Cury.

Além de reuniões com órgãos de aviação civil, os representantes das associações de bairros já participaram de audiências públicas na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa de São Paulo. Nesta semana, foram recebidos ainda pelo procurador-geral de Justiça do Estado, Mario Sarrubbo. A judicialização, explicaram os moradores, foi o caminho adotado após as demandas do grupo não serem atendidas.

Moradores do município de Teolândia, no interior da Bahia, realizaram, na última sexta-feira (3), um protesto contra a decisão da Justiça baiana de cancelar a realização da XVI Festa da Banana, que contaria com a apresentação do canto Gusttavo Lima.

Os manifestantes interditaram o quilômetro 349 da BR-101 e, aos gritos, criticavam a decisão da não realização do evento, além de fazerem alusão a Gusttavo Lima ao chamarem "o embaixador", como o sertanejo é popularmente conhecido. A via só foi liberada às 17h mediante a presença da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

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Proibição

XVI Festa da Banana seria realizada entre os dias 4 e 13 de junho, no entanto, a Justiça da Bahia proibiu o repasse de valores para empresas e artistas que participariam do evento.

De acordo com o Ministério Público do Estado, o valor para a realização da festa seria maior do que R$ 2 milhões, o que representa 40% do gasto total do município de Teolância com a saúde. Desse total, R$ 704 mil seriam direcionados para o pagamento do cachê de Gusttavo Lima. 

Na decisão da juíza, Luana Paladino, em caso de descumprimento da ordem, a cidade baiana terá que pagar uma multa equivalente ao dobro do valor do contrato. Além disso, ficou determinado a suspensão, por meio da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), do fornecimento de energia elétrica nos locais onde aconteceria o evento. 

Centenas de milhares de moradores de Xangai viram suas esperanças caindo por terra nesta quinta-feira (2), quando foram forçados a voltar para o confinamento, logo depois de terem sua liberdade de movimento restabelecida.

No final de março, após se tornar o epicentro do pior surto de Covid-19 desde o início da pandemia, as autoridades confinaram, por zonas, esta metrópole de 25 milhões de habitantes.

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Nas últimas semanas, o governo flexibilizou as restrições e, na quarta-feira (1º), os moradores de áreas de baixo risco puderam voltar a sair. Enquanto muitos celebravam essa nova liberdade com festas e compras, outros tiveram de permanecer em casa, hoje, devido a novas infecções.

Liu, uma mulher de 29 anos do distrito de Minhang, contou à AFP que o conjunto habitacional onde mora foi mais uma vez posto em confinamento, após a informação de um caso suspeito de covid-19 em um dos prédios.

Em um grupo de "chat", os moradores lamentavam o confinamento "sem fim", disse ela.

- Debaixo da ponte -

No distrito central de Jing'an, as autoridades trancaram com correntes o portão de outro conjunto habitacional. Os moradores brigaram com os agentes, segundo um jornalista da AFP presente no local.

A prefeitura informou que mais de 500 mil pessoas ainda estão sujeitas a restrições. Com qualquer nova infecção, ou caso suspeito, as autoridades voltam a isolar as pessoas.

A China é a única grande economia mundial que persiste em sua estratégia de "covid zero". Nessa estratégia, os casos positivos são isolados. E, às vezes, todos os moradores de um prédio, ou conjunto habitacional têm de cumprir a quarentena.

Nesse contexto, algumas pessoas estão dispostas a tudo para burlar as regras.

Depois de saber que um de seus funcionários era um caso suspeito, um empresário escondeu-o sob uma ponte rodoviária para não ser encontrado pelos funcionários dos serviços de saúde, relatou a polícia nesta quinta-feira.

O chefe, que acabou sendo detido, disse estar "preocupado que os negócios da empresa fossem afetados" pela ausência do funcionário, segundo o comunicado.

Todas essas situações contrastam com a cobertura da imprensa estatal, que transmite quase que apenas vídeos de festas, prédios iluminados e o retorno do trânsito no centro da cidade.

Nada poderia estar mais distante da realidade para Eva, de 26 anos, que terá de cumprir um novo confinamento de dois meses. Hoje pela manhã, ela recebeu uma notificação oficial sobre casos suspeitos no condomínio onde mora.

"Para começar, esta abertura não me parecia real. Depois de tudo o que passamos nos últimos dois meses, tinha minhas suspeitas", desabafou.

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Neste domingo (15), moradores do bairro Janga, em Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR), puderam acompanhar a eclosão e caminhada dos filhotes de tartarugas marinhas, da espécie Tartaruga-de-pente, na Praia de Enseadinha. A ação é coordenada pelo núcleo de sustentabilidade urbana da Secretaria Executiva do Meio Ambiente do município e conta com a parceria da sociedade civil.

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Ao LeiaJá, Silvio Batista da Silva, coordenador do núcleo, falou sobre a iniciativa. "Hoje é o dia que a gente denominou de caminhada das tartarugas marinhas. Esse projeto é um projeto de monitoramento e manejo das tartarugas marinhas que a gente executa em toda a orla de Paulista. As pessoas aqui da orla ligam para a gente e fala sobre uma possível desova e a gente vem aqui identifica o ninho, cerca e monitora todos os dias por 45 dias até a eclosão dos ovos". 

O coordenador ressalta que a área tem a maior quantidade de ninhos e é considerada como santuário das tartarugas marinhas de Paulista. "A maioria das tartarugas do Brasil nasce aqui na cidade", conta.

Silvio Batista reforça a importância do projeto, principalmente para o nascimento da consciência ambiental nas crianças. À reportagem, ele afirma que outras ações, como a desse domingo, será realizada na manhã da segunda-feira (16), também na orla do Janga.

Vários distritos de Pequim pediram aos moradores que trabalhem de casa nesta quinta-feira (5), no primeiro dia útil desde 1º de maio, para evitar a propagação da covid na capital da china.

Os distritos de Chaoyang, o mais populoso de Pequim com quase 3,5 milhões de moradores, e Tongzhou solicitaram que os habitantes adotem o teletrabalho após o feriado prolongado no país.

Apesar do número de contágios relativamente pequeno - apenas 50 novos casos registrados em 24 horas -, a capital chinesa segue a estratégia 'covid zero' e adotou várias restrições para conter as infecções.

As autoridades fecharam dezenas de estações de metrô, proibiram comer dentro dos restaurantes e suspenderam as atividades nas academias.

As restrições provocaram uma queda de 40% - na comparação com o ano passado - da receita nos locais turísticos da cidade nos cinco dias de feriado por ocasião do Dia do Trabalhador.

O gigante asiático enfrenta há algumas semanas um surto de covid, que tem epicentro em Xangai, cidade que registrou mais de 4.600 novos casos nesta quinta-feira, apesar do longo confinamento aplicado na capital econômica chinesa.

Quarenta cidades na China estão aplicando confinamento total ou parcial, ou medidas de restrição aos deslocamentos. Além disso, metrópoles como Hangzhou ou Pequim ordenaram testes em larga escala da população.

Algumas medidas, no entanto, estão sendo flexibilizadas. As autoridades anunciaram na quarta-feira a redução da quarentena para passageiros de voos internacionais de 21 para 10 dias em uma instalação do governo e sete dias em casa.

O porta-voz do governo, Xu Hejian, justificou a mudança pelas características da variante ômicron, com um período de incubação mais curto e sintomas menos graves.

Na área econômica, a draconiana política de luta contra a covid fez a China perder "grande parte da atratividade" para várias empresas europeias, afetadas pela ruptura nas cadeias de abastecimento e o freio na atividade econômica, afirma um estudo.

Os confinamentos em dezenas de cidades chinesas provocaram "grandes problemas", afirma um relatório da Câmara de Comércio da União Europeia na China

"A guerra (na Ucrânia) teve impacto nas empresas europeias presentes na China, mas a covid-19 representa um desafio muito mais imediato e provocou uma queda considerável na confiança empresarial", acrescenta o estudo, que ouviu mais de 370 membros da Câmara no fim de abril.

Quase 25% das pessoas entrevistas cogitam um deslocamento dos investimentos, em curso ou programados, da China para outros mercados, número que dobrou em dois meses.

Quase 60% reduziram as previsões de faturamento para o ano

A maioria das empresas também registra impacto nas cadeias de suprimentos, com dificuldades na aquisição de matérias-primas e componentes, ou para receber produtos.

"O mercado chinês perdeu muito da sua atratividade para várias pessoas entrevistada", destaca a Câmara de Comércio europeia.

A China declarou nesta sexta-feira (29) que seguirá adiante com a estratégia "covid zero", apesar da crescente frustração dos moradores de Xangai, confinados desde o início de abril e que protestam contra a política sanitária do governo com panelaços nas janelas.

O país enfrenta o foco mais grave da epidemia desde o início de 2020. Nas últimas 24 horas, o ministério da Saúde registrou mais de 15.500 novos casos de Covid-19.

Em Xangai, metrópole de 25 milhões de habitantes na região leste do país, as autoridades anunciaram nesta sexta-feira 52 mortes e afirmaram que as vítimas não estavam vacinadas.

A estratégia "covid zero" estipula o confinamento de bairros ou cidades após a detecção de casos de covid, uma quarentena para as pessoas que testam positivo, inclusive as assintomáticas, e testes em larga escala.

"É uma arma eficaz para prevenir e controlar a epidemia na China", afirmou o vice-ministro da Saúde, Li Bin.

"Nosso país é muito populoso, com desequilíbrios regionais em termos de desenvolvimento e uma falta de recursos médicos. Se relaxarmos e permitirmos que o vírus se propague, muitas pessoas serão infectadas", acrescentou.

A estratégia "covid zero" permitiu limitar o número de mortes por coronavírus no país, que oficialmente está abaixo de 5.000.

Mas os longos confinamentos pesam sobre a economia e o estado de ânimo da população, em um país de 1,4 bilhão de habitantes.

- Desafio logístico e panelaços -

Em Xangai, a cidade mais afetada, os habitantes reclamam que não têm acesso a verduras frescas ou carne em quantidades suficientes.

Vídeos divulgados nas redes sociais, que foram rapidamente censurados, mostraram moradores protestando com panelaços nas janelas e exigindo "suprimentos".

Uma moradora de Xangai disse à AFP, sob anonimato por temer possíveis represálias, que viu as imagens na internet. Depois de ouvir o barulho, ela se uniu ao panelaço.

"Vi muitos vídeos como este, enviados por pessoas que moram em diferentes bairros", contou.

A censura às imagens alimenta o descontentamento da população.

Mas o confinamento também representa um enorme desafio logístico, o de levar produtos a 25 milhões de pessoas, apesar da falta de entregadores.

Outro problema apontado por Liang Wannian, diretor da equipe de especialistas contra a covid do ministério da Saúde, é a taxa insuficiente de vacinação dos idosos na China.

A política inflexível também afetará o setor turístico durante o recesso de 1º de maio, que começa no sábado e dura cinco dias. O ministério dos Transportes prevê uma queda de 62% das viagens na comparação com 2021.

Para o presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China, Joerg Wuttke, o governo se guia apenas pela política de "covid zero, sem preocupação com a economia a curto prazo".

Wuttke disse que a política sanitária prosseguirá até o 20º Congresso do Partido Comunista da China, no fim de 2022, quando o presidente Xi Jinping deve obter o terceiro mandato à frente do regime.

"Não pode mudar o discurso (sobre a covid) tão perto do objetivo", opina.

Ao completar um mês da tragédia que tirou a vida de 233 pessoas e deixou quatro desaparecidos em Petrópolis, alguns problemas seguem sem solução. O maior deles é onde acomodar as centenas de pessoas que perderam suas casas ou tiveram que sair do imóvel, com risco de desabamento, após a enxurrada que abalou o município na tarde de 15 de fevereiro.

Segundo o último balanço da prefeitura, são 685 pessoas em abrigos, a maioria em igrejas e escolas. Outras estão provisoriamente em casas de parentes. A maioria espera a concessão do aluguel social para conseguir novo lugar para morar, mas o processo está muito lento.

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Entre esses casos, está o de Marta dos Santos Ribeiro, que precisou sair de casa, no Morro da Oficina, e hoje está alojada na casa da irmã, depois de morar um mês em uma igreja. Ela e o marido Edison Alves da Silva conversaram com a reportagem no alto do morro, entre os escombros do que restou das residências, onde tinham ido buscar alguns pertences.

“A gente estava na igreja até quinta-feira passada, só que tivemos de sair. Nós ainda não achamos casa, mas já fizemos o cadastro. As que nós encontramos, não aceitam o aluguel social. Já procuramos mais de 20 casas. O futuro é de muita luta, mas temos fé”, disse ela, que está afastada pela Previdência, porque se recupera de um câncer.

Outros se deparam com a falta de reconhecimento oficial, por parte da Defesa Civil do município, de que seus imóveis estão em área de risco, o que garante o acesso ao aluguel social. É o caso de Camila Lírio, que se preocupa com seus vizinhos, a maioria moradora ao lado do Morro da Oficina, em área que também corre risco de futuros desabamentos.

“Estou morando em casa de amigos, mas é provisório. Muita gente ainda não quer sair, porque alega que não há risco. Isso é mais uma tragédia anunciada. O que aconteceu do lado de cá pode acontecer do lado de lá. Tem que oficializar a interdição. Ali tem umas 150 pessoas. Estou correndo atrás do aluguel social. Para conseguir uma casa, tem que pegar os dados e levar para a prefeitura, que fará o pagamento na conta do proprietário. Mas ninguém quer locar, com a incerteza do pagamento”, relatou Camila.

Para o padre José Celestino Coelho, da Paróquia Santo Antônio, do Alto da Serra, o problema não é simples e demanda maior planejamento do poder público, para que novas tragédias não aconteçam. Ele viu tudo bem a sua frente, pois a igreja fica a pouco mais de 100 metros do Morro da Oficina. E foi para lá que acorreram centenas de pessoas na primeira noite, em busca de abrigo.

“Aqui chegou a ter 280 pessoas, agora tem 24, que não estão conseguindo ir para o aluguel social. O ensinamento que ficou é que temos de ter mais planejamento e fiscalização. Se continuar do jeito que está, é uma tragédia que vai ficar esquecida e depois virão outras. Infelizmente”, refletiu o padre.

Desaparecido

Enquanto o problema para uns é buscar nova moradia, o drama de outros é localizar um parente que continua desaparecido. É o caso de Adauto Vieira da Silva. Ele tenta, sem sucesso, desde o dia da tragédia, encontrar o corpo do filho, Lucas Rufino da Silva.

Além dele, Adauto perdeu no deslizamento do Morro da Oficina a esposa e uma filha, que já foram sepultadas. Porém, o corpo de Lucas, de 21 anos, continua desaparecido. O pai diz que, logo após o temporal, amigos chegaram a reconhecer, no meio da lama, o que seria o corpo do jovem. Porém, depois que foi levado para o Instituto Médico Legal, o reconhecimento foi de outra pessoa, o que causa indignação.

“Eu enterrei a minha esposa e minha filha. E o meu filho? Se ponham no meu lugar. Tentar tirar o direito de enterrar o meu filho. Ele estava com 21 anos. Já passou um mês, mas para mim parece que foi ontem. Até quando vou ter que esperar? Eu só vou ame quietar quando eles solucionarem onde está o meu filho”, disse ele, próximo ao local onde dois tratores tentavam remover toneladas de terra, na esperança de localizar o corpo de Lucas.

Comércio

A poucos quilômetros dali, o centro de Petrópolis busca retomar a força de seu comércio, severamente afetado pela inundação. Dezenas de lojas foram invadidas pela água e lama, ficando semanas fechadas, para limpeza e reforma das instalações. Na Rua do Imperador, uma das principais da área central, o que se via na tarde dessa segunda-feira (14) era o oposto dos dias que se seguiram à tragédia.

Em vez de lojas fechadas, cobertas por grossa camada de lama, a região voltou a atrair milhares de pessoas. Além dos próprios moradores, centenas de turistas voltam aos poucos a frequentar o comércio local, especialmente conhecido pelas confecções de bom preço e qualidade, muito buscadas por clientes e revendedores.

Um caso que se tornou emblemático foi o da Livraria Nobel, que perdeu quase 15 mil livros em seu estoque, no subsolo da loja, inundado pela chuva em questão de minutos, sem dar tempo aos funcionários fazerem nada, além de salvarem suas próprias vidas.

“Conseguimos reabrir a loja. E para isso tivemos muito carinho da população. Foi muito rápido. Quando entrou pela porta da frente, o meu filho já saiu dali com água na cintura. O prejuízo é grande. Não perdemos só os livros, foram cinco computadores, móveis, divisórias. Agora, quando começa a chover, fica todo mundo tenso e traumatizado”, contou a proprietária, Sandra Madeira, que nem por isso pensou em desistir. Afinal, Petrópolis só tem duas livrarias: a Nobel e a Vozes.

Prefeitura

Procurada para se manifestar sobre os problemas na concessão dos aluguéis sociais, a prefeitura de Petrópolis respondeu que o último balanço, de 10 de março, inclui 170 aluguéis sociais. "Importante dizer que a prefeitura fez todos os esforços para agilizar a concessão de aluguéis sociais. Um grupo de trabalho, que envolve todas as secretarias, atua na ponta, auxiliando as famílias na busca por moradia segura. O município também liberou a exigência do laudo da Defesa Civil pelo período de 60 dias, justamente para acelerar o processo", escreveu a prefeitura em nota.

Até o momento, foram 1.778 laudos concluídos e 3.012 estão em andamento. No total, a Defesa Civil tem 5.802 ocorrências registradas.

O Corpo de Bombeiros resgatou 11 pessoas que foram afetadas pelas fortes chuvas que caíram neste sábado (12) em Várzea Alegre, no Ceará De acordo com a prefeitura da cidade, houve o rompimento de açudes, provocando o alagamento de casas, ruas e estradas.

De acordo com o coronel Nijair Araújo, comandante do Batalhão dos Bombeiros de Iguatu, cidade vizinha a Várzea Alegre, a prefeitura do município iniciou hoje o trabalho de levantamento do número de desabrigados. Viaturas dos bombeiros e da Defesa Civil continuam prestando assistência à população.

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O comandante Araújo disse acreditar que o número de desabrigados deve diminuir hoje porque o nível das águas está baixando em alguns locais e parte das pessoas afetadas está voltando para casa.

No entanto, Araújo alerta que há previsão de chuva para região. "O nosso medo é que ainda existe probabilidade de chuvas no local. Como a região está muito saturada de água, acreditamos que qualquer aporte já cause danos", informou. 

Na manhã deste domingo, o Corpo de Bombeiros também está socorrendo os afetados pelo rompimento de um açude em Cedro, município vizinho, onde também há registro de casas alagadas.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Ceará, um helicóptero é usado para fazer o resgate das vítimas. Bombeiros que atuam em Fortaleza também foram enviados para a região. 

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As autoridades de Hong Kong, confrontadas a um aumento sem precedentes de casos de Covid-19 desde o início da pandemia, anunciaram nesta sexta-feira (18) que vão testar os 7,5 milhões de habitantes da cidade e que a escolha do próximo chefe do Executivo será adiada.

"Uma das medidas que estamos preparando, e muito seriamente, é um teste universal obrigatório", disse a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, em entrevista coletiva, referindo-se à "situação crítica" na cidade.

Testes em massa da população são praticados rotineiramente na China continental, cujas autoridades observam uma política de "covid zero" que às vezes os leva a confinar cidades inteiras por semanas.

No entanto, Lam descartou a possibilidade de confinar Hong Kong, uma medida difícil de aplicar numa cidade cuja densidade populacional é uma das mais elevadas do mundo e onde a habitação é muitas vezes escassa e compartilhada.

Em fevereiro, as autoridades reforçaram as restrições para combater o vírus. Reuniões de mais de duas pessoas em locais públicos estão proibidas. Desde janeiro, bares e restaurantes devem fechar às 18h e cinemas, museus, pavilhões esportivos e outros locais de entretenimento suspenderam suas atividades.

Por outro lado, Lam informou que a nomeação do próximo chefe do Executivo de Hong Kong, inicialmente prevista para março, foi adiada para 8 de maio. Não se sabe se Lam, que dirige a cidade desde 2017, buscará um segundo mandato.

O momento é politicamente sensível para Hong Kong. O governo chinês impôs uma lei de segurança nacional que criminaliza todas as formas de dissidência, bem como novas regras para garantir que apenas "patriotas" pró-Pequim possam ocupar cargos políticos.

O adiamento está "em linha com as importantes instruções do presidente Xi Jinping de que devemos fazer do controle da epidemia nossa principal prioridade", explicou.

No início desta semana, o líder chinês instou Hong Kong a tomar "todas as medidas necessárias" para conter a pandemia.

A estratégia de "covid zero" do governo chinês inclui uma quarentena de várias semanas à chegada ao país, mesmo para passageiros de Hong Kong.

Mas as redes de contrabandistas entre o território semiautônomo e a China continental permitem que ela seja contornada.

As cidades chinesas oferecem agora milhares de dólares em recompensas por qualquer dica sobre entradas ilegais de Hong Kong, após a descoberta de imigrantes ilegais que testaram positivo para o coronavírus na China continental.

- Hospitais lotados -

Com pouco mais de 12.000 casos de Covid-19 registrados nos primeiros dois anos da pandemia, graças ao isolamento draconiano, Hong Kong enfrenta atualmente uma progressão exponencial do vírus ligada à variante ômicron altamente contagiosa.

Mais de 11.000 novos casos foram registrados apenas nesta sexta-feira, depois de 12.000 na quinta-feira, e o sistema hospitalar ficou completamente sobrecarregado em questão de dias.

Sem leitos disponíveis, dezenas de pacientes foram forçados a esperar horas em camas ou cadeiras de plástico do lado de fora dos hospitais.

As autoridades requisitaram hotéis vagos e habitações sociais para isolar pacientes com poucos ou nenhum sintoma, e planejam construir hospitais improvisados.

Até março, Hong Kong pode chegar a 300.000 infecções por dia, segundo especialistas em saúde.

Por outro lado, instituições de caridade denunciaram nesta sexta-feira que muitos trabalhadores domésticos foram “abandonados” por seus empregadores após contrair Covid-19. Alguns são forçados a dormir nas ruas ou até mesmo não recebem assistência médica.

A Caixa Econômica Federal anunciou nessa segunda-feira (7) a disponibilização do saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por motivo de calamidade para trabalhadores residentes em Porto Seguro e Wenceslau Guimarães, na Bahia. A medida é uma forma de dar condições a essas pessoas de enfrentarem as dificuldades trazidas pelas fortes chuvas que caíram no estado nos últimos dois meses.

Não é necessário ir a uma agência do banco para solicitar o saque. A operação Pode ser feita pelo aplicativo FGTS via celular. Ao registrar a solicitação é possível indicar uma conta da Caixa, inclusive a Poupança Digital Caixa Tem, ou de outra instituição financeira para receber os valores. O aplicativo está disponível nas plataformas Android e iOS.

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Os moradores das áreas afetadas em Porto Seguro, conforme endereços identificados pela Defesa Civil Municipal, podem solicitar o saque até 14 de março. Já os trabalhadores de Wenceslau Guimarães têm até 28 de março para realizar a operação. É necessário possuir saldo positivo na conta do FGTS e não ter realizado saque pelo mesmo motivo em período inferior a 12 meses. O valor máximo para retirada é de R$ 6.220,00.

Segundo informado pela Caixa, outros 35 municípios da Bahia e de Minas Gerais - estado que enfrenta o mesmo problema - já foram habilitados para essa modalidade de saque. Em Minas, residentes nos municípios de Águas Formosas, Almenara, Dores do Indaiá, Igarapé, Machacalis, Mário Campos, Mateus Leme, Poço Fundo, Rio Manso, Sabará e São Joaquim de Bicas contam com a possibilidade do saque extra.

Já na Bahia, moradores de Canavieiras, Coaraci, Eunápolis, Floresta Azul, Gandu, Ibicaraí, Ibicuí, Ilhéus, Itabela, Itabuna, Itajuípe, Itamaraju, Itapé, Itapetinga, Itororó, Jaguaquara, Jequié, Jiquiriçá, Medeiros Neto, Mundo Novo, Prado, Porto Seguro, Teixeira de Freitas, Ubaitaba, Vitória da Conquista e Wenceslau Guimarães podem fazer o saque FGTS por motivo de calamidade.

Passo a passo de como solicitar o saque do FGTS por motivo de calamidade pelo aplicativo:

 Na noite desse domingo (9), moradores de sete cidades no Interior de Minas Gerais deixaram as casas após um alerta de alto risco de rompimento da barragem da hidrelétrica da Usina do Carioca, em Pará de Minas.

A solicitação para deixar imediatamente a região a cerca de 83 quilômetros de Belo Horizonte foi emitida pela Defesa Civil junto à Prefeitura. Um posto de saúde foi disponibilizado perto da igreja para receber os desabrigados.

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As autoridades estimam que o rompimento atingiria as cidades de Pará de Minas, Pitangui, Onça de Pitangui, São João de Cima, Casquilho de Baixo, Casquilho de Cima e Conceição do Pará.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, um dos bombeiros que auxiliaram na evacuação informa que o nível do Rio São João iria subir 60 metros, com o risco de 99% de rompimento.

Ele ainda diz que áreas urbanas não serão atingidas, mas as proximidades do Rio Pará e São João, logo abaixo da barragem, seriam devastadas.

Com a continuidade das chuvas que caem na região, o prefeito Elias Diniz destacou que o rompimento da Usina do Carioca poderia acarretar um efeito dominó nas barragens de Britos e Itaúna.

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A semana começou trágica no bairro de Sambaituba, bairro da zona rural do município baiano de Ilhéus. No domingo (26), os moradores acordaram com a água invadindo ruas e casas. As fortes chuvas que caíraam no estado  provocaram a cheia do Rio Almada, que margeia a região, e transformaram Sambaituba em um bairro parcialmente submerso. O barco se tornou o principal meio de transporte no local. 

Nesta sexta-feira (31), a enchente está recuando, mas as casas mais próximas do rio estão com a água na altura do telhado. Em outras ruas, onde a água também chegou próximo às telhas das casas, ela já abaixou. Na maior parte do bairro ainda se anda de barco ou com a água, no mínimo, no meio da canela.

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“A minha rua se encontra com nível de água alto. Da minha casa eu não pude retirar nada, porque à medida que ia chovendo, a água subia muito rápido, o nível se elevava muito rápido. Então, saímos de lá com a roupa do corpo”, conta Thainara Santos, 26. Ela, o marido e o filho de 7 anos estão abrigados em uma escola local. Ela agora espera as águas abaixarem para ver o que pode salvar dos móveis e eletrodomésticos.

De muitas casas ainda só se vê o telhado. Aos moradores de casas de dois andares, restou a mudança para o pavimento superior, junto com os móveis do primeiro andar. Mas muitos não tiveram essa opção. Um morador da cidade, ao perceber que a água tomou as ruas mais próximas ao rio, foi até o local para oferecer ajuda. Encontrou um casal de idosos e os ajudou no resgate e na retirada de alguns dos móveis. Quando retornou, deparou-se com a própria casa já tomada pela água. Foi a vez dele precisar de ajuda. E isso aconteceu com frequência.

“O que está nos mantendo alimentados e vestidos são as pequenas ONGs [organizações não governamentais], é a solidariedade do povo. O povo é que nos ajuda”, disse Thainara. Ela e outros moradores relataram à Agência Brasil que a enchente trouxe à tona uma solidariedade entre os moradores. Muitos ajudando os outros na retirada dos móveis, a salvar o que pode ser salvo e acolhendo quem teve sua casa submersa.

“A gente está passando uma situação muito difícil com a enchente. Desde domingo que estamos ilhados, sem poder sair. Muita gente desabrigada. Mas tem muita gente ajudando, helicópteros trazendo comida para a população e o povo está se virando como pode”, disse José Carlos Nascimento, 51.

José Carlos também precisou deixar sua casa, onde a água invadiu e subiu cerca de um metro. Com a trégua da chuva e o lento recuo das águas, ele confia em uma melhora do cenário nos próximos dias. “As águas começaram a baixar. Espero que daqui uns quatro ou cinco dias a gente esteja em uma situação mais confortável”.

Não bastasse a fúria da natureza contra o bairro simples de Ilhéus, a ação de ladrões traz uma preocupação extra àqueles que precisaram deixar suas casas. Saqueadores estão aproveitando as casas vazias para roubá-las. “A nossa situação é lastimável, estamos isolados, ilhados. E além do medo de chover novamente, do nível da água elevar, temos o receio das nossas casas serem arrombadas, porque é o que está acontecendo aqui em Sambaituba”, acrescenta Thainara.

Alimentos, cobertores, dentre outros itens, estão chegando. Helicópteros do Corpo de Bombeiros e da Marinha chegam ao município para levar doações. A prefeitura também tem colaborado com cestas básicas e quentinhas, mas alguns moradores reclamam da lentidão do poder público local em oferecer apoio, além da burocracia. Isso porque o governo municipal decidiu fazer um cadastramento das famílias que necessitam de ajuda e muitos moradores estão sem os documentos, que ficaram nas casas tomadas pela água.

Prefeitura

A prefeitura informa que o formulário a ser preenchido pelos moradores “visa mapear a situação da população afetada e de maior vulnerabilidade, seu perfil e suas necessidades mais urgentes, para prover subsídios e ofertas socioassistenciais”. A reportagem questionou a prefeitura de Ilhéus sobre as providências a respeito da assistência emergencial aos moradores, bem como a possíveis auxílios aos que perderam móveis e eletrodomésticos, além de providências em relação aos saques denunciados pelos moradores. Mas até o fechamento desta matéria não recebeu resposta.

Em um boletim divulgado pela prefeitura de Ilhéus na última terça-feira (28), o município tinha 946 pessoas desabrigadas acolhidas em 18 escolas municipais que recebem as pessoas que tiveram que sair de casa e que dependem de um abrigo provido pelo poder público. Somente em Sambaituba são 330 pessoas acolhidas na escola local.

O município tem recebido doações de alimentos, itens de higiene, dentre outros. Segundo a responsável da prefeitura pelo recebimento das doações, a coordenadora de projetos da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza, Luana Messias, existe necessidade de alimentos, colchonetes, itens de higiene pessoal, material de limpeza e medicamentos como dipirona, loratadina e paracetamol.

Uma conta bancária foi criada pela prefeitura especificamente para receber as doações financeiras de quem puder doar. Segundo a prefeitura, esses recursos serão convertidos em materiais necessários para as pessoas vulneráveis. Banco do Brasil Agência 0019-1, Conta Corrente 81998-0, CNPJ 13.672.597/0001-62. Pix: sefaz@ilheus.ba.gov.br.

Os moradores de Xi'an vivem um confinamento quase total por um pequeno foco de Covid-19 que os obrigou a suspender reuniões familiares, prejudicou as provas de fim de ano e deixou as ruas vazias nesta cidade da região central da China.

A medida drástica foi adotada porque a China persiste com a estratégia de 'zero covid' antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que acontecerão em fevereiro.

As ruas da cidade ficaram vazias, com filas apenas nos postos de teste de Covid-19, e zonas residenciais isoladas.

A histórica ex-capital, um destino popular para turistas estrangeiros antes da pandemia, iniciou um isolamento na quarta-feira, depois que mais de 200 casos de coronavírus foram detectados em dezembro.

Wei, moradora de Xi'an, lamenta que por culpa dos confinamentos não consegue encontrar o marido, que vive em Pequim, há vários meses.

"Pequim teve um foco há algum tempo, e agora Xi'an tem um foco, o que impede nossas viagens", disse Wei.

Na China, apenas um caso de Covid-19 pode provocar ordens de confinamento e restrições de deslocamentos.

O confinamento acontece em um momento difícil para os estudantes da cidade que sonham com uma vaga na universidade: as provas de admissão estão programadas para a próxima semana.

"Foi uma semana de ansiedade", disse uma estudante que pediu anonimato.

"O centro das provas pede dois certificados negativos impressos e feitos nas últimas 48 horas. Mas agora os postos de testes próximos entregam apenas resultados eletrônicos, o hospital está isolado e o local das provas não atende o telefone", explicou.

E ela não sabe como chegará ao local das provas com as estradas bloqueadas.

A imprensa local exibiu imagens dos moradores em uma corrida aos mercados para comprar alimentos e outros produtos quando o confinamento foi anunciado na quarta-feira.

O jornal estatal Global Times afirmou que Xi'an enfrenta "um enorme teste em sua capacidade de governança".

Muitas autoridades locais na China foram destituídas depois que o governo central considerou que administraram de maneira equivocada os focos de covid.

Em Xi'an, agentes de turismo pediam aos visitantes que apresentassem testes negativos de covid antes do último foco da doença. As pessoas que chegam de trem à cidade precisavam provar que não estavam infectadas.

- Aceitação e apoio -

A China registrou menos de 5.000 mortes na pandemia, contra mais de 800.000 nos Estados Unidos.

Muitos moradores se resignaram a acatar a ordem de permanecer em casa, diante da insistência do governo de manter a estratégia de 'zero covid'.

"O confinamento tem que acontecer", declarou Sun, moradora de Xi'an que revelou apenas o sobrenome.

Ela disse à AFP que suspeitou que o confinamento seria anunciado porque mora em um bairro no qual vários casos foram detectados. E disse que vai continuar trabalhando de casa.

A China, primeiro país a registrar casos de Covid-19, reduziu os contágios ao mínimo com a estratégia repetida de suspender os meios de transporte para isolar a localidade em que os contágios foram detectados e organizar milhões de testes.

Vários moradores afirmaram à AFP que se consideram mais bem preparados para o confinamento quase dois anos após o início da pandemia. E acreditam que medidas extremas permitem conter o surto.

"Todos vimos o confinamento de Wuhan. Naquela época nada era certo, mas desta vez não estamos em pânico e confiamos no governo", disse Wei, morador de Xi'an, em referência aos 76 dias que Wuhan passou em isolamento no início de 2020.

Isolar Xi'an é uma "contramedida que devemos fazer na fase inicial, o mais cedo possível", declarou à AFP Yuan, uma intérprete e mãe de dois filhos que mora na cidade.

Ela disse que todo o seu complexo residencial será submetido a testes de covid pela terceira vez desde o início do foco em Xi'an.

Com as escolas fechadas, seus filhos terão aulas pela internet.

"Comparado com Wuhan, acredito que nosso confinamento não será muito longo", disse.

Em Mayfield, arrasada pelos tornados do fim de semana, os moradores dizem que sua fé cristã os impulsiona a limpar os escombros, coletar suprimentos e transformar suas igrejas em refúgios para aqueles que ficaram sem casa, após uma das tempestades mais devastadoras na história dos Estados Unidos.

A pequena cidade no sul do estado de Kentucky faz parte do chamado "cinturão da Bíblia", uma faixa do sul do país onde a vida é voltada para a igreja.

No domingo, moradores dessa cidade de 10.000 habitantes mencionaram sua fé como uma força motriz para seguir em frente e se ajudarem mutuamente a limpar os escombros deixados pela passagem dos tornados.

Vanessa Cooper, de 40 anos, estava tentando resgatar o que podia do apartamento de sua mãe, do qual agora restam apenas duas paredes em pé.

Perto dali, três amigos despejaram os escombros retorcidos, enquanto Cooper vasculhava entre os móveis danificados.

"Algumas pessoas da minha igreja vieram ajudar (...) Significa muito para mim", disse, acrescentando que não poderia ter feito tudo isso sozinha.

A solidariedade é algo natural nas comunidades pequenas, afirma Cooper, quando uma vizinha perguntou se precisava de algo.

- "Não tenho nada" -

Sentado em uma cadeira em frente ao que restou de sua casa, Marty Janes olhava o vazio sem compreender, enquanto os voluntários trabalhavam ao seu redor.

Não muito longe do centro de Mayfield, seu bairro foi devastado pelo tornado. Uma árvore caiu em sua varanda, o teto desabou, e as paredes foram arrancadas.

"Estou arrasado. É impressionante", diz Janes à AFP.

Ficou preso nos fundos de sua casa, enquanto sua esposa Theresa estava no quarto, quando o teto caiu.

Depois de seu resgate pelos bombeiros, o casal ficou separado durante dois dias enquanto Theresa estava hospitalizada, conta Janes com lágrimas nos olhos.

Não queria que sua esposa visse os danos em sua casa, agora inabitável.

"Não tenho nada", desabafou este homem de 59 anos, que conseguiu recuperar apenas uma foto antiga de sua graduação universitária e duas bandeiras americanas, que colocou na frente da casa em ruínas.

Os amigos vieram ajudá-lo a limpar, mas a tarefa é imensa. Jovens voluntários fiéis da igreja também foram ao resgate, cortando as paredes internas com serras e limpando os cômodos com mobílias agora inutilizáveis.

Diante de uma grande quantidade de pessoas sem casa, vários locais de culto agora servem de refúgio.

Para Randy Guennel, encontrar abrigo na igreja foi um milagre. Este aposentado de 79 anos sobreviveu dois dias com sua esposa doente em casa.

No domingo, escreveu "preciso de ajuda" em uma caixa de pizza e a colocou na caixa de correios.

"Algumas pessoas maravilhosas desta igreja pararam e nos trouxeram para cá", conta à AFP, afogando-se em soluços.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro convocou nesta quarta-feira (24) todos os moradores da cidade com mais de 6 meses de idade a se vacinarem contra o vírus Influenza, causador da gripe. Segundo a secretaria, foram aplicadas 1.139.877 doses da vacina em 2021, o que equivale a 55,7% do público-alvo na cidade.

"Atenção, cariocas! Isso é uma convocação. Se você ainda não se vacinou contra a gripe, vá hoje mesmo ao posto de saúde mais próximo garantir a sua dose. Todas as pessoas com 6 meses de idade ou mais podem se vacinar", disse a secretaria em seu perfil no Instagram.

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O município enfatiza que quem faz parte do grupo prioritário da campanha de gripe e ainda não se vacinou deve procurar os postos imediatamente para se proteger contra a doença. São considerados prioritários crianças com 6 meses ou mais, trabalhadores ou profissionais de saúde, gestantes, puérperas e idosos.

Para receber a vacina, a população deverá procurar as clínicas da família e centros municipais de saúde, que estão abertos de segunda a sexta, das 8h às 17h. O imunizante será aplicado até o fim do estoque disponível.

A partir desta terça (16), moradores de dez comunidades do Recife poderão ser vacinados contra a Covid-19 em uma ação itinerante da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). Confira a programação da semana.

Para receber o imunizante, o morador precisa levar documento de identidade com foto aos locais escolhidos pela pasta, entre às 8h e 12h, junto com comprovante de residência e a documentação específica do grupos prioritário, caso faça parte. 

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Quem não tiver comprovante de residência ou de domicílio eleitoral, poderá utilizar uma autodeclaração de residência, que foi elaborada especificamente para esta ação.

Em seguida, as equipes vão fazer o cadastro das pessoas no Conecta Recife e aplicar o imunizante na mesma hora, sem necessidade de agendamento. O levantamento da Sesau aponta que mais de 20,5 mil doses foram aplicadas em 114 localidades selecionadas por critérios de vulnerabilidade social.

Confira a programação:

Terça-feira (16):

- Comunidade da Travessa do Gusmão - Habitacional Travessa do Gusmão, bairro de São José (ponto de Referência: em frente ao Abrigo Irmã Dulce);

- Comunidade Ninho das Cobras - Rua João Sales de Menezes, Várzea.

Quarta-feira (17):

- Comunidade Saramandaia - Rua Compositor Mário Griz, Peixinhos (próximo à USF Professor Francisco Areias, em Frente ao campo);

- Comunidade Nossa Senhora - Rua 19 de Abril, Monteiro (por trás do Edifício Porta D'água);

- Comunidade Passarinho Baixo - Rua Galo de Campina, 155, Passarinho (no Conselho de Moradores Passarinho Baixo);

- Igreja Batista Missionária La Paz - Rua André Vidal de Negreiros, 78, Pantanal, Cohab ;

Quinta-feira (18):

- Comunidade Camburão - Rua da Vitória, 340, Água Fria. 

Sexta-feira (19):

- Comunidade Sítio do Rosário - Rua Chagas Ferreira, 36, Dois Unidos;

- Comunidade do Pacheco - Rua Arealva, 48, Tejipió (na Igreja Batista de Tejipió, próximo à Praça Pacheco);

- Comunidade Ilha do Destino - Capela Nossa Senhora do Carmo, Boa Viagem.

Na manhã desta quinta-feira (21), manifestantes bloquearam a Avenida Conde da Boa Vista, no Centro do Recife, pela suspensão da ordem de despejo de cerca de 300 famílias da Ocupação 8 de Março, na Zona Sul da capital. Com faixas do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), o grupo atravessou a via e promete reunir mais pessoas para um ato em frente à Prefeitura do Recife.

Um dos assessores jurídicos das famílias, o advogado Rafael Lopes, explica que o terreno localizado na Rua Frei Casanova, próxima à Avenida Barão de Souza Leão, foi ocupado no início de setembro. O local pertence a uma incorporadora imobiliária, mas acumula dívidas há anos.

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"O imóvel tava há mais de 30 anos ocioso, sem cumprir destinação social alguma, que tem mais de R$ 300 mil de dívida de IPTU", descreveu.

Embora o desuso indique certo abandono, a empresa solicitou ordem de reintegração de posse um dia após a chegada dos moradores. Desde então, os ocupantes lutam para garantir o direito fundamental à moradia e pela suspensão de ordens de despejo positivada até o fim do ano pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso.

"Esse é um ato das famílias para reivindicar e chamar atenção. De outra forma eles não conseguem diálogo. O movimento conseguiu com a articulação política abrir algumas mesas de diálogo com a Prefeitura, mas não teve sucesso, simplesmente não prospera. A Prefeitura não apresentou nenhuma via de solução", comentou o advogado, que confirmou a marcha do ato até a sede na tentativa de ser recebido pelo Prefeito João Campos (PSB).

Ameaçados de serem retirados nesta sexta (22), os moradores da Ocupação 8 de Março cobram políticas de planejamento de habitação municipal.

Após cobrança de moradores, a Prefeitura do Recife anunciou prazo para requalificar a Praça Heróis da Restauração, no bairro de Areias, Zona Oeste do Recife. Há cerca de um mês, o LeiaJá enviou denúncias de abandono à gestão, que prometeu encaminhar a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) para uma vistoria na mesma semana. Populares alegam que não viram a atuação de técnicos no período.

A principal reclamação era sobre a falta de limpeza do laguinho no centro da Praça, que acumulava peixes mortos e afastava visitantes pelo mau cheiro. Nessa terça-feira (19), a equipe do LeiaJá foi ao local e viu que os peixes foram retirados. No entanto, muita sujeira ainda boia na água, ocupada por uma tartaruga e poucos peixes que sobrevivem à poluição.

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"Esse rio aí eu pegava beta e pilato, hoje não se pega mais nada. Se você entrar ali vai pegar uma doença porque é sujo", disse o motorista José Paulino ao recordar a infância ao longo dos 58 anos no bairro.

"Aquele 'riachozinho' era mais cuidado, tinha mais peixinhos e agora a gente vê que não tem”, descreveu a pensionista Marta Almeida, que teme a proliferação de mosquitos da dengue. Ela costumava levar os netos para aproveitar o espaço, mas deixou de ir, e agora as crianças só reveem os balanços a caminho da escola.

Plantado ao lado do parquinho, um coqueiro torna a diversão perigosa pelo risco de os cocos caírem na cabeça de quem se aventura nos brinquedos. Para Marta, a pandemia aumentou o descaso com o local: "ficou mais difícil".

"Com a pandemia esse descaso aumentou muito mais", confirma José Paulino. Devido às limitações de locomoção, ele conta que prefere contemplar a Praça dentro do carro. "O pessoal ainda vem porque aqui é sossegado, mas se fizer uma ampliação melhor, todo mundo vai ficar mais tranquilo", sugere.

Após uma longa reforma, a Praça do Heróis da Restauração foi entregue em 2010 como um dispositivo para melhorar a qualidade de vida dos moradores da região. Um espaço de Academia da Cidade foi instalado e, mesmo sem aparelhos de musculação, recebe alunos para atividades físicas.

A mureta da quadra poliesportiva sofre com profundas rachaduras e uma caminhada na pista de cooper pode resultar em um acidente por seus desníveis. Postes enferrujados, bases de antigos postes quebrados e vergalhões de ferro expostos também aumentam o risco dos adeptos aos exercícios.

"Tem uma estrutura, mas não é o que a gente via antes. Não tinha essa estrutura, mas tinha muita gente que vinha", reforça Marta.

Inaugurada com a intenção de garantir Saúde, a maioria das lixeiras está quebrada, alegam os populares. Outro perigo sanitário se dá pela recorrência de animais soltos no local, que deixam fezes e urinam por toda área. A reportagem localizou um cavalo e os visitantes afirmam que a cena é comum.

Prefeitura anuncia período para requalificação

Em nota, a Emlurb informou que vai repor as lixeiras, que são alvo constante de vandalismo e também “vai programar uma ação de limpeza no lago para retirada dos resíduos descartados no local de forma incorreta pelos usuários da praça", pontuou em outro trecho.

A Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife garantiu que as obras de reparos no polo do Programa Academia da Cidade (PAC) Heróis da Restauração “estão previstas para começar ainda em novembro”.

Já sobre as quadras poliesportivas, a Sesau destacou que já faz um levantamento das necessidades de manutenção destes espaços para iniciar os trabalhos de requalificação.

Com relação aos animais soltos, a Sesau "esclarece que o Centro de Vigilância Ambiental (CVA) recolhe, diariamente, animais de vários portes, em locais públicos de diversos pontos da cidade, quando há risco à saúde pública. No entanto, o órgão tem dificuldades para encontrar os bichos no mesmo local de quando recebe a denúncia".

A pasta também pediu a colaboração dos donos de animais, “para que busquem a castração de cães e gatos, evitando, assim, o aumento na população desses bichos, e não deixem os animais soltos, para evitar maus tratos e acidentes”.

Para registrar queixas relacionadas a questões sanitárias nesse e em outros espaços públicos do Recife, a Prefeitura disponibiliza a Ouvidoria do SUS, pelo telefone 0800.281.1520, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e o próprio site da gestão, em qualquer horário.

 Uma pesquisa realizada pelas organizações Casa da Mulher do Nordeste e Visão Mundial, ao lado do Grupo Espaço Mulher, revelou que 67,6% dos moradores da comunidade de Passarinho, na Zona Norte do Recife, não têm acesso a atividades de lazer. Os dados do estudo embasaram uma reunião, realizada na Câmara dos Vereadores nesta quarta-feira (29), em que lideranças da comunidade voltaram a reivindicar políticas públicas de promoção ao esporte, lazer e segurança.

“A nossa comunidade falta muitas políticas públicas, e é por isso que estamos em luta desde 2015. Tudo que temos na comunidade é luta e fruto das moradoras e lideranças, e esse ano trazemos a segurança pública, o lazer e o esporte como central para a vida das mulheres e dos nossos jovens. Pedimos que os gestores olhem para a nossa comunidade”, disse Edclea Santos, liderança do Grupo Espaço Mulher.

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O estudo também indica que 50% dos entrevistados não praticam esportes em suas horas livres. Vale ressaltar ainda que a maior parte dos respondentes (83,3%) não está satisfeita com as condições dos espaços de sociabilidade da comunidade.

Dentre os demais aspectos avaliados, chama a atenção o baixo nível de escolaridade dos moradores, dos quais 47,2% não concluíram o ensino fundamental. “Nas entrevistas realizadas com o Espaço Mulher, as representantes ressaltaram como a carência educacional na comunidade, a falta de escolas que possam abrigar os/as moradores, tem sido um ponto constante de reivindicações e insatisfação coletiva”, diz trecho do levantamento.

Pandemia

Durante a pandemia de Covid-19, um grupo de 27,8% moradores declarou ter testado positivo para a doença ou ter apresentado sintomas. Desses, apenas 10,2% realizaram o exame e receberam o diagnóstico positivo, enquanto a porcentagem que obteve resultado negativo foi de 17,6%. A maior parte dos entrevistados (61,1%) disse que não foi infectada pelo novo coronavírus.

Ainda em relação ao período de crise sanitária, a porcentagem de 40,7% dos moradores da comunidade de Passarinho declarou ter recebido, de forma exclusiva em seu grupo residencial, o auxílio emergencial do governo federal. Por outro lado, 12% dos entrevistados tiveram o próprio benefício somado ao de outro morador de sua residência, enquanto 18,5% declararam que não tiveram seus lares, de forma geral, contemplados pela política pública. Outros 28,7% informaram que não contaram com o auxílio, embora alguém da mesma casa tenha recebido o recurso.

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