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A apuração para saber quem venceu o segundo turno da eleição presidencial no Peru continua e o resultado depende dos votos que faltam chegar do exterior, dos poucos vindos de regiões rurais e, muito provavelmente, da revisão de atas que serão analisadas pela Justiça Eleitoral em razão de erros.

O último lote de votos do exterior está previsto para chegar ao Peru nesta quarta-feira (9) procedente de São Paulo. Segundo a ONPE, entidade encarregada de contabilizar os votos, no lote da capital paulista estão concentrados votos de diferentes países. Esses votos foram enviados de forma digital a São Paulo, onde foram reunidos e enviados, por meio de um funcionário diplomático, a Lima.

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Mesmo assim, nestas eleições, diferentemente das anteriores, ter 100% das urnas apuradas pode não significar ter um vencedor. Com 98% dos votos totalizados, o candidato de esquerda Pedro Castillo liderava com 50,24% dos votos. Sua rival Keiko Fujimori, conservadora e filha do ex-ditador Alberto Fujimori, tinha 49,75%.

Com a disputa voto a voto, deve ser necessário que as atas observadas sejam avaliadas para saber quem será o novo presidente do Peru. "Quando a diferença entre os candidatos é grande, o que está nas atas observadas não importa. Mas, como agora a diferença é muito pequena, não podemos saber (o vencedor) até que se contabilize esses votos. Amanhã (hoje), teremos 100% dos votos contados. Mas, a partir daí, começa a contagem das atas observadas", explica o especialista em direito eleitoral José Manuel Villalobos.

Atas observadas

A ata eleitoral é um documento que contém os votos de cada mesa dos centros de votação no Peru. Com isso, cada ata tem entre 200 a 250 votos, entre válidos, nulos ou brancos. As atas observadas são aquelas que possuem algum tipo de erro físico, uma rasura ou um furo, por exemplo, que contêm algo ilegível ou estão sem assinatura dos integrantes da mesa.

Elas são enviadas ao Jurado Eleitoral Especial, responsável por fiscalizar a eleição, que vai decidir se elas valem ou não. Só então elas serão computadas. Até a noite de ontem, 1.396 atas apresentavam algum desses erros. De acordo com Villalobos, a verificação das atas observadas pode levar até dez dias.

Na segunda-feira, 7, depois que a apuração passou a indicar Castillo na liderança, Keiko denunciou "indícios de fraude" e afirmou ter provas, como vídeos e fotos. Essa possibilidade até o momento foi descartada por observadores eleitorais.

"Aqui, estamos acostumados ao fato de que quem perde sempre alega que houve fraude. Não é a primeira vez. Castillo já levantou essa hipótese. No primeiro turno, (Rafael López) Aliaga falou em fraude ao perder, e agora Keiko", disse Villalobos, acrescentando que a eleição é acompanhada por observadores da OEA e da União Europeia.

"De forma geral, é parte de nossa cultura não sermos bons perdedores. Irregularidades isoladas podem ter ocorrido, mas não afetam todo o processo eleitoral. As atas são digitalizadas, é possível ter acesso. A lei permite que haja representantes de todos os partidos nas mesas."

A presidente da Associação Civil Transparência, Adriana Urrutia, disse que não há nenhuma evidência ou indicação de "fraude sistemática" no segundo turno, apenas "alguns casos isolados" de incidentes que já estão sendo investigados.

Votos do exterior

As denúncias de fraude embolam ainda mais a eleição presidencial e ampliam o clima de instabilidade política no Peru, país que teve quatro presidentes desde 2018.

"A crise é interminável. Os observadores atestam que a eleição foi limpa. Mas, o que é pior de tudo, é ter o resultado muito apertado, ou seja, uma sociedade muito dividida, que não abre espaço para o diálogo", afirma Moisés Marques, coordenador de relações internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp).

Enquanto os peruanos prendem a respiração, Castillo pediu ontem a seus seguidores que estejam "atentos para defender a democracia expressada em cada um dos votos, dentro e fora do Peru".

A esperança de Keiko está nos votos do exterior, onde vivem 1 milhão dos 25 milhões de eleitores peruanos. O Partido Peru Livre, de Castillo, pediu à ONPE, por meio de um comunicado, que "cuide da correta proteção dos dados dos votos ao processá-los e publicá-los. No exterior, Keiko obteve até agora 66,19% dos votos e Castillo, 33,8%, com 56,8% dos votos apurados.

Ao mesmo tempo em que o voto do exterior favorece Keiko, ainda faltam ser apuradas 2% das urnas no Peru, a maioria de zonas rurais e selváticas, onde Castillo tem mais aprovação que sua rival.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os peruanos vão às urnas, neste domingo (6), votar entre a direitista Keiko Fujimori e o esquerdista Pedro Castillo, dois candidatos à Presidência com projetos antagônicos, com o dilema de escolher "o mal menor".

Os mais de 11.000 centros de votação abriram as portas às 07h00 (9h00 no horário de Brasília) para receber durante 12 horas - quatro a mais do que o habitual devido à pandemia de coronavírus - os votos de 25 milhões de cidadãos, de acordo com o gabinete eleitoral nacional.

O professor de escola rural e a filha do ex-presidente detido Alberto Fujimori chegam tecnicamente empatados para esta votação, depois de uma campanha marcada pela incerteza e pelo agravamento dos medos.

Ambos os candidatos passaram as últimas horas com suas famílias. Na quinta-feira, encerraram suas campanhas em Lima em comícios com centenas de partidários aglomerados, apesar do agravamento da pandemia no Peru, que esta semana teve a maior taxa de mortalidade do mundo.

Keiko, de 46 anos, defende o livre mercado, enquanto Castillo, de 51, apoia um papel econômico ativo do Estado.

A candidata, que esteve 16 meses em prisão preventiva por causa do escândalo de corrupção da empreiteira brasileira Odebrecht, afirma que a vitória do adversário transformaria o país andino em uma espécie de Coreia do Norte ou de Venezuela, mas com ela avançaria para o "primeiro mundo".

As últimas pesquisas mostram que os dois estão virtualmente empatados, com 18% de indecisos.

O economista e ex-candidato presidencial Hernando de Soto assegurou que nenhum dos candidatos esclareceu se o Peru "vai ser uma cabeça de ponte para um capitalismo popular e renovado ou se vai ser uma cabeça de ponte para o comunismo".

Mas o debate no Peru não só tem a ver com uma luta entre a direita e a esquerda, mas também entre a capital e as províncias, entre o status quo e a mudança.

- "Exacerbação de medos" -

Keiko, com seu reduto eleitoral em Lima, carrega o polêmico legado de seu pai, cuja década no poder (1990-2000) foi marcada por autoritarismo, abusos dos direitos humanos e corrupção. Além disso, ela é criticada por ter alimentado a instabilidade que o Peru vive desde 2016, que levou o país a ter três presidentes em cinco dias em novembro de 2020.

Castillo, com reduto no "Peru profundo", nas províncias do interior, propõe convocar uma Assembleia Constituinte, enquanto Keiko defende a Carta Magna vigente, promulgada por seu pai em 1993 e que garante o liberalismo econômico.

Seus adversários tentam vincular Castillo ao braço político do Sendero Luminoso, mas ele lembra que como membro das "rondas camponesas" armadas resistiu às incursões da guerrilha maoísta em sua Cajamarca (norte) natal nos anos do conflito armado interno (1980-2000).

"A utilização da estratégia de exacerbação dos medos do contrário marcou muito fortemente este período" eleitoral, afirma Smith, acadêmica da Universidade Central do Chile.

Os dois candidatos coincidem em alguns temas: são antiaborto, defendem a família tradicional, não dão importância aos direitos da comunidade LGTBI e rejeitam a abordagem de gênero na educação.

- "Um modelo ou outro" -

A tensão da campanha aumentou há uma semana após o massacre de 16 pessoas em dois bares em um vale de cultivo de coca, atribuído a remanescentes do Sendero Luminoso, o que fez evocar os anos da violência armada.

"A sociedade peruana luta por estabelecer um modelo ou outro, o modelo que conhecemos em que tudo é regulado pelo mercado, e do outro lado vem um desejo porque se estabelece um novo Estado peruano", diz à AFP o analista Hugo Otero, que foi assessor do ex-presidente Alan García.

"Não acho que essa luta feroz acabe [no domingo]. O [dia] 6 de junho [data do segundo turno] é uma etapa desse processo, que vai continuar", acrescenta.

- Um terço de pobres -

Quem vencer as eleições enfrentará uma situação especialmente complicada pela covid-19, que deixou 1,9 milhão de casos e 69.000 mortes no Peru.

Dois milhões de peruanos perderam seus empregos durante a pandemia e três milhões se tornaram pobres, e por isso um teço dos 33 milhões de habitantes vive na pobreza, segundo dados oficiais.

O vencedor não terá, ainda, um Congresso aliado para gerenciar esta emergência.

Mais de 25 milhões de cidadãos são convocados a comparecer às urnas em eleições com voto obrigatório. Os primeiros resultados oficiais serão conhecidos por volta da meia-noite local de domingo (02h de Brasília).

Em uma revisão que mostra a gravidade do surto de covid no Peru, o governo aumentou nesta segunda-feira (31) o número oficial de mortos pela pandemia de 69 mil para 180 mil. A alteração, segundo Violeta Bermúdez, presidente do Conselho de Ministros, ocorreu depois que o governo recebeu a recomendação do grupo técnico composto por especialistas peruanos e organizações internacionais. O balanço oficial anterior era de 69.342 mortos até domingo.

Com o número anterior de mortos, o Peru era o país que tinha a 13.ª maior taxa de mortalidade mundial, com 2.103 mortes por milhão de habitantes, segundo contagem elaborada pela France Presse com cifras oficiais. Com a atualização, os peruanos passam a ser o país com maior taxa de mortalidade do mundo, com 5.484 mortes por milhão de habitantes, bem à frente das 3.077 mortes do segundo colocado, a Hungria.

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Com 33 milhões de habitantes, o Peru registra mais de 1,9 milhão de infecções e tem sido um dos países mais afetados da América Latina pela pandemia, que superlotou seus hospitais e causou uma escassez aguda de oxigênio medicinal nos meses anteriores. Especialistas há muito alertavam que o verdadeiro número de mortos estava sendo subestimado nas estatísticas oficiais.

Os dados atualizados levam em conta os chamados "números de mortes em excesso", que os pesquisadores usaram no Peru e em outros países para corrigir um possível cálculo subestimado. O excesso de mortes mede o número total de óbitos em um período de tempo e o compara com o mesmo período pré-pandemia.

O grupo propôs modificar os critérios de registro de óbitos na pandemia após determinar que a metodologia atual tem duas limitações que provocam um sub-registro no número de óbitos por covid-19.

A partir de agora, o balanço registrará como casos de morte por covid-19 aqueles que atenderem a sete critérios técnicos estabelecidos, incluindo infecções confirmadas, mas também um caso provável que apresenta vínculo epidemiológico com caso confirmado. Também será considerado óbito por pandemia caso suspeito de covid-19 que apresente quadro clínico compatível com a doença.

"Graças ao trabalho desta equipe, teremos números mais exaustivos que serão muito úteis para monitorar a pandemia no Peru e tomar as medidas adequadas para a enfrentá-la", disse Bermúdez.

O Peru, que enfrenta a segunda onda da pandemia, desde dezembro, começou a vacinação em 9 de fevereiro, mas a campanha avançou lentamente. Vários políticos e personalidades influentes foram flagrados furando a fila de imunização. Até agora, o programa de vacinação atingiu apenas 5% da população adulta. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após entrar em vigor a proibição de divulgar pesquisas a menos de uma semana das eleições, os peruanos irão às urnas hoje sem um favorito definido. As últimas sondagens mostram 7 dos 18 presidenciáveis com porcentuais semelhantes, dentro da margem de erro.

Com essa diferença - de mais ou menos três pontos porcentuais -, o Peru decide seu destino com opções de todos os tipos, que vão desde uma direita extremista e conversadora até uma esquerda radical com nuances antidemocráticas. Todas com chances iguais de passar para o segundo turno, marcado para 6 de junho.

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O conjunto de adversários é composto por Yonhy Lescano, congressista há 19 anos, que aspira à presidência pela centro-esquerda com o partido Ação Popular, um dos últimos tradicionais do Peru. Assim como ele, também está na disputa para um provável segundo turno Keiko Fujimori, em liberdade após a prisão preventiva imposta pelo Judiciário, como parte das investigações da Lava Jato peruana.

Filha do ex-presidente Alberto Fujimori, ela foi acusada de receber cerca de US$ 3 milhões da Odebrecht. Também na briga está Hernando de Soto, economista cuja proposta de não deixar a compra de vacinas nas mãos do governo, mas sim por conta de empresas privadas, tem provocado discussões acaloradas no eleitorado.

Outra possibilidade é George Forsyth, ex-prefeito do distrito de La Victoria, em Lima, e ex-goleiro do popular clube de futebol Alianza Lima. A ex-congressista Verónika Mendoza tenta a presidência pela segunda vez, pela coalizão de esquerda Juntos pelo Peru.

E há ainda Rafael López Aliaga, "o Bolsonaro peruano", como é chamado pela imprensa local, que representa uma direita ultraconservadora e compete contra uma candidatura igualmente radical, a de Pedro Castillo, professor de escola pública, líder de um protesto sindical que em 2017 paralisou o país.

Castillo, cuja candidatura foi subestimada pelos meios de comunicação, tem tido destaque inesperado com um discurso que propõe a nacionalização de diversos setores da economia, a revisão dos contratos internacionais e até mesmo uma nova Constituição que dê poder "ao povo" para eleger até mesmo juízes e promotores.

Nenhum dos sete principais candidatos supera 10% de intenção de voto, em uma eleição que tem se caracterizado pelo acentuado descrédito da classe política, resultado do sentimento de desesperança em um país afetado pela pior crise sanitária de sua história.

Ninguém sabe ao certo o que acontecerá hoje, embora haja apenas um número que se possa estimar, o dos 300 peruanos que morrerão em decorrência do novo coronavírus, a média oficial que o governo vem divulgando há alguns dias. Um recorde em meio a um processo de vacinação desorganizado e lento.

A desilusão política do peruano médio não foi necessariamente causada pela má gestão da crise sanitária. Ela vem de antes. Das repercussões político-judiciais da Lava Jato no país, assunto que estava pegando fogo quando o vírus chegou para roubar as manchetes dos jornais.

Um ex-presidente fugitivo, outro com prisão domiciliar, mais outro com prisão preventiva interrompida e até mesmo um que se suicidou são o resumo mais preciso das consequências deixadas pela investigação de corrupção e lavagem de dinheiro no Peru.

Pelo menos um terço do eleitorado não havia decidido seu voto, de acordo com as últimas pesquisas. Esta é uma média incomum para uma eleição presidencial no Peru e espera-se uma abstenção histórica para hoje. Teme-se que, sem os mesários vacinados, os locais de votação poderiam se tornar centros de contágio em todo o país, fazendo com que o número de infectados e mortos dispare nas próximas semanas.

Tão imprevisível quanto a eleição presidencial parece ser a escolha do Congresso. Especialistas estimam que haverá dez bancadas de tamanhos parecidos. Um cenário fragmentado muito semelhante ao que desencadeou a crise do chamado "quinquênio peruano perdido" (2011-2016), em que o país teve quatro presidentes, fruto do confronto entre o Executivo e o Congresso.

"Provavelmente, os candidatos que avançarem para o segundo turno serão as minorias que tiverem mais votos. E o Congresso será tão fragmentado como o atual ou ainda mais", afirmou o cientista político Sandro Venturo. "Todos os candidatos tentam saciar a sede do cidadão, mas nenhum consegue se apresentar com uma liderança atraente. Isso mostra que a oferta política é deplorável."

Martin Tanaka, cientista político da Pontifícia Universidad Católica do Peru, em Lima, também critica o perfil dos candidatos. "Todos são muito fracos. Quando alguém cresce, em algum momento, vira alvo de ataques dos outros candidatos e são facilmente desconstruídos," afirmou.

Embora a economia peruana, uma das mais fortes da região antes da pandemia, não tenha sido abalada com os constantes transtornos políticos, que incluíram a renúncia de um presidente, o afastamento de outro e até mesmo um Congresso fechado, suas fissuras começaram a aumentar. Aos efeitos causados pela pandemia, como o desemprego, soma-se uma Bolsa de Valores em queda e o preço do dólar oscilando.

A variante brasileira do novo coronavírus foi a causadora de 40% dos casos de Covid-19 registrados nos últimos meses em Lima, informou nesta quarta-feira (24) o governo peruano, que enfrenta desde janeiro a segunda onda da pandemia.

"Um estudo permitiu identificar, através de amostragem em Lima, que a principal variante causadora da Covid é a brasileira", afirmou em entrevista coletiva o ministro da Saúde, Óscar Ugarte. "É necessário reforçar o cumprimento das medidas sanitárias."

Lima, que tem 10 milhões de habitantes, é a cidade peruana mais atingida pelo novo coronavírus, com hospitais lotados e filas para comprar oxigênio. O país soma mais de 1,4 milhão de infectados, dos quais 694.000 casos foram registrados em Lima, que também lidera o número de mortos, com 22.176 dos 50.474 registrados, segundo o Ministério da Saúde.

A variante brasileira foi detectada semanas atrás, em regiões amazônicas da fronteira, como Loreto. Brasil e Peru dividem 2.800 km de fronteira na Amazônia, e os voos entre os dois países foram suspensos pelo governo peruano em janeiro.

A vacinação avança lentamente no Peru, devido à falta de vacinas. Pouco mais de 210.000 pessoas receberam as duas doses.

Com a vacinação de uma mulher de 104 anos, o Peru iniciou nesta segunda-feira (8) a imunização dos idosos, militares e policiais contra a covid-19, um mês depois de começar com os profissionais da saúde.

María Eudocia Araya foi a primeira idosa a ser vacinada com uma dose das 50 mil da americana Pfizer que chegaram em 3 de março. “Minha mãe ficou muito feliz. Ficamos muito lisonjeados em receber a vacina, ela não sai de casa há um ano”, disse Fernando, um dos dez filhos da idosa, nascida em 1916, que tem 20 netos, oito bisnetos e quatro tataranetos.

Entre as primeiras vacinadas também estavam freiras canonesas da Cruz, segundo o centro EsSalud.

"Eles estão vacinando meu pai", disse à AFP Cecilia Ferrari, 54 anos, que recebeu uma ligação no domingo para que Antonio Ferrari, 92 anos, recebesse o imunizante.

Mais de 24.000 mortes, das 47.000 registradas no Peru pela pandemia desde março de 2020, foram de idosos, segundo o Ministério da Saúde. Enfermeiras da Essalud viajam por Lima levando a vacina aos idosos em suas casas, e a previsão é de que, no primeiro dia, 600 pessoas com mais de 85 anos sejam vacinadas. “Recebemos como Previdência Social 11.700 doses (Pfizer) que serão distribuídas para serem aplicadas a um grupo em casa”, disse à AFP Fiorella Molinelli, presidente da Essalud.

Também teve início hoje a vacinação de mais de 200.000 militares e policiais. Mais de 600 uniformizados morreram pela pandemia.

O Peru vacinou desde 9 de fevereiro mais de 320.000 trabalhadores da saúde com doses chinesas da Sinopharm, mas o governo negociou também com outros fornecedores. Do total, mais de 63.000 pessoas receberam ambas as doses, segundo dados oficiais. A meta é imunizar aproximadamente 25 milhões de adultos ao longo do ano.

O processo se desenvolve em meio a polêmicas e ao escândalo conhecido como “Vacinagate” ou “VacinaVIP”, de vacinação irregular de 470 pessoas, incluindo o ex-presidente Martín Vizcarra. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público e pelo Congresso.

Com 33 milhões de habitantes, o Peru acumula mais de 1,3 milhão de infecções por covid-19 e ultrapassa 47.800 mortos.

Um juiz peruano abriu nesta terça, 2, um julgamento contra o ex-ditador Alberto Fujimori e outras ex-autoridades. Eles são acusados de "esterilizações forçadas" de milhares de mulheres pobres, entre elas indígenas, entre 1996 e 2000. "Fujimori e outros cinco réus causaram muitos danos com sua política", disse o promotor Pablo Espinoza, ao apresentar as acusações, em uma audiência virtual que contou com um tradutor para o idioma quíchua, pois muitas das vítimas não falam espanhol.

Estima-se que 270 mil peruanas pobres tenham sido submetidas a cirurgias de laqueadura como parte do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva e Planejamento Familiar, que Fujimori realizou em seus últimos quatro anos no poder. O ex-ditador, atualmente com 82 anos e cumprindo uma pena de 25 anos de prisão por violação dos direitos humanos, governou o Peru entre 1990 e 2000.

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O promotor afirmou ontem que os acusados "jogaram com a vida e a saúde reprodutiva das pessoas, sem se importar com os danos" causados. Entre os réus estão os ex-ministros da Saúde Alejandro Aguinaga (atual candidato ao Congresso), Eduardo Yong Motta e Marino Costa Bauer.

No processo, dirigido pelo juiz Rafael Martínez Vargas, Fujimori e seus colaboradores são acusados de ter "cometido danos à vida e à saúde", além de "violações graves dos direitos humanos" contra mulheres esterilizadas cirurgicamente.

A maioria das vítimas era indígena, entre elas uma jovem de 19 anos que relatou que, quando foi vacinar seu bebê no consultório médico, em 1997, fizeram um procedimento para ligar suas trompas.

Além das eventuais condenações dos acusados, as vítimas poderão ser indenizadas pelo Estado, em razão de uma reforma do plano de reparações para as vítimas do conflito armado interno que o Peru viveu entre 1980 e 2000. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público do Peru iniciou uma investigação preliminar contra o ex-presidente Martín Vizcarra sob a acusação de três crimes, depois de ter sido revelado que ele recebeu a vacina contra o coronavírus do laboratório chinês Sinopharm que foi submetida a ensaios clínicos no país. Vizcarra foi afastado do cargo após um processo de impeachment em novembro passado.

O Ministério Público afirmou em comunicado que o ex-chefe de governo é acusado de crime contra a administração pública, extorsão e negociação incompatível ou proveito do cargo que ocupava. Ainda nesta segunda-feira (15), o atual presidente do Peru, Francisco Sagasti, revelou que 487 pessoas foram vacinadas irregularmente contra Covid-19 no país, incluindo dois de seus ministros, que já renunciaram, e outros funcionários públicos, que serão afastados de seus cargos.

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Sagasti disse em uma mensagem na TV que "487 pessoas, incluindo muitos funcionários públicos, aproveitaram sua posição para serem imunizados com as vacinas Sinopharm que vieram como um complemento às usadas em testes clínicos" no Peru.

O Ministério Público acrescentou que interrogará o próprio político, a sua mulher, Maribel Díaz, e o chefe da equipe de investigação dos ensaios clínicos da Sinopharm no país, Germán Málaga. Também são alvos o ex-primeiro-ministro Walter Martos, a ex-ministra da Saúde Pilar Mazzetti e o ex-ministro das Relações Exteriores Mário López. Todos eles teriam recebido doses do imunizante.

A Promotoria também solicitou informações sobre o processo de testes da vacina à Universidade Peruana Cayetano Heredia (UPCH) e ao Instituto Nacional de Saúde (INS).

Vizcarra publicou nesta segunda-feira um vídeo em suas redes sociais no qual se defendeu das acusações de ter recebido diretamente as doses do Sinopharm e reiterou sua versão de que era um dos voluntários nos ensaios clínicos no país, algo que a UPCH negou.

Apesar de ter pedido desculpas à população por não ter relatado sua participação nos testes, o ex-presidente fez uma nova revelação, observando que ele não só participou com sua mulher, como já havia informado, mas também com seu irmão mais velho. O ex-presidente argumentou que foi uma decisão pessoal de assumir o risco sanitário envolvido na aplicação de uma vacina experimental e negou que tenha mentido.

"Assumo minha responsabilidade nesse sentido e, por respeito aos cidadãos de meu país, peço sinceramente desculpas aos peruanos por não ter relatado esse fato naquele momento", declarou Vizcarra, que prometeu colaborar com as investigações. "Não cometi crime algum e não houve aqui dano contra ninguém, muito menos contra o Estado", finalizou. (Com agências internacionais).

A ministra das Relações Exteriores do Peru, Elizabeth Astete, renunciou ao cargo na noite deste domingo (13), após ter admitido que furou a fila da vacinação contra o novo coronavírus.

Astete, 68 anos, foi imunizada com a fórmula da empresa chinesa Sinopharm em 22 de janeiro, em uma universidade privada de Lima, antes dos trabalhadores da saúde.

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No comunicado em que anuncia sua renúncia, a agora ex-chanceler diz que aceitou receber a primeira dose porque havia mantido contato "com vários funcionários que testaram positivo para a Covid-19 nos meses de dezembro e janeiro".

"Pelo que eu entendia, tratava-se de um remanescente do lote de vacinas a cargo da Universidade Cayetano Heredia. Influenciou em minha decisão o fato de que, entre 8 e 26 de janeiro, tive de fazer dois testes moleculares, um sorológico e outro de antígenos para comprovar se estava ou não infectada devido ao contato, por razões de trabalho, com diferentes pessoas que haviam testado positivo para a Covid-19", afirma Astete.

Além disso, ela justifica que havia assumido a "estratégia de negociações para a compra de vacinas", portanto "não podia se dar ao luxo de ficar doente". No fim do comunicado, no entanto, Astete admite ter cometido um "grave erro" e diz que decidiu "não receber a segunda dose".

"Pelas razões expostas, apresentei ao senhor presidente da República minha carta de renúncia ao cargo de ministra das Relações Exteriores", conclui. Astete havia assumido o posto de chanceler em novembro passado, no governo do presidente interino Francisco Sagasti, que comanda o país até as eleições de abril de 2021.

Na semana passada, a então ministra da Saúde do Peru, Pilar Mazzetti, já havia renunciado após ter admitido que Martín Vizcarra, presidente até o início de novembro passado, quando sofreu impeachment, foi vacinado com o imunizante da Sinopharm em outubro. 

Da Ansa

O Peru informou nesta quinta-feira (4) ter detectado a presença da variante brasileira do coronavírus em três regiões, incluindo Lima.

"Em nosso país, em Loreto, Huánuco e em parte de Lima, a variante brasileira foi encontrada", disse a ministra da Saúde, Pilar Mazzetti.

“Portanto, temos neste momento duas variantes: a britânica (detectada em 8 de janeiro em Lima) e a brasileira”, acrescentou a ministra em declaração no Congresso peruano. Ambas são mais agressivas, segundo especialistas.

A presença da variante brasileira explica porque as infecções por Covid-19 aumentaram rapidamente nas últimas semanas no Peru, apontou Mazzetti.

Loreto, cuja capital é a cidade de Iquitos, é a remota e extensa região de selva peruana onde nasce o rio Amazonas. Ela faz fronteira com o Brasil, além da Colômbia e do Equador.

O Peru e o Brasil compartilham 2.800 km de fronteira na Amazônia. Os voos entre os dois países foram suspensos pelo governo peruano em 26 de janeiro.

Mazzetti não especificou a quantidade de pacientes com a cepa brasileira no Peru, onde a quarentena obrigatória está em vigor desde domingo nas regiões mais afetadas pela segunda onda da pandemia, incluindo Lima.

Huánuco não faz fronteira com o Brasil, embora esteja na selva peruana central, na encosta leste dos Andes, 350 km a nordeste de Lima.

Em Loreto, há 225 pacientes hospitalizados com covid-19, incluindo 36 em terapia intensiva, de acordo com a imprensa local. As autoridades de saúde locais sugeriram fechar a fronteira para evitar a entrada de pessoas infectadas.

O país andino, que enfrenta escassez de oxigênio para pacientes com covid-19, acumula 1.158.337 infecções e 41.538 mortes, segundo dados oficiais.

O governo peruano anunciou nesta sexta-feira que no próximo dia 9 de fevereiro chegará a Lima o primeiro lote de 1 milhão de vacinas contra a Covid-19 da farmacêutica chinesa Sinopharm, que servirá para imunizar com duas doses 500 mil profissionais de saúde.

"Imediatamente após elas serem recebidas, terá início a vacinação em Lima, e as mesmas serão enviadas simultaneamente aos estabelecimentos de saúde nos departamentos (do interior) para a imunização do pessoal da linha de frente", assinalou em entrevista coletiva a chefe de Gabinete, Violeta Bermúdez. O governo peruano informou que negocia também com os laboratórios Astrazeneca, Moderna, Pfizer, Johnson & Johnsonn e Sinovac, o que, no total, significaria 44 milhões de doses.

O primeiro milhão de vacinas Sinopharm faz parte de uma compra de 38 milhões de doses que Lima anunciou no último dia 6. O restante deverá chegar antes do segundo semestre. O governo também comprou da britânica AstraZeneca 14 milhões de doses, que devem chegar depois de setembro. Esse total de 52 milhões de doses permitirá vacinar 26 milhões de pessoas, em uma população de 33 milhões de habitantes.

O Peru somava até ontem mais de 1,1 milhão de casos de Covid-19 e 40.484 mortos pela doença.

O presidente interino do Peru, Francisco Sagasti, anunciou nesta terça-feira (26), uma quarentena total para Lima e para um terço do país de 31 de janeiro a 14 de fevereiro. O país também proibiu voos vindos do Brasil e da Europa com o objetivo de conter o aumento de casos provocado pela segunda onda de covid-19.

"Nos últimos dias, testemunhamos o rápido aumento de contágios por covid-19. Todos devemos contribuir para que o sofrimento não se estenda a novas pessoas", disse Sagasti, ao justificar a medida durante um pronunciamento surpresa à nação. "Aprovamos um conjunto de medidas direcionadas que têm como objetivo controlar a expansão da pandemia".

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A segunda onda atinge sem trégua várias regiões peruanas desde o início de janeiro, após as festas de fim de ano. O número de contágios diários aumentou de mil para mais de cinco mil, e as mortes dispararam de uma média de 40 por dia para mais de 100.

A quarentena será obrigatória e deve reduzir a circulação de 16,4 milhões de habitantes - metade da população do país. O governo também determinou o fechamento de igrejas, cassinos e academias. Apenas estabelecimentos comerciais essenciais como mercados, farmácias e bancos poderão funcionar.

As regiões envolvidas são Lima, Ancash, Pasco, Huánuco, Junín, Huancavelica, Ica, Apurímac e El Callao, onde os casos confirmados dispararam desde o início de janeiro. Nas demais regiões do país são mantidas as restrições do toque de recolher e a proibição de reuniões sociais.

O governo também prolongou até 14 de fevereiro a proibição de voos da Europa e incluiu o Brasil nesta relação devido à nova cepa do coronavírus descoberta no país vizinho.

Até terça-feira, 26, o Peru acumulava 40.107 mortes por covid-19, após registrar 220 óbitos pela doença nas últimas 24 horas. O número não era registrado desde o pior momento da pandemia no país, entre julho e setembro de 2020. O total de infecções chegou a 1,1 milhão, com 4.444 novos casos confirmados.

Vacinas

Sagasti disse que as vacinas são a saída para a crise e prometeu celeridade no recebimento dos imunizantes. Ele disse que o primeiro milhão de uma encomenda de 38 milhões de doses da vacina da Sinopharm chegará "nos próximos dias". A campanha de inoculação começará em fevereiro.

O Peru também tem acordo para comprar 14 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca-Oxford. Seus reguladores ainda estão avaliando os pedidos de uso de emergência do Instituto Gamaleya da Rússia, que produz a Sputnik V, e da Pfizer. (Com agências internacionais).

Oito países das Américas registraram a variante do novo coronavírus detectada no Reino Unido em meados de dezembro, enquanto dois relataram ter identificado a mutação localizada na África do Sul também no mês passado, disse a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) na quarta-feira (13).

Até as 12h de Brasília desta quarta, 13 de janeiro, Brasil, Canadá, Chile, Equador, Jamaica, México, Peru e Estados Unidos relataram a variante britânica, enquanto Brasil e Canadá encontraram a da África do Sul em suas amostras de laboratório, disse Sylvain Aldighieri , gerente de incidentes para covid-19 na OPAS, a repórteres.

“Queremos encorajar os países a aumentarem seu nível de alerta”, disse Aldighieri, pedindo a “implementação estrita” das medidas de saúde pública recomendadas.

Na mesma coletiva de imprensa, a Diretora da OPAS, Carissa Etienne, destacou que até agora não há evidências de que essas variantes afetem os pacientes de maneira diferente, mas sugerem que o vírus pode se espalhar mais facilmente, colocando em risco a resposta dos sistemas de saúde.

“Manter o distanciamento social, usar máscaras faciais em público e lavar as mãos com frequência ainda são nossa melhor opção para ajudar a controlar o vírus neste momento, em todas as suas formas”, disse ele.

- 2021 será pior que 2020? -

A Opas, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), informou que a região das Américas registrou um recorde de infecções na semana passada desde o primeiro caso identificado no continente há quase um ano.

"Só na última semana, 2,5 milhões de pessoas foram infectadas com covid-19 em nossa região, o maior número de casos semanais desde que o vírus chegou à nossa costa", disse ele.

“Praticamente todos os países das Américas estão experimentando uma aceleração na disseminação do vírus”, acrescentou.

A expansão é mais expressiva nos Estados Unidos, país mais afetado pela pandemia no mundo, com picos também no Canadá e no México. Na América Central, as infecções aumentaram na Costa Rica e Belize, enquanto houve um rápido aumento de casos em muitas ilhas do Caribe.

Na América do Sul, onde o verão meridional causa mais viagens e reuniões, todos os países relataram mais casos, mesmo aqueles como Chile e Argentina em que as infecções diminuíram.

Etienne disse que a trajetória do vírus depende da capacidade coletiva de cumprir as medidas para contê-lo.

“Se relaxarmos, não se engane: 2021 será muito pior do que 2020”, alertou.

- Politizar "poderia custar vidas" -

Diante dos desafios colocados pelo novo coronavírus, e enquanto a região inicia suas campanhas de vacinação, a OPAS pediu aos governos que atuem de maneira transparente e com base científica para controlar a pandemia, alertando que colocar a política acima do interesse público "pode custar vidas".

“Politizar vacinas e outras medidas de controle não é apenas inútil, mas pode alimentar o vírus e custar vidas”, disse Etienne. "Esta pandemia nos ensinou repetidamente que a liderança determina a eficácia da resposta de um país."

A organização Human Rights Watch denunciou nesta quarta-feira que no Brasil, segundo país do mundo mais atingido pelo covid-19, o presidente Jair Bolsonaro tentou "sabotar" medidas sanitárias para conter a pandemia, divulgando "informações erradas" ou tentando "Impedir que os estados imponham regras de distanciamento social".

Embora otimista sobre a disponibilidade de vacinas contra covid-19, Etienne pediu acesso equitativo aos recursos, priorizando os mais vulneráveis e defendendo a solidariedade entre os países.

“Os próximos dois anos serão críticos, visto que a vacinação da maioria da população não será realizada da noite para o dia”, afirmou.

O vice-diretor da Opas, Jarbas Barbosa, disse que seis países americanos já começaram a distribuir vacinas a partir de acordos bilaterais com laboratórios produtores: Argentina, Canadá, Costa Rica, Chile, Estados Unidos e México.

Mas ele ressaltou que a imunização ainda não é massiva: os Estados Unidos, que lideram os esforços até agora, vacinaram 3% de sua população, disse ele, enquanto o resto dos países estão abaixo de 1%.

A empresa farmacêutica alemã CureVac começou a selecionar cerca de 10.000 voluntários no Peru para iniciar a terceira e última fase dos testes clínicos de seu protótipo de vacina contra covid-19, informou neste sábado (9) a principal pesquisadora do teste no país sul-americano.

"Estamos nos preparando para iniciar os testes de fase 3 no Peru, estamos na fase de pré-inscrição selecionando os participantes", disse a pesquisadora Theresa Ochoa à agência de notícias estatal Andina.

O estudo envolveria entre 8.000 e 10.000 pessoas no Peru, embora globalmente o laboratório alemão teste um total de 36.000 pessoas, acrescentou.

A vacina alemã é composta por duas doses e tecnologia de RNA mensageiro, como as vacinas Pfizer/BioNtech e Moderna.

Ochoa é a principal pesquisadora do estudo no Peru e dirige o Instituto Alexander von Humboldt de Medicina Tropical da Universidade Cayetano Heredia.

Os testes do seu protótipo serão realizados em pessoas com mais de 18 anos de idade, com boa saúde e que não tenham resultado positivo para covid-19.

O Peru será mais uma vez o laboratório de testes de uma vacina candidata, depois de ter ajudado no desenvolvimento das vacinas das empresas chinesa Sinopharm e britânica AstraZeneca.

A CureVac espera lançar sua vacina contra covid-19 ainda neste ano. Espera-se que o imunizante possa ser armazenado por três meses em temperatura de geladeira, ao contrário da vacina Pfizer/BioNTech (-80º C) e Moderna (-20º C), explicou Ochoa.

A farmacêutica alemã anunciou em dezembro o início da terceira e última fase dos ensaios clínicos. A gigante química e farmacêutica Bayer anunciou em Berlim na quinta-feira que apoiaria a Curevac no desenvolvimento de sua vacina.

A Comissão Europeia já fechou contrato com esta empresa para a compra de 405 milhões de doses.

Com a proteção da Floresta Amazônica como pauta principal, foi reinstalado nesta segunda-feira (21) o Parlamento Amazônico (Parlamaz). O grupo reúne representantes de Brasil, Bolívia, Colômbia, Peru, Venezuela, Guiana, Suriname e Equador. Tem o objetivo de estabelecer políticas integradas, estreitando as relações sobre as questões amazônicas e promovendo a cooperação e o desenvolvimento sustentável da região. 

O presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), senador Nelsinho Trad (PSD-MS), foi eleito por unanimidade para presidir o Parlamaz. Ele pediu que os membros indiquem candidatos para a vice-presidência até o dia 21 de janeiro, bem como os apontamentos para o plano de trabalho do colegiado. 

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Criada em 17 de abril de 1989, a comissão funcionou alguns anos, mas acabou desmobilizada. A ideia de reativá-la, depois oito anos inativa, voltou em 2019, após uma reunião dos países-membros na Embaixada do Equador. Segundo Nelsinho Trad, depois daquele encontro foram realizados debates decisivos para a continuidade do projeto. O senador apontou o papel do Parlamaz de fortalecer a representação democrática, com respeito à região e aos seus habitantes, e ressaltou a felicidade pela reativação do grupo. Ele disse que nenhum representante dos países-membros aceitará delegar a titularidade sobre as políticas a serem adotadas na região. 

"Nossa intenção é dar voz às populações nativas, oferecer não uma obra passageira, mas uma contribuição definitiva que se perpetuará no tempo. A reinstalação do Parlamaz significa um passo importante, e os resultados poderão impactar de modo decisivo e firme o nosso futuro. Pedimos a Deus que continue nos dando saúde para enfrentarmos as dificuldades que teremos pela frente", afirmou. 

Desafios

O deputado colombiano Juan David Velez falou da importância da reinstalação do grupo parlamentar. Ele observou que, como o colegiado tem representação internacional, outro grande desafio dos países-membros consiste em sugerir ações de proteção ao meio ambiente também de forma geral. 

"Para nós, o Parlamaz trará sinergia para a região [amazônica], visando ações que gerem produtividade sustentável e riqueza. Não queremos seguir com a pobreza, e precisamos tratar desse tema de modo responsável". 

Uma das representantes da Bolívia, a deputada Marta Ruiz Flores disse que o parlamento boliviano está comprometido com a causa. Ela ponderou que todos os países, irmanados, podem promover mudanças importantes para a sustentabilidade do bioma amazônico. 

Aquecimento global

Na opinião do presidente da Assembleia Nacional da Guiana, Manzoor Nadir, o aquecimento global tem trazido mudanças e consequências que não podem ser medidas, mas que precisam ser combatidas. Ele chamou atenção para a responsabilidade do Parlamaz no tocante à legislação ambiental. 

"Estamos falando de uma lei que tem um poder único de apresentar números e trazer soluções. Nosso tempo de agir é agora". 

O deputado brasileiro Léo Moraes (Podemos-RO) também ressaltou a importância do diálogo para posicionar os interesses de todos os países-membros diante do mundo. Para ele, além de defender os amazônidas, como indígenas e ribeirinhos, é fundamental que o grupo parlamentar chame à participação todas as populações que habitam a área. 

"Temos que cuidar e aliançar o interesse pelo desenvolvimento e pelo progresso pensando, sobretudo, na nossa soberania. Ninguém melhor que os moradores e desbravadores dessa região para nos transmitir as experiências inerentes a esse rincão e estamos à disposição para promover esse bom debate". 

Cooperação

Para Carlos Alberto Lázare Teixeira, da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (Otca), o Parlamaz é um canal de diálogo e cooperação entre os legislativos desses países, fundamental para consolidar as políticas de Estado necessárias à Amazônia. Ele também destacou a importância de valorização dos habitantes locais. 

"Nosso grande esforço é para difundir todos os elementos fundamentais para a região, baseado na centralidade do ser humano, já que há ali cerca de 35 milhões de habitantes. Também é importante que todos os membros mostrem seu apoio ao tratado, com a missão de levar em frente toda essa agenda de cooperação". 

Membros do Parlamento Amazônico

Brasil: senadores Nelsinho Trad (PSD-MS), Eduardo Braga (MDB-AM), Plínio Valério (PSDB-AM), Paulo Rocha (PT-PA) e Telmário Mota (Pros-RR); deputados Marcelo Ramos (PL-AM), Léo Moraes (Podemos-RO), Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e José Ricardo (PT-AM) 

Bolívia: Marta Ruiz Flores, Sara Kattya Condori, Carlos Hernán Arrien Aleiza, Alcira Rodríguez, Ana Meriles e Genaro Adolfo Mendoza 

Colômbia: Germán Alcides, Blanco Álvares, Harry Gonzalez, Henry Correal, Juan David Velez, Maritza Martinez, Harold Valencia, Carlos Cuenca e Jorge Guevara 

Equador: Fernando Flores, Carlos Cambala 

Guiana: Manzoor Nadir 

Peru: Gilmer Trujillo Zegarra 

Suriname: Marinus Bee 

Venezuela: María Gabriela Hernández Del Castillo, Romel Guzamana

*Da Agência Senado

 

O Peru decretou nesta sexta-feira (18) o caráter gratuito e universal da vacina contra a covid-19 "para todos os habitantes do país", e declarou "de utilidade e necessidade pública e interesse nacional" a aquisição e distribuição de medicamentos contra a pandemia.

A medida entrou em vigência assim que o presidente peruano, Francisco Sagasti, promulgou uma norma que foi aprovada este mês no Congresso com ampla maioria.

Apesar da decisão do governo, a população peruana está longe de conseguir acessar a vacina.

A chefe do Gabinete, Violeta Bermúdez, disse nesta sexta-feira que "o cenário mais realista" para a vacinação é no primeiro semestre de 2021, mas destacou "não há uma data", apesar de estar "perto de concretizar alguns dos contratos" com os laboratórios que desenvolvem as vacinas.

O Peru também está participando com 12.000 voluntários do ensaio clínico de uma potencial vacina chinesa contra a covid-19. O estudo, em sua terceira fase, está suspenso temporariamente após o relato de um paciente com sintomas "adversos" depois de vacinado.

A lei assinada pelo governo peruano nesta sexta-feira também contempla a entrega de um registro sanitário "condicional" durante um ano "aos medicamentos e produtos biológicos com estudos clínicos em fase III com resultados preliminares", com o objetivo de acelerar a disponibilidade de doses para imunizar a população.

O Peru registrava até esta quinta-feira (17) 36.901 mortos e 991.518 casos confirmados de covid-19, sendo o segundo país do mundo pela taxa de mortalidade registrada, de 115.22 mortes a cada 100.000 habitantes, atrás da Bélgica (160,84), de acordo com a Universidade Johns Hopkins dos Estados Unidos.

Agentes do esquadrão antidrogas da Polícia Nacional do Peru se disfarçaram de Papai Noel e elfos para prenderem um traficante de cocaína no distrito de Villa El Salvador, na capital Lima. Os policiais invadiram a casa do acusado durante uma operação de repressão ao narcotráfico.

Com coletes à prova de bala por baixo das fantasias, os policiais chegaram ao local em uma van disfarçada no domingo (13). Eles usaram um martelo para entrar na residência do suspeito.

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A Polícia Nacional do Peru costuma realizar operações disfarçadas, principalmente contra narcotraficantes. A operação em questão, entretanto, foi questionada pelos excessos policiais.

O suspeito havia sido filmado traficando fora de sua casa, perto de uma escola, segundo um porta-voz da polícia. Na residência, a equipe apreendeu centenas de pequenos pacotes que pareciam ter drogas, além de um revólver e uma balaclava. Segundo o esquadrão antidrogas, foram encontradas maconha e pasta base de cocaína.

As ruínas incas de Machu Picchu, no Peru, foram fechadas em decorrência de uma greve convocada por organizações sociais da região, que exigem uma redução no preço das passagens de trem para turistas do país.

O prefeito de Machu Pichu, Darwin Barca, confirmou ao jornal "Gestión", que a população está indignada com o forte aumento no preço das passagens de trem entre Cusco e o resort turístico.

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"O povo decidiu uma greve por tempo indeterminado até que seus pedidos sejam aceitos. Na verdade, eu mesmo há muito tempo solicito uma avaliação da situação", explicou Barca.

O político ainda lembrou que "há discriminação" contra os turistas locais no trem de Ollantaytambo a Machu Picchu, principalmente nos assentos disponíveis nos vagões.

Barca ainda afirmou que antes da pandemia do novo coronavírus, os turistas peruanos pagavam 10 soles (cerca de US$ 2,78), enquanto atualmente precisam desembolsar entre 215 (por volta de US$ 60) e 251 soles (aproximadamente US$ 70).

Após oito meses, Machu Picchu foi reaberta ao público no dia 1º de novembro. Por questões de segurança, apenas 675 turistas por dia tinham acesso ao local, sendo 30% da capacidade permitida antes da pandemia.

O fechamento de Machu Oicchu foi um duro golpe para as dezenas de milhares de pessoas que vivem da indústria turística do local.

Da Ansa

Um terremoto de magnitude 6,1 foi registrado neste domingo no norte do Chile, segundo informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

O epicentro do tremor, de acordo com o USGS, se deu a 99,9 quilômetros de profundidade, a 112 quilômetros de distância da cidade costeira de Iquique, a oeste do deserto do Atacama.

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O abalo foi sentido em diferentes localidades ao redor do epicentro, inclusive no sul do vizinho Peru. Até o momento, não há relatos de vítimas ou grandes danos provocados pelo fenômeno.

“No momento, não foram relatados danos a pessoas, alteração de serviços básicos ou de infraestrutura como resultado deste terremoto. Por sua vez, as organizações técnicas estão avaliando a situação regional”, tuitou a conta da Oficina Nacional de Emergencia del Ministerio del Interior y Seguridad Pública (ONEMI).

No último sábado (5), o Chile já tinha sido atingido por dois terremotos, de magnitudes 4,3 e 4,2, nos arredores das províncias de Huasco e El Loa, respectivamente.

Da Sputnik Brasil

O novo presidente do Peru, Francisco Sagasti, ordenou uma reforma da polícia, nomeou um novo comandante e enviou 15 generais para a reserva. As ações foram em resposta à violenta repressão de manifestantes durante o governo de seu antecessor, Manuel Merino, que ficou apenas cinco dias no cargo.

"Tomei a decisão de designar como novo comandante de polícia, o general César Augusto Cervantes", anunciou Sagasti em uma mensagem ao país exibida na televisão, seis dias depois de assumir o poder, após a renúncia de Merino.

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"Estas medidas têm por finalidade fortalecer a polícia", disse o presidente centrista. Cervantes substituiu o general Orlando Velasco, que estava no comando da força de segurança desde 7 de agosto. O general Velasco não foi responsabilizado pela repressão dos protestos contra Merino, pois estava de licença médica.

Duas pessoas morreram e mais de 100 foram feridas na repressão policial das manifestações em Lima contra o ex-presidente, que renunciou cinco dias depois de assumir o poder em substituição ao popular líder Martín Vizcarra, que foi destituído pelo Congresso pelas acusações de corrupção. Com a designação de Cervantes, 15 generais da polícia passaram à reserva, informou o ministro do Interior, Rubén Vargas.

"Queremos uma polícia que continue defendendo a democracia, os direitos fundamentais, que nos devolva a segurança e as garantias", disse Vargas.

Sagasti também criou uma comissão, liderada por Vargas, que deve apresentar recomendações em 60 dias para modernizar e fortalecer a polícia. O presidente disse que com a reforma pretende "conectar a polícia com os cidadãos".

Vargas anunciou uma investigação administrativa, que pode atingir generais e outros oficiais, após a morte de dois jovens manifestantes em Lima no dia 14, atingidos por disparos feitos pelas forças de segurança.

"As investigações estão acontecendo com absoluta prioridade e respeitando o devido processo legal", disse o ministro. O uso de espingardas que dispararam munição de chumbo e pequenas peças de vidro deixou mais de 100 feridos no centro de Lima. Também foram apresentadas denúncias de abusos sexuais de mulheres detidas em delegacias.

O Ministério Público abriu na semana passada uma investigação penal preliminar contra Merino e dois de seus ministros pela repressão, que também pode afetar outros funcionários do governo e policiais. O Ministério Público tenta determinar a "linha de comando" no governo e na polícia durante a repressão para definir quem levar à justiça. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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