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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou mais dois policiais civis por assassinatos cometidos durante ação na favela do Jacarezinho, em maio de 2021. Segundo o MPRJ, os agentes, cujos nomes não foram revelados, são acusados de matar dois homens feridos - Richard Gabriel da Silva Ferreira e Isaac Pinheiro de Oliveira - que se esconderam em uma casa na comunidade.

Dois policiais civis entraram na casa e mataram Richard e Isaac com vários disparos. Ainda de acordo com a denúncia, não havia nenhum refém com Richard e Isaac e eles tampouco resistiram aos policiais. Mesmo assim, foram mortos. A perícia teria comprovado que não houve troca de tiros dentro da casa.

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Os policiais civis também foram denunciados por fraude processual e por forjar o cenário do crime, porque apresentaram à delegacia pistolas e uma granada com uma alegação falsa de que estavam com as vítimas.

A denúncia foi feita pela Força-Tarefa do Jacarezinho, criada logo após a operação policial que terminou com a morte de 28 pessoas, entre elas, um policial na comunidade da zona norte da cidade do Rio.

Outras denúncias

Outras duas denúncias foram oferecidas pela força-tarefa. Uma contra dois policiais civis pelo homicídio de Omar Pereira da Silva, que também foi morto depois de já estar encurralado.  E outra contra dois suspeitos de integrar a quadrilha que domina a venda de drogas na favela, pelo assassinato do inspetor André Leonardo de Mello Frias e por 11 tentativas de homicídios contra policiais.

Dez procedimentos de investigação foram arquivados porque o MPRJ não encontrou evidências capazes de indicar a prática de crimes por parte de policiais. Essa foi a última denúncia oferecida pela força-tarefa, que encerrou suas atividades.

Um dos chefes da Casa Militar do Palácio do Bandeirantes, o tenente-coronel da PM Marcelo Tasso, e outros três policiais militares estão sendo investigados sob a suspeita de escolta de 78 quilos de ouro extraídos ilegalmente. O carregamento foi apreendido. Os policiais alegam que a operação era legal.

A Casa Militar é órgão do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo. Seu comandante é responsável ainda pela Defesa Civil do Estado e pela segurança do governador, Rodrigo Garcia (PSDB). A detenção dos policiais aconteceu - segundo documento sigiloso da Polícia Militar - às 15h desta quarta-feira, 4, no quilômetro 74 da Rodovia Castello Branco, na cidade de Sorocaba, na pista no sentido São Paulo.

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Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que foi registrado um boletim de ocorrência de averiguação de extração irregular de minério. Segundo a pasta, o tenente-coronel Marcelo Tasso está afastado do trabalho desde dezembro. A Corregedoria da Polícia Militar acompanha a investigação.

Um cabo e dois soldados da 1.ª Companhia do 5.º Batalhão de Polícia Rodoviária da PM pararam dois carros. O primeiro era um Toyota Corolla dirigido pelo motorista Wilson Roberto de Lucca. Nele estavam ainda o tenente-coronel e o terceiro-sargento da reserva da PM Marcelo Dantas, que trabalhou no 9.º Batalhão da PM. No segundo carro - também um Corolla - estavam o motorista Marcos Pereira dos Santos, o primeiro-sargento Gildsmar Canuto (da Casa Militar) e o soldado da PM Douglas Cristiano Burin, do 33.º Batalhão da PM.

Os PMs revistaram os dois veículos e encontraram 78 quilos de ouro. O metal estava em duas malas encontradas no Toyota dirigido por Santos e em uma mala no porta-malas do carro dirigido por Lucca, onde estava o tenente-coronel. Os policiais rodoviários levaram todos os detidos e o metal para a delegacia da PF de Sorocaba, que está tratando do caso.

Os policiais abordados disseram que tinham documentos que constatavam a legalidade do ouro, mas a Polícia Federal decidiu apreender todo o material para verificar a origem. O material foi encaminhado para realização de perícia em laboratório específico da corporação. A PF estima o valor da apreensão em R$ 23 milhões.

Além das três malas em que as barras de ouro estavam acondicionadas, os agentes da PF encontraram em um dos carros uma mochila com documentos diversos. Os papéis, que serão posteriormente analisados, indicam que o ouro seria oriundo de Mato Grosso e do Pará.

Os federais apreenderam ainda um avião - King Air - que teria feito o transporte do metal até Sorocaba antes de ele ser colocado nos dois carros interceptados na estrada. A corporação diz que a aeronave é objeto de sequestro criminal em outro inquérito. Assim, os investigadores também vão apurar as "circunstâncias da utilização proibida" do avião. Foram também apreendidos os celulares dos policiais e dos motoristas.

Até a noite desta quarta-feira, os federais estavam ouvindo os detidos, seis pessoas ao todo. Segundo a PF, o inquérito apura possível prática dos crimes de usurpação de bens da União e receptação dolosa. O Estadão não conseguiu localizar a defesa dos policiais. O espaço está aberto para manifestações.

O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (4) que vai dobrar o número de policiais nas ruas da capital paulista para combater furtos e assaltos. Segundo o governador Rodrigo Garcia, há uma percepção de que estão aumentando os crimes, especialmente os roubos de celulares usados para retirar dinheiro das contas bancárias das vítimas pelos aplicativos dos bancos. “Infelizmente, os crimes contra o patrimônio: PIX, furto de veículos, roubos de celulares, também estão crescendo”, disse.

Criminosos que se disfarçam como entregadores de refeições por aplicativo serão um dos focos da Operação Sufoco. “Eu vou deixar aqui, em nome da população de São Paulo, um aviso muito claro a esses bandidos que, de maneira covarde, estão escondidos atrás de um capacete, estão com uma mochila de falso entregador de delivery nas costas, que, de maneira covarde, assaltam pessoas e assediam mulheres, para que eles mudem de profissão ou mudem de estado, porque a polícia vai atrás de cada um deles”, enfatizou o governador.

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Ele explicou que as empresas vão compartilhar as informações dos cadastros de entregadores com a polícia. “Quero agradecer essas empresas que estão sendo colaborativas e estão abrindo e trocando informações dos bancos de dados com as nossas polícias. Isso vai ser fundamental em um momento de uma blitz”, disse.

Como será

O aumento do número de policiais nas ruas será feito a partir das diárias por jornada extraordinária em que os agentes podem fazer horas-extras de trabalho nos horários que estariam de folga.

Segundo o governo, assim será possível aumentar de 5 mil para 9,7 mil por dia o número de policiais nas ruas da capital paulista. Serão gastos R$ 41,8 milhões por mês com o pagamento das jornadas extraordinárias e com o aumento do uso de viaturas e helicópteros.

A prefeitura de São Paulo também vai aumentar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM) nas ruas. O número de guardas nas ruas deve passar de uma média de 1,8 mil para 2,5 mil.

As polícias e a GCM vão atuar nos principais eixos de trânsito da cidade e nos locais com maior registro de assaltos e furtos.

Sensação de segurança

O governador disse, ainda, que um dos objetivos da operação é “melhorar a sensação de segurança da população”. Segundo ele, mais do que estatísticas, a ação responde a uma percepção de insegurança frente aos roubos e furtos na cidade - “o que a população está vendo nas ruas e sentindo no seu dia a dia na cidade”.

Ele defendeu, também, o uso da força letal contra criminosos que se disponham a fazer enfrentamento contra a polícia. “Aqui em São Paulo, o bandido que levantar a arma para a polícia vai levar bala. Porque é isso que a sociedade está esperando, uma polícia ativa que, dentro dos limites da lei, vai agir com muito rigor contra a criminalidade”, assegurou.

Os batalhões da Polícia Militar (PM) de São Paulo que adotaram o sistema de câmeras pessoais tiveram uma redução de 87% nas ocorrências de confronto, segundo levantamento da corporação. Os equipamentos instalados nas fardas dos policiais registram áudio e vídeo em tempo real, e começaram a ser usados em 2020. Segundo a PM, a queda registrada é 10 vezes maior do que nos batalhões que não utilizam equipamentos.

Ainda de acordo com o levantamento da corporação, na comparação entre os meses de junho e outubro de 2019, 2020 e 2021, as ocorrências de resistência às abordagens policiais caíram 32,7% nos batalhões que usam as câmeras operacionais portáteis. Nos demais batalhões, a redução no período ficou em 19,2%.

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A PM destaca ainda que além de reduzir as mortes devido à ação policial, as câmeras ajudam a preservar os próprios policiais. “As câmeras corporais despontam também como um importante instrumento de defesa e segurança do policial”, enfatiza a nota da corporação divulgada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo. Segundo a corporação, o sistema que transmite áudio, vídeo e localização em tempo real “garante uma análise detalhada do cenário de atuação dos policiais em situações de risco e/ou emergência”.

Os batalhões equipados com o sistema também tiveram melhores indicadores de produtividade policial. Nas unidades com câmeras corporais, os flagrantes aumentaram 41,4%, e as apreensões de armas de fogo subiram 12,9%.

Para o advogado especialista em direitos humanos e segurança pública, Ariel de Castro Alves, o uso das câmeras tem reduzido de forma importante os desvios de conduta dos policiais. “O monitoramento dos policiais por meio das câmeras tem diminuído os confrontos, os assassinatos cometidos por PMs e as situações de abusos de autoridade por parte dos agentes”, enfatizou Alves, que também é presidente do Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo.

Para o especialista, os resultados mostram que o sistema deve ser expandido. “Isso demonstra que o controle, fiscalização e monitoramento dos agentes é fundamental e precisa ser adotado de forma definitiva como política de segurança pública. A iniciativa das câmeras no fardamento precisa chegar a todos os policiais paulistas”, ressalta Alves, que acredita que a medida possa ser adotada também em todo o país.

Os policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) envolvidos na perseguição que resultou na morte da menina Heloysa Gabrielly, de seis anos, na comunidade de Salinas, foram afastados das atividades na praia de Porto de Galinhas, Litoral Sul de Pernambuco. A criança foi morta com um tiro no peito, dentro de casa. A origem do projétil centraliza uma investigação das polícias Civil e Militar do estado, mas a versão unânime entre família e populares é de que os policiais chegaram atirando.

O anúncio do afastamento foi feito pelo secretário estadual de Defesa Social, Humberto Freire, na tarde desta quarta-feira (6), no Palácio do Campo das Princesas, onde os pais da menina foram recebidos pelo governador Paulo Câmara (PSB).

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"Os policiais que estavam na ocorrência, eles precisam realmente passar por todas as oitivas necessárias. E o comando da Polícia (Militar) já retirou daquela localidade, dessa atuação naquela localidade, e as investigações prosseguem. Não só nesse inquérito policial militar, mas na Polícia Civil, onde também serão ouvidos, e na Corregedoria", afirmou o Freire.

O secretário reforçou que os policiais não foram afastados das ruas, mas apenas da unidade que fica em Porto. "O Bope é uma unidade que normalmente fica aquartelada. Então, naquela localidade onde há um emprego, eles já foram retirados daquela operação", disse Humberto Freire.

Na saída do Palácio do Campo das Princesas, o pai de Heloysa deu uma declaração à imprensa. "Nós só queremos justiça. Eles (governo) estão em total apoio a nós. Eles passaram confiança de que não vai passar impune essa morte", afirmou o jangadeiro Wendel Fernandes.

“Nos solidarizamos com os pais de Heloysa, escutamos o que eles tinham a dizer, assim como os representantes das entidades de direitos humanos que os acompanharam, e asseguramos que a investigação do caso será rigorosa e célere”, completou o governador Paulo Câmara, por meio de sua assessoria.

Conflito entre as versões

Policiais do Bope alegam ter entrado em confronto com suspeitos de tráfico de drogas, que teriam fugido da abordagem policial em uma motocicleta durante patrulhamento na comunidade Salinas, onde a criança atingida morava. O coronel Alexandre Tavares, diretor Integrado Especializado da Polícia Militar, declarou anteriormente que não houve abordagem violenta e chegou a afirmar que os policiais não seriam afastados.

A família de Heloysa e diversas testemunhas da comunidade Salinas discordam da versão policial. Eles alegam que não houve confronto entre policiais e traficantes, e que o Bope chegou atirando, como já costuma fazer em operações na região. Moradores relataram medo e denunciaram abordagens ostensivas e abusos policiais

- - > LeiaJá também: 'Ninguém viu troca de tiros', diz tia de Heloysa

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou na manhã desta quarta-feira, 23, o projeto de lei do governador Romeu Zema (Novo) que concede um reajuste de 10,06% para os cerca de 600 mil funcionários públicos do Executivo estadual.

O reajuste, baseado na inflação de 2021, é consequência do movimento de policiais militares mineiros, que há um mês realizam manifestações em Belo Horizonte e cobram de Zema uma recomposição salarial de 41%, relativa à 2019 e 2020.

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A proposta foi aprovada por 73 dos 77 deputados estaduais mineiros. Houve quatro ausências.

Zema justificou o reajuste de 10,06%, para todo o funcionalismo do Executivo, afirmando que a legislação não permite reajustes diferenciados para as diversas categorias de servidores. Segundo o político do Novo, a lei de responsabilidade fiscal (LRF) impede reajustes salariais somente para as dez categorias de profissionais das forças de segurança.

O reajuste, que ainda depende de votação em segundo turno pelos deputados estaduais, é retroativo a janeiro e abrange os funcionários públicos ativos e inativos.

Na última segunda-feira (28), as forças israelenses promoveram uma ação violenta durante a comemoração do feriado mulçumano de al-Isra Wal Miraj, em Jerusalém. Na ocasião, policiais atacaram palestinos, que participavam da festividade, incluindo crianças, com bombas de efeito moral e cassetetes. 

Entre os menores feridos está Munawar Burqan, de 11 anos, que foi atingida por uma bomba. De acordo com informações da imprensa local, a menina tem necessidades especiais. Em vídeos que circulam nas redes sociais, a menina, após ser atingida pelo explosivo, é resgatada com ferimentos no rosto.

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Nas imagens também é possível ver outras crianças agredidas e sendo detidas pelas forças israelenses em meio ao tumulto. Segundo o jornalista Mohammed El-Kurd, o ataque resultou em 31 pessoas feridas e 20 detidas.

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Mobilizações policiais por melhorias nas condições salariais e de trabalho e paralisações ressurgiram pelo Brasil a sete meses da eleição presidencial. O recrudescimento dos movimentos das forças de segurança nos Estados deverá ter reflexo nas disputas deste ano. O Estadão identificou, até o momento, pelo menos 11 possíveis candidatos com origem nas polícias Civil e Militar e nas Forças Armadas nas eleições majoritárias - a governo do Estado e ao Senado.

A Região Nordeste tem a maior parte dos nomes (6), com destaque para o Ceará, onde Capitão Wagner (PROS) - que foi derrotado na disputa pela prefeitura de Fortaleza, em 2020, numa votação parelha - deverá se candidatar ao governo do Estado. A expectativa é de que Wagner polarize a eleição contra o candidato do grupo do PT/PDT, que terá o apoio do atual governador, Camilo Santana (PT).

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No Estado, a outra candidatura policial é a do vereador de Fortaleza Inspetor Alberto (PROS), que deverá concorrer ao Senado. Ex-policial civil, Alberto é simpático à pauta bolsonarista, posa com ministros do governo em fotos e tem o apoio de líderes aliados ao Palácio do Planalto.

Em 2020, um motim de policiais militares no Ceará levou a episódios de violência - o senador e ex-governador Cid Gomes (PDT) foi atingido por dois tiros quando tentava invadir o 3.º Batalhão da PM em Sobral com uma retroescavadeira. Oito PMs foram excluídos da corporação e mais 351 policiais identificados como participantes do motim respondem a processos administrativos disciplinares.

O governador de Roraima, Coronel Marcos Rocha (PSL), é o único entre os ex-policiais que vai disputar a reeleição ao Executivo estadual. Além de Ceará e Roraima, candidaturas ligadas às forças de segurança e às Forças Armadas devem ser lançadas em Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Goiás e Rio Grande do Sul - neste Estado, o atual vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, será candidato ao Senado pelo Republicanos.

Pauta federal

É na categoria de ex-policiais, porém, que está a grande maioria das pré-candidaturas majoritárias. Vereador em Maceió, Delegado Fábio Costa quer se candidatar ao Senado. Para isso, deverá deixar o PSB. "Já fui bombeiro militar e agora sou delegado", observou. "Estou tendo que dialogar com personagens da política para conseguir viabilizar."

O presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, afirmou que 2018 representou um ponto de inflexão para a classe policial - que mantém olhos atentos à Câmara dos Deputados. "O lugar político de excelência das polícias até 2018 eram as Assembleias Legislativas, porque é onde está o dia a dia da agência da polícia", disse Lima. Depois, segundo o pesquisador, "as associações perceberam que muitos dos obstáculos criados na modernização da gestão da segurança, das condições de trabalho, eram temas de pauta federal".

Na avaliação de Lima, no Congresso é possível também defender uma agenda de costumes predominantemente conservadora. "Não é nenhuma novidade que policiais tenham uma aderência maior aos temas conservadores. É algo observado globalmente."

De acordo com levantamento do 14.º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 25.452 policiais e integrantes das Forças Armadas foram candidatos entre 2010 e 2020; 87,6% dos candidatos nas eleições de 2020 são vinculados a partidos de direita e centro-direita. Ainda segundo o estudo, até 2018, 1.860 foram eleitos, e, em toda a década, 94,5% dos candidatos eram homens. Nas eleições de 2018, 32 deputados federais e quatro senadores foram eleitos e passaram a compor a representação da categoria no Congresso.

Classe

O deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG) afirmou que a eleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2018, impulsionou vitórias na Câmara dos Deputados e nas Assembleias Legislativas. Segundo ele, porém, a participação política dos policiais não está necessariamente atrelada a Bolsonaro. "A politização dos profissionais de segurança é um processo de organização da classe", disse Gonzaga.

Nos últimos dois meses, houve movimentos de paralisação de forças da Polícia Civil ou Militar em pelo menos três Estados: Minas Gerais (mais informações na página ao lado), Pernambuco e Rio Grande do Norte, com pressões intensas na Paraíba e em Sergipe.

Há uma semana, cerca de 30 mil manifestantes estiveram em assembleia-geral em Belo Horizonte e deflagraram paralisação policial no Estado - o movimento foi considerado "referência" por associações de praças da PM e por sindicatos da Polícia Civil pelo País.

Em Sergipe, uma mobilização que já durava mais de um ano indicava uma possível formação de greve estadual. Antes da realização da assembleia-geral que estava marcada para a quinta-feira passada, líderes do movimento se encontraram com Gonzaga, uma das principais vozes do movimento em Minas. Tanto em Sergipe como em Minas, os Tribunais de Justiça estaduais determinaram a impossibilidade de paralisação, com multa aos movimentos em caso de continuidade.

O presidente Jair Bolsonaro reforçou o aceno aos policiais federais em meio à negociação por um reajuste salarial neste ano. A apoiadores, o presidente afirmou que o retorno dos policiais à sociedade, com operações como a apreensão de drogas, compensa o gasto com o salário desses servidores.

Um dos apoiadores se identificou como concursado da Polícia Federal à espera de nomeação. O presidente afirmou que, se for legal, pode assinar um decreto nesse sentido. "Há interesse de a gente colocar vocês lá. O retorno que vocês dão para nós, apreendendo drogas, compensa o gasto com salários", disse o presidente nesta terça-feira (22).

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Na segunda-feira, Bolsonaro acenou com um reajuste para a Polícia Rodoviária Federal e pediu "compreensão" de outras categorias. À noite, o ministro da Economia, Paulo Guedes, apontou o teto de gastos e a lei eleitoral como impasses para a revisão salarial de servidores.

O Senado aprovou a medida provisória do governo Jair Bolsonaro que cria um programa habitacional específico para profissionais da segurança pública. O texto foi aprovado pela Câmara no último dia 10 e agora seguirá para sanção presidencial, com alterações em relação à norma inicial.

Lançado em setembro, o Habite Seguro serviu como mais um aceno da gestão Bolsonaro a militares estaduais. Outras categorias, como policiais civis e agentes penitenciários, também foram contempladas. Os parlamentares incluíram agentes socioeducativos e agentes de trânsito na lista de beneficiados.

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Para 2022, o governo destinou R$ 100 milhões para o programa e pretende contemplar 10 mil profissionais da segurança pública.

O valor máximo do imóvel a ser financiado será de R$ 300 mil e o subsídio varia conforme a faixa de renda.

Dois policiais mataram a tiros um homem que os ameaçou com uma faca em uma movimentada estação de trem de Paris nesta segunda-feira (14), disseram fontes policiais.

O homem portava uma faca de "30 centímetros" na qual estava inscrito o acrônimo "ACAB", para "All cops are bastards"("Todos os policiais são bastardos", em inglês), segundo esta fonte.

Os incidente ocorreu por volta das 06:50 (02:50, no horário de Brasília) da manhã, quando dois agentes da polícia regional de transportes patrulhavam na hora do rush a Gare du Nord, que liga Paris a Londres, Bruxelas e Amsterdã de trem, além de parte dos subúrbios.

O "atacante, que tinha uma faca e claramente queria (...) feri-los, matá-los, ameaçá-los", disse o ministro do Interior, Gérald Darmanin, durante uma visita a Montpellier (sul).

Os agentes usaram suas armas regulatórias "para neutralizá-lo e obviamente esse agressor morreu", acrescentou Darmanin à imprensa.

Um jornalista dos canais públicos France Télévisions, presente na estação no momento dos acontecimentos, postou um vídeo nas redes sociais, no qual se ouvem dois tiros.

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O agressor era "a priori alguém conhecido da polícia por vagar pela estação", disse o ministro dos Transportes, Jean-Baptiste Djebbari, à rádio RMC.

Segundo uma fonte policial, o homem, nascido em 1991, não tinha ficha criminal.

No início da manhã de segunda-feira, a suspeita de um ataque terrorista foi descartada. A Promotoria Nacional Antiterrorista indicou que não se encarregou da investigação.

Em comunicado, a Alliance, um dos principais sindicatos policiais, qualificou o agressor como um "terrorista antipolicial" e considerou que o atentado mostra "mais uma vez" o risco que os agentes correm na sua missão diária.

Nos últimos meses, vários policiais foram alvo de ataques com armas brancas. Em novembro, um argelino esfaqueou dois policiais em Cannes (sudeste), que não tiveram ferimentos devido a seus coletes à prova de balas.

O ataque ocorre em meio a campanha para as eleições presidenciais de abril. Rivais de direita e extrema-direita do presidente liberal, Emmanuel Macron, que ainda não anunciou sua tão esperada candidatura, frequentemente atacam o que consideram insegurança na França.

A Justiça acatou a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) contra três policiais civis acusados de matar João Pedro de Mattos Pinto, de 14 anos, durante uma operação no Complexo do Salgueiro, no Rio, em 2020. Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister são réus por homicídio duplamente qualificado. Também serão processados por fraude processual, por supostamente tentar alterar a cena do crime.

A decisão determina que os policiais sejam suspensos do exercício da função pública e também os proíbe de frequentar as dependências da Polícia Civil. Os três responderão ao processo em liberdade.

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O crime aconteceu na noite do dia 18 de maio de 2020, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, durante uma operação conjunta das polícias Civil e Federal. O objetivo da operação seria cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra criminosos. João Pedro estava dentro de casa quando foi atingido por um tiro de fuzil nas costas.

"Em total menoscabo (desprezo) pelas vidas dos moradores inocentes da localidade de Itaoca, adentraram no terreno e alvejaram, sem nenhum motivo justificador, a residência em cujo interior se encontravam seis jovens desarmados, vindo a atingir e matar a vítima", diz um trecho da denúncia.

Policiais plantaram pistola e dispararam contra portão para simular tiroteio, diz denúncia do MP do Rio

Ainda segundo a denúncia, enquanto aguardavam a chegada dos peritos, os três policiais alteraram o local do crime, com o objetivo de forjar uma cena de confronto com criminosos. Eles plantaram no local diversos explosivos e uma pistola Glock, de calibre nove milímetros. Além disso, fizeram disparos de arma de fogo no portão da garagem da casa, para fazer crer que tinham sido recebidos a tiros.

Para o MPRJ, o crime foi cometido por motivo torpe, porque os policiais presumiram que havia criminosos na casa de João Pedro. Além disso, entraram de surpresa no terreno e tinham "ampla superioridade de meios e recursos", dificultando a defesa da vítima.

Procurada pela reportagem, a Polícia Civil não quis se manifestar. O Estadão não conseguiu localizar advogados dos policiais.

Dois policiais alemães foram mortos a tiros nesta segunda-feira (31) em um bloqueio de estrada, de acordo com a polícia que anunciou uma grande operação de busca pelos suspeitos no sudoeste.

Os dois policiais, um homem de 29 anos e uma mulher de 24 anos, foram mortos durante uma verificação de rotina às 04h20(locais) da manhã perto da cidade de Kusel, não muito longe de Kaiserslautern, cidade do estado regional de Renânia-Palatinado.

O crime causou comoção e a ministra do Interior, Nancy Faeser, se referiu a uma "execução".

"Independentemente do motivo: este crime assemelha-se a uma execução e mostra que a polícia arrisca a vida todos os dias por nossa segurança", acrescentou.

A polícia de Kaiserslautern disse que desconhecia as motivações dos agressores e pediu aos motoristas que não pegassem carona.

"Nenhuma descrição dos autores ou do veículo usado para a fuga" dos suspeitos foi estabelecida, disse a polícia de Kaiserslautern. Também não se sabe para que direção os assaltantes fugiram.

Segundo o site do jornal Bild, os policiais conseguiram enviar uma mensagem de rádio antes de serem mortos, indicando que haviam parado um veículo suspeito que carregava uma presa de caça no porta-malas.

"Os colegas informaram que tiros foram disparados", disse um porta-voz da polícia do Palatinado Ocidental, Bernhard Christian Erfort, à Welt.TV.

"Depois, perdemos o contato por rádio [...] As forças de intervenção chegaram então ao local e encontraram os colegas, um ferido e outro morto", acrescentou, sem confirmar as informações sobre possíveis caçadores.

A jovem policial nem teve tempo de sacar sua arma, disse o Bild, citando fontes próximas à investigação. O outro agente disparou vários tiros antes de ser atingido. Pouco depois ele morreu.

Dois policiais de Los Angeles foram demitidos por ignorarem um pedido de reforços para lidar com um assalto em um shopping da Califórnia, preferindo ir caçar pokémons.

Os policiais Luis Lozano e Eric Mitchell dispensaram os chamados de patrulhas que tentavam controlar um assalto em uma loja. Ao invés disso, optaram por procurar duas figuras virtuais do videogame Pokémon Go, de acordo com documentos judiciais divulgados na semana passada.

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O sistema de comunicação da patrulha gravou as conversas dos dois oficiais, que comentaram sobre o súbito aparecimento de um "Snorlax" - um personagem virtual do universo Pokémon raro de se capturar.

"Por aproximadamente mais 20 minutos, o sistema de gravação capturou [os policiais] discutindo sobre Pokémon enquanto eles dirigiam para diferentes lugares onde criaturas virtuais apareciam para eles em seus dispositivos móveis", diz o documento.

"Enquanto eles estavam indo para o local do Snorlax, o policial Mitchell avisa o policial Lozano que 'um Togetic acabou de aparecer'", acrescenta.

Os policiais capturaram o Snorlax e seguiram a outra criatura virtual. "Essa coisa está me derrotando", disse Mitchell, referindo-se ao "Togetic", de acordo com os documentos.

O caso ocorreu em abril de 2017. Os policiais foram acusados de má conduta por, entre outros, não atender ao pedido de suporte, jogar Pokémon Go em patrulha e dar declarações falsas sobre o caso.

Os policiais admitiram ter ignorado o pedido de reforços, mas negaram que estivessem jogando Pokémon Go.

Eles argumentaram, em vez disso, que estavam somente falando sobre o jogo e desafiaram a cidade de Los Angeles pelas demissões.

O tribunal de apelações refutou suas explicações e manteve a decisão.

Pokémon Go consiste em localizar e capturar criaturas deste universo que aparecem virtualmente em lugares reais, visíveis apenas através de celulares.

O videogame causou sensação em meados da década de 2010, lançando milhões de pessoas, telefones na mão, à caça de figuras fantásticas.

A popularidade do jogo foi tanta que os caçadores de pokémon foram responsabilizados por acidentes de trânsito e até por uma passagem ilegal de fronteira.

O pai da adolescente que morreu ao ser atingida por uma bala perdida durante uma operação policial em uma loja na Califórnia pediu nesta terça-feira (28) que os policiais envolvidos sejam condenados à prisão.

"Tudo o que eu quero é justiça para a minha filha", disse Juan Pablo Orellana, pai de Valentina Orellana-Peralta. "Não irei descansar até que todos esses criminosos estejam na prisão, todos. Um por um, eles vão cair, eu prometi à minha filha", declarou em coletiva de imprensa no departamento de polícia de Los Angeles.

A jovem chilena de 14 anos morreu em 23 de dezembro, numa loja de departamentos em North Hollywood, perto de Los Angeles, onde havia ido com sua mãe comprar roupas para o Natal.

"Estávamos juntas em um provador. Ouvimos gritos, nos sentamos abraçadas e rezando, quando algo atingiu minha filha Valentina e nos jogou no chão", contou Soledad Peralta, mãe da menina.

Chorando e fazendo uma pausa entre as frases, Peralta leu um breve comunicado. "Ela morreu em meus braços. Não pude fazer nada!", exclamou. “Ver uma filha morrer em seus braços é uma das maiores e mais profundas dores que se pode imaginar”, disse.

Os pais, acompanhados por advogados, exigiram uma "investigação transparente" do ocorrido. Nesta segunda-feira, o chefe do departamento policial, Michael Moore, afirmou que o caso será investigado e ordenou a divulgação das imagens do incidente, quando os policiais foram à loja em resposta a um chamado por um ataque.

A gravação mostra o agressor atacando várias pessoas, antes de golpear uma mulher repetidamente com uma corrente de bicicleta. As filmagens das câmeras corporais dos policiais mostram agentes sacando e apontando suas armas ao chegarem ao local. Segundos depois de localizar o suspeito, um deles atira. O suspeito cai no chão e é algemado.

É possível ver que um dos disparos atinge a parede externa do provador onde Valentina estava escondida com a mãe. O pai de Valentina descreveu a ação do policial que atirou como "negligente". "Fomos destruídos como família", declarou.

Dois policiais de Londres foram condenados nesta segunda-feira (6) a dois anos e nove meses de prisão por terem feito e compartilhado, através do WhatsApp, imagens de duas irmãs assassinadas.

Deniz Jaffer e Jamie Lewis eram os policiais encarregados de guardar a área onde foram encontrados os corpos de Bibaa Henry, de 46 anos, e Nicole Smallman, de 27, que foram esfaqueadas em junho de 2020 em Wembley Park, a noroeste de Londres.

No entanto, os dois policiais, de 47 e 33 anos, respectivamente, atravessaram o cordão de isolamento para fotografar os corpos. Jaffer fez quatro fotos e Lewis, duas, que depois foram difundidas pelo WhatsApp. Um dos policiais chegou a enviar para uma colega uma fotomontagem dos corpos com o rosto de um dos oficiais.

A mãe das vítimas qualificou os policiais, que estão afastados de suas funções desde 22 de junho de 2020, de "desprezíveis". "Estes agentes aumentam a dor de nossa família", afirmou.

Durante o anúncio da pena nesta segunda em Londres, o juiz Mark Lucraft denunciou o comportamento dos policiais, que classificou de "espantoso e inexplicável".

A família das vítimas ressaltou a "vergonha" que representa esse comportamento, e a polícia se mostrou "horrorizada pela atitude vergonhosa" dos oficiais.

Contudo, a atitude dos dois agentes não foi a única falta grave que a polícia cometeu durante a investigação do caso.

Em meados de outubro, O Gabinete Independente para a Conduta Policial (IOPC, na sigla em inglês) revelou os erros cometidos e qualificou de "inaceitável" a atitude da Polícia Metropolitana de Londres (MET, que também é conhecida como Scotland Yard) em face do desaparecimento das duas irmãs.

Os parentes das vítimas tinham alertado para o desaparecimento das duas irmãs depois da comemoração do aniversário da mais velha, em 5 de junho, em Wembley Park. No entanto, os erros da polícia no tratamento da informação levaram ao arquivamento das investigações. Finalmente, foram os próprios familiares que encontraram os corpos em 7 de junho.

Danyal Hussein, um homem de 19 anos, foi condenado à prisão perpétua, com um mínimo de 35 anos de reclusão, pelo "assassinato brutal" das duas irmãs.

O Tribunal Penal Superior considerou que Hussein havia iniciado uma "campanha de vingança" contra mulheres escolhidas a esmo.

A polícia encontrou em seu apartamento um manuscrito firmado com sangue no qual ele prometia a uma entidade satânica que mataria seis mulheres a cada seis meses, em troca de riqueza.

Depois dos professores e dos profissionais de saúde, a prefeitura de Nova York obrigará policiais, bombeiros e demais trabalhadores municipais a tomar a vacina contra a Covid-19, anunciou o prefeito Bill de Blasio.

"A obrigação entrará em vigor em 1º de novembro para todas as forças de trabalho da cidade, entre elas a polícia, os bombeiros e os garis", informa um comunicado divulgado pelo município, que iniciará "imediatamente negociações de impacto com os sindicatos afetados".

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A única exceção à medida é a categoria de vigilantes penitenciários, para os quais a obrigatoriedade foi adiada até 1º de dezembro devido à falta de agentes na prisão de Rikers Island, onde o agravamento das condições de detenção foi denunciado repetidamente nas últimas semanas.

Para incentivar a vacinação, o município promete pagar 500 dólares aos que receberem a primeira dose até 29 de outubro. A partir desta data, os relutantes deixarão de receber o salário "até que apresentem o comprovante de vacinação aos superiores hierárquicos", explica.

Ao menos 71% dos 160.000 funcionários da cidade já receberam ao menos uma dose da vacina, o que significa que 46.000 pessoas não foram imunizadas.

Até agora, a obrigação afetava apenas algumas profissões mais expostas ao público, como professores e profissionais da saúde. As demais tinham a opção de apresentar um teste negativo a cada semana para poder trabalhar.

Muito afetada pela pandemia em 2020, Nova York já exige o certificado de vacinação para muitas atividades em locais fechados, como restaurantes, cinemas, teatros e academias.

Mais de 34.000 pessoas morreram de covid-19 na cidade de mais de oito milhões de habitantes.

A Justiça do Rio acatou denúncia do Ministério Público e tornou réus dois policiais civis que participaram da ação na favela do Jacarezinho, na zona norte carioca, que resultou na morte de 27 pessoas. O policial Douglas de Lucena Peixoto Siqueira irá responder pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual. Anderson Silveira Pereira tornou-se réu por fraude processual.

A decisão é da juíza Elizabeth Louro, da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. A magistrada também determinou que eles sejam afastados de todas as atividades externas, não tenham contato com testemunhas ou moradores da favela, e também não tenham acesso a qualquer unidade da Polícia Civil ou Militar do entorno do Jacarezinho.

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"Isso porque - pelo que consta dos autos e dada a gravidade dos fatos sob análise - os apontados agentes não estariam aptos a figurarem em operações policiais externas, sob pena de pôr em risco a ordem pública. Ademais, eventual contato dos ora denunciados com as testemunhas até então identificadas poderia vir a influenciar no deslinde da instrução criminal, pelo que me encontro convencida de que a adoção de tais medidas cautelares é, por ora, a decisão que se impõe in casu", escreveu a juíza. O Estadão tenta contato com a defesa dos acusados.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (19) o Projeto de Lei 5391/20, que prevê a colocação em regime disciplinar diferenciado de condenados por crime de assassinato de policiais ou militares no exercício da função ou em decorrência dela. A matéria será enviada ao Senado.

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A medida consta de substitutivo do relator, deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG), e vale também para os crimes praticados ou tentados, inclusive contra cônjuge ou parente consanguíneo até o terceiro grau e em razão dessa condição. A regra se aplica mesmo aos presos provisórios (pegos em flagrante, por exemplo). A pena qualificada para esse tipo de crime é de reclusão de 12 a 30 anos.

De autoria dos deputados Carlos Jordy (PSL-RJ), Capitão Augusto (PL-SP) e Daniel Silveira (PSL-RJ), o projeto determina ainda o recolhimento desses presos preferencialmente em presídio federal.

Caso a decisão seja tomada nesse sentido, o juiz da execução ou da decretação da prisão provisória deverá solicitar ao Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça a reserva de vaga em estabelecimento federal.

Quando o preso estiver em presídio federal, sempre que possível as audiências serão realizadas por meio de videoconferência.

O regime disciplinar diferenciado se caracteriza por cela individual, visitas restritas, fiscalização de correspondência, menos saídas da cela e duração máxima de até dois anos.

“Estamos buscando tratamento mais rigoroso para os condenados ou praticantes de crimes hediondos e temos segurança de que este projeto merece ser aprovado”, afirmou Subtenente Gonzaga.

Para Jordy, o recolhimento do preso por esses crimes a presídio federal não terá preferência sobre outros do crime organizado. “Isso fará que tenham uma prisão amarga, dura e fiquem afastados do crime organizado, onde se tornam líderes”, ponderou.

Parlamentares de oposição, no entanto, criticaram a medida. “A possibilidade de colapsar o sistema de presídios federais é efetiva”, disse a líder do Psol, deputada Talíria Petrone (RJ). “Os presídios deste porte foram criados para retirar chefes de facções de seus territórios. Ao aprovarmos esta matéria, estamos incorrendo em graves riscos porque não sabemos qual será o fluxo de transferência.”

Crime reiterado

Além do assassinato de policiais, considerado crime hediondo, o preso provisório ou condenado ficará em regime disciplinar diferenciado se tiver praticado de forma reiterada qualquer outro crime hediondo ou equiparado, ou crime com violência à pessoa ou grave ameaça.

O texto considera reiteração uma segunda condenação, mesmo sem ser definitiva (trânsito em julgado).

Constitucionalidade

Embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha decidido, em 2006, que é inconstitucional a proibição de progressão de regime de cumprimento de pena (de fechado para semiaberto, por exemplo) para crimes hediondos, não há uma jurisprudência superior sobre a progressão para o preso em regime disciplinar diferenciado.

Sobre o tema, o relator incluiu no substitutivo que, durante o tempo de cumprimento da pena sob esse regime, o preso não poderá progredir de regime ou obter o livramento condicional.

Decisão liminar

De acordo com o texto aprovado, o juiz decidirá em liminar sobre o requerimento de inclusão de preso em regime disciplinar diferenciado. A decisão final será em 15 dias após a manifestação do Ministério Público e da defesa.

Atualmente, a Lei de Execução Penal prevê que a decisão do juiz dependerá de manifestação do Ministério Público e da defesa nesse mesmo prazo, mas não permite decisão liminar.

Se não houver manifestação dentro do prazo, isso não deverá impedir a decisão do juiz.

Da Agência Câmara de Notícias

 

A Polícia Civil investiga um ataque a uma joalheria e a dois mercados, em Jarinu, cidade a 75 km de São Paulo, na madrugada desta terça-feira (13).

De acordo com a Polícia Militar (PM), homens fortemente armados com fuzis e explosivos se espalharam em vários pontos da cidade.

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Durante a ação, eles explodiram uma empresa de joias acarretando danos materiais. Houve troca de tiros entre a PM e os bandidos, que conseguiram fugir. Ninguém ficou ferido.

O barulho de tiros e explosões foi ouvido na pequena cidade de 30 mil habitantes. Equipes do Grupo de Ações Táticas, Grupo de Operações Especiais e da Delegacia de Investigações Gerais de Jundiaí ainda estão no local, assim como a perícia.

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