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Os memes são desenhos ou imagens com frases engraçadas ou bizarras. Entre esses, existe o meme depressivo, que pode influenciar pessoas vulneráveis psicologicamente. Cada vez mais, hoje, jovens frequentam as redes sociais em busca de alternativas para expressar seus sentimentos, e uma delas é o compartilhamento de memes depressivos.

Os memes realmente dão sinais? Talvez sim. Segundo a psicanalista Elizabeth Levy, docente do curso de Psicologia na UNAMA - Universidade da Amazônia, pode ser que esse jovem que compartilha memes esteja em um processo autodestrutivo, com ideias suicidas, se identificado com situações de morte ou até mesmo ter tido uma perda e desilusão grande, e os memes vêm apenas para influenciar.

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“Tem memes que me representam em determinadas situações”, relata Fabrício Malcher, internauta que compartilha essas imagens.

O que para alguns pode ser apenas brincadeira, para profissional da área, tanto de saúde mental quanto áreas afins, é uma preocupação muito grande. De acordo com a psicanalista, que tem trabalhado com temáticas voltadas ao comportamento nas redes sociais e os sofrimentos psíquicos, as pessoas escondem seus problemas reais na internet. Crianças que são extremamente inibidas acabam fazendo amigos crianças, jovens e até adultos. No caso dos adolescentes, o “melhor amigo” é o Youtube. Para a psicóloga, eles se esquecem de ter uma vida social e desconsideram a importância das relações. 

“Os pais devem estar sempre muito perto dos filhos, em diálogos, momentos de sentar na mesa e brincar. Se os pais tiverem um bom relacionamento com o jovem, dificilmente ele entrará em quadros depressivos, e se entrar, que esses pais possam ajudar nisso. Por que será que meu filho está trancado horas e horas no quarto? Com quem ele está falando? O que ele está fazendo? Quais são as relações dele e pelo que ele se interessa? Então tem que se aproximar. Além dos pais, a escola também é uma via de saber o que está acontecendo. Essas coisas que dizem 'porque quem quer se matar não diz', diz sim. Ou através de palavras ou de sinais e às vezes não queremos ver”, alerta a professora.

Segundo a professora, as redes sociais são muito interessantes também positivamente. "Deve-se ter campanhas educativas em relação à saúde mental dos jovens, adolescentes e crianças, alertando para o uso abusivo indiscriminado de memes, para que todos fiquem atentos a esse fenômeno que está acontecendo hoje", diz Elizabeth. "Ademais, os pais e responsáveis podem pedir ajuda psicológica. Psicólogos e até psiquiatras podem dar suporte em psicoterapia e avaliação para medicação."

A UNAMA, informa a professora, oferece atendimento gratuito no sreviço de Plantão Psicológico. São até dois encontros. Depois, a pessoa pode ser encaminhada para a psicoterapia por R$ 10,00 a sessão, na própria Clínica de Psicologia da UNAMA. Elizabeth ressalta que jovem, adolescente ou criança em situação de risco deve procurar ajuda.

Com reportagem de Quezia Dias.

 

 

Nesta terça-feira (27) é comemorado do Dia Nacional do Psicólogo, um especialista da saúde responsável por estudar os comportamentos do seres humanos. No cinema, são muitos os filmes que trazem esses profissionais em tramas de tirar o fôlego. Por isso, o LeiaJá separou cinco filmes, cujos protagonistas apresentam o universo da psicologia.

Em "Um Método Perigoso" (2011), dirigido por David Cronenberg, Freud (Viggo Mortensen) e Jung (Michael Fassbender) tratam a paciente Sabina Spielrein (Keira Knightley), uma jovem de 18 anos internada em Hospital Psiquiátrico de Burgholzi. Na trama, Jung e Sabina passam a ter uma relação que vai muito além de psicólogo e paciente.

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Na obra "Experimento de Aprisionamento de Stanford" (2015), o professor de psicologia Philip Zimbardo (Billy Crudup) tenta provar, por meio de um experimento, que os traços de personalidades dos homens são a principal causa do comportamento abusivo entre eles. O filme é dirigido por Kyle Patrick Alvarez.

No longa "O Sexto Sentido" (1999), dirigido por M. Night Shyamalan, o psicólogo Malcolm Crowe (Bruce Willis) perdeu um de seus pacientes que tirou a própria vida. Após um ano da tragédia, o médico conhece o garotinho Cole Sear (Haley Joel Osment), que apresenta as mesmas características de seu antigo paciente.

Em "O Psicólogo" (2009), dirigido por Jonas Pate, o psicólogo Henry Carter (Kevin Spacey) é um profissional que atende grandes atores de Hollywood. Após alguns acontecimentos em sua vida, Carter torna-se um maconheiro crônico. Isso o leva a não acreditar que possa continuar ajudando seus pacientes.

Já em "Gênio Indomável" (1997), vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Roteiro Original, o psicólogo Sean Maguire (Robin Williams) acompanha o caso do gênio matemático Will Hunting (Matt Damon), que é prso após se envolver em algumas encrencas. Por determinação legal, o jovem precisa fazer terapia e, depois de rejeitar todos os profissionais, se identifica com Sean. A obra é dirigida por Gus Van Sant.

Há pessoas que não têm medo de gastar o que têm no bolso. Seja em dinheiro ou cartão, passar umas horas no shopping, enchendo tantas sacolas quantas puder carregar, é às vezes a única coisa que ajuda a esquecer um problema estressante ou uma forma de fugir da pressão do trabalho ou da família. Oniomania é o nome dado à compra compulsiva, um mal que atinge milhares de brasileiros, principalmente mulheres, e que pode acabar se tornando uma doença.

Segundo Alessandro Bacchini, doutor em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e coordenador do curso de Psicologia da UNAMA - Universidade da Amazônia, o ato de compra descontrolada é reflexo principalmente de alguma frustração pessoal, relacionada à família ou ao trabalho, e à pressão social agravada pela sociedade capitalista do velho lema “dinheiro é poder”.

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“É uma paixão, num sentido de algum excesso, que vem para ocupar o lugar de alguma falta, de algo que uma pessoa não consegue suportar, e acaba tendo esse ato de comprar numa tentativa de obturar”, afirma o psicólogo. Segundo ele, dois dos principais fatores condicionantes para a oniomania são o tempo pessoal e a sociedade consumista. “Temos pouco tempo para ficar com as pessoas que estão no campo dos afetos que a gente nomeia como amor. Estamos substituindo a mera satisfação de algumas necessidades, de algumas pulsões, e deixando de lado o trabalho todo que dá ao longo do tempo para que a gente se pergunte em relação ao que nós desejamos de fato", afirma.

Outro fator determinante, segundo o psicólogo, é a sociedade baseada em consumo. "A relação de poder e produção econômica gira muito mais em torno de um mercado especulativo do que, por exemplo, um mercado fabril, como era no século XVIII”, diz Bacchini.

Além da possibilidade de superendividamento, que já é a realidade de grande parte da população brasileira, a oniomania pode levar a conflitos familiares (quando estes já não são os fatores de origem) e a tendências depressivas. O indivíduo que apresenta esse quadro pode acabar sofrendo de ansiedade após a compra, ou seja, o arrependimento que ocorre logo depois de chegar em casa e o medo de sequer olhar para as sacolas.

São muitos os motivos que levam uma pessoa a chegar nesse estado. Alessandro Bacchini explica que o trabalho do psicólogo entra como um auxílio de reposicionamento em relação a esse mal-estar, ao que a pessoa teve de abandonar em relação às suas satisfações e desejos. Segundo o psicólogo, a oniomania pode parecer só uma coisa qualquer, mas, como qualquer vício, é uma doença que destrói a estabilidade psicológica de uma pessoa e exige tratamento.

Liandra Diaz, maquiadora e auxiliar de promoção de eventos, tem uma rotina bem puxada e admite que só acaba com o estresse acumulado depois de comprar alguma coisa. “A minha rotina é tão cheia que só o que faço em casa é dormir. Nem tempo pra gastar dinheiro eu tenho, mas todas as minhas folgas eu passo no shopping. O problema é que depois eu fico morrendo de saudade do meu dinheirinho suado”, relata.

Por Afonso Serejo.

Diferente do que muitos pensam, ter uma vida saudável não é só estar livre de doenças, mas estar em equilíbrio com o bem-estar físico, mental e social.

Na psicologia esta definição do que saúde é muito válida. Segundo a psicóloga Vanessa Menon Oliveira Fonseca, é comum que a sociedade não valorize as doenças emocionais como prejudiciais à saúde. Aqueles que sofrem doenças físicas, caso tenham um bom controle de sintomas, são considerados mais saudáveis do que grande parte da população. "A saúde na psicologia é um resultado do equilíbrio entre o indivíduo e o meio no qual ele está inserido", explica.

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Do ponto de vista jurídico e também sociológico, a saúde é um direito do cidadão. Ela está relacionada a uma existência digna e com boa qualidade de vida para que todos possam viver em condições necessárias. "A saúde é mais ampla do que apenas o acesso a tratamentos. O Artigo 196 da Constituição diz que a saúde é direito de todos e dever do estado", ressalta o sociólogo, advogado e professor da Univeritas/UNG Guilherme Amaral.

Na medicina, a definição de saúde também é muito abrangente. Estar fisicamente bem, sem doenças é apenas um dos pilares. "Além de cuidar do corpo, os cuidados com a mente são fundamentais. O bem-estar social completa o tripé da saúde", afirma o clinico geral Flauber Santos Filho.

Segundo o médico, mesmo com a prevenção das doenças, alguns problemas podem surgir. "Para ter bem-estar físico, precisamos cuidar do nosso corpo por meio da alimentação, bons hábitos, atividades físicas, cuidar do sono, ou seja, prevenir problemas é a principal atitude", conclui.

O Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) anunciou a abertura de inscrições para mestrado e doutorado com ingresso no próximo ano. As inscrições poderão ser realizadas de 1º a 16 de agosto, presencialmente, na secretaria do programa. 

O curso de mestrado será contemplado com 27 vagas enquanto o de doutorado terá 12 estudantes, além de outras duas vagas direcionadas a servidores da UFPE. As vagas são para as linhas de pesquisa “Processos Básicos em Psicologia e Neurociências”, “Processos Sociointerativos e Desenvolvimento Humano” e “Processos Psicossociais, Poder e Práticas Coletivas”. A previsão é que o resultado seja divulgado no dia 7 de setembro.

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A secretaria do Programa de Pós-Graduação em Psicologia está localizada no Departamento de Psicologia, no sétimo andar do CFCH, na Avenida Professor Moraes Rego, 1235, no bairro da Cidade Universitária, no Campus Recife. Outras informações podem ser obtidas através do telefone (81) 2126-8000 e através do edital do processo, disponível no Boletim Oficial da UFPE.

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A Universidade da Amazônia-UNAMA realizou nessa quinta-feira (25) uma oficina de cores dentro do projeto Capacita que são cursos gratuitos disponibilizados pela Universidade aberto ao público. O objetivo do curso é para que as pessoas que estudam ou trabalham no segmento de criação aprendam a teoria e a psicologia das cores.

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A coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo e Design de Interiores Dula Lima contou que as cores é uma ferramenta, um instrumento e uma elemento de composição muito importante para as pessoas que trabalham nesse segmento. “Aprender as harmonias cromáticas, aprender como você pode tirar proveito psicológico da cor no ambiente, qual a cor mais adequada para o ambiente hospitalar, ambiente residencial, qual a paleta de cor que se identifica mais com você. São informações preciosas para quem projeta nesse universo criativo para usar como elemento de composição”, Explicou.

O aluno de Arquitetura e Urbanismo Heliwelton Carvalho participou da oficina e disse que o curso agregou muito para carreira que está seguindo e que a parte prática foi uma experiência boa. “Tivemos a parte prática que foi fazer as cores, ver o que são cores primárias e depois misturar, depois as cores secundárias e terciárias e na terciária e fizemos as complementares e o nosso circulo cromático”, contou.

Eleonora Queiroz estudante de Arquitetura e Urbanismo disseram que o curso trouxe uma oportunidade para o aprimoramento dos seus conhecimentos e que o tema da oficina é importante para quem vai trabalhar na arquitetura e no design.

Por Brenna Pardal

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“Novas perspectivas e desafios em Psicologia” é o tema da I Semana de Psicologia, organizada pela UNAMA – Universidade da Amazônia, unidade Parque Shopping, no período de 10 a 14 de junho, das 19 às 21h30, no auditório da instituição. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas em extensao.unama.br.

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Assuntos como “Psicologia do esporte”, “Psicologia jurídica e sistema prisional”, “Saúde mental no trabalho e no hospital”, “Psicologia do amor”, “Psicopatia em uma visão interdisciplinar” e “Bullying e transtornos alimentares” serão discutidos em palestras durante a programação.

Segundo Ana França, professora e coordenadora do curso de Psicologia da UNAMA Parque Shopping, o evento tem como objetivo atualizar estudantes e futuros estudantes sobre questões emergentes, atuais e não tradicionais da Psicologia. “Em comemoração ao Dia dos Namorados (12), farei uma abordagem psicológica do amor, explicando sobre a teoria triangular do amor e mostrando o que acontece fisiologicamente com o corpo quando se está apaixonado”, contou a professora.

“Esperamos que tenha uma participação maciça na Semana de Psicologia, dos alunos da UNAMA, de universitários vindo de outras instituições e de pessoas que estão interessadas em fazer o curso de Psicologia – seja porque estão cursando o ensino médio ou porque têm vontade de entrar em uma segunda graduação”, afirmou Ana França.

Este ano, a UNAMA Parque Shopping deu início ao primeiro curso de Língua Brasileira de Sinais (Libras) para Psicologia no Pará, qualificando profissionais e promovendo inclusão social e acessibilidade de pessoas surdas. O encerramento foi na praça de alimentação do Parque Shopping, na quinta-feira (5).

Por Ana Luiza Imbelloni.

 

Considerada uma epidemia global pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a obesidade infantil já atinge cerca de 40 milhões de crianças de 0 a 5 anos tanto nos países desenvolvidos como nos mais pobres. Além de outros quatro países do continente americano, o Brasil está entre as dez nações nas quais crianças e adolescentes sofrem com a  situação de sobrepeso. Dados do Ministério da Saúde mostram que 12,9% das crianças brasileiras de 5 a 9 anos são obesas.

Os números vão além. Uma projeção da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que em 2025 o número de crianças obesas no planeta poderá chegar a 75 milhões. A nutricionista Vanessa Novais Mazetto atribui o aumento considerável do número de crianças obesas aos maus hábitos alimentares não só em casa como também nas escolas. "O lanche escolar não pode ser visto apenas como um 'lanchinho', pois as crianças fazem essa refeição no mínimo 200 vezes ao ano", comenta.

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A nutricionista ainda alerta para a ingestão elevada de açúcar e produtos industrializados presentes da alimentação escolar. "[algumas escolas] Servem sucos de caixinha, refrigerantes, produtos com grande quantidade de açúcar, além das crianças estarem expostas às frituras, como coxinhas e outros salgados. Poucos pais se importam em colocar salada no prato ou frutas nas lancheiras".

A preocupação dos especialistas em nutrição também está nas doenças que, até pouco tempo, eram desenvolvidas em menor número durante a infância ou a adolescência. Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) enfatiza que, no estado fluminense, entre crianças obesas de 5 a 14 anos, 26% delas apresentaram acúmulo de gordura no fígado.

Para uma dieta saudável, a nutricionista Vanessa orienta que os pais devem se empenhar na reparação alimentar dos filhos. "Eles devem trazer a alimentação das crianças para o mais natural possível, incluindo frutas, verduras, vegetais, aumentar o consumo de água, diminuir o consumo alimentos industrializados, como os embutidos. Isso traz a reeducação alimentar não só das crianças como dos pais também", diz.

Não são apenas profissionais da nutrição que estão alarmados com os números da obesidade infantil. A psicóloga Sandra Regina Lustosa Tambara reconhece que o papel dos profissionais da saúde mental é fundamental, pois a doença está no grupo dos transtornos alimentares que se associam a transtornos mentais. "Nos casos de obesidade, vemos associações com ansiedade, depressão e, quando temos o oposto, como a anorexia, também consideramos um distúrbio alimentar, ligado a um distúrbio mental", comenta.

Para Sandra, grande parte dos problemas seriam resolvidos se pais e médicos deixassem de tratar a psicologia como um tabu. "O trabalho psicológico é totalmente preventivo para que a pessoa não chegue a fase adulta com problemas de insegurança. Muitas vezes, os pais não querem admitir que levam seus filhos ao psicólogo por achar que é algum problema com eles ou com a família."

A autoestima também passa a ser um problema para as crianças que estão acima do peso. "A autoestima é a estrutura da capacidade de lidar com as frustrações e uma criança com autoestima baixa, não se amando, não se sentindo forte e saudável pode levar isso para a vida adulta", diz Sandra. "O transtorno ainda pode permanecer no inconsciente e atrapalhar no enfrentamento de obstáculos futuros. Esta fragilidade fica na personalidade e isso é preocupante, pois queremos ter jovens que encarem desafios na vida”, declara.

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Alunos de Psicologia da faculdade UNINASSAU, em Belém, criaram uma cartilha educativa com o objetivo de conscientizar e alertar pais e crianças contra o abuso sexual infantil. A cartilha foi distribuída em evento no domingo (19), no Parque Estadual do Utinga, na capital paraense, com uma peça teatral.

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A ideia da criação da cartilha partiu da professora Rose Daise Melo do Nascimento, da disciplina Tópicos Integradores. O trabalho teve como propósito fazer uma intervenção relacionada ao abuso sexual infantil.

Os alunos elaboraram um conteúdo com base na fauna paraense. O texto da cartilha foi feito pelas alunas Alessandra da Costa e Daniela Vivam, que criaram personagens desenhados por Renam Wendel.

Segundo a aluna Alessandra da Costa, a aceitação da cartilha foi de 100% e superou todas as expectativas da turma. Segundo ela, a única dificuldade foi financeira. O custo da impressão inviabilizou a produção de uma tiragem expressiva, observou.

Para Alessandra, idealizadora do projeto, a cartilha é de grande importância para a sociedade. “É necessário que tenhamos consciência de que a violência pode estar inserida no espaço doméstico, familiar e escolar. Dessa forma, a cartilha vai servir de instrumento de vigilância e na disseminação da informação a fim de contribuir com a orientação das ações na sociedade”, ressaltou a estudante.   

A atividade fez parte da programação em alusão ao Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças, 18 de maio. “Essa iniciativa é importante não só por ser pensada e organizada pelos estudantes, mas para mostrar que estamos preocupados enquanto participe dessa comunidade. É necessário incentivar as ações de políticas públicas e motivar as intervenções psicológicas porque essa violência pode desestruturar emocionalmente todo um ambiente familiar e deixar marcas nas vítimas sem dimensões”, finalizou o coordenador do curso de Psicologia da UNINASSAU Belém, Alex Miranda.

 

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A Pseudociese, ou gravidez psicológica como é popularmente conhecida, é algo que pode ser desenvolvido em uma a cada 10 mil gestações no mundo. Mesmo sendo algo raro, o desenvolvimento dessa gravidez está muito ligado a dois extremos: quando a mulher quer muito ter um filho, por diversos aspectos e até pressões sociais, ou quando ela tem a gestação como um terror de sua vida.

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A medicina aponta que esse desejo de ter filhos, frequentemente aliado ao medo, pode provocar alterações psicossomáticas de intensidades variadas. De acordo com o psiquiatra e especialista em saúde mental da mulher, Amaury Cantilino, a somatização é quando a mulher produz no corpo alguns conflitos psicológicos, acontecendo assim uma simulação corporal do que seria a gravidez de fato.

“A barriga fica grande, tem alteração nas mamas, a menstruação para e a mulher acredita piamente que está grávida”, explica Amaury. O especialista aponta que, como os sinais clínicos de gravidez estão presentes, a mulher que está passando pela Pseudociese acaba procurando um obstetra que vai realizar o beta HCG, um exame de sangue que confirma ou não a gestação. Neste momento, o profissional tende a perceber que a gravidez “real” não existe, mas sim um fator psicológico que promoveu essas mudanças todas no corpo da mulher.

Muitas vezes a situação (de percepção da gravidez) fica tão intensa que o obstetra, mesmo com o exame (beta HCG) dando negativo, ele solicita uma ultrassom para ter 100% de certeza do que está afirmando”, confirma Cantilino.

A mestre em Saúde Materno Infantil, Eduarda Pontual, explica que não se sabe exatamente o que pode levar uma mulher a desenvolver uma gravidez psicológica. Mas reafirma que os desejos extremos de ter ou não um filho, além da pressão social de imposição do maternal para essas mulheres, realmente podem ser as principais características para o desenvolvimento da pseudociese.

“Nós podemos enquadrar a gestação psicológica como uma doença psicossomática (que tem seu princípio na mente), onde algo emocional desencadeia algo orgânico e esse emocional ativa uma parte do sistema nervoso central, como o hipotálamo, que tem ligação com a questão hormonal do útero e do ovário”, explana.

Mesmo desenvolvendo a pseudociese e sentindo enjoos frequentes, crescimento das mamas,  da barriga e até o desenvolvimento do leite, a mulher não tem alteração no útero.

Eduarda Pontual salienta que a não alteração desse órgão é uma das formas que o médico tem para a confirmação da não gestação, já que no momento em que o ginecologista realiza o “toque”, observa-se que o abdômen está dilatado, mas o útero não aumentou de tamanho.

Último caso de Pseudociese no Brasil

O último caso diagnosticado como pseudociese e amplamente divulgado pela mídia aconteceu no dia 13 de dezembro de 2013, no Hospital da Mulher em Cabo Frio, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. A paciente de 37 anos chegou a ser encaminhada para a sala de cirurgia e só quando os médicos abriram o ventre da mulher foi que descobriram que o útero estava vazio.

De acordo com reportagens da época, a paciente chegou ao hospital com um comprovante de pré-natal, dizendo que estava em trabalho de parto. O documento apresentado pela mulher mostrava que ela estaria com 41 semanas, ou seja, no limite para que o bebê nascesse. A paciente chegou a ser examinada com um estetoscópio, mas o médico não conseguiu ouvir os batimentos da criança - já que não se tratava de uma "gravidez real". Por isso no momento foi decidido pelo médico que a mulher deveria ser encaminhada para a sala de cirurgia. Só lá descobriu-se que se tratava de uma gravidez psicológica.

Amaury Cantilino ressalva que outros casos podem ter acontecido no Brasil nos últimos anos, mas muitas vezes não se é noticiado.

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A UNAMA - Universidade da Amazônia, unidade Parque Shopping, deu início ao primeiro curso de Libras para Psicologia no Pará. O objetivo é qualificar profissionais da área da Psicologia em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e ampliar o direito de acessibilidade.

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Segundo a professora Silvany Risuenho Brasil, organizadora do curso, há uma carência de profissionais da Psicologia que saibam atender adequadamente a pessoa surda utilizando a Libras como meio de instrução e comunicação. “Como sou uma das poucas psicólogas bilíngues (Libras/Português) em Belém, essa inquietação tem me instigado há um tempo. Em 2018, quando participei do 1º Congresso Nacional de Psicologia Bilíngue Libras/Português, em São Paulo, meu desejo de introduzir essa discussão, psicologia e surdez, ganhou mais força”, disse a professora.

O curso de Libras com o foco em Psicologia é pioneiro no Estado do Pará. Abrange, além do conhecimento de Libras, a abordagem de termos como “autoestima”, “comportamento”, “subjetividade”, “relação”, “trauma” etc. O curso também oferece uma introdução às discussões sobre o ser surdo, que tem um processo de construção de identidade diferente do ser ouvinte, e trata do direito da pessoa surda de receber o atendimento psicológico na sua própria língua em diferentes âmbitos – psicologias clínica, hospitalar, institucional, esportiva, no âmbito jurídico, na escola e em demais ambientes de atuação do psicólogo.

Coordenadora do curso de Psicologia da UNAMA Parque Shopping, a professora Ana França destacou que, sendo a primeira instituição a promover o curso de Libras para Psicólogos como extensão acadêmica, a UNAMA começa a suprir uma necessidade antiga de promover a verdadeira inclusão social de pessoas surdas, permitindo uma melhor comunicação entre ouvintes e não ouvintes através da língua brasileira de sinais. “Esse primeiro curso é o piloto, gratuito, está ocorrendo às quintas à noite, das 19 às 21h20, de 25/04 a 06/06. O público alvo é formado por alunos de Psicologia e psicólogos formados. Mas há também alunos de outros cursos”, informou.

Segundo o site InfoEscola, Libras é uma língua visual-espacial usada pelos surdos brasileiros. A língua de sinais foi reconhecida como oficial em 2002. Em 2005, a Libras obteve regulamentação como disciplina curricular e, em 2007, a profissão de Intérprete e tradutor foi oficializada.

 

 

O programa "Espaço e Comunidade" (TV UNG) desta semana aborda a ansiedade, transtorno presenta na vida de 9% dos brasileiros, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Questões como o por que a sociedade está tão ansiosa, o que fazer e como agir para aliviar os sintomas são alguns dos assuntos abordados na entrevista com a professora de psicologia e psicopatologia da Univeritas/UNG, Ligiana Koller Gorgonio.

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"Desigualdade social, pobreza, violência urbana, situações de trauma e estresse são alguns dos fatores que podem acarretar na ansiedade, sintomas esses que são agravados em quem mora nas grandes cidades", diz Ligiana. "Alguns estudos apontam a prevalência de fatores genéticos e até hormonais, além dos fatores ambientais", complementa.

por Valéria Campello

Confira o “Espaço e Comunidade” sobre transtorno de ansiedade:

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A cobrança social baseada no acúmulo de capital está entre os faores que podem desencadear pensamentos suicidas, entende o psicólogo Márcio Valente, mestre em Psicologia e professor da Universidade da Amazônia - UNAMA“Não importa se é bom ou ruim para nós, importa que isso gere dinheiro para que a gente possa pagar nossas contas”, observou.

No Brasil, atualmente, existe um conjunto de serviços públicos que atuam na prevenção ao suicídio. Entre as iniciativas estão o atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e nas Unidades Básicas de Saúde (saúde da família, postos e centros de saúde). No primeiro semestre do ano passado, o Ministério da Saúde liberou meio milhão de reais para ampliação do alcance do Centro de Valorização à Vida (CVV) - que atende o número de apoio 188.

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LeiaJá: O senhor acredita que as estratégias assumidas pelo Ministério da Saúde para atingir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de redução de 10% dos óbitos por suicídio até 2020 são efetivas?

Márcio Valente: A Organização Mundial da Saúde (OMS) trabalha com a noção de que a saúde se comporta ou se institui como uma lógica de pleno acesso a todos os serviços e condições de possibilidade de viver. Nesse sentido da OMS, a gente está cada vez mais doente. Num sentido bem pessoal, você tem um sujeito vivendo em um universo que diz para ele que basta se movimentar que vai vencer, ao mesmo tempo que você tem cada vez menos opções de estabilidade econômica. E esse sujeito vai enfrentar uma rede cada vez mais pobre.

LeiaJá: Quais situações podem gerar gatilhos suicidas e como lidar com estes?

Márcio Valente: A situação de morte, de perda, essas situações de vazio podem funcionar como convites à experiência do suicídio. Porém, quando eu falo isso, acabo falando de suicídios que estão muito ligados a condições socioeconômicas. No sentido de um certo adoecimento, do que nós poderíamos chamar de uma depressividade. Embora nem todo depressivo seja um suicida em potencial. Mas também existem os suicídios que vão acontecer em virtude de outros elementos.

LeiaJá: Sendo o suicídio um fenômeno complexo e multifacetado existem maneiras de identificar tendências suicídas?

Márcio Valente: Existem tentativas de suicídio que podem acontecer envolvendo outros elementos. Por exemplo, é muito comum a tentativa de suicídio em adolescentes e, às vezes, em crianças que na verdade escondem outro quadro. Escondem quadros de violências muito próximas, em algumas condições familiares. Não é a mesma coisa, não dá para falar que esse suicida é o suicida para quem a vida se torna sem saída. São razões aparentemente próximas, mas distintas. Esse jovem ou essa jovem que tenta se matar, isso aparece como uma tentativa de comunicar esse sofrimento.

LeiaJá: Segundo estudo realizado pelo Ministério da Saúde, em 2017, os homens concretizaram o ato mais do que as mulheres, correspondendo a 79% do total de óbitos registrados. Quais os fatores influenciadores dessa taxa?

Márcio Valente: Ele (o machismo) impõe a nós, homens, assim como impõe às mulher, metas e regras muito rígidas em que alguns contextos são quase inegociáveis. Aquele homem que está justamente nessa posição de desempregado há anos, não conseguindo fazer aquilo que socialmente ele aprendeu que deveria fazer que é sustentar as pessoas, apoiar as pessoas no sentido financeiro, material, ele não consegue executar essa função e isso pode, a longo prazo, conduzi-lo a um adoecimento, a uma depressão e, em alguns casos, a uma tentativa de suicídio. Há uma relação direta entre essa cultura machista, misógina, patriarcal com o suicídio dos homens, que são muito maiores do que as mulheres.

Por Weslei Lima.

 

O Brasil era o oitavo país do mundo no ranking de suicídio, em 2016. No ano passado, o suicídio tornou-se a quarta causa de morte entre homens e mulheres de 15 a 29 anos, no país. Os dados estatísticos são da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo Eduardo Oliveira Martins, psicólogo e pós-graduado em Saúde Pública, o Brasil está carente de grandes investimentos estruturais e educacionais sobre o assunto. Para Eduardo, é preciso combater o preconceito que existe contra as pessoas que têm a doença. 

A saúde mental ainda é pouco discutida, apesar da relevância do assunto, e são muitos os casos que acabam prejudicando o paciente, como o desemprego, por exemplo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),em agosto de 2018 havia mais de 27 milhões de desempregados. Eduardo Oliveira destaca o prejuízo para a saúde mental de quem vive essa realidade. Ainda existem muitas dúvidas sobre o assunto. Para ajudar a esclarecê-las, o LeiaJá entrevistou o especialista.

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LeiaJá - O que é saúde mental?

Eduardo Martins - Saúde mental está além de vivenciar ausência de doenças. É quando conseguimos equacionar de maneira saudável e fluida em nós o equilíbrio do bem-estar físico, mental e social. É mais do que a ausência de transtornos mentais ou deficiências. É uma parte integrante e essencial da saúde e devemos proteger nossa saúde mental com comportamentos ligados ao autoconhecimento, higiene mental através de atividades laborais, exercícios e lazer. Deve ser um compromisso pessoal e social, assim como deve ser olhado pelo poder público e sociedade como uma política pública.

LeiaJá - Qual a importância da conscientização para a saúde mental?

Eduardo Martins - Falar de saúde mental para população é uma busca constante na tentativa de amenizar a desinformação. De forma geral devemos trabalhar na perspectiva de motivar o outro a cuidar de si, cuidar das suas questões psicológicas, afetivas, humanas, sociais e espirituais, pois estas questões intrínsecas da pessoalidade humana são elementos que, se estiverem em harmonia, qualificam a autopercepção e facilitam a organização, o equilíbrio emocional e psicológico do outro. Vivemos em um país e em uma sociedade preconceituosa, e o preconceito com pessoas portadores de transtornos psicopatológicos, cujos sintomas são visíveis e interferem no cotidiano dos acometidos por estas doenças, gera muitos comentários pejorativos, promove ações excludentes e estigmatiza o portador. Uma forma importante de amenizarmos os julgamentos inadequados e os rótulos sobre as doenças mentais é a informação, o conhecimento sobre as questões de saúde mental. Enquanto na sociedade existirem falas referindo-se à depressão e ao depressivo como preguiçosos, pessoas que não querem trabalhar, sem iniciativa, indivíduos que desistem fácil das coisas, teremos muita dificuldade de construir um novo olhar sobre os portadores de transtorno mental. 

LeiaJá - Quando a pessoa deve procurar ajuda profissional?

Eduardo Martins - Um importante indicador para a busca de ajuda profissional é quando os sintomas estiverem impedindo o sujeito de viver questões do cotidiano. Quando as reações diante de situações geradoras de frustrações no trabalho, na escola, na faculdade ou na família são desproporcionais e frequentes; se as oscilações de humor são constantes e existe dificuldade de controlar as emoções como frustrações ou raiva; se há crises de insônia freqüentes; se no relacionamento com a comida existem eventos característicos de compulsão, perda periódica de apetite, abuso de substâncias como álcool e outras drogas; se há tristeza crônica acompanhada de desconforto e angústia; isolamento social; ideação de suicídio, entre outras questões, podem ser indicadores para busca de ajuda profissional. 

LeiaJá - É possível que a pessoa esteja com depressão sem que perceba?

Eduardo Martins - Tristeza e depressão são coisas que aparentemente se parecem, porém diferenciam-se em segmentos importantes. Tristeza é uma condição ou estado mental passageiro, um estado psicológico comum diante de situações que estejamos enfrentando, uma decepção com amigos, ou uma mágoa no trabalho, enfim, é normal ficar triste e, por si só, estar triste não indica que alguém esteja com depressão. Depressão é uma condição crônica de desconforto e angústia e, para ser diagnosticada como depressão, é necessário identificar pelo menos cinco ou mais sintomas presentes por pelo menos duas semanas. Questões como humor deprimido, perda de interesse ou prazer, sensação de vazio, proeminente diminuição do prazer ou interesse em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, perda ou ganho de peso acentuado sem estar em dieta, insônia ou hipersônia quase todos os dias, entre outros, são indicadores de depressão. Estar com depressão sem perceber seria fruto de um prejuízo profundo de consciência e autopercepção. Avalio que há a vigência de não se perceber que está deprimindo; porém, diria que há um índice significativo em não admitir que esteja deprimido, pelo inadequado julgamento de achar que depressão é sinal de fraqueza. 

LeiaJá - Quais as doenças mentais mais diagnosticadas?

Eduardo Martins - Os transtornos de ansiedade são muito comuns, como síndrome do pânico, ansiedade generalizada, estresse pós-traumático, transtorno obsessivo-compulsivo, entre outros.

LeiaJá - Quais as formas de combater as doenças mentais e manter uma mente saudável?

Eduardo Martins - Atividades que estimulem o autoconhecimento e que possibilitem uma higiene mental. Atividades laborais, caminhadas, andar de bicicleta, dançar, nadar, psicoterapia como mecanismo de prevenção, autoconhecimento e ressignificação da história de vida. Bons hábitos de vida como uma boa alimentação e boas noites de sono. Frequentar bons ciclos de pessoas que estimulem práticas de convivência fraterna, diálogos saudáveis e tenham o movimento de solidariedade e compromisso coletivo.

LeiaJá - Alimentação, rotina, exercícios físicos são importantes para manter a saúde mental?

Eduardo Martins - Diria que são fundamentais e, se colocados em adequada sequência de encadeamento, são um rico instrumento de prevenção. Uma boa alimentação facilita o bem-estar físico e previne doenças crônicas. Pesquisas já comprovaram que nutrientes obtidos através da alimentação influenciam significativamente na saúde neurológica e emocional, em particular na depressão. Os exercícios físicos, por sua vez, geram a produção de serotonina, dopamina e noradrenalina, que combatem desordens de humor, falta de concentração, depressão e ansiedade. As endorfinas também ajudam na regulação da dor e nas emoções, promovem o relaxamento natural do corpo e a sensação de prazer. Diria que a alimentação, a prática de exercícios físicos e um sono regular e organizado são grandes aliados do cuidado em saúde mental.

LeiaJá - Depois que a campanha janeiro branco passou a existir, diminuíram os casos de depressão registrados?

Eduardo Martins - Não temos dados estatísticos sobre esse tipo de pesquisa que associa a diminuição de casos relacionados à vigência da pesquisa, porém, quando você estimula as pessoas a cuidarem de algo relacionado à sua saúde, a tendência é que pessoas sintam-se impulsionadas a buscarem cuidar do segmento de saúde proposto na campanha. A tendência é que a busca pelo cuidado em saúde mental não diminua, e sim, aumente. 

LeiaJá - Qual o profissional competente para atendimento e diagnósticos da doença?

Eduardo Martins - Para atendimento e diagnóstico, os trabalhos em parcerias entre psicólogos e psiquiatras são os mais indicados. Porém, não podemos esquecer as equipes multiprofissionais existentes nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que fazem um trabalho importante, qualificado e eficaz. Nestas equipes existem outros segmentos e categorias profissionais que trabalham de forma integrada e contribuem significativamente para o cuidado em saúde mental.

LeiaJá - Há atendimento desse profissional nas unidades públicas de saúde?

Eduardo Martins - Sim. Existem nos CAPS profissionais e equipes capacitadas para o cuidado em saúde mental no município de Belém. E é pertinente frisar que em algumas unidades de saúde do município existe o psicólogo que atua no programa de saúde mental na atenção básica para os casos que estão no perfil previsto para atendimento, que são casos não severos, diagnosticados e matriciados pelos CAPS. Ou para questões de saúde mental detectadas em acompanhamentos na Unidade Básica de Saúde que estejam no perfil da atenção básica para acompanhamento em saúde mental.

LeiaJá - O que as pessoas que procuram esse tipo de ajuda devem fazer?

Eduardo Martins - Devem ser frequentes nos atendimentos. Devem cumprir os prognósticos, confiar nas equipes profissionais, aderir ao tratamento e buscar no dia a dia ressignificar sua história e condição de saúde mental.

 

 

 

O Brasil era o oitavo país do mundo no ranking de suicídio, em 2016. No ano passado, o suicídio tornou-se a quarta causa de morte entre homens e mulheres de 15 a 29 anos, no país. Os dados estatísticos são da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo Eduardo Oliveira Martins, psicólogo e pós-graduado em Saúde Pública, o Brasil está carente de grandes investimentos estruturais e educacionais sobre o assunto. Para Eduardo, é preciso combater o preconceito que existe contra as pessoas que têm a doença. 

A saúde mental ainda é pouco discutida, apesar da relevância do assunto, e são muitos os casos que acabam prejudicando o paciente, como o desemprego, por exemplo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),em agosto de 2018 havia mais de 27 milhões de desempregados. Eduardo Oliveira destaca o prejuízo para a saúde mental de quem vive essa realidade. Ainda existem muitas dúvidas sobre o assunto. Para ajudar a esclarecê-las, o LeiaJá entrevistou o especialista.

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LeiaJá - O que é saúde mental?

Eduardo Martins - Saúde mental está além de vivenciar ausência de doenças. É quando conseguimos equacionar de maneira saudável e fluida em nós o equilíbrio do bem-estar físico, mental e social. É mais do que a ausência de transtornos mentais ou deficiências. É uma parte integrante e essencial da saúde e devemos proteger nossa saúde mental com comportamentos ligados ao autoconhecimento, higiene mental através de atividades laborais, exercícios e lazer. Deve ser um compromisso pessoal e social, assim como deve ser olhado pelo poder público e sociedade como uma política pública.

LeiaJá - Qual a importância da conscientização para a saúde mental?

Eduardo Martins - Falar de saúde mental para população é uma busca constante na tentativa de amenizar a desinformação. De forma geral devemos trabalhar na perspectiva de motivar o outro a cuidar de si, cuidar das suas questões psicológicas, afetivas, humanas, sociais e espirituais, pois estas questões intrínsecas da pessoalidade humana são elementos que, se estiverem em harmonia, qualificam a autopercepção e facilitam a organização, o equilíbrio emocional e psicológico do outro. Vivemos em um país e em uma sociedade preconceituosa, e o preconceito com pessoas portadores de transtornos psicopatológicos, cujos sintomas são visíveis e interferem no cotidiano dos acometidos por estas doenças, gera muitos comentários pejorativos, promove ações excludentes e estigmatiza o portador. Uma forma importante de amenizarmos os julgamentos inadequados e os rótulos sobre as doenças mentais é a informação, o conhecimento sobre as questões de saúde mental. Enquanto na sociedade existirem falas referindo-se à depressão e ao depressivo como preguiçosos, pessoas que não querem trabalhar, sem iniciativa, indivíduos que desistem fácil das coisas, teremos muita dificuldade de construir um novo olhar sobre os portadores de transtorno mental. 

LeiaJá - Quando a pessoa deve procurar ajuda profissional?

Eduardo Martins - Um importante indicador para a busca de ajuda profissional é quando os sintomas estiverem impedindo o sujeito de viver questões do cotidiano. Quando as reações diante de situações geradoras de frustrações no trabalho, na escola, na faculdade ou na família são desproporcionais e frequentes; se as oscilações de humor são constantes e existe dificuldade de controlar as emoções como frustrações ou raiva; se há crises de insônia freqüentes; se no relacionamento com a comida existem eventos característicos de compulsão, perda periódica de apetite, abuso de substâncias como álcool e outras drogas; se há tristeza crônica acompanhada de desconforto e angústia; isolamento social; ideação de suicídio, entre outras questões, podem ser indicadores para busca de ajuda profissional. 

LeiaJá - É possível que a pessoa esteja com depressão sem que perceba?

Eduardo Martins - Tristeza e depressão são coisas que aparentemente se parecem, porém diferenciam-se em segmentos importantes. Tristeza é uma condição ou estado mental passageiro, um estado psicológico comum diante de situações que estejamos enfrentando, uma decepção com amigos, ou uma mágoa no trabalho, enfim, é normal ficar triste e, por si só, estar triste não indica que alguém esteja com depressão. Depressão é uma condição crônica de desconforto e angústia e, para ser diagnosticada como depressão, é necessário identificar pelo menos cinco ou mais sintomas presentes por pelo menos duas semanas. Questões como humor deprimido, perda de interesse ou prazer, sensação de vazio, proeminente diminuição do prazer ou interesse em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, perda ou ganho de peso acentuado sem estar em dieta, insônia ou hipersônia quase todos os dias, entre outros, são indicadores de depressão. Estar com depressão sem perceber seria fruto de um prejuízo profundo de consciência e autopercepção. Avalio que há a vigência de não se perceber que está deprimindo; porém, diria que há um índice significativo em não admitir que esteja deprimido, pelo inadequado julgamento de achar que depressão é sinal de fraqueza. 

LeiaJá - Quais as doenças mentais mais diagnosticadas?

Eduardo Martins - Os transtornos de ansiedade são muito comuns (como síndrome do pânico, ansiedade generalizada, estresse). 

 

 

A estudante Tainá Oliveira, hoje com 21 anos, desde a infância tinha mania de querer organizar as coisas que eram compradas no supermercado. Desde os nove anos de idade, ela tinha dificuldade de se desapegar de alguns objetos, que ela acreditava trazerem sorte. Tainá é um dos 4,5 milhões de pessoas no Brasil que sofrem de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Em todo o mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 5% da população tenham o problema. 

O TOC é uma condição clínica caracterizada por obsessões e compulsões, explica a psicóloga Maria Vanesse Andrade. “As obsessões frequentemente envolvem pensamentos dos quais a pessoa 'sente' que precisa se esquivar ou suprimir. Em busca dessa supressão, a pessoa acaba por desenvolver comportamentos repetitivos, algumas vezes em forma de rituais, os quais denominamos obsessões”, diz. 

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No caso de Tainá, os rituais eram muitos, o que trazia complicações para a vida cotidiana e muito sofrimento. “Rituais diários pra acordar, rituais pra sair de casa, lavar compulsivamente as mãos, me privar de fazer várias coisas novas, por achar que se eu fizer minha vida vai dar errado, tentar manter as coisas sempre em números pares, escovar os dentes três vezes a cada vez que vou escovar os dentes, trancar e destrancar e trancar novamente todas as janelas da casa antes de dormir pra ter certeza de que fechei. Nossa, são muitos, eu tenho uma mania que inclusive é sobre não poder falar sobre determinadas manias, porque eu acho que se eu fizer, minha vida vai parar de funcionar. Eu também odeio coisas abertas, portas abertas, quando deixam, ou sei lá quadro de luzes abertos, e tenho infinitos problemas com sons. Na minha fase mais extrema do TOC, eu cheguei a repetir palavras”, relata.

Hoje, Tainá faz um tratamento que envolve psicoterapia comportamental e medicamentos, além de se utilizar de métodos auxiliares como yoga e meditação para manter a situação sob controle. 

Ter uma "mania" não é necessariamente um sintoma do transtorno obsessivo-compulsivo mas, se um determinado comportamento se torna muito repetitivo e começa a atrapalhar a vida da pessoa, é preciso consultar um psicólogo ou um psiquiatra para uma avaliação. "Cabe se perguntar: isso é algo que eu faço só de vez em quando ou é algo que eu preciso fazer, caso contrário não me sinto bem ou em paz?" ensina a psicóloga. 

Não existe uma causa única que desencadeie o TOC. Os especialistas apontam para uma combinação de fatores genéticos, ambientais e sociais. O tratamento é feito com psicoterapia e pode utilizar ou não algum remédio psiquiátrico, o que depende de uma avaliação caso a caso. “A psicoterapia é voltada para a modificação de padrões e rituais envolvidos no TOC. Também pode haver a necessidade de psicoeducação para os familiares, que muitas vezes não entendem ou minimizam o quadro”, diz Maria Vanesse.

Tainá lamenta que muitas pessoas tenham uma visão distorcida do problema. “As pessoas não entendem a gravidade, acham que a doença é aquela visão romantizada que a internet criou, sobre organização. Elas geralmente não encaram transtornos psíquicos como doenças, ou seja, eu não sou levada a sério. No entanto, o TOC me impede muitas vezes de fazer coisas simples, como sair de casa ou comer em lugar diferente”, desabafa.

A UNINASSAU Vitória da Conquista lançou um edital para contratação de professores dos cursos de Psicologia e Fisioterapia. Os interessados devem enviar o Currículo Lattes nesta quarta-feira (6) para os e-mails fisioterapia.vtc@mauriciodenassau.edu.br e psicologia.vtc@mauriciodenassau.edu.br.

Para concorrer a vaga o candidato deverá Título prioritariamente mestre ou doutor; disponibilidade para ministrar aulas no período noturno e/ou diurno nos horários estabelecidos pela coordenação do curso; Currículo Lattes atualizado e comprovado, contendo a relação dos títulos acadêmicos, relação de experiência profissional, atividades de magistério superior e realizações científicas, técnicas, culturais, humanísticas ou artísticas.

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A seleção do docente constará de uma avaliação curricular, que levará em consideração a formação acadêmica, produção científica, tecnológica, artística ou cultural, atualização profissional e experiência docente.

Da assessoria 

Os aprovados nesta etapa passarão por uma avaliação classificatória, composta de uma avaliação escrita elaborada, sobre tema relevante pertinente ao assunto da disciplina, e uma aula expositiva, com duração de 20 minutos, para avaliação didático-pedagógica.

Confira o edital.

*Da assessoria de imprensa

O grau de inteligência dos seres humanos é medido pelo QI (Quociente de Inteligência). Na leitura do QI, o cérebro se apresenta como uma poderosa máquina de processamento de informações. Na década de 1990, um novo conceito mobilizou os estudos sobre a capacidade intelectiva e sensitiva humana: a Inteligência Emocional (QE), que lida com sentimentos e emoções. Agora, você já ouviu falar em inteligência das inteligências? 

Inteligência das inteligências é como chamam a Inteligência Espiritual (IE). Mas, afinal, para que serve a IE? Está relacionada à religião? Desde quando é desenvolvida? Em entrevista ao portal LeiaJá, a psicóloga, coach de Inteligência Espiritual e terapeuta integrativa Anne Lisboa, que palestrou na 7ª edição do Pará Negócios com o tema "O Poder da Inteligência Espiritual", explicou o significado dessa corrente do pensamento em expansão na contemporaneidade.

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LeiaJá - O que é exatamente a Inteligência Espiritual? Tem alguma coisa a ver com religião?

Anne Lisboa - Essa inteligência é considerada a “inteligência das inteligências”, segundo estudos recentes, por ser um elo de ligação com a nossa verdadeira origem e razão de existir, possibilitando que as pessoas possam inserir sentido na solução de seus problemas, senso de valor em seus comportamentos, desenvolver a capacidade de escolha consciente e apresentar a consciência da inteligência da alma. Além disso,  a Inteligência Espiritual permite integrar o intrapessoal e o interpessoal com a possibilidade de compreendermos quem somos, o que as coisas significam para nós e como elas dão aos outros e a seus sentidos um lugar em nosso próprio mundo.

LeiaJá - Inteligência Espiritual é uma técnica?

Anne Lisboa - Não é uma técnica. É um tipo de inteligência do ser humano. A IE é a inteligência que liga a inteligência cognitiva e a emocional, trazendo sentido e significado às nossas escolhas pessoais, às nossas ações.

LeiaJá - Qual profissional deve ser procurado por quem se interessa em desenvolver a Inteligência Espiritual?

Anne Lisboa - Pode ser um psicólogo, coach e/ou terapeuta integrativo que estude o desenvolvimento dessa inteligência.

LeiaJá - Qual o perfil de pessoas que mais procuram conhecer a IE?

Anne Lisboa - Principalmente pessoas que buscam processos de desenvolvimento pessoal. A IE é desenvolvida através de processos de autoconhecimento, como a psicoterapia, coaching pessoal, estudos na área transpessoal.

LeiaJá - Quais características são notórias nas pessoas que buscaram a Inteligência Espiritual?

Anne Lisboa - As pessoas que buscam o desenvolvimento da IE apresentam consciência sobre o seu propósito de vida, apresentam atitudes mais conscientes sobre as suas escolhas, por meio da possibilidade de sentido que essa inteligência proporciona.

LeiaJá - A IE já é muito conhecida em Belém?

Anne Lisboa - Não é muito conhecida. Fui a única pesquisadora a abordar o assunto em Belém e na Pará Negócios.

LeiaJá - Pessoas de qualquer idade podem procurar a Inteligência Espiritual?

Anne Lisboa - Pessoas de qualquer idade podem desenvolver a IE.

LeiaJá - Faz tempo que você estuda a Inteligência Espiritual?

Anne Lisboa - Desde o início de 2018.

LeiaJá - O que você mais observou durante esse período?

Anne Lisboa - Observei que essa inteligência é pouco conhecida, apesar de ser importante para a tomada de decisões e ampliação da nossa consciência sobre quem somos e sobre o que fazemos em relação a nós e aos demais.

LeiaJá - A Inteligência espiritual é recomendada para quem tem uma rotina agitada e estressada?

Anne Lisboa - A IE faz parte do ser humano. O que precisamos desenvolver é o conhecimento sobre ela e a importância que ela representa na nossa vida.

LeiaJá - Quais pontos você gostaria de destacar da inteligência espiritual?

Anne Lisboa - A IE proporciona sentido e significado em nossa vida, nas nossas escolhas pessoais e quando temos consciência sobre ela mais propósito trazemos para as nossas vidas.

 

 

No dia seguinte à realização do primeiro turno das eleições, a psicóloga Tatiana Bacic Olic atendeu dez pacientes em sua clínica, em São Paulo. Naquela ocasião, todas as consultas, sem nenhuma exceção, foram pontuadas pelas angústias e medos despertados pelo ambiente político do País. "Muita gente chegou dizendo que não conseguia dormir, com crises de choro, deprimidas ou mesmo tomando medicamentos."

O que aconteceu no consultório de Tatiana se repetiu em outras clínicas e divãs pelo Brasil. Segundo o diretor do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Gastalho de Bicalho, a entidade tem recebido um número expressivo de relatos sobre as consequências psicológicas do processo eleitoral. "Em 20 anos de profissão jamais vi algo parecido, o País vive um momento bastante complicado de instabilidade psíquica", diz Bicalho.

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Eleitores de Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) que buscaram ajuda de psicólogos e terapeutas nas últimas semanas estão com medo do "dia seguinte", do futuro imediato e das consequências sociais e econômicas de uma eleição marcada pela polarização e negação do outro. "Minha família procurou ajuda profissional porque o emocional está muito instável em casa. Meu irmão menor está assustado porque ouviu seus colegas falando sobre porte de arma em sala de aula; minha mãe chora todo dia e fala em ir embora do Brasil; fui ameaçada no Facebook por ser contra o Bolsonaro e meus amigos estão com medo de uma ditadura", afirma uma estudante de 18 anos que, assim como outros pacientes, optaram pelo anonimato.

A psicóloga Flávia Eugênio conta que conversou com pacientes que estavam emocionalmente paralisados com receio até de andar na rua e de outras situações cotidianas. "A questão da violência está muito presente. Os pacientes LGBTs, por exemplo, estão se sentindo ameaçados pela hostilidade da eleição." A também psicóloga Ivani Francisco de Oliveira diz que "a própria dinâmica da disputa eleitoral é a de implantar o medo do outro, do adversário, nos eleitores."

A terapeuta Maria Vicente, do coletivo Escuta Sedes, afirma que tem acompanhado o aparecimento "das fantasias mais primárias relativas ao desamparo e à vulnerabilidade frente às ameaças que se apresentam". Para ela, chama atenção a presença de sofrimentos mais regressivos, como perturbações importantes e repentinas do sono (como insônias e pesadelos). Ainda segundo Maria, podem ser detectados casos de perda de apetite, de vitalidade e da capacidade de enfrentar desafios corriqueiros da vida.

Medos

Um empresário de 49 anos, eleitor de Bolsonaro, disse que as incertezas econômicas produzidas por uma imaginária vitória de Haddad são motivos de insônia e angústia. "Eu fico pensando nas empresas que podem deixar o País, fico pensando na crise que pode estourar se acontecer isso ou aquilo, fico pensando em como vai ficar a minha família em um ambiente econômico caótico", diz. Ele confessou que já tem tomado remédios para dormir e que foi aconselhado a evitar o noticiário político.

Já um comissário de bordo de 36 anos, eleitor de Haddad, conta como a eleição interrompeu um longo processo de reaproximação entre ele e o pai. "Sou homossexual, mas meu pai nunca aceitou. Depois que passei por uma cirurgia no quadril, meu pai voltou a falar comigo. Inclusive, ficava em casa me ajudando", afirma. "Mas a coisa desandou quando descobrimos o candidato um do outro. Nós voltamos a não nos falar. Ele não vem mais na minha casa - porque eu sou Haddad e ele Bolsonaro".

Para a psicóloga Adriana Burani Venceslau, "o papel do terapeuta não é o de fazer uma intervenção política, mas ajudar o paciente a descobrir o que foi deflagrado pelo ambiente atual". Ou seja, ajudar a desvendar as questões que já estavam pendentes nos relacionamentos e que vieram à tona, tendo como gatilho uma discussão que, na superfície, era "apenas sobre política."

Empatia

O quadro de desequilíbrio emocional ficou tão evidente que psicólogos e terapeutas de diversas correntes estão promovendo as chamadas rodas de conversa e acolhimento. As ações funcionam como grupos de terapia coletiva - e são ações abertas e gratuitas. "A ideia é abrir um espaço de fala e de escuta, principalmente para que as pessoas percebam que não estão sozinhas", diz a psicóloga Flávia Eugênio, que tem promovido rodas de conversa em Santo André, na Grande São Paulo. "Temos de reinstalar a esperança a partir das próprias histórias de vida de cada um. Também tentamos promover a empatia entre elas", afirma outra organizadora da roda, a psicóloga Ivani Francisco de Oliveira.

Segundo Tatiana Olic, a ideia é tentar fortalecer a ideia de "pertencimento". "Nesse momento, as pessoas precisam entender que não estão sozinhas, que ainda existe empatia e possibilidade de diálogo", afirma ela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A atriz Michele Campos apresenta, em Belém, o ato-poético, assim definido por ela, "Arte de Mim". A performance é resultado dos anos de pesquisa cênica e fecha a trilogia iniciada em 2012 com a performance "Ritos", seguida de "Para Você", em 2014. A temporada será de três dias no Espaço Oficina Assim, dias 27, 28 e 29 de setembro, sempre às 20 horas, com entrada franca.

O que somos além da soma de nossos antepassados? Quem nos permite escolher quais desses nós precisam ser desatados durante a caminhada? Quais histórias queremos perpetuar e quais devemos romper? Essas são algumas das perguntas presentes no espetáculo "Árvore de Mim", um mergulho poético-performático, segundo Michele Campos.

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Parte final da trilogia de Michele, "Árvore de Mim" chega num momento singular para a atriz, vivenciado pela gravidez que gerou sua primeira filha. Uma gestação que encerra um ciclo de 10 anos fora de Belém, período em que estudou mestrado e doutorado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Unirio, sendo o doutorado em formato sanduíche Rio de Janeiro-Paris; e durante os quais criou e apresentou as performances "Ritos" (2012) e "Para Você" (2014).

"O 'Árvore de mim' são as três gerações que vêm acima de mim. O que é ouro e o que é dor. E com sabedoria cortar os galhos podres e se formar em cima dos bons. Como curar as dores do percurso, desde a infância até a transformação da criança, mãe, anciã. As gerações. Acho que ele (o ato-poético) fala de morte, da mulher que morre quando pari, da nova que nascerá em um tempo demorado, doido, rasgado. Como falar do que não pode ser falado, do lado obscuro e sombrio nosso. Da não divisão do bom e do mau. Somos uma só, múltiplas dentro de uma matriz", diz a atriz.

Com pesquisa em Alejandro Jodorowsky, Carl Jung, Friedrich Nietzsche, Antonin Artaud, Carlos Nejar, dentre outros, Michele leva essas referências e estudos do eu para seu palco, aprofundando em si os espaços de corpo, tempo e memória. A equipe técnica tem: Patricia Gondim, que assina visualidade cênica, concepção e desenho de luz; Mauricio Franco na pesquisa e confecção de figurino; Mateus Moura com concepção musical e ambientação sonora; Waldete Brito na colaboração cênica; Amanda Melo como contra-regragem e apoio técnico; César Aires na arte gráfica e design de mídia; fotos e filmagem de Rodolfo Mendonça; Assessoria de Comunicação (textos, redes sociais e imprensa) com Dani Franco; Produção de Lívia Condurú Gurjão Sampaio; e a própria Michele Campos de Miranda assinando pesquisa, dramaturgia, direção e performance.

Serviço

"Árvore de Mim" é resultado do Prêmio Fusão e Difusão Artística do Edital Seiva, da Fundação Cultural do Pará;

Dias 27, 28 e 29 de setembro no Espaço Oficina Assim, na travessa Frei Gil de Vila Nova, 215, sempre às 20 horas, com entrada gratuita e retirada de ingressos uma hora antes de cada apresentação no próprio Espaço. Lotação de 20 pessoas.

Apoio: Take 1- Doceria Artesanal e Café e Vintage Studio Hair.

Classificação: 16 anos.

Da assessoria do evento.

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