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Foi inaugurada, na última quarta-feira (19), a nova unidade de saúde da penitenciária Juiz Plácido de Souza, localizada em Caruaru, agreste de Pernambuco. Após seis meses em obra, a antiga enfermaria foi transformada em uma unidade de atendimentos clínicos e de enfermagem, construída com a mão de obra de 12 detentos. 

O setor conta com uma equipe especializada em diversas modalidades: médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, dentista, assistente social, psicólogo e farmacêutico. "É um espaço dedicado ao conforto e assistência à saúde do reeducando. É dentro da penitenciária que ele deve ser acompanhado sem a necessidade de encaminhamentos, com exceção dos casos de emergência", explica o secretário-executivo de Ressocialização, Cícero Rodrigues

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A solenidade de entrega aconteceu no auditório da penitenciária e contou com a presença de representantes das secretarias municipal e estadual de saúde, Promotoria da Vara de Execução Penal (3ª VEP), OAB (Caruaru), Secretaria de Desenvolvimento Social de Caruaru, poder judiciário, e da instituição de ensino ACSES/Unita, além da superintendente de Capacitação e Ressocialização (SCR/Seres), Valéria Fernandes, e equipe, do gerente da PJPS, Paulo Paes Barreto, e a equipe de saúde da unidade prisional. 

Por Lidia Dias

Com informações da assessoria

Uma parceria da Penitenciária de Tacaimbó (PTAC), no Agreste, com uma empresa de estofados tem levado cadeiras produzidas na prisão para as salas de jantar de muitas famílias da região. Ao todo, 12 detentos da unidade estão produzindo cerca de mil cadeiras mensalmente.

O anexo da fábrica, dentro da PTAC, funciona há cerca de um ano e meio. “Por enquanto, os detentos produzem apenas cadeiras para salas de jantar, mas há planos para diversificar a produção e aumentar a oferta de estofados na PTAC”, informa o gerente da PTAC, Felippe Diniz. 

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Os detentos cumprem a carga horária das 8h às 16h, tendo direito à remuneração de um salário mínimo e à remição de pena na proporção de um dia a menos da pena para cada três dias trabalhados. As atividades, que englobam produção, embalagem e carregamento, são supervisionadas e orientadas por um funcionário da fábrica. 

Com informações da assessoria

Jovens que cumprem medidas socioeducativas nos Centros de Atendimento Socioeducativos (Case) de Abreu e Lima e do Cabo de Santo Agostinho estão sendo contemplados com cursos profissionalizantes. As capacitações são fruto de uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Social Criança e Juventude, da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Pernambuco. 

Na unidade de Abreu e Lima, as aulas foram iniciadas na segunda-feira (19) com duas turmas totalizando 24 vagas para o curso de Eletricista de Automóveis. Já o Case do Cabo de Santo Agostinho iniciará as aulas dos cursos de Pintor de Automóveis e Mecânico de Motocicleta com 80 vagas distribuídas entre os dois cursos. 

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A parceria entre as secretarias estaduais e o Senai teve início no final do ano de 2017 e a expectativa é que até o final deste ano 568 vagas sejam disponibilizadas para os reeducandos dos dois Cases. Entre os cursos oferecidos estão o de gesseiro, eletricista de automóveis, instalador de acessórios automotivos, mecânico de bicicleta, mecânico de motocicleta, pintor de automóveis, instalador de sistema eletrônico de segurança, aplicador de revestimento cerâmico, pedreiro de alvenaria, montador e reparador de computadores e montador de painéis eletrônicos.

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Foi em 2015 a primeira vez que conversamos. Na época, o objetivo era uma matéria para uma revista da faculdade. Sentado em um banco do Parque 13 de Maio, no centro do Recife, ele é interrompido por um telefonema enquanto conversava.

- Esse telefone é lá do presídio - ele alertou, mostrando o visor do celular identificando que a chamada era de "Lúcio Bombinha".

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- Digaí, meu filho, tudo bom?- ele atende - /.../ Tudo tranquilo. /.../ Falei ontem. Ontem à noite ele ligou pra mim. Tá na PAI, né? /.../ Mas vai sair de lá, se Deus quiser, Deus é pai, Deus é maior. /.../ Anham. Eu falei até com Marcelo. /.../ Falei. Olha, eu to conversando aqui com o pessoal da Universidade Federal de Pernambuco, viu? /.../ Tenho tempo pra você sim, seu cabra safado. Olha, eles estão fazendo uma matéria, estão fazendo uma revista, sobre o sistema prisional e eu estou dizendo aqui que o sistema prisional e merda é a mesma coisa, tá entendendo? Certo? Que vocês que são presos, como você, como Tarado, sofrem dentro da cadeia, entendeu? Viu? /.../ Beleza, vai timbora, /.../ tchau. Eles ligam e me pedem ajuda – explicou, assim que finalizou a ligação.

Paulo, agora advogado, recebe telefonemas como esse com certa frequência. São de presos pedindo ajuda. Eles pedem para não serem esquecidos, o que ocorre com muitos lá dentro. Paulo hoje se considera ressocializado, mas não pelo sistema, ao contrário: percebendo a falta de capacidade do Estado em cumprir seu papel de ressocializar, ele ficou motivado a buscar o feito por seus próprios meios.

No dia 15 de janeiro de 1998, Paulo Wanderlan Lino Teixeira, na época com 26 anos, estava bebendo com um amigo no Bar Três Corações, no bairro de Ouro Preto, município de Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR). O amigo iniciou confusão com uma pessoa no estabelecimento. Bate boca e troca de empurrões. “Me dá meu revólver, me dá meu revolver aí, porra!”, teria dito o sujeito do bar, conforme lembra Paulo, que na hora sacou o revólver que carregava. O tal rapaz fez menção de puxar uma arma da cintura. “Fui mais rápido. Atirei. Três tiros e ele veio a óbito”, recorda o advogado.

Paulo foi levado a júri popular no dia 3 de dezembro de 2003, sendo condenado por maioria de votos a uma pena de 12 anos e três meses. Ele teve o direito de apelar em liberdade, mas, mesmo com o recurso, a decisão foi mantida. O acusado se apresentou na Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Olinda no dia 13 de agosto de 2007 e no fim daquele mesmo dia já estava na Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá.

Com poucos dias na Barreto Campelo, Paulo presenciou um principio de rebelião que resultou em seis mortes, por faca e fogo. Pouco tempo depois, no dia 7 de outubro, viveu o tumulto causado por Paulo Cristóvão Pereira, vulgo Paulo Doido, que matou a companheira no dia de visitas e por causa disso foi assassinado pelos outros presos. Ainda em dezembro daquele ano, outro motim culminou na morte de três presos. “Eu estive no inferno”, Paulo rememora.

O rapaz, desde que chegara à Barreto, conseguira trabalho fazendo as carteiras de encontro conjugal. O emprego teria sido conquistado graças ao diretor da unidade, o coronel Geraldo Severiano. O coronel, no início de 2008, seria transferido para o Presídio Aníbal Bruno, atual Complexo do Curado, na Zona Oeste do Recife. Para a comodidade da família, Paulo pediu que também fosse transferido. Conseguiu, mas não imaginava o que ali presenciaria.

“No Aníbal Bruno o que presenciei foram coisas horripilantes, que nunca tinha vivenciado aqui fora. Lá dentro, vi presos sendo decapitados, os outros jogarem bola com a cabeça dele, vi presos depois de assassinados terem seus olhos arrancados”, recorda. Até hoje ele diz ter pesadelo com aquelas cenas.

Assim que chegou à unidade, Paulo ganhou a função de registrar as mortes. De janeiro a dezembro de 2008, ele computou 48 homicídios – não sabe se todos esses chegaram até a imprensa.

Tão logo chegou ao semiaberto, em junho de 2009, o preso decidiu fazer algo que sempre teve vontade: prestar vestibular. “Precisava ocupar minha cabeça”. Passou em Direito na Faculdade Maurício de Nassau. Conseguiu um desconto de 30% na mensalidade durante todo o curso após contar a sua história para a diretoria.

Se fosse transferido para Penitenciária Agroindustrial São João, em Itamaracá, como deveria, já que estava em regime semiaberto, teria dificuldades de locomoção, visto que precisaria estar até as 23h na prisão. Paulo conseguiu convencer o juiz da Vara de Execuções Penais Adeildo Nunes e o promotor de Execuções Penais Marcellus Ugiette a, excepcionalmente, conceder-lhe o direito de continuar cumprindo a pena no Aníbal Bruno.

Em maio de 2015, já formado em Direito, Paulo conseguiu o livramento de condicional, que é a liberdade antecipada com uma série de restrições. A partir daí ele passou a se sentir mais livre para fazer aquilo que o motivou a cursar e concluir o curso. “Eu quero atuar na área criminal, para brigar contra as injustiças do Judiciário. É o cara ser preso porque furtou uma caixa de chocolates nas Lojas Americanas e ir para um lugar daquele. Vai sair pior. Presos que não têm família, condições de pagar advogado, vai lavar cueca dos outros presos, fazer faxina, apanhar e cair no esquecimento do Judiciário. Vai pagar pena e continuar preso. Se ele não entende de lei, é uma pessoa leiga, mofa, entra sadio e sai com enfermidade incurável”, ressalta, dizendo que tinha este objetivo em mente desde que estava preso.

“O sistema prisional em nada ressocializa. Pelo contrário, é uma faculdade do crime”, resume o advogado. “Quando cheguei ao presídio, passei oito dias dormindo sentado e só melhorou porque paguei R$ 300 para dar ao chaveiro de espera, para conseguir um lugarzinho para dormir. Era uma cela com espaço de 4 metros quadrados, que na minha concepção só cabiam dez pessoas, mas tinham mais de cem. Outros dormiam em pé, com lençol amarrado por debaixo das axilas. Lá não existe higiene. Tinha comida, mas não era completa, mas aprendi com minha mãe e com meu pai que o tempero da comida é a fome. É um local onde impera a maldade, a inveja, onde somos tratados feito bichos. Não temos acesso à direção do estabelecimento. Ao falar com o agente, temos que por as mãos para trás e abaixar a cabeça. Se levantar e olhar para a cara dele é pau, negão, é pau”.

Naquele dia de 2015, Paulo carregava um documento, um processo no qual estava trabalhando. Um detento que havia terminado a pena há vários meses, mas continuava atrás das grades. “Não ganhei nada por isso”, ele fala, orgulhoso. “Fiz amigos. Algumas pessoas merecem amizade. Têm pessoas boas lá. Elas pedem para andar com o processo delas”. Lúcio Bombinha estava preso por porte ilegal de arma de fogo, havia pegado pena de 3 anos e 6 meses. “Já era para estar na PAI, mas continua em regime fechado”, denuncia.

O advogado sabe a dificuldade que é alguém se manter em pleno juízo vivendo dentro de um presídio daqueles que ele viveu. Ainda assim, acredita que a ressocialização pode ser feita independente do Estado tentar o oposto. “A ressocialização existe dentro de cada um de nós. Eu quero, eu posso, eu vou me ressocializar. Querer é poder. Eu tive propostas de sair de lá podre de rico, mas eu não quero, eu quero é minha paz, acordar no meu travesseiro com a consciência limpa. Cumpri minha pena, paguei o que devia à sociedade”, afirma.

Em 2017, volto a falar com Paulo Wanderlan, desta vez por telefone. Pouco parece ter mudado. Ele dizia estar segurando o processo de uma pessoa que já devia ter sido liberta.

Ele trabalha de carteira assinada no departamento jurídico da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). Ainda continua correndo com processos de presos, mas está lutando para tirar a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e assim exercer a vontade de defender os detentos pouco favorecidos. 

"É uma área muito dura, muito dura, e por ser muito dura é muito carente. Me sensibilizei com o que vivenciei lá dentro". No próximo dia 16 de fevereiro extingue sua pena. Como de praxe, é possível que isso não se oficialize por morosidade da Justiça, mas o advogado já sente o gosto. "Meu amigo, eu vou tirar um pedaço do fardo que carrego nas costas", conta, com um suspiro longo, de quem consegue sentir por alguns segundos a sensação que está por vir.

Família 

Paulo não aprovava que sua família fosse visitá-lo na prisão. Nunca permitiu que seus dois filhos fossem. A mãe e a esposa o visitava aos domingos, das 8h às 13h. “Quem cometeu o crime foi eu, quem devia estar preso ali dentro era eu, não elas. Eu tinha duas alegrias nos dias de visita: quando elas chegavam e mais ainda quando elas iam embora”, aponta ele. Apesar da pena se direcionar apenas ao condenado, a família do mesmo também acaba sendo punida.

Para a diretora do Serviço Ecumênico de Militâncias nas Prisões (SEMPRI) Wilma Melo, essa vontade de lutar contra as injustiças que ocorrem nos presídios vai além dos próprios presos, atingindo também seus parentes. “As negações são tantas que se tornam impulsionadoras do desejo de conhecer e exercer seu direito de cidadania. O tratamento é cruel, desumano e indigno, e a família passa por isso e fica se questionando”, explica Wilma.

A diretora ressalta que os parentes ficam curiosos e começam a ir aos fóruns, a procurar os promotores e tentar descobrir o que é e o que não é permitido. O número de familiares engajados poderia ser bem maior se não fosse a falta de informação e baixa escolaridade da grande maioriadas famílias dos detentos, ela acrescenta.

Ainda assim, Wilma lembra casos de pessoas que entraram em cursos de formação universitária em Direito para combater as injustiças sofridas contra seus entes presos. “Conheço um caso de esposa que foi fazer Direito logo depois do marido ser preso. Este preso sofreu muita tortura dentro da prisão, ele havia cometido delitos graves, mas o Estado também cometeu delitos graves contra ele. A outra pessoa, esposa também, já terminou o curso. É um caso de um homem que respondia processo pela Justiça Militar e a esposa foi fazer o curso de Direito pela dificuldade de acesso a tudo”, lembra.

De acordo com Wilma, há muitas outros casos semelhantes e muitos de pessoas que desejam cursar Direito. A militante, inclusive, acredita que deveria haver um incentivo do Estado para que familiares de presos fizessem cursos universitários ou pelo menos cursos de orientação.

Maria da Conceição Zacarias de Souza, Teta, Ceça. O fato dela ser conhecida por tantos nomes parece ser uma demonstração de como ela viveu também tantas vidas. Hoje, dá palestras e trabalha no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no centro do Recife, mesmo local em que foi levada algemada três vezes.

 “Teta” é como a mulher, de 48 anos, é conhecida no bairro dos Coelhos, no centro da cidade, onde cresceu em uma palafita, convivendo com o barulho do rio, ratos e a falta de saneamento básico. Era a alcunha também de quando ela roubava lojas, traficava e abria a bolsa das mulheres subtraindo pertences sem que percebessem - atividade que começou a fazer desde os 12 anos. 

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Em seu local de trabalho, entretanto, é Ceça. Também é chamada assim pela companheira, Maria Madalena, que a conheceu em 2002 na Colônia Penal Bom Pastor.

Maria começou seu processo de reinserção a partir de um projeto de uma professora de Direito da Universidade Católica de Pernambuco, que queria gravar um documentário com detentas. Foi a professora quem também ajudou Ceça a conseguir o emprego de auxiliar de serviços gerais que ela tem hoje. 

A ex-presidiária já contou um pouco da sua história na Faculdade de Direito do Recife (FDR), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade de Pernambuco (UPE) e no Seminário Internacional de Pesquisa em Prisão. No dia 30 de novembro, Maria palestrou no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Santa Luzia, para adolescentes do sexo feminino.  

“Teve uma menina lá que disse que a mãe dela já tirou cadeia comigo e hoje a menina também está presa. Mas ela disse que no futuro quer ser como eu”, disse Ceça, sem esconder o orgulho. A multiplicidade da vida de Maria da Conceição Zacarias de Sousa, que é querida por todos os profissionais do Fórum, do colega de serviços gerais ao magistrado diretor do local, é retratada na reportagem especial em vídeo abaixo:

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Nos dias 19 e 20 de dezembro, 63,7 mil presos farão o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos Privados de Liberdade (Encceja PPL). A avaliação é aplicada para permitir a pessoas em unidades prisionais, que não completaram os ensinos fundamental e médio, a possibilidade de obtenção do título. Entre os inscritos também há adolescentes em unidades de medidas socioeducativas.

Presos aprovados no exame do ensino médio podem pleitear a participação no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), mecanismo de seleção para entrada em universidades federais ou em outras formas de acesso ao ensino superior. O procedimento é coordenado pelo responsável pedagógico da unidade do candidato.

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O exame para o ensino médio é composto de questões das áreas de Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens e Códigos e Matemática. Já o exame do ensino fundamental apresenta perguntas de disciplinas como Língua Portuguesa, Língua Inglesa, História, Geografia, Artes, Matemática, Ciências Naturais, Artes, Educação Física e Redação. Além das questões, os candidatos devem escrever uma redação.

Escolaridade

Segundo informações do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) - feito com 70% da população carcerária do país - 51% têm ensino fundamental incompleto, 29% não concluíram o ensino médio, 9% já terminaram essa fase, 6% são alfabetizados mas sem cursos regulares e 4% são analfabetos.

Interrupção

O Enceja será realizado este ano após dois anos de interrupção. Em 2016 e em 2015 a prova não foi aplicada por falta de orçamento. Em 2014,  fizeram o exame 23 mil pessoas, total maior que o de 2013: 18 mil encarcerados.

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Termina nesta sexta-feira (20) o prazo de inscrições no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para pessoas privadas de liberdade e jovens sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade. As inscrições devem ser feitas via internet pelo responsável pedagógico indicado pela unidade prisional ou socioeducativa.

As provas serão aplicadas nos dias 12 e 13 de dezembro nos presídios e nas unidades de internação, no caso dos jovens que cumprem medidas socioeducativas. Os participantes com mais de 18 anos poderão usar a nota do Enem para ingressar na educação superior. Os participantes menores de 18 anos só poderão utilizar os resultados para autoavaliação de conhecimentos.

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Os responsáveis pedagógicos serão responsável por fazer e acompanhar as inscrições e também acessar os resultados obtidos pelos participantes e pleitear sua participação no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e em outros programas de acesso à educação superior. O exame terá uma prova de redação e quatro provas objetivas com 45 questões de múltipla escolha cada uma. No primeiro dia de prova, os participantes terão cinco horas e meia para responder às questões de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação, e ciências humanas e suas tecnologias. No segundo dia, eles terão quatro horas e meia de exame com as provas de ciências da natureza e suas tecnologias e matemática.

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Começa hoje (9) o período de inscrições no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para pessoas privadas de liberdade e jovens sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade. O prazo vai até 20 de outubro e as inscrições devem ser feitas pelo responsável pedagógico indicado pela unidade prisional ou socioeducativa.

As provas serão aplicadas nos dias 12 e 13 de dezembro. Os participantes com mais de 18 anos poderão utilizar o desempenho no exame como mecanismo de acesso à educação superior. Já os participantes menores de 18 anos só poderão utilizar os resultados para autoavaliação de conhecimentos.

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Cada unidade prisional ou socioeducativa indicada deverá ter um responsável pedagógico com acesso ao sistema de inscrição. O profissional será responsável por realizar e acompanhar as inscrições e também acessar os resultados obtidos pelos participantes e pleitear sua participação no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e em outros programas de acesso à educação superior.

Assim como o Enem Nacional, a prova para presos e jovens sob medida socioeducativa é elaborada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

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O edital do Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade e Jovens sob Medida Socioeducativa (Enem PPL) foi publicado na última segunda-feira (2) no Diário Oficial da União. As provas serão aplicadas nos dias 12 e 13 de dezembro.

Os órgãos de administração prisional e socioeducativa que desejarem indicar unidades para aplicação do Enem PPL devem assinar o termo de adesão com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) até o dia 13 deste mês. As inscrições dos participantes deverão ser feitas entre os dias 9 e 20, também de outubro.

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Cada unidade prisional ou socioeducativa indicada terá um responsável pedagógico com acesso ao sistema de inscrição, e será responsável pela realização e acompanhamento das inscrições. O exame é destinado a pessoas submetidas a penas privativas de liberdade e jovens sob medida socioeducativa que inclua sua apreensão. Os participantes, com idade a partir de 18 anos, poderão utilizar o desempenho no exame como mecanismo único, alternativo ou complementar para acesso à educação superior.

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Três reeducandos do regime semiaberto foram contratados para trabalhar no Paço Alfândega, através de uma parceria do shopping com a Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco (Seres). Os reeducandos começaram no serviço nesta segunda-feira (28), no cargo de auxiliares de limpeza, cumprindo uma jornada de trabalho de 8 horas por dia, retornando à penitenciária para dormir, após o expediente.

Os detentos receberão um salário mínimo, auxílio transporte, refeição e remição de um dia de pena para cada três dias trabalhados, porém o benefício mais importante é a chance de recomeçar a vida. É o que diz Edmilson de Lima Tavares, de 41 anos, que cumpre pena na Penitenciária Agroindustrial São João (PAISJ), em Itamaracá e foi beneficiado com uma das vagas. “Estou muito feliz pela oportunidade, pretendo ajudar minha família, esquecer o que passou e me reerguer através do trabalho”, conta. 

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Além das vagas que já foram preenchidas, de acordo com a Seres, existe a expectativa de disponibilizar mais sete. A seleção de reeducandos foi realizada através de critérios como ter um sexto da pena cumprida e possuir bom comportamento baseado na avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar. 

Outras vagas 

Além do Paço Alfândega, outras parcerias foram firmadas para auxiliar no processo de ressocialização e empregabilidade de detentos no Estado. A Agropecuária Vale das Uvas, no município de Petrolina, contratou 40 reeducandos da Penitenciária Doutor Edvaldo Gomes (PDEG) e pretende chegar a 100 trabalhadores que cumprem penas para trabalhar no cultivo de uvas.

Já a prefeitura de Olinda contratou 35 pessoas privadas de liberdade para auxiliar no serviço de limpeza da cidade, e a empresa fabricante de esquadrias e revestimentos de alumínio Pórtico está abrindo uma nova unidade em Goiana, que dará a oportunidade de trabalhar a mais 10 reeducandos. 

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Na contramão dos registros de violência em muitas unidades prisionais masculinas de Pernambuco, o Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, ostenta resultados compatíveis com a ideia da ressocialização. Há mais de um ano e meio, o PIG não anota em seus históricos assassinatos, motins ou rebeliões. Uma tentativa de fuga, acontecida em março de 2016, foi o último caso que terminou em óbito. Se considerarmos que existe uma receita para a manutenção da ordem na unidade, tanto a direção quanto os próprios detentos apontam a vasta programação de atividades de qualificação e culturais como fator fomentador da “paz”.

Comparando os números de ocorrências, fica clara a diferença entre a unidade de Igarassu e outros presídios do Estado. Dados da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) apontam, por exemplo, que o Complexo do Curado, no Recife, teve mais de 30 mortes entre 2015 e 2016. No mesmo período, a Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana, registrou 17 mortes violentas. Juntas, essas unidades ainda somam seis rebeliões ocorridas em 2015.

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A aparente calmaria do Presídio de Igarassu reflete nas condutas de alguns detentos. Prestes a completar dois anos de reclusão, um reeducando que preferiu não se identificar teve a oportunidade de cumprir a pena em regime semiaberto em outra unidade prisional. No entanto, ele preferiu continuar no PIG alegando que seria mais seguro. Aos 70 anos, o detento participa de atividades de capacitação e hoje já trabalha com marcenaria, habilidade aprendida na cadeia.

“O diretor daqui é uma pessoa humana que promove muitas atividades para todos nós. São cursos profissionalizantes, aulas de música, um monte de coisa boa! Eu mesmo trabalho pela manhã e estudo à noite, é uma maneira inteligente de ocupar a mente. Aqui é uma prisão de segurança máxima e não vemos confusão. Tem que respeitar os outros para ser respeitado na cadeia”, relata o reeducando.

Assim como em outros presídios de Pernambuco, a superlotação é um problema a ser enfrentado no PIG. A capacidade é de apenas 426 reeducandos, entretanto, a unidade soma 3.300 presos. O diretor do Presídio, no entanto, acredita que as atividades desenvolvidas entre os presidiários diminuem os impactos da lotação e se aproximam do processo de ressocialização. Segundo Charles Belarmino, do total de detentos, 1.300 homens participam das qualificações.

“Temos uma estrutura moderna – o Presídio foi inaugurado em 2012 - e apesar da superlotação, temos condições de trabalhar com diversas ações na unidade. Temos aulas de música, fotografia, artesanato, artes marciais, capoeira... As igrejas também ajudam muito, quando falamos em religião, além disso, contamos com o pavilhão LGBT. Existem vários fatores que explicam esse período sem mortes”, detalha o diretor Charles Belarmino.

Outro reeducando do PIG, cuja identidade não será revelada, afirma que a unidade de Igarassu é “o melhor lugar para tirar cadeia”. Dos seus 35 anos de idade, quase metade foi de envolvimento com o mundo do crime, culminando com passagens em vários presídios do Estado, a exemplo do Complexo do Curado. De acordo com o detento, ele por pouco não foi assassinado enquanto cumpriu pena em outras unidades, além de se envolver em inúmeras confusões. Em entrevista ao LeiaJá, ele alega que não pretende continuar no universo criminoso e espera suportar a ausência da liberdade nas dependências do PIG.

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Seres promete bons resultados em outros presídios

Secretário executivo da Seres, Cícero Rodrigues credita a boa desenvoltura do PIG nos últimos meses à gestão da unidade. Para Rodrigues, o trabalho de fomento às atividades de qualificação, esportes e culturais é o grande responsável pelos resultados. Ele alega que ações do tipo também são realizadas nos demais presídios, mas o PIG, de fato, tem se destacado, principalmente pelo período em que não registra casos de violência. 

“Igarassu se tornou um exemplo para as unidades prisionais, mas nós temos outras que já estão realizando atividades voltadas à ressocialização em menor escala, até pelo fato de alguns lugares terem uma estrutura física diferenciada do PIG. Igarassu realmente despontou e está colocando em prática tudo o que foi pensado, mostrando para todos nós que os resultados são possíveis. A unidade acabou saindo na frente”, explica o secretário executivo. 

De acordo com Rodrigues, ainda existem casos de reeducandos que pediram transferência para o Presídio de Igarassu, justamente pela boa imagem refletida da unidade. “Tem muito reeducando que pede para ser transferido para Igarassu, isso até diminuiu, porque as unidades estão fazendo trabalho também”, comentou o secretário. Ainda em entrevista ao LeiaJá, o gestor detalhou qual é o principal desafio a ser enfrentado pela Seres para garantir atividades de ressocialização em todo o Estado.

“O grande desafio sempre vai ser a superlotação carcerária. Isso sempre deveremos enfrentar. É evidente que com a lotação diminuem os espaços físicos, estruturas físicas. Por isso é necessário planejamento. Esse trabalho é feito para a sociedade, porque o homem ou a mulher presos um dia voltarão à liberdade”, destaca o secretário. 

Um mutirão começa a avaliar os processos de presos do Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Até o dia 31 de março, a expectativa é analisar mais de 2,8 mil casos. 

Este é o 1º mutirão carcerário do Cotel. Os trabalhos vão ser realizados de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, com o objetivo de agilizar os processos e reduzir a população carcerária.   

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De acordo com a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), a equipe jurídica é formada por seis assessores jurídicos e seis defensores públicos. Eles farão a análise de pelo menos 200 pastas por dia. Serão analisados procedimentos como relaxamento de prisão por excesso de prazo, liberdade provisória, habeas corpus, livramento de condicional e progressões de regime. 

Em nota, o secretário da Seres, Pedro Eurico, disse que “a determinação expressa do governador Paulo Câmara é manter a ordem, a segurança e a paz dentro dos presídios, mas também garantir o direito de todos os encarcerados”. A pasta já completou mutirões nos três presídios que compõem o Complexo Prisional do Curado. 

A unidade prisional de segurança máxima de Mangabeira, em João Pessoa, na Paraíba, desenvolve um trabalho de ressocialização de pessoas privadas de liberdade através do estudo. O diretor da unidade, João Rosas, é professor e uniu sua formação ao cargo que exerce na penitenciária através de um programa que o Governo do Estado da Paraíba iniciou para a ressocialização de presos através de trabalho, esporte, cultura e educação.

No sistema de ensino implementado na prisão, celas foram foram transformadas em salas de aula e bibliotecas para oferecer o ensino fundamental e médio. “Quando ocorrem as matrículas na rede tradicional, elas também são feitas dentro da unidade, que segue o ano letivo como se fosse realmente uma escola”, explica João Rosas.

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Os professores que atuam no presídio são vinculados à rede pública estadual de ensino e as aulas são ministradas dentro da unidade, que atualmente conta com 232 pessoas cumprindo pena e cerca de 80 delas estão matriculadas na educação básica. Em 2016, 50 participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e 11 entraram no Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Leitura 

Além da educação formal, o programa de ressocialização dirigido pelo professor João Rosas desenvolve um projeto voltado para a leitura:  “Com isso, nossa unidade só tem crescido”, afirma. O projeto tem a supervisão de uma comissão, que faz a seleção de livros e monta oficinas de leitura com os internos. “Essa é mais uma forma de trazê-los para o processo educativo e estimular a leitura.”

Segundo o diretor, o desafio agora é implementar a educação a distância: "Estamos avaliando a possibilidade de implantar um polo de educação a distância. Seria uma parceria com o Poder Judiciário”, diz. “E já conversamos também com uma instituição particular, que provavelmente fará a doação de parte dos equipamentos necessários".

Além disso, existe o benefício da remissão de pena. De acordo com a Lei nº 12.433, de 29 de junho de 2011, a pessoa que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto pode abater, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução. 

“Acreditamos muito, enquanto gestores e educadores, que a educação realmente é o instrumento mais eficaz de transformação social, de qualificação e inserção no mercado de trabalho”, afirma Rosas. De acordo com ele, uma prova desse poder de transformação da educação é que a Penitenciária de Segurança Máxima Criminalista Geraldo Beltrão está entre as duas únicas do estado da Paraíba que, desde 2011, ano de início do programa, não registra nenhuma rebelião. 

*Com informações do Portal do MEC

Na próxima segunda-feira (19), a Secretaria Estadual da Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação (Sempetq) do Estado de Pernambuco entrega certificados de qualificação profissional a 80 reeducandos que cumprem penas em regime semi-aberto na Penitenciária Agro-Industrial São João, na cidade de Itamaracá, e no Centro de Ressocialização do Agreste, no município de Canhotinho.

Os certificados, gerados pelo 'Programa Novos Talentos' da secretaria, são de conclusão dos cursos de 'Quintal Produtivo' e 'Horta Orgânica', em visita técnica ao Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta) município de Glória do Goitá. 

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De acordo com o diretor do Centro de Ressocialização do Agreste, os cursos podem ajudar muito a reinserir os detentos no mercado de trabalho por estarem bem conectados à realidade dos reeducandos. "A grande maioria dos nossos detentos é de origem do campo e este curso pode facilitar muito a reintegração social deles. Aqui irão trabalhar com a própria natureza e os efeitos que tudo isso causa é extremamente benéfico”.

O reeducando do Centro de Ressocialização do Agreste, Leidivaldo Silva, de 48 anos afirma que com o curso aprendeu a importância de uma alimentação saudável e sem produtos químicos envolvidos no cultivo. “É muito gratificante para mim participar do curso de Horta Orgânica. Pela primeira vez estou no campo plantando e aprendendo sobre a importância de consumir alimentos livres de agrotóxicos e a usar materiais recicláveis para contribuir com a preservação da natureza".

Com informações de assessoria

O Núcleo de Experimentações em Teatro do Oprimido (NEXTO) promove, nesta quinta-feira (15), o 'Seminário Teatro na Prisão: a arte como dispositivo de transformação nos presídios brasileiros', visando promover um diálogo sobre os processos de ressocialização nas unidades prisionais do Brasil. Além disso, o seminário também pretende pensar sobre o papel da educação e da arte como motor para a transformação social e também pessoal. O evento, que acontece às 19h, no Auditório da Faculdade de Direito do Recife, contará com a presença dos atores do NEXTO, Wagner Montenegro e Andréa Veruska; do Professor Everson Melquíades da UFPE; da cineasta e cineclubista Juliana Casanova; do sociólogo, militante e representante LGBTT da Comissão Contra a Tortura nos Presídios, Whellton Leal, e de Amanda Cavalcante, estudante, militante e integrante do 'Projeto Além das Grades'. 

O núcleo surgiu a partir do 'Projeto Teatro do Oprimido nas Prisões', criado pelo dramaturgo, encenador e teatrólogo Augusto Boal. O projeto capacitava servidores de prisões para promover debates sobre os problemas da prisão através da linguagem teatral. Já o seminário foi pensado a partir de um intercâmbio com o 'Phoenix Players Theatre Group', grupo de teatro formado por detentos da prisão de segurança máxima de Auburn, em Nova York, no Projeto “Teatro na Prisão: Conexão Brasil e Estados Unidos”.

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SERVIÇO 

Seminário Teatro na Prisão: A Arte como Dispositivo de Transformação nos Presídios Brasileiros

Quinta-feira (15)

19h

Auditório Tobias Barreto, da Faculdade de Direito do Recife (Praça Adolfo Cirne, s/n, Boa Vista) 

Gratuito e aberto ao público

O secretário executivo de Defesa Social, Rodrigo Bastos de Freitas, deixará o cargo no próximo sábado (30). O anúncio foi feito na última segunda-feira (26), mesma data em que o agente penitenciário Cícero Márcio de Souza Rodrigues foi empossado como secretário executivo de Ressocialização, após o seu antecessor, Eden Vespaziano, pedir para sair.

De acordo com a Secretaria de Defesa Social, Rodrigo Bastos alegou motivos particulares e reassumirá suas funções como delegado da Polícia Federal. Em seu lugar, assumirá o também delegado da Polícia Federal Alexandre de Almeida Lucena, atual superintendente adjunto da Superintendência da Polícia Federal em Pernambuco. Bastos estava no cargo desde o dia 5 de maio de 2014.

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Alexandre Lucena é natural do Recife, formado em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco em 1997, tendo ingressado na Polícia Federal em outubro de 2003. Ele já atuou nos estados do Amapá, Bahia e Maranhão.

Em Pernambuco, Lucena já ocupou cargos como o de delegado Regional de Combate ao Crime Organizado, presidente da Comissão Estadual de Segurança Pública e Defesa Civil (COESGE-PE) e coordenador do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR). 

Com informações da assessoria

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Na manhã desta segunda-feira (25), foi tomada a posse da Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco (Seres) por Cícero Márcio de Souza Rodrigues. O novo secretário, formado em Ciência Contábeis, é o primeiro Agente de Segurança Penitenciária a assumir o comando do Sistema prisional de Estado. Em sua carreira, há o direcionamento em inteligência e segurança penitenciária, além de ser especialista em Políticas e Gestão em Segurança Pública, pelo Ministério da Justiça. 

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Mesmo com a iminência da posse do novo secretário, foi mantida a dinâmica das revistas em presídios. Duas unidades do Complexo do Curado foram fiscalizadas pelo Grupo de Operações e Segurança (GOS/Seres). E, mais uma vez, materiais ilícitos foram encontrados nas dependências. 

No Presídio Frei Damião de Bozzano (Pamfa) foram encontrados quatro facas, quatro chunchos, um facão, dois celulares, duas baterias de celular, oito fones de ouvido, 750 ml de whisky, um barrote, seis barras de ferro, dois cabos USB.

Já no Presídio Juiz Antônio Luis Lins de Barros (Pjallb) foram capturados seis facões industriais, um artesanal, oito celulares, cinco baterias de celular, quatro facas industriais e três artesanais, 3,5 litros de solvente de tinta, 13 litros de cachaça, seis carregadores de celular, três pendrives, duas foices, sete ferros, um fone de ouvido, 1,5 quilos de maconha e seis barrotes.

Com informação da assessoria

Nesta segunda-feira (4), às 14h30, a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) vai entregar dez vans administrativas para reforçar a frota do sistema prisional da Região Metropolitana do Recife (RMR) e Interior do Estado. Também devem ser entregues 700 algemas. 

De acordo com a Seres, os veículos foram locados por meio de licitação no valor de R$ 36.250 mensais, já as algemas fazem parte da compra de um total de 1,5 mil, também por processo licitatório, no valor de R$ 180 mil. Em fevereiro, foram entregues 26 caminhonetes 4x4 e 200 coletes balísticos.

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Os agentes penitenciários ameaçaram entrar em greve também em fevereiro. A paralisação foi descartada após reunião com a Secretaria de Administração e de Ressocialização. Durante a reunião, o governo prometeu melhores condições de trabalho aos agentes. 

Em resposta ao relatório da Human Rights Watch, no qual o sistema prisional de Pernambuco é considerado o pior do país, o secretario-executivo de Ressocialização do Estado, Éden Vespaziano, convocou coletiva para mostrar dados “positivos” sobre as penitenciárias pernambucanas. Para o responsável pela pasta, houve equívocos no documento divulgado nesta terça-feira (20) pela ONG que avaliou as prisões.

“Gostaria de contestar um pouco aqueles dados. Acredito que houve confusões quando fizeram as visitas. O relatório diz que havia 2600 pessoas com tuberculose (no sistema prisional do Estado). Na verdade, aquilo era o número de pessoas examinadas, que já subiu para 6300 coletas. O número correto é de 410 pessoas com tuberculose comprovada, que representa 1,3% da população carcerária”, disse Vespaziano, ao discordar também do número de técnicos nas equipes de saúde dos presídios. Segundo o secretário, há 504 profissionais no setor, diferente dos 161 apontados pela pesquisa. 

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Baseando sua fala em uma apresentação de slides, o secretário tentou mostrar que o sistema prisional do Estado está mau das pernas, mas nem tanto. Trouxe dados sobre os novos presídios de Tacaimbó e Araçoiaba, previstos para ser entregues, respectivamente, nos finais de 2015 e 2016. Falou da intensificação do videomonitoramento do Complexo do Curado, com expectativa de se tornar uma atividade 24 horas por dia, até o final deste ano. Defendeu que, desde o início de sua gestão, em janeiro de 2015, a secretaria vem, paulatinamente, mostrando resultados. 

“Temos aí R$ 2 bilhões do Funpen (Fundo Penitenciário Nacional) que sabemos que serão disponibilizados até o fim do ano para os estados. Estamos, através de projetos e novas propostas, trabalhando para atrair recursos para Pernambuco. As soluções estão sendo dadas de imediato”, afirmou Éden Vespaziano.

Prisões de Pernambuco têm 20 mil vagas a mais que o limite

Com uma capacidade para 11.196 pessoas, o sistema prisional de Pernambuco está, atualmente, com 31.919 reeducandos, com um déficit de 20.723 presos. A superlotação é, para o secretário, o principal problema a ser minimizado pela gestão atual, mas garante que os resultados não serão para agora. “Elaboraremos um plano estratégico, a partir do ano que vem, com projeções para os próximos cinco, dez, 20 anos. Estamos trabalhando”. 

A unidade de Santa Cruz do Capibaribe, já entregue pelo Governo, dispõe de 186 vagas. A Unidade Prisional de Tacaimbó e o Complexo Prisional de Araçoiaba terão, respectivamente, 689 e 2574 vagas. Também como promessas da gestão estão a "reforma e adequação" do Complexo Prisional do Curado e conclusão das obras no Centro de Observação e Triagem (Cotel)

Mais de 23 mil kg de maconha apreendidos em nove meses

Desde o início do ano até agora, a SERES garante que cerca de 23 mil kg de maconha foram recolhidas de dentro dos presídios de Pernambuco. Em relação às armas brancas, foram 3200 apreendidas. Além de 11 armas de fogo, as fiscalizações também retiraram 1900 celulares das penitenciárias. Outros dados disponibilizados pela secretaria foram a quantidade de túneis descobertos durante o ano (12 no total) e as tentativas de fugas interceptadas (58).  

A superlotação dos presídios brasileiros e as políticas públicas de ressocialização serão temas de debate do Júri do Núcleo de Prática Jurídica da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau. O evento será realizado no dia 29 deste mês, das 16h às 18h. Segundo a instituição de ensino, a Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima (CPFAL) será tomada como exemplo durante o encontro.

O gerente prisional da Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco (Seres-PE), Valdir Carneiro Moreira Filho, é o convidado que participará do debate. De acordo com a UNINASSAU, durante o evento serão apresentadas estatísticas da população carcerária no Estado, com o objetivo de discutir propostas de soluções para os problemas atuais dos presídios locais.

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As inscrições para o debate podem ser feitas de segunda à sexta-feira, no horário das 8h às 20h, no Núcleo de Prática Jurídica. Os interessados deverão entregar um produto de higiene pessoal, que será doado para internas da CPFAL. O Núcleo fica na Rua Joaquim Nabuco, 547, no bairro das Graças, no Recife.

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