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A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirma ter como meta reformular a ressocialização de jovens infratores e avisa que acabará com a visita íntima em unidades do tipo. "Mamãe Damares vai mandar bola, livro, arroz e feijão. Camisinha e lubrificante, não", disse ao jornal O Estado de S. Paulo. Desde 2012, uma lei dá direito à visita íntima a jovens infratores casados ou, comprovadamente, em união estável.

Apesar da popularidade, Damares - pastora, pedagoga e advogada - descarta hoje ser candidata. Na conversa, chorou mais de uma vez ao falar de polêmicas.

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Leia os principais trechos da entrevista:

O Orçamento da sua pasta teve corte de 20% para o próximo ano. Como trabalhar com isso?

Duplicamos o número de emendas (verbas que parlamentares escolhem as áreas onde aplicar). Teve secretaria que saiu de R$ 1 milhão para R$ 15 milhões em emendas, como a do Idoso. E parcerias. Fechamos com a Avon para divulgar o Disque 180 (canal para denunciar violência à mulher). O anúncio estará em revistas e produtos. Numa 2ª fase, treinaremos vendedoras para serem agentes de proteção da mulher.

Sem contrapartida?

É. O poder público não vai fazer sozinho. Precisamos descentralizar ações. Chega de técnicos, de "ólogos" atrás de uma mesa decidindo o que tem de acontecer lá na ponta.

Qual é a agenda de 2020?

Estamos construindo o maior pacto de proteção à criança no País. Temos R$ 100 milhões da Petrobras para ampliar e construir unidades socioeducativas. Preciso entregar 62 unidades no País. Há 5 mil meninos nas ruas. Nos próximos três anos, priorizaremos a entrega de unidades, mas não só construir. Queremos mudar o atendimento. Eles têm ido às unidades e saído piores. Farei unidades em fazenda, voltadas ao esporte de alto rendimento e trabalhar o ensino de qualidade.

Mas não dá para fazer tudo isso só com a verba da Petrobras...

O dinheiro de leilões, estatais, vendas... Parte irá para nossas unidades. Consigo construir todas em três anos e também fazer parceria público-privada. E não aceito visita íntima para meninos. Qual a idade da namorada que vai lá transar com ele? Vou enfrentar isso. Mamãe Damares vai mandar bola, livro, arroz e feijão. Camisinha e lubrificante, não.

No lançamento do disque 180, a sra. ficou calada. O que achou da repercussão de sua atuação?

Devia ter tido um pouco mais de compreensão da imprensa. A ideia da campanha era "não tire a voz de uma mulher" e eu queria participar. Queria que vissem uma mulher que fala demais ficar no silêncio. Não me arrependo.

A sra. está entre os ministros mais bem avaliados no governo. A que atribui essa popularidade?

Falamos o que o Brasil queria ouvir, como proteção da infância. Bolsonaro foi eleito por maioria e quem votou nele sabia quais são as propostas. Tem um tripé: economia, segurança pública e valores. Você observa que esses três ministérios estão no coração do povo.

A sra. defende a licença-maternidade de até um ano? Consegue apoio da política liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes?

Vamos. Guedes é liberal, mas com coração no social.

A sra. já disse se ver empoderada. O filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), pediu que professores não ensinem feminismo. Concorda?

Quando falo que sou empoderada, uso o sonho das feministas: empoderar uma mulher. Queria dizer às feministas que me criticam tanto que poderíamos ter diálogo. Poderiam usar meu exemplo na luta delas. Sou mulher que veio de baixo, não tinha nem sapato para ir à escola e hoje sou ministra.

Mas isso pode ser ensinado na escola?

Respeito à mulher tem de ser falado na escola.

Desse ponto de vista, a sra. pode ser considerada feminista?

Mas sou feminista. O problema é: o que é o feminismo? Essas loucas na rua gritando, com bandeiras, peladas e quebrando tudo? O que questiono é a forma que lutam por igualdade. Se lutar pelo direito da mulher é ser feminista, eu sou.

Como vê a diferença salarial entre mulher e homem?

Temos de acabar com essa palhaçada. Vamos ter de denunciar e aplicar multas. É lei. O nosso 180 agora vai ter um canal direto para denunciar isso sem precisar se identificar. Se no seu trabalho acontecer, pode denunciar que vamos para cima. Não vai ficar barato.

O presidente falou a um repórter "Você tem uma cara de homossexual terrível, nem por isso eu te acuso de ser homossexual. Se bem que não é crime ser homossexual". A sra. está à frente de políticas contra o preconceito a LGBT+. Essas falas ajudam?

Me parece que o presidente tentou consertar isso depois. O que acontece com meu presidente: ele fala muito. Não quis dizer "estou te julgando pela sua aparência", mas "não julgo ninguém pela aparência".

A senhora defende o excludente de ilicitude (situação em que o militar ou agente de segurança pode ser isentado de punição ao cometer algo considerado proibido por lei, como matar)?

Concordo com o ministro (Sergio) Moro (Justiça) na forma como apresentou a proposta (pacote anticrime). Não posso dizer que todos os policiais nas ruas vão pegar arma e sair matando tão somente por matar. Trabalho com a Polícia Militar. Dizer que todos que estão lá são bandidos e que foram treinados para matar e só para matar é a gente colocar em risco a sociedade.

Há o caso Ágatha, Paraisópolis. Ampliar o excludente não pode aumentar a violência?

Não acho. Vai dar mais segurança jurídica a quem combate a violência. Trabalho em comunidades a minha vida inteira e sei o que acontece lá. O maior salário do Brasil deveria ser para professor e policial.

Como vê a investigação contra o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ)?

Ele é claro nas declarações. Quer transparência na investigação e que seja afastada toda e qualquer ideologia política do processo investigatório.

É candidata em 2022?

Sou candidata à rede numa casinha numa praia em Aracaju.

A sra. cogitou parar...

Quando o presidente me chamou, foi para construir um ministério. Achei que quando edificasse, poderia sair. Mas percebi que não é hora. Eu tinha a ideia de que seria ministra por seis meses. Estou cansada, queria parar, eu estava me aposentando já. Quero namorar.

Tem pretendente?

Não. Se tiver, me manda o currículo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta terça-feira (10), foi realizado o primeiro dia de aplicação de provas do Exame Nacional do Ensino Médio Para Privados de Liberdade (Enem PPL), além da reaplicação dos do Enem para pessoas que tiveram problemas de logística. Os participantes tiveram cinco horas e meia para responder às 90 questões de linguagens e ciências humanas, além da redação. 

Nesta quarta-feira (11), serão realizadas as provas de matemática e ciências da natureza. O LeiaJá esteve em uma unidade prisional na Região Metropolitana do Recife (RMR) durante a tarde desta terça-feira (10) e, em entrevista com alguns detentos, a reportagem apurou que o tema da redação tem relação com o abuso do uso da internet.

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Procurado pelo LeiaJá, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), organizador do Enem, informou que não há, até o momento, nenhuma informação oficial sobre o tema da redação do Enem PPL. A divulgação será realizada apenas nesta quarta (11).   

Na edição de 2019, foram registrados 46.163 inscritos no Enem PPL. São Paulo é o estado que concentra mais participantes, com 15.826, seguido de Minas Gerais, com 4.959. As inscrições foram feitas pelo responsável pedagógico de cada unidade prisional ou socioeducativa. As inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e outros programas de acesso ao ensino superior também dependem do intermédio de responsáveis pedagógicos. 

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Dados da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) indicam que no ano de 2019, 1.382 reeducandos de 23 unidades prisionais e de uma cadeia pública de Pernambuco fizeram inscrição no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos para Pessoas Privadas de Liberdade (Encceja PPL) 2019. A prova da avaliação é realizada em dois dias, sendo o primeiro nesta terça-feira (8) e outro nesta quarta (9), dentro dos estabelecimentos prisionais.

O número de inscritos, com relação ao ano de 2018, registrou um aumento de quase 65%, no qual 160 são do Presídio Rorinildo da Rocha Leão, localizado no município de Palmares e 137 da Penitenciária Doutor Edvaldo Gomes, em Petrolina. Segundo o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, a prova pode ser uma oportunidade de ressocialização ao convívio social. “Apostamos na educação e no trabalho como grandes aliados neste processo”, declara, em nota divulgada pela Seres.

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Além do número de candidatos do Encceja PPL 2019, a Seres também revelou o número do total de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio Para Pessoas Privadas de Liberdade e Jovens Sob Medida Socioeducativa (Enem PPL), que conta com 1.162 reeducandos de 22 estabelecimentos penais.

Detentas da Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima (Cpfal), no Grande Recife, participam de aulão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 neste sábado (24). O aulão de redação com a professora Fernanda Pessoa, realizado na Faculdade Joaquim Nabuco, em Paulista, está sendo transmitido simultaneamente para 40 reeducandas concluintes do Ensino Médio da Escola irmã Dulce, da Cpfal, através de projeção.

No próximo dia 5 de outubro, haverá outro aulão com professores da rede estadual. O objetivo da ação é enriquecer a aprendizagem das estudantes que vão se submeter ao Enem prisional.

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A ação é realizada pela Gerência Regional Metropolitana Norte (GRE-Metro Norte), da Secretaria de Educação de Pernambuco, com apoio da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres).

 

De acordo com levantamento realizado pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) de Pernambuco, empresas privadas que contrataram egressos do sistema prisional, que são indivíduos que cumprem pena no regime aberto, economizaram, somente no último ano, R$ 1,5 milhão na folha de pagamento. Os contratados são submetidos à Lei de Execuções Penais e não à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Segundo a SJDH, o empregador que contratar ex-detentos fica isento de pagar impostos trabalhistas. O objetivo é interromper o ciclo de violência provocado, muitas vezes, pela falta de oportunidades para quem cumpriu a pena e está em situação de antecipação de liberdade, como são considerados o regimes aberto. Para o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, “o trabalho e a educação são os principais pilares no processo de ressocialização”. Ainda de acordo com a pasta, apenas 1,5% dos egressos consegue se reinserir no mercado de trabalho. 

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Empresas privadas contrataram 167 reeducandos, enquanto órgãos públicos têm 873 egressos exercendo alguma atividade. Em Olinda, 24 reeducandas trabalham produzindo embalagens para doces. Segundo o diretor da empresa, Wagner Barros, o processo não se trata apenas de um fator econômico. “Para além da economia, nossa empresa abre as portas por uma questão humanitária. O resgate da dignidade dessas mulheres depende de um espaço no mercado de trabalho”. A Lei estabelece também que o limite máximo no número de egressos seja de até 10% do total de empregados da empresa.

Que o sistema prisional e socioeducativo brasileiro está longe de ser bom, disso ninguém duvida. Nossa realidade é de prisões mal-cuidadas, com superlotação e sem nenhuma estrutura que possibilite a real ressocialização do detento ou o desenvolvimento de ações socioeducativas com os adolescentes apreendidos. Como resultado, temos apenas “depósitos de gente” que, em vez de cumprir o papel que lhes era devido, acabam por atuar totalmente na contramão.

Segundo o World Prison Brief (WPB), o Brasil tem a terceira maior população carcerária em número absoluto do mundo, com 714 mil detentos (dados de 2019), atrás apenas de China e Estados Unidos. Claro que somos um país gigante e, como tal, é esperado que se tenha mais presos, mas, ao mesmo tempo, essa população só faz aumentar e não se vê esforços do poder público para agir em contrário. Pensa-se em endurecer as leis, aumentar as penas, até em construir mais presídios, mas não se pensa no que fazer com os indivíduos enquanto estão privados de liberdade. Jogados nas prisões desaparelhadas, eles não têm a oportunidade de mudar de vida e saírem de lá pessoas melhores e de fato arrependidas de seus erros. Como é comum se dizer, prisões no Brasil são “escolas de crime”, que só marginalizam ainda mais seus ocupantes.

A ociosidade dos detentos não lhes faz bem de maneira alguma – nem a eles, nem à população, que, afinal, está pagando por sua manutenção no presídio. Pagamos, portanto, por um “intensivo de criminalidade”, de onde o recluso sai ainda mais especializado. É claro que, felizmente, muitos aproveitam o tempo de pena de maneira extremamente positiva e buscam refazer a vida em seguida, mas estes ainda são minoria. É muito animador ler nos jornais que pessoas privadas de liberdade são aprovadas em exames como o Enem e terão, então, a chance de evoluir socialmente. Esse é um direito que não se pode negar a ninguém, por mais erros que a pessoa tenha cometido na vida.

O mesmo ocorre nas unidades socioeducativas, que recebem adolescentes infratores. Nestes, a situação é ainda mais delicada. Crianças e adolescentes estão em fase de formação de caráter e, por isso, precisam de um acompanhamento especial, ainda mais próximo e, por que não dizer, acolhedor. Eles normalmente já vivem uma realidade tão degradante em seus locais de origem que, quando apreendidos por alguma infração, deveriam ser educados com mais força. É imprescindível que haja programas de formação e educação nestas unidades – como há em muitas – que deem a oportunidade a esses adolescentes de, após cumprida a medida socioeducativa, dar um novo rumo à vida, afinal, ainda estão no começo dela.

É até de espantar quando ouvimos, por exemplo, que, em 2017, a Holanda havia fechado 24 prisões por falta de presos. Era tanto espaço vazio que havia detentos noruegueses cumprindo pena naquele país. Claro que há diversos fatores para o baixíssimo índice de criminalidade e prisões na Holanda, mas não há dúvidas de que a educação tem papel fundamental nesse status – tanto dentro, quanto fora das penitenciárias. O Brasil precisa passar a adotar, de fato, o modelo de ressocialização, e não apenas o de privação de liberdade. A ociosidade sem um projeto de educação e desenvolvimento pessoal nunca levará ninguém a uma real melhora de vida.

Detentos do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (Pjalbb), no Complexo do Curado, Zona Oeste do Recife, têm aprendido capoeira como forma de ressocialização. As aulas acontecem duas vezes na semana na unidade.

O grupo, chamado de "Liberdade da Ginga", é formado por 16 detentos. A atividade é acompanhada e monitorada por uma psicóloga.

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As aulas acontecem na quadra do Pjallb e são ministradas por dois presos. "Não imaginava que no cárcere ia poder passar o pouco do que sei aos meus colegas", diz Dennes Gomes, um dos que ministra as aulas.

Segundo a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), a iniciativa integra um conjunto de ações com o intuito de garantir acesso à cultura aos privados de liberdade. No Pjallb, os apenados também contam com aulas de artesanato, prática de esportes e biblioteca para leitura.

Com informações da assessoria

 

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A 20ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) conta com a presença de reeducandos do regime aberto nos preparativos do espaço que vai abrigar os quase 600 estandes. Eles dão suporte aos serviços de hidráulica, elétrica e pintura no pavilhão com aproximadamente 20.000 metros quadrados. Enquanto isso, outro grupo do regime semiaberto e fechado prepara as peças de sua autoria para expor no evento.

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A participação dos apenados se dá graças aos convênios entre o Patronato Penitenciário, órgão da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), com a Empetur, e da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) com a AD Diper. “Os números mostram que estamos avançando no setor de empregabilidade. As empresas estão se sensibilizando e percebendo que, além dos benefícios financeiros que recebem, a prática social que exercem é fundamental para a redução da criminalidade no estado” explica o secretário Pedro Eurico.

As peças que serão expostas na maior feira de artesanato da América Latina vêm de unidades da Região Metropolitana do Recife (RMR) e do interior do estado, como: a Penitenciária Agro Industrial São João (PAISJ), em Itamaracá; Presídio de Igarassu (PIG); Penitenciária Dr. Ênio Pessoa Guerra (PDEPG), em Limoeiro;  Centro de Ressocialização do Agreste (CRA), em Canhotinho;  e Penitenciária Juiz Plácido de Souza (PJPS), em Caruaru. 

São esculturas, peças de xadrez, brinquedos educativos, quadros, entre outros artesanatos em madeira, produzidos pelos reeducandos do regime semiaberto e fechado. O estande da Seres na Fenearte é o 414.

Da assessoria

Presos do regime semiaberto e aberto do Estado de Pernambuco estão integrando a Defesa Civil de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), e atuando na contenção dos efeitos das chuvas. A ação faz parte de um convênio envolvendo a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), Prefeitura de Olinda e o Patronato Penitenciário, órgão da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH).

Os reeducandos atuam nos serviços de colocação de lonas, limpeza de canaletas e auxílio em obras de restauração e construção de escadarias. Eles também trabalham na fabricação de tijolos, tubos, calhas e placas, utilizados na manutenção das áreas de risco. Os serviços estão sendo realizados em comunidades de Águas Compridas, Sapucaia, Alto do Sol Nascente, Conquista e Caixa D'Água.

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São 50 apenados trabalhando com a Defesa Civil, sendo 39 do regime semiaberto e 11 do aberto. O horário de serviço vai das 8h às 16h e eles recebem um salário mínimo (R$ 954), alimentação e transporte. "A contratação da mão de obra carcerária contribui diretamente para a redução dos índices de violência. As parcerias com as instituições possibilitam que eles tenham um trabalho honesto e não reincidam", afirma o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

O convênio já tem duração de um ano e meio. “Temos aqui na Região 7,2 mil pontos de risco, e os reeducandos representam 60% da mão de obra da Defesa Civil de Olinda, são extremamente prestativos, solícitos e empenhados nas atividades", destaca o secretário-executivo de Defesa Civil de Olinda, Nelson Gonçalves de Arruda.

Jaboatão dos Guararapes – Os privados de  liberdade também estão presentes na equipe de limpeza de canais e canaletas de Jaboatão dos Guararapes, na RMR. O grupo de 35 apenados já limpou 12 canais na cidade.

Detentos do regime semiaberto do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) Dr. Edgard Magalhães Noronha, de Tremembé, no interior paulista, foram contratados para exercer funções de ajudante geral, pedreiro, pintor e serralheiro na cidade de Pindamonhangaba. As vagas de trabalho foram oferecidas a 40 reeducandos.

O programa é uma parceria entre a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) e a Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap). Os contratados ocupam funções e auxiliam na zeladoria do município, na limpeza, conservação e manutenção de espaços públicos da cidade. Cumprindo o expediente de segunda a sexta-feira, das 7h até 16h, com uma hora de almoço, os detentos recebem um salário mínimo e têm direito à reparação de pena, prevista na Lei de Execução Penal. A cada três dias de trabalho, é descontado um dia na pena.

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Determinado à ressocialização, um dos admitidos é Dionísio, 40 anos, que demonstra satisfação com a oportunidade. "Já trabalhei como pintor antes, mas nunca de forma profissional. É uma forma de ganhar dinheiro e enviar para minha família", declara.

São seis as frentes de trabalho nas quais os presos prestam serviços de pintura urbana e predial, na construção civil, de roçada e de serralheria em pontos estratégicos do município de Pindamonhangaba.

Mais uma vez a imprensa se concentrou em frente à Penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletir, em Tremembé-SP, na manhã desta quarta-feira (8). Passava das 8h quando Suzane von Richthofen deixou o local, entrou em um carro e seguiu para a 'saidinha de Dia das Mães'. Não é a primeira vez que a mulher condenada a 39 anos de prisão por matar os pais tem direito à saída temporária do Dia das Mães, assim como já deixou a unidade no Dia dos Pais. O fato costuma gerar a revolta da população, mas estudiosos do Direito Penal veem o caso com naturalidade.

O sistema penal brasileiro possui três regimes: fechado, semiaberto e aberto. Além disso, o preso também tem direito à progressão de regime, avançando o tipo conforme o tempo passado na prisão. A saída temporária de Suzane von Richthofen é um benefício para aqueles que se encontram em regime semiaberto.

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"O objetivo da saída temporária é tornar possível o retorno ao convívio social do preso", resume o professor em direito penal José Roberto de Castro. Para conseguir o benefício, o detento precisa ter bom comportamento no cárcere e ter cumprido um sexto da pena em caso de réu primário ou um quarto da pena se for reincidente.

Os presos que se encaixam nos requisitos podem ter até cinco saídas por ano, de sete dias no máximo, chegando até 35 dias fora da prisão por ano. As datas são definidas pelas Varas de Execuções Penais de cada estado, comumente caindo em datas comemorativas como Dia das Mães, Dia dos Pais, Natal e Ano Novo e Páscoa. Em Pernambuco, costuma haver as saidinhas no Carnaval e Dia das Crianças.

De acordo com José Roberto, essas são datas em que famílias e amigos costumam se reunir. "Não é uma medida recreativa, mas um retorno ao convívio social. O Dia das Mães, por exemplo, costuma ser uma data para reunião de família, de amigos. Independente do ato hediondo, Suzane tem irmão, tias, que, querendo ou não, irão recebê-la ao término da pena. Se negarmos isso, ao término da pena ela pode não ter para onde ir e vai tender a voltar para a criminalidade. Para evitar esse tipo de probabilidade, o estado simplesmente percebeu que conceder a saída temporária gera um fortalecimento, uma acolhida no seio social", explica.

Como as datas são definidas para os socioeducandos de toda uma região, as Varas não avaliam se um detento que matou os parentes sai em Dia das Mães ou Dia dos Pais ou qualquer outro caso com esse tipo de especificidade. "Não quer dizer que o preso necessariamente vai visitar pai, mãe e filho. Uma presa evangélica pode sair no Carnaval. Não quer dizer que ela está saindo para brincar o Carnaval. A Vara organiza os presos nas datas que já são de praxe", salienta o advogado Bruno Paiva, membro do grupo Além das Grades, que oferece assistência jurídica à população carcerária.

Paiva considera a medida essencial para o preso, mas tem sérios questionamentos com relação ao funcionamento da saída temporária na prática. "A pessoa sai na saída temporária, mas a sociedade não está pronta para recebê-la. Quem vai abrir as portas para contratar uma pessoa que estava presa? E como ela vai voltar renovada se passou tanto tempo assim? O sistema prisional é o pior lugar".

O advogado complementa: "A ideia é que você chegou nesse local e vai melhorando para que seja reinserido na sociedade. Essa saída faz com que o preso retorne aos poucos para uma situação melhor. Para a pessoa que está presa, viver essa experiência talvez funcione para que ela não volte a delinquir, mas esse efeito seria maximizado se houvesse oportunidades para essas pessoas. Não há prisão perpétua no Brasil, mas a pessoa cumpre a pena durante toda a vida, porque o estigma de presidiário é carregado para sempre".

Além de preencher certos requisitos, o presidiário deverá cumprir algumas regras nos dias em que estiver fora da prisão. Ele deve possuir um endereço fixo para ficar, voltar para a residência em horário determinado, não permanecer fora de casa em horário noturnos e não visitar locais como bares e casas de show ou ingerir bebida alcóolica em local público. Em caso de descumprimento, o preso pode sofrer punições e regredir no regime. Também serão punidos aqueles que não retornam para a unidade prisional após o fim do prazo da saidinha, o que ocorre, visto se tratar de um benefício de autorresponsabilidade, mas em uma quantidade considerada muito baixa.

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, defendeu, hoje (6), que as empresas brasileiras contratem pessoas que cumprem pena ou que deixaram o sistema prisional. Para o ministro, é importante que os empresários ofereçam oportunidades aos presos que buscam uma oportunidade de se reinserir na sociedade por meio do trabalho e do estudo.

"Temos que acreditar na ressocialização do preso. Este é um objetivo importante. Nunca podemos perder a fé e a esperança de que as pessoas podem se redimir. E uma das melhores maneiras é dar uma oportunidade para estas pessoas”, disse o ministro durante a cerimônia de entrega do Selo Resgata a 198 empresas de 15 estados. Juntas, estas empresas contratam 5.603 pessoas. No primeiro ciclo de certificação das companhias, em 2017/2018, 112 instituições receberam o selo. A maioria delas, órgãos públicos. A expectativa do ministério é ampliar este número para mil empresas em 2020 e atrair mais empresas privadas.

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Lançado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública no fim de 2017, o selo é uma estratégia federal de estímulo às empresas públicas e privadas, bem como a órgãos públicos e empreendimentos de economia solidária, para que contratem pessoas privadas de liberdade que estejam cumprindo penas alternativas ou que já tenham deixado o sistema prisional.

A contratação dos presos é feita por meio de convênios que as empresas habilitadas a apoiar o trabalho de ressocialização assinam com os governos dos estados onde atuam. A certificação da habilitação é a obtenção do próprio Selo Resgata. Para obtê-lo, a empresa tem que contar com entre 1% e 3% de presos no total de mão de obra contratada, mediante o que, recebem algumas vantagens, como redução das despesas trabalhistas.

Presente à cerimônia de habilitação de mais 198 empresas, o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Fabiano Bordignon, lembrou que a Lei de Execução Penal prevê que os presos trabalhem, não podendo, em nenhuma circunstância, receber menos que 75% do salário-mínimo (R$ 998), não tendo algumas das garantias trabalhistas. Deste valor, um percentual pode ser descontado a título de custeio das unidades prisionais, como já acontece em Santa Catarina, apontado como um estado-modelo.

Para Bordignon, o maior benefício para os presos é a possibilidade de reduzir sua pena, já que, a cada três dias de trabalho, um dia é abatido da sentença a cumprir. “A Lei de Execução Penal diz que o preso condenado é obrigado a trabalhar. Claro que tratamos isto como um direito, já que a maioria dos detentos do Brasil quer trabalhar. A dificuldade é que dar trabalho para os presos dá trabalho. Então, precisamos criar estruturas nas unidades prisionais para que elas recebam parte deste trabalho”, comentou o diretor do Depen, admitindo que um dos desafios à iniciativa é o convencimento de mais empresas privadas.

“Temos que romper um certo preconceito. Também precisamos classificar melhor os presos para que as empresas saibam que podem recebê-los. A Lei de Execução Penal prevê as Comissões Técnicas de Classificação para fazer isso, mas, hoje, com as estruturas prisionais, a deficiência de servidores e de sistemas informatizados, isso é uma dificuldade”, pontuou o diretor-geral do Depen.

Microempresário do ramo da construção civil, José Geraldo Rosa Júnior era o responsável por um dos estabelecimentos que receberam o selo. Embora esteja afastado da direção da empresa, ele compareceu à cerimônia e garantiu que repetiria a experiência encerrada em 2018.

“Para nós, empresários, é uma maravilha; uma vantagem”, disse Júnior, revelando àAgência Brasil que os custos com a contratação de um apenado podem chegar a ser 65% inferiores aos de outro trabalhador. O que lhe permitiu, inclusive, vencer licitações para fornecer serviço a órgãos públicos. “Eu fiz um teste com alguns reeducandos e consegui êxito porque o meu valor [do serviço] era menor porque minha mão de obra era mais barata”, acrescentou o microempresário que chegou a ter sete apenados entre seus funcionários.

“Nunca tive problemas. Até porque, quando você dá uma oportunidade para eles, eles te vêm como um amigo e dão o seu melhor. Eles costumavam chegar antes do horário e, geralmente, eram os últimos a sair”, comentou o microempresário, explicando que o contrato que assinou com a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), do Distrito Federal, previa que, caso houvesse algum problema, a entidade prestaria todo o auxílio necessário – o que nunca foi necessário.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, defendeu, hoje (6), que as empresas brasileiras contratem pessoas que cumprem pena ou que deixaram o sistema prisional. Para o ministro, é importante que os empresários ofereçam oportunidades aos presos que buscam uma oportunidade de se reinserir na sociedade por meio do trabalho e do estudo.

"Temos que acreditar na ressocialização do preso. Este é um objetivo importante. Nunca podemos perder a fé e a esperança de que as pessoas podem se redimir. E uma das melhores maneiras é dar uma oportunidade para estas pessoas”, disse o ministro durante a cerimônia de entrega do Selo Resgata a 198 empresas de 15 estados. Juntas, estas empresas contratam 5.603 pessoas. No primeiro ciclo de certificação das companhias, em 2017/2018, 112 instituições receberam o selo. A maioria delas, órgãos públicos. A expectativa do ministério é ampliar este número para mil empresas em 2020 e atrair mais empresas privadas.

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Lançado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública no fim de 2017, o selo é uma estratégia federal de estímulo às empresas públicas e privadas, bem como a órgãos públicos e empreendimentos de economia solidária, para que contratem pessoas privadas de liberdade que estejam cumprindo penas alternativas ou que já tenham deixado o sistema prisional.

A contratação dos presos é feita por meio de convênios que as empresas habilitadas a apoiar o trabalho de ressocialização assinam com os governos dos estados onde atuam. A certificação da habilitação é a obtenção do próprio Selo Resgata. Para obtê-lo, a empresa tem que contar com entre 1% e 3% de presos no total de mão de obra contratada, mediante o que, recebem algumas vantagens, como redução das despesas trabalhistas.

Presente à cerimônia de habilitação de mais 198 empresas, o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Fabiano Bordignon, lembrou que a Lei de Execução Penal prevê que os presos trabalhem, não podendo, em nenhuma circunstância, receber menos que 75% do salário-mínimo (R$ 998), não tendo algumas das garantias trabalhistas. Deste valor, um percentual pode ser descontado a título de custeio das unidades prisionais, como já acontece em Santa Catarina, apontado como um estado-modelo.

Para Bordignon, o maior benefício para os presos é a possibilidade de reduzir sua pena, já que, a cada três dias de trabalho, um dia é abatido da sentença a cumprir. “A Lei de Execução Penal diz que o preso condenado é obrigado a trabalhar. Claro que tratamos isto como um direito, já que a maioria dos detentos do Brasil quer trabalhar. A dificuldade é que dar trabalho para os presos dá trabalho. Então, precisamos criar estruturas nas unidades prisionais para que elas recebam parte deste trabalho”, comentou o diretor do Depen, admitindo que um dos desafios à iniciativa é o convencimento de mais empresas privadas.

“Temos que romper um certo preconceito. Também precisamos classificar melhor os presos para que as empresas saibam que podem recebê-los. A Lei de Execução Penal prevê as Comissões Técnicas de Classificação para fazer isso, mas, hoje, com as estruturas prisionais, a deficiência de servidores e de sistemas informatizados, isso é uma dificuldade”, pontuou o diretor-geral do Depen.

Microempresário do ramo da construção civil, José Geraldo Rosa Júnior era o responsável por um dos estabelecimentos que receberam o selo. Embora esteja afastado da direção da empresa, ele compareceu à cerimônia e garantiu que repetiria a experiência encerrada em 2018.

“Para nós, empresários, é uma maravilha; uma vantagem”, disse Júnior, revelando àAgência Brasil que os custos com a contratação de um apenado podem chegar a ser 65% inferiores aos de outro trabalhador. O que lhe permitiu, inclusive, vencer licitações para fornecer serviço a órgãos públicos. “Eu fiz um teste com alguns reeducandos e consegui êxito porque o meu valor [do serviço] era menor porque minha mão de obra era mais barata”, acrescentou o microempresário que chegou a ter sete apenados entre seus funcionários.

“Nunca tive problemas. Até porque, quando você dá uma oportunidade para eles, eles te vêm como um amigo e dão o seu melhor. Eles costumavam chegar antes do horário e, geralmente, eram os últimos a sair”, comentou o microempresário, explicando que o contrato que assinou com a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), do Distrito Federal, previa que, caso houvesse algum problema, a entidade prestaria todo o auxílio necessário – o que nunca foi necessário.

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O Presídio de Igarassu, vinculado à Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), com o apoio da Defensoria Pública de Pernambuco, realizou nesta sexta-feira (29) o casamento coletivo de 25 casais. A cerimônia aconteceu no espaço ecumênico da unidade prisional e contou com bolo, alianças, flores, trajes tradicionais de noivos, buquês e muita emoção.

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A celebração foi conduzida pelo pastor Elízio José da Silva, da igreja evangélica Casa da Benção, que fica em Rio Doce, Olinda. Para o reeducando Paulo Rogério, 34 anos, esse matrimônio é algo muito importante. “A gente já vinha planejando e está acontecendo hoje. O fato de estar aqui dentro (no presídio) facilitou esse sonho”, conta.

O secretário-executivo de Ressocialização Cícero Rodrigues afirma que “todas as ações que promovam a integração familiar dos detentos são muito bem vindas. Essa é mais uma oportunidade para constituir ou restabelecer laços familiares”.

Após a celebração religiosa, os noivos e seus familiares comemoraram juntos no presídio. De acordo com a Seres, em janeiro deste ano, 35 casais celebraram a união civil no local - em 2018 foram 78 matrimônios realizados no Presídio de Igarassu. De acordo com a coordenadora de ressocialização da unidade, Maria das Graças Alves, há uma lista de espera com 70 casais para os próximos meses de 2019. A previsão é que outras cerimônias ocorram nos dias 26 de abril e 31 de maio.    

*Com informações da assessoria

A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) tem realizado atividades alusivas às férias escolares neste mês de janeiro. Três unidades de semiliberdade da Região Metropolitana do Recife (RMR) tiveram uma programação diferenciada, com visitas a museus e pontos turísticos da capital pernambucana. A participação nas atividades externas leva em conta critérios como o bom comportamento dos menores.

As internas da Casa de Semiliberdade (Casem) Santa Luzia foram contempladas com dois passeios. O primeiro foi ao Museu da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e o segundo, ao Espaço Ciência. Outra unidade com atividades do tipo foi o Casem Areias. Cinco adolescentes da unidade conheceram o Museu Cais do Sertão, no Recife, que conta a vida e obra de Luiz Gonzaga. Três adolescentes com bom comportamento ao longo da semana participaram de um passeio na Praia de Boa Viagem. Mais cinco socioeducandos tiveram a oportunidade de visitar o Parque Estadual Dois Irmãos.

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Jovens da Casem Olinda também visitaram o Espaço Ciência. Os socioeducandos participaram de atividades lúdicas e tiraram dúvidas sobre temáticas apresentadas no local. Para a coordenadora técnica da Casem Areias, Martha Urquisa, ações como essas ajudam o adolescente no cumprimento da medida. “Muitas das atividades realizadas são inéditas para os jovens, mesmo estando previstas enquanto direito no Estatuto da Criança e do Adolescente. Assim, eles estão tendo a oportunidade de conhecer outros espaços de convivência, cultura e lazer”, explica.

De acordo com a coordenadora técnica da Casem Olinda, Joana de Angelis, os resultados são positivos. “As atividades de férias na Casem Olinda fazem parte da garantia do processo educativo. Os resultados têm impacto positivo, oportunizando desenvolvimento e aprendizagem”, frisa.

Com informações da assessoria

Por semana, são recolhidos cerca de três mil sacos de 200 litros de lixo na praia e na avenida da orla de Olinda, no Grande Recife, no trecho de Rio Doce até o Carmo.  Esse trabalho tem sido realizado por 30 reeducandos do regime aberto, atendidos pelo Patronato Penitenciário de Pernambuco.

A iniciativa é fruto de um convênio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos com a Prefeitura de Olinda. Os condenados passam por entrevista, curso de formação e orientações jurídicas para serem contratados.

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Os reeducandos varrem, capinam e limpam a orla e o calçadão. O trabalho é executado das 7h30 às 13h30 e o eles recebem um salário mínimo e passagem. As parcerias buscam inserir presos à sociedade e ao mercado de trabalho, além de diminuir a reincidência criminal no estado. Atualmente, os convênios garantem atividade para 823 reeducandos.

 

O Governo de Pernambuco assinará, na tarde desta terça-feira (30), a ordem de serviço para as obras de ampliação do Presídio Rorinildo da Rocha Leão (PRRL), em Palmares, na Zona da Mata Sul do Estado. A unidade passará de 74 para 606 vagas. Atualmente, o presídio possui superlotação de mais de dez vezes a sua capacidade.

Com capacidade para 74 detentos, o presídio comporta atualmente 770 presos, uma superlotação de 1040%. Ou seja, mesmo com a ampliação, não será possível acabar com a superlotação no local.

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O projeto ocupa uma área aproximada de 8,2 mil metros quadrados, onde está prometida a instalação de três módulos de vivência coletiva, dois com capacidade para 200 vagas cada e uma que comporta 132 detentos. Cada módulo deverá possuir área de distribuição de alimentos, salas para agentes penitenciários, pátio para banho de sol, sanitário para visitantes e refeitório coletivo.

A obra terá um investimento de R$ 9,98 milhões provenientes do Tesouro Nacional, com repasse financeiro do Fundo Penitenciário Nacional. O prazo de execução é de dez meses.

Rejane Maria Pereira e Gabriel Pereira concretizam o sonho de se casar - Júlio Gomes/LeiaJá Imagens 

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Mulheres caminhando com cautela, protegendo a barra dos vestidos brancos da poeira do chão de terra. Logo atrás, familiares equilibram bolos e salgados. É uma manhã de quinta-feira incomum em frente ao Presídio de Igarassu (PIG), na Região Metropolitana do Recife (RMR). A porta pesada de entrada, acostumada com o transitar de homens algemados e agentes penitenciários, vira passagem para noivas. É dia de casamento na prisão.

Uma parceria da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) com a Defensoria Pública de Pernambuco organizou o segundo casamento coletivo do PIG. Ao todo, 32 mulheres compareceram à unidade para oficializar o matrimônio com o seu companheiro detento. Foram contabilizados cerca de 130 familiares na cerimônia, que ficaram com a missão de trazer os doces e salgados.

A celebração foi realizada no espaço ecumênico do presídio. Noivos se posicionaram em duas fileiras de cadeiras de plástico. O casamento foi conduzido pela igreja evangélica Casa da Benção de Rio Doce, Olinda. Pela primeira vez o pastor Izidoro José fazia casamento de presidiário. Leu Gênesis, capítulo 2 versículo 24, sobre a união do homem e da mulher em uma só carne. “As pessoas olham a ação, o delito, mas não vão atrás da história, do que levou esse homem a chegar até aqui. Muitos deles têm história. Infelizmente o delito foi cometido como uma forma de sobrevivência”, disse o pastor à reportagem.

Lá no fundo, uma mulher chorava sem cessar. Edinalva Antonio dos Santos, de 46 anos, é mãe do detento Robert William, que subiu no palco para cantar. “Eu estou feliz de ver meu filho aqui dentro. Hoje ele podia estar morto. É meu filho único. Dei muito conselho para ele”, ela afirmou. William estava casando com Ana Maria Oliveira, que, juntamente com Edinalva, trabalhava de diarista em um apartamento de Boa Viagem, no Recife. “Ela começou a vir aqui no presídio para me ajudar. Graças a Deus ela entrou na vida dele”.

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Por dois meses, a artesã Rejane Maria Pereira, 45, esteve empenhada em uma peça especial: a confecção do seu próprio vestido de casamento. “Era uma vontade que eu tinha de eu mesma confeccionar meu vestido. É uma sensação única, você mesma confeccionar sua peça”, comentou. Ela se casou com o primo Gabriel Pereira, 30, com quem mantém relacionamento há três anos. Gabriel está preso há dois anos e, nesse período, passou por algumas unidades prisionais sempre procurando saber se conseguiria se casar. “A gente já se amava, faltava apenas oficializar o casamento”, complementou Rejane.

Tímida, Elisabete Santana, 38, escondia o sorriso para as câmeras da imprensa. O agora marido Ivan Santana, 36, era mais expansivo e queria contar a todos a empolgação para o matrimônio. Eles já têm três filhos, de 17, 13 e 12 anos. “Ninguém sabe a barra que ela aguentou. Ela sempre esteve do meu lado, nunca me abandonou. Eu sinto muito porque, com minha prisão, sei que minha família também está presa”, avaliou Ivan.

O defensor público Rafael Alcoforado explicou a importância de ações como o casamento coletivo. “O casamento garante a essas pessoas uma estrutura familiar quando elas saírem do presídio que facilita muito no processo de ressocialização delas”, detalhou. “É mais um elo de aproximação com a família e é como um prêmio para eles e para nós também”, salientou o gerente do PIG, Charles Belarmino.

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O programa Escola do Trabalho, que oferece qualificação profissional à distância, também chegará aos presídios brasileiros. O acordo de cooperação que viabiliza a ação é uma iniciativa do Ministério do Trabalho juntamente com o Ministério da Segurança Pública.

 A iniciativa também prevê a emissão de carteira de trabalho para os presos egressos no sistema prisional. De acordo com os ministros Raul Jungmann (Segurança Pública) e Caio Vieira de Mello (Trabalho), o programa “é uma importante ferramenta na ressocialização dos detentos”.

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 Ao todo, 25 cursos serão oferecidos para todos os presos do sistema carcerário. O projeto será iniciado nas penitenciárias femininas, se estendendo posteriormente para os demais presídios federais e estaduais. Adaptados numa versão online para atender os presos, os cursos são gratuitos e podem ser acessados de qualquer computador do Brasil pelo site do programa Escola do Trabalhador

 Entre os cursos disponíveis, estão: Agenciamento de Viagens, Higiene na Indústria de Alimentos, Introdução ao Excel, Português Básico para o Mundo do Trabalho, Demonstrações Contábeis e sua Análise, Processos Industriais, Empreendedorismo na Pesca, Gestão da Qualidade, Segurança da Informação, Edição e Tratamento de Imagens, entre outros.

Com informações da assessoria

Dez detentos do Presídio de Santa Cruz do Capibaribe, localizado no Agreste de Pernambuco, são responsáveis por abastecer os polos têxteis de Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe. O projeto de recolocação é uma iniciativa da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos - por meio da Executiva de Ressocialização (Seres).

São produzidas quatro mil peças femininas mensalmente, em 40 horas de trabalho. A indústria funciona dentro da unidade prisional e é uma parceria da Seres com uma empresa local. “É uma ação que  proporciona ao detento a experiência profissional, a remição de pena, a remuneração e o reconhecimento de ter sua peça vendida em um grande centro comercial da região”, enumera o secretário-executivo de Ressocialização, Cícero Rodrigues.  

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Os reeducandos são remunerados por produção e têm direito à redução de um dia na pena, a cada três trabalhados.

Com informações da assessoria

Por Lídia Dias

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