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Mesmo em uma escola considerada exemplo na rede pública de São Paulo, com equipe dedicada e protocolos sanitários bem feitos, pouco mais de 10% dos estudantes voltaram ao presencial este semestre. Alguns sumiram. Outros acreditam que o ensino está contemplado ao fazer lições online. Ou se veem sem opção. A reabertura, especialmente no Brasil, é um debate que começou quando se mandaram as primeiras crianças para casa em março de 2020 e ainda não tem data para terminar. Para mostrar desafios, temores e alegrias da tentativa de volta da educação no País, o Estadão acompanhou pelos primeiros seis meses do ano uma escola estadual no extremo leste da capital paulista.

Do diretor que luta de todas as formas para não perder nenhum aluno à estudante que voltou e depois se fechou em casa. A Escola Estadual Eliza Rachel Macedo de Souza, no Lajeado, perto de Guaianases, é uma amostra real da gangorra que se tornou o processo de reabertura. E também das consequências devastadoras que a escola fechada pode trazer na aprendizagem de crianças e adolescentes no País.

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No fim do semestre letivo, a equipe do diretor da Eliza Rachel, Aldo Florentino Alves, de 64 anos, se debruçava em listas e arquivos de computador para checar quais alunos estavam entregando as atividades online. Cobrava quem não havia feito nada, avisava os pais, procurava nas redes sociais os sumidos. Aldo se orgulha em dizer que 85% fizeram todas as lições, mas sabe que a porcentagem alta esconde problemas. "Estou muito assustado com a queda que a educação vai ter", diz. E conta das provas online em que estudantes da escola tiraram nota 2. "Isso não acontecia antes."

A Eliza Rachel tem 2,5 mil alunos do fundamental 2 (6.º ao 9.º ano), ensino médio, técnico e educação de jovens e adultos. Fincada na comunidade pobre de Vila Chabilândia, tem concorrência por vaga pela fama que alcançou com boas notas. O desempenho dos alunos do ensino médio no último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (o Ideb, avaliação do Ministério da Educação) foi 5,1, bem maior que a média do Estado. O alagoano Aldo, que vive em São Paulo há quatro décadas, mas mantém o forte sotaque, está no cargo há 17 anos. Pesquisas mostram como uma boa gestão pode fazer a diferença até na aprendizagem das crianças.

Em outubro de 2020, Aldo chegou a ir de porta em porta para avisar as famílias que a escola estava aberta novamente. Falou com os pais, chamou os alunos de volta. Quando o ano letivo retornou presencialmente em 2021, organizou as turmas em grupos menores, escalonados em horários, para que todos pudessem frequentar as aulas mais dias. Reformou o espaço, construiu mais áreas abertas. "Para o aluno da periferia que tem o problema da violência doméstica, das drogas nas esquinas, se a escola não for o espaço de sustentação, onde é orientado por um grupo que tem experiência maior, que conduz para um caminho melhor... daqui a dez anos estaremos vivendo um caos", acredita. "Sou a favor da escola aberta por causa disso, apesar de todos os medos e riscos que corro também."

No dia em que a reportagem do Estadão visitou a escola, no fim de maio, ele encontrou pelo Facebook um aluno que não aparecia há tempos nem fazia as atividades online. O diretor conseguiu descobrir que o menino tinha mudado de celular, mas logo já estava com o número novo. "Vem para cá agora", pediu por mensagem de áudio. João Paulo Nunes da Costa, de 19 anos, apareceu em menos de uma hora. Disse que Aldo era "um pai" para ele, mas que não estava mais conseguindo estudar porque trabalhava o dia todo, como pintor. Com o celular novo, contou, perdeu a senha que usava no Centro de Mídias, a plataforma criada pelo governo estadual para ensino online durante a pandemia. Segundo o Estado, 85% dos alunos se cadastraram na ferramenta, que tem grandes aulas, divididas por disciplinas e séries. Alunos e professores se comunicam por chat. Muitas escolas criaram ao longo da pandemia formas de os estudantes falarem com quem efetivamente dá aulas a eles, como grupos de WhatsApp. Mas aulas online ao vivo com o professor da turma, como é comum nas particulares, são mais raras.

Problemas tecnológicos resolvidos, Aldo pediu que João tentasse voltar ao presencial, quando saísse do trabalho, à noite. "Acho mais fácil fazer o online, posso fazer a qualquer hora, até de madrugada", diz. Ele conta ainda que nem sempre assiste às aulas do Centro de Mídias e "pesquisa as respostas das lições na internet".

O vice-diretor da Eliza Rachel, Julio César Rodrigues, também procurava outra aluna sumida no mesmo dia. Ligou, mas os telefones - dela e da mãe - não atenderam. Mandou então uma mensagem de texto, perguntando por que ela não havia feito as atividades online. A menina, de 14 anos, disse que tinha de cuidar da casa e da irmã mais nova. E avisou: "Não vou voltar este ano para a escola". Ao ser questionada sobre o motivo, afirmou que tinha "medo de ficar sozinha na sala de aula".

Rodrigues explicou que ninguém fica sozinho nas salas e que, se fosse necessário, juntariam turmas. A menina prometeu voltar em agosto. Mas, de fato, as salas da Eliza Rachel não encheram neste primeiro semestre. Entre três e dez alunos por sala apareciam com frequência, mesmo com toda equipe de professores à disposição no presencial e protocolos bem feitos. "Existem vários estudantes que estão acomodados nesse processo, dizem que está legal. 'Sigo aqui, faço os meus deveres de casa, concluo esse processo e saio ao final com algum diploma'", diz o superintendente do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques.

Estudos feitos pelo próprio Instituto Unibanco com o Insper já mostraram que, mesmo com ensino online em 2020, os estudantes aprenderam cerca de 25% do esperado. Organizações internacionais falam em "catástrofe geracional". O Brasil é um dos países que mais tempo ficou com escolas fechadas. Segundo a Unesco, foram 267 dias até a primeira reabertura. "Os bons alunos estão entre o desencanto e o desespero. Eles olham para esse processo e indagam: 'O que vai acontecer comigo'?", afirma Henriques.

Bilhetinhos na parede. Acsa Espinassi é uma adolescente de 17 anos que divide a parede do quarto entre um banner comemorativo de seus 15 anos e bilhetinhos para ela mesma sobre o que precisa estudar mais. O nome bíblico precisa ser soletrado com frequência. Adora História, tanto a disciplina quanto a dos romances e suspenses. Mas teve de deixar de emprestar livros na biblioteca pública do bairro. Depois de passar quase um ano em casa, Acsa finalmente resolveu voltar à Eliza Rachel em fevereiro, para o 3.º ano do ensino médio. "Eu achava que 2021 seria um ano muito bom, o ano da vacina, que tudo ia acontecer normalmente, eu ia me preparar para o Enem", conta. Acsa tinha saudade de poder perguntar uma dúvida diretamente para o professor, das amigas, da escola que a "animava até quando chegava meio triste".

A esperança de Acsa era compartilhada por muitos. No começo do ano, a rede particular tinha até fila de espera para o presencial. Mas durou pouco mais de um mês. Os reflexos dos encontros de ano-novo e carnaval apareceram. O Estado de São Paulo registrou o maior número de mortes por dia por covid - mais de mil - e as UTIs ficaram com mais de 90% das vagas ocupadas. O governo decretou então uma nova fase, a emergencial, e as escolas foram recomendadas a só abrir para quem precisasse de internet ou de merenda. A rede particular fechou totalmente. A estadual adiantou o recesso de julho. "Agora só volto com meus pais e meus avós vacinados", diz Acsa.

Quando a menina decidiu isso, São Paulo ainda vacinava pessoas com mais de 60 anos. Os pais de Acsa têm 40 e 37 anos. A boa notícia, no entanto, foi que os professores com mais de 47 anos seriam imunizados em abril. Aldo e os docentes da Eliza Rachel foram vacinados na própria escola.

Mesmo assim, Aldo passou a se sentir inseguro. Com a escola fechada, oito professores se contaminaram, e um foi internado. "Não estou a favor da volta da escola, estou assustado." Morador também da zona leste, região com alta concentração de casos de covid, o diretor viu muita gente doente. "Eu estou com muito medo de que a gente, mesmo com todos os protocolos de segurança, possa novamente abrir a escola e possamos estar todos em segurança", disse à época.

Mas na semana seguinte, considerando o decreto que diz que a educação em São Paulo é essencial e poderia abrir em qualquer fase da pandemia, se autorizou a volta. Aldo e outros diretores, de escolas públicas e particulares, foram pegos de surpresa. Mas voltaram. Os alunos, não. "No primeiro grupo da manhã entraram 12 alunos. No segundo, 8; no período da tarde, 19", contabilizou Aldo. Um mês depois, os números aumentaram um pouco, mas não chegaram aos 35% de ocupação permitidos pelo governo. Em todo o semestre, Aldo diz que cerca de 300 dos 2,5 mil alunos (12%) apareceram presencialmente. No Estado, segundo números oficiais, 1,8 milhão dos 3,4 milhões de alunos da rede retornaram.

Dramas de uma geração

"Eu pergunto por que se desmotivaram e não estão frequentando as aulas no presencial. A maioria sempre me responde que, se tem a opção de fazer remotamente, prefere", conta o professor Andersson dos Santos Bispo, de 34 anos.

Com a pandemia, ele teve de recriar em versão online suas aulas de Educação Física e de Projeto de Vida, disciplina nova do currículo, que ajuda a planejar o futuro do estudante. Bispo dá opções para os jovens estudarem como ser, por exemplo, "um craque do amanhã". A Eliza Rachel é conhecida também pelo grande incentivo aos esportes. A sala do diretor é forrada de troféus. Mas a quadra está vazia, esperando uma reforma e os alunos voltarem.

Acsa queria ter se inscrito no campeonato de pingue pongue no ano passado. Além de perder o esporte, ela estima aprender no máximo 45% do que deveria no ensino online. Agora, não tem mais esperanças também de tirar uma boa nota no Enem e de conseguir uma vaga no curso de Direito. O chip de celular para que a menina não precise pagar por dados para estudar pela internet foi dado pelo governo apenas este ano.

Educadores agora tentam achar soluções para a geração covid, crianças e jovens de 4 a 17 anos que perderam, até agora, um ano e meio de escola. "É uma situação de muita perversão, porque nós já tínhamos desafios históricos gigantescos de qualidade de educação", diz Ricardo Henriques. Avaliações feitas pelo próprio Estado em 2021 já mostram que os alunos do 5.º ano regrediram praticamente ao que sabiam no 3.º ano do fundamental.

Daniel de Bonis, da Fundação Lemann, diz que só se saberá o verdadeiro impacto na aprendizagem das crianças quando elas voltarem em massa ao presencial. Ele e Henriques consideram o segundo semestre de 2021 crucial para isso. "Não há razão para não se ter criado as condições para isso, para que a gente já tenha as escolas em condição de funcionar presencialmente", diz. Para o diretor da Lemann, é "cruel e injusto" carimbar os alunos que estão na escola hoje de geração perdida. "A gente tem de cuidar, apostar e investir. Mas vai ser um processo, sim, de reconstrução, que vai depender de um esforço grande da sociedade, para controlar a pandemia, recuperar a aprendizagem, o crescimento econômico e o emprego para que as famílias tenham condição de se sustentar."

"A crise é tamanha, os alicerces estão tão abalados que a gente tem uma oportunidade de revisar os valores sobre educação", diz Henriques. Ele lembra que as famílias perceberam o quanto é difícil educar uma criança. Mas é preciso fazer muitas mudanças: de conectividade, de formação de professores, da forma de ensinar - e ainda olhar para a desigualdade. "A ausência do Ministério da Educação (no debate e nas ações) aumentou o custo dessas perdas. Mas se não fizermos nada, vamos voltar lá para trás", completa. O ministério não se pronunciou.

Após uma breve suspensão dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, após um bate boca entre os parlamentares, a sessão, que escuta hoje o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, foi retomada com perguntas do senador Otto Alencar (PSD-BA).

Médico, o senador começou sua fala afirmando ter ficado muito animado com uma afirmação de Pazuello de que era necessário fazer perguntas "mais profundas" sobre a Covid-19. Dizendo que Pazuello está "dominando a matéria", Alencar questionou o ex-ministro sobre qual teria sido o curso sobre doenças infectocontagiosas ou de covid que o ele teria feito. O ex-ministro respondeu não ter tomado nenhum curso sobre o tema.

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Alencar continuou então com uma série de perguntas técnicas sobre a doença, que o ex-ministro não soube responder, dizendo que em sua fala ontem, sobre "questões mais profundas", se referia a gestão e a pandemia, reafirmando não ser médico para poder tratar do tema. Com as negativas, Otto afirmou: "O senhor não sabe nem o que é a doença, não sabe nada da doença, não podia ser Ministro da Saúde, pode ter certeza absoluta. Eu por exemplo, no seu lugar, não aceitaria", afirmou.

Rebatendo uma fala de Pazuello de que nem todos que comandaram a Pasta eram médicos, Otto afirmou que o ex-ministro José Serra, que não era um especialista da área da Saúde quando assumiu o Ministério, "sabe tudo, e conversa tudo" sobre saúde atualmente. "Não pode alguém tomar conta de um Ministério sem conhecer o Ministério na sua estrutura organizacional, na doença grave que acomete o País hoje", concluiu Alencar.

Nesta segunda-feira (3), tem início a última fase no plano de retorno das aulas presenciais na rede estadual de ensino de Pernambuco. As atividades pedagógicas foram retomadas para os estudantes do primeiro ano do ensino médio e do médio integrado à educação profissional, além do fundamental - sexto e sétimo anos -.

Também foi realizado o retorno do atendimento socioeducativo para as suas respectivas unidades de ensino, funcionando no formato de revezamento entre as turmas para evitar aglomerações nas escolas, em virtude da Covid-19. Todas as instituições de ensino têm autorização de retomada das atividades seguindo o Protocolo Setorial de Educação, formulado pela Secretaria Estadual de Educação (SEE), em vigor para toda a rede.

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De acordo com a SEE, as escolas da rede estadual se encontram aptas para receber os estudantes, professores e demais profissionais, seguindo os protocolos de segurança estabelecidos para evitar a contaminação do novo coronavírus. A assessoria ainda informa que as instituições de ensino terão de aferir a temperatura corporal dos estudantes, disponibilizar totens de álcool em gel pelos corredores, pias para higienização das mãos, dispenser de álcool em gel em cada entrada de sala de aula, máscara e faceshield para professores e demais profissionais, tapetes sanitizantes, cartazes de orientação, entre outras medidas de segurança sanitária.

A rede estadual de ensino conta, atualmente, com cerca de 560 mil estudantes, espalhados por 1.055 unidades. Nessa última etapa do plano de retorno das aulas, aproximadamente 270 mil alunos estão envolvidos. A retomada das aulas presenciais não é obrigatória.

A SEE reforça que a decisão fica a critério dos pais, responsáveis e do próprio aluno. As aulas virtuais continuarão disponíveis, obedecendo o modelo híbrido de ensino.

Divulgado no dia 31 de março, o planejamento de retomada das atividades educativas no Estado abarcou todas as séries e redes de ensino. As primeiras instituições que voltaram às aulas presenciais foram as da rede privada e de ensino superior, no dia 5 de abril. A rede estadual deu início à retomada no dia 19 do mesmo mês, envolvendo o terceiro ano do ensino médio e do médio integrado à educação profissional, Educação de Jovens e Adultos (EJA) médio, Travessia Médio, educação em prisões, cursos técnicos de nível médio (concomitante ou subsequente), educação infantil e fundamental anos iniciais.

Já a rede municipal pôde dar início às atividades a partir do dia 26 de abril, assim como o segundo ano do ensino médio e do médio integrado à educação profissional e fundamental anos finais (oitavo e nono anos), EJA Fundamental e Travessia Fundamental.

Movimento grevista

Contrários à retomada, professores da rede estadual estão em greve. Eles temem os riscos de contágio da Covid-19 nas aulas presenciais.

A prefeitura do Rio informou em nota que vai retomar a aplicação da segunda dose da Coronavac. No sábado (1º), o município anunciou que iria adiar a vacinação por dez dias, após o estoque do imunizante ter se esgotado. Neste domingo (2), a Secretaria Municipal de Saúde confirmou a retomada do calendário após o recebimento de 17 mil doses da vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Pessoas com 67 anos ou mais poderão receber a segunda dose a partir da próxima terça-feira (4). A vacinação com a segunda dose de Coronavac para acamados e idosos acima de 70 anos tinha sido mantida para esta segunda-feira. No sábado (8), será a vez daqueles com 66 anos ou mais. O calendário do município prevê a segunda dose de idosos com 65 anos e 64 anos para o dia 13 de maio e os de 63 a 61 anos para o dia 17.

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, repetiu nesta quarta-feira, 28, que o governo continua acreditando em transformação de recuperação cíclica baseada em consumo em uma retomada do crescimento sustentável com base em investimentos. O ministro enfatizou que o País vai enfrentar a segunda onda da pandemia com vacinação em massa e privatizações.

"Amanhã chegam as novas vacinas da Pfizer e depois de amanhã a privatização da Cedae. Isso foi possível graças ao novo marco do saneamento. O Brasil é a única economia do mundo que faz reformas estruturantes em meio à pandemia. Elogio o Congresso brasileiro que continua aprovando reformas econômicas. Estamos conversando sobre prosseguimento da reforma administrativa e da tributária", completou o ministro.

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Guedes admitiu que o Brasil está, talvez, no pior momento da pandemia, mas avaliou que o País segue com espírito de "resiliência, compreensão e fraternidade" entre os brasileiros.

"O setor privado está entrando agora em coordenação com o governo na vacinação em massa e na ampliação de leitos", acrescentou o ministro.

Mais uma vez, Guedes argumentou que o governo segue vendendo empresas estatais, abatendo a dívida pública e reduzindo o déficit de despesas recorrentes. "Os gastos recorrentes continuam embaixo do teto de gastos. Temos um duplo compromisso com a saúde da população e com as gerações futuras. Cada geração precisa pagar pelas suas guerras", repetiu.

BIP

O ministro ainda reforçou que a equipe econômica deve lançar novos programas em breve, como o Bônus de Inclusão Produtiva (BIP).

"Não é só o problema do mercado formal de trabalho. O BIP é para ajudar os invisíveis", concluiu Guedes.

O BIP é o nome fantasia do governo para o chamado imposto de renda negativo, instrumento de transferência de renda para quem está trabalhando na informalidade e ganha menos do que um salário mínimo. O BIP seria destinado aos trabalhadores "invisíveis" e estaria associado à nova Carteira Verde Amarela, com menos encargos para a contratação.

O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, disse que BIP em estudo pelo governo é um complemento à decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o benefício assistencial, que é da competência do Ministério da Cidadania. "Da nossa parte, seria uma proteção específica ao mercado informal de trabalho. Ainda estamos elaborando os pontos fiscal e orçamentários. Não é trivial. Vamos terminar os estudos e levar ao ministro Paulo Guedes e ao presidente da República antes de falarmos em detalhes", respondeu.

O Instituto Butantan retomou a produção da vacina Coronavac com o carregamento de IFA que chegou da China na última segunda-feira (19). De acordo com o governo do Estado, a próxima entrega ao Plano Nacional de Imunização (PNI), com 5 milhões de doses, está prevista até a primeira semana de maio.

No último dia 7, o Butantan confirmou que o envase da Coronavac estava paralisado havia 10 dias após um atraso no envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) que chegaria da China. Com a entrega do carregamento de 3 mil litros do produto nesta semana, o instituto retomou a operação de envase, rotulagem, embalagem e controle de qualidade das vacinas.

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Desde 17 de janeiro, o Butantan já entregou 41,4 milhões de doses da Coronavac ao PNI. De acordo com o calendário firmado em contrato com o Ministério da Saúde, 46 milhões de vacinas devem ser entregues ao governo federal até 30 de abril.

Em nota, o governo do Estado disse que um segundo carregamento com mais 3 mil litros de matéria-prima, suficientes para outros 5 milhões de doses, deve ser entregue ao Butantan nas próximas semanas. Esse lote ainda estaria aguardando autorização para embarcar da China.

As escolas públicas e particulares do Rio de Janeiro retomam nesta quarta-feira (7) as aulas presenciais depois de quase duas semanas de paralisação. As escolas haviam fechado as portas no dia 26 de março por dez dias, devido ao feriado estadual decretado na cidade para reduzir a disseminação da Covid-19, e deveriam reabrir no início desta semana.

Colégios particulares reabririam na segunda-feira (5) e as unidades municipais, na terça-feira (6). No domingo (4), no entanto, uma liminar da Justiça do Rio suspendeu o retorno das aulas.

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Apenas ontem, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, autorizou o retorno das aulas presenciais.

Desde o início da pandemia, a cidade do Rio teve 21 mil mortes e 232 mil casos confirmados de Covid-19. Todos os bairros da cidade estão classificados com um risco muito alto para a doença.

Apenas 13,8% da população foram vacinados com a primeira dose até agora, de acordo com a prefeitura.

Paralisado desde às 5h50 dessa terça-feira (6) por uma falha elétrica, o serviço da Linha Sul do metrô do Recife foi retomado e as estações que compõem o ramal já estão abertas. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) confirmou a normalização do transporte às 7h20 desta quarta (7).

O problema na rede aérea que cortou a energia de tração das composições foi identificado pela equipe de manutenção que, até a noite da terça (6), não indicou uma previsão para a volta do ramal.

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Apenas a Linha Sul foi afetada e suas nove estações exclusivas tiveram que ser fechadas, o que sobrecarregou o sistema rodoviário. A Linha Centro e o VLT não sofreram alterações.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, mais uma vez vendeu a ideia de que o Brasil segue no "caminho da prosperidade", apesar do recrudescimento da pandemia de covid-19 no País. "Estamos no nosso programa. Essa semana temos R$ 10 bilhões em concessões de aeroportos, terminais portuários, e mais uma ferrovia. O Brasil vai enfrentar a guerra nos dois frontes, na Saúde e na Economia. Precisamos de vacinação em massa e rápida, para garantir o retorno seguro ao trabalho. O PIB já voltou em V. O que se discute hoje é se taxa de crescimento vai ser 3% ou 3,5%, ou se recrudescimento com o recrudescimento da pandemia, nós seremos abatidos novamente", afirmou, em videoconferência com a XP Investimentos.

Guedes reconheceu que a pressão sobre a inflação subiu, mas lembrou que o Banco Central atua para garantir que os aumentos de preços setoriais e transitórios não se tornem permanentes e generalizados.

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Déficit manobrável

"Nós, do ponto de vista fiscal, estamos tentando voltar para déficits mais manobráveis. A desalavancagem de bancos públicos prossegue. O BNDES vai devolver R$ 100 bilhões ao Tesouro, a Caixa vai fazer uma ou duas desestatizações", afirmou o ministro da Economia. "Teremos capacidade de manter equilíbrio entre saúde e responsabilidade fiscal", completou.

Apesar de dizer que não faria previsões, Guedes avaliou que baque do recrudescimento da pandemia em 2021 será menor e mais curto do que o impacto visto no ano passado. O ministro ainda deu orientações sanitárias a prefeitos e governadores.

"Espero em três ou quatro meses a gente atinja ponto crítico de imunização de rebanho. Os prefeitos e governadores precisam olhar com muita atenção para transporte público. O lockdown reduz velocidade de contágio, é verdade, mas temos que ter protocolos em transporte público", afirmou Guedes.

Centenas de pessoas de máscaras caminharam pelo National Mall, a esplanada da capital americana, nos últimos dois finais de semana para ver a temporada de cerejeiras. Uma cena comum em Washington, com crianças empinando pipa e famílias alegres, mas impensável no ano passado, quando os Estados Unidos atravessaram meses de terror com o início da pandemia de coronavírus.

Desde que a prefeitura de Tóquio enviou 3 mil árvores de presente à cidade em 1912, milhares de pessoas visitam a região para ver a florada exuberante do início da primavera. Mas em 2020 o auge das flores coincidiu com o primeiro pico da pandemia de coronavírus no país. O entorno da região foi bloqueado para evitar aglomerações e os americanos mal saíam de casa para questões básicas, como ir ao supermercado.

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Um ano depois, a aceleração na vacinação no país levou as pessoas de novo às ruas para atividades antes triviais e agora novamente liberadas: como a visita às cerejeiras.

Já são mais de 101,8 milhões de americanos vacinados com pelo menos uma dose. E eles começaram a retomar parte do que deixaram de lado por um ano. Encontrar a família, jogar futebol, viajar, fazer planos para celebrar o casamento, jantar fora e ver amigos.

Na cidade de Nova York, primeiro epicentro do coronavírus no país, já é possível ir a academias de ginástica e ao cinema. Em Los Angeles, restaurantes e museus foram autorizados a receber o público na área interna.

Em Washington, reuniões de até 50 pessoas ao ar livre passaram a ser permitidas e cerca de 5 mil fãs poderão assistir no estádio do Nationals a abertura da temporada de beisebol. Tudo isso no último mês, conforme o país aumentou o número de imunizados.

Pianista e maestro, Abdiel Vazquez, de 36 anos, estava em um ensaio com uma orquestra em Flint, no Michigan, quando quarentenas começaram a ser estabelecidas nos EUA, em 2020. Ele pegou um voo para sua casa em Nova York e, desde então, nunca mais tocou para um público. Depois de tomar as duas doses da vacina da Moderna em fevereiro, ele já tem data para sua primeira viagem e também seu primeiro concerto, ainda que sem plateia.

"Recebi um convite para tocar no México, onde nasci, em uma apresentação que será gravada em vídeo com alguns cantores e aceitei. Vejo a possibilidade de retomar os concertos, já me sinto seguro para viajar e estar em ambientes com plateias pequenas", conta o músico.

Mas coisas triviais também voltaram à rotina de Vazquez e sua mulher, também vacinada em Nova York. Os dois passaram a jantar fora. Desde o ano passado, a cidade permitiu a reabertura de restaurantes com área ao ar livre.

O músico diz, no entanto, que toda saída era cercada de medo e, por isso, pouco frequente. "A maior mudança é a paz que a vacina traz. Eu tomo cuidados, uso máscaras, continuo a buscar o distanciamento social em público, mas já é possível ver amigos e finalmente ficar confortável em restaurantes", conta.

No México, a família do músico não conta com a mesma tranquilidade. De todos os parentes de Vazquez que vivem no país vizinho aos EUA, só o irmão, médico, já foi vacinado. "Fazer as coisas sem medo é a mudança mais importante", diz.

Os EUA têm vacinado em média 2,8 milhões de pessoas por dia, e o número é maior a cada semana. Em janeiro, quando Joe Biden tomou posse, o país vacinava em média 900 mil moradores a cada 24 horas. A previsão é que o ritmo aumente em abril, com a entrega de novos lotes das vacinas pelas farmacêuticas Moderna, Pfizer e Johnson & Johnson, e abertura de novos centros de vacinação em massa.

Pelas contas da Casa Branca, 90% dos adultos americanos estarão elegíveis para receber a vacina até 19 de abril, antes da meta de Biden de permitir a vacinação a qualquer um a partir de maio. Em 22 dos 50 Estados, a vacinação já está disponível para qualquer morador com mais de 16 anos.

É comum ouvir a pergunta "você já foi vacinado?", em conversas, independentemente da faixa etária. A resposta é muitas vezes positiva, mesmo entre jovens. Quando negativa, vem seguida de uma previsão de quando será possível receber a imunização.

"Desde que fui vacinado, sinto que corro muito menos risco e estou mais esperançoso sobre o futuro", afirma o gerente de recursos humanos Jonathan Gottfried, de 33 anos, que recebeu a primeira dose da vacina há cerca de dez dias em Maryland. "Meus pais tiveram covid-19 em março do ano passado e meu pai ficou hospitalizado por uma semana. Os dois já tomaram duas doses da vacina e eu me senti muito seguro em celebrar com eles o pessach (páscoa judaica) no fim de semana passado", conta.

Gottfried sabe que ainda não completou o processo de imunização contra covid-19, mas diz que se sente mais à vontade para ver amigos que também foram vacinados e faz planos para o futuro que, até pouco tempo atrás, pareciam impossíveis.

Em setembro, ele e a mulher irão como convidados a uma festa de casamento e, em dezembro, planejam celebrar a própria cerimônia adiada em razão da pandemia. Neste fim de semana, Gottfried pode se dar o luxo de voltar a jogar futebol com amigos - com limitação de participantes, sem público e com jogadores de máscaras.

Os EUA ainda estão distantes, no entanto, da sonhada imunidade coletiva, que exige entre 70% e 80% da população vacinada. O Estado com uma campanha de vacinação mais avançada, atualmente, é o Novo México, onde pelo menos uma dose de imunizante já foi aplicada em 38% dos residentes.

O relaxamento de restrições por parte de governos locais em meio à sensação de melhora da situação sanitária tem deixado a Casa Branca em alerta. Alguns Estados passaram a permitir que estabelecimentos comerciais operassem com capacidade de lotação máxima e derrubaram a determinação de uso de máscara, uma medida considerada precipitada pelo governo federal.

A diretora do Centro de Controle de Doenças dos EUA, Rochelle Walensky, disse temer uma "desgraça iminente".

Novos casos

Após um pico de novos casos entre novembro e o início de janeiro, período de festas de fim de ano e inverno, os EUA assistiam a uma queda sustentada de infecções por covid-19 desde o início de janeiro. Na última semana, no entanto, o número de novos casos começou a subir, apesar de continuar distante dos piores dias no país.

A revogação de restrições parece irreversível. Mesmo cidades onde o número de casos se mantém em patamar elevado, como Nova York, têm flexibilizado as medidas conforme a vacinação avança. O apelo atual é para que os americanos continuem a usar máscara, apesar da vacinação, e evitem aglomerações.

Nesta semana, Biden pediu aos governos estaduais e locais que mantenham ou restabeleçam a determinação para uso de máscaras em lugares públicos. "Por favor, isso não é política. Restabeleçam as ordens, caso tenham revogado", disse o presidente, após afirmar que a batalha contra o vírus no país está "longe de estar ganha".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para o virologista Anderson Brito, que vive em Connecticut, a única coisa que mudou foi a sensação de estar protegido e saber que não sofrerá tanto com a doença se for exposto ao coronavírus. "Mas o receio de poder transmitir o vírus ainda existe. Então, o uso de máscara e evitar locais fechados continuam como normas."

Sua rotina segue igual, trabalhando em casa. Brito é taxativo ao dizer que a vacinação só trará reflexos para a população, no controle da transmissão viral, quando houver 60% ou mais imunizados - a quantidade depende de quão transmissível está o vírus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A tradutora Claudia Gonçalves Pinto, de 50 anos, passou a maior parte da pandemia dentro de casa. "No começo, só saíamos para fazer compras no mercado uma vez a cada duas semanas. Não víamos ninguém", conta.

Ela e o marido, Luís, foram privados de ir a restaurantes, um de seus hobbies.

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Embora o verão tenha trazido alguma flexibilidade - o casal se encontrou com amigos algumas vezes em ambientes abertos, como parques, e fez uma viagem de carro a uma praia deserta - a chegada do inverno e da segunda onda os levou novamente para casa. "Passamos o Natal sozinhos", conta.

Ambos tomaram a vacina em março. "Foi tudo muito rápido. Eu tomei em um centro disponibilizado pelo meu plano de saúde. Só tinha uma moça na porta, com uma lista. Eu já tinha feito meu cadastro online, ela perguntou meu nome, nem checou meus documentos, e já fui encaminhada para a mesa onde tomaria a vacina", diz.

"Aqui, na Filadélfia, montaram uma estrutura enorme de imunização no centro de convenções. Além dos agendamentos, as pessoas podem chegar em umas mesinhas na porta, chamadas 'walk-in', e pedir para tomar a vacina caso sobre alguma dose naquele dia", conta.

Já imunizado, o casal tem agora uma viagem para o Havaí. E aguarda o momento em que poderá voltar ao Brasil. "Faz um ano e meio que não voltamos, nunca ficamos tanto tempo longe", conta Claudia. "A primeira coisa que faremos quando as coisas estiverem normalizadas é ir para o Brasil." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No Reino Unido, os parques voltaram a ficar lotados pela primeira vez em meses. Em Israel, passaportes verdes permitem que os imunizados retomem algumas atividades. E nos Emirados Árabes Unidos, onde a vacinação já chegou à metade da população, restaurantes e baladas voltam a receber visitantes. Cenas de retorno à "normalidade" se repetem em diferentes regiões onde a imunização contra o coronavírus avança - embora o momento ainda exija cuidados, segundo especialistas e órgãos como a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Israel, o país com mais doses de imunizante aplicadas por 100 habitantes, reabriu a maior parte da economia, ainda que com algumas restrições. Hotéis, bares e restaurantes, salas de eventos, escolas primárias e secundárias foram reabertos no início de março, e eventos esportivos estão autorizados.

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O brasileiro Felipe Malbergier, cientista de dados em uma empresa de interpretação genômica, conta que a primeira sensação que teve após tomar a vacina em Tel-Aviv foi de alívio. "Foi uma sensação de enxergar uma luz no fim do túnel", relembra. Depois de uma semana, ele ganhou seu passaporte verde, um documento digital emitido pelas autoridades sanitárias israelenses que autoriza imunizados a realizarem algumas atividades que ainda não estão totalmente liberadas, como ir a teatros e museus.

Malbergier conta que a principal mudança em sua rotina foi a possibilidade de ver amigos e parentes sem nenhum problema. E sem usar máscara. "Seja um aperto de mão, um abraço entre amigos, é uma sensação de liberdade voltar ao normal". Ele também voltou a trabalhar presencialmente no escritório da startup onde trabalha e voltou a ir a restaurantes, sentar no local e pedir comida para o garçom. "A última vez que me lembro de fazer isso foi em março do ano passado. Foi uma sensação muito diferente, alguém trazendo sua comida depois de um ano e tanto - é uma sensação estranha e feliz."

Nos Emirados Árabes Unidos, a mudança também começa a ser sentida. "Aqui a vacina está disponível gratuitamente para toda a população, não está sendo distribuída por idades", diz a criadora de conteúdo Valeria Mandelli, de 22 anos, já vacinada, que relata se sentir muito mais protegida e segura agora. "Mas o uso de máscaras ainda é obrigatório e os locais fechados continuam tendo um limite de capacidade."

Durante junho e julho do ano passado, a cidade turística enfrentou um forte lockdown. Imagens de drones esterilizando locais públicos viralizaram nas redes sociais. "Era uma época em que não se podia ir para a rua a não ser para trabalhar. As multas eram absurdas, acima de R$ 10 mil", lembra o comissário de bordo internacional e criador de conteúdo Gabriel Santos, de 28 anos.

Com a reabertura, restaurantes, hotéis e até baladas voltaram a receber visitantes. "Tudo foi reinventado: lugares em que as pessoas ficaram em pé deram lugar a mesas", diz Gabriel. No último mês, no entanto, com um aumento na taxa de infecções, o país voltou a restringir algumas atividades. "A quantidade máxima de pessoas por mesa passou de 7 para 5, não pode mais ter música ao vivo... Eles estão constantemente reformulando as políticas para se adaptar", conta Gabriel.

No Reino Unido, que já aplicou ao menos uma dose da vacina em 45% da população, o clima de esperança é balanceado com muitas precauções. A brasileira Diane Alves da Costa, estudante de MBA em Londres, explica que a vacinação em si não alterou as regras do lockdown, que vem sendo flexibilizado aos poucos. Bares e restaurantes não podem servir bebidas alcoólicas e funcionam apenas no sistema de comprar e retirar no local ou por delivery - enquanto outros fecharam as portas. "A falta de turistas afetou muito esses empreendimentos e alguns estão trabalhando em sistema delivery para tentar sobreviver a esse período", conta.

Diane tem experiência na área de hotelaria e afirma que percebeu portas fechadas e trocas de letreiros em muitos restaurantes, pubs e bares, principalmente em Canary Wharf e City of London, dois bairros corporativos. "Devido ao home office, muitos empreendimentos não essenciais foram prejudicados, ainda mais nessas áreas com pouca demanda residencial."

A empresária Roberta Rocha, de 30 anos, diz que em Londres as medidas de isolamento social são bem mais restritivas do que no Brasil, até mesmo com a aplicação de multas que chegam a 10 mil libras para quem descumprir as regras. Para ela, a maior mudança após ter tomado a vacina foi se sentir mais protegida. "Mas isso não me dá a liberdade de extrapolar e sair dos limites ou de me comportar como se eu nunca fosse pegar ou passar o vírus", afirma. "É egoísta a ideia de tomar a vacina e achar que tudo vai voltar ao normal - tem de se cuidar e cuidar dos outros", diz, acrescentando que parques já voltaram a lotar e duas famílias de casas diferentes foram autorizadas a se encontrar.

Em 12 de abril, as lojas e o comércio voltarão a funcionar e ela percebe a animação da população. "Vejo realmente mais pessoas nas ruas, principalmente nos dias de sol." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após 13 dias de quarentena rígida, Pernambuco passa a flexibilizar as restrições a partir desta quinta-feira (1º), com a implementação do novo Plano de Convivência  que permite o retorno das atividades sociais e econômicas que estavam proibidas.

A retomada, no entanto, acontece com a redução dos horários e a quantidade de pessoas. A secretária executiva de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Ana Paula Vilaça, explica que, na Região Metropolitana do Recife, o comércio e os serviços deverão funcionar das 10h às 20h durante a semana, e das 9h às 17h nos finais de semana e feriados.

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As academias de ginástica poderão funcionar durante a semana das 5h às 20h, e das 5h às 19 nos finais de semana. os mesmos horários determinados para as academias servirão para as igrejas.

Todos os setores devem seguir os protocolos de segurança exigidos pelas entidades de saúde. Vilaça reforça que o uso da máscara e o distanciamento social são indispensáveis. Estas novas regras, de acordo com o Governo de Pernambuco, são válidas até o dia 25 de abril. 

As cidades do Interior de Pernambuco terão os horários de funcionamento flexibilizados, desde que respeitem o limite de 10h de atividade nos dias de semana e 8h nos finais de semana e feriados. As prefeituras municipais devem regulamentar o horário de funcionamento de cada cidade

A presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães de Castro, disse nesta quarta-feira (24) que é impossível prever, com algum grau de segurança, quando as escolas e faculdades do Brasil poderão retomar as aulas presenciais.

Ao participar de seminário virtual realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), a presidente do órgão responsável por formular e avaliar a política nacional setorial e assessorar o Ministério da Educação, disse que o aumento do número de casos da covid-19 e o consequente agravamento da crise sanitária em todo o país frustrou a expectativa inicial dos especialistas.

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“As orientações e normas que o CNE aprovou durante 2020 sinalizavam para uma situação muito diferente da atual. Nossa expectativa era iniciar 2021 com uma situação mais tranquila, com as escolas se preparando para retomar as atividades presenciais, mas não é isto o que está acontecendo”, disse Maria Helena, lembrando que colégios que anunciaram uma retomada gradual das atividades presenciais tiveram que voltar atrás, enquanto instituições de ensino superior mantêm a perspectiva de, na melhor das hipóteses, só voltar a ocupar os campi universitários no segundo semestre.

“Estamos lidando com uma agenda de planejamento imprevisível. Não sabemos quando as escolas poderão retornar ao seu efetivo funcionamento”, reconheceu Maria Helena ao defender que todos os profissionais que trabalham na área da  educação, do ensino infantil à universidade, sejam vacinados o quanto antes possível. “Sem isso será muito difícil retomarmos [as atividades] com segurança”.

Já a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo, reforçou a importância de se priorizar a imunização dos trabalhadores do setor.

“Estou segura de que, após vacinar os idosos e os profissionais de saúde, temos que imunizar todo o pessoal da educação. Só assim poderemos reativar o sistema com alguma segurança”, disse a pesquisadora após declarar que o Brasil vive, hoje, o momento mais grave da pandemia, com o sistema de saúde exaurido e taxas de transmissão da covid-19 muito altas.

Segundo a especialista, para controlar a doença, além de restringir atividades em várias regiões por, no mínimo, duas semanas, o Brasil deveria vacinar ao menos 1 milhão de pessoas por dia. Embora reconhecendo que, em outras condições, a meta seria factível, dada a experiência e a capilaridade do Sistema Único de Saúde (SUS), Margareth disse que o ritmo atual é condicionado pela oferta de vacinas no mercado global

“O ritmo de vacinação, no momento, está correto no sentido do planejamento, porque obedece a uma oferta, e não à demanda. Ele está ocorrendo de acordo com o que há de existente. Por isso temos que ter todas as negociações possíveis, para termos mais vacinas”, disse a pesquisadora da Fiocruz, frisando que, no ritmo atual, o país demoraria cerca de um ano para imunizar cerca de 70% da população e, assim, começar a conter a disseminação do vírus – e, isso, contando com que não surjam novas variantes do Sars-CoV-2. “E se não cobrirmos ao menos 70% da população ainda neste semestre, teremos um 2021 ainda muito difícil”.

O presidente da Abmes, Celso Niskier, fez coro aos palestrantes, enfatizando a importância da imunização dos trabalhadores da educação. “O setor tem defendido que as escolas sejam as últimas a fechar e as primeiras a reabrir. Devido ao impacto enorme para o futuro das próximas gerações, efeitos que serão sentidos por gerações, será necessário não só recuperarmos a aprendizagem, mas também reprogramarmos todo o calendário”, disse Niskier.

A igreja Família 61, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, foi autorizada a reabrir as portas e receber fiéis em plena quarentena em Pernambuco. Nessa sexta-feira (19), o desembargador Alexandre Guedes Alcoforado Assunção, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), determinou que apenas o templo retomasse as atividades.

“Afigura-se abusiva a medida proibitiva da atividade presencial do impetrante no culto religioso, em prédio próprio da ‘Família 61’, razão pela qual atividade sacerdotal exercida pelo impetrante, assegurada constitucionalmente, deve ser permitida sem intervenção por parte do Estado, desde que atendidas as regras sanitárias estabelecidas pelas autoridades de saúde”, interpretou em sua decisão.

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A permissão foi concedida apenas para a Família 61 e depende do cumprimento dos protocolos sanitários voltados ao setor. O pastor evangélico Arthur de Araújo Neves Neto foi o responsável pela ação.

“Determino garantia ao impetrante do pleno exercício de seu mister sacerdotal, podendo, presidir cultos presenciais e exercer quaisquer atividades religiosas, observadas as regras sanitárias”, aponta outro trecho do documento do desembargador, que defendeu o “tratamento precoce” e se posicionou contra o bloqueio todas da atividades para liberar os cultos presenciais.

O recrudescimento de casos de Covid-19 em 2021 e as novas restrições de locomoção impuseram um freio na recuperação da atividade econômica, mas o Ministério da Economia avalia que o Brasil terá condições de retomar o crescimento de forma mais acelerada do que em crises passadas, após a vacinação em massa da população. A aposta é que a retomada será impulsionada pela taxa de poupança acumulada desde o início da pandemia, que atingiu seu maior valor em cinco anos. Essa poupança que ficou guardada estimularia o consumo e novos investimentos.

Na crise de 2009, como também em 2015-2016, a taxa de poupança caiu. De 2019 para 2020, ao contrário, a taxa subiu de 12,5% para 15%. Em 2014, o patamar estava em 16,1%. No ponto mais alto de uma série com dados a partir de 2000, a taxa de poupança estava em 19,3% em 2007.

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A queda do consumo inerente à restrição de oferta para alguns serviços e ao receio de contaminação, além da transferência de renda promovida pelo auxílio emergencial, promoveram uma elevação da taxa de poupança que fortalecerá a recuperação posterior.

Para a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, as fontes da crise, porém, só serão sanadas de forma definitiva com a vacinação em massa da população, em especial a dos mais vulneráveis à doença.

Os dados levantados da equipe econômica sugerem que, diferentemente de crises passadas, a crise atual apresentou aumento robusto no saldo de crédito via bancos privados, elevação na taxa de poupança e redução da população ocupada mais intensa no setor informal (sem carteira de trabalho assinada).

Em nota técnica, antecipada ao jornal O Estado de S. Paulo, o Ministério da Economia diz que o mercado de crédito continua robusto, sem a necessidade de aportes do governo. Esse crescimento do crédito está associado a uma maior capacidade de retomada rápida porque permitiu a preservação de empresas e da capacidade instalada.

Risco

Mas isso também significa que empresas e famílias sairão da crise mais endividadas, o que é apontado como fator de risco para a retomada, principalmente se houver alta dos juros. "Por isso, a importância de conter o risco fiscal, que é um dos fatores determinantes dos juros", diz o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida.

"A crise atual apresenta melhores condições de retomada do que crises passadas", acrescenta o secretário, responsável pela área que faz as estimativas oficiais de crescimento e outros indicadores que vão embasar o Orçamento.

Ele destaca que a taxa de poupança mais alta, o crédito e o ajuste no mercado de trabalho informal sugerem que, à medida que o processo de vacinação avance, ocorra uma retomada mais forte da economia.

No mercado de trabalho, a nota diz que o Benefício Emergencial (BEm), complemento de renda paga pelo governo para quem teve o salário e jornada reduzidos ou contrato suspenso, freou a queda no emprego formal. Ao mesmo tempo, o mercado de trabalho informal tende a se recuperar mais rapidamente por ser mais flexível.

Mesmo com condições diferentes, o programa será prorrogado, assim como o auxílio emergencial.

Na análise do governo, na crise de 2015-16 a redução na população ocupada veio principalmente do setor formal, com o setor informal agindo como um colchão de amortecimento. Já na crise de 2020 o grosso da redução na população ocupada veio do setor informal (principalmente em decorrência das medidas restritivas adotadas no combate à pandemia).

No ponto mais negativo da série (agosto/2020) a população ocupada caiu 12,7%, com contribuição de 8,3% dos informais e 4,4% dos formais. Isto é, a contribuição do setor informal na queda do emprego total foi quase o dobro da enfrentada no setor formal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de um ano inteiro sem funcionar devido à pandemia do novo coronavírus, que levou os senadores a se reunirem apenas remotamente, as comissões permanentes voltarão às atividades em 2021. Das 13 existentes, sete voltarão a funcionar nesta terça-feira (23). Mais três retomam as atividades amanhã.

Em 2020, projetos que deveriam passar pelas comissões foram direto ao plenário da Casa. Com isso, muitos senadores reclamaram que não houve tempo e oportunidade suficientes para discutir certos projetos, como o da venda de terras para estrangeiros, aprovado em dezembro.

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Nesta terça-feira serão instaladas as comissões de Assuntos Econômicos (CAE), de Educação, Cultura e Esporte (CE), de Serviços de Infraestrutura (CI), de Assuntos Sociais (CAS) e de Direitos Humanos (CDH). À tarde estão marcadas as instalações das comissões de Relações Exteriores (CRE) e Senado do Futuro (CSF).

Amanhã (24) reúnem-se as comissões de Meio Ambiente (CMA), de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) e de Ciência e Tecnologia (CCT), todas na parte da manhã. O retorno das comissões seguirá os moldes das sessões deliberativas de plenário, de forma semipresencial. Ou seja, a reunião será realizada na sala reservada às comissões, com a presença dos senadores que se sentirem aptos a acompanhar. Os demais integrantes das comissões que preferirem participar por videoconferência, também poderão fazê-lo.

“Aos poucos, vamos iniciar o trabalho das comissões no Plenário 3, onde funciona a Comissão de Constituição e Justiça, que tem um aparato tecnológico para fazer também reuniões semipresenciais. Então, prevalece a regra do ano passado: a prioridade dos projetos que venham diretamente ao plenário, permitindo que outras propostas possam ser debatidas nas comissões da Casa, com o início das atividades nessas comissões”, disse o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Os integrantes de cada comissão seguirão a indicação dos líderes de cada partido, mas dependerão da proporcionalidade da bancada. Ou seja, o partido com mais senadores terá mais vagas nas comissões. As maiores comissões, como a de Educação (CE) e a de Assuntos Econômicos (CAE), têm 27 senadores cada. Já as menores, como a de Meio Ambiente (CMA), a de Desenvolvimento Regional (CDR) e a de Ciência e Tecnologia (CCT), têm 17 senadores cada.

Os presidentes de cada comissão serão escolhidos justamente no dia de sua instalação, ou seja, hoje e amanhã. A escolha do presidente e do vice de cada colegiado ocorrerá em votação secreta. É comum que os líderes busquem entendimento para que seja escolhido um nome de consenso, geralmente referendado como presidente pelos demais participantes da comissão.

Entre outras funções, as comissões realizam audiências públicas e fiscalizam as políticas governamentais no âmbito de suas temáticas. Em muitas situações a comissão pode, inclusive, votar projetos em caráter terminativo sem a necessidade de passar pela análise do plenário.

Após suspender a vacinação de idosos devido à falta do imunizante na cidade, a prefeitura de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, informou no fim da tarde desta terça-feira (9), que irá retomar a imunização a partir de quinta-feira (11).

Ao todo, 8.200 doses da vacina Coronavac poderão ser aplicadas. Segundo a prefeitura da cidade, os detalhes sobre o prosseguimento da campanha de vacinação serão apresentados nesta quarta (10).

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A suspensão da vacinação aconteceu após o município ficar sem a vacina, que até semana passada vinha sendo aplicada inclusive para profissionais de saúde de fora da cidade, contrariando diretrizes do programa de vacinação. Agora, a prefeitura informou que exigirá comprovante de residência ou comprovação de vínculo com o serviço de saúde no município.

Além de São Gonçalo, Niterói também precisou suspender o processo de vacinação devido à falta do imunizante. A expectativa é retomar a campanha ainda esta semana.

A Pfizer retomou a fabricação da vacina contra a covid-19, desenvolvida em parceria com a BioNTech, em sua fábrica na Bélgica, após reduzir temporariamente a produção para atualizar as linhas de produção.

De acordo com uma porta-voz da Pfizer, as mudanças na fábrica foram finalizadas e, durante a semana de 25 de janeiro, a empresa retomou seu cronograma original de entrega de doses à União Europeia.

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A farmacêutica também planeja aumentar as entregas na próxima semana para cumprir suas obrigações contratuais para o primeiro trimestre do ano, de acordo com a porta-voz.

As modificações da empresa em meados de janeiro pegaram os governos da UE de surpresa, pois resultaram em um atraso nas remessas de vacinas. Fonte: Dow Jones Newswires

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