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O Juízo da 1ª Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente da Capital marcou a primeira audiência de instrução e julgamento da primeira-dama de Tamandaré, Sarí Mariana Costa Gaspar Corte Real, pela morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de cinco anos. A sessão ocorrerá no dia 3 de dezembro às 9h.

O objetivo da sessão é realizar o interrogatório da acusada e ouvir as testemunhas indicadas pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e pela Defesa. Depois da fase de instrução e julgamento, o MPPE e a Defesa deverão apresentar as alegações finais e, em seguida, o Juízo profere a decisão. Deverá ser estabelecido um prazo para acusação e defesa concluírem suas alegações e, em seguida, o juiz dará a sentença.

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Sarí Corte Real foi denunciada por abandono de incapaz com resultado em morte, com as agravantes de cometimento de crime contra criança e em ocasião de calamidade pública. "Não é difícil prever que, dentre incontáveis áreas sem redes, com escadarias, lajes técnicas desprotegidas, piscina, diversas seriam as formas de se alcançar o resultado morte indesejado, mas previsível", disse o delegado Ramon Teixeira ao indiciar a primeira-dama.

Miguel morreu em 2 de junho deste ano ao cair do nono andar do Edifício Píer Maurício de Nassau, no centro do Recife, após ser deixado sozinho no elevador por Sarí, que era patroa da empregada doméstica Mirtes Renata Santana de Souza, mãe do menino. Mirtes passeava com o cachorro da patroa no momento do ocorrido.

A mãe de Miguel estava preocupada com a ausência de data da audiência. Ela estava pedindo que as pessoas mandassem e-mail ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) cobrando uma data.“A expectativa da Mirtes é que as provas colhidas na fase do inquérito sejam reapresentadas, agora mediante o contraditório, e que as mesmas conclusões que as autoridades policial e ministerial chegaram se repitam agora diante de uma autoridade judicial”, disse o advogado de Mirtes, Rodrigo Almendra.

Na próxima quarta-feira (2), será lançada uma campanha em alusão aos três meses na morte do menino Miguel Otávio, de cinco anos, que faleceu após cair do nono andar de condomínio de luxo no Recife enquanto estava aos cuidados da então patroa de sua mãe. Entre as participantes da campanha estão a apresentadora Angélica, a atriz Mariana Ximenes e a cantora e compositora Lia de Itamaracá.

Também participam da ação militantes, ativistas, advogados e familiares de Mirtes Renata Souza, mãe de Miguel. Será lançado um vídeo em que os participantes usam camisetas com frases ditas por Mirtes.

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"Muito grata a todos que estão participando da campanha, que vai fortalecer a nossa batalha e nossa busca de justiça por Miguel", afirma Mirtes, que na última semana sofreu ataques virtuais por conta de ação cível que pede indenização da família Corte Real.

A concepção artística da camiseta, com cores azul cobalto e branco, em referência à fé católica da mãe de Miguel, foi desenvolvida pela artista plástica Mana Bernardes. "A fala de Mirtes precisa ser ouvida. Ela quer justiça por amor ao filho. Essa narrativa tem o poder de mover as estruturas", disse.

Também participam da ação as atrizes Erika Januza, Fabiana Karla, Eliane Giardini, Isabela Garcia, Cris Vianna, Débora Nascimento, Júlia Lemmertz, Débora Falabella, entre outras.

O vídeo da campanha será disponibilizado nas redes sociais e foi realizado conjuntamente pela Articulação Negra de Pernambuco (Anepe), Mana Bernardes e a família de Miguel em parceria com o Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), Coletivo Negritude do Audiovisual em Pernambuco e outros movimentos sociais. Às 18h da quarta-feira será realizada uma transmissão ao vivo no Facebook da Anepe de lançamento da campanha com participação de Mirtes e apoiadores.

Miguel morreu no dia 2 de junho após ser abandonado no elevador pela ex-patroa de Mirtes e primeira-dama de Tamandaré, Sarí Corte Real. Sarí é ré por abandono de incapaz com resultado morte, com as agravantes de cometimento de crime contra criança e em ocasião de calamidade pública. Ela chegou a ser presa no dia do ocorrido, mas foi liberada após pagar fiança de R$ 20 mil.

A primeira-dama de Tamandaré, Sarí Mariana Costa Gaspar Corte Real, tem um prazo de 10 dias para apresentar sua defesa. O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) cumpriu o mandado de citação na última segunda-feira (17). Sarí responde pela morte do menino Miguel Otávio, de cinco anos, ocorrida em 2 de junho após ele cair do nono andar de condomínio de luxo no Recife enquanto estava aos cuidados dela. 

De acordo com o TJPE, após a apresentação da defesa, o juiz José Renato Bizerra analisará os argumentos, podendo decretar a absolvição sumária ou dar início à fase de instrução do processo. A fase de instrução conta com oitiva de testemunhas e apresentação de documentos ou perícias que o magistrado julgar necessários.

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Após essa fase, o Ministério Público e a defesa apresentam as alegações finais e o juiz profere a decisão. Ainda não há data para o julgamento.

Sarí Corte Real é ré por abandono de incapaz com resultado morte, com as agravantes de cometimento de crime contra criança e em ocasião de calamidade pública. A denúncia foi aceita em 14 de julho pelo juiz José Renato Bizerra, que é da 1ª Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente da Capital.

O caso

Mirtes Renata, mãe de Miguel, trabalhava como empregada doméstica para Sarí e seu marido, o prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB). No dia do ocorrido, Mirtes havia levado seu filho para o trabalho, no edifício Píer Maurício de Nassau. 

Miguel caiu de uma altura de 35 metros enquanto sua mãe passeava com a cadela da patroa. No mesmo dia, Sarí foi autuada em flagrante por homicídio culposo, mas foi liberada após pagar fiança de R$ 20 mil.

A Polícia Civil indiciou a primeira-dama por abandono de incapaz com resultado morte. O MPPE concordou com a polícia e acrescentou os agravantes de crime contra criança e ocorrido durante estado de calamidade pública.

A Assembleia Legislativa de Pernambuco aprovou, na última quinta (13), a lei estadual nº 17.020, que proíbe uso de elevadores e até a livre circulação de crianças, menores de 12 anos, desacompanhadas de pessoa maior de 18 anos.

A iniciativa surgiu após a tragédia ocorrida nas chamadas Torres Gêmeas, quando o pequeno Miguel Otávio Santana da Silva, 5 anos, morreu após cair da sacada do 9º andar de um dos prédios. A patroa da mãe do menino, que o colocou sozinho dentro do elevador, Sarí Corte Real - primeira dama da cidade de Tamandaré, no litoral sul pernambucano - responde na justiça por abandono de incapaz.

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Pela lei, os responsáveis pela administração dos elevadores deverão afixar cartazes informativos contendo as normas de segurança para o seu devido uso. As placas poderão ser substituídas por “tecnologias, mídias digitais ou audíveis, desde que assegurado, nos dispositivos utilizados para consulta, exibição ou audição, o mesmo teor do informativo”.

Além dos elevadores, administradores, síndicos ou responsáveis pelo imóvel poderão até proibir a livre circulação de crianças desacompanhadas, nas áreas comuns de clubes, centros comerciais e edifícios residenciais, públicos ou privados.

Para garantir o cumprimento das medidas, deputados definiram punições que variam entre uma advertência e multas entre R$ 500 e R$ 10 mil. O dinheiro seria destinado para fundos estaduais que tenham dentre os seus objetivos a defesa e a proteção de crianças e adolescentes.

Agora, a lei segue para sanção do governador Paulo Câmara, que deverá regulamentar a legislação para que ela possa ser aplicada.

Confira a lei:

LEI Nº 17.020, DE 13 DE AGOSTO DE 2020. Proíbe, no âmbito do Estado de Pernambuco, o uso de elevadores e restringe, nos termos em que especifica, a livre circulação em áreas comuns, de crianças desacompanhadas de pessoa maior de 18 (dezoito) anos, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO: Faço saber que tendo em vista o disposto nos §§ 6º e 8º do art. 23, da Constituição do Estado, o Poder Legislativo decreta e eu promulgo a seguinte Lei:

Art. 1º Fica proibido, no âmbito do Estado de Pernambuco, o uso de elevadores por crianças desacompanhadas de pessoa maior de 18 (dezoito) anos.

Art. 2º A livre circulação de crianças, nas áreas comuns de clubes, centros comerciais e edifícios residenciais, públicos ou privados, desacompanhadas de pessoa maior de 18 (dezoito) anos, poderá ser excepcionalmente restringida pelo administrador, síndico ou responsável pelo imóvel, sempre que houver risco à segurança, à saúde ou à vida, devendo o responsável legal ser imediatamente comunicado.

Art. 3º Para os fins desta Lei, considera-se criança a pessoa com até 12 (doze) anos de idade incompletos, nos termos da Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Art. 4º Os responsáveis pela administração dos elevadores de que trata o art. 1º deverão afixar cartazes informativos contendo as normas de segurança para o seu devido uso, nos termos da legislação em vigor, dispondo inclusive acerca das obrigações estabelecidas por esta Lei.

§ 1º Os cartazes deverão ser afixados nas cabines dos elevadores, em local de fácil visualização, com o tamanho padrão mínimo de 29,7 cm (vinte e nove centímetros e sete milímetros) de altura por 42,0 cm (quarenta e dois centímetros) de largura (Folha A3), com caracteres em negrito. § 2º A critério da administração dos elevadores, os cartazes podem ser substituídos por tecnologias, mídias digitais ou audíveis, desde que assegurado, nos dispositivos utilizados para consulta, exibição ou audição, o mesmo teor do informativo.

Art. 5º O descumprimento do disposto nesta Lei sujeitará o administrador, o condomínio ou o responsável pelo imóvel, conforme o caso, às seguintes penalidades, sem prejuízo de outras sanções de natureza civil ou penal cabíveis: I - advertência, quando da primeira autuação da infração; e, II - multa, a partir da segunda autuação. Parágrafo único. A multa prevista no inciso II deste artigo será fixada entre R$ 500,00 (quinhentos reais) e R$ 10.000,00 (dez mil reais), a depender das circunstâncias da infração, das condições financeiras e do porte do condomínio, tendo seu valor atualizado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, ou outro índice que venha substituí-lo, devendo ser revertido em favor de fundos estaduais que tenham dentre os seus objetivos a defesa e a proteção de crianças e adolescentes.

Art. 6º O descumprimento dos dispositivos desta Lei pelas instituições públicas ensejará a responsabilização administrativa de seus dirigentes, em conformidade com a legislação aplicável, sem prejuízo de outras sanções de natureza civil ou penal cabíveis.

Art. 7º Caberá ao Poder Executivo regulamentar a presente Lei em todos os aspectos necessários para a sua efetiva aplicação.

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A Polícia Civil desencadeou, na manhã desta sexta-feira (17), a Operação Espectro, que tem como alvo o prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB). Ele é acusado de registrar empregadas domésticas como funcionárias públicas da prefeitura. O caso veio a público após a morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, que morreu após ser deixado sozinho em elevador pela esposa do prefeito, Sarí Corte Real. A mãe de Miguel, Mirtes Renata Santana, e a avó, Marta Maria Santana, eram empregadas de Sérgio e constavam como servidoras municipais.

A operação é liderada pelo delegado Rodolfo Bacelar, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco). Estão sendo cumpridos cinco mandados de busca e apreensão no Recife e em Tamandaré.

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Os crimes investigados são desvio de serviços públicos e associação criminosa. A Operação Espectro conta com a participação de 45 policiais civis. As investigações seguem em segredo de justiça. 

Por nota, a defesa do prefeito Sérgio Hacker disse que ele recebeu a operação com surpresa e perplexidade, pois sempre se colocou à disposição da autoridade policial, peticionou por diversas vezes nos autos do inquérito, habilitou advogados em colaboração à apuração empreendida, requereu o acesso e extração de cópias, produziu provas e respondeu prontamente a todas as solicitações feitas. O gestor informou que ainda não teve acesso ao teor da decisão judicial.

Segundo o advogado de Hacker, Gervásio Lacerda, a medida policial "se afigura completamente desnecessária, pois, em nenhum instante, ele empreendeu qualquer embaraço ou dificultou as investigações; como também está convicto que não cometeu crime, conforme será devidamente demonstrado no momento próprio." Ele destacou que a Prefeitura Municipal de Tamandaré não foi objeto da operação. 

O Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público de Pernambuco também investigam o prefeito. A Justiça autorizou o bloqueio de parte dos bens de Hacker após pedido do Ministério Público, para assegurar o pagamento de multas previstas na Lei de Improbidade Administrativa em uma eventual condenação. O TJPE ainda determinou a indisponibilidade dos bens da secretária de Educação de Tamandaré, Maria Conceição do Nascimento, acusada de omissão por haver servidora fantasma em sua pasta.

O juiz da 1ª Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente da Capital, José Renato Bezerra, aceitou, na noite da terça-feira (14), a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra Sarí Mariana Costa Gaspar Corte Real. Com isso, a primeira-dama de Tamandaré passa de acusada a ré.

O MPPE denunciou Sarí por abandono de incapaz com resultado morte, com agravante de cometimento de crime contra criança em ocasião de calamidade pública pela morte de Miguel Otávio Santana da Silva, de cinco anos. Para receber a denúncia, o juiz alega "indícios de autoria e materialidade do delito, conforme se extrai do caderno policial, bem como a legitimidade do Ministério Público para propor a ação."

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O magistrado ordena a citação de Sarí para que ela responda à acusação por escrito, no prazo de dez dias. Ela poderá "arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo a sua intimação, quando necessário", segundo o Tribunal de Justiça.

Caso a ré não apresente resposta no prazo legal, ou caso ela não constitua defensor de imediato, a Secretaria encaminhará os autos à Defensoria Pública. 

Segundo a denúncia do MPPE, a autuada, agindo dolosamente, teria abandonado Miguel Otávio Santana da Silva, que estava sob sua vigilância, no elevador do Edifício Píer Maurício de Nassau, no bairro de São José, centro do Recife, em 2 de junho. O garoto morreu após cair do nono andar do prédio. Miguel era filho de Mirtes Renata Santana de Souza, que trabalhava como doméstica na residência de Sarí e havia levado o cachorro da família para passear na calçada do prédio.

A denúncia destaca que o menino se dirigiu aos elevadores para ir ao encontro da mãe e que a primeira-dama impediu diversas vezes que a porta fechasse. "Todavia, após várias trocas de elevadores, Miguel teria apertado a tecla de alguns andares e Sarí permitido que a porta fechasse, e fazendo com que o menor se deslocasse sozinho dentro do referido meio de transporte", pontua o documento.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), apresentou, na manhã desta terça-feira (14), denúncia contra Sarí Mariana Costa Gaspar Corte Real na 1ª Vara contra Criança e Adolescente da Capital. O promotor de Justiça criminal Eduardo Tavares denunciou a primeira-dama do Prefeito de Tamandaré por abandono de incapaz com resultado de morte e ainda acrescentou o agravante de ter sido contra criança em meio à conjuntura de calamidade pública. 

Miguel Otávio Santana da Silva, de cinco anos, estava aos cuidados de Sarí quando caiu do 9º andar do Edifício Píer Maurício de Nassau, no bairro de São José, área central do Recife, em 2 de junho.

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Na segunda-feira (13), familiares do menino e movimentos sociais fizeram um protesto no centro da capital. O grupo foi em passeata até o Ministério Público para pressionar a instituição.

Presente na manifestação, a mãe de Miguel, Mirtes Renata Santana, considera o resultado do inquérito da Polícia Civil justo. "É o que realmente aconteceu, ela abandonou Miguel. Por falta de paciência, amor ao próximo e vaidade. Não queria tocar no meu filho para não borrar as unhas. Vou até o fim nessa luta", disse Mirtes Renata Santana, mãe de Miguel, na manifestação.

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A família do garoto Miguel Otávio Santana, de cinco anos, morto após cair do nono andar do edifício Píer Maurício de Nassau, que integra o conjunto conhecido como “Torres Gêmeas”, localizado no Centro do Recife, realizou uma nova manifestação na manhã desta segunda (13). Eles pedem que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denuncie a primeira-dama do município de Tamandaré, Sarí Côrte Real, que deixou o garoto sozinho no elevador, por abandono de incapaz com resultado morte.

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Vestido de branco, o grupo deixou a Praça da República, no bairro de Santo Antônio, por volta das 11h, com destino ao órgão. Também participaram da mobilização a Rede de Mulheres Negras, o Fórum de Mulheres de Pernambuco e a Articulação Negra de Pernambuco.

O ato seguiu pela ponte Princesa Isabel, Rua da Aurora, Rua João Lira e Visconde de Suassuna. Em apoio ao grupo, populares repetiram palavras de ordem, como "Sarí assassina" e "justiça por Miguel".

Presente na manifestação, a mãe de Miguel, Mirtes Renata Santana, considera o resultado do inquérito da Polícia Civil justo. "É o que realmente aconteceu, ela abandonou Miguel. Por falta de paciência, amor ao próximo e vaidade. Não queria tocar no meu filho para não borrar as unhas. Vou até o fim nessa luta", comenta.

O crime de abandono de incapaz está previsto no artigo 133 do código penal, “abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono”. Caso a conduta resulte em morte, a pena é de detenção, entre quatro e 12 anos. 

MPPE

O MPPE recebeu, no dia 3 de julho, o inquérito que investigou a morte de Miguel, ocorrida em 2 de junho. Cabe ao promotor designado pelo órgão a escolha de denunciar ou não Sarí Côrte Real, em um prazo de 15 dias, segundo preconiza o Código do Processo Penal, que acaba nesta semana. O promotor pode ainda solicitar novas ações à polícia.

Mirtes pede que a denúncia seja formalizada agora. "Estou ansiosa e preocupada, porque o nome do promotor segue em segredo. Está em sigilo para mim, para a mídia, para os meus advogados, mas será que está em sigilo para a outra parte? Espero que o caso seja tocado, tenho fé em Deus", afirma.

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Na tarde desta terça-feira (7), foi protocolado um pedido de impeachment de Sérgio Hacker, prefeito da cidade de Tamandaré, Litoral Sul de Pernambuco. Ele é marido de Sarí Côrte Real, indiciada por abandono de incapaz com resultado de morte no caso do menino Miguel Otávio, que caiu do prédio Píer Maurício de Nassau, onde reside o casal, na área central do Recife, após ser deixado sozinho no elevador enquanto procurava sua mãe, que trabalhava como empregada doméstica do prefeito e da primeira-dama. 

O pedido para perda do mandato foi protocolado na Câmara Municipal de Tamandaré pela advogada e professora universitária Liana Cirne, junto ao também advogado Higor Araujo. Em um vídeo postado em suas redes sociais, ambos explicaram que Sérgio Hacker teria utilizado tanto a mãe e a avó de Miguel, respectivamente Mirtes Renata Santana da Silva e Marta Maria Santana da Silva, quanto Luciene Raimundo Neves, empregada doméstica da residência do prefeito em Tamandaré, como funcionárias fantasmas na Prefeitura do município.

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“Ele tinha três empregadas domésticas que nomeou como funcionárias públicas comissionadas na Prefeitura de Tamandaré, e o ato de nomeação das três foi assinado por ele. Ele assinou, ele confessou o desvio de finalidade no ofício que enviou para o Ministério Público. Como houve confissão, a rigor nem necessitava de instrução probatória, mas nós redigimos, reunimos mais de 90 páginas de provas da irregularidade”, contou Liana ao LeiaJá

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Além disso, o pedido protocolado acusa Sérgio Hacker por irregularidades trabalhistas e quebra de decoro do cargo de prefeito, por ter obrigado Mirtes a trabalhar quando ele estava com Covid-19, transmitido a doença para ela, e se recusado a liberá-la do trabalho mesmo mesmo infectada pelo coronavírus (SARS-CoV-2). 

“Ele disse que estava respeitando as regras de isolamento e estava obrigando a Mirtes a trabalhar nesse período. Isolamento e quarentena: as regras são de a pessoa se afastar completamente. A cereja do bolo da indignidade desse homem, da crueldade dele: ela doente com Covid-19 continuou trabalhando, porque ele não a dispensava. O que a Sarí fez com o Miguel, aquele escárnio com um menino de cinco anos, é a cultura dessa família. Como é que você obriga uma empregada doméstica com Covid-19 a trabalhar só porque você já contraiu e não tem medo de pegar?”, questionou a advogada e professora. 

Etapas do processo

Com o pedido protocolado, segundo Liana, o presidente da Câmara de Vereadores terá a obrigação de realizar a leitura pública do documento em plenário, com intimação dos advogados a comparecer. “Depois dessa leitura, o plenário da Câmara aceita ou não a denúncia. Se aceitar, o prefeito tem prazo para apresentar a sua defesa, aí vão ser ouvidas as testemunhas e depois o plenário julga o mérito”, contou Liana. 

Atualmente, Sérgio Hacker está no final do exercício de seu mandato como prefeito de Tamandaré e se preparando para entrar em campanha em busca da reeleição. Caso sofra impeachment, ficará impedido de concorrer, pois uma das consequências do impedimento é a perda dos direitos políticos. 

Por meio de nota encaminhada à imprensa pela Prefeitura de Tamandaré, o prefeito Sérgio Hacker afirmou que “só tomou conhecimento da sua existência - processo - através da imprensa, não sendo, portanto, legítima e legalmente comunicado do seu conteúdo”, e que o pedido de impeachment “demonstra claramente o interesse político que muitos vêm usando da situação em nítida antecipação do debate eleitoral”. 

A nota diz também que “a forma como os signatários do pedido se apresentam, mais preocupados com promoções pessoais, reforça, ainda mais, o caráter eleitoral da medida, acrescentando que ambos são militantes políticos de conhecido partido político local”. 

Por fim, o prefeito afirma que não praticou crime de responsabilidade “cuja semelhante temática já foi objeto de julgamento pelo STF e STJ, respectivamente na Ação Penal 504/DF e no Agravo em Recurso Especial 1.162.056/SP”, alegando confiar plenamente na Câmara Municipal, que “com serenidade e equilíbrio, saberá preservar a democracia e, notadamente, a vontade popular que o elegeu”. Confira a nota na íntegra clicando aqui.

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Enquanto Sarí Côrte Real tentava explicar o motivo de ter abandonado Miguel Otávio em um elevador minutos antes da sua morte, a família da criança de cinco anos promoveu um panelaço durante a entrevista, na noite desse domingo (5). Para os familiares, a primeira-dama de Tamandaré, Região Metropolitana do Recife (RMR), se esquivou das perguntas e usou a visibilidade em rede nacional para tentar se vitimizar.

A campanha para protestar durante a fala de Sarí foi ampliada por apoiadores de várias partes do Brasil, que também reivindicam Justiça pela morte da criança. “Queremos a sociedade gritando com a gente, estamos cansados de privilégios”, aponta o comunicado enviado pelos próprios familiares.

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Após ser autuada por homicídio culposo, a acusada pagou fiança de R$ 20 mil e foi liberada pela Polícia Civil. Para colher seu depoimento, a delegacia abriu duas horas antes do expediente, o que gerou revolta.

A doméstica Mirtes Renata, mãe de Miguel, questiona o fato da ex-patroa ter se pronunciado apenas ao término do inquérito policial, que tipificou o crime como abandono de incapaz e pode deixá-la atrás das grades por 12 anos. Para ela, o arrependimento exposto por Sarí é falso com intuito de atenuar a futura pena. “A sociedade não aguentou a frieza no qual a mesma demonstrou, não respondendo absolutamente nada... Nem para pedir perdão!”, completa.

Em entrevista ao Fantástico nesse domingo (5), a primeira-dama do município de Tamandaré e ex-patroa de Mirtes Renata, Sarí Côrte Real, deu sua versão sobre a morte de Miguel Otávio, de cinco anos, que caiu do 9º andar de um condomínio de luxo no Recife. O caso comoveu o Brasil no início de junho devido à conduta irresponsável da acusada, que abandonou o garoto no elevador do edifício. Ela diz estar arrependida e classificou o episódio como uma “tragédia”.

"Eu sinto que fiz tudo que eu podia. E se eu pudesse voltar no tempo, eu voltava. Se eu soubesse que ia acontecer. Eu esperava mais, não sei, só sei que naquela hora eu fiz tudo que eu podia. Não fiz nada temendo o que ia acontecer", afirmou.

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Com um terço em mãos e uma blusa branca, Sarí deixou de lado a vaidade e respondeu às perguntas sem maquiagem ou joias extravagantes. No momento da queda, ela era atendida por uma manicure, que relatou em depoimento que, mesmo após o garoto cair de uma altura de aproximadamente 35 metros, a contratante tinha o desejo de finalizar as unhas.

Nas mãos da Justiça 

A criança ainda aprendia os números e passou a frequentar o condomínio Píer Maurício de Nassau durante a pandemia, pois a falta de acompanhantes obrigou a mãe a levá-lo ao trabalho. Ele não estava habituado ao prédio, nem ao uso do elevador, ainda assim foi deixado sozinho por Sarí, que aparentemente acionou o botão para a cobertura após retirar o menino do elevador em quatro oportunidades. “O maior contato que eu tive com Miguel foi na pandemia e nas vezes que precisou chamar atenção dele, solicitei a mãe ou a avó. Nunca repreendi ele. Não me senti segura pra isso”, contou.

Sarí chegou a ser acusada de homicídio culposo, mas pagou fiança e foi liberada horas depois. Ela também foi ao velório do menino e chegou a ser expulsa por familiares da sua ex-empregada. Com o término do inquérito e da rodada de depoimentos, houve uma mudança na tipificação do crime e ela responderá por abandono de incapaz, com pena de até 12 anos de reclusão. “Até hoje eu tô aqui firme, porque muita gente depende de mim. Se lá na frente o resultado for esse, vou cumprir o que a lei pedir. Está na mão de Justiça. Eu vou aguardar o que a Justiça determinar”, garantiu ao entender que precisa cuidar dos seus dois filhos.

"Não tenho mais meu filho por causa da vaidade dela"

Para Mirtes, não há sinceridade, nem arrependimento nas palavras da ex-patroa. A doméstica e a avó de Miguel pediram demissão da residência, contudo, após mais de um mês, elas ainda não receberam nenhuma indenização ou quantia garantida pelos serviços prestados. “Tenho certeza que se fosse o contrário, se fosse com a filha dela, eu estaria indo para a delegacia dentro de um camburão”, ressaltou.

“Ela não tem arrependimento nenhum pelo que ela fez com meu filho. Não tenho como perdoar, ela acabou com a minha vida. Não tenho mais meu filho por causa da vaidade dela. Eu não tenho mais meu filho pra dar carinho, amor, atenção. Quero que ela pegue a pena máxima”, concluiu.

A família do menino Miguel Otávio, morto após cair do prédio onde sua mãe trabalhava para o prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker, e sua esposa, Sarí Côrte Real, indiciada por abandono de incapaz após ter permitido que o garoto ficasse sozinho no elevador para ir procurar sua mãe, está organizando um protesto na noite deste domingo (5). Serão promovidos panelaços e um tuitaço durante a transmissão da entrevista concedida por Sarí ao programa Fantástico, da TV Globo. Os protestos estão sendo organizados por familiares do garoto, que criaram a página Luto por Miguel (@lutopormiguelofficial) no Instagram para divulgar e coordenar as ações. 

O planejamento, segundo as postagens do perfil, é que durante a entrevista as pessoas façam vídeos gritando, batendo panelas e fazendo barulho, além de postar as tags #justiçapormiguel e #abandonotambemécrime. Os vídeos produzidos podem ser encaminhados para a família por meio do Whatsapp para que sejam compartilhados. O perfil também pede que os internautas o marquem em seus stories. 

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Amanda Souza, prima de Miguel, contou ao LeiaJá que a decisão de organizar os protestos virtuais durante a entrevista de Sarí se deu pelo silêncio da acusada durante todo o período em que o inquérito transcorria na Polícia Civil e a família desejava que ela falasse publicamente, tomasse uma posição sobre sua responsabilidade na morte de Miguel. 

“Queremos a sociedade gritando com a gente, estamos cansados de privilégios. Ela não se pronunciou  esse mês todo e por quê agora veio se pronunciar? Se vitimizar para o público? Queríamos o POSICIONAMENTO [sic] da mesma desde o começo e ela não nos proporcionou. As emissoras tentaram de tudo pra ter contato com ela e ela não se pronunciou. Agora que a perícia tem um posicionamento vai pedir apelo? Não é justo!!! Queremos panelaço  porque lá podemos gritar e mostrar o quanto estamos sofrendo pela perda de Miguel e o quanto queremos JUSTIÇA [sic]”, afirma Amanda. 

A pandemia de Covid-19 é um fator que não pode deixar de ser levado em consideração nesse momento, uma vez que a doença matou, até então, 64.375 brasileiros. Este fato dificulta a realização de protestos de rua, uma vez que aglomerações podem espalhar o coronavírus (SARS-CoV-2), motivo pelo qual, segundo Amanda, a estratégia de protestos virtuais foi escolhida. “Não podemos de fato fazer algo a mais por conta do que está acontecendo no Brasil, se não fosse o vírus com certeza teríamos bem mais pessoas nas ruas”, disse a prima do menino Miguel Otávio. 

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Conclusão do inquérito e indiciamento 

O inquérito da morte de Miguel Otávio foi concluído na última quarta-feira (1º) e Sarí Côrte Real indiciada por abandono de incapaz seguido de morte, após uma investigação que durou 30 dias, conduzida pelo delegado da Polícia Civil, Ramon Teixeira. 

“Entendemos, de forma fundamentada nos autos, ser perfeitamente capaz o cometimento de um crime de abandono por uma conduta omissiva. O fechamento da porta do elevador [Sari retira braço e permite que o equipamento se feche] foi acachapante para a produção do resultado. 60% das unidades condensadoras apresentavam tela de proteção, outras 40% não. Uma pequena maioria dos moradores enxergou os riscos da área. Não é difícil prever que, dentre incontáveis áreas sem redes, com escadarias, lajes técnicas desprotegidas, piscina, diversas seriam as formas de se alcançar o resultado morte indesejado, mas previsível”, disse ele.

Antes da divulgação do resultado do inquérito, Sarí teve que prestar depoimento na delegacia, que abriu mais cedo para recebê-la com o intuito de prevenir que ela sofresse violência física. Em sua defesa, uma das alegações da acusada foi a de que apesar das imagens da câmera do elevador mostrarem suas mãos se movendo junto aos botões, ela teria apenas “simulado” apertá-los para convencer o Miguel a sair do elevador.

Apesar do esforço da Polícia, a saída dela da delegacia não foi nada tranquila, uma vez que a informação do depoimento se tornou pública e tanto a família de Miguel como outras pessoas se concentraram em frente ao local. Ao ir embora, Sarí foi acompanhada por gritos de revolta que a chamavam de “assassina”.  

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O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou o bloqueio dos bens do prefeito de Tamandaré, no litoral sul de Pernambuco, Sérgio Hacker (PSB). A decisão, tomada nessa quarta-feira (1º), também atinge a secretária de educação do município, Maria da Conceição Cavalcanti. 

A medida foi adotada após o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ajuizar uma ação contra o pessebista por improbidade administrativa. Na ação, O MPPE pede que ambos sejam condenados por utilizar recursos públicos para pagar serviços particulares prestados nas casas da família do prefeito. Duas empregadas domésticas que trabalhavam na casa de Sérgio Hacker eram lotadas como funcionárias da prefeitura. 

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As funcionárias são Mirtes Renata Santana de Souza e Marta Maria Santana Alves, mãe e avó - respectivamente - de Miguel Otávio Santana da Silva, de cinco anos, que morreu após cair do 9º andar do edifício Píer Maurício de Nassau, no Recife, local onde mora a família do prefeito e as mulheres trabalhavam.

Miguel estava sob a responsabilidade da mulher de Sérgio Hacker, Sarí Corte Real, quando caiu de uma altura de 35 metros e morreu no último dia 2 de junho. Sarí foi indiciada pelo crime de abandono de incapaz seguido de morte e pode pegar, se condenada, até 12 anos de prisão.

O TJPE determinou o bloqueio um valor que seja suficiente para a garantia do pagamento de uma eventual multa civil, de R$ 580.095,60, para Sérgio Hacker, e R$ 145.128,02 para Maria da Conceição Cavalcanti.

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A primeira dama de Tamandaré, Sarí Côrte Real, deixou a delegacia da Boa Vista, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, entre gritos de "assassina" e "justiça". Moradores do entorno formaram uma multidão, em frente ao prédio, para aguardar a saída da empresária, investigada pela morte do menino Miguel Otávio, de cinco anos, que caiu do prédio de luxo onde Sarí mora e a mãe do garoto trabalhava como empregada doméstica.

Policias precisaram passar um cordão de isolamento para conter a população. Apenas oficiais e jornalistas foram permitidos no local. Confira:

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Mais cedo, Mirtes Regina, a mãe da criança também apareceu e chegou a conversa com a ex-patroa que, segundo ela, não pediu desculpas ou apresentou remorso pela perda do menino. Sarí Côrte Real compareceu à delegacia para prestar o último depoimento do caso, na manhã desta segunda-feira (29).

O menino morreu no início deste mês, após cair do nono andar do condomínio popularmente conhecido como Torres Gêmeas, na área Central do Recife. A investigada e primeira-dama do município de Tamandaré, no Litoral Sul, estava responsável por Miguel no momento da queda.

Mais de seis horas após o início do depoimento de Sarí Côrte Real, na delegacia da Boa Vista, no bairro de Santo Amaro, Centro do Recife, Mirtes Renata Santana de Souza, mãe do menino Miguel, de cinco anos, saiu transtornada do encontro que teve com a ex-patroa, nesta segunda-feira (29).

"Ela chegou na minha cara e disse que não apertou o botão. Essa mulher é um monstro", afirmou Mirtes Regina, que trabalhava como empregada doméstica, mesmo durante a pandemia do novo coronavírus, para a primeira-dama de Tamandaré.

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"Ela não é a mulher que eu conheço, ela é ingrata. Dizer que a gente não tinha obrigação nenhuma com os filhos dela? Mas eu cuidava porque ela não dava atenção", contou Mirtes. "Ela disse que a gente estava lá sem fazer nada. Então, por que não liberou a gente? Por que manteve a gente em Tamandaré no meio da pandemia?  Não pegou uma vassoura, lavou uns pratos, mas dizer que a gente tava lá sem fazer nada?", desabafou.

As imagens do elevador mostram Sarí colocando o menino sozinho e apertando os botões dos andares mais altos do condomínio conhecido como Torres Gêmeas, no bairro de São José. "Ela disse na minha cara que não apertou o botão, mas todo mundo viu. Ela é fria e calculista", disse Mirtes.

Sarí Côrte Real é investigada pela morte de Miguel Otávio, de cinco anos. De acordo com as irmãs de Mirtes, Sarí teria dito coisas duras à criança, em seus últimos momentos de vida, antes de apertar os botões dos andares superiores do prédio. Isso teria motivado Mirtes a procurar a ex-patroa no momento que soube do depoimento.

Apesar das acusações, Mirtes garante não ter nada contra a família. "Meu problema é só com Sarí. Ela errou com meu filho, ela tirou a vida do meu filho", afirma. Sobre o encontro, a mãe de Miguel comentou "eu disse tudo o que eu queria dizer e escutei absurdos da boca dela".

Para receber Sarí, a delegacia iniciou o expediente duas horas mais cedo. Ela ainda não deixou a delegacia.

Após quase três horas de espera, Mirtes Renata Santana de Souza, mãe do menino Miguel, conseguiu entrar na Delegacia de Santo Amaro, área central do Recife, para confrontar a ex-patroa Sarí Côrte Real. A primeira dama de Tamandaré chegou cedo, antes das 6h, para prestar depoimento a respeito da morte da criança, que faleceu após cair do nono andar, das Torres Gêmeas, no bairro de São José.

A intenção de Mirtes é confrontar a ex-patroa que, de acordo com ela, sequer deu uma palavra de conforto ou arrependimento à família. "Ela tem dois filhos, pode dar amor, carinho, eu não tenho nenhum, por causa da irresponsabilidade dela", desabafou a mãe de Miguel. "A vida do meu filho, valeu as unhas dela", lamentou.

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Com a chegada do advogado Rodrigo Almendra, Mirtes foi levada a uma sala para conversar com Sarí. "Ela achou que a saída dela ia ser fácil. Mas graças a imprensa a gente soube e veio", disse Fabiana Souza, uma das tias de Miguel.

Segundo a outra irmã, Eriloudes, Mirtes deve dizer as mesmas palavras proferidas pela ex-patroa à criança na hora que foi colocada no elevador. "Só ela [Mirtes] sabe o que Sarí disse, mas foram coisas horríveis", explicou. "Ele tinha cinco aninhos, ele só queria a mãe", lamentou. Até o momento sete pessoas já foram ouvidas, nove depoimentos. A primeira dama de Tamandaré deve ser a última a ser ouvida pelos oficiais.

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Uma última conversa. Foi para isso que Mirtes Renata Santana de Souza, mãe do menino Miguel, acordou cedo nesta segunda-feira (29) e se dirigiu até à frente da Delegacia de Santo Amaro, área central do Recife. Dentro do prédio, a primeira dama de Tamandaré, Sari Côrte Real, prestava depoimento desde às 6h, horário fora do expediente comum da delegacia.

"Eu vim aqui dizer umas palavras a ela. Desde que isso aconteceu, eu não tenho mais saúde. Eu estou dormindo a base do remédio. A partir do momento que ela matou meu filho, ela me matou também",  conta Mirtes, com os olhos determinados, afirmando que, além do dia do velório da criança, a ex-patroa não tentou nenhuma forma de contato com ela para falar sobre Miguel.

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"Ela não veio falar comigo, eu falei com ela. No dia do hospital e ela mentiu pra mim. Disse que Miguel tinha dado um drible nela e que não conseguiu segurar a porta do elevador. Mas as imagens mostram uma coisa totalmente diferente". As imagens as quais Mirtes se refere são do circuito interno do prédio, em que é possível ver Siri apertando os botões do elevador para que a criança fosse levada aos andares de cima.

A espera

"Não está sendo nada fácil sem meu filho. Ontem, em pleno domingo, eu não podia dar um abraço, dar um cheiro. Fui arrumar minha casa e não tinha meu filho para bagunçar", contou Mirtes. A mãe do menino Miguel chegou por volta das 8h, acompanhada de duas irmãs Eriloudes  de Souza, Fabiana Souza. A ideia inicial era fazer um protesto em frente à delegacia, pedido por justiça. Mas tudo teve que ser antecipado, por conta do depoimento de Sari fora do expediente.

"A justiça deveria ser igual para todos. Ela ainda tem dois filhos para dar amor. Eu não tenho mais nada. Meu filho era minha vida. Eu ainda não consegui raciocinar como será minha vida daqui para frente", diz Mirtes.

Mais de duas horas esperando a saída da primeira dama, a presença da mãe de Miguel e suas irmãs foi ganhando força. Populares se reuniram em frente à delegacia aos gritos de "assassina" e "justiça", esperando para receber a primeira dama de Tamandaré, que até o fechamento da matéria ainda não havia deixado a delegacia.

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A Delegacia de Santo Amaro, no Centro do Recife, que investiga a morte do menino Miguel Otávio, de 5 anos, abriu, nesta segunda-feira (29), duas horas antes do expediente para coletar o depoimento da empresária Sari Côrte Real, ex-patroa da mãe de Miguel, Mirtes Renata. Normalmente, o expediente no local inicia às 8h, mas antes das 6h, Sarí e o esposo, que é o prefeito de Tamdaré, Sérgio Hacker (PSB), chegaram ao local para o depoimento. 

Além dos jornalistas, quem também está em frente a delegacia nesta manhã é Mirtes Renata. Ela aguarda o fim do depoimento de Sarí e ao chegar no local, disse que gostaria de falar com sua ex-patroa e só deixará o lugar quando conseguir.

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"Vim ficar aqui na frente. Vou esperar ela sair. Vocês vão ver o que tenho para falar com ela", disparou Mirtes, ao ser indagada pela imprensa sobre o motivo que a levou ao local. A última vez que a empregada doméstica falou com a ex-patroa foi em 2 de junho, quando Miguel caiu de uma altura de 35 metros do Condomínio Pier Maurício de Nassau, na área central da capital pernambucana. A criança estava sob os cuidados de Sarí no momento do acidente.

"Ela mentiu para mim dentro do hospital. Depois que me mandaram vídeos, eu entrei em choque", emendou Mirtes. E quando foi questionada se estava preparada para rever Sari Côrte Real, ela disse que não. "Não, mas eu vim assim mesmo, não tem que ter preparação nenhuma não", concluiu, emocionada. 

 

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A doméstica Mirtes Renata Santana de Souza, mãe de Miguel, de 5 anos, menino que morreu ao cair do 9º andar do prédio de luxo no Recife onde ela trabalhava, escreveu com auxílio de advogado uma carta direcionada à ex-patroa Sari Corte Real, esposa do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB). No texto, ela defende punição à primeira-dama de Tamandaré.

"Após poucos dias é desumano cobrar perdão de uma mãe que perdeu o filho dessa forma tão desprezível. Afinal, sabemos que ela não trataria assim o filho de uma amiga. Ela agiu assim com o meu filho, como se ele tivesse menos valor, como se ele pudesse sofrer qualquer tipo de violência por ser ‘filho da empregada’”, diz Mirtes na carta.

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Ela acrescenta: "Perdoar pressupõe punição; do contrário, não há perdão, senão condescendência. A aplicação de uma pena será libertadora, abrandará o meu sofrimento, permitirá o meu recomeço e abrirá espaço para o que foi pedido: perdão. Antes disso, perdoar seria matar o Miguel novamente."

Mirtes ressaltou que não recebeu pedido de desculpas. Ela defende que a carta escrita por Sari foi dirigida à imprensa. "Eu não tenho rancor. Tenho saudade do meu filho. O sentido da vida de quem é mãe passa pelo cheiro do cabelo do filho ao acordar, pelo sorriso nas suas brincadeiras, pelo ‘mamãe’ quando precisa do colo e do abrigo de quem o trouxe ao mundo. Uma mãe, sem seu filho, sofre uma crise, não apenas de identidade, como também de existência. Quem sou eu sem Miguel? Ela tirou de mim o meu neguinho, minha vida, por quem eu trabalhava e acordava todos os dias.”

Confira a carta na íntegra:

SOBRE O PERDÃO PEDIDO POR SARI 

Eu não recebi qualquer pedido de desculpas. A carta de perdão foi dirigida à imprensa, o que me faz pensar que eu não era destinatária, mas sim a opinião pública com a qual ela se preocupa por mera vaidade e por ser esse um ano de eleição. 

Eu não tenho rancor. Tenho saudade do meu filho. O sentido da vida de quem é mãe passa pelo cheiro do cabelo do filho ao acordar, pelo sorriso nas suas brincadeiras, pelo “mamãe” quando precisa do colo e do abrigo de quem o trouxe ao mundo. Uma mãe, sem seu filho, sofre uma crise, não apenas de identidade, como também de existência. Quem sou eu sem Miguel? Ela tirou de mim o meu neguinho, minha vida, por quem eu trabalhava e acordava todos os dias. 

Quando eu grito que quero justiça, isso significa que eu preciso que alguém assuma a minha dor, lute minha luta, seja o destilado da cólera que eu não quero e nem posso ser. Eu não tenho forças neste momento, não tenho chão. Não tenho vida! 

Após poucos dias é desumano cobrar perdão de uma mãe que perdeu o filho dessa forma tão desprezível. Afinal, sabemos que ela não trataria assim o filho de uma amiga. Ela agiu assim com o meu filho, como se ele tivesse menos valor, como se ele pudesse sofrer qualquer tipo de violência por ser “filho da empregada”. 

Perdoar pressupõe punição; do contrário, não há perdão, senão condescendência. A aplicação de uma pena será libertadora, abrandará o meu sofrimento, permitirá o meu recomeço e abrirá espaço para o que foi pedido: perdão. Antes disso, perdoar seria matar o Miguel novamente.

Acusada pelo homicídio de Miguel Otávio Santana da Silva que caiu do 9º andar, após ser colocado sozinho no elevador pela primeira-dama de Tamandaré no edifício Píer Maurício de Nassau, conhecido como Torres Gêmeas no Centro do Recife. Sarí Côrte Real endereçou uma carta de desculpas à mãe do garoto nesta sexta-feira (5), dia marcado por protestos e pedidos de justiça no TJPE e em frente ao prédio. 

 

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Na curta carta, Sarí pediu desculpas e lamentou a morte de Miguel. Ela é acusada após colocar a criança, que procurava pela mãe, que passeava com o cachorro de Sarí, dentro do elevador e permitir que a criança fosse sozinha em busca da mãe. Miguel acabou indo ao 9º andar e caiu de uma sacada. 

 

 

 

"Te peço perdão. Não tenho o direito de falar em dor, mas esse pesar, ainda que de forma incomparável, me acompanhará também pelo resto da vida. Estou sendo condenada pela opinião pública como historicamente outros foram. As redes sociais potencializam o ódio das pessoas. Tenho certeza que a Justiça esclarecerá a verdade", disse Sarí em carta enviada a Mirtes Renata Santana de Souza, mãe de Miguel. 

 

 

 

Confira a carta na íntegra. 

 

 

 

Carta a Mirtes

 

 

 

Como mãe, sou absolutamente solidária ao seu sofrimento. Miguel é e sempre

 

 

 

será um anjo na sua vida e na sua família.

 

 

 

Não há palavras para descrever o sofrimento dessa perda irreparável.

 

 

 

Nunca, mas nunca mesmo, pude imaginar que qualquer mal pudesse acontecer

 

 

 

a Miguel, muito menos a tragédia que se sucedeu.

 

 

 

Te peço perdão. Não tenho o direito de falar em dor, mas esse pesar, ainda que

 

 

 

de forma incomparável, me acompanhará também pelo resto da vida. Estou sendo

 

 

 

condenada pela opinião pública como historicamente outros foram. As redes sociais

 

 

 

potencializam o ódio das pessoas. Tenho certeza que a Justiça esclarecerá a verdade.

 

 

 

Na nossa casa sempre sobrou carinho e amor por você, Miguel e Martinha. E

 

 

 

assim permanecerá eternamente.

 

 

 

Rezo muito para que Deus possa amenizar o seu sofrimento e confortar seu

 

 

 

coração.

 

 

 

Sarí Gaspar 

 

 

 

 

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