Os Estados Unidos são uma das maiores referênciasw econômicas, sociais e culturais do mundo, ocupando, até o final de 2020, segundo a pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU), a 17º posição entre os países com o maior índice de desenvolvimento humano (IDH). Além disso, a nação possui parte das melhores universidades do mundo e é um polo de crescimento financeiro e tecnológico que abre diversas oportunidades, inclusive para imigrantes.
Com esses e outros atributos, o país é o que mais recebe brasileiros. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, até o ano de 2020, mais de 1.800.00 milhão de brasileiros residiam na terra pertencente à América do Norte. Entre os principais motivos para essa alta imigração, está a busca por uma melhor qualidade de vida, as ofertas de emprego abertas no país, o desejo de ingresso em instituições de ensino renomadas e também a busca pelo aprimoramento no idioma inglês.
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Para quem também tem o sonho de viver no país, a especialista em intercâmbio e CEO da agência Eagle, Arleth Bandera, reuniu algumas dicas importantes para que o planejamento dessa transição seja realizado da melhor forma possível, levando em consideração a realidade dos EUA e os pontos mais importantes para que um imigrante brasileiro consiga sua residência com tranquilidade. Confira abaixo:
Planejamento em primeiro lugar
Para Arleth, o primeiro passo é sempre organizar um plano de viagem e de estadia no país, levando em considerações suas circunstâncias atuais, como recursos financeiros, se a pessoa tem família nos Estados Unidos ou se está indo se estabelecer sozinho no país. Isso porque dependendo da realidade, a imigração poderá ser feita a partir de diferentes fatores, como, por exemplo, a permanência por ter um parente no país ou um contrato de trabalho.
“Quando falamos em morar em outro país, o planejamento tem que ser feito com bastante antecedência. Se você tem família, é preciso mais planejamento ainda. Existem vários meios para você migrar hoje para os EUA, têm visto de investimento, visto de trabalho por habilidades especiais e os vistos para imigrantes como visto de estudante F1 e M1, ou J1. O ideal é sempre contratar um profissional qualificado para ter ajuda, de preferência que more aqui nos EUA e que conheça na prática o que é viver na terra do tio Sam” esclarece Arleth.
Vistos
Assim como em outros países, os EUA aceitam a aplicação de diferentes tipos de vistos, que fazem mais ou menos sentido de acordo com a circunstância do imigrante. Desse modo, como no tópico anterior, é preciso fazer uma pesquisa sobre quais são as opções e selecionar aquela que mais ajudará na imigração, podendo ser um visto de estudante ou de trabalho, por exemplo.
“Dependendo da intenção da pessoa, o visto será diferente. A imigração está facilitando a obtenção dos vistos de trabalho, que era extremamente difícil na era Trump, que foi eleito prometendo empregos para americanos e dificultando a contratação de estrangeiros. Hoje, é diferente. As empresas lutam para contratar pessoas, sem sucesso. No momento, tem mais vagas de trabalho abertas nos EUA do que pessoas fora do mercado de trabalho e isso ajuda muito aos estrangeiros que querem migrar para lá através do visto de trabalho", garante Arleth
Alguns dos vistos citados pela fundadora da agência Eagle são os tipos B1 e B2, que são para turismo e negócios; os vistos F1, M1 e J1, para quem desejar estudar nos EUA, além dos vistos de trabalho que são os EB2, EB3, H1B, L1, e o visto de investidor, o EB5.
Como conseguir trabalho no país
Morar nos EUA e conseguir desenvolver uma carreira de sucesso é o sonho de muitos brasileiros. Contudo, como imigrante, é muito importante ter em vista que para pisar em solo estrangeiro e concorrer a um vaga de emprego, também disputada por trabalhadores locais, é fundamental ter alguns requisitos como nível de inglês razoável para conseguir se expressar e ainda cursos que possam facilitar a conquista de um trabalho.
“O primeiro passo para quem quer trabalhar nos EUA é estudar inglês. Sem a fluência no idioma fica bem difícil alguma empresa te contratar e patrocinar seu visto de trabalho. Têm as áreas específicas que sempre ofertam vagas, como de TI, ciências, matemática, saúde, que sempre tem empresas contratando”, explica a especialista.
Para a Arleth, quem não possui uma formação específica também tem grandes chances de empregabilidade. “Para quem não tem uma qualificação, há bastante ofertas também. A pessoa pode atuar como babá, trabalhar na construção civil, serviços residenciais, em bares e cafés, entre outras possibilidades. Existe o visto EB3, por exemplo, que é direcionado a quem não tem uma escolaridade mais avançada, porém, esse tipo precisa ser patrocinado por uma empresa."
Onde morar
Na hora de escolher qual cidade e estado se estabelecer no país, é importante avaliar questões como as diferenças culturais, o clima do local, que pode ser difícil para um brasileiro, as oportunidades de trabalho abertas naquela região e outros pontos que fazem total diferença na sua qualidade de vida.
“O estilo de vida muda muito de um estado para o outro, assim como no Brasil. Por exemplo, na Flórida o custo de vida é mais barato do que na Califórnia. Em Utah, uma cidade não tão popular como outras, tem-se um dos custos de vida mais baratos em relação à escola, universidade e moradia, porém depende do perfil da pessoa que vai morar” esclarece Arleth.
Ao LeiaJá, a CEO da Eagle Intercâmbio relata que é comum os imigrantes transitarem entre estados e cidades até encontrar o local que mais atenda às suas necessidades. “Nós temos clientes que vieram para Atlanta e depois de dois meses pediram transferência para Los Angeles, porque não se adaptaram ao frio. Outros que eram de Porto Alegre foram para Flórida e não se adaptaram por causa do calor", relembra.
Como conseguir residência
A oportunidade de morar definitivamente nos EUA, sem a necessidade de renovar o visto ou se preocupar com ilegalidade, é o sonho de muitos imigrantes. Essa residência é alcançada por meio do Green Card, que é o visto responsável por conceder o direito de cidadania integral, com a autorização de viver e trabalhar de forma permanente no país. Contudo, esse benefício não é concedido com muita facilidade, sendo preciso certa estratégia para receber essa permissão do governo americano.
“O caminho até a residência é um pouco demorado. Porém, depende muito de como você conduzirá sua vinda aos EUA. Temos clientes, por exemplo, que vieram como estudante e em 12 meses fizemos seus work permit (permissão de trabalho para estudante, em uma parte do tempo) e uma empresa que o contratou por 6 meses, patrocinando seu visto de trabalho. Com alguns vistos de trabalho depois de 2 anos você pode aplicar o Green card se tornando residente", diz a especialista em intercâmbio.
Além do caminho proporcionado pelo visto de estudante até o Green Card, Arleth indica a possibilidade do visto EB2 (habilidades), no qual uma pessoa graduada que trabalhou na sua área por cinco anos ou mais, poderá tentar obter o direito à residência no país.
Desafios de ser um imigrante no EUA
Além dos caminhos para alcançar o direito de viver nos Estados Unidos, Arleth destaca os principais desafios encontrados pelos imigrantes brasileiros. “Se a pessoa não for resiliente e não estiver aberto ao novo, vai ter mais dificuldades. O imigrante tem que vir disposto a viver a cultura americana, tudo é bem diferente do Brasil, começando pelo idioma que é diferente do nosso. Os costumes de cada estado, a comida, a maneira de se relacionar com as pessoas, é tudo bem diferente, minha dica é ter abertura ao novo, assim te garanto que será uma das melhores experiências da sua vida", finaliza Arleth.