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Um laboratório argentino estuda amostras de um suposto primeiro caso de zika numa paciente colombiana de 23 anos, informou nesta quarta-feira Eduardo López, infectologista do hospital Ricardo Gutiérrez, em Buenos Aires.

"Hoje ainda não conseguimos confirmar. Quando a mulher chegou ao país, estava fora da fase de contágio. Esteve isolada, mas agora voltou à vida normal. O risco de zika na Argentina é muito baixo", disse Gutiérrez em coletiva de imprensa em frente ao centro hospitalar.

Os exames laboratoriais estão sendo realizados no Instituto Maiztegui, da cidade de Pergamino, a cerca de 250 quilômetros ao noroeste de Buenos Aires. A mulher manifestou os sintomas na Colômbia, antes de viajar. "Outro caso suspeito de zika foi descartado na cidade de Rosário (300 quilômetros ao norte)", disse López. O médico integra um comitê de crise por um surto de dengue no verão austral.

O zika vírus apareceu na América Latina em 2015 e se alastrou pela região rapidamente, transmitido pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti, que também é vetor da dengue e do Chikungunya. Na Argentina, a maior preocupação admitida pelas autoridades é a propagação da dengue. As províncias relataram cerca de mil casos prováveis de dengue, mas o governo ainda não conta com uma estatística de doentes confirmados.

A maior incidência é registrada nas províncias nordestinas, limítrofes com o Paraguai e o Brasil, onde a epidemia ganhou maior força.

A presidente Dilma Rousseff asseguro, nesta quarta-feira (27), que o governo intensificará a luta contra o vírus zika e mostrou confiança no desenvolvimento de uma vacina para prevenir a doença, suspeita de causar má formação fetal. "Vai ser um combate casa a casa, em que o governo vai colocar extremo empenho", assegurou a presidente em Quito, no Equador, horas antes do início da IV Cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribe).

"Se ainda hoje nós não temos uma vacina, tenho certeza que iremos ter, mas vai levar um tempo", declarou a chefe de Estado à imprensa sobre o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, associado a uma explosão de casos de bebês com microcefalia no país.

Ainda não há vacina nem medicamento para combater a doença, nem preveni-la, salvo evitar a picada do mosquito vetor. "A melhor vacina contra o vírus da zika é o combate de cada um de nós, do governo, mas também da sociedade. Eliminando todos os focos nos quais o mosquito vive e se reproduz. Quanto mais água parada, mais esse mosquito se reproduz, e nós não podemos deixá-lo nascer", assegurou Dilma.

O Aedes aegypti, que também transmite a dengue e a chikungunya, já está presente em 21 dos 55 países e territórios das Américas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que prevê uma expansão do vírus zika por todo o continente americano.

Nos últimos meses, houve um aumento acentuado nos casos de zika na América Latina, especialmente no Brasil, causando alarde especialmente entre as mulheres grávidas. Os sintomas deste vírus, que leva o nome da floresta de Uganda onde foi descoberto em 1947, inclui febre, dores de cabeça e erupções cutâneas.

O governo dos Estados Unidos deu início aos estudos sobre a possibilidade de uma vacina contra o Zika vírus - que é suspeito de ter causado nascimento de bebês com microcefalia em países da América Latina. Ontem, Obama se reuniu com altos conselheiros da área da saúde para discutir sobre os estudos e pediu aceleração nos testes, diagnósticos e na difusão de informações.

"Isso não acontecerá do dia pra noite", disse o diretor Anthony Fauci, do Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês), nesta terça-feira.

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Os pesquisadores do NIH já deram início aos trabalhos iniciais, e a agência ainda pretende impulsionar o financiamento para cientistas brasileiros para acelerar as pesquisas relacionadas ao vírus.

Segundo Fauci, já existem vacinas em vários estágios de desenvolvimento de outros vírus da mesma família - como o da dengue, Nilo Ocidental e chikungunya - que oferecem um padrão para criar algo semelhante contra o Zika.

O presidente dos EUA, Barack Obama, se reuniu na terça-feira com altos conselheiros da área da saúde, incluindo Fauci, com a secretária de Saúde e Serviços Humanos, Sylvia Mathews Burwell, e o diretor do Centro de Controle de Doenças, Thomas Frieden.

A Casa Branca disse que Obama pediu para que eles acelerem a investigação sobre os testes de diagnóstico, vacinas e remédios, além de um trabalho para informar os norte-americanos sobre o vírus Zika e maneiras de se proteger contra a infecção. Fonte: Associated Press.

Todos os países do continente americano provavelmente terão a circulação interna do vírus Zika, com exceção do Chile e Canadá. O alerta foi feito hoje (25) pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), em nota sobre transmissão e prevenção do vírus que pode casuar microcefalia em crianças.

Desde maio do ano passado 21, países das américas registraram transmissão interna do vírus. A “rápida disseminação” do Zika pelo continente, segundo a organização, se deve à presença do mosquito em todos os países, menos no Canadá e Chile, e também ao fato de a população não ter imunidade ao vírus.

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A transmissão do Zika pelo mosquito Aedes aegypti é certa e bem conhecida. Porém, as informações sobre uma possivel transmissão por sêmen ainda são bem limitadas. O vírus já foi isolado no sêmen humano, mas ainda são necessárias investigações para saber se a tramissão sexual é possível.  

Pelo sangue já foi confirmada transmissão do vírus. Segundo a Opas, é uma forma pouco frequente e pode ser evitada na triagem do sangue para transfusão. A contaminação de mãe para filho na gravidez e na hora do parto são pontos em pesquisa, apesar de o Brasil já ter registrado seis bebês que nasceram com microcefalia e tiveram exame positivo para Zika.

Sobre a transmissão pelo leite materno, a Opas informou que não há registros e que as mães, mesmo as infectadas pelo mosquito, podem continuar alimentando seus filhos exclusivamente com leite materno até os seis meses e depois conforme recomendações médicas.

Além do Brasil, Barbados, Bolívia, Colômbia, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Guadalupe, Guiana, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Porto Rico, San Martin, Suriname e Venezuela notificaram casos transmissão interna de Zika.

Três pessoas apresentaram resultado positivo para zika em Nova York, o vírus apontado como a causa de nascimentos de crianças com microcefalia em vários países da América Latina, anunciaram funcionários do governo na sexta-feira.

As três pessoas viajaram para áreas onde o mosquito transmissor tem rápida expansão, segundo o Departamento de Saúde do estado de Nova York, que não especificou os locais. Os funcionários informaram que uma pessoa está completamente recuperada, enquanto as outras duas registram melhora.

Também na sexta-feira, as autoridades dos Estados Unidos ampliaram para 22 o número de países da América Latina, Caribe e outras regiões que as mulheres grávidas devem evitar devido ao surto de zika. O vírus foi vinculado a milhares de casos de nascimentos de crianças com microcefalia, que pode provocar danos cerebrais.

As autoridades de Nova York advertiram que qualquer viagem para regiões mais quentes deve seguir uma série de precauções. "Pedimos aos moradores, especialmente as mulheres grávidas, que chequem todas as advertências de saúde antes de viajar e adotem medidas preventivas quando viajarem aos países afetados", afirmou o comissário de Saúde do estado de Nova York, Howard Zucker.

As mulheres nas áreas e países afetados devem tomar medidas para evitar picadas de mosquitos que transmitem o zika vírus, tais como usar mangas compridas, calças longas e aplicar repelente de insetos.

Cientistas brasileiros confirmaram nesta quarta-feira que o zika vírus pode ser transmitido de mãe para filho através da placenta, em meio a um surto de microcefalia associado a este vírus, que mantém as autoridades sanitárias em alerta.

Pesquisadores da Fiocruz e da Universidade Católica do Paraná analisaram as células da placenta de uma mulher que havia apresentado sintomas do vírus e sofreu um aborto no primeiro trimestre de gestação. As análises detectaram pela primeira vez "a infecção de células da placenta pelo zika vírus e a transmissão pela placenta", informou a virologista e pesquisadora Claudia dos Santos.

"Embora não possamos relacionar estas descobertas aos casos de microcefalia e outras alterações congênitas, este resultado confirma a transmissão intrauterina do zika vírus" e pode ajudar no desenvolvimento de estratégias para bloquear o processo de infecção e/ou transmissão, acrescentou.

O Brasil atualizou hoje os dados sobre a microcefalia: existem quase 3.900 casos suspeitos, e o estado de Pernambuco, onde foi detectado o surto, no fim do ano passado, permanece à frente das estatísticas, com 1.306 casos suspeitos. "Aparentemente, começamos a ver uma redução da curva de incidência na região Nordeste", destacou o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch.

Questionado sobre os possíveis riscos de que o zika vírus se propague com maior intensidade durante o Carnaval, Maierovitch disse que há muita especulação. "A grande circulação de pessoas pelo país não deve ter um impacto muito importante, porque o vírus já está circulando", disse. "É importante insistir em medidas de proteção", como o uso de repelentes e roupas que evitem o contato com o mosquito.

Os três primeiros casos de zika vírus foram registrados no estado americano da Flórida, em pessoas que viajaram recentemente para a América Latina, confirmaram nesta quarta-feira (20) autoridades de saúde.

Dois dos casos apareceram no condado de Miami-Dade, em pessoas que estiveram em dezembro na Colômbia, e o terceiro ocorreu no condado de Hillsborough, em uma pessoa que visitou a Venezuela também no mês passado, afirmou à AFP Mara Gambineri, do Departamento de Saúde da Flórida.

"Pedimos aos residentes e visitantes na Flórida que se protejam de doenças transmitidas por mosquitos, com a drenagem de águas paradas, proteção da pele com repelente e roupa e o uso de telas anti-mosquitos nas janelas", recomendou Gambineri.

Até o momento, não foram registrados no estado casos autóctones do vírus. Diante da proliferação do zika vírus, os Estados Unidos alertaram na última sexta-feira (15) que mulheres grávidas evitem viajar para 14 países da América Latina e do Caribe.

O zika vírus já está presente em praticamente toda a América Latina e no Caribe, e a prioridade absoluta é fortalecer o combate ao mosquito do gênero Aedes aegypti, alertou nessa terça-feira (19) à AFP um especialista da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS).

"O primeiro caso foi confirmado no Brasil em maio de 2015, e desde então já se propagou por todo o continente de forma muito rápida. Em outubro já estava na Colômbia e no Cone Sul, e depois na América Central", disse Sylvain Aldighieri, chefe do departamento de Doenças Transmissíveis da OPAS.

Os cinco casos confirmados de infecção pelo vírus no Haiti "mostram que o vetor de transmissão da doença já está presente também no Caribe", acrescentou. E os casos foram registrados também na Martinica.

Os especialistas da OPAS estimam que o vírus tenha chegado ao continente em algum momento de 2014, "possivelmente proveniente de ilhas do Pacífico", comentou Aldighieri.

Nesta terça-feira, a Bolívia confirmou um caso autóctone de zika, e na Colômbia já se registraram mais de 11.000 casos confirmados. Na sexta-feira, os Estados Unidos alertaram as mulheres grávidas para que evitem viajar a 14 países da América Latina e do Caribe.

Essa rápida disseminação do vírus em toda a região, disse Aldighieri, é explicada principalmente pela presença do mosquito Aedes aegypti na maior parte do continente, com exceção do Canadá e partes do Chile continental.

"Esse mosquito é claramente um gênio da adaptação e encontrou um nicho perfeito no continente" para se desenvolver, disse o especialista.

Este mosquito é o vetor de transmissão do vírus da dengue, do Chikungunya e da febre amarela, e agora também distribui o zika.

"O risco é o mesmo para todos os países da região, porque o mosquito está presente em todos eles e, portanto, gera os mesmos desafios que a epidemia de dengue", explicou Aldighieri.

O especialista disse à AFP que a "prioridade absoluta é a luta contra o vetor. Isso inclui médicos bem preparados, enfermeiros bem treinados e grupos capacitados para identificar áreas onde o mosquito está presente e atuando para sua eliminação".

No Brasil, mais de 3.500 casos de microcefalia foram registrados entre outubro de 2015 e neste mês de janeiro, no período de maior incidência do vírus zika.

A análise de quatro destes casos mostra que os bebês estavam infectados com zika enquanto estavam no útero e que o vírus chegou aos seus cérebros. Dois destes casos terminaram em abortos espontâneos e os outros dois na morte dos bebês pouco depois de nascer.

"O ministério da Saúde e acadêmicos brasileiros têm estudado essa relação com muito cuidado", disse o especialista, que observou a existência de uma "coincidência temporal e espacial" entre o vírus e os casos clínicos relatados.

Os especialistas observam que em 2015 o Brasil teria tido 1,5 milhão de casos prováveis ​​de dengue, o que equivale a um salto de 176% em relação a 2014.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmaram que três bebês com microcefalia morreram em Pernambuco. Dois casos ocorreram no Recife e mais um em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

Esses são os primeiros casos suspeitos de morte por microcefalia no estado. Segundo a secretaria, dois bebês já nasceram mortos, na última sexta (11) e quarta-feira (15), com 38 e 40 semanas de gestação, respectivamente.  O terceiro veio a óbito também na última quarta, logo após o nascimento, com 33 semanas de gestação e diagnóstico de microcefalia intraútero.

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De acordo com a SES, ainda não é possível afirmar que a malformação seja a causa básica dos óbitos, que estão sendo investigados. 

No último relatório, Pernambuco contabilizava 920 casos de microcefalia entre os dias 27 de outubro e 14 de dezembro, continuando como o estado que mais tem casos em investigação. No Brasil, há registros de 29 óbitos de bebês com microcefalia. Foi confirmado um óbito, no Ceará, e descartados dois. Outros 26 continuavam em investigação. 

O Plano de Enfrentamento ao Aedes aegypti da Prefeitura do Recife faz mutirão na comunidade União das Vilas, no Espinheiro, na Zona Norte do Recife na manhã deste sábado. A expectativa é que os agentes de saúde ambiental e controle de endemias visitem 300 famílias.

Os agentes fazem o trabalho de eliminação mecânica dos focos, tratamento focal dos criadouros do mosquito e orientações sobre como evitar a proliferação. A Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) passará por cinco ruas da comunidade, fazendo a remoção de entulhos.

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Mutirão – A Secretaria de Saúde do Recife já realizou dois mutirões aos sábados: na Cohab, na Zona Sul, e no Morro da Conceição, na Zona Norte. Ao todo, mais de cinco mil imóveis foram visitados pelos agentes.  

Com informações da assessoria

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-->População ainda resistente ao combate do Aedes Aegypti

Na próxima segunda-feira (14), às 7h, equipes formadas por especialistas em retina e oftalmopediatria irão realizar um mutirão de atendimento gratuito na Fundação Altino Ventura (FAV), bairro da Boa Vista, centro do Recife. A iniciativa busca descobrir se o Zika Vírus realmente exerce alguma influência na visão das crianças diagnosticadas com microcefalia. 

Exames feitos em alguns dos recém-nascidos apontaram alterações importantes na retina e no nervo óptico, de acordo com a Dra. Liana Ventura que, ao lado da filha e também oftalmologista Dra. Camila Ventura, estão à frente das equipes que coordenam a ação.

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Assim que os casos da malformação congênita foram denunciados ao Ministério da Saúde, foram formadas equipes contendo especialistas de vários hospitais do Estado, como o Imip, Barão de Lucena e Fundação Altino Ventura. “Começamos a fazer exames e coletar informações para identificar quais as outras repercussões que poderiam surgir”, explica Dra. Liana Ventura. “Em alguns casos já constatamos alterações importantes na retina e no nervo óptico. Agora, temos que ver se essas alterações estão relacionadas ao Zika ou se a outros fatores”, completou.

No Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE), o mutirão está marcado para o dia 18 deste mês, voltado para atendimento privado e de conveniados, também às 7h. O objetivo da iniciativa é orientar as mães das crianças para o tratamento da microcefalia no campo visual. Os pacientes ainda serão submetidos a exames complementares (retcam, ultrassom e OCT).

A Upae Caruaru, administrada pela FAV, também disponibilizou para a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco exames de USG Obstétrica e USG Trans Fontanela, que são necessários para o diagnóstico e acompanhamento de casos de microcefalia.

Com informações da assessoria

A partir de quinta-feira (10), pacientes poderão ser classificados com suspeita de zika vírus em Pernambuco. Antes, casos suspeitos eram categorizados apenas como dengue. A medida vai contra a recomendação do Ministério da Saúde, que orienta que casos suspeitos sejam assinalados como dengue, notificando apenas casos confirmados de zika. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (9) durante coletiva sobre o ultimo boletim de Microcefalia e Aedes aegypti.  

Pernambuco continua registrando o maior número de suspeita de microcefalia. De 27 de outubro a 5 de dezembro, foram notificados 804 casos. Desses, 251 casos (31,2%) atendem aos critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) e 16 já foram descartados após exame de imagem com crianças que possuíam uma medida cefálica acima de 32 centímetros. Ao todo, 142 municípios do Estado já noticiaram casos, com Recife (18.3% do total) e Jaboatão dos Guararapes (8%) liderando a lista.

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Neste último balanço, foram avaliados 44 casos de zika vírus, com 30 dando resultado negativo e 14 positivo, sendo oito no Recife, três em Olinda, um em Jaboatão dos Guararapes, outro em Frei Miguelinho e também um em Goiana.  Foram notificadas sete gestantes que apresentaram manchas no corpo para receberem um acompanhamento especial dentro do protocolo.

Para a secretária executiva de Vigilância em Saúde Luciana Albuquerque, a possibilidade de classificar os casos suspeitos como zika fará com que seja mais preciso e breve identificar em quais locais há maior ocorrência do vírus, além de otimizar o bloqueio da transmissão. Segundo a coordenadora do Programa de Controle de Dengue, Chikungunya e Zika, Claudenice Pontes, a expectativa é que outros estados passem a adotar a mesma diferenciação. “Todos os estados estão tendo a mesma dificuldade, porque está tudo misturado. Nos casos de dengue também têm zika e a gente não sabe a real distribuição”, comenta Claudenice. A coordenadora acredita que a mudança não vai trazer dificuldades, pois no Recife, por exemplo, a distinção já é feita para dengue e chikungunya.

Como há semelhanças nos sintomas das três doenças, os profissionais de saúde poderão marcar no formulário mais de uma suspeita. De acordo com a diretora do departamento de infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz Angela Rocha, apesar das similaridades, é possível destacar algumas diferenças entre as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. “Casos de chikungunya têm mais dor nas articulações e temperatura mais elevada, zika geralmente tem menos intensidade, mas destacam-se as manchas no corpo e a coceira, além de febre baixa. Já a dengue pode ter as manchas pelo corpo, geralmente tem febre mais alta e apresenta a característica de baixo nível de plaquetas”, explica. Não há sorologia para zika vírus. O único exame capaz de identificar a doença, o PCR, deve ser feito com até três dias após contrair a enfermidade, dificultando a confirmação dos casos. Para os casos de Pernambuco, os exames são realizados no Instituto Evandro Chagas, em Fortaleza-CE.

Chikungunya – Em 2015, foram notificados 1193 casos de chikungunya. Já foram confirmados 240 casos em 78 municípios. No momento, 57 municípios estão em risco de surto de infestação pelo mosquito Aedes e 69 municípios estão em situação de alerta.

Reforço – A Secretaria Estadual de Saúde tem como prioridade no combate ao mosquito as 19 cidades com transmissão ativa nas ultimas oito semanas, as 14 da Região Metropolitana do Recife (RMR) e os 30 municípios em situação de risco. 

Até a próxima sexta-feira (11), mil pessoas do Exército, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil serão capacitados para atuarem juntos aos agentes de endemias. No Recife, aqueles que foram capacitados já estão trabalhando.

O empreendedor Fabiano da Silva, da cidade de Bom Jardim, no Agreste de Pernambuco, criou um aplicativo que pode ajudar na luta contra o mosquito Aedes aegypti, que transmite doenças como a dengue, a febre chikungunya e o Zica vírus. A novidade trata-se do Mapa da Dengue, ferramenta disponível para dispositivos Android em que o usuário pode registrar um foco do inseto para alertar outras pessoas sobre o perigo.

O aplicativo funciona de maneira colaborativa. Ao flagrar um foco do mosquito, o usuário deve registrar o endereço do local de risco para a ferramenta. Desta forma, ele será registrado em um mapa. Sem recursos financeiros, criador do Mapa da Dengue começou uma campanha de financiamento coletivo (clique aqui para acessar). O objetivo é arrecadar R$ 10 mil para levar a ideia adiante.

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Entenda

Na última semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta mundial reconhecendo a relação entre a epidemia de Zika vírus e o crescimento dos casos de microcefalia e da síndrome Guillain-Barré no Brasil.

No documento, a OMS recomendou que seus mais de 140 países-membros reforcem a vigilância para o eventual crescimento de infecções, sugeriu o isolamento dos pacientes e disse para as nações ficarem atentas à necessidade de se ampliar o atendimento de serviços neurológicos e de cuidados específicos a recém-nascidos.

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A presidente Dilma Rousseff (PT) está no Recife, na manhã deste sábado (5), para uma reunião de monitoramento do combate ao aedes aegypti, mosquito transmissor do Zika Vírus, principal causador da microcefalia. A petista chegou ao Comando Militar do Nordeste, no bairro do Curado, por volta das 11h05, acompanhada pelo governador Paulo Câmara (PSB) e os ministros da Saúde, Marcelo Castro (PMDB), e da Integração Nacional, Gilberto Occhi (PP). 

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Além deles, também participam do encontro o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro (PTB); o vice-governador Raul Henry (PMDB); o senador Humberto Costa (PT); os deputados federais Zeca Cavalcanti (PTB), Luciana Santos (PCdoB) e Eduardo da Fonte (PP).

A reunião de monitoramento acontece com representantes do Exército, da Defesa Civil e prefeitos de diversas cidades pernambucanas como o do Recife, Geraldo Julio (PSB), de Cumaru, Eduardo Tabosa, e de São Lourenço da Mata, Gino Albanez (PSB). No total são 20 prefeituras determinadas pelo critério de maior incidência de infecções.]

Durante a 15ª Conferência Nacional de Saúde nessa sexta-feira (4), a presidente informou que o governo federal está mobilizando agentes de saúde de todo o país, além de toda a estrutura de defesa civil e homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para ajudar nas ações de controle do vetor. Para Dilma, o país enfrenta verdadeira guerra contra o vírus Zika.

"Esse vírus provoca mudanças genéticas em crianças, fetos e recém-nascidos, e isso é algo que nós não podemos compactuar. Nós vamos usar de todos os elementos, desde a prevenção até o uso de tecnologia para procurar vacinas que sejam comercializáveis,"disse  na ocasião. 

Até o dia 28 de novembro, foram notificados 1.248 casos suspeitos de microcefalia identificados em 311 municípios de 14 estados. Pernambuco mantém-se com o maior número de casos (646).

A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, nesta sexta-feira (4), que as infecções causadas pelo zika vírus no país devem ser tratadas com muita seriedade. Durante a 15ª Conferência Nacional de Saúde, a presidente informou que o governo federal está mobilizando agentes de saúde de todo o país, além de toda a estrutura de defesa civil e homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para ajudar nas ações de controle do vetor. Para Dilma, o país enfrenta verdadeira guerra contra o vírus Zika.

"Esse vírus provoca mudanças genéticas em crianças, fetos e recém-nascidos, e isso é algo que nós não podemos compactuar. Nós vamos usar de todos os elementos, desde a prevenção até o uso de tecnologia para procurar vacinas que sejam comercializáveis,"disse ao confirmar que neste sábado (5) estará no Recife acompanhar o surgimento de casos de microcefalia e os trabalhos de contenção do Aedes aegypti.

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Até o dia 28 de novembro, foram notificados 1.248 casos suspeitos de microcefalia identificados em 311 municípios de 14 estados. Pernambuco mantém-se com o maior número de casos (646). Em seguida, estão Paraíba (248), Rio Grande do Norte (79), Sergipe (77), Alagoas (59), Bahia (37), Piauí (36), Ceará (25), Maranhão (12), Rio de Janeiro (12), Tocantins (12), Goiás (2), Distrito Federal (1) e Mato Grosso do Sul (1).

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O Brasil está em alerta por conta da epidemia do Zika vírus e suas consequências. O estado de Pernambuco já decretou estado de emergência e, diante de todo esse cenário, o combate ao Aedes Aegypti se torna ainda mais importante. Um dos principais aliados no combate ao mosquitos são os agentes de saúde que visitam as casas da população no intuito de evitar possíveis focos.

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Apesar de ser obrigatória a existência dessas equipes em todos os municípios, os profissionais ainda sofrem resistência por parte da população; seja no momento de autorizar a visita ou mesmo evitando fazer o papel de manter a casa livre dos focos de larvas e mosquitos. 

De acordo com o agente Paulo Petrônio, supervisor da área da Cohab no Recife, é necessário mudar a cultura da população quanto à manutenção dos cuidados nas residências e o contínuo trabalho de supervisão da área. Além disso, é necessária a execução das medidas preventivas ao nascimento e proliferação de larvas e mosquitos. “Nós costumamos dizer que as pessoas nas casas devem fazer um trabalho de dez minutinhos. Nesse tempo é possível fazer uma verificação em toda residência para verificar o que está errado e então agir para evitar o mosquito”, explica. 

O gerente de vigilância ambiental do distrito 8, Tadeu Bezerra, explica que, durante sua experiência de mais de 15 anos em diversas áreas da cidade, a situação não é diferente. “Muita gente pensa que o mosquito está somente nas comunidades, mas estão nas áreas ricas e acontece também nas casas de pessoas, teoricamente, esclarecidas. Essas pessoas também apresentam resistência às visitas e não fazem os cuidados em casa. O nosso maior problema é fazer a população abraçar a causa junto com a gente”, conta. Ele também esclarece que o que os agentes têm feito é a realização do trabalho de conscientização das crianças, em escolas municipais, estaduais e particulares, levando vídeos educativos que elucidam a evolução do Aedes Aegypti desde os ovos. 

Outro fato identificado pelos agentes é a falta de investigação por parte dos médicos em hospitais e policlínicas. Em muitos casos o paciente é diagnosticado com virose, mas não há a realização dos exames necessários para identificar exatamente do que se trata. Para as pessoas da localidade, elas acreditam que muitos casos de Zika Vírus, inclusive de Microcefalia, no bairro poderiam ter sido evitados se a averiguação adequada tivesse acontecido. 

Denúncia

Não distante da conclusão da população, na tarde desta terça-feira (1), a deputada estadual Priscila Krause divulgou no seu perfil do Facebook uma publicação afirmando a suspensão de exames de sangue fundamentais para identificar a possibilidade da gestante ter ou não a possibilidade de dar a luz a uma criança com microcefalia. No texto, a deputada afirma que desde o dia 13 de novembro constatou esta negligência com a saúde pública, provavelmente provocada pro causa da crise financeira. Confira a nota na íntegra:

Em meio ao surto de microcefalia, a Prefeitura do Recife suspendeu, desde o dia 13 de novembro, vários exames de sangue realizados a partir do seu Laboratório, entre eles três que são importantes para diferenciar se as gestantes estão suscetíveis à microcefalia fetal pelo zyka vírus ou por outras doenças: exames de rubéola, citomegalovírus e toxoplasmose. É provável que as suspensões tenham justificativa na crise financeira. O comunicado interno da Prefeitura do Recife (a capital tem 97 casos confirmados de microcefalia) me foi repassado pelo Sindicato dos Médicos de Pernambuco. É preciso que a gestão municipal explique o ato e passe imediatamente a realizar os exames de novo. Até porque, lembrando: estamos em estado de emergência. Não dá para esperar.

O Governo de Pernambuco investirá R$ 25 milhões no Plano Estadual de Enfrentamento às Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti, que pretende controlar as doenças transmitidas pelo mosquito no prazo de seis meses. O anúncio foi feito em reunião com mais de 150 prefeitos do Estado em Gravatá na segunda-feira (1°). Também participaram do encontro o ministro da Saúde Marcelo Castro, o ministro da Integração Nacional Gilberto Occhi e o secretário nacional de Defesa Civil general Adriano Pereira Júnior.

Do total de investimento, R$ 5 milhões serão para o combate ao mosquito e compra de equipamentos, R$ 5 milhões para campanha de mídia e R$ 15 milhões para a estruturação de centros regionais de atenção às crianças com microcefalia. De acordo com o Governo do Estado, o plano de contingência está focado em quatro eixos, sendo eles: vigilância dos casos e controle do vetor; assistência ao paciente; comunicação social, para ampla divulgação sobre as doenças; e gestão integrada do plano, para monitoramento de todas as ações estaduais e municipais. 

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Em 2015, em Pernambuco, foram detectados os quatro tipos de dengue circulando ao mesmo tempo, além da chikungunya e zika vírus. Todos os vírus são transmitidos pelo Aedes aegypti. Já foi confirmada relação da zika vírus com casos de microcefalia e síndrome de Guillain-Barré (SGB).

Os hospitais que atendem a rede SUS e a rede privada deverão receber novas capacitações em 2016 para atender os casos suspeitos. A expectativa é que 80% dos profissionais sejam capacitados. Na rede de alta complexidade serão capacitados 530 e nos postos de saúde, regionais e UPAs, três mil profissionais. 

Além disso, entre as atividades executadas pelos municípios para o controle do mosquito está a eliminação dos criadouros e a aplicação de inseticida químico para eliminação das larvas do inseto. Ainda serão adquiridas 40 mil capas de vedação de depósitos como caixa d’água, baldes e toneis. 

Microcefalia – Pernambuco notificou 646 casos de microcefalia. Desses, 211 atendem aos critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo o governo estadual, a rede para o atendimento das mães e das crianças está sendo estruturada. Os centros regionais de atendimento às crianças com microcefalia estão distribuídos nas macrorregionais de Caruaru (UPAEs de Caruaru, Belo Jardim e Garanhuns e os hospitais Mestre Vitalino e Jesus Nazareno), Serra Talhada (UPAEs de Serra Talhada, Arcoverde e Afogados da Ingazeira e no Hospital Professor Agamenon Magalhaes), Petrolina (UPAEs de Petrolina e Salgueiro e Hospital Dom Malan) e do Recife (Imip, Cisam, AACD, UPAE de Limoeiro e os hospitais Agamenon Magalhães, Oswaldo Cruz e Barão de Lucena). O governo deverá enviar um ofício ao Governo Federal solicitando mais celeridade na liberação dos benefícios das mães de crianças diagnosticas com microcefalia. 

Assistência - A Secretaria Estadual de Saúde indica que, caso a pessoa apresente algum dos sintomas das doenças, deverá procurar imediatamente o posto de saúde ou policlínica mais próximo. Recomenda-se repouso, ingestão de muito líquido e não ingestão de medicamentos com ácido acetilsalicílico (AAS e Aspirina) e anti-inflamatórios não hormonais (nimesulina). Caso o enfermo note alguns sinais de alarme, como vômito persistente e dor abdominal intensa, a indicação é ir até uma UPA ou hospital regional. 

Divulgação – Cartazes e fluxogramas, folhetos, camisas e bonés, além de spot de rádio, outbus, outdoor serão utilizados para orientar a população. Continua em funcionamento os 12 Comitês Regionais de Mobilização para o Enfrentamento da Dengue, da Febre Chikungunya e da zika, além do comitê central, com reuniões periódica para avaliar a situação das doenças e os planos de atuação.

Exames - O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PE) realiza os testes para confirmação de dengue e chikungunya. Em um dos testes para chikungunya é possível confirmar os casos já no início, até o oitavo dia. Além desse, há o exame sorológico para quando o paciente está a partir do 15° dia de sintomas da doença.

Para a confirmação da dengue, todas as 12 Regionais de Saúde fazem a sorologia. Os exames para confirmação de zika serão realizados pelo Instituto Evandro Chagas, em Belém-PA.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com informações da assessoria

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O Instituto Evandro Chagas (IEC) de Belém confirmou, na manhã de ontem, o primeiro caso de morte por zika vírus no Brasil. A vítima é um homem, morador do Maranhão. Ele também tinha lúpus, o que teria complicado a sua situação, uma vez que a doença afeta o sistema imunológico do paciente.

"Essa fraqueza no sistema imunológico precipitou sua morte", explicou o médico Pedro Vasconcelos, do Instituto Evandro Chagas. Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor do vírus da dengue e da chikungunya, o zika estaria relacionado a um surto de microcefalia no Nordeste e ao crescimento de casos da síndrome de Guillain-Barré (SDG) na região.

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De acordo com os especialistas do setor de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do IEC, a primeira morte ligada ao zika aconteceu em junho deste ano, mas a certeza do diagnostico só foi possível depois de estudos de amostras do sangue do homem, que começaram a ser analisadas em julho. Em razão da dificuldade de isolar o vírus, somente agora a presença do organismo foi confirmada.

A equipe do IEC que trabalhou no caso - formada pelos médicos Pedro Vasconcelos e Socorro Azevedo e pela farmacêutica Suely Rodrigues - informou que o instituto vai passar a analisar agora as amostras de outros casos que não tiveram diagnostico de dengue nem de chikungunya, em busca de novos casos de zika vírus. Por isso, eles acreditam que o número de mortes provocadas pelo vírus pode aumentar.

Ainda segundo os pesquisadores, a forma de contágio do vírus não se daria somente pelo mosquito. Eles garantem que o zika pode também ser transmitido por meio de relação sexual, transfusão de sangue e transplante de órgãos.

De acordo com o grupo, o Ministério da Saúde foi notificado e deve se pronunciar sobre a morte. Uma equipe do ministério está investigando os casos de forma integrada com as secretarias estaduais e municipais de saúde. Segundo os pesquisadores, o maior desafio neste momento é neutralizar a proliferação do mosquito, evitando lixo acumulado e recipientes com água parada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Onze casos de microcefalia foram registrados neste ano no Estado do Rio de Janeiro, segundo a Secretaria de Saúde. Todos os casos estão sendo investigados, mas ainda não há nenhuma comprovação da relação deles com o zika vírus.

Por enquanto, o número de casos não indica aumento da incidência de microcefalia. Houve 10 casos em 2014, 19 em 2013, 8 em 2012, 15 em 2011, 10 em 2010, 15 em 2009, 11 em 2008, o mesmo número em 2007 e 17 em 2006.

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A notificação de casos de microcefalia nunca foi obrigatória, mas, desde que o número de registros aumentou, levando o Ministério da Saúde a admitir um surto no Nordeste, houve a intensificação do acompanhamento. O ministério suspeita que o crescimento dos casos de microcefalia tenha relação com a incidência de zika vírus entre grávidas.

No último dia 18, a Secretaria de Saúde do Estado do Rio determinou a notificação obrigatória de casos de mulheres grávidas que procurem atendimento médico e tenham manchas vermelhas na pele. Com isso, a pasta pretende analisar os possíveis casos de zika vírus e a eventual relação entre a doença e o nascimento de bebês com microcefalia.

A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio menor que o normal. Na maioria dos casos é consequência de alguma infecção adquirida pela mãe durante a gravidez, como toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus, além de abuso de álcool ou drogas, ou em síndromes genéticas como a de Down.

Em 90% dos casos, a microcefalia está associada a um atraso no desenvolvimento neurológico, psíquico e/ou motor. Não há como reverter a microcefalia, mas é possível melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida do paciente.

O zika vírus é uma doença transmitida pelo Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, e causa febre, manchas pelo corpo, coceira, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações. É combatida com hidratação e remédios para os sintomas. Geralmente o paciente se cura em cinco dias. Por ser uma doença nova, ainda não há comprovação de alguma relação entre o vírus em gestantes e o nascimento de crianças com microcefalia - essa hipótese é analisada pelo Ministério da Saúde. Por precaução, mulheres grávidas devem usar repelentes e evitar exposição em locais e períodos de maior atividade do Aedes aegypti.

Seis casos de problemas neurológicos em Pernambuco foram causados por zika vírus. A confirmação foi feita nesta sexta-feira (27) pela Doutora Lúcia Brito, chefe de neurologia do Hospital da Restauração (HR) e representante no Nordeste da Academia Brasileira de Neurologia. O estudo sobre os efeitos neurológicos do zika é considerado pioneiro no mundo.

De janeiro a junho, Pernambuco registrou 131 casos de complicações neurológicas, contra só nove casos em 2014. Foram convocados 69 dos 131 pacientes para serem reavaliados. Desses, 42 foram confirmados com a Síndrome de Guillain-Barré (SGB), que afeta o sistema nervoso, causando fraqueza nos membros e pode ocasionar problemas respiratórios. Os demais 27 apresentam outras seis doenças neurológicas.

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Os testes ainda estão em andamento, mas seis deles que já foram concluídos e apontam a origem das manifestações neurológicas como sendo zika vírus. Quatro casos são da Síndrome de Guillain-Barré e dois de encefalomielite aguda disseminada, que é muito mais grave, causando, entre outros sintomas, alteração da consciência e déficit motor. Segundo a Dra. Lúcia Brito, dois pacientes foram totalmente recuperados, três sofreram sequelas moderadas e uma sequela grave.

“Eles geralmente respondem bem ao tratamento clínico e têm uma recuperação completa. Cerca de 20% dos casos têm sequelas mais graves, com o paciente podendo vir a ter insuficiência respiratória”, explica a especialista. O grupo mais suscetível a ter complicações é o de crianças e idosos. “Provavelmente porque o sistema imunológico não responde tão rápido”, comenta Brito.

O número de pessoas com doenças neurológicas devido ao zika vírus em 2015 pode ser muito maior, visto que ainda não foi divulgada a quantidade de ocorrências de julho até o momento. Os reavaliados são de 16 municípios, sendo nove são do Recife, 12 de Jaboatão dos Guararapes e cinco de Olinda. 

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