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Após vir à tona o escândalo de assédio que derrubou o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães, o desembargador Pedro Luís Vicentin Foltran, do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), em Brasília, determinou que o banco cumpra uma série de medidas para combater assédio moral e sexual e a discriminação na instituição.

Posicionamento político

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Em decisão liminar tomada nesta quarta-feira (25), o magistrado proibiu a Caixa da prática de assédio moral, sexual e discriminação. O banco também não poderá "perseguir funcionários que tenham ajuizado ação, restringir a promoção de mulheres por terem se beneficiado de ação coletiva". O desembargador ainda advertiu a Caixa a "não pesquisar o posicionamento político de candidatos a cargos de gestão".

O desembargador do TRT-10 também estabeleceu prazos para casos em que o banco receba denúncias de assédio moral e sexual - a instituição terá 30 dias para adotar providências sobre os relatos e 90 dias, no máximo, para concluir as apurações.

A Caixa também deverá oferecer apoio psicológico à vítima e suporte para representação criminal contra o abusador, quando a apuração concluir pela prática do assédio.

Pedro Luís Vicentin Foltran atendeu um pedido do Ministério Público do Trabalho sob o entendimento de que as provas apresentadas pela Procuradoria "ensejam a conclusão da existência de assédio moral e sexual" dentro do banco, demandando ações para "cessar atos que vilipendiam e denigrem a condição humana".

O desembargador destacou que os elementos juntados no inquérito civil conduzido pela Procuradoria do Trabalho retratam "casos vexatórios, degradantes e inadmissíveis sob qualquer perspectiva".

Segundo o magistrado, testemunhas relataram ao MPT "atitudes impróprias dos superiores e suas funcionárias que envolvem: toques no corpo, questionamentos sobre a vida pessoal, comentários obscenos, perseguições, constrangimentos, imposição de aprovação vinculada à nomeação para cargos, atos de censura e ataques de raiva e xingamentos perante terceiros, entre outros comportamentos acintosos, reprováveis e inadmissíveis no ambiente de trabalho".

Foltran destacou o "quadro fático alarmante e a gravidade dos fatos" apurados pelo Ministério Público do Trabalho. Para ele, as provas juntadas "confluem para a existência da probabilidade do direito alegado, pois como dito, configuram assédio, discriminação, perseguição, intimidação, pressão excessiva alcançados por meio de atos contra a honra, diminuição dos empregados perante a entidade".

"Reconheço que as medidas que visam coibir as condutas ilícitas denunciadas devem ser prestigiadas e imediatamente aplicadas", assinalou em despacho assinado nesta quarta-feira.

Segundo a decisão, documento emitido pela Caixa mostrou que, entre abril de 2019 a julho de 2022, foram realizadas 205 denúncias de assédio sexual que acabaram sendo arquivadas pela instituição.

O desembargador Pedro Luís Vicentin Foltran indicou ainda que as denúncias de assédio moral e sexual dentro do banco aumentaram "significativamente" com o passar dos anos, o que, na avaliação do magistrado "revela que a entidade não vem adotando medidas práticas capazes de reduzir efetivamente ou extirpar este tipo de ilícito".

"O aumento específico das denúncias em 2022, sem dúvida, denota o clima de inércia e impunidade denunciado pelo Ministério Público do Trabalho, confirmando a sinalização de que as condutas dos assediadores têm sido toleradas ou chanceladas pelo comportamento permissivo da impetrada (Caixa) em relação aos seus dirigentes e seus prepostos", ponderou o desembargador.

Defesa

"A Caixa informa que não tolera nenhum tipo de desvio de conduta por parte dos seus dirigentes ou empregados e comunica que fortaleceu a governança do banco para investigar denúncias, proteger denunciantes e empregados do banco, bem como a própria Instituição. Portanto, a Caixa ressalta que as medidas contidas na liminar já foram voluntariamente implementadas pelo banco e destaca a permanente disposição em adotar ações efetivas ao combate a qualquer conduta irregular nas relações de trabalho."

Lavinia Vlasak abriu o coração em entrevista para o podcast Papagaio Falante. Durante a conversa, a atriz revelou que sofreu com vários casos de assédio nos bastidores da televisão.

Vlasak ainda reforçou que nunca reagiu, principalmente porque que tinha muito medo de perder tudo que havia conquistado na carreira.

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"Acho que a palavra é prata e o silêncio é ouro. Sempre procurei manter um bom clima no trabalho, então, às vezes, acho que é melhor ficar quieta, fingir que você não entendeu, não responder, sair pela tangente ou até falar que preciso ir ao banheiro. É isso. Acho que todo mundo sofreu assédio".

A atriz seguiu contando:

"Naquela época, vou arrumar confusão? Não vai dar certo. Vou mexer (se denunciar) e deixar de fazer o que amo. Porque quando você ganha o pão fazendo o que você ama, é uma bênção. Você acordar de manhã amarradão para trabalhar... Quantas pessoas podem acordar de manhã amarradonas para trabalhar? Então eu falava: Não, não, isso aqui não vou perder, eu ganho. Descobri desde cedo que amo fazer isso aqui e ainda consigo ganhar meu pão. Não, não vou arrumar confusão. Eu ficava quieta, tranquila, saía pela tangente, fingia que não era comigo, que não estava entendendo".

Lavinia também explicou que nem sempre o assédio era sexual, e que muitas vezes presenciou casos de assédio moral.

"Assédio de gritar, de xingar... Isso é uma coisa que a gente já teve bastante".

"Ainda tem?", perguntou o apresentador.

"Tem, mas a pessoa... Ela está correndo risco. Antigamente ela não corria risco nenhum. Ah, o parceiro dormia de calça jeans, chegava no estúdio furioso. Sobrava para todo mundo".

      Um juiz aposentado, identificado como Jorge Jansen Coñago Novelle, foi preso por importunação sexual contra uma dentista no último domingo (2), na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. No vídeo gravado pela vítima, o suspeito nega assédio e afirma que “foi só uma cantada”, segundo informações do G1.   

A mulher contou à polícia que o caso aconteceu quando estava andando de bicicleta e foi abordada pelo homem, que pediu uma carona. De acordo com a vítima, ela aceitou pois “ficou com pena”.  Porém, no caminho o juiz passou dos limites e passou a mão na cintura e alisou a barriga da dentista. Dainte da situação, ela exigiu que ele saísse da bicicleta e foi embora. Mas decidiu voltar e confrontá-lo.

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O juiz, então, continuou fazendo provocações, neste momento ela chamou a polícia e passou a gravá-lo. A polícia chegou e levou o homem para o Presídio de Benfica e passaria por uma audiência de custódia na tarde desta terça-feira (4), para decidir se permanecerá preso.  

Presidente da Associação dos Funcionários do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), José Celso Cardoso informou que já foram contabilizados pelo instituto mais de 1.300 casos de assédio moral no conjunto da administração pública federal desde o início no governo Jair Bolsonaro. 

Segundo ele, os casos de assédio moral se multiplicaram no atual governo e, por isso, a associação criou um instrumento chamado Assedimômetro, para contabilizar esses casos. As informações foram dadas em audiência pública na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (21), sobre assédio moral no trabalho. 

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“O fenômeno deixou de ser exceção para constituir uma espécie de regra no governo federal”, disse José Celso. “A motivação do atual assédio não está ancorada em relações interpessoais prévias, mas vem de cima, do órgão superior, envolve muitas vezes pessoas que sequer se conhecem nas relações interpessoais de trabalho e é motivada por comandos políticos ideológicos e organizacionais de ordens superiores”, completou. Ele reiterou que se trata na maior parte das vezes de assédio institucional. 

Assédio no Inpe

José Celso citou o caso, no início do governo Bolsonaro, da demissão de Ricardo Galvão da direção do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que teria sido demitido porque o órgão que presidia era e é o responsável pela medição dos índices de desmatamento do Brasil. “Como os dados não interessavam ao governo, o presidente do órgão foi demitido. É um caso clássico de assédio institucional”, disse. Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro criticou o Inpe e declarou que os dados sobre desmatamento faziam “campanha contra o Brasil”.

  De acordo com o pesquisador, casos assim se repetiram, por exemplo, no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na Fundação Nacional do Índio (Funai), no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entre outros. 

Na visão de José Celso, o assédio virou método do governo para desconstruir a capacidade de atuação de órgãos públicos em campos contrários ao projeto político do governo, e atingiu sobretudo os setores ambiental, de educação e de cultura.

Assédio institucional A deputada Erika Kokay (PT-DF), autora do requerimento de realização da audiência, disse que a solicitação para o debate foi feita por diversos servidores e empregados de órgãos e empresas públicas, como da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Educação.

Ela reiterou que não são casos isolados e que atualmente há um processo de assédio institucional, para que os órgãos não cumpram suas funções. “Nós temos na Funai uma política anti-indigenista; no Ministério do Meio Ambiente, uma política anti-ambientalista, na Fundação Palmares, uma política racista”, citou. 

Segundo ela, os servidores resistem para que o Estado de fato cumpra suas funções, e há muita perseguição, por exemplo, por meio da investigação das pessoas nas redes sociais. O assédio moral, segundo ela, se manifesta por meio da prática de violência psicológica, em que a pessoa é submetida a formas de constrangimento, humilhação e exposição pública vexatória.

  Falta de legislação Secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do DF (Sindsep-DF), Oton Pereira Neves ressaltou que não existe uma legislação definindo penas para o assédio moral e pediu a Erika Kokay que uma proposta com esse fim fosse discutida na Câmara. Ele citou caso de servidores do Ministério da Educação (MEC) que, durante o período de trabalho remoto na pandemia de Covid-19, foram obrigados a ficar o tempo todo com a câmera ligada em suas casas no horário laboral. 

Representante do Ministério Público do Trabalho, o procurador Paulo Neto explicou que o órgão tem um núcleo específico de combate ao assédio moral, sexual e discriminação. “Realmente os casos estão aumentando muito”, confirmou. “A média anual de denúncias no Ministério Público é de mais 5.500 casos no Brasil inteiro”, disse. “É algo que já acontecia, mas talvez esteja vindo mais à tona, porque está havendo debates e condenações na Justiça, e isso inclusive é um efeito que a gente busca: o efeito pedagógico da condenação”, avaliou. 

O procurador também alertou que falta legislação específica para o assédio moral. Hoje, destacou, o MPT recorre aos próprios princípios da Constituição para tratar dos casos, como os que garantem a integridade psíquica do trabalhador e o tratamento não vexatório, mas ainda é preciso uma legislação mais clara. Ele frisou que dois projetos de lei em tramitação no Senado têm o objetivo de tipificar o crime do assédio moral, mas ainda não foram aprovados. 

Erika Kokay concordou com a necessidade de uma legislação completa sobre o tema e se comprometeu com a construção de uma proposta nesse sentido. Ela também vai propor grupo de trabalho na Comissão de Trabalho sobre o tema. 

Advogado do Sindicato dos Servidores Públicos Federais, Ulisses Borges de Resende observou que o assédio moral é um abuso, e a Lei 13.869/19 define e estabelece penas para os casos de abuso de autoridade, inclusive a perda do cargo. “Temos que usar essa ferramenta”, sugeriu. “Isso tem servido de antídoto muito forte para o assédio’, completou. 

Convenção da OIT

A pesquisadora Mariel Angeli Lopes, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), sugeriu que o Brasil ratifique a Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata de violência e assédio moral no ambiente do trabalho e já foi ratificada por 10 países. Ainda segundo ela, deve-se fortalecer a negociação coletiva e a presença dos sindicatos nas empresas e órgãos, para se assegurar a possibilidade de trabalhadores se colocarem contra essas situações. 

Erika Kokay acrescentou que devem ser criados fluxos dentro do ambiente de trabalho para a denúncia do assédio e resposta da empresa ou órgão, com responsabilização do autor da prática e reparação da vítima. 

Assédio na EBC Representante dos empregados no Conselho de Administração da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a jornalista Kariane Costa relatou casos de censura e “governismo” promovidas pela direção da empresa desde o início do governo Bolsonaro. A EBC é responsável, por exemplo, pelos meios de comunicação públicos TV Brasil e pela Agência Brasil, e, conforme salientou Kariane, não pode sofrer interferência e ingerência de nenhum governo. 

Segundo ela, o assédio moral na empresa inclui ainda vigilâncias em redes sociais privadas dos funcionários, transferências arbitrárias e isolamento de funcionários que são dirigentes sindicais. Além disso, pautas irrelevantes são direcionadas a repórteres perseguidos e apelidos jocosos são atribuídos a elas. Ela apontou ainda que funcionários estão afastados por problemas de saúde mental, inclusive ela mesma. 

Após denunciar 12 gestores na ouvidoria da empresa, no processo de investigação interna na empresa, ela passou de denunciante a denunciada, acusada de cometer injúria, calúnia e difamação contra esses gestores. Foi pedida a demissão dela por justa causa, enquanto a denúncia feita por ela não teve prosseguimento.   

Caixa e Embrapa

Representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, por sua vez, prestou solidariedade às funcionárias que denunciaram o assédio sexual do ex-presidente do banco, Pedro Guimarães. Conforme ela, ao tornar públicas as denúncias, elas fazem com que a sociedade e órgãos da Justiça se debrucem sobre os casos e evitem que as situações se repitam. 

Presidente da Federação dos Empregados da Caixa Econômica Federal, Sérgio Takemoto lembrou que o ex-presidente também praticava assédio moral, por exemplo, ao pedir que servidores fizessem abdominais. Na visão dele, o assédio é política governamental para acabar com a resistência dos trabalhadores às políticas do governo. Ele apresentou dados de pesquisa realizada pela federação no final do ano passado mostrando que 66% dos entrevistados (mais de 3 mil funcionários) já tinham presenciado assédio moral e 56% já tinham sofrido assédio. 

Dione Melo da Silva ressaltou que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem uma história e uma trajetória “amarga” de assédio, antes mesmo do atual governo. Representante do Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), ela afirmou que “o assédio moral é cultural na empresa, ele é permitido, ele é institucionalizado e ele é visto como coisa normal”, avaliou. 

De acordo com Dione, o assédio atinge especialmente representantes de pessoal e sindicalistas, e as palavras que o sindicato mais ouve de funcionários da empresa são “medo, retaliação, desesperança e adoecimento”. 

*Da Agência Câmara de Notícias

A psicóloga Liliany Souza, de 37 anos, denunciou um homem que se passava por um paciente em potencial para assediar as psicólogas durante consultas on-line. O homem, que se identifica como Lucas Silva Dornelles, de 34 anos, morador do Rio Grande do Sul, chegou a se masturbar em algumas consultas com outras psicólogas. Mais de 70 profissionais relataram terem sido vítimas do sujeito. 

Liliany detalhou, através de relatos recebidos, que o suspeito age há pelo menos dois anos e já fez vítimas em 12 estados brasileiros. Cinco profissionais já foram ouvidas pelo Ministério Público de São Paulo, numa denúncia coletiva, e também já existe uma investigação aberta pela 3ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), também em São Paulo. 

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“Ele dava o nome completo. Consegui dados com as primeiras vítimas. No início, preenchia a ficha [de paciente]. A minha não preencheu e de muitas outras também”, contou a profissional. 

Dornelles procurou Liliany em fevereiro deste ano, num domingo, por volta das 22h30, pedindo uma consulta de urgência. Ele relatou ter uma deficiência física e ter dificuldade em ser olhado pelas mulheres e ligou insistentemente para ela. 

“A gente acredita que pode ser um paciente em crise. Mas fui juntando os pedaços e o que me salvou é que eu cobro a primeira consulta. Pedi que me preenchesse a ficha e mandasse o comprovante de pagamento, que aí marcaria a consulta. Ele começou a falar ofensas, disse que mostrava o meu peito na foto para seduzir, me chamou de vagabunda e de tudo mais que você possa imaginar”, contou. Ela bloqueou e denunciou o contato de Lucas e acabou perdendo as mensagens enviadas. 

O primeiro relato feito pela psicóloga foi no Instagram. Em abril, ela foi chamada para participar de uma roda de conversa on-line, organizada pelo Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, e conheceu a psicóloga Letícia Martins de Oliveira, de 27 anos, também assediada pelo mesmo sujeito. “Fiz outro post sobre o assunto no início de maio e viralizou. Nos comentários, um pior que o outro”, ressaltou.

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Foi nessa segunda publicação que uma pessoa enviou um print da conversa com Dornelles. Liliany reconheceu na hora. E seguiu recebendo relatos de abusos cometidos por ele. “O que fica muito claro é que não se trata de uma patologia. É um homem numa sociedade patriarcal machista que está atacando mulheres em seu local de trabalho”, observou. 

 

O medo de ser antiética 

A psicóloga Letícia Martins foi procurada pelo sujeito em julho de 2021. As mensagens enviadas à ela foram: “Você atende on-line?”, “tenho deficiência e me sinto excluído”, e “só recebo dia 20, dá para iniciar antes as sessões?”. Ela disse ter achado o primeiro contato atípico, mas respondeu como responde todos os clientes em potencial, explicando a maneira que trabalha. “Ofereci um horário para uma primeira sessão no dia seguinte. Ele insistiu que fosse no mesmo dia, mas mantive o mesmo horário. Ele concordou”, afirmou. Letícia fez duas chamadas de vídeo com o suspeito. 

“Acho importante frisar que não foram consultas ou sessões. O agressor simulou ser um paciente para conseguir seu objetivo, que é se masturbar enquanto fala com uma mulher. Exatamente por nós, psicólogas, acharmos que se trata de uma consulta, carregamos ainda mais culpa e demoramos a denunciar, com medo da quebra de sigilo. Mas nesse caso não há essa configuração, uma vez que ele faz isso em série com o único objetivo de assediar, e não de fato iniciar um processo terapêutico”, relatou. 

Na primeira chamada com Letícia, ele alegou que precisava ficar deitado por conta da sua deficiência física. “Essa é uma das principais características do modus operandi: o assediador usa de alguma estratégia para caracterizar urgência, captar a atenção da profissional ou manipular a cena para que possa fazer o assédio. Eu segui com algumas perguntas iniciais, após questioná-la sobre isso”, afirmou. 

“Percebi que ele estava se masturbando quando começou a relatar questões de cunho sexual, pelas expressões faciais, o pouco que conseguia ver do movimento dos braços e a fala ofegante. Após isso, encerrei a sessão, me sentindo confusa, culpada e enjoada”, lembrou. 

O oficial de Justiça Marcelo Benevides Silva obteve no fim da tarde desta quinta-feira (8) autorização da Justiça para deixar a prisão. Ele foi preso no Rio de Janeiro na noite de quarta-feira (7) após assediar e importunar sexualmente a repórter Jessica Dias, da emissora de TV ESPN, nas imediações do estádio do Maracanã (zona norte), antes da partida entre Flamengo e Vélez Sarsfield, válida pela Taça Libertadores.

Detido, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva e foi conduzido a um presídio em Benfica (zona norte). Até a publicação desta reportagem, não havia sido divulgado se a ordem de soltura havia sido cumprida ou não.

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O juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa, Juizado do Torcedor e Grandes Eventos do Rio de Janeiro, considerou que não há prova do risco que o agente representa à ordem pública, à ordem econômica, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal.

Torcedor do Flamengo assedia repórter Jéssica Dias, da ESPN, durante cobertura da semifinal da Libertadores. Foto: Reprodução/ESPN

Torcedor do Flamengo assedia repórter Jéssica Dias, da ESPN, durante cobertura da semifinal da Libertadores. Foto: Reprodução/ESPN

O magistrado considerou também que, "à vista do que consta dos autos, é bem provável" que o torcedor, mesmo se for condenado, "não cumprirá pena preso".

Mas Rubioli estipulou medidas cautelares que Silva deverá cumprir, sob pena de ser novamente preso: não ir a jogos do Flamengo enquanto o processo perdurar, não viajar para fora do Estado do Rio de Janeiro sem autorização judicial e não ter contato com vítima e testemunhas, a não ser que sejam parentes dele próprio.

Segundo consta do depoimento da vítima e das testemunhas, o increpado beijou seu rosto e ombro sem autorização, e teria passado a mão pelas costas da vítima até a região das nádegas", registrou o juiz na decisão, ao descrever a conduta de Silva.

Nesta quarta-feira (7), a repórter esportiva Jéssica Dias, da ESPN, foi assediada por um torcedor enquanto fazia uma transmissão ao vivo minutos antes da partida entre Flamengo e Vélez Sarsfield, pela semifinal da Copa Libertadores. O homem foi detido e teve a prisão preventiva decretada após passar pelo Juizado Especial Criminal. O vídeo do assédio teve repercussão nas redes sociais.

Enquanto a jornalista passava informações sobre a expectativa dos torcedores para a partida importante para os rubro-negros cariocas, o homem, sem o consentimento dela, lhe deu um beijo. Após o ato, o torcedor tentou ir embora, mas foi contido pelo cinegrafista e o auxiliar da emissora. 

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Segundo informações da também jornalista Isabelle Costa, da S1 Live, que acompanhou o caso de perto, além do beijo criminoso, o torcedor também passava a mão em Jéssica por trás das câmeras. 

Visivelmente constrangida, a repórter recebeu apoio dos colegas que apresentavam o programa do estúdio e de outras emissoras e times de futebol.

O Vasco, rival do Flamengo no Rio, prestou solidariedade à jornalista da ESPN. Outros veículos esportivos, como SporTV, TNT Sports e Globo Esporte, também saíram em defesa da repórter e repudiaram a atitude do torcedor rubro-negro. O torcedor terá de responder criminalmente.

“Nossa solidariedade e apoio à jornalista Jéssica Dias, da ESPN, que foi assediada por um torcedor do Flamengo, no Maracanã. Que o assediador seja punido e que as mulheres possam trabalhar em paz”, tuitou o Vasco da Gama.

O próprio Flamengo também foi às redes sociais repudiar a atitude do acusado que teve sua prisão preventiva decretada pela justiça do Rio de Janeiro: “O Clube de Regatas do Flamengo repudia o assédio cometido por um torcedor rubro-negro com a jornalista da ESPN Jéssica Dias durante reportagem antes da partida desta noite. É lamentável que atos repugnantes como este, que não representam a Nação Rubro-Negra, ainda aconteçam”, postou.

Por Joice Silva

Uma filha adolescente do senador Telmário Mota (PROS-RR) o acusou de assédio sexual e conseguiu uma medida protetiva contra ele na Justiça. O parlamentar nega o crime e diz ser vítima de "perseguição política", além de alegar que a menina tem "distúrbios psicológicos". As informações são do portal G1.

A adolescente, que tem 17 anos, afirmou ao portal que o senador encostou em suas partes íntimas e tentou tirar sua roupa durante um passeio no Dia dos Pais. Ela diz que ele sempre foi um pai distante, mas que ambos mantêm contato. Ela não é filha da esposa atual do senador, mas de um relacionamento dele com outra mulher.

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Segundo o relato da adolescente, ela combinou um passeio com o pai no último domingo (14) e estranhou quando o senador sugeriu levá-la à noite para um lago, a princípio, e depois propôs que eles fossem "beber". Ela afirma que o parlamentar estava "claramente bêbado" quando chegou para buscá-la. No carro, segundo ela, ele começou a tentar tirar sua roupa e a tocá-la.

"Dentro do carro, ele começou a tentar tirar minha roupa. Ficou me tocando, tocando... Eu não consigo nem falar sobre o tanto que isso foi horrível", ela disse ao portal.

O caso foi registrado na Vara de Crimes Contra Vulneráveis de Roraima e corre em segredo de justiça. A mãe da adolescente disse ao portal que a medida protetiva obriga o senador a manter distância de 500 metros da menina.

O Estadão procurou o senador Telmário Mota para comentar a denúncia, mas ainda não obteve resposta. Ao G1, ele disse ser "vítima de uma montagem política que vislumbra atacá-lo no período eleitoral".

Deshaun Watson, quarterback do Cleveland Browns, recebeu uma suspensão de 11 jogos da NFL e uma multa de US$ 5 milhões. O atleta foi denunciado por assediar sexualmente mais de 20 massagistas. Watson também terá que realizar um tratamento sobre comportamento predatório contra mulheres.

A multa cobrada ao jogador será somada às contribuições da NFL e do Cleveland Browns para a criação de um fundo de US$ 7 milhões. Este fundo será responsável por apoiar o trabalho de organizações sem fins lucrativos que educam jovens sobre relacionamentos saudáveis, promovendo a prevenção de más condutas sexuais.

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Na intertemporada, o quarterback trocou o Houston Texans pelo Cleveland Browns. Após isso, as denúncias contra o jogador começaram a surgir. Watson foi acusado de vários tipos de violência sexual durante sessões de massagem, inclusive obrigando as massagistas a fazerem sexo com ele. Ele estará apto para estrear nesta temporada da NFL na semana 13, contra o seu ex-time.

Bárbara Borges abriu o coração sobre uma situação delicada. Em um bate-papo no podcast Papagaio Falante, a atriz contou que sofreu assédio no período em que posou nua para a Playboy. Na conversa, Bárbara afirmou que ficou muito abalada. “Hoje falo com mais tranquilidade, mas, durante um tempo, não segurei muito a onda da repercussão que foi”, disse. Ela estrelou dois ensaios para a revista. 

“Mexeu muito com o meu emocional. [Sofri] assédio masculino, algumas situações constrangedoras que vivi por acharem que uma mulher que posou para a playboy tinha um valor”, completou. Bárbara Borges ainda relembrou: “Vivi situações em que fiquei em pânico. De eu ser contratada para um trabalho, como garota-propaganda de alguma coisa, e o contratante querer uma noite comigo, achar que poderia ter uma noite comigo”.

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Na década de 1990, Bárbara ficou conhecida em todo o Brasil ao ser escolhida como paquita de Xuxa Meneghel. Após trabalhar como assistente de palco da apresentadora, Bárbara Borges brilhou em diversas novelas da Globo como Porto dos Milagres, Malhação, Senhora do Destino e Duas Caras. Na Record, ela eternizou personagens nas tramas Bela, a Feia, Balacobaco, Belaventura e Jesus.

O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que o presidente do órgão, Clovis Bersot Munhoz, decidiu se afastar do cargo. O anúncio acontece após o relato de uma técnica de enfermagem de 26 anos que acusa o médico, de 72 anos, de fazer comentários de cunho sexual no centro cirúrgico do hospital Glória d’Or. Munhoz é cirurgião ortopédico e foi indiciado pela 9ª delegacia policial, no bairro do Catete, pelo crime de assédio sexual.

"Prezando pela lisura e pelo comprometimento com a transparência, o Cremerj informa que o conselheiro Clovis Bersot Munhoz, que atualmente ocupa o cargo de presidente do conselho, decidiu, junto à diretoria, se afastar. Isso porque será aberta uma sindicância em seu nome para apurar a denúncia sobre assédio sexual veiculada na imprensa”, destacou o conselho em nota.

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O comunicado destaca ainda que o processo será encaminhado ao Conselho Federal de Medicina (CFM), que vai designar o caso a outra regional, com o objetivo de garantir isenção e imparcialidade. "O conselho reafirma seu repúdio por qualquer tipo de assédio e trabalha junto das autoridades para coibir essa prática antiética e criminosa".

O sobrinho do cantor Ricky Martin retirou, nesta quinta-feira (21), a medida de proteção temporária que havia solicitado contra o astro porto-riquenho por um suposto caso de assédio, durante uma audiência realizada em um tribunal em San Juan, capital de Porto Rico.

O homem de 21 anos, que não foi identificado, solicitou a medida ao alegar que ele e Ricky Martin tinham um relacionamento e que se sentia em perigo após o rompimento.

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Em uma sessão virtual nessa manhã, a advogada do sobrinho, Jessica Bernal, solicitou a anulação da medida de proteção emitida em 2 de julho. O caso foi arquivado.

Os advogados de Martin em Porto Rico declararam em um comunicado que o caso nada mais era do que "reivindicações infelizes de um cidadão".

"Estamos satisfeitos que nosso cliente viu a justiça feita e agora pode seguir em frente com sua vida e carreira", acrescentaram.

Além de rigor nas investigações de todas as denúncias de assédios sexual e moral na Caixa Econômica Federal, empregados do banco cobram da empresa amplo acolhimento e assistência às vítimas, além de ações efetivas para o combate a qualquer tipo de assédio na estatal. Canais para denúncias foram destacados na primeira reunião entre representantes dos trabalhadores e da Caixa para a negociação de reivindicações específicas dos empregados do banco público dentro da Campanha Nacional 2022 dos bancários. 

   Um dos canais é por meio do plantão jurídico da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae). “Crimes como os que vêm sendo denunciados por empregadas e empregados da Caixa são intoleráveis no banco público e em qualquer local de trabalho”, afirma o presidente da Fenae, Sergio Takemoto. “Toda denúncia deve ser investigada de forma ampla, transparente e com plena participação da representação sindical”, reforça Talemoto. 

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   “A situação é gravíssima”, destacou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e diretor de Administração e Finanças da Fenae, Clotário Cardoso, durante reunião em que foram apresentadas reivindicações específicas dos trabalhadores do banco a representantes da estatal, nesta última semana.   

 Cardoso reforçou a necessidade de esclarecimentos e providências da Caixa sobre as graves denúncias de assédio praticado por Pedro Guimarães enquanto ele ocupava a presidência do banco. “Obviamente, respeitamos o direito de defesa de todas as pessoas; mas, queremos apuração rigorosa dos casos atribuídos não só a Guimarães como também a outros dirigentes da empresa”, enfatizou o coordenador da CEE/Caixa.   

 Clotário Cardoso também afirmou que “o assédio moral já está comprovado em áudios e vídeos e deve ser punido”. Ele ainda observou que o crime foi praticado contra Pessoas com Deficiência (PCDs). “Colocando a vida delas em risco”, completou Cardoso, ao pontuar a existência de dezenas de denúncias apresentadas por entidades representativas sob investigação por diferentes instâncias da Justiça.     A diretora de Políticas Sociais da Fenae e representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio Grande do Sul (Fetrafi/RS), Rachel Weber, informou que entidades estão preparadas para oferecer acompanhamento psicológico e acolher as mulheres que quiserem fazer denúncias. “Independentemente da mesa de negociação, todas as mulheres da Caixa foram afetadas”, ressaltou. “O que aconteceu não pode se tornar uma receita de medo. Ao contrário, a força dessas mulheres nos mostra que não devemos nos calar, nos silenciar diante de situações de assédio”, acrescentou Weber.   

 CANAL INSTITUCIONAL — Durante a reunião, representantes do banco apresentaram o novo canal institucional para denúncias de assédios moral e sexual: o “Diálogo Seguro Caixa”. Clotário Cardoso observou que a CEE/Caixa vai analisar e acompanhar o serviço.   

 “Precisamos de garantias de que é um canal seguro, onde as mulheres serão realmente acolhidas e respeitadas”, afirma. “É fundamental que as entidades tenham acesso e acompanhem as denúncias feitas por meio deste canal. Também precisamos fomentar a cultura da denúncia, de modo que os trabalhadores e trabalhadoras não sejam desestimulados a denunciar”, defende Cardoso.     OPRESSÃO — A opressão vivida por trabalhadores da Caixa já vinha sendo alertada pela Fenae. Pesquisa divulgada pela Federação, este ano, revelou o aumento da quantidade de empregados do banco público submetidos a assédio moral: 6 em cada 10 bancários afirmaram ter passado por este tipo de situação. Em estudo anterior encomendado pela Fenae à Universidade de Brasília (UnB), o índice chegava a 53,6%.   

 A atual pesquisa, que ouviu mais de três mil trabalhadores da Caixa em todo o país, também comprovou que o trabalho no banco estava afetando a saúde de 80% dos empregados. Trouxe, ainda, outros dados alarmantes: 33% estavam afastados por depressão, 26% por ansiedade, 13% por Síndrome de Burnout e 11% por Síndrome do Pânico.   

 CAMPANHA NACIONAL — Como a Fenae recentemente destacou, um artigo específico sobre combate ao assédio sexual poderá ser incluído na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários. A reivindicação foi apresentada pelo Comando Nacional da categoria e será analisada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) dentro da Campanha Nacional 2022 dos bancários, cuja data-base é 1º de setembro.     As reivindicações apresentadas pelo Comando à Fenaban ainda incluem a garantia de proteção e assistência às vítimas, com período de estabilidade e afastamento do ambiente de agressão; apuração de todas as denúncias de abusos; capacitação do quadro de pessoal sobre o tema; e divulgação de cartilhas para o combate ao assédio. Caberá à empresa coibir situações constrangedoras, humilhantes, vexatórias e discriminatórias, promovidas por superior hierárquico ou qualquer outro empregado no ambiente de trabalho. Em casos denunciados e reconhecidos, todas as despesas médicas deverão ser reembolsadas pelo banco ao trabalhador. 

   Além do combate ao assédio, a pauta da Campanha Nacional inclui a garantia dos empregos, o fim das terceirizações que se ampliam no setor e a jornada contratual de quatro dias de trabalho, entre segunda e sexta-feira. Os trabalhadores também reivindicam assistência à saúde, tratamento de bancários com sequelas da Covid-19 e teletrabalho negociado. Defendem, ainda, a manutenção da Caixa 100% pública e de outras estatais estratégicas ao país.   

 Entre as cláusulas econômicas da Campanha Nacional 2022, os bancários solicitam a correção das remunerações e de benefícios, a exemplo dos vales refeição e alimentação, considerando o INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor] entre 31 de agosto de 2021 e 1º de setembro deste ano. Em relação à reposição salarial, os trabalhadores defendem a correção pelo INPC mais 5% de aumento real.

*Da assessoria 

O vice-presidente da área de Negócios no Atacado da Caixa, Celso Leonardo Derzie de Jesus Barbosa, renunciou ao cargo, informou o banco público por meio de fato relevante divulgado na noite de sexta-feira (1º).

A renúncia ocorre na esteira das acusações de assédio sexual que levaram o economista Pedro Guimarães a pedir demissão do cargo de presidente da Caixa, na última quarta-feira (29). O caso foi revelado pelo portal Metrópoles e é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF).

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Um dos executivos mais próximos de Guimarães, Celso Leonardo Barbosa também foi citado em denúncias de funcionárias da Caixa que já prestaram depoimento aos investigadores. A renúncia dele foi aprovada pelo Conselho de Administração do banco.

Barbosa, que nega as acusações, também é alvo de denúncia por abuso sexual apresentada na ouvidoria da Caixa. O Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Tribunal de Contas da União (TCU) também se debruçam sobre o caso.

A nova presidente da Caixa, a economista Daniella Consentino, assinou ontem (1º) o termo de posse e deve assumir o cargo na próxima terça-feira (5), em cerimônia no Palácio do Planalto.

Após denúncias de assédio contra Pedro Guimarães, presidente da Caixa, a secretária especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marquez, deve ser escolhida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para substituir Guimarães e ser a nova presidente do banco estatal.

Segundo a Folha de S. Paulo, interlocutores do Palácio do Planalto afirmaram que a manutenção de Pedro no comando da Caixa se tornou inviável. A expectativa é que o anúncio da demissão aconteça até às 15h desta quarta-feira (29), antes da participação de Bolsonaro no debate da Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

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Ainda segundo o site, Pedro Guimarães estaria resistente para pedir a sua demissão e quer deixar o posto como "afastado" para que o Ministério Público Federal (MPF) conduza as investigações das denúncias de assédio. 

Entenda

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, foi denunciado por assédio sexual por funcionárias da Caixa, ao site Metrópoles. De acordo com a reportagem, os relatos foram ouvidos ao longo de semanas e os casos são investigados, sob sigilo, pelo Ministério Público Federal.

Toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis à relação de trabalho começaram a surgir no fim do ano passado e fazem parte das denúncias. Todas as mulheres que falaram ao Metrópoles trabalham ou trabalharam em equipes que atendem diretamente ao gabinete da presidência da Caixa, ou seja, a Pedro Guimarães. 

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Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra uma mulher espancando um homem após ter sido assediada por ele. A imagem registra o momento em que o suspeito entra no estabelecimento e passa a mão na coxa da mulher, que o agride em seguida.

Segundo o site Porto Alegre 24 Horas, a mulher se chama Miriam e tem 22 anos. Ela seria frentista de um posto de combustível localizado em Porto Alegre-RS, onde o caso foi filmado. O fato teria acontecido no útimo domingo (15).

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O vídeo mostra que o homem chega a cair no chão enquanto leva socos da mulher. Ele conseguiu fugir do local.

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Na manhã desta quarta-feira (4), alunos protestaram em frente à Escola Estadual Maria Ivone de Oliveira, no bairro de Tabuleiro do Martins, em Maceió-AL, contra um professor que teria assediado três alunas. O Conselho Tutelar e o pais de uma das estudantes participaram do ato. 

A Secretaria de Educação (Seduc) informou que as aulas vão seguir normalmente e que apura a denúncia contra o docente suspeito. Ele foi afastado das atividades.

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Uma das vítimas teve uma crise de choro e revelou o ocorrido para outras amigas. Duas meninas do 1º ano do Ensino Médio, entre 14 e 15 anos, compartilharam que o professor também teria tocado em seus seios e nádegas nas dependências da escola, de acordo com o portal Alagoas 24 horas. 

O corpo estudantil se mobilizou na tarde dessa terça-feira (3) e organizou o ato desta manhã para cobrar uma resposta mais efetiva da direção da unidade de ensino.

A deputada estadual Isa Penna (PCdoB) entrou, nessa segunda-feira (25), com uma representação no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pedindo a cassação do deputado Delegado Olim (PP) por quebra de decoro parlamentar. Olim afirmou que a colega, vítima de importunação sexual na Casa, teve "sorte" de ser assediada, numa referência à projeção que teria conquistado após o caso.

Além da perda de mandato, Isa Penna também requer o afastamento preventivo de Olim da posição que exerce no Conselho de Ética. Ela protocolou ainda uma notícia-crime no Ministério Público de São Paulo em que pede instauração de procedimento de investigação criminal contra o deputado.

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Olim foi o relator do processo de Arthur do Val (União Brasil) no Conselho da Alesp e responsável pelo parecer que pede a cassação do ex-deputado pelos áudios com falas sexistas sobre mulheres ucranianas. Na declaração contestada por Penna, ele se referia a um episódio de dezembro de 2020, em que câmeras da Alesp flagraram o deputado Fernando Cury (sem partido) colocando as mãos nos seios de Isa Penna. Punido internamente na Casa, Cury foi suspenso de suas atividades por 180 dias.

"Sorte dela porque ela vai se eleger por causa disso. Ela só fala nisso", disse Olim, em entrevista ao podcast Inteligência LTDA na última quarta-feira, 20. Um dia após a declaração, o deputado ainda afirmou à TV Globo que Isa Penna tem o direito de se incomodar com sua fala e acrescentou que a indignação daria a ela "mais cinco minutos de fama".

"O jeito que eu coloquei, que eu errei, de expressar. Então ela está no direito dela e tudo bem, mais cinco minutos de fama, sem problema nenhum", afirmou.

Na ocasião, Olim também publicou nota em que disse que se "expressou mal" e que "a intenção era dizer que a deputada Isa Penna ficou mais conhecida com o caso infeliz e repugnante do assédio do deputado Fernando Cury".

Caso Cury

Durante a entrevista ao podcast, Olim também minimizou a atitude de Cury, a quem chamou de "um cara do bem", e disse que o colega estava bêbado no dia em que assediou Isa Penna.

Com base na declaração, a deputada também solicitou que o Conselho de Ética apure "eventual suspensão ou impedimento" de Olim no processo que culminou na punição de Fernando Cury.

Na ocasião, o primeiro voto de Olim no colegiado foi por uma pena mais branda a Cury, de quatro meses de afastamento, que a definida posteriormente em plenário.

"Tal conduta é necessária para que haja a garantia da regularidade dos processos éticos-disciplinares com julgadores imparciais, o que parece, não foi o caso de julgamento pregresso e que concluiu com penalidade mais branda a Fernando Cury", escreveu a defesa de Isa Penna.

"Delegado Olim é um deputado que, depois do assédio, já tentou me intimidar e falou de forma irônica sobre o caso com outros parlamentares. Só que, desta vez, ele fez isso em público", alegou, em nota, a deputada.

Em entrevista ao Estadão um dia após as declarações de Olim, a presidente do Conselho de Ética, Maria Lúcia Amary (PSDB), criticou a postura do deputado. "A fala foi absolutamente inoportuna, inconsequente em relação ao momento que estamos vivendo. O empoderamento das mulheres não se faz por essa vertente", afirmou. Ela lembrou ainda que, em caso de processo contra o parlamentar, ele não deverá votar enquanto membro do Conselho.

Procurada, a assessoria de imprensa de Olim não retornou até a publicação desta reportagem.

A influenciadora digital Viih Tube fez uma desabafo bastante delicado no Instagram. Na madrugada deste sábado (23), a ex-participante do Big Brother Brasil 21 contou, na função dos stories, que foi vítima de assédio no Carnaval do Rio de Janeiro. Viih declarou que o caso aconteceu durante sua saída de um camarote na Marquês de Sapucaí.

"Eu fui sair do camarote, perdi a conta de quantas mãos estavam tocando nas minhas partes íntimas. Fiquei mega desconfortável, juro, tô travada ainda!", disse a loira, ao publicar uma foto com o seu desabafo.

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Ainda na rede social, Viih Tube disparou: "Puxar mão, braço, a roupa, até meu cabelo, na euforia, eu entendo. As vezes a gente não pensa muito na hora porque já tá eufórico mesmo, mas isso não gente, é desrespeito, por favor, de coração". A jovem deixou explícito em seu relato ter ficado com muita vergonha pelo ocorrido na noite anterior.

O deputado estadual Delegado Olim (PP), relator do processo de cassação de Arthur do Val (União Brasil) no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), disse que a deputada Isa Penna (PCdoB), vítima de importunação sexual na Casa, teve "sorte" de ser assediada e que o caso vai contribuir com a reeleição da parlamentar. Questionado pela fala, o parlamentar alegou que se "expressou mal", mas que os dois casos de importunação sexual "não podem ser comparados".

"Sorte dela porque ela vai se eleger por causa disso. Ela só fala nisso", disse, em entrevista ao podcast Inteligência LTDA nesta quarta-feira (20).

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Em 21 de dezembro de 2020, as câmeras do circuito interno da Alesp flagraram o deputado Fernando Cury (sem partido) colocando as mãos nos seios da colega. Punido internamente na Casa, ele foi suspenso de suas atividades por 180 dias. Na ocasião, o primeiro voto de Olim no Conselho de Ética foi por uma pena mais branda a Cury, de quatro meses.

Perguntado sobre a diferença entre as penas de Cury, que sofreu apenas o afastamento, e de Arthur, que pode ser cassado, Olim argumentou que o integrante do MBL já tinha advertências anteriores na Casa. Ele também minimizou a atitude de Cury no Plenário.

"Ele (Cury) bebeu. Ele é um cara do bem, todo mundo adora. O que fez ali nunca vai esquecer". "Não dá para falar que são coisas meio parecidas", afirmou.

No Twitter, Isa Penna disse que irá pedir o afastamento de Olim de seu cargo no Conselho de Ética e que avalia entrar com uma representação contra ele por quebra de decoro parlamentar. "É inaceitável o que você disse ao meu respeito no podcast Inteligência Ltda, e eu irei até as últimas consequências", escreveu

Em nota, Olim disse que se "expressou mal" e que "a intenção era dizer que a deputada Isa Penna ficou mais conhecida com o caso infeliz e repugnante do assédio do deputado Fernando Cury".

"A fala foi absolutamente inoportuna, inconsequente em relação ao momento que estamos vivendo. O empoderamento das mulheres não se faz por essa vertente", afirmou ao Estadão a presidente do Conselho de Ética, Maria Lúcia Amary. Se houver representação contra Olim, o rito da Casa pede que a solicitação seja objeto de um parecer, que não pode ser votado pelo deputado enquanto membro do Conselho.

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