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Um jato executivo que vinha do município de Estrela D'Oeste, interior de São Paulo, e pousou no Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, teve problemas com o sistema de freios durante a aterrissagem na tarde desta sexta-feira (3). O incidente causou a suspensão de pousos e decolagens na pista principal até a retirada da aeronave. Não houve feridos. 

A Aena Brasil, empresa concessionária do Aeroporto de Congonhas, informou que os procedimentos para remover a aeronave já foram iniciados.

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Chuvas e ventos fortes 

O clima de fortes chuvas em São Paulo tornou as viagens aéreas mais difíceis. Devido às chuvas intensas, houve queda de energia no terminal de Congonhas. 

A GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, informou que sete voos foram alternados para outros aeroportos devido à baixa visibilidade na área para pouso e decolagem.

Um forte temporal que atingiu o Rio de Janeiro fez o dia virar noite na manhã desta quinta-feira (26). De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, o município entrou em estágio de mobilização às 6h20, em razão de chuva moderada a forte e ventos moderados a fortes de até 76 km/h ao longo da manhã. A chuva que atingiu a cidade teve os maiores acumulados nas zonas norte e oeste.

"Núcleos de chuva vindos do Estado de São Paulo atuaram sobre a região da Costa Verde e se deslocaram para a cidade do Rio de Janeiro", disse ainda pela manhã Sistema Alerta Rio.

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No período de 15 minutos, os maiores acumulados foram registrados nas leituras pluviométricas entre 7h e 7h30 nas seguintes estações meteorológicas:

- Grajaú (19,2mm - 7h30);

- Bangu (18,2mm - 7h15);

- Madureira (17,8mm - 7h30);

- Jacarepaguá/Tanque (17,8mm - 7h30);

- Santa Cruz (17,4mm - 7h).

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Segundo o Sistema Alerta Rio, permanece a possibilidade de chuva fraca a moderada isolada até o fim da tarde. Há previsão de pancadas de chuva no período da noite. O céu estará nublado a encoberto, com previsão de chuva fraca a moderada a qualquer momento. Já as temperaturas se manterão estáveis, com mínima de 20 °C e máxima de 28 °C.

Na sexta-feira, 27, os ventos em médios níveis da atmosfera manterão o tempo instável, com previsão de chuva fraca isolada a qualquer momento. A chuva poderá passar de 5mm/h em pelo menos um ponto da cidade.

Ainda de acordo com o Alerta Rio, no sábado, 28, e no domingo, 29, as áreas de instabilidade em médios níveis da atmosfera, associadas ao calor e umidade, influenciarão o tempo na cidade do Rio de Janeiro, ocasionando pancadas isoladas de chuva moderada, ocasionalmente forte, no período da tarde e noite em ambos os dias.

Confira as principais recomendações:

- Mantenha-se informado por meio dos meios de comunicação e canais oficiais do COR;

- Baixe o aplicativo do COR.Rio, disponível para Android (http://bit.ly/appcor_android) ou iOS (http://bit.ly/appcor_ios);

- Se necessário, use os telefones de emergência 193 (Corpo de Bombeiros) e 199 (Defesa Civil).

O furacão Otis, definido como "potencialmente catastrófico" pelas autoridades dos Estados Unidos, atingiu a costa oeste do México com chuvas intensas e ventos de até 270 km/h.

O fenômeno, que em algumas horas passou de uma tempestade tropical a um furacão de categoria 5 (atualmente na categoria 4), tocou o solo na cidade litorânea de Acapulco.

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A prefeita do município mexicano, Abelina López, confirmou que todos estão em "alerta máximo". Ela ainda pediu para os moradores ficarem em suas casas ou encontrarem refúgio nos abrigos de emergência.

A Conagua, agência nacional de águas do país, revelou que ondas de seis a oito metros poderão atingir várias localidades dos estados de Guerrero, onde fica Acapulco, e Oaxaca.

Ainda não há relatos de vítimas ou danos estruturais, mas algumas partes de Guerrero já estão sem energia elétrica. As escolas do estado mexicano também cancelaram as aulas desta quarta-feira (25). 

Da Ansa

Mais duas mortes foram confirmadas em Santa Catarina, em decorrência das fortes chuvas que atingem municípios do Estado, conforme balanço divulgado pela Defesa Civil na noite de segunda-feira (16), mais um dia marcado pelo retorno dos temporais. Tratam-se de dois homens. Um deles foi eletrocutado ao tentar tirar de casa, em Três Barras, um aparelho de ar condicionado e o outro sofreu uma descarga elétrica ao sair à cavalo para lidar com o gado, em Calmon. Ao todo, seis pessoas já morreram.

Desde o início de outubro deste ano, as fortes chuvas têm causado transtornos aos moradores. Ainda de acordo com o relatório atualizado, ao menos 145 municípios registraram ocorrências relacionadas às chuvas, 125 estão em situação de emergência e Rio do Sul, no Alto Vale, decretou, na segunda-feira, estado de calamidade pública. O Estado tem 295 municípios, sendo Florianópolis a capital.

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O alerta para fortes chuvas se mantém nesta terça-feira (17) com risco de moderado a alto para ocorrências associadas com queda de árvores, danos à rede elétrica, alagamentos, enxurradas, inundações graduais e deslizamentos.

"Na quarta-feira, 18, as instabilidades perdem força no leste do Estado, onde ainda haverá muita nebulosidade e deve ocorrer chuva fraca. Entre o Grande Oeste e parte do Alto Vale do Itajaí e dos planaltos, a atuação de sistemas de baixa pressão e a persistência do fluxo de ar quente e umidade do norte do País, continuam favorecendo a ocorrência de temporais isolados ao longo do dia", alerta a defesa civil catarinense.

Ao menos 24 mil pessoas estão desabrigadas em 78 municípios de Santa Catarina, segundo o último balanço oficial divulgado pelo órgão.

O Ministério dos Povos Indígenas anunciou novas medidas de apoio a povos indígenas da Terra Indígena Ibirama-LaKlanõ, em decorrência das fortes chuvas que atingem a região sul do Brasil, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, onde habitam povos Xokleng, Guarani e Kaingang.

Entre as medidas está a ampliação do efetivo da defesa civil, com levantamento de quantos indígenas já foram resgatados para local seguro e aqueles que ainda se encontram ilhados ou em situação de risco, visando acelerar as remoções. Também foi solicitado um levantamento das quantidades de alimento e água potável já disponibilizadas à população indígena resgatada, bem como apresentação de um plano de continuidade dessas medidas até o fim da situação de calamidade.

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As autoridades também prosseguirão com o atendimento de saúde aos indígenas já resgatados, incluindo o fornecimento de medicamentos e de profissionais de saúde em número compatível com a população atingida.

O ministério determinou a apresentação imediata de laudo que comprove a segurança do comportamento das águas após o fechamento das comportas da Barragem Norte, sobretudo após o transbordo das águas acima da estrutura de contenção. Além disso, um plano de contingência deverá ser apresentado para o caso de rompimento da construção de contenção, que implicaria em inundações abruptas e sem precedentes no Vale do Itajaí, segundo o governo.

Outra iniciativa anunciada é a criação de um Gabinete interministerial de Crise Humanitária e Ambiental, que será composto por agentes federais, estaduais e da sociedade civil. O objetivo é realizar uma gestão integrada da situação emergencial, além de facilitar a interlocução entre agentes públicos e a população afetada.

O governo de Santa Catarina, comandado por Jorginho Mello (PL), elogiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um comunicado para a imprensa divulgado nesta sexta-feira, 13. A Secretaria-Geral de Governo (SGG) enviou uma mensagem no WhatsApp, que chamava Bolsonaro de "nosso querido". O ex-presidente foi ao Estado após fortes chuvas atingirem o Vale do Itajaí.

"Bom dia, pessoal. O nosso querido ex-presidente Bolsonaro vai desembarcar no aeroclube Quero Quero, de Blumenau, hoje, às 10h30", dizia a mensagem da secretaria. A imagem com o texto foi compartilhada pelo jornalista Carlos Tonet na rede social X (antigo Twitter).

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Em nota, o governo de Santa Catarina informou ao Estadão que "a mensagem, de conotação meramente informativa, foi enviada de uma linha telefônica particular". "Ainda que fosse considerada como publicidade oficial, o ato com o adjetivo ‘querido’ não denota caráter eleitoral", afirmou a gestão catarinense.

Bolsonaro desembarcou em Blumenau sob gritos de "mito". Em seguida, sobrevoou áreas atingidas pela chuva no Vale do Itajaí com o aliado, Jorginho Mello. O Estado registrou duas mortes e milhares de desabrigados. O governador chegou a determinar o fechamento das barragens de Ituporanga e de José Boiteux devido ao grande volume das chuvas.

O ex-presidente foi ao Vale do Itajaí dois dias após ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobrevoarem a região. Na quarta-feira, 11, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, assinaram um Pacto pela Governança da Água com o governo de Santa Catarina para melhorar a gestão de recursos hídricos.

Nesta quinta-feira, 12, o governo do Estado informou que a Defesa Civil já registrou 139 municípios com ocorrências relacionadas às fortes chuvas e 111 cidades decretaram situação de emergência.

Bolsonaro diz que não pode ajudar regiões afetadas: ‘Sou ex’

Em entrevista ao SBT, de Santa Catarina, Bolsonaro foi questionado se poderia ajudar na crise. "Eu sou ex. Inclusive, me tiraram o direito de me candidatar. Uma coisa absurda, ‘tá' certo? Eu faço o possível, nos contatos que eu tenho, mas eu não posso falar nada neste momento, não", disse o ex-presidente, em referência à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível.

Bolsonaro contou que estava em uma festa em Chapecó e que Jorginho Mello havia lhe convidado para ver as áreas atingidas. O ex-presidente foi informado pela emissora de TV que o governo havia dito que rios de Santa Catarina precisavam de dragagem. "A relatoria do Orçamento do ano que vem será do nosso partido (PL). É o que que posso falar", afirmou.

Em 2021, quando estava na Presidência, Bolsonaro foi criticado por andar de jet ski em uma praia de Santa Catarina, às vésperas do Réveillon, durante uma crise semelhante na Bahia. Na ocasião, cidades baianas enfrentavam enchentes que haviam causado 24 mortes e deixado 77 mil pessoas desabrigadas.

Em dezembro daquele ano, o presidente decidiu manter as férias e publicou uma fala irônica do então ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, em uma rede social. "Eu acho que se o presidente descobrir a cura do câncer, ele vai ser criticado porque descobriu a cura do câncer", disse Marinho.

Devido às chuvas que atingiram Santa Catarina neste sábado (7), uma pousada em Urubici ficou alagada. O estabelecimento fica na Serra de Santa Catarina. No estacionamento, várias Ferraris tiveram que ser retiradas às pressas para que os automóveis não ficassem cheios de água. 

A cidade sedia um evento chamado Ferrari Stradale Serra Catarinense, por isso os automóveis estavam na pousada. Ainda segundo a prefeitura do município e a organização, nenhum automóvel sofreu danos. Os visitantes seguem na região.

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Na cidade, 35 pessoas foram levadas para alojamentos após casas ficarem alagadas ao serem atingidas pelas chuvas. Por todo município, a prefeitura segue monitorando a situação e contabilizando os estragos. 

Em nota, o grupo Ferrari Owner's Club Brasil afirmou que está em contato com líderes comunitários da região para organizar doações aos afetados pelas chuvas. 

Já segundo a Defesa Civil, 78 cidades foram atingidas pelas chuvas e 31 decretaram situação de emergência. Ainda segundo a Defesa Civil, uma pessoa morreu durante essa semana por conta do temporal, que deve seguir até domingo (8).

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Um ciclone extratropical devastou parte do Rio Grande do Sul, deixando mais de 50 mortos. Na Líbia, uma tempestade deixou mais de 11 mil mortos e 10 mil desaparecidos. Constantemente, somos impactados com notícias de desastres naturais, que parecem escalar em magnitude e reflexos. Não me sai da cabeça que tudo isso origem parcial – se não principal – na atividade humana, sempre tão predatória. Uma hora, a conta chega.

Chuvas, terremotos, ciclones, ondas de calor extremo. Cada vez mais constantes, cada vez mais devastadores. Por que motivos essas ocorrências estariam se intensificando? A exploração desenfreada dos recursos naturais, a poluição do ar e a devastação das florestas ajudam a entender. O modelo de desenvolvimento da humanidade, em geral, ainda é baseado na exploração. Com a evolução tecnológica, ao passo que se desenvolvem soluções de preservação, aumenta-se o ritmo exploratório. Nessa balança, a degradação do meio-ambiente ainda prevalece. É preciso rever a forma como os países investem no desenvolvimento, de forma que este seja amis sustentável. Muito se fala em ESG, preservação, mas a prática ainda está muito aquém do desejado.

Nós brasileiros temos a “sorte” de não sofrermos com terremotos ou furacões como outras nações, por exemplo. No entanto, outros eventos naturais vêm se manifestando com força. Nossa diversidade ambiental, com ricas fauna e flora, ainda é explorada além do devido. Carecemos de legislações e códigos de proteção dos recursos naturais mais claros e efetivos, além de uma boa fiscalização e aplicação das devidas sanções a quem transgredir a regra. O agronegócio, por exemplo é uma grande força da economia nacional e deve ser sempre impulsionado e incentivado. No entanto, deve estar alinhado a metas ambientais que promovam o desenvolvimento sustentável. Que bom que já temos muitas companhias no setor preocupadas com isso, por terem consciência de que também dependem de um meio-ambiente saudável. Afinal, no longo prazo, a depredação da natureza será prejudicial para a agricultura, a pecuária e outros setores.

Estamos em uma corrida contra o tempo. Diversos são os alertas para a necessidade de redirecionar a exploração de recursos, a fim de promover a “saúde” do planeta. Caso contrário, os impactos podem ser irreversíveis. Resta salvar o que ainda pode ser preservado. Um futuro mais verde e saudável é possível, mas precisa de um forte esforço coletivo para acontecer. Sempre importante ressaltar que não adianta “brigar” com a natureza: nesse duelo, não seremos vencedores. O clima está dando sinais de que precisamos agir.

Uma mulher de 60 anos morreu afogada na terça-feira (26) depois que o carro em que trafegava com o marido e dois netos ficou preso em uma área alagada em Barra do Ribeiro, município da região metropolitana de Porto Alegre. Segundo o Corpo de Bombeiros, Elizabete Terezinha Nunes e o marido estavam a caminho de casa, levando os netos, quando passaram por uma região chamada Serrinha, onde a estrada estava alagada.

Conforme os bombeiros, o marido acreditou que a água estivesse em nível baixo e decidiu seguir, mas a correnteza fez com que ele perdesse o controle do veículo, que acabou preso em uma cerca. O homem conseguiu sair do veículo e retirar os netos, mas Elizabete ficou dentro dele.

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O carro acabou levado pela força da água e foi encontrado capotado, em outra área. O corpo da mulher foi localizado pelos bombeiros a cerca de 150 metros de onde o veículo parou.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas de "grande perigo" devido às chuvas que atingem a Região Metropolitana. Porto Alegre tem o mês de setembro mais chuvoso já registrado pelo Inmet, que começou a medição em 1916.

A Defesa Civil Municipal prorrogou, na noite da terça-feira, o alerta meteorológico que está em vigor desde o último dia 18 em Porto Alegre. Desta vez, além de possíveis inundações, o órgão lista a possibilidade de quedas e deslizamentos de terra. O aviso é válido até sexta-feira (29).

O nível do Lago Guaíba bateu a marca de 2,77 metros no período da tarde da terça, na segunda maior medição desde 1967. No período, o índice é superado apenas pelo registrado em 2015, quando chegou a 2,94 metros.

No início do mês, a passagem de um ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul deixou 49 mortos.

O governo gaúcho criou a conta SOS Rio Grande do Sul para receber doações em dinheiro, na modalidade PIX, para ajudar as vítimas das enchentes que atingiram o estado nesta semana.  

A chave PIX da conta criada no Banrisul é o CNPJ: 92.958.800/0001-38. 

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O anúncio foi feito pelo governador do estado, Eduardo Leite, nesse sábado (9), nas redes sociais. O objetivo, segundo ele, é ajudar no restabelecimento da economia das cidades e na reestruturação do meio de vida das pessoas.  

De acordo com Leite, os valores transferidos para a conta bancária serão geridos pelo estado em parceria com entidades já reconhecidas pelo trabalho de assistência social e ajuda humanitária. “As entidades que são conhecidas, com credibilidade, vão fazer a gestão desses recursos para fazer chegar àqueles comércios que foram afetados, ajudar os pequenos comerciantes a se reerguerem, para ajudar quem perdeu tudo na sua casa a reconstruir a casa, a comprar mobiliários, a restabelecer essas condições dignas de moradia”, explicou. 

O governo garantiu que as doações serão aplicadas de forma transparente, com acompanhamento, com auditoria e fiscalização do Poder Público.  

Eduardo Leite destacou que o governo continuará a ser o responsável pela reconstrução da infraestrutura das cidades. “O estado vai se encarregar da parte da reconstrução, mas essas pessoas vão precisar de apoio para se reerguer e restabelecerem suas condições de vida. E essa doação pode ajudar muito.” 

As doações podem ser feitas em qualquer valor. 

Fortes chuvas em Hong Kong inundaram as ruas da cidade e algumas estações de metrô, com centenas de pessoas evacuadas e duas mortes relatadas. As negociações na bolsa de valores local nesta sexta-feira foram suspensas por conta do temporal.

Um funcionário do observatório de Hong Kong informou que a cidade registrou mais de 600 mm de chuva até agora - um quarto da precipitação média anual da cidade. Houve 158,1 milímetros de chuva entre 23 horas e meia-noite (horário local), o maior volume em uma única hora desde que os registros começaram em 1884.

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A polícia de Hong Kong revelou dois corpos foram encontrados flutuando em águas em diferentes partes da cidade.

O departamento de bombeiros da cidade disse ter evacuado 110 pessoas e auxiliado 20 feridos.

A resposta da cidade às chuvas e às inundações suscitou críticas dos residentes online, que questionaram a preparação das autoridades para tal emergência. Fonte: Associated Press.

Neste sábado (19), quatro voos com destino ao Recife foram desviados e um quinto foi cancelado. Segundo a Aena, que administra o Aeroporto dos Guararapes, as medidas foram adotadas por causa das fortes chuvas registradas na capital pernambucana. 

A empresa também informou que, dos quatro voos alterados, três conseguiam chegar ao Recife, após desvios em outras cidades. Por fim, a Aena orientou que os passageiros entrem "em contato com a sua companhia aérea para confirmar a situação do seu voo antes de sair de casa".

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Nesta semana, é a terceira vez que voos são desviados do Recife. Na última sexta-feira (18), cinco aviões precisaram mudar de rota. Já na segunda-feira (14), passageiros de voos oriundos dos Estados Unidos tiveram que desembarcar em Fortaleza, também por causa do mau tempo, chegando ao Recife com cinco horas de atraso.

A Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) publicou neste sábado (19) um aviso de continuidade das chuvas no litoral do estado até a manhã de domingo (20). O aviso se estende para a Região Metropolitana do Recife (RMR), Mata Norte e Mata Sul do estado. Os maiores acumulados foram registrados no Recife e em Condado, com 38mm em cada município, e em Jaboatão dos Guararapes com 36mm. 

Segundo a Apac, as chuvas estão sendo causadas pela Convergência de Umidade vindas do Oceano Atlântico. A tendência é que as chuvas percam intensidade na tarde de domingo. A agência ainda alerta que há previsão de chuva para o Agreste, mas até o momento, sem necessidade de aviso meteorológico, e não há previsão de chuva para o Sertão. 

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Pontos de alagamento 

A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano no Recife (CTTU), informou que alguns pontos na cidade estão alagados. “Às 14h, a Central de Operações de Trânsito identificou os seguintes pontos de alagamentos na cidade: Av. Antônio de Góes, na saída da Av Conselheiro Aguiar; Largo do Cabanga x Joana Bezerra; e Av Mascarenhas de Moraes, vários pontos.” 

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Garrafas, caixas de papelão, sacos plásticos, embalagens de leite. Muitos desses objetos são corriqueiros e fazem parte do dia a dia de milhares de pessoas. Quando fazemos feira no supermercado, compramos um lanche rápido na rua, ou até mesmo quando precisamos armazenas utensílios temporariamente em um local. Muitos materiais são úteis no nosso cotidiano, mas os problemas surgem quando não precisamos mais de determinada embalagem pois sua utilidade já acabou. Onde vão parar os materiais que descartamos? O que é feito com todas as embalagens de produtos que usamos no dia a dia depois que eles acabam? 

Segundo Daniel Saboya, diretor da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), órgão responsável pela coleta de resíduos e de materiais recicláveis na capital pernambucana, o desafio maior é atender às demandas da população no período de chuvas intensas na cidade. “Equipes de operações especiais e remoção de resíduos volumosos são acionadas de imediato no caso de possibilidades de arraste de materiais para rios, canais, galerias e que também possam vir a interditar vias, diz o diretor. 

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Em entrevista ao LeiaJá, ele afirmou que algumas medidas são tomadas, uma delas é alertar a população de colocar os resíduos em frente às residências no turno e horário mais próximo da coleta pela equipe de garis e caminhões de coleta. “Pedimos sempre à população para estar atenta aos dias e turnos corriqueiros de coleta dos resíduos para que o material não fique muito tempo em frente às residências, pois se esses materiais ficarem muito tempo expostos podem gerar incômodos, dificultar a circulação, atrair vetores ou ainda serem arrastados no caso de chuvas torrenciais”, informou Saboya. 

Dificuldades na hora da coleta 

Ainda de acordo com Daniel Saboya, existem algumas situações menos favoráveis para a coleta no período de chuvas, que pode causar danos aos materiais recicláveis e aos dejetos não reutilizáveis, além de aumentar os riscos de infecções na população. 

“A disposição dos resíduos em frente às residências e guardas temporários em sacos e recipientes inapropriados, que facilitam a dispersão de materiais; a disposição dos resíduos em locais e horários inadequados; o acúmulo de materiais nos canais, galerias e sistema de drenagem da cidade, provocado pelo descarte irregular de resíduos sólidos; o aumento do trânsito e a dificuldade de acesso em alguns locais pelo elevado índice de chuvas”, listou o diretor. 

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Triagem em cooperativas 

Uma das ações da autarquia é a manutenção de parcerias com organizações que trabalham com a separação e venda de materiais recicláveis (como os citados no início da matéria), para empresas que reutilizam em seus produtos. Uma dessas organizações é a Cooperativa Reciclando Vidas, localizada no bairro de São José, região central do Recife. 

Funcionando há três anos, o espaço se dedica aos processos de triagem e compactação dos materiais. Segundo o presidente Esmeraldo Emilho, o trabalho é diário, mas faz a diferença. O caminhão da prefeitura chega carregado de material recolhido nos bairros da cidade, e que é distribuído nas mesas de triagem. Os trabalhadores, então, começam a abrir as sacolas e a separar os materiais por tipo: garrafa de óleo, garrafa PET, frascos de água sanitária, caixas de papelão, latas, entre outros. 

Depois de encherem grandes sacos, trabalho que pode levar cerca de uma semana, os materiais, devidamente separados, são levados para uma prensa, onde são montados os fardos que são vendidos para empresas que trabalham com reutilização de materiais. A precificação é feita por quilo, e varia de material para material. Um fardo de garrafa PET, por exemplo, é cotado a R$ 3,10 por quilo, e o peso vendido pode chegar de 80 a 100 kg, por semana.  O faturamento é dividido entre todos os cooperados, que atualmente são 16 pessoas, incluindo Seu Esmeraldo. 

Funcionando desde 2021, a Reciclando Vidas apresenta bons números de triagem e venda de materiais. Em 2022 foram vendidos o total de 240 mil quilos de materiais para empresas. Este ano, até o mês de julho, já foram repassados 167 mil quilos, tendo uma média de 20 mil a 30 mil quilos por mês. 

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Dificuldades na triagem 

Durante o trabalho de triagem dos materiais, todos os trabalhadores utilizam equipamentos de proteção individual, sendo os principais deles luvas e máscaras. Muitas vezes um material é retirado de um saco com rejeito orgânico, fato que ocorre quando, em uma casa, existe apenas um recipiente para colocar todo o lixo doméstico. O que não é aproveitado, é encaminhado, como rejeito, para aterros sanitários. 

Uma das dificuldades encontradas “o material que vem do caminhão, no tempo de inverno, ele não chega muito molhado porque molha mais a parte de cima, a o caminhão tem uma lona que protege. O que chega a molhar mais é papelão, mas o próprio espaço da cooperativa ajuda a proteger da chuva também (...) O que vem pra gente aqui, o material já é um material limpo, já dá pra ser usado”, explicou Seu Esmeraldo. 

O presidente da cooperativa disse, no entanto, que o problema maior na triagem é a falta de conscientização da população na hora de separar os dejetos, seja em casa ou na rua, nos lixeiros de coleta seletiva, dos coloridos, que são comuns em vias públicas. “Tem alguns que vêm de praças, tem muita gente que usa certo, mas tem gente que usa de má fé, bota todo tipo de coisa no lixeiro”, disse o cooperado. 

“Se a turma botasse a mente pra trabalhar, pensar, separar os materiais recicláveis do que é rejeito. Resto de comida, que não deve ser mandado para nenhuma cooperativa, coco, por exemplo. Se o pessoal de casa tivesse bom senso, dava para separar o rejeito dos materiais [recicláveis]: plástico, PET, lata. Só é pegar um balde em casa e fazer, mas tem muitas pessoas que não fazem assim, principalmente nos bairros”, compartilhou. 

Dicas para fazer o descarte correto de lixo doméstico 

- Dispor os resíduos nos horários mais próximos à coleta;  

- Acondicionar preferencialmente em sacos de 100L ou recipientes convenientemente fechados, sem líquido e com vidros embalados corretamente em seu interior; 

- Sob nenhuma hipótese, colocar os resíduos nas linhas d’água e próximos ao sistema de drenagem. 

- Os principais resíduos recicláveis são papel, papelão, plásticos em geral, isopor, tetrapak, vidros, metais e eletrônicos.  Eles devem estar acondicionados no mesmo saco ou recipiente e devem estar previamente limpos e secos.  Em hipótese alguma podem estar misturados com resíduos orgânicos ou materiais não recicláveis como resíduos de alimentos, fraldas, resíduos de banheiros e outros. 

 

Ao menos 65 pessoas morreram, incluindo 11 no desabamento de um templo hindu, e dezenas estão desaparecidas após as fortes chuvas que provocaram inundações e deslizamentos de terra na Índia, segundo um balanço atualizado divulgado nesta terça-feira (15).

As chuvas torrenciais provocaram inundações que arrastaram veículos, destruíram edifícios e pontes nos estados de Uttarakhand e de Himachal Pradesh, na região do Himalaia, no norte da Índia.

As inundações e deslizamentos de terra são frequentes durante a temporada de monção na Índia, mas os cientistas afirmam que a mudança climática aumenta sua frequência e gravidade.

Na região de Himachal Pradesh, a mais afetada pelas inundações, ao menos 52 pessoas morreram desde domingo, informou o chefe do Executivo local, Sukhvinder Singh Sukhu.

Onze faleceram no desabamento de um templo hindu na capital do estado, Shimla.

"As operações de resgate continuam e tememos que pelo menos 10 pessoas estejam bloqueadas sob os escombros", declarou à AFP o presidente do comitê de gestão de catástrofes do distrito, Aditya Negi.

No estado vizinho de Uttarakhand, 13 pessoas morreram desde sexta-feira, informaram as autoridades.

Nas áreas mais afetadas pelas chuvas, rodovias e a rede de energia elétrica foram danificadas e milhares de pessoas ficaram isoladas. A rede ferroviária também sofreu o impacto.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, expressou solidariedade às vítimas e prometeu que as autoridades locais e nacionais "trabalharão juntas".

A temporada de monção é responsável por quase 80% das chuvas anuais no sul da Ásia e é um fenômeno vital para a agricultura e o sustento de milhões de pessoas, mas também provoca muita destruição.

Ao menos 24 pessoas morreram, nove delas no colapso de um templo, e dezenas estão desaparecidas depois das fortes chuvas que provocaram inundações e deslizamentos de terra na região norte da Índia, anunciaram as autoridades nesta segunda-feira (14).

As chuvas torrenciais arrastaram veículos, destruíram edifícios e pontes nos estados de Uttarakhand, onde pelo menos oito pessoas morreram desde sexta-feira, e Himachal Pradesh, o mais afetado, com 16 vítimas fatais nas últimas 24 horas, nove delas no desabamento de um templo na capital Shimla.

Embora inundações e deslizamentos de terra sejam frequentes durante a temporada de monções na Índia, os cientistas afirmam que a mudança climática aumenta sua frequência e gravidade.

A monção é responsável por quase 80% das chuvas em um ano no sul da Ásia e é vital para a agricultura e o sustento de milhões de pessoas, mas também provoca muita destruição.

A segunda reportagem sobre o deslizamento da área de lazer do residencial Ecovila Yapoatan escutou moradores do condomínio e teve acesso aos documentos que sugerem a construtora como responsável pela tragédia que resultou em duas mortes. A Mult Técnica Engenharia, por outro lado, culpa a administração do conjunto habitacional.

Além das duas vidas perdidas, cerca de 2 mil pessoas que compraram um sonho, agora moram em um condomínio à beira de um precipício, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco. 

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Pôr do sol no mirante antes do deslizamento. Reprodução/Redes Sociais

Antes do pesadelo

O sol finalmente pareceu ter brilhado para quem abdicou de momentos de lazer e poupou a vida toda para financiar o sonho de morar em um condomínio. O folheto era lindo, a proposta mais ainda: sair do aluguel para viver na casa própria, com direito à piscina, churrasqueiras, salão de festa, pista de cooper e parque infantil.  

O Ecovila Yapoatan foi, para moradores dos 752 apartamentos, divididos em 47 blocos, o início de uma vida mais confortável, rodeada por verde e tranquilidade. Para outros, o reinício em uma nova casa, com novo endereço e novos vizinhos. A vista daquele mirante a 50 metros do chão atraía os visitantes e alimentava o sonho dos novos moradores.  

Visão da parte do mirante que suportou o deslizamento.Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Um estrondo na madrugada de 28 de maio de 2022 e tudo mudou. O mirante ao redor da piscina veio abaixo com a chuva, justamente onde já haviam rachaduras. A avalanche de destroços caiu sobre duas casas na Rua Campo Verde. Duas pessoas morreram, nove ficaram feridas e 30 desalojadas aos pés do talude.  

As unidades do Ecovila Yapoatan começaram a ser entregues em 2016 e totalmente concluído em 2018. Apesar do conjunto ser novo, fissuras no piso que percorriam a rampa de acesso à piscina, cortava o quiosque central e ia até a pista de cooper começaram a incomodar a administração.

A gestão do condomínio afirma ter buscado seis vezes a Mult Técnica Engenharia para realizar os reparos quando as fissuras aumentaram e se tornaram rachaduras. Os chamados foram feitos entre setembro de 2021 e janeiro de 2022, mas apenas um foi atendido.  

Rachaduras no piso do local interditado. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

A insistência dos moradores fez um representante da construtora ir ao local. Segundo os relatos, já dava para colocar um dedo dentro da rachadura, e, mesmo assim, ele não teria solicitado uma intervenção. Os administradores do condomínio recordam que o profissional da construtora disse não haver problemas estruturais e resumiu as rachaduras a "microfissuras", decorrentes do ajuste natural da estrutura. 

Sem solução 

Mais de um ano se passou e a área do talude permanece destruída. Uma lona foi colocada para evitar o contato direto da chuva com o solo, mas buracos no plástico já ameaçam sua eficácia para evitar novos deslizamentos.

O atual síndico, Edson Silva, interditou a área e relata que, desde aquela madrugada, cada chuva renova o medo de uma nova tragédia. "Os moradores estão todos em pânico e sem esperança. Não temos o retorno da construtora e ainda tem o risco de queda novamente".

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O morador André Silvestre aponta que a empresa responsável pelo Ecovila Yapoatan parece não ter a mesma pressa que teve para vender os apartamentos e acusa a construtora de não assumir o compromisso de requalificar o único espaço de lazer do residencial.  

“A gente trabalha tanto, junta as economias para vir para um lugar melhor e o sonho se tornou pesadelo. A construtora alega que não tem dinheiro para fazer e tava tudo dentro da garantia. Ela alega que foi um acidente natural e tá se esquivando". 

O incômodo causado pela chuva também se reflete dentro dos apartamentos. Thiago Ramos conta que convive com infiltrações e rachaduras dentro de casa, nas janelas e, principalmente, no banheiro. "Quando chove, tá acontecendo de sempre a água penetrar. Isso tá sendo muito difícil para todos os moradores [...] um dia eu cheguei em a casa e tava praticamente alagada", relatou. 

Mãe de uma criança de 10 anos, Veridiana Medeiros conta que a piscina foi determinante para sua chegada ao Ecovila e lamenta a interdição do espaço pensado para os menores: "nossas crianças é que pagam o preço. É de domingo a domingo enfurnada dentro de um apartamento". 

Integrante do conselho fiscal do condomínio, Sidney Andrade acompanha a debandada dos condôminos e a insatisfação generalizada pela desvalorização dos imóveis. "As pessoas estão saindo e só não estão vendendo porque desvalorizou. Tá todo mundo alugando a preço de banana e quem tem condição de ir embora, tá indo". 

"Proposta indecente"

Empenhado na reconstrução da área de lazer, Edson manifestou surpresa quando recebeu uma "proposta indecente da construtora". O documento encaminhado pelo advogado da Mult Técnica condicionou o conserto do mirante à assinatura de uma cláusula que isentava a empresa de toda responsabilidade sobre o deslizamento. A construtora citou a influência de causas naturais e considerou que o deslizamento foi um "evento decorrente de força maior", agregado à falta de manutenção do próprio condomínio. 

Trecho do acordo proposto pela construtora para reconstruir a área destruída.  Arquivo Pessoal

A imposição não foi aceita e o condomínio contratou um engenheiro especialista em inspeção, manutenção e recuperação de estruturas para descobrir as causas do deslizamento. O laudo técnico produzido pelo engenheiro Paulo Roberto da Cunha Filho constatou que a estabilidade do muro dependia de uma drenagem eficiente. Contudo, houve infiltração e o terreno acabou saturado, comprometendo a fundação e aumentando a tendência de deslizamento. 

Laudo aponta falhas na construção

A análise reforçou que o muro de arrimo tem a função de fazer a contenção pelo seu próprio peso, mas a água da chuva entrou pela fissura e fragilizou a base do muro, culminando no colapsou da estrutura aterrada. O engenheiro também identificou falhas construtivas e mal uso de materiais na obra. "Essas falhas construtivas tiveram participação ativa na fragilização do talude, corroborando com a instabilidade do mesmo", observou no estudo.  

Erros construtivos identificados pela perícia: 

- Formato do gancho de fixação curto e sem ancoramento; 

- Bitola do gancho de fixação menor que o especificado no memorial descritivo; 

- Posição errada da tela de argamassa, que não ficou dentro do material, mas embaixo, em contato com o solo úmido, possibilitando a oxidação; 

- Tubulação de 100mm que passa no local da fissura, no limite de onde houve a queda da barreira. Esse cano também possui uma união irregular feita com arame, sem luva adequada. 

Veja os laudos:

O Instituto de Criminalística enviou peritos no dia 1º de janeiro de 2023 e concluiu que o deslizamento foi causado pela infiltração nas rachaduras no piso da área de lazer, que deixou o solo da base do muro de arrimo saturado e, consequentemente, causou o colapso. 

A perícia feita no local constatou que o talude natural não apresentava estrutura de contenção e foi utilizado concreto jateado para estabilizar a encosta. Também foi verificado que o concreto se desprendeu em alguns pontos da barreira e que a rachadura no piso próxima às piscinas tinha, aproximadamente, dois centímetros de espessura. 

Conclusão da perícia do Instituto de Criminalística. Arquivo Pessoal

O caso foi denunciado à Polícia Civil, que mantém as investigações, e acatado com unanimidade pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE). O presidente Adriano Antônio Lucena estima que, pelo menos, duas mil vidas foram impactadas só no condomínio. Ele enfatizou que a posição do Conselho é mediar a conciliação fora da Justiça. 

"Não adianta agora dizer que a culpa é de fulano ou de beltrano, porque se disser que a culpa é da construtora, ela vai dizer 'rapaz, não tem dinheiro para resolver esse problema' [...] a construtora sempre colocou 'eu não tenho condições de fazer essa intervenção numa obra de R$ 4, R$ 5 milhões'”, afirmou. 

Reuniões no CREA-PE colocaram as partes frente a frente e, segundo o presidente, todas as medidas paliativas para garantir o mínimo de segurança foram cumpridas pela empresa. Entre elas, a drenagem e reforço da barreira e a instalação das lonas e tapumes para isolar a área.  

Reunião mediada pelo presidente do CREA-PE com representantes da construtora e do condomínio. Reprodução/Redes Sociais

A Mult Técnica Engenharia não parou os negócios por conta do prejuízo em um de seus empreendimentos e logo anunciou a construção do Maria Farinha Flat Residence. Os moradores do Ecovila Yapoatan estão revoltados, pois a empresa que alega não ter caixa para reestruturar o condomínio vai aplicar R$ 40 milhões para erguer quatro torres, na beira mar de Paulista, em um total de 280 unidades.  

O material de divulgação do novo residencial descreve que o espaço vai contar com restaurantes, lavanderia e academia de ginástica. Tudo para facilitar a vida de quem confiar seu dinheiro nos planos da construtora. 

Rachaduras e pontos de infiltração se repetem na cisterna do Ecovila Yapoatan. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

O presidente do CREA-PE não comentou sobre a suspensão do vínculo da Mult Técnica com a instituição e explicou que esse tipo de prática é comum. Para cada empreendimento, as construtoras abrem uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) - como se fosse um CNPJ para cada obra- e, "se quebrar, quebra só aquele, não a matriz", continuou. 

"O recebimento que ela tá tendo é das pessoas que tão comprando aquele novo empreendimento. Se ele for pegar esse recurso e colocar em um empreendimento velho, que ele tenha problema, ele nem vai fazer o novo e talvez não resolva o velho", comentou Adriano. 

Engenheiro chefe Aldo Bezerra e um dos donos da Mult Técnica Mário Fernandes apresentam projeto à Prefeitura de Paulista.  Divulgação/Prefeitura de Paulista

Construtora culpa o condomínio

O LeiaJá procurou a construtora e solicitou um porta-voz para dar esclarecimentos sobre as causas do incidente, mas nenhum representante foi designado. Por meio de nota, além de culpar as fortes chuvas daquela madrugada como a principal razão do deslizamento, a Mult Técnica Engenharia diz que o condomínio não realizou a manutenção do sistema de drenagem. A gestão do conjunto rebate e diz que o manual entregue pela empresa não fala sobre a recorrência da limpeza dos equipamentos de escoamento. 

Sem apresentar documentos probatórios ou indicar os profissionais contratados para realizar as vistorias pós-deslizamento, a construtora diz que os "profissionais mais respeitados do Estado" elaboraram os laudos técnicos, os quais teriam atestado que "as manutenções adequadas não foram realizadas pelo condomínio de acordo com as normas técnicas vigentes". 

“Laudos emitidos por técnicos competentes, experientes e de vasta referência no mercado, concluíram que não existe nenhum elemento que comprove qualquer tipo de vício oculto ou aparente que tenha sido o fator do deslizamento do talude”, sinalizou. 

A reportagem teve acesso a um desses laudos. A análise do escritório do engenheiro André Luís de Oliveira Castro, em Riacho das Almas, a cerca de 130 quilômetros do condomínio, no Agreste de Pernambuco, mostra imagens aéreas da barreira e conclui que não houve vícios construtivos que justificassem o incidente.

Além da distância do escritório, outro detalhe chama atenção: mesmo com fotos do deslizamento, ele é datado de 25 de maio de 2022, três dias antes do fato. A gestão do condomínio rechaça a legitimidade do laudo. A construtora considera a denúncia de falsificação uma "informação descabida e improcedente". 

Laudo apresentado pela empresa que os moradores apontam irregularidade. Reprodução

A Mult Técnica Engenharia alega ainda que enviou outros dois profissionais para vistoriar o Ecovila Yapoatan, após a queda da estrutura, mas não detalhou a data e horário das visitas.

O condomínio aponta que eles nunca estiveram no local. A informação também foi considerada "descabida e improcedente" pela construtora. 

Sobre os cinco chamados que teriam sido ignorados pela Mult Técnica, a empresa se limitou a pontuar que "todas as intercorrências foram atendidas e saneadas" e que seus próprios laudos reforçam que as alegações do condomínio não possuem fundamento técnico. 

No comunicado, a construtora reafirma que, após o incidente, autuou “de forma voluntária” na remoção de “capins, árvores de médio porte e lixo” da área não afetada e elencou as ações tomadas após o evento, sendo elas:

- Isolamento da área com instalação de tela; 

- Fornecimento de lonas para proteger a área afetada;

- Monitoramento através de topografia periódica de todo perímetro mais próximo ao talude.

 Lona com furo usada para evitar contato das chuvas com a barreira. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

A Mult Técnica garante que a construção respeitou todas as normas técnicas e as boas práticas exigidas e afastou “toda e qualquer indicação de descumprimento das normas ou imperícia na construção do empreendimento e do talude". Nesse sentido, a construtora nega as acusações de mal uso de materiais e falhas construtivas constatadas na perícia feita pelo condomínio. 

"Entendemos que os apontamentos que constam no laudo contratado pelo condomínio são frágeis de elementos técnicos que possam amparar um parecer direcionando a falhas ou vícios dos materiais. A construtora possui toda segurança técnica para desconstruir elementos tendenciosos, com objetivo de distorcer o nítido e evidente fato gerador do deslizamento do talude, onde reafirmamos: ação da natureza e falta de manutenção", refutou a Mult Técnica. 

Moradores no trecho do talude que suportou o desabamento. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Empresa diz não ter obrigação de reconstruir a área

Sobre a "proposta indecente" mencionada pelo síndico, que garantia a reconstrução do mirante se os proprietários assinassem uma cláusula que retirava a eventual culpa ou dolo da Mult Técnica Engenharia, a construtora mais uma vez contestou a responsabilidade legal pelo ocorrido e completou que não tem obrigação de arcar com reparos e indenizações. 

"O que a construtora propõe decorre unicamente da sua boa-fé, decência e atenção especial com seus clientes, além da sensibilidade que o caso demanda [...] Desta forma, atua ativamente na mediação para prevenção de conflitos não tendo qualquer responsabilidade legal em reparar ou indenizar o condomínio pelo ocorrido", considerou. 

Na posição de que busca contribuir “por livre e espontânea vontade” para a solução do caso, a Mult Técnica teria participado de cinco encontros com representantes do Ecovila Yapoatan, o primeiro em seu escritório e os demais na sede do CREA-PE. Contudo, de acordo com a construtora, a gestão do residencial encerrou as negociações de forma unilateral. 

"Infelizmente os representantes do condomínio adotaram, sem a devida deliberação em assembleia, portanto de forma unilateral e sem valor jurídico, a posição e a decisão de encerrar o processo de negociação sem ao menos manifestar ou registrar uma resposta com uma contraproposta” 

Pelo entendimento da empresa de não ter responsabilidade de recuperar a área, a reconstrução do talude que mantém o Ecovila Yapoatan à beira de um precipício segue sem previsão. O presidente do CREA-PE, Adriano Lucena, indicou que a esperança para conseguir o valor da obra é através de emendas enviadas por deputados federais.

Representantes do CREA-PE apresentam situação do Ecovila Yapoatan ao deputado Lucas Ramos.  Reprodução

A articulação com os parlamentares já teria começado, mas ainda não houve pedido formal, pois o CREA-PE não teve acesso a levantamentos em posse da construtora que são exigidos para a requisição.  

"A gente foi atrás dos deputados para que houvesse uma emenda parlamentar e, chegando, a gente fizesse a intervenção. Eles se comprometeram em fazer algum aporte. A gente tá fazendo contato para fazer essa ponte e que um deputado bote R$ 500 mil, outro coloque R$ 1 milhão, quando a gente somar isso chegar ao valor da obra. Esse é o caminho que a gente tá percorrendo", explicou o presidente.

A cidade de Pequim, na China, e a região no entorno enfrentaram chuvas torrenciais neste domingo, causadas pelo tufão Doksuri. Diante do fenômeno, as autoridades locais reforçaram medidas contra inundações e pediram aos moradores que não saíssem de casa "se não for necessário".

Para evitar qualquer incidente, muitos lugares emblemáticos da capital chinesa anunciaram fechamento temporário, incluindo a "Cidade Proibida" e o popular parque de diversões Universal Studios, além de bibliotecas e museus.

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O Centro Nacional de Artes Cênicas, localizado perto da Praça da Paz Celestial, também fechou e cancelou a programação de shows e óperas aos domingos.

Até pelo menos a tarde de segunda-feira, a China estará em alerta vermelho para forte chuva em grande parte do norte do país, onde vivem centenas de milhões de pessoas.

Dentre elas, está Pequim, com 22 milhões de habitantes. A metrópole vizinha de Tianjin, a província fronteiriça de Hebei, Shanxi, Shandong (leste) e Henan (centro) também foram incluídas na lista.

O Ministério dos Recursos Hídricos elevou o alerta para o nível 2 neste domingo, devido ao risco de inundações, e mobilizou mais agentes para controlar as correntes de água e barragens.

Em Pequim, mais de 27 mil pessoas que vivem em áreas de risco e cerca de 20 mil em Shijiazhuang, uma grande cidade localizada a 250 km a sudoeste da capital, foram retiradas, segundo a mídia oficial.

Alguns rios podem ultrapassar os limites de alerta e deslizamentos de terra podem ocorrer em áreas montanhosas. Diante desse cenário, o pedido do governo para que a população fique em casa foi amplamente aceito, já que muito menos pedestres e carros saíram às ruas neste domingo.

Empresas também foram estimuladas a "não obrigarem os trabalhadores a se deslocarem ao local de trabalho se não for necessário".

O Doksuri varreu o sudeste da China desde a última sexta-feira e migrou para o norte, onde sua influência está sendo sentida com chuvas torrenciais, segundo o serviço meteorológico chinês.

As autoridades estão muito cautelosas com as fortes chuvas desde 2021, quando fortes inundações no centro do país mataram mais de 300 pessoas, principalmente na grande cidade de Zhengzhou.

Na ocasião, muitos motoristas ficaram presos pela rápida subida das águas nos túneis da rodovia, o que gerou uma grande polêmica. O município foi acusado de ter demorado a enviar alertas meteorológicos.

A Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) publicou, nesta sexta-feira (21), a previsão do clima para os próximos dias em todo o estado. As tendências na Região Metropolitana do Recife (RMR) são de chuva fraca até a terça-feira (25), e uma probabilidade de não haver precipitações no dia seguinte. A tabela também mostra as previsões para as regiões da Mata Norte e Sul, Agreste, Sertão de Pernambuco e Sertão São Francisco.

Apenas as regiões do Sertão não apresentam tendência de chuva até a quarta-feira (26). Nas demais regiões, há possibilidade de chuva fraca. De acordo com a publicação, a projeção é feita com base em um modelo, “atualizada diariamente pela saída do modelo com novas alterações”.

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A agência informa ainda que o termo “tendência” significa que há menor probabilidade real de chuva. No entanto, é importante ficar atento às atualizações diárias da Apac.

Inmet alerta para ventos fortes

De acordo com boletim do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) https://previsao.inmet.gov.br/ , as previsões para os próximos dias, apesar de um pouco semelhantes com as da Apac, alertam para possibilidade de ventos moderados com rajadas.

Fonte: Inmet

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou nesta sexta-feira, 14, a Medida Provisória (MP) 1.180/23, que abre crédito extraordinário no valor de R$ 280 milhões para permitir o atendimento emergencial de despesas com ações de proteção e defesa civil de Estados que sofreram com as chuvas intensas. A medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

Nesta semana, Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pernambuco e Alagoas foram alvos de intensas tempestades que deixaram milhares de pessoas desalojadas e áreas em situação de emergência. A região do Sul foi vítima de um ciclone durante a semana; já a região Nordeste vivenciou um temporal nos últimos dias.

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Os recursos estão sob a responsabilidade do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. O auxílio será para a atuação de resposta e de recuperação de infraestrutura destruída nos municípios afetados pelos desastres naturais.

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