Um ataque de membros do grupo islâmico radical Al Shabab contra um hotel do centro de Mogadíscio matou cinco pessoas na terça-feira (10) à noite, sendo três civis e dois integrantes das forças de segurança, informou a polícia nesta quarta (1).
O ataque começou por volta das 19h (13h em Brasília) e o comando trocou tiros com as forças de segurança posicionadas em dois postos de controle em torno da sede da presidência somali.
Após várias horas de cerco, a polícia somali conseguiu neutralizar os dois últimos integrantes do comando que permaneciam entrincheirados dentro do hotel SYL, muito frequentado por autoridades e que já havia sido alvo de de ataques do grupo Al Shabab.
"Nossas valorosas forças de segurança puseram fim ao ataque terrorista contra o Hotel SYL. O número de mortos confirmado é de cinco, incluindo dois membros das forças de segurança e três civis", afirma um comunicado divulgado pela polícia.
Segundo as autoridades, o ataque deixou ainda 11 feridos leves e os cinco membros do comando shabab foram "abatidos".
O grupo afirmou em uma página on-line ligada ao jihadismo que executou uma operação "que aconteceu de acordo com o segundo o planejado", mas sem revelar detalhes.
A subchefe da polícia somali, Zakia Hussen, informou no Twitter que "as forças de segurança socorreram 82 pessoas, incluindo civis e oficiais".
Hussen revelou que dois agressores foram mortos no início da ação e os outros se entrincheiraram no Hotel SYL. Testemunhas relataram à AFP as cenas de pânico provocadas pelo ataque.
"Três amigos estavam dentro do hotel quando começou o atque, mas conseguiram escapar. Um deles quebrou a perna ao pular de um muro", disse Ali Moalim Nur. "Estava perto do hotel quando começaram os disparos", relatou Abdukadir Ahmed.
"As forças de segurança ao redor dos postos de controle do palácio presidencial atiraram, mas não sabemos exatamente quem estava lutando contra quem", completou. O palácio presidencial e o gabinete do primeiro-ministro ficam muito perto do SYL. Ambos estão localizados em uma parte da capital sob forte segurança.
Esta foi a quarta vez desde 2015 que o hotel foi alvo de um ataque reivindicado pelos islamistas de Al Shabab.
Um atentado com carro-bomba no hotel em agosto de 2016 matou 15 pessoas e causou grandes danos. Pelo menos 14 pessoas morreram em um ataque anterior contra o hotel, em fevereiro daquele mesmo ano. Um primeiro ataque em janeiro de 2015 deixou cinco mortos.
O grupo Al Shabab, que jurou lealdade à Al-Qaeda, foi expulso de Mogadíscio em 2011 pelas tropas da Missão da União Africana na Somália (AMISOM)
O grupo perdeu em seguida a maior parte de seus redutos urbanos, mas ainda controla grandes áreas rurais de onde executa ataques suicidas, especialmente contra hotéis e restaurantes na capital.