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Especialistas de 17 países participam, a partir desta quarta-feira (16), no Recife, da 1ª Conferência Internacional de Resíduos Sólidos (Cirsol), primeiro evento sobre o tema realizado no Brasil. Eles vão discutir, entre outros assuntos,  os impactos dos resíduos sólidos nas mudanças climáticas, a importância dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), e a Agenda 2030.

O encontro irá até o próximo dia 18 e ocorrerá de forma híbrida, presencial e online. A programação presencial será no Museu Cais do Sertão, na capital pernambucana, enquanto a agenda online será transmitida pelo canal da Cirsol no Youtube  A programação completa pode ser conferida aqui.

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O evento reúne representantes dos setores público e privado, de organismos internacionais, acadêmicos e da sociedade civil. Entre os participantes estão integrantes do Pacto Global, iniciativa da ONU para engajar empresas e organizações na adoção de dez princípios nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção; do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento  (Pnud); dos governos de Pernambuco e do Recife e das principais universidades do estado, entre outras instituições.

Logo após a solenidade de abertura, haverá desfile de bonecos gigantes de Olinda (PE) pelas ruas do Recife Antigo. Essas figuras emblemáticas do carnaval pernambucano levarão estandartes que representam os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Situação crítica

A presidente do Instituto de Cooperação Internacional para o Meio Ambiente (Icima) e uma das idealizadoras do evento, Ana Paula Rodrigues, disse que é preciso avançar na meta de chegar a 2030 com números melhores na perspectiva dos ODS. Para ela, a situação brasileira em termos de resíduos sólidos é muito crítica. "Por isso, inclusive, essa conferência é tão urgente. Ela demonstra a necessidade dos setores da sociedade se unirem para, de fato, tomar iniciativas, tentar avançar nessa pauta e reverter a situação”.

O manejo inadequado dos resíduos sólidos é fonte de emissão de dióxido de carbono, que contribui para o efeito estufa. Para se ter ideia do impacto do lixo, só no Brasil são gerados quase 80 milhões de toneladas de resíduos por ano, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 40% do lixo descartado no país são dispostos de forma inadequada em lixões ou aterros controlados. Ana Paula lembrou que o Brasil tem 3 mil lixões em funcionamento, quando outros países já conseguiram resolver esse problema.

A presidente do Icima destacou a situação ruim dos catadores de materiais recicláveis no que se refere ao trabalho, além de famílias e crianças que trabalham e vivem nos lixões. “Sem dúvida, é uma realidade bem diferente e essa troca de experiências vai nos enriquecer bastante”. Os países participantes da conferência vão mostrar como resolveram o problema dos resíduos sólidos e da coleta seletiva.

“Vamos discutir também o novo marco legal do saneamento”, disse Ana Paula. “É uma rica oportunidade de troca de experiências”. Serão 35 mesas de debate com 140 conferencistas, envolvendo 17 países. Vinte e uma instituições participam como correalizadoras do evento.

Carta-compromisso

Ao final do encontro, será redigida carta-compromisso, alinhada com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10), que será encaminhada ao Pnud. No documento, as instituições se comprometem a avançar nesse tema nos próximos anos.

Será criado ainda o Observatório de Resíduos Sólidos, que vai acompanhar a realização dos compromissos assumidos durante o encontro. “Essa conferência é a união dos setores da sociedade que veem o agravamento do problema climático e a urgência de se debater a Agenda 2030 e os ODS. A ideia, segundo ela, é realizar novo encontro daqui a dois anos

Todos os resíduos sólidos gerados pelo evento terão destinação correta, bem como sistema de monitoramento e compensação para as emissões de carbono. A programação inclui ainda apresentações musicais, intervenções culturais em diferentes linguagens, mostra de cinema ambiental seguida de debate com os idealizadores dos filmes, atividades de educação ambiental, além de seminários e oficinas. 

A conferência segue todos os protocolos sanitários de controle e prevenção da Covid-19, com entradas monitoradas com medidor de temperatura, álcool em gel e tapetes sanitizantes, distanciamento mínimo nas áreas comuns e dentro dos auditórios, locais de alimentação preparados, além de testagem de funcionários e fornecedores nos dias de evento. Haverá exigência do uso de máscara, e os participantes terão de apresentar comprovante de vacinação. 

Um diagnóstico feito pelo programa Lixo Fora D’Água, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), mostrou que os resíduos plásticos correspondem a 48,5% dos materiais que vazam para o mar. Segundo o levantamento, os 15 itens mais encontrados nas análises representam 80,3% dos resíduos que vão parar na costa brasileira. 

Depois do plástico, a guimba (ou bituca) de cigarro e o isopor aparecem em segundo e terceiro lugares entre os itens mais encontrados. Os outros 19,7% abrangem artigos como roupas e apetrechos de pesca, entre outros. Todos fazem parte de uma amostra que soma 16.733 itens retirados da areia, da praia e de manguezais.

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O levantamento faz parte de um trabalho feito pela Abrelpe desde 2018 em 11 cidades da costa onde vivem 14 milhões de habitantes. O programa iniciou as ações de monitoramento, prevenção e combate ao lixo no mar e nos demais corpos hídricos na cidade de Santos (SP) e atualmente abrange os municípios de Balneário Camboriú (SC), Bertioga (SP), Fortaleza (CE), Ipojuca (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), Manaus (AM), Serra (ES) e municípios da Baía da Ilha Grande, no Rio de Janeiro. 

Metodologia

A metodologia desenvolvida no âmbito do projeto Lixo Fora D’Água também está presente no Caribe, sendo aplicada em cidades da Costa Rica, Colômbia e República Dominicana.

“Cerca de 22 milhões de toneladas de plásticos vazam para o meio ambiente a cada ano em todo o mundo, e em torno de cinco a 12 milhões de toneladas de resíduos plásticos têm os oceanos como destino. Cerca de 80% desse total são oriundos de atividades humanas desenvolvidas no continente, seja no litoral ou em regiões onde correm rios que desaguam em ambientes marinhos, sendo resultado de falhas que ocorrem nos sistemas de limpeza urbana e gestão de resíduos nas áreas urbanas das cidades”, disse o diretor presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho.

Segundo as estimativas da entidade, mais de dois milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos vão parar nos rios e mares todos os anos no Brasil. 

“Ressalta-se, porém, que esse total pode ser ainda maior já que as 30 milhões de toneladas de lixo que seguem para destinação inadequada, ou seja, lixões e aterros controlados, que ainda existem em todo o país, podem acarretar um acréscimo de três milhões de toneladas de lixo no mar a cada ano”, afirmou a Abrelpe.

Acrescentou que o programa também visa identificar as principais fontes de origem dos resíduos e estudar como as cidades podem aprimorar a gestão de resíduos sólidos em terra para prevenir a poluição marinha. 

Vazamento de lixo

Segundo um dos relatórios, as três principais fontes de vazamento de lixo no mar são as comunidades nas áreas de ocupação irregular, próximas aos cursos d’água, os canais de drenagem que atravessam a malha urbana e a própria orla da praia em sua faixa de areia.

“Os resultados do programa Lixo Fora D’água permitem afirmar que a melhor solução para o problema do lixo no mar reside justamente no aperfeiçoamento dos sistemas e infraestrutura de limpeza urbana nas cidades, que deve acontecer junto a programas permanentes de educação ambiental implementados em todas as camadas da população”, explicou o presidente da Abrelpe.

Entre os dias 16 e 18 de março, Recife vai reunir organizações internacionais, gestores públicos, acadêmicos representantes da sociedade na I Conferência Internacional de Resíduos Sólidos. O evento inédito será gratuito e aberto ao público, com programação presencial e em formato online. 

Cerca de 140 palestrantes de mais de 17 países e 21 instituições vão debater sobre os impactos do manejo inadequado do lixo como fonte de emissão de dióxido de carbono e sua contribuição para o efeito estufa.

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A entidades organizadoras apontam que o Brasil gera 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano e, conforme o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 40% do material é descartado em lixões e aterros.

A cerimônia de abertura será realizada no Armazém 14, às 9h, e vai contar com a presença do governador Paulo Câmara e do prefeito do Recife, João Campos.

pós a solenidade, bonecos gigantes vão desfilar no Recife Antigo com estandartes que representam os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. 

“Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU estabelecem metas a serem alcançadas até 2030 e essa data está muito próxima. Durante a CIRSOL, vamos avaliar os avanços no cumprimento dessas metas e definir algumas ações para os próximos anos. Um dos legados que pretendemos deixar é a criação do Observatório de Resíduos Sólidos, que ainda não existe no Brasil. A partir dessa construção, poderemos acompanhar as missões assumidas na carta compromisso que iremos assinar. Esta é a primeira edição deste evento, mas temos o objetivo de realizar um novo encontro daqui a dois anos e, dessa forma, estaremos atentos a esse processo de desenvolvimento”, apontou a idealizadora da CIRSOL e presidente do Instituto de Cooperação Internacional para o Meio Ambiente (ICIMA), Ana Paula Rodrigues.

Durante os três dias de evento, haverá 35 mesas de diálogos com especialistas nacionais e internacionais que vão abordar temas como: “O Papel da Política na Questão dos Resíduos e nas Mudanças Climáticas”; “O Desafio da Concentração Urbana e a Geração de Resíduos nas Grandes Cidades (Prefeitos)”; e “Transdisciplinaridade e inovação como ferramentas para a gestão sustentável de resíduos sólidos”.

Apresentações musicais, intervenções culturais em diferentes linguagens, mostra de cinema ambiental, atividades de educação ambiental, workshops e oficinas também serão oferecidos.

A CIRSOL ocorre das 9h às 19h, no Museu Cais do Sertão e no Armazém 10, com entradas monitoradas com medidor de temperatura, álcool em gel e tapetes sanitizantes, distanciamento mínimo nas áreas comuns e dentro dos auditórios, locais de alimentação preparados, além de testagem de funcionários e fornecedores nos dias de evento. Haverá exigência do uso de máscara e os participantes precisarão apresentar o comprovante de vacinação para acesso ao evento.

As inscrições são feitas no site www.cirsol.com.br/inscricao/.

Enquanto o setor de água e esgoto atravessa um período de expansão de investimentos graças ao novo marco legal do setor, uma outra face do saneamento brasileiro patina. Sancionada em 2020, a lei também buscou transformar o segmento de coleta, tratamento e destinação do lixo no Brasil, mas o interesse privado ainda é limitado. Mas a destinação incorreta dos resíduos é vista como um problema urgente, pois o País tem mais de 1,5 mil lixões.

A questão está no radar do governo federal, que planeja editar nos próximos meses um decreto para regulamentar as normas de resíduos sólidos do marco legal (veja mais na página B2). Um dos principais entraves é a resistência de municípios em criar tarifas para bancar as atividades relacionadas ao lixo. O temor de desgaste político é um motivo do atraso.

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O caso de São Paulo ilustra a situação. Após anunciar em 2021 um estudo sobre a "ecotaxa", como o encargo seria chamado, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) recuou e optou por prever o impacto da renúncia de receita em sua Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2022.

"O que precisamos alterar é a formação política dos prefeitos. Eles precisam compreender que o meio ambiente está sendo afetado de uma maneira extremamente forte. As últimas chuvas mostram o que está acontecendo", afirma Luiz Gonzaga, presidente executivo da Abetre, associação que reúne as empresas de tratamento de lixo no País.

A implantação da cobrança para os resíduos é imposta pela lei do saneamento, e deveria ter sido cumprida pelas prefeituras até julho do ano passado. Segundo o marco, caso as prefeituras não estipulem uma arrecadação, fica configurada renúncia de receita, exigindo que as gestões demonstrem meios de sustentar os serviços.

Não há número oficial de quantos municípios descumprem a regra, mas o setor acredita que boa parte das cidades continua irregular. Esse panorama deve ficar mais claro após a Agência Nacional de Águas (ANA) finalizar um levantamento com as prefeituras, no final do mês. Cerca de 1,1 mil municípios, ou seja 20% do total, já informaram a agência sobre a cobrança pelo manejo de resíduos sólidos, disse a Confederação Nacional de Municípios (CNM). Não é possível precisar quantas cidades apresentaram o instrumento de cobrança ou um cronograma de início, ressalta a entidade.

A Prefeitura de São Paulo informa que a não criação da taxa foi motivada pelos impactos que poderia causar no orçamento das famílias "em um momento em que os efeitos econômicos da pandemia da covid-19 ainda são sentidos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Belém completou mais um ano de fundação na quarta-feira (12); são 406 anos de muitas histórias e riquezas. Apesar da beleza da cidade das mangueiras, a capital paraense ainda sofre com o descarte inadequado do lixo pelas ruas.

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De acordo com dados recentes divulgados pela prefeitura, a cidade produz, em média, mil toneladas de lixo por dia e tem pelo menos 100 pontos críticos de descarte irregular de resíduos sólidos. O educador ambiental Paulo Pinho explica que isso ainda é um problema porque a gestão pública brasileira, como um todo, é muito precária, especialmente na área de saneamento, em que a questão do lixo está inserida.

O professor aponta que os brasileiros não têm acesso ao básico, e isso compromete todo o nosso processo de desenvolvimento. A solução, segundo ele, passa por enfrentar o desafio estrutural que vai desde o racismo até o acesso aos direitos básicos. “Resolvido esse problema maior, nós vamos enfrentar as políticas setoriais. Então, tudo começa com planejamento”, afirma.

Paulo Pinho acrescenta que, a partir de um bom plano de gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos, são necessárias boas equipes para gerir esses planos e equipes para fiscalizá-los. “A gente está falando de fortalecimento do quadro institucional do poder público municipal nas três esferas”, ressalta.

O educador afirma que a sociedade deve exigir dos seus representantes que a educação e o saneamento sejam prioridades por causa da estreita ligação com a saúde. Além disso, cada um deve fazer sua parte em relação ao lixo e segregar corretamente os resíduos. Para ele, a prefeitura deve envolver toda a população para que todo mundo faça sua. "Aqueles que precisem de informação, que tenham campanha de educação ambiental, mas também tenha punição depois de uma campanha de informação”, afirma.

Em entrevista ao LeiaJá Pará, o coordenador do grupo de trabalho de educação ambiental da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), Victor Ximenes, a prefeitura lançou o edital para a criação de estudos da elaboração da Parceria Público Privada visando recuperar o lixão do Aurá, limpeza urbana, coleta de resíduos sólidos e disposição final do lixo domiciliar.

Além disso, foi realizada a licitação para a construção de três ecopontos na Bernardo Sayão com José Bonifácio, São Joaquim e Estrada do Bagé. “Serão pontos de recebimento de pequenos volumes de recicláveis e de inertes. A provisão até o final do governo é de ter 10 [ecopontos]”, afirmou.

Existem três grandes desafios para manter a limpeza urbana: um novo hábito da população em relação ao manejo adequado de resíduos sólidos, segregar o que é reciclado, reaproveitado e destinado para o aterro sanitário; a instalação de novas empresas e tecnologias que permitam o reaproveitamento para reciclagem de quase todos os produtos que são descartados. e a responsabilidade socioambiental da iniciativa privada, sociedade civil e poder público.

De acordo com a Sesan, a prefeitura vai implementar o Projeto de Educação Ambiental e Coleta Seletiva em 210 escolas municipais, com a participação dos professores, estudantes e da comunidade. Órgãos públicos, por meio da Sesan e Secretaria Municipal de Administração (Semad), estarão realizando o mesmo projeto nos órgãos municipais.

Por Isabella Cordeiro.

 

Com tempo chuvoso e sem shows durante a queima de fogos em Copacabana, na zona sul do Rio, a Comlurb, empresa de limpeza urbana da Prefeitura, recolheu 320 toneladas de lixo nos pontos de réveillon pela cidade, menos da metade do coletado no réveillon anterior (762 toneladas). Especificamente em Copacabana, a empresa recolheu 167 toneladas de lixo.

A operação de limpeza foi concluída nesta manhã com a lavagem das pistas da Avenida Atlântica. De acordo com a Prefeitura, 4.372 garis participaram da operação, distribuídos nos dez pontos de queima de fogos. "Utilizamos a estratégia de colocação de grande quantidade de caixas metálicas de 1200l, que foram importantes para que os frequentadores fizessem o descarte correto dos resíduos", disse o presidente da Comlurb, Flávio Lopes.

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A companhia ressaltou que destacou 120 garis para atuar exclusivamente na coleta seletiva em Copacabana, com quatro tendas para recebimento de materiais potencialmente recicláveis. Essa coleta gerou 2,3 toneladas de lixo reciclável.

Outros 12 garis trabalharam exclusivamente nos postos médicos instalados pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio na orla de Copacabana.

O réveillon do Rio reuniu milhares de pessoas na orla de Copacabana, mas com um público menor às registradas em anos anteriores, tanto por conta da chuva que atingiu o bairro como pela ausência de atrações musicais, cancelados por conta da pandemia de covid-19.

Resíduos orgânicos como restos de alimentos crus ou preparados representam 50% dos resíduos urbanos no Brasil, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. Uma alternativa ao descarte em lixos que vem ganhando espaço é a compostagem, um método de transformação desses restos em adubos, que podem ser utilizados para diversas finalidades, da agricultura a hortas e plantas domésticas.

A compostagem não é apenas um método, mas está prevista como uma ação que deve ser promovida pelo poder público de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída por meio da Lei 12.305, de 2010.

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A compostagem pode ser feita em um imóvel privado rural ou urbano, em espaços institucionais - escola, restaurante, órgão público - ou em espaços coletivos, como ocorre em diversos municípios. Essas iniciativas ainda são minoritárias diante da prática comum de descarte no lixo, que sobrecarrega os aterros sanitários das cidades.

Há diferentes métodos para realizar a compostagem. Independentemente das formas, a prática só pode abarcar resíduos orgânicos, devendo outros tipos de embalagens ou produtos descartados receber diferentes destinos, como a reciclagem para o caso de metais, plásticos e vidros.

Entre os resíduos orgânicos que podem ser utilizados para a compostagem estão restos de verduras, legumes e frutas, aparas de madeira, palhas, folhas, esterco de animais e restos de comida, como carne, ossos e cascas de ovos. 

A engenheira florestal Jessica Pedreira recomenda que é melhor reunir restos de comidas cruas, evitando alimentos com gordura e cozidos.

Uma das formas de compostagem é a armação de uma pilha em um espaço ou o enterramento em uma vala. Jéssica Pedreira alerta que é preciso ficar atento e seguir passos para evitar problemas.

“Se a compostagem não estiver bem feita, ela pode atrair moscas, ratos. Precisa fazer bem organizada para que ela dê certo e não seja foco para insetos, animais e possíveis transmissores de doenças”, alerta.

Passo a passo

A pilha precisa de quatro elementos, do nitrogênio, oriundo dos restos de comida; do carbono, disponível nas serragens, palhas e galhos secos; da umidade da água e de ventilação no conjunto do composto.

A engenheira florestal Jessica Pedreira recomenda uma proporção de um para três entre nitrogênio e carbono, ou seja, para cada medida (um balde, por exemplo) de restos de alimentos são necessárias três medidas de palhas e galhos secos. Esse composto precisa ter uma quantidade de água que o deixe úmido, mas não encharcado.

A pilha (seja ela em uma estrutura de madeira ou metal acima do solo ou em uma vala) deve ser montada por camadas. Em seguida são inseridos galhos secos ou serragem. Jessica Pedreira alerta que é importante ter drenagem, para que a base não fique empoçada. Uma forma para evitar isso é colocar papelão no início das camadas.

A engenheira sugere ainda o uso de esterco como forma de ajudar a trazer micro-organismos. Depois, os restos orgânicos frescos e, em seguida, com uma camada de serragem. E assim vão sendo montadas diversas camadas.  

A pilha deve ter cerca de 1,5 metro. Essa combinação vai gerar um processo químico que é evidenciado pela geração de calor. Se o processo correr bem, a temperatura ficará quente o suficiente para dificultar o toque com a mão.

“A pilha de compostagem precisa eventualmente fazer um revolvimento, para manter o ar circulando. É preciso observar se a pilha não está muito seca ou muito molhada. Aí a pessoa atua para corrigir”, orienta Jessica Pedreira.

O processo leva de um mês a 45 dias, a depender da temperatura ambiente. Se o local for muito quente, ele poderá ser mais acelerado. Se for mais frio, poderá ser mais lento. O resultado esperado é uma terra preta, que é um adubo completo e rico em matéria orgânica, bom para uso no plantio.

A compostagem em pilha pode ser feita em uma fazenda, em uma casa ou até mesmo em um apartamento. A disponibilidade de espaço é um fator importante. Mas Jessica Pedreira diz que é possível realizar dentro de pequenos imóveis.

É possível fazer composteiras em garrafas de plástico pet, em baldes ou em vasos, com diferentes métodos. Na internet, é possível encontrar tutoriais de instituições públicas de pesquisa e extensão rural com a demonstração de como proceder nesses casos. No site do Parque de Ciência e Tecnologia (CienTec) da Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, há quatro tutoriais de como fazer composteira.

Uma outra modalidade de compostagem é a chamada vermicompostagem, realizada com a ajuda de minhocas. Segundo cartilha do Ministério do Meio Ambiente, o mais indicado é realizar esse procedimento em locais fechados, como caixas de plástico, para evitar a fuga das minhocas.

As minhocas devem ser escolhidas entre aquelas que se alimentam de resíduos frescos. Assim como no caso da pilha, é preciso tomar cuidado com a proporção dos elementos para garantir o êxito do processo e evitar que as minhocas morram ou fujam.

No bairro Cocó, área nobre de Fortaleza, Ceará, um grupo de pessoas procura alimentos dentro de um caminhão de lixo que foram jogados fora por um supermercado da localidade. 

A procura pela comida foi filmada por um motorista de aplicativo identificado como André Queiroz, que compartilhou a gravação neste domingo (17). Ele revelou ao G1 que cenas como esta são comuns na região.

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"Muito triste. Existem cenas como essa sempre naquela região. Sempre vejo, mas não como essa daí. Por isso resolvi filmar. É bem impactante", revelou.

Um funcionário do supermercado, que não quis se identificar, contou ao site que a cena acontece todas as semanas. Faz pena ver essas pessoas nessa situação humilhante. São idosos e até crianças, algumas vezes. As crianças chegam a entrar no caminhão. Os próprios lixeiros ficam sensibilizados. Alguns chegam até ajudar", disse.

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Na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado estadual Aluísio Lessa (PSB) apresentou um requerimento de "voto de repúdio" contra o ex-prefeito de Ferreiros, Bruno Japhet (MDB), por ter - segundo Lessa - jogado no lixo a estátua do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes. 

O deputado pessebista aponta que um grupo de trabalhadores rurais foram os responsáveis por encontrar, em um matagal, a imagem de Arraes. "O ex-prefeito não respeitou a história de Arraes em Ferreiros, pois foi ele quem criou a cidade, que era distrito de Itambé, chamado Carrapateiras, em 1963", revela Aluísio. 

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Lessa diz acreditar que a estátua de Miguel foi jogada fora como uma tentativa do ex-prefeito de Ferreiros vingar a sua derrota para José Roberto (PSB), que elegeu-se prefeito da cidade no ano passado. 

Segundo o Jornal do Commercio, o deputado quer que o governador Paulo Câmara (PSB), a ministra do Tribunal de Contas da União e filha de Arraes, Ana Arraes e os outros familiares do ex-governador tomem conhecimento sobre a nota de repúdio apresentada por ele.

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Ponto de lazer na Zona Oeste do Recife, a Praça Heróis da Restauração, no bairro de Areias, pode ser um risco de dengue aos frequentadores. Movimentada por famílias que aproveitam a Academia da Cidade e a quadra de esportes, o centro do espaço é demarcado por um laguinho acumulado por lixo e peixes mortos.

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Localizada na Rua Ipojuca, populares reclamam da falta de limpeza da Praça, especialmente diante da água parada com indício de contaminação. Eles alertam para o risco de contrair dengue e outras arboviroses como zika e chikungunya, e cobram a limpeza do dispositivo.

Questionada sobre o prazo para iniciar o serviço no espaço, a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) informou que o local vai receber uma equipe de vistoria nesta semana. Sem confirmar data, a empresa acrescentou que "ações adequadas" serão programadas após a análise dos profissionais.

Confira a nota na íntegra:

“A Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) informa que irá mandar uma equipe ao local até a próxima semana para realizar uma vistoria e programar as ações adequadas”.

A Receita Federal apreendeu cerca de 20 toneladas de lixo hospitalar em um contêiner no Porto de Suape, em Ipojuca, Litoral Sul de Pernambuco. A carga é de uma empresa de Portugal e saiu do Porto de Barcelona, na Espanha. 

Segundo a Receita Federal, havia no contêiner mangueiras, bolsas para sangue e outros objetos. A carga foi declarada como "mangueirinha de PVC". O importador alegou que o material nunca havia sido usado e que seria reciclado em sua empresa.

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Nesta sexta-feira (9), após ser acionada pela Receita Federal, a Anvisa vistoriou as mercadorias e confirmou se tratar de resíduo sólido hospitalar. 

O auditor-fiscal Carlos Eduardo da Costa Oliveira, delegado da Alfândega do Recife, lembrou que houve um caso semelhante em 2011, quando um importador recebeu alguns contêineres com lençóis hospitalares usados. "O caso atual chama a atenção pois estamos no meio de uma pandemia e o material pode ter sido utilizado, inclusive, em pacientes", disse o delegado. 

Para a coordenadora da Anvisa no Estado de Pernambuco, Thaís Ferreira,  mesmo que não tenham sido utilizados, os resíduos sólidos hospitalares estão contra as normas de saúde pública por terem sido declarados como outro produto. Os nomes das pessoas e empresas envolvidas não foram divulgados devido ao sigilo fiscal.

Hong Kong pode jogar no lixo milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 porque o prazo de validade se aproxima do fim e poucas pessoas fizeram o cadastro para receber os fármacos, sinal da desconfiança da população, advertiu uma autoridade local.

A ex-colônia britânica é um dos poucos lugares do mundo que conseguiu assegurar doses suficientes para inocular sua população de 7,5 milhões de habitantes, mas a desconfiança no governo, combinada com a desinformação nas redes sociais e os reduzidos casos de contágio, provocaram um reduzido nível de vacinação.

Nesta terça-feira, um integrante da comissão do governo para as vacinas advertiu que os cidadãos de Hong Kong "têm uma janela de apenas três meses" antes do vencimento do primeiro lote de vacinas da Pfizer-BioNTech.

"Estas vacinas têm data de vencimento", advertiu Thomas Tsang, ex-diretor do Centro de Proteção da Saúde.

"Não podem ser usadas depois da data de vencimento e os centros comunitários de vacinação da BioNTech deixarão de operar em setembro, como estava previsto", completou.

Apenas 19% da população da cidade recebeu uma dose de alguma vacina, enquanto 14% receberam as duas doses.

Inclusive entre os profissionais da saúde há dúvidas sobre as vacinas. A Autoridade de Hospitais da cidade informou este mês que apenas um terço de seus funcionários foram imunizados.

Hong Kong recebeu 3,26 milhões de doses de vacinas da Pfizer-BioNTech, mas apenas 1,23 milhão foram aplicadas.

As demais devem permanecer armazenadas a temperaturas muito reduzidas e têm prazo de validade de seis meses.

A advertência das autoridades de Hong Kong acontece no momento em que países com menos recursos buscam vacinas para combater ondas de contágio de covid-19.

A baiana Elisvânia Silva, moradora de Feira de Santana (BA), cidade localizada a 116 km de Salvador, decidiu homenagear o marido, Luiz Alberto, que é motorista da coleta de lixo, através de um ensaio fotográfico temático. Ela não imaginava, contudo, que a ideia faria tanto sucesso. 

Dois dias antes de se casarem, no dia 27 de abril deste ano, o casal posou para fotos tendo o caminhão de coleta de lixo como parte do cenário. Durante o ensaio, Elisvânia usava o tradicional vestido branco, enquanto Luiz se dividia entre dois figurinos: o tradicional terno do noivo e o uniforme que usa todos os dias, na coleta do lixo de Feira de Santana. 

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Ao G1, Luiz, que atua na profissão há mais de dez anos, afirmou ter gostado da inovação proposta pela esposa. "Ela falou da gente tirar as fotos no fundo do caminhão [da coleta de lixo]. Eu pedi ao coordenador da empresa e ele deu ok", comentou. 

De acordo com Elisvânia, a ideia surgiu quando ela estava em busca de inspirações para fazer os registros fotográficos. "Eu nunca tinha visto nada parecido. Até o próprio fotógrafo falou que o resultado ficou muito bom", disse. Ainda de acordo com ela, as fotos inusitadas tiveram repercussão positiva entre os amigos e a família.

O prefeito da cidade de Cipó-BA, José Marques dos Reis, conhecido como Marquinhos do Itapicuru (PDT), usou uma estratégia inusitada para educar a população a fazer o descarte do lixo de forma correta. O gestor determinou que um caminhão despejasse lixo e entulho em frente às casas de pessoas que estariam sujando a cidade. O momento foi filmado e divulgado pelo próprio prefeito.

"Nós só estamos fazendo isso para que sirva de exemplo para as demais pessoas. Nós queremos uma cidade limpa", diz o prefeito no vídeo, que critica os moradores que deixam lixo na frente de suas casas fora dos horários e dias de coleta. "Eu venho pedindo, conclamando a sociedade, para ajudar a limpar a cidade. A gente limpa, tem algumas pessoas que vão na frente do comércio e botam lixo. Eu avisei: quem quiser a cidade limpa, vai ser limpa, mas aquele que quiser lixo na frente da sua casa vai ter lixo. Tá vendo aí?", continua o gestor, apontando para os entulhos deixados por um caminhão.

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Marquinhos do Itapicuru afirma ainda na gravação que o material será retirado posteriormente pela prefeitura. "Eu mandei fazer isso, depois vou mandar tirar. Mas será um exemplo para que as pessoas colaborem. A rua tem que estar limpa. Nós não somos donos da rua, então precisa haver essa compreensão de todos."

Em outro momento, o gestor disse que o município tem gastado muito com a limpeza pública. "Eu não posso pegar o lixo da minha casa e colocar a hora que eu quiser na rua, porque isso causa danos, traz doenças. Esse lixo quando o cachorro rasga é espalhado, quando choe cai nos bueiros", alertou.

Neste sábado (22), o prefeito postou nas redes sociais um vídeo com imagens das ruas da cidade. "Sabadou com a cidade limpa", ele escreveu.

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O lixo doméstico e hospitalar que atingiu as praias do Rio Grande do Norte e da Paraíba nos últimos dias pode ter sido levado para o mar pelas inundações que atingiram a área urbana de Recife, a capital de Pernambuco, na segunda semana de abril. De acordo com o presidente da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma), Welison Silva, que é também secretário do Meio Ambiente de João Pessoa, materiais com identificação de procedência no lixo, como uma mochila escolar, santinhos de um candidato a vereador e restos de correspondência com endereço de Recife, reforçam a hipótese.

Entre os dias 9 e 14, a capital pernambucana registrou chuva acumulada de 343 milímetros de chuva, mais que a média prevista para o mês, de 326 mm, segundo a Agência Pernambucana de Água e Clima. Foi o maior índice de chuvas do Estado, e a cidade sofreu fortes inundações. Houve alagamentos e queda de barreiras em toda a região metropolitana. No bairro Cohab, na zona sul da capital, um homem foi levado pela correnteza - o corpo foi encontrado no último domingo, 25.

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Conforme Silva, não houve outro evento que possa explicar a chegada de aproximadamente 40 toneladas de lixo nas praias do litoral. "Fizemos inspeções aéreas e marítimas, incluindo a foz de rios, e nada foi encontrado que pudesse indicar a origem dos resíduos em território paraibano", disse. Ele acredita que os alagamentos podem ter carregado lixo urbano da região metropolitana de Recife para o mar e as correntes marítimas teriam levado o material flutuante para pontos mais distantes da costa. As marés e as ondas empurraram o lixo para as praias.

O material recolhido inclui objetos de uso pessoal e doméstico, como chupetas, fraldas, chinelos, vasilhas e garrafas plásticas, além de lixo hospitalar, incluindo seringas descartadas, tubos para coleta de sangue e embalagens de medicamentos. Os resíduos foram recolhidos nas praias do Bessa, Manaíra e Tambaú, em João Pessoa, e nas orlas de Lucena, Conde e Cabedelo. Também foi encontrado lixo nas praias do Rio Grande do Norte, próximas da divisa entre os dois Estados. Praias badaladas de Tibau do Sul, como a da Pipa, ficaram cobertas por resíduos.

Conforme o secretário, já houve contato com órgãos ambientais e da prefeitura de Recife para análise conjunta das amostras colhidas nas praias. Praticamente todo o lixo já foi recolhido por equipes das prefeituras e voluntários. Relatórios sobre a poluição serão encaminhados aos ministérios públicos estadual e federal.

A Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) da Paraíba informou que técnicos vistoriaram as praias e trabalham para identificar a origem dos resíduos. Segundo a agência ambiental, em relação aos banhistas, a balneabilidade das praias não foi afetada. Conforme a Superintendência do Ibama no Estado, o instituto pediu relatórios aos municípios sobre as ocorrências.

A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco informou que está em contato com os órgãos ambientais do Rio Grande do Norte e da Paraíba para auxiliar na identificação da origem do lixo. A pasta pediu amostras do material recolhido nas praias para análise.

Sobre as chuvas em Recife, a Secretaria de Infraestrutura da capital informou que, desde o início do ano, investiu mais de R$ 90 milhões em ações para prevenção e monitoramento das áreas de risco, além de limpeza de canais e eliminação de pontos de alagamento. No total, foram retiradas 3,7 mil toneladas de resíduos de 50 canais e 168 vias públicas, galerias e canaletas para prevenir enchentes.

Um morador do Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, foi condenado a pagar R$ 4 mil por danos morais após mostra a bunda em público para uma vizinha. Ele discutia com a mulher por conta de do descarte de lixo e chegou a quebrar o cano da calha da casa dela.

A juíza Patrícia Nolli entendeu que ele extrapolou qualquer limite e senso de respeito pela vizinhança.

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"Seria realmente difícil justificar o repudiável ato de despir-se à vista de todos. Tal situação não pode ser rebaixada à condição de mero dissabor cotidiano, uma vez que a ninguém é dado o direito de desrespeitar as mais comezinhas regras de vida em comunidade, notoriamente aquela de que a nudez de um indivíduo deve ser resguardada a quem tem interesse - ou necessidade - de vê-la", citou em parta da decisão.

A confusão ocorreu em 2017, mas a ação só foi ajuizada em setembro do ano passado e julgada na terça (20). Ele foi condenado a pagar os valores atualizados, juros e correção monetária de R$ 2 mil para a mãe e o filho, que foram surpreendidos com sua atitude.

Apesar da condenado dentro da sua realidade financeira, ainda cabe recurso para que a determinação judicial possa ser novamente avaliada pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

Uma trabalhadora doméstica jogou R$ 10 mil em dinheiro vivo no lixo, sem querer, no Recife. A quantia havia sido deixada pela patroa- a quem pertencia- dentro de um pacote, em cima de um móvel. A funcionária pensou que o objeto não possuía valor, por isso decidiu descartá-lo junto com os demais resíduos da casa.

De acordo com o jornal Folha de Pernambuco, o dinheiro foi encontrado depois de três horas de buscas promovidas pelos coletores, que foram informados do engano. Os caminhões de transporte de lixo do Recife contam com rastreamento via GPS, através do qual foi possível traçar o percurso das cédulas.

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“Quando a senhora sentiu falta do dinheiro, ligou para a Emlurb e falou com a secretária do diretor. Eu estava passando na hora e disse: ‘vamos ajudar’. Fomos à sala de controle operacional para localizar o carro”, disse o gerente-geral de Fiscalização e Limpeza da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), Avelino Pontes, à Folha.

Segundo a reportagem, as cédulas estavam enroladas em um saco plástico preto. A dona da quantia informou que o dinheiro será utilizado para pagar um prestador de serviço.

A cidade de São Paulo teve 2,8 mil toneladas de lixo retirados das ruas em 2020. É o que mostra um levantamento da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb). Segundo a prefeitura, os números da autarquia são resultados das ações de revitalização em locais que a administração pública nomeia como pontos viciados de descarte de resíduos.

De acordo com a prefeitura, o saldo de 2020 representa uma queda de 50% no número recolhido no ano anterior. A iniciativa de revitalização nos locais em que se depositava lixo e entulho de maneira habitual é o projeto Revitaliza SP. Na ação, os agentes da Amlurb atuam em programas de conscientização ambiental durante a semana e convidam a população dos bairros a participarem das atividades de zeladoria, que ocorrem aos sábados. Nos pontos viciados, a comunidade pode contribuir com os funcionários para a retirada de resíduos, pintura nos muros e guias, além da criação de pequenos jardins montados em pneus reutilizados.

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Além de poderem atuar na manutenção dos locais antes conhecidos pela sujeira, moradores das regiões visitadas pelo Revitaliza SP passam a ser aliados da fiscalização para conservarem os lugares limpos. Após o trabalho de limpeza, a população é informada das próximas campanhas, como a Operação Cata-Bagulho e Coleta Domiciliar, junto ao comunicado dos endereços do Ecoponto (descarte correto de lixo) mais próximos.

Segundo a prefeitura, o descarte de resíduos diversos (abaixo de 50 kg) em área pública pode acarretar em multa no valor de R$ 855. Já para flagrantes de depósito irregular de lixo acima de 50 kg, a multa pode ser de R$ 16.693,28 (Lei de Limpeza Urbana nº 13.478/02, artigos 160 e 161). O infrator também pode ser enquadrado em crime ambiental.

Segundo a administração pública, o empenho dos agentes da Amlurb em ação conjunta com a população de São Paulo foi responsável pela revitalização de mais de 930 locais durante o ano de 2020.

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Ao andar pelas ruas de Belém não é incomum encontrar lixo descartado de forma inadequada. Eles podem variar desde papéis até sofás e eletrodomésticos danificados, os quais entopem bueiros e canais, causando prejuízos para a população. Segundo dados do Panorama 2020 feito pela Associação Brasileira de Empresas de Limpezas Públicas e Resíduos Especiais (Abrelpe), a geração per capita (kg/hab/ano) de resíduos sólidos na região Norte saltou de 286,9 kg, em 2010, para 322,7 kg por habitante, em 2019. E conforme matéria do jornal O Liberal, em agosto de 2020, a Secretaria de Saneamento Municipal (Sesan) afirmou que são retiradas, por mês, cerca de 200 toneladas de resíduos sólidos nos canais da capital paraense.

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O prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) tem como uma das prioridades resolver a questão do lixo em Belém. Em entrevista ao G1 Pará, na época ainda candidato, Edmilson Rodrigues apresentou como propostas para destinação do lixo a criação de aterro sanitário com técnicas modernas, através de diálogos com os municípios e o Governo do Estado, bem como estimular a coleta seletiva e fortalecer as cooperativas para geração de renda e proteção do meio ambiente.

Para viabilizar a coleta seletiva, a engenheira sanitarista Miroslawa Luczynski, professora dos cursos de engenharia da faculdade UNINASSAU Belém, acredita que o primeiro passo é explicar à população o que é a coleta seletiva, assim conscientizando sobre a sua importância. A professora Miroslawa também chama atenção para a necessidade de informar através de projetos e ações, dar estrutura adequada às cooperativas e incentivar novas. Também aumentar os Pontos de Entrega Voluntária (PEV) e realização de parcerias com empresas e/ou órgãos que queiram participar como PEV.

“Sempre mostrando à população os resultados e informando, pois não adianta só falar em implantação ou dizer que existe PEV se não se explica o que é de fato. Não se pode alcançar resultados começando pelo final, ou seja, apresentar o produto e só depois dizer para que serve. A população precisa ser informada de todo o processo, pois só assim poderá entender, participar e colaborar”, reforça a engenheira.

Miroslawa Luczynski explica que o termo “periferia” significa o contorno, os arredores, locais afastados dos grandes centros e lembra que, devido ao crescimento desordenado da cidade, a periferia e o centro misturaram-se. Nas áreas periféricas, ela conta que o problema do lixo está além do serviço de coleta regular, passa pela necessidade de informar, de conscientizar a população sobre a importância do descarte adequado dos resíduos sólidos. “Volta-se à questão da informação: a população (principalmente destes locais) tem que ter consciência de que eles já não são 'periferia' e sim parte de um todo e fazer a sua parte, pois a realidade que se vê quando se passa por esses locais é lixo na rua. E a realidade é que a população não quer o lixo dentro de casa. Vai muito além de se ter uma coleta regular ou não”, afirma.

O descarte inadequado do lixo pode causar diversos prejuízos tanto para o meio ambiente quanto para a população em termos de saúde. A engenheira dá destaque para a formação de lixões ao redor de onde os resíduos são jogados, e a poluição dos canais e rios que prejudica a sobrevivência da fauna e da flora. Ela explica que muitas vezes as pessoas não percebem que estão poluindo os rios com ações que parecem inofensivas. “Sabe aquela garrafa plástica ou latinha de refrigerante jogada na rua? Pois é, ela pode entupir bocas de lobo, chegar aos canais e rios, ou seja, a população é responsável pelo lixo que descarta de forma inadequada sim”, afirma.

Miroslawa Luczynski esclarece que descartar o lixo incorretamente pode entupir as galerias pluviais, acarretando grandes problemas de saneamento, infraestrutura, enchentes e saúde pública, pois ao alcançar os canais e rios esses resíduos causam ainda mais transtornos. Ela afirma que outro problema é a proliferação de insetos vetores de doenças como o Aedes aegypti, que causa a dengue, a Zica e a Chikungunya. “Isso ocorre devido ao acúmulo de água parada no lixo, formando o criadouro ideal para esse mosquito, acarretando um problema diretamente ligado à saúde pública”, diz a engenheira.

Miroslawa Luczynski esclarece que a educação é um processo, por meio do qual o indivíduo e a coletividade possam construir valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e até competências voltadas para a conservação do meio ambiente, uso comum do povo, qualidade de vida e sustentabilidade. Mas ela ressalta que é necessário discutir primeiro sobre conscientização ambiental. “Antes de falar em educação ambiental deve– se falar primeiro em conscientização ambiental, principalmente aqui em Belém, onde a população precisa entender que a participação dela é essencial para o processo dar certo. Porém é preciso que a mesma tenha os subsídios necessários para isso”, diz.

A engenheira sanitarista destaca a importância de ações que visem pontos como: não geração – redução – reutilização – reciclagem – tratamento e disposição final. Estes são indicados na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305/2010, que organiza como o país deve lidar com o lixo, exigindo transparência dos setores públicos e privados para administração dos resíduos. Essa mesma lei também prevê a necessidade de substituir os lixões a céu aberto por aterros sanitários como forma de proteger o meio ambiente.

A engenheira explica que Belém é uma cidade rodeada por rios e que alguns bairros foram aterrados, surgindo a necessidade dos canais. Porém o crescimento da população não foi acompanhado pela infraestrutura necessária e hoje a cidade está “inchada”, principalmente no centro. Em relação às pessoas que moram ao redor desses canais, Miroslawa afirma que mudar a realidade seria promover condições salubres a elas. Ao fazer o planejamento de macrodrenagem, melhoraria a qualidade de vida, acesso à água, coleta de esgoto, de resíduos sólidos e drenagem.

“Porém mais uma vez a população precisa se conscientizar de que ela também é responsável pelo local onde mora e pelos benefícios que ali são realizados”, acrescenta.

Em entrevista para o jornal “Bom Dia Pará”, da TV Liberal, o prefeito Edmilson anunciou um novo projeto que visa à abertura de uma nova avenida, em Belém, paralela ao canal São Joaquim. Quanto a isso, Miroslawa Luczynski diz que é possível abrir avenidas em qualquer lugar contanto que haja necessidade, planejamento, projetos adequados e a população seja informada antes para que tenha consciência colaborativa, participação e principalmente responsabilidade. “De nada vai adiantar abrir uma avenida se a população não for conscientizada do porquê. Irá cair nos mesmos erros que culturalmente há anos vem acontecendo em nossa região/cidade: começa pelo final, ou seja, se entrega a obra e só depois se 'pensa' em informar a população, chamando isso de 'educação ambiental'”, analisa a engenheira.

Miroslawa Luczynski cita os fatores que contribuem para o problema do lixo em Belém. Um dos principais é a falta de informação, associada à ausência de planejamento e ações com as comunidades. Também salienta que o aterro sanitário não resolve essa questão sozinho. “A população tem que participar fazendo a parte dela através da conscientização que tem que ser feita pelo poder público (gestão) através deações que faça com que a população possa ter os subsídios necessários para colaborar”, enfatiza.

Por Carolina Albuquerque e Isabella Cordeiro.

 

 

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) proibiu, nesta sexta-feira (18), o uso e comercialização de material plástico ou similares nas unidades acadêmicas e administrativas da instituição. A resolução do Conselho de Administração foi aceita por unanimidade e entra em vigor a partir do próximo ano. 

Com a decisão, fica proibida a aquisição, a entrada, a comercialização e o uso, nas dependências da UFPE, de produtos descartáveis como garrafas plásticas de bebidas com capacidade inferior a 500 ml, canudos, copos, pratos e talheres plásticos descartáveis, sacolas plásticas, embalagens e recipientes descartáveis de isopor, entre outros similares. A restrição se aplica a todas as unidades, estabelecimentos e atividades comerciais, incluindo restaurantes, quiosques, lanchonetes, reprografias e outros que funcionem na instituição. 

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As novas regras não se aplicam às embalagens originais das mercadorias; às caixas de poliestireno expandido (EPS) e ao poliestireno extrusado (XPS) (isopor), utilizadas para transporte e acondicionamento de alimentos, bebidas e demais produtos e que, embora de material não biodegradável, não são usadas como descartáveis; ao filme plástico e papel acoplado plastificado utilizado nos estabelecimentos comerciais exclusivamente em atendimento às normas sanitárias nacionais, estaduais e distritais; aos materiais descartáveis derivados de plástico utilizados no atendimento médico e assistencial no Hospital das Clínicas, tais como seringas, tubos e recipientes de coleta de material biológico e afins; aos sacos plásticos específicos para descarte de resíduos oriundos de serviços de saúde e de resíduos sólidos urbanos, necessários à coleta seletiva; e aos materiais utilizados exclusivamente em atividades de ensino, pesquisa, extensão ou inovação. Apesar da possibilidade de uso dos recipientes mencionados, o estabelecimento ou usuário ainda terá a obrigação de separar e dar a destinação adequada a todos os produtos plásticos.

Fica vedada a aquisição dos produtos no âmbito da UFPE por meio de licitações e contratos. O prazo para adequação de todos os editais de licitação e os contratos administrativos decorrentes deles será de 180 dias, a contar da vigência da resolução, que começa no dia 4 de janeiro. Para outros casos, o prazo é de 270 dias.

O texto da resolução também definiu as ações de fiscalização, que serão feitas pela Diretoria de Gestão Ambiental da Superintendência de Infraestrutura (Sinfra), pela Diretoria de Licitações e Contratos da Pró-Reitoria de Gestão Administrativa (Progest) e pela Superintendência de Segurança Institucional (SSI), com aplicação de sanções aos infratores. 

De acordo com o vice-reitor da Universidade, Moacyr Araújo, é preciso repensar hábitos e formas de uso de produtos poluentes que fazem parte do nosso cotidiano. “A educação, essa nova forma de trabalhar, traz também consigo a ideia de rever se aquilo que nós estamos jogando fora é efetivamente descartável ou pode ser reaproveitado. Então, essa forma também de pensar na reutilização é fundamental”, disse ele. 

Já o reitor, Alfredo Gomes, afirmou que “essa resolução agrega uma perspectiva de uma economia limpa, de uma formação ampla”, dentro de um plano maior de sustentabilidade no entorno e dentro da UFPE. Segundo a Universidade, está em curso no campus Recife um ordenamento de barracas e capacitação dos comerciantes/ambulantes quanto à higiene, ao uso de materiais e seu descarte, em parceria com a Prefeitura, incluindo também ações para melhoria das calçadas e da mobilidade na área. 

*Com informações da UFPE

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