Tópicos | Pequim

A China anunciou, nesta quarta-feira (2), que os voos internacionais para Pequim vão aumentar, graças a uma notável melhora da situação de saúde.

O gigante asiático, onde o novo coronavírus estourou no final de 2019, fechou suas fronteiras no final de março, quando a pandemia se espalhou por vários países.

O governo chinês então limitou as conexões aéreas internacionais a uma por semana por país. Na prática e com poucas exceções, apenas cidadãos chineses podiam entrar no país.

A medida começou a ficar mais flexível nas últimas semanas, mas voos internacionais diretos para a capital ainda não foram autorizados.

As companhias aéreas tiveram de pousar em outra cidade, onde os passageiros passaram por um teste de diagnóstico e esperaram em isolamento por duas semanas.

"A partir de 3 de setembro, os voos comerciais internacionais para Pequim (...) serão retomados progressivamente", disse a Administração de Aviação Civil chinesa em um comunicado.

A medida será aplicada, primeiramente, a oito países que representam, conforme as autoridades chinesas, um risco moderado: Tailândia, Camboja, Paquistão, Grécia, Dinamarca, Áustria, Suécia e Canadá.

Antes de embarcar para Pequim, os passageiros terão de apresentar um teste de diagnóstico e também deverão permanecer isolados por vários dias após a chegada à China.

A China praticamente erradicou a pandemia de seu território. Nesta quarta, o país anunciou oito casos positivos, todos procedentes do exterior. O país não registra mortes por covid-19 desde meados de maio, de acordo com dados oficiais.

O ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, exigiu nesta quinta-feira que os Estados Unidos parem com suas "palavras e ações erradas" durante uma conversa por telefone com seu colega americano, Mark Esper, informou a agência de notícias Xinhua.

Essa é uma das poucas conversas diretas nos últimos meses entre altos funcionários de ambos os países.

Pequim e Washington estreitaram relações em várias questões, incluindo a próxima visita histórica a Taiwan por um ministro dos EUA.

Os Estados Unidos enviarão o secretário de Saúde Alex Azar a Taipei, que chefiará a delegação de mais alto nível desde 1979, quando os americanos cortarem relações diplomáticas com a ilha para reconhecer a República Popular da China.

Esta visita é considerada uma provocação pelo governo comunista, que considera Taiwan como parte de seu território e se opõe a qualquer relação oficial entre as autoridades da ilha e países estrangeiros.

As tensões bilaterais também foram alimentadas pelo Mar da China Meridional. Pequim justifica quase inteiramente as ilhas desta vasta zona marítima.

Os Estados Unidos consideram essas reivindicações excessivas em relação aos outros vizinhos (Vietnã, Filipinas, Malásia, Brunei) e frequentemente enviam navios ou porta-aviões para a região, em nome da "liberdade de navegação".

"Wei Fenghe exigiu que os Estados Unidos encerrem suas palavras e ações erradas", informou a agência Xinhua.

O ministro também pediu a Washington "que fortaleça sua gestão de riscos no mar, evite tomar iniciativas perigosas que possam levar à escalada e manter a paz e a estabilidade regionais".

Na quinta-feira, Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, prometeu durante uma entrevista coletiva "fortes represálias" pela visita do ministro dos EUA a Taiwan.

Essa disputa se soma à longa lista de questões que mantêm a China e os Estados Unidos em desacordo, como o gerenciamento da pandemia de COVID-19, a Huawei, o tratamento dos muçulmanos uigures, o aplicativo TikTok ou a recente lei sobre segurança nacional em Hong Kong.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, reúne-se nesta terça-feira (21), em Londres, com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, cuja relação com a China foi tensionou recentemente por suas críticas à intervenção de Pequim em Hong Kong e por decidir abrir mão da Huawei para sua rede 5G.

Nos últimos meses, Londres tem aproximado suas posições às de Washington, dando um giro de 180º a respeito da gigante chinesa de telecomunicações Huawei.

"Estamos felizes", disse Pompeo à imprensa na semana passada, elogiando a decisão de Boris Johnson. Já Pequim acusou Londres de ter-se deixado "enganar" pelos americanos.

Parece distante agora a idade de ouro prometida pelo então ministro das Finanças britânico George Osborne para as relações China-Reino Unido, durante uma visita a Pequim em 2015.

Londres causou um enorme mal-estar na China, ao oferecer acesso facilitado à nacionalidade britânica a quase 3 milhões de residentes de Hong Kong, em resposta à lei de segurança nacional imposta no mês passado por Pequim a esta ex-colônia britânica.

Os britânicos foram além. Ontem, suspenderam o tratado de extradição com Hong Kong e estenderam a seu território o embargo sobre as armas - que já é aplicado à China continental -, considerando que Pequim está violando os termos do tratado assinado com Londres em 1997, por ocasião da retrocessão de Hong Kong.

- Ingerência russa na campanha do Brexit

Washington, por sua vez, eliminou o status comercial preferencial de que a ex-colônia gozava em função de sua autonomia; restringiu vistos para autoridades chinesas acusadas de "questionar" a autonomia do território e interrompeu a venda de equipamentos de defesa sensíveis para Hong Kong.

Além de Johnson, Pompeo também se reunirá com o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab; com o ex-governador de Hong Kong Chris Paatten; e com Nathan Law, um importante ativista do movimento de reformas pró-democracia de Hong Kong, que atualmente reside em Londres.

O governo britânico afirma que excluiu a Huawei, depois que os Estados Unidos impuseram sanções contra a gigante chinesa em maio para cortar o acesso da Huawei a semicondutores fabricados com componentes americanos.

Para o secretário Pompeo, o verdadeiro motivo é outro: "Eu realmente acredito que eles fizeram isso, porque sua equipe de segurança chegou à mesma conclusão que nós".

"As informações que passam por essas redes de origem chinesa certamente acabarão nas mãos do Partido Comunista Chinês", completa.

A Huawei rejeita categoricamente essas acusações.

É algo histórico para a China. O gigante asiático está se preparando para lançar sua primeira missão a Marte este mês, usando uma sonda e um pequeno robô teleguiado.

O lançamento acontecerá entre 20 a 25 de julho na Ilha Hainan (sul).

##RECOMENDA##

Outros países, como os Estados Unidos ou os Emirados Árabes Unidos, aproveitam a situação atual, em que há uma distância reduzida entre a Terra e o planeta vermelho, para lançar suas próprias sondas.

Aqui estão cinco coisas para saber sobre a missão chinesa e as ambições espaciais de Pequim.

- "Questões no céu" -

A China quer colocar sua sonda na órbita marciana, que pouse em Marte, e depois ativar um pequeno robô teleguiado para a realização de análises.

A missão é chamada "Tianwen-1" ("Questões no céu-1"), em homenagem a um antigo poema chinês sobre astronomia.

A sonda precisará de vários meses para concluir a trajetória entre a Terra e Marte, que embora varie, tem ao menos 55 milhões de quilômetros, o equivalente a 1.400 voltas ao redor do mundo.

De acordo com um encarregado do programa espacial, citado pela TV nacional, teria que chegar ao nível do planeta vermelho por volta de fevereiro de 2021.

- Voo solo -

Em 2011, a China já tinha tentado enviar uma pequena sonda para Marte em uma missão conjunta com a Rússia.

No entanto, a tentativa falhou porque o lançador russo não conseguiu se colocar em órbita de trânsito rumo ao planeta vermelho.

Todo o material caiu na Terra e parcialmente se desintegrou na atmosfera.

Após esse revés, a China decidiu continuar a aventura sozinha.

"Seus objetivos não são diferentes dos de outros países", contou à AFP Chen Lan, analista da página GoTaikonauts.com, especializada no programa espacial chinês.

"Trata-se de melhorar suas capacidades, explorar o universo, investir em recursos futuros e, em resumo, aumentar sua influência política e prestígio", acrescenta.

- O robô teleguiado -

Sabe-se muito pouco sobre esse equipamento. As autoridades chinesas comunicam pouco sobre os seus projetos espaciais, controlados pelo exército.

O robô pesa mais de 200 quilos, está equipado com quatro painéis solares e seis rodas, de acordo com blogs especializados chineses, geralmente bem informados.

O artefato deve permanecer em atividade em Marte por cerca de três meses, segundo Sun Zezou, engenheiro-chefe da sonda.

Entre as missões estão: realizar análises do solo, da atmosfera, tirar fotos, contribuir para o mapeamento do planeta vermelho e procurar possíveis vestígios de uma vida passada.

- Coelhos de jade -

A China já enviou dois pequenos robôs teleguiados fora da Terra: os "Coelhos de Jade" 1 e 2, enviados à Lua em 2013 e 2019, respectivamente.

O segundo atingiu a parte oculta da Lua, um fato inédito.

Os "coelhos de jade" foram um "bom treinamento", já que os terrenos lunar e marciano "são globalmente similares", explica Jonathan McDowell, astrônomo do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, nos Estados Unidos.

Porém, a distância é um ponto mais relevante, o que implica que as telecomunicações serão mais lentas e há um risco maior de falhas por causa da jornada mais longa, alerta McDowell.

- Ambição espacial -

A China investe bilhões de dólares em seu programa espacial, para tentar chegar ao nível dos programas espaciais da Europa e dos Estados Unidos.

Em 2003, enviou seu primeiro astronauta ao espaço. O gigante asiático, que também lança satélites para o próprio país ou para outras nações, terminou em junho o desenvolvimento do seu sistema de navegação, Beidou.

Pequim espera poder enviar um astronauta para a Lua em até uma década.

Até 2022, os chineses planejam ter uma grande estação espacial instalada, permitindo em teoria que os astronautas permaneçam no espaço permanentemente.

Com o tempo, poderia ser a única estação operacional, após o fim da Estação Espacial Internacional (ISS).

Pequim anunciou nesta terça-feira (7) que não registrou novos casos de contaminação do novo coronavírus pela primeira vez desde o surgimento de um foco de contágios na capital da China em junho, que chegou a provocar temores de uma segunda onda doméstica de contágios.

No total, 335 pessoas foram infectadas desde o surgimento do foco no mercado atacadista Xinfadi, em Pequi, no início de junho.

A Comissão de Saúde da capital chinesa informou nesta terça-feira que detectou apenas um caso assintomático na véspera, que a China não inclui no balanço de casos confirmados.

As autoridades chinesas ainda investigam a causa do último foco, mas foi revelado que o vírus teria sido detectado em tábuas utilizadas para cortar salmão importado no mercado de Xinfadi, o que provocou a proibição de importação de alguns produtos e um maior rigor com os fornecedores de alimentos estrangeiros.

O governo de Pequim testou mais de 11 milhões de pessoas para COVID-19 desde 11 de junho, quase metade da população, informaram as autoridades da cidade.

Moradores formaram longas filas em pleno verão diante dos locais que organizavam os exames em toda a cidade no mês passado, com centenas de milhares de mostra coletadas a cada dia.

Os confinamentos localizados em toda a cidade foram flexibilizados nos últimos dias. As pessoas que moram em áreas da cidade consideradas de "baixo risco" agora podem viajar de maneira livre novamente.

O foco de Pequim está "estabilizando e melhorando", afirmou Pang Xinghuo, subdiretor do Centro para Controle de Doenças de Pequim. A China controlou em grande medida a epidemia antes de detectar o novo foco em Pequim.

Desde então, o governo impôs um bloqueio rígido para quase meio milhão de pessoas na província vizinha de Hebei para conter um novo foco, incluindo as mesmas medidas rígidas adotadas no pico da pandemia no epicentro da cidade de Wuhan no início do ano.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, alertou Pequim de mais retaliação por aprovar uma lei que restringe liberdades e autonomia para Hong Kong, no que ele chamou de "dia triste".

"Hoje é um dia triste para Hong Kong e para todos os amantes da liberdade na China", afirmou o secretário de Estado.

Ele também alertou que seu país "não ficará parado à medida que a China engolir Hong Kong com sua boca autoritária", depois que o presidente chinês, Xi Jinping, promulgou uma lei de segurança nacional para a ex-colônia britânica.

A lei é apontada por seus detratores como uma tentativa de silenciar a oposição em Hong Kong.

A medida prevê que a justiça chinesa seja aplicada para danos "sérios" à segurança e prevê prisão perpétua por crimes contra a segurança nacional.

"Sob as instruções do presidente Trump, removeremos as isenções políticas que dão tratamento diferente e especial a Hong Kong, com certas exceções", alertou Pompeo.

No final de maio, Washington revogou o status preferencial de comércio de Hong Kong.

Na ONU, 27 países, incluindo França e Japão, convidaram a China a reexaminar essa lei, que eles dizem que "ameaça" as liberdades naquele território autônomo.

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (29) que deixarão de exportar sistemas de defesa sensíveis para Hong Kong, em uma ação que responde a uma restrição de visto que Pequim anunciou anteriormente em meio a uma escalada em torno da autonomia da ex-colônia britânica.

"Não nos dá prazer tomar essa ação, que é uma consequência direta da decisão de Pequim de violar seus próprios compromissos sob a declaração conjunta sino-britânica registrada pela ONU", disse o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.

"Não é mais possível distinguir entre exportações controladas para Hong Kong ou China continental", afirmou Pompeo em um comunicado.

O Departamento de Estado encerrará todas as exportações para Hong Kong de sua lista de armas controladas, que inclui desde munições avançadas a equipamentos militares, que aguardavam apenas a anuência do governo e a aprovação do Congresso.

Mais cedo, a China disse que vai impor restrições de visto a cidadãos americanos que "se comportaram ofensivamente" em relação a Hong Kong, uma medida anunciada antes da aprovação esperada pelos legisladores chineses de uma controversa lei de segurança nacional para a ex-colônia britânica.

O país asiático está se movendo rapidamente para aprovar uma lei de segurança que punirá a subversão e outros ataques contra o estado em Hong Kong, palco de grandes, às vezes violentos, protestos pró-democracia no ano passado.

- "Ardil" dos EUA -

Na sexta-feira, a administração do presidente americano, Donald Trump, anunciou que restringiria os vistos para um número indeterminado de autoridades chinesas por infringir a autonomia de Hong Kong.

Em resposta, o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian, disse nesta segunda-feira que o "ardil" dos Estados Unidos "para obstruir a aprovação da lei de segurança nacional de Hong Kong nunca prevalecerá".

"Para visar as ações ilícitas anteriores dos Estados Unidos, a China decidiu impor restrições de vistos a indivíduos americanos que se comportaram de maneira ofensiva em questões relativas a Hong Kong", afirmou o porta-voz.

Por conta dos gigantescos protestos do ano passado contra a influência de Pequim, o regime do presidente Xi Jinping anunciou uma lei de segurança nacional em Hong Kong no mês passado, mas a oposição democrática da ex-colônia britânica vê isso como uma ferramenta para silenciá-lo.

Os Estados Unidos estão liderando uma oposição global à lei de Pequim, que, segundo ativistas, limitará as liberdades desse território semi-autônomo.

Sob o princípio "um país, dois sistemas", Hong Kong se beneficia desde seu retorno à soberania chinesa em 1997 de uma ampla autonomia, liberdade de expressão e justiça independente.

Mas a região semiautônoma é governada por um Executivo que tem integrantes vinculados a Pequim.

Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia (UE) e o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU expressaram preocupação com a lei, que poderia ser usada para silenciar as críticas a Pequim, que usa leis similares para calar a dissidência.

Pompeo disse que Washington restringirá os vistos de autoridades chinesas, sem especificar nomes, por "eviscerar as liberdades de Hong Kong".

As autoridades chinesas são "responsáveis, ou cúmplices, por minar o alto grau de autonomia de Hong Kong", que Pequim havia prometido manter antes de recuperar a soberania do território, em 1997, disse Pompeo.

Na semana passada, o Senado dos Estados Unidos aprovou uma lei que imporá sanções econômicas a autoridades chinesas e policiais de Hong Kong que restrinjam a autonomia do território.

Zhao alertou nesta segunda-feira que os Estados Unidos "não devem revisar, adiantar ou implementar projetos de lei negativos relevantes em relação a Hong Kong, muito menos impor as chamadas sanções à China, caso contrário, a China tomará medidas firmes".

- Sete meses de protestos -

No final de maio, pouco antes da votação do parlamento chinês sobre a lei de segurança, Washington declarou formalmente que Hong Kong não tinha mais a autonomia prometida pela China.

Pompeo indicou nesse caso que a China não estava cumprindo suas obrigações negociadas com o Reino Unido. A declaração americana abriu o caminho para remover privilégios de negócios do centro financeiro.

Hong Kong foi cenário no ano passado de sete meses seguidos de protestos, que começaram contra um projeto de lei, abandonado mais tarde, que permitiria extradições à China continental.

Mas os protestos se transformaram em uma revolta popular contra Pequim e em apelos por democracia.

Pequim suspendeu, parcialmente, as rigorosas medidas de confinamento impostas a bairros inteiros para combater os surtos do novo coronavírus, depois de realizar três milhões de testes de diagnóstico em duas semanas - informaram fontes oficiais nesta sexta-feira (26).

As autoridades locais temiam uma segunda onda da pandemia, bloqueando, assim, os moradores de dezenas de edifícios. As suspeitas foram direcionadas para um grande mercado em Xinfadi, no sul da cidade, que fornece 80% da carne e dos produtos frescos para a capital.

O confinamento foi levantado para os moradores de sete blocos de apartamentos que deram negativo nos testes, disseram autoridades locais à imprensa.

As autoridades anunciaram o registro de 11 novos casos de coronavírus em Pequim nesta sexta-feira, o que significa 280 casos desde que este foco foi detectado em 11 de junho.

O novo foco de coronavírus, que infectou 256 pessoas em Pequim no início de junho, está "controlado", disseram as autoridades nesta quarta-feira (24), mas o medo permanece diante do risco da propagação da doença.

As autoridades se apressaram para conter o surto ligado ao maior mercado atacadista de Pequim após o anúncio do primeiro caso em 11 de junho e decretaram o confinamento parcial da cidade.

"A epidemia vinculada diretamente ao mercado de Xinfadi, em Pequim, está basicamente controlada, mas ao mesmo tempo descobrimos infecções em residências e locais de trabalho e casos de contágio comunitário", disse à imprensa o porta-voz do município, Xu Hejian.

"A prevenção e o controle da situação continuam complicados e não podemos baixar totalmente a guarda", acrescentou.

Segundo as autoridades, 253 dos 256 casos relatados em Pequim estavam relacionados ao mercado de Xinfadi no sul da cidade, enquanto continuam rastreando os outros três.

A cidade anunciou sete novos casos hoje e a taxa de contágio caiu desde o início da semana.

"Esse é um sinal muito positivo e mostra que as medidas de prevenção e de controle adotadas recentemente, assim como o confinamento em áreas residenciais são eficazes", afirmou Lei Haichao, presidente da comissão de saúde de Pequim.

As autoridades realizaram cerca de 3 milhões de testes de diagnóstico desde que o surto foi detectado.

A China informou nesta sexta-feira (19) 25 novos casos de Covid-19 em Pequim e publicou o genoma do coronavírus detectado em um recente foco de infecção na cidade, que apresenta semelhanças com uma cepa europeia.

A capital chinesa retornou a uma certa normalidade após dois meses sem contágios. Mas um foco epidêmico na semana passada obrigou as autoridades a impor o confinamento em vários bairros e a organizar de testes de diagnóstico em larga escala.

As autoridades suspeitam que a origem das novas infecções seria o mercado atacadista de Xinfadi, ao sul da cidade. o vírus foi detectado nas tábuas para cortar salmão importado.

O governo da cidade divulgou nesta sexta-feira novas informações sobre o surto epidêmico e revelou informações sobre o genoma do vírus à Organização Mundial da Saúde (OMS) e a cientistas estrangeiros.

"De acordo com os resultados preliminares da epidemiologia genômica, este vírus seria procedente da Europa", declarou Zhang Yong, alto funcionário do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China.

"Mas é diferente (da cepa) do vírus que circula atualmente na Europa. É anterior", completou em um artigo publicado pela comissão nacional anticorrupção.

Ele indicou que pode ser uma versão do vírus que circulou no continente europeu há várias semanas ou meses.

Zhang Yong menciona várias hipóteses: o vírus pode ter vindo da Europa através de alimentos congelados ou poderia estar há bastante tempo no mercado de Xinfadi, onde teria sobrevivido graças à umidade e ao escuro. Daí sua semelhança com cepas mais antigas.

"É possível que o vírus que provoca atualmente uma epidemia em Pequim tenha viajado de Wuhan para a Europa e retornado agora à China", afirmou Ben Cowling, professor no Centro de Saúde Pública da Universidade de Hong Kong.

No total, Pequim registrou 183 casos de Covid-19 devido ao novo foco da doença, de acordo com o balanço oficial.

O epidemiologista chefe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, Wu Zunyou, disse nesta quinta-feira (18) que o surto de Covid-19 que surgiu na semana passada na capital Pequim está "sob controle".

Após o registro de mais 21 casos nesta quarta-feira, 17, Pequim já contabilizou 158 infectados pelo novo coronavírus nos últimos sete dias. Zanyou, porém, alertou que nem todos os casos estão necessariamente ligados ao novo surto, que surgiu no mercado alimentício de Xinfadi. Segundo o epidemiologista, a maior parte dos 21 casos mais recentes são de pessoas infectadas antes do dia 12 de junho, quando a primeira contaminação relacionada ao mercado foi detectada.

##RECOMENDA##

Zanyou disse também em coletiva de imprensa que as similaridades do novo surto em Pequim com os casos que iniciaram a pandemia de Covid-19 em um mercado de Wuhan podem oferecer uma nova "pista" sobre o vírus, confirmando uma análise preliminar que mostrava que ambientes úmidos e frios - como é o caso da carne congelada vendida nos dois centros atacadistas - são favoráveis ao Sars-Cov-2.

Segundo a agência de notícias local Jiji Press, o governo do Japão decidiu suspender todas as restrições para viagens domésticas feitas entre as regiões do país. O veículo também informou que há um plano do governo para permitir a entrada de pessoas vindas da Austrália, Nova Zelândia, Tailândia e Vietnã. Em uma reunião com autoridades japonesas, o primeiro-ministro Shinzo Abe pediu a ministros para que todos os esforços sejam feitos para retomar as atividades sociais e econômicas no Japão, mantendo as medidas restritivas necessárias. Nesta quinta-feira, o país confirmou 46 casos e mais uma morte por covid-19, para um total de 17.689 infectados e 935 óbitos.

Algumas das regiões dos Estados Unidos mais atingidas pela pandemia continuam reportando alta no número de casos. Hoje, o estado da Flórida reportou um acréscimo de 3.207 contaminações por coronavírus, um aumento de 3,9% da taxa total de casos, quase um ponto porcentual a mais que a média dos últimos sete dias, de 3%. O Arizona confirmou mais 2.519 infecções, um recorde em casos diários no estado. Segundo dados compilados pela universidade Johns Hopkins, os Estados Unidos já confirmaram 2.168.414 casos desde o início da pandemia, mais de um milhão de casos a mais que o segundo lugar do ranking, o Brasil, com 955.377 infectados. Ao todo, 117.832 estadunidenses morreram por conta da covid-19.

A nova onda de casos de coronavírus em Pequim, capital da China, revelada nos últimos dias, pode ter começado um mês atrás, afirmou nesta quinta-feira (18) o diretor do Centro para o Controle de Prevenção e Doenças da China, Gao Fu. A explicação parcial é de que boa parte dos 158 casos eram de pessoas assintomáticas, mas o governo continua as investigações para identificar o que pode ter levado ao início da segunda onda.

"Muitos casos assintomáticos ou leves foram detectados neste surto", afirmou Gao Fu em evento em Xangai. O ministério da Saúde chinês reportou 21 novos casos nas últimas 24 horas na capital chinesa de 21 milhões de habitantes.

##RECOMENDA##

Pequim tinha retomado as atividades após ter vivido dois meses sem nenhum caso, mas o surgimento de um novo foco infeccioso acendeu os alarmes na cidade. O transporte público foi reduzido, bairros bloqueados e testes massivos aplicados em distintas regiões. Viagens entre Pequim e outras regiões também foram restringidas.

Apesar disso, o governo diz que a epidemia em Pequim está controlada e que os casos devem ser minimizados nos próximos dias. A suspeita é de que o novo foco de contaminação esteja no mercado de Xinfadi, a principal fonte de abastecimento da cidade.

Todos os trabalhadores e aqueles que tiveram contato próximo com casos confirmados ou com o mercado - que tem 112 hectares, 1,5 mil funcionários e milhares de barracas - devem permanecer em casa e fazer um teste de covid-19 em um dos centros designados em Pequim.

Além de testes e medidas de prevenção e controle, a cidade intensificou a inspeção dos mercados de produtos frescos, carne suína, bovina, ovina e de aves congeladas. Outros negócios, incluindo supermercados e restaurantes, estão sendo controlados para garantir que não haja produtos contaminados com o patógeno em circulação. (Com agências internacionais).

Um surto repentino de Covid-19 em Pequim interrompeu o retorno das atividades econômicas na capital da China e afetou duramente bares, restaurantes e atividades esportivas.

Após a descoberta na semana passada de um foco de infecção em um mercada atacadista, o município confinou várias zonas residenciais, pediu às empresas que autorizem o trabalho remoto e recomendou aos habitantes que não abandonem a cidade.

O "reconfinamento" provocou nesta quarta-feira o fechamento de escolas do ensino fundamental e médio.

Os dois aeroportos internacionais da cidade cancelaram mais de mil voos - 65% do total diário -, de acordo com o aplicativo Variflight.

A prefeitura anunciou nesta quarta-feira que Pequim registrou 31 novos casos do novo coronavírus nas últimas 24 horas, um resultado que permaneceu estável pelo quarto dia consecutivo.

Mal recuperados das várias semanas de fechamento após a explosão da epidemia no início de 2020, bares, restaurantes e lojas precisam voltar a impor restrições aos clientes: medir a temperatura, limitar o número de pessoas por cada mesa, entre outras.

A academia Break Fitness, no bairro Fengtai, fechou as portas até sexta-feira para que os funcionários sejam submetidos a testes.

A situação afeta duramente os instrutores pagos por hora, como Zhang Tong, que trabalha na academia Sculpture Fitness. Ele afirma que não recebeu praticamente nada em seis meses.

"Desde a reabertura, trabalhei apenas alguns dias. Tudo isso me afeta muito", desabafa.

Em outro ponto da cidade, os bares do popular bairro de Sanlitun receberam na terça-feira à noite a ordem para "encerrar as atividades".

Além disso, a prefeitura recomendou que as pessoas evitem as "refeições em grupo" não essenciais.

Preston Thomas, um dos proprietários do restaurante The View 3912, disse que o estabelecimento ficou fechado por dois meses no auge da epidemia e que o local "continua convalescente".

"Temos 40 funcionários e o aluguel para pagar. Estamos preocupados, mas vamos tentar permanecer abertos o maior tempo possível", declarou.

Bai Xue, uma funcionária do restaurante de cozinha uigur Pinzhi Yili, afirmou que o número de clientes caiu dois terços nos últimos dias.

"A situação é grave, e as pessoas não querem sair de casa", lamenta.

O estabelecimento interrompeu as vendas de frutos do mar e exibe um cartaz com a informação de que não recebe produtos de Xinfadi, o grande mercado atacadista que é considerado a provável origem das infecções.

A fonte do novo surto epidêmico, que já deixou mais de 130 pacientes na capital, não é conhecida. Mas a descoberta neste mercado do novo coronavírus em placas para cortar salmão alimenta suspeitas sobre o pescado.

Com o fechamento do mercado Xinfadi, que normalmente fornece 70% das verduras consumidas em Pequim, as autoridades e empresas tentam garantir o abastecimento na capital.

A gigante do comércio on-line JD.com anunciou que aumentou as compras de carne, frutas e verduras, para obter um volume três vezes maior que o habitual.

A província de Hebei pediu a várias localidades agrícolas que priorizem a capital nas vendas, de acordo com agência estatal Xinhua.

Os habitantes de Pequim estão cada vez mais relutantes a comparecer a lojas físicas, por medo do vírus.

O popular aplicativo Meituan registrou uma "alta significativa" de pedidos de clientes para entrega de produtos frescos em domicílio.

As autoridades de Saúde da China registraram 27 novas infecções por Covid-19 em Pequim nesta terça-feira (16), onde outro mercado foi fechado e sete áreas residenciais próximas foram bloqueadas.

O saldo dos novos casos de contágio por coronavírus nos últimos cinco dias na capital chinesa é de 106 infecções. Cinco mercados foram fechados totalmente ou em parte, incluindo o de Xinfadi, um dos maiores da Ásia, onde o vírus foi detectado na semana passada.

O ressurgimento da doença despertou o medo de uma "segunda onda", e a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou na segunda-feira (15) que estava acompanhando a situação em Pequim "de muito perto" e mencionou o possível envio de mais especialistas nos próximos dias.

As autoridades começaram a examinar dezenas de milhares de habitantes. O surto ocorreu depois que o país praticamente erradicou a epidemia nos últimos meses.

No bairro de Xicheng, no centro da capital, o mercado de Tiantaohonglian foi fechado depois que um funcionário deu positivo para a Covid-19, informou a televisão nacional na manhã de terça-feira.

Cerca de trinta áreas residenciais próximas a mercados fechados foram colocadas em quarentena por 14 dias, confinando milhares de moradores.

Na segunda-feira, o prefeito anunciou o fechamento de todas as instalações esportivas e culturais, que acabaram de reabrir após meses fechados.

No resto do país, várias cidades anunciaram que os viajantes de Pequim ficariam em quarentena.

Além dos 27 novos casos na capital, o Ministério da Saúde anunciou quatro casos de infecção na província vizinha de Hebei na terça-feira e um em Sichuan (sudoeste).

No país como um todo, o Ministério da Saúde indicou que oito dos novos pacientes eram viajantes que haviam chegado do exterior nas últimas 24 horas, elevando o total para 1.845 casos.

Segundo dados oficiais, foram registrados 83.221 casos de contágio na China, incluindo 4.634 mortes. No último mês, nenhuma morte foi relatada.

A capital da China, Pequim, ampliou nesta segunda-feira (15) a área de quarentena para incluir outros 10 bairros, ao mesmo tempo que as autoridades de saúde tentam identificar as pessoas que visitaram recentemente um popular mercado de alimentos, considerado o novo foco de contágios.

A China registrou nesta segunda-feira 49 novos contágios do novo coronavírus, incluindo 36 casos em Pequim, uma situação que alimenta os temores de uma segunda onda de infecções.

O foco interno original na China, onde a doença foi identificada pela primeira vez no ano passado, foi em grande medida controlado, mas na semana passada foi detectado um ressurgimento de casos na capital. Além dos novos casos de Pequim, a Comissão Nacional de Saúde anunciou três casos confirmados na província de Hebei.

Pequim começou a fazer exames rigorosos no mercado de alimentos de Xinfadi, assim como nas pessoas que vivem próxima ao local e em qualquer cidadão que visitou a área nas últimas semanas. As autoridades anunciaram que planejam organizar testes com 46.000 residentes. Mais de 10.000 pessoas já foram submetidas a exames.

Onze bairros residenciais próximos ao mercado já estavam isolados e várias cidades advertiram os moradores a não viajar a Pequim. As autoridades também intensificam os esforços para rastrear quem visitou o mercado, com o envio de mensagens aos cidadãos para questionar seus deslocamentos recentes.

Nesta segunda-feira, o funcionário municipal Li Junjie informou em uma entrevista coletiva que novos casos foram detectados relacionados com outro mercado, o de Yuwuandong, no distrito de Haidian. Todas as escolas foram fechadas e os moradores de 10 bairros próximos receberam instruções para permanecer em confinamento.

No total, 177 pessoas estão contaminadas atualmente com o novo coronavírus na China, duas delas em estado grave.

O maior mercado atacadista de alimentos em Pequim foi fechado, e a polícia impôs bloqueio às áreas que o circundam neste sábado, depois que mais de 50 pessoas deram positivo para o novo coronavírus na capital chinesa.

O surto - ocorrido mais de 50 dias após o último caso local na cidade de 20 milhões de pessoas - mostrou como o vírus ainda pode voltar à medida que as restrições são atenuadas. Autoridades impuseram bloqueio a 11 comunidades residenciais perto do mercado de Xinfadi, cerca de 3 quilômetros a sudeste do local turístico do Templo do Céu. Policiais eram vistos colocando cercas brancas no local para fechar uma estrada que leva a um conjunto de prédios de apartamentos.

##RECOMENDA##

Membros do Partido Comunista e voluntários estavam sendo mobilizados para comprar comida e outras necessidades diárias para os moradores afetados, disse o jornal Beijing News em um post de mídia social. Não ficou claro imediatamente quantas pessoas vivem nas 11 comunidades.

Do lado de fora do mercado, policiais paramilitares de uniforme verde erguiam barricadas de veículos e bloqueavam as entradas. Algumas pessoas foram autorizadas a entrar depois de exibir documentos nos pontos de verificação.

Autoridades de Pequim disseram que 45 trabalhadores no mercado deram positivo para o novo coronavírus, apesar de não apresentarem sintomas. Isso ocorreu além dos sete casos anteriores de pessoas com sintomas que haviam visitado ou trabalhado no mercado. A China não inclui casos assintomáticos em sua contagem oficial de casos. Inspetores coletaram 1.901 amostras de carne, superfícies, caixotes de lixo, cabos e outros objetos no mercado e 40 deram positivo, disseram as autoridades.

O Beijing News, citando o chefe do mercado de Xinfadi, disse que o vírus foi encontrado em uma tábua de cortar salmão importado. Isso levou várias redes de supermercados a remover salmão de suas prateleiras, informou outro jornal, o Beijing Youth Daily.

A atenção se voltou ao mercado após a descoberta dos três primeiros casos na quinta e sexta-feira. Duas das pessoas infectadas passaram pelo mercado e a terceira trabalhava com uma delas em um instituto de pesquisa de carne nas proximidades, de acordo com relatos da mídia chinesa.

Autoridades da cidade disseram que todos os trabalhadores do mercado seriam testados para o coronavírus. Eles também ordenaram o teste de amostras de alimentos e ambientais de todos os mercados atacadistas de alimentos da cidade e inspeções de segurança alimentar em restaurantes e supermercados.

Pequim, que gradualmente voltava ao normal, reverteu alguns movimentos recentes de relaxamento das restrições para conter o novo coronavírus. Os planos para reabrir as escolas primárias de 1ª a 3ª séries nesta segunda-feira foram arquivados, e eventos esportivos foram cancelados. O Centro Nacional de Artes Cênicas, que havia acabado de reabrir em 2 de junho, fechou novamente, de acordo com o The Paper, um meio de comunicação chinês. Fonte: Associated Press.

O governo de Pequim ordenou nesta sexta-feira (11) o fechamento de dois mercados e adiou a volta às aulas dos alunos do ensino fundamental, após a aparição de três novos casos de Covid-19 na capital chinesa, depois de dois meses sem contágios.

A China, o primeiro país afetado pelo novo coronavírus no final de 2019, conseguiu conter consideravelmente os contágios, mas nas últimas semanas está detectando vários casos todos os dias. A maioria são em cidadãos chineses que voltaram do exterior.

No entanto, um novo caso de origem desconhecida foi relatado em Pequim na quinta-feira, seguido por mais dois casos nesta sexta. Até então, o último caso registrado na capital chinesa remonta a meados de abril.

Os dois últimos pacientes detectados são funcionários do Centro de Pesquisa da carne. Um deles havia visitado recentemente a cidade de Qingdao (leste), afirmaram à imprensa responsáveis da prefeitura de Pequim.

Hoje, foi ordenado o fechamento total ou parcial de dois mercados da capital nos quais os dois infectados haviam ido, segundo o Jornal de Pequim, que indicou que ambos os estabelecimentos serão desinfetados.

Além disso, as autoridades decidiram adiar sem prazo definido a volta às aulas dos estudantes do ensino fundamental, que estava prevista para segunda-feira.

Os alunos de Pequim retomaram suas aulas progressivamente desde o final de abril, depois de três meses de férias forçadas e de aulas online. Segundo dados oficiais, em Pequim foram registrados 597 casos de Covid-19, que causaram 9 mortes.

O anúncio dos novos casos gerou preocupação nas redes sociais. "Pequim ficará incontrolável! É preciso melhorar a prevenção rapidamente! Poderia chegar uma segunda onda", disse um usuário do Weibo, o equivalente do Twitter na China.

"Estou tremendo de medo [...] Vou comprar mais máscaras. Espero que isso termine logo", comentava outro.

A partir de 1º de junho, Pequim proibirá uma série de comportamentos considerados "não civilizados" para melhorar a higiene em locais públicos em meio à pandemia de coronavírus, informou a prefeitura da capital chinesa.

A China, com oficialmente cerca de 82.000 casos de infecção e 4.632 mortes por Covid-19, foi o primeiro país afetado pela pandemia.

Espirrar ou tossir sem tapar o nariz ou a boca e não usar uma máscara em público em caso de doença fazem parte da nova lista de infrações na capital chinesa.

Os cidadãos também terão que "vestir-se adequadamente" em público e não poderão passear pela cidade com torso nu - uma aparente referência à prática conhecida como "biquíni de Pequim" quando, no verão, muitos homens costumam passear de barriga a mostra e camisa enrolada.

O novo regulamento também prevê demarcações para manter o distanciamento social em locais públicos.

Pequim, com seus mais de 20 milhões de habitantes, já pune uma série de comportamentos "não civilizados", como cuspir em público, jogar lixo na rua, passear com cães sem coleira ou fumar em locais onde é proibido.

Mas, na prática, as proibições nem sempre são respeitadas e alguns hábitos não desapareceram completamente.

As últimas regras - adotadas na sexta-feira - pedem à polícia que denuncie violações graves, pois podem afetar o "crédito social" de uma pessoa.

Nos últimos anos, a China começou a introduzir diferentes sistemas de "crédito social" que atribuem pontos a cidadãos "bons", mas podem impedir que cidadãos "ruins" entrem em um trem, avião ou até reservem um hotel.

O metrô de Pequim anunciou em maio do ano passado que havia começado a remover pontos de passageiros que comiam dentro das estações.

A prefeitura de Pequim reforçou nesta segunda-feira as medidas de quarentena para pessoas vindas do exterior, a fim de evitar casos importados de coronavírus, que atualmente excedem as infecções de origem local.

Esse anúncio coincide com uma onda de críticas nas redes sociais contra os ocidentais, acusados de não fazer o suficiente na luta contra a epidemia.

A China, berço da pandemia de coronavírus, disse na semana passada que "praticamente conteve" a epidemia e que agora registra mais casos importados do que locais.

Portanto, a capital impôs a partir de hoje uma quarentena de 14 dias às pessoas vindas do exterior em hotéis designados pelas autoridades. Até agora, a quarentena era imposta apenas para domicílios.

Após a chegada a Pequim, os passageiros serão transferidos para um gigantesco parque de exposições transformado em um centro de exames médicos e depois direcionados para hotéis de quarentena.

Os viajantes terão que pagar os custos da quarentena. Jacob Gunter, um residente americano em Pequim, disse que demorou mais de seis horas entre sair do avião e chegar ao hotel de quarentena, onde terá que residir por duas semanas.

A passagem pelo parque de exposições "foi de longe" o momento mais caótico de sua "odisseia", mas a grande maioria dos passageiros teve "paciência". Uma equipe da AFP viu agentes com equipamento de proteção vigiando o centro de exames médicos ao lado de várias ambulâncias.

Apenas algumas pessoas, consideradas "casos particulares", serão autorizadas a passar a quarentena em casa, informou a prefeitura de Pequim. São mulheres com mais de 70 anos, gestantes, pessoas com doenças crônicas, menores isolados e pessoas que vivem sozinhas.

Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que a epidemia se transformou em uma pandemia, cerca de 20.000 pessoas, 10% estrangeiras, chegam à China todos os dias, segundo uma fonte do serviço de imigração.

Inquietos com a disseminação do vírus no resto do mundo, muitos chineses optaram por retornar ao seu país.

- Trump criticado -

Nesta segunda-feira, a China registrou 12 casos de infecção importada contra apenas quatro casos locais. Dos mais de 80.000 casos registrados na China, 123 se contaminaram fora do país.

Nesse contexto, os internautas chineses responsabilizam a Europa e os Estados Unidos pela rápida progressão do vírus em seus territórios.

Muitos desejam que o presidente americano Donald Trump seja contaminado, outros pedem controles mais rigorosos nas fronteiras para impedir que casos importados revivam a epidemia na China. "Não podemos desperdiçar nossos esforços", diz um internauta na rede Weibo.

Uma hashtag no Twitter, utilizada 820 milhões de vezes, condena o conceito de "imunidade coletiva", evocado por especialistas do Reino Unido e da França, que consistiria em permitir que o vírus se espalhasse lentamente na população.

O regime comunista defende a política radical que adotou no final de janeiro, quando estabeleceu quarentena em quase toda a província de Hubei (centro), berço do novo coronavírus, isolando 50 milhões de habitantes do mundo.

Mas o governo chinês foi criticado pela lentidão com que reagiu quando o vírus apareceu, a tal ponto que no final de dezembro, quando surgiram os primeiros casos, os médicos que alertaram as autoridades foram interrogados pela polícia.

A província de Hubei retorna gradualmente a um ritmo de vida normal. Nesta segunda, quatro cidades fretaram ônibus para trazer 1.600 trabalhadores migrantes de volta ao trabalho em fábricas fora da província.

Desde o início da epidemia, a China registrou 3.213 mortes em todo o país. Atualmente, menos de 10.000 pessoas são consideradas infectadas na China. Um número que deve ser comparado ao total de 24.747 casos anunciados no domingo na Itália, o país mais afetado depois da China.

O aviso em um restaurante em Pequim tenta tranquilizar os fregueses: "Este estabelecimento foi desinfetado hoje". Mas não há clientes à vista: a nova epidemia de coronavírus causa pânico, e os chineses desertaram de lojas e locais públicos.

Os centros comerciais da capital, geralmente muito lotados, estão vazios. Apenas alguns veículos se aventuram nas avenidas silenciosas, dando à megalópole de 20 milhões de habitantes o ar de uma cidade fantasma.

Diante de uma epidemia de pneumonia viral que se propaga, com 132 mortos e cerca de 6.000 pacientes infectados, as autoridades incentivam as pessoas a ficarem trancadas em casa e, se saírem, a usar uma máscara. O ambiente de ansiedade não incentiva a por os pés para fora de casa.

Nas estações de metrô, os controles de temperatura são realizados por agentes e a temperatura corporal também é monitorada em estações de trem, hotéis, delegacias e até mesmo em conjuntos habitacionais.

Nesse contexto, é difícil para o shopping Taikoo Li, no leste de Pequim, atrair clientes. Apenas alguns deles vagam pelo centro comercial, em meio ao cheiro intenso de produtos desinfetantes.

Em todos os lugares, os cartazes pedem que os visitantes cubram a boca. Muitas lojas estão fechadas. O restaurante Hao Lu Wei ainda está aberto, mas, apesar da promessa de limpeza intensiva, ninguém ocupa uma mesa sequer.

"Ao fazer suas compras, verifique se uma desinfecção profunda foi realizada em sua loja. Feliz Ano Novo Lunar!", afirma uma mensagem na janela de uma ótica, também deserta.

- Máscaras esgotadas -

Por outro lado, as empresas que vendem máscaras e líquidos desinfetantes ficaram sem esses produtos, cujos preços sobem nos sites de vendas online.

"Não temos mais nada desde o Ano Novo Chinês", que caiu em 25 de janeiro, lamenta um farmacêutico.

A demanda é imensa e é incentivada pelos slogans oficiais: a província de Guangdong (110 milhões de habitantes) obriga a cobrir o rosto em locais públicos, e várias regiões adotaram medidas idênticas.

As autoridades pedem para intensificar a produção de máscaras. É verdade que Pequim esvazia grande parte de sua população no Ano Novo Lunar, quando trabalhadores imigrantes e vários de seus habitantes retornam para suas regiões de origem.

Mas, ao mesmo tempo, muitos turistas chegam à capital e os próprios habitantes participam das festividades organizadas em templos e parques da cidade.

Porém, devido à epidemia, vários eventos e viagens em grupo foram suspensos em todo o país. Os transportes foram paralisados, com o cancelamento de pelo menos 2.000 trens interprovinciais.

- 'Não sabemos o que fazer' -

Confinados em suas casas, os chineses matam o tédio nas redes sociais, com mensagens sarcásticas.

Em um vídeo muito compartilhado das mensagens do WeChat, jogadores de mah-jong são vistos sentados à mesa ... com sacos plásticos transparentes na cabeça.

Por outro lado, no bairro Sanlitun, conhecido por seus bares e lojinhas, dois chineses sem máscara fumam um cigarro com um ar despreocupado.

Em uma sala de jogos vizinha, um homem tenta ganhar algo em uma máquina caça-níqueis.

Indagado pela AFP, o homem diz que espera que essas máquinas sejam desinfetadas regularmente, mas não tem certeza disso.

"Eu tento ficar em casa o máximo possível", diz ele, mas "acabei vindo para cá porque não sabia mais o que fazer".

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando