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Em queda desde 2019, quando o presidente Jair Bolsonaro assumiu o Palácio do Planalto, as prisões por corrupção realizadas pela Polícia Federal chegaram, em 2021, ao menor patamar dos últimos 14 anos. Foram 143 prisões entre janeiro e setembro, uma redução de 44% em comparação ao mesmo período de 2020. A PF não informou dados dos últimos três meses de 2021.

Os números foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) pela agência Fiquem Sabendo, especializada na obtenção de dados de órgãos públicos, na Coordenação de Repressão à Corrupção (CRC) da PF. O levantamento considera todas as prisões - preventivas, temporárias e flagrantes - feitas a partir de inquéritos conduzidos pela CRC desde 2008.

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A unidade tem competência para investigar, além dos crimes de corrupção, delitos como peculato, organização criminosa, fraude à licitação, tráfico de influência e outros. Também tem sob seu guarda-chuva o Serviço de Inquéritos Especiais, um dos setores mais sensíveis da corporação, que cuida de investigações contra políticos e autoridades com foro no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Investigado sob suspeita de tentar interferir politicamente na PF, Bolsonaro trocou o chefe da corporação em abril do ano passado. Ao assumir o cargo, Paulo Maiurino promoveu uma série de mudanças na cúpula da instituição. A reforma para montar sua equipe alcançou a Coordenadoria-Geral de Repressão à Corrupção: o delegado Isalino Giacomet substituiu Thiago Delabary.

Considerando apenas o período de janeiro a setembro de cada ano, foram 327 prisões no período em 2019. No ano inteiro, o número foi de 464 presos. Em 2020, o total entre janeiro e setembro baixou para 256 e, considerando os 12 meses, houve 381 prisões. Na lanterna, o ano de 2021 coincide com o esvaziamento da Lava Jato. No auge da operação, em 2016, quando a PF deflagrou mais de 15 etapas ostensivas, 59 pessoas foram presas por corrupção ou crimes relacionados só nessas ações. O ano conserva a segunda posição na série histórica com 367 prisões entre janeiro e setembro.

‘Prova’

Ao Estadão, o delegado federal Luiz Flávio Zampronha, que comanda a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor), setor ao qual a CRC está subordinada, disse que a queda no número de prisões não é indicativo de encolhimento nos esforços de combate à corrupção.

"A prisão não é elemento indicativo de eficácia ou eficiência na produção de provas. Temos tipos penais em que é mais fácil justificar o pedido de prisão, por conta da gravidade. É o caso da pornografia infantil, de um abusador que precisa ser tirado de circulação... Para a corrupção, é mais a produção de prova", afirmou.

Antigo método usado nas delegacias para identificar suspeitos, o reconhecimento por fotos está na mira do Judiciário, destaca o Estadão. Antes, questionamentos ao modelo eram liderados por movimentos sociais ou acadêmicos, sob argumentos de falhas de critério e de viés racista. Agora, tribunais apontam erros e revisam condenações. E ainda sem resolver o problema da tecnologia antiga, câmeras capazes de reconhecer rostos ganham espaço na segurança pública. O próximo desafio é definir o peso que algoritmos de análise facial terão para prender ou condenar alguém.

Neste mês, o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) recomendou que seus magistrados revisem condenações baseadas em reconhecimentos frágeis, por foto, como única prova. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já montou grupo de trabalho para fixar diretrizes gerais que evitem erros. A previsão é concluir esta discussão em fevereiro.

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Um dos marcos neste debate é a decisão do ministro Rogerio Schietti Cruz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que deu habeas corpus a um condenado por roubo em Santa Catarina em outubro de 2020. Cruz viu falha no reconhecimento por foto para embasar as sentenças anteriores - um exemplo de fragilidade era o fato de as vítimas relatarem um suspeito de 1,70 metro, 25 centímetros menor que o preso. O ministro, líder do grupo de trabalho no CNJ, mandou notificar todos os tribunais do País.

"Sabemos que, na prática, várias prisões preventivas estão decretadas com base exclusivamente no reconhecimento fotográfico", diz o desembargador Marcus Henrique Pinto Basílio, 2.º vice-presidente do TJ-RJ e autor da recomendação aos juízes. "Se há erro de reconhecimento, até esclarecer, o suspeito passa 10 dias, 15 dias preso. Isso macula a imagem do Judiciário", completa.

NA PRISÃO

Em alguns casos, corrigir o equívoco leva bem mais tempo. Em 2016, José (nome fictício), de 19 anos, deu entrada em um hospital após ser alvo de um disparo ao voltar de moto para casa. Quase ao mesmo tempo, um policial trocou tiros na cidade vizinha com criminosos que, pouco antes, haviam roubado um carro. Membros da quadrilha fugiram.

A polícia buscou nos hospitais da região pacientes com ferimento por revólver e chegou a José. O agente envolvido no tiroteio não o reconheceu, mas o motorista do carro roubado o apontou como um dos bandidos. O reconhecimento, por meio da foto de José no leito de hospital, foi suficiente para que ele fosse condenado em duas instâncias na Justiça e ficasse três anos preso por um crime que não cometeu.

Ao saber do caso, o Innocence Project, voltado para garantir a defesa de pessoas que foram presas injustamente, atuou no caso. Entre as provas que somaram para a soltura dele, estava o fato de que, quando o policial trocou tiros com a quadrilha, José já tinha dado entrada no hospital. Havia ainda outros elementos.

"Tinham sido efetuados cinco disparos pelo policial. Todos os disparos que efetuou atingiram o réu confesso, que acabou preso. Ou seja, tinha impossibilidade material, matematicamente falando. Tinha ainda o não reconhecimento do policial e a própria questão do horário", diz a advogada Dora Cavalcanti, membro do Innocence Project e responsável pela defesa final de José.

Dados de dois relatórios formulados pela Defensoria Pública do Rio, juntamente com o Colégio Nacional de Defensores Públicos Gerais, apontam que, de 2012 a 2020, houve ao menos 90 prisões injustas baseadas no método, 73 delas no Rio. Dos processos em que havia informação sobre a raça dos acusados, 81% deles eram pessoas negras.

"É muito comum ter nas delegacias de polícia catálogos de fotos de pessoas com antecedência. É cômodo para a polícia apontar para alguém que tem antecedentes: respondem por aquilo que fizeram no passado", afirma Maurício Dieter, professor da USP.

Neste mês, uma foto do ator americano Michael B. Jordan, negro, apareceu em um catálogo para identificação de suspeitos da Polícia Civil do Ceará, o que repercutiu nas redes sociais. A Secretaria de Segurança cearense, após o caso, disse que a partir de agora serão utilizadas só imagens de pessoas com histórico de envolvimento no tipo de crime investigado nestes catálogos.

"O modelo de hoje está fadado ao fracasso. Há uma informalidade nas delegacias para qual o Judiciário nunca se atentou', acrescenta Dieter. Por outro lado, o professor relata otimismo. "Nunca vi tanta preocupação sobre o tema no País quanto agora", avalia ele, que estuda o assunto há 15 anos.

DEFASAGEM

Segundo o artigo 226 do Código de Processo Penal (CPP), de 1941, para o reconhecimento pessoal, a vítima deveria fazer, no primeiro momento, um retrato falado do criminoso. Só depois, com base nas descrições, os policiais buscariam um suspeito que tivesse semelhança com o relatado. Se o encontrassem, o procedimento é perfilar o suspeito a outras pessoas de tipo similar e, aí, a vítima aponta um possível culpado.

A professora Janaina Matida, associada do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), afirma que o procedimento descrito no CPP foi pensado para o reconhecimento presencial. Ocorre que, com novas tecnologias, surgiu um segundo modelo: o fotográfico. Por não estar previsto no CPP, ele foi sendo trabalhado de forma mais simplificada e se popularizou nas delegacias. Não foram, porém, criados contrapesos para assegurar os direitos dos acusados.

"A legislação de 1941 é sensata, mas a prática a partir de então se tornou o problema. O racismo está na estrutura desse processo", diz Dora Lúcia Bertulio, procuradora da Universidade Federal do Paraná, que participou de reunião da CNJ para falar de vieses racistas na Justiça.

Segundo o delegado de Polícia da 1.ª Seccional de São Paulo, Roberto Monteiro, as ferramentas de reconhecimento facial estão substituindo procedimentos como o retrato falado. Softwares usados nas delegacias, diz ele, comparam rostos e juntam mais de 300 pontos em cada um deles que são próprios de cada indivíduo. "Hoje em dia as ferramentas suplantam essa fase mais artística, do retrato falado", diz.

Mas Monteiro reforça que, mesmo com ajuda tecnológica, o ideal é que o inquérito policial nunca seja baseado só em um reconhecimento. "Sempre amealhamos outras provas. Existe um conjunto probatório. E o reconhecimento facial se insere nesse conjunto."

NOVOS TEMPOS

Se o Judiciário demora para resolver o impasse do reconhecimento por foto, a tecnologia avança rápido. Na segurança pública, câmeras e softwares de reconhecimento facial prometem revolucionar a busca e identificação de suspeitos ou foragidos. Com um banco de dados atualizado, é possível reconhecer na multidão alguém que tem escapado das autoridades e a polícia nem estava procurando naquele momento. A questão é entender o quanto dá para confiar nos sistemas, que se baseiam em algoritmos cuja eficácia é alvo de críticas no Brasil e no exterior.

Uma das pioneiras no uso de câmeras de reconhecimento facial no País é a Bahia, desde 2018. Pelo sistema, já prendeu mais de 220 pessoas - até no meio do carnaval já teve suspeito detectado. Mapeamento mais recente do Instituto Igarapé, de 2019, apontava ao menos 37 projetos de reconhecimento facial implementados pelo poder público no Brasil.

Titular da Segurança Pública do Distrito Federal e presidente interino do Colégio Nacional de secretários da área, Júlio Danilo Ferreira diz que o uso das tecnologias de reconhecimento facial no setor está em fase inicial de tratativas e que ainda não há, no órgão, grupo de trabalho sobre o tema. Ele reforçou a importância de debate amplo para que se estabeleça formato, tecnologia e leis adequadas. O Distrito Federal é outro dos que usam o modelo de reconhecimento facial - a secretaria destaca ainda que suas perícias seguem protocolos internacionais.

Pesquisador sênior do Instituto Igarapé, Pedro Augusto P. Francisco explica que o reconhecimento facial é uma tecnologia biométrica - que mede informações sobre o corpo humano. Primeiro, é capaz de reconhecer a presença de um rosto humano em uma fotografia ou vídeo. Segundo, verifica se esse rosto consta em uma base de dados específica. O reconhecimento facial conecta o sensor (câmera), a base de dados de rostos e um software de inteligência artificial.

E, assim como outras tecnologias que dependem da análise e do processamento de dados, o reconhecimento facial se baseia em probabilidades. "Vários aspectos contextuais podem diminuir a acurácia do reconhecimento, como a falta de diversidade na base de dados que foi usada para treinar o algoritmo, a qualidade da imagem, etc", afirma o pesquisador sênior de Direito e Tecnologia do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS-Rio), João Archegas.

Estudo desenvolvido por pesquisadores americanos e publicado pelo projeto Gender Shades em 2018 aponta que os algoritmos de reconhecimento facial podem reproduzir padrões discriminatórios.

Os 1.270 rostos analisados pelas ferramentas foram classificados em quatro subgrupos por gênero e raça. Os algoritmos identificaram com mais precisão homens e, em geral, pessoas de pele mais clara. Tiveram desempenho pior em mulheres de pele mais escura. Entre as hipóteses do motivo, está o fato de que mulheres e pessoas de pele mais escura podem ter sido menos usadas no treinamento das máquinas.

RAIO X

Defensoria do Rio mapeia 90 processos com erros

Problema - Condenações com embasamento frágil, amparadas só no reconhecimento fotográfico do suspeito são questionadas por movimentos sociais, acadêmicos e ganham mais atenção do Judiciário.

Mapeamento - Dados de dois relatórios da Defensoria Pública do Rio, juntamente com o Colégio Nacional de Defensores Públicos Gerais, apontam que, de 2012 a 2020, houve ao menos 90 prisões injustas baseadas no método. Dos processos em que havia informação sobre a raça dos acusados, 81% deles eram pessoas negras.

O que diz a lei - O Código de Processo Penal prevê que a vítima descreva o bandido, para um retrato falado. Se a polícia acha alguém com essas características, põe ao lado de outros com mesmo perfil para identificação. Mas, na prática, é comum o reconhecimento por foto.

Reações do Judiciário - O Tribunal de Justiça do Rio orientou que magistrados revisem decisões com embasamento frágil. Ministro do Superior Tribunal de Justiça mandou notificar tribunais sobre uma decisão revista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 De acordo com a Polícia Federal, em todo o país, ao menos 27 pessoas foram presas durante a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nesse domingo (21). A informação foi divulgada durante coletiva do Ministério da Educação (MEC) para balanço da primeira fase do exame. As detenções contemplaram procurados pela polícia, que estavam sendo monitorados e tiveram suas inscrições na prova confirmadas. Três dos presos foram localizados em Teresina, no Piauí. Os policiais aguardaram que os procurados se identificassem nas salas de aplicação das provas para realizar as prisões.

Um dos casos que mais chamou atenção foi a prisão de um suspeito de assalto a banco. O homem de 32 anos realizava a prova no Centro Estadual de Tempo Integral (CETI) Professor Tito, na Zona Norte da capital. Ele tinha um mandado de prisão em aberto ordenado pela 1ª Vara de Coelho Neto, do Tribunal de Justiça do Maranhão, segundo informações do portal G1. O preso foi conduzido para a Central de Flagrantes de Teresina.

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O segundo preso tem 44 anos e estava foragido da Justiça de São Paulo. Ele é acusado de peculato (apropriação indevida de bem) e estava no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí (UFPI), na Zona Leste. O preso foi encaminhado para a Central de Flagrantes de Teresina.

Uma mulher também foi presa no início da tarde deste domingo (21), na Unidade Escolar Professora Maria de Lourdes Rebelo, na Zona Leste da capital. Ela é considerada foragida no estado do Ceará. A presa foi encaminhada para a Central de Flagrantes de Teresina.

No Pará, também houve o mesmo número de prisões. No sudoeste da cidade de Marabá, no interior do estado, um homem acusado de estupro e ameaça foi preso antes da avaliação. A.J.S.C, de idade não informada, faria a prova na Escola Municipal de Ensino Fundamental João Anastácio de Queiroz, na Folha 16, na Nova Marabá, quando policiais civis tiveram informações repassadas pela Diretoria de Polícia do Interior (DPI) de que o candidato tinha um mandado de prisão em aberto.

Os policiais plantonistas da 21ª Seccional de Polícia Civil, com o apoio plantão extraordinário da Superintendência, cumpriram o mandado de prisão preventiva, expedido pela Vara Única da Comarca de Santa Luzia do Pará, em desfavor do acusado pela prática dos crimes de estupro de vulnerável e ameaça. Outros dois acusados por roubo foram presos das cidades de Belém, capital; e Tailândia.

Com a prisão de um casal de equatorianos em Corumbá, na fronteira do Mato Grosso do Sul com a Bolívia, no último sábado, dia 13, agentes da Interpol bateram a marca de 60 foragidos capturados em território nacional ao longo de 2021.

A Interpol no Brasil é formada por grupo de agentes e delegados da Polícia Federal. O trabalho é dividido em duas grandes frentes: receber os pedidos de cooperação internacional de outros países e investigar os crimes notificados, que vão desde tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, tráfico de pessoas, crimes cibernéticos e outros; e transmitir as solicitações da polícia brasileira, inclusive com a publicação de "difusões vermelhas", o alerta máximo da Organização Internacional de Polícia Criminal que limita os deslocamentos do alvo, seja ele um brasileiro no exterior ou um estrangeiro foragido no Brasil.

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Quando há suspeita de que um fugitivo poderia estar no País, a Polícia Federal inicia os procedimentos de localização e, uma vez encontrada, solicita ao Supremo Tribunal Federal a autorização para sua prisão e posterior extradição.

Entre os 60 foragidos presos pela Polícia Federal em 2021 estão traficantes, mafiosos e homicidas, incluindo o integrante da máfia calabresa N’Drangheta Rocco Morabito, o traficante colombiano do cartel de Medellín Efe Sullivan Loaiza Durango e um abusador sexual do Uruguai.

A prisão mais recente, do casal de equatorianos, foi motivada por um homicídio que aconteceu em outubro. Eles são acusados de ter provocado a morte de uma criança de sete anos, filha da mulher equatoriana, decorrente de severas agressões que lhe provocaram traumatismo craniano.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, que respeite a democracia, em um momento em que o mandatário coordena uma onda de prisões de rivais eleitorais e dissidentes políticos. "Não abra mão de defender a liberdade de imprensa, a liberdade de comunicação, porque é isso que fortalece a democracia", disse Lula. "Quando a gente pensa que não tem ninguém para nos substituir, nós estamos virando ditadores."

O conselho foi dado indiretamente, durante uma entrevista ao canal mexicano Once, na última quarta-feira (28). Lula conversou com a jornalista Sabrina Berman sobre seus anos no poder e o cenário internacional.

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"Quando eu era presidente do sindicato, convoquei uma assembleia de trabalhadores e decidi que o presidente do sindicato só poderia ser eleito duas vezes. Quando era presidente da República, muita gente queria que eu tivesse um terceiro mandato, mas não aceitei, porque sou amplamente favorável à alternância de poder", disse Lula à Berman. "Tem que ter revezamento na governança do país para a sociedade ir aprimorando sua participação democrática".

Daniel Ortega busca seu quarto mandato consecutivo nas eleições de 7 de novembro. Desde junho, o governo da Nicarágua prendeu 31 opositores, com ajuda de uma lei aprovada pelo Parlamento em fevereiro passado que permite às autoridades prender, por até 90 dias, pessoas investigadas por um crime. Antes, o prazo era de três dias para apurar, prender e formalizar as denúncias.

Entre os críticos de Ortega presos estão sete candidatos à presidência: Cristiana Chamorro, Arturo Cruz, Félix Maradiaga, Juan Sebastián Chamorro, Miguel Mora, Medardo Mairena e Noel Vidaurre, além de três ex-guerrilheiros críticos do governo e importantes opositores.

Grande parte dos opositores é presa por supostos crimes de "traição" à pátria e "violação da soberania", punidos com pena de 10 a 15 anos de prisão.

Ativistas cubanos denunciaram nessa quarta-feira (14) às Nações Unidas a prisão de 162 pessoas durante os protestos de domingo em Havana e em várias cidades de Cuba e pediram ajuda para obter sua libertação. No primeiro sinal de recuo, três dias após os maiores protestos desde 1994, desencadeados principalmente pela escassez de remédios e alimentos, o governo cubano anunciou que está autorizando "excepcionalmente e temporariamente", a importação por meio de passageiros que chegam ao país de alimentos, produtos de higiene e medicamentos sem limite de valor de importação e sem pagamento de tarifas.

Fontes na Casa Branca revelaram que o governo do presidente Joe Biden está revendo várias medidas adotadas durante o governo de Donald Trump para ajudar os cubanos que enfrentam problemas econômicos ampliados pela pandemia.

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Segundo as fontes, a revisão poderia levar à flexibilização das restrições às remessas que os cubano-americanos podem fazer para suas famílias em Cuba. Estima-se que essas remessas sejam de entre US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões ao ano, representando a terceira maior fonte de divisas em Cuba depois da indústria de serviços e turismo.

Biden também estaria estudando levantar a proibição de viagens entre os EUA e a ilha, assim como a retirada da designação de Cuba como um "Estado patrocinador do terrorismo", que Trump determinou dias antes de deixar o cargo, em janeiro.

O jornalista cubano Maurício Mendoza, que mora em Havana, disse ao Estadão que há um grande número de detidos no país, mas muitas pessoas de destaque já estão sendo soltas. "Enquanto eu estava acompanhando as manifestações, estava comigo o jornalista Maykel González Vivero. Ele foi detido, mas foi solto no dia seguinte. O governo está tendo certo cuidado com quem tem mais visibilidade, porque não é conveniente ter pessoas notórias presas. Mas pessoas com menos visibilidade seguem detidas. O medo é que, com essas pessoas, eles (o governo) queiram ensinar uma lição aos demais."

Segundo o jornalista, o clima é de medo. "O que incomoda agora é esse clima de incerteza. Quando você anda pela cidade escuta os comentários das pessoas, e o que posso dizer é que há um descontentamento popular com o sistema. Esse pedido do presidente para que os revolucionários ‘saiam a defender a revolução’… Olhe, não posso ser categórico, mas ninguém vai sair a defender…"

Mendoza diz que uma estratégia do governo é usar paramilitares, vestidos de civis e armados com paus, para dizer que são o povo fiel à revolução, e atacar os próprios cidadãos. "O que Díaz-Canel está incitando é a uma guerra civil entre cubanos. Está mandando uma parte da população reprimir a todos que não estejam de acordo com o socialismo", disse.

O engenheiro agroindustrial e ativista pelos direitos humanos, Gerardo Páez, disse que em sua cidade, Artemisa, as tropas especiais, ou boinas negras, estão patrulhando as ruas de dia e de noite, mostrando sua presença para amedrontar a população e provocar a sensação de pânico.

"O que começou como uma marcha pacífica foi gerando outro tipo de comportamento. A polícia foi a primeira a agredir, até mesmo usando meios baixos, como quando direcionaram a manifestação até a unidade de polícia intencionalmente. Lá houve uma grande confusão", disse Páez. "Um garoto teve as costelas quebradas, o que provocou uma perfuração no pulmão. Minha vizinha está internada pela quantidade de golpes desferidos por um boina negra."

"É quase um consenso entre a maioria dos cubanos não deixar as ruas, apesar da violenta repressão que sofremos, porque se deixarmos, o regime vai se sentir empoderado", disse o ativista.

"Eu trabalho com uma organização chamada Civil Rights Defender, em parceria com uma organização cubana, e o que fazemos basicamente é monitorar e documentar os casos de violação aos direitos humanos no país. Quando começou a movimentação (no domingo), não passaram nem 30 minutos e a segurança do Estado já estava na esquina da minha casa, com a intenção de impedir que eu saísse e mobilizasse as pessoas que conheço. E ali ficaram até a manifestação ser sufocada. Isso aconteceu também com muitos opositores, não foi um caso isolado", disse ao Estadão o poeta Eduardo Clavel Rizo, morador de Santiago.

"Basicamente, o governo tem reprimido bastante. Há muitas pessoas detidas. Não sabíamos o que estava se passando, mas agora com a volta da internet nos demos conta de que faltam muitas pessoas, e não há informação sobre elas", disse Rizo.

"Os parentes têm ido às unidades de polícia perguntando por eles, e o que dizem é que não estão lá. Então o que se faz é reputá-los como desaparecidos, porque as pessoas sabem que eles estavam nas manifestações, têm testemunhos de que foram detidos pela polícia, e agora a polícia diz que não sabem onde eles estão."

Segundo Rizo, o termo desaparecido lá talvez não seja tão extremo como foi empregado em ditaduras como a brasileira, em que os desaparecidos nunca foram encontrados. "Aqui há um procedimento jurídico que, em casos em que alguém foi detido e não se sabe o paradeiro, apresenta-se um habeas corpus para identificar onde essas pessoas estão. Não chega a ser como as desaparições forçadas que havia nas ditaduras latino-americanas. (Com agências internacionais)

As autoridades do Haiti anunciaram na noite deste domingo (11) a prisão de um dos supostos mandantes do assassinato do presidente Jovenel Moïse, no último dia 7. O homem, um médico haitiano que mora na Flórida, Christian Emmanuel Sanon, estaria planejando se tornar presidente do país caribenho, sugeriu o diretor da Polícia Nacional, León Charles, em declarações à imprensa.

Sanon, de 63 anos, é a terceira pessoa detida que tem elos com os Estados Unidos. Não está claro, contudo, se seria cidadão americano como os outros dois. Entre os detidos, há ainda 18 cidadãos colombianos, em sua maioria ex-militares.

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Em declarações na noite deste domingo, Charles disse crer que o médico teve um papel central na morte de Moïse, cujo assassinato a tiros dentro da residência oficial acentuou uma crise política de meses e criou um vácuo de poder no país.

"Quando (a polícia) bloqueou o avanço dos bandidos, a primeira pessoa que chamaram foi Emmanuel Sanon", disse Charles, afirmando que a polícia também investiga outros dois supostos autores intelectuais do magnicídio, que estariam em contato com Sanon, mas não divulgou suas identidades.

Segundo o policial, Sanon contatou uma firma de segurança privada para recrutar pessoas que "realizassem este ato". A companhia, ele disse, seria a CTU, uma empresa venezuelana sediada nos Estados Unidos.

O médico teria desembarcado no Haiti em junho, em um avião particular, com "objetivos políticos" e acompanhado de mercenários colombianos supostamente contratados para garantir sua segurança. "A missão inicial dada aos criminosos era proteger o indivíduo chamado Emmanuel Sanon, mas em seguida ela mudou", disse Charles, sugerindo que o objetivo do homem seria se tornar presidente, segundo o The New York Times.

Como evidência, o policial disse que o médico foi o homem que um dos suspeitos colombianos contatou após ser detido.

Em uma operação na sua casa, as autoridades afirmaram ter encontrado um boné da agência antidrogas dos Estados Unidos, o DEA, uma caixa de cartuchos, dois veículos, seis coldres para pistolas, aproximadamente 20 caixas de munições e quatro placas de carro da República Dominicana.

Segundo relatos de testemunhas e imagens dos arredores da residência presidencial, os homens que mataram Moïse teriam entraram na casa afirmando serem parte de uma operação do DEA. A agência, contudo, diz não ter qualquer envolvimento com o ocorrido.

A polícia haitiana disse ainda, neste domingo, ter tomado "medidas cautelares" contra os responsáveis pela segurança de Moïse, em meio a suspeitas de que alguns deles tenham agido em conivência com os responsáveis pelo assassinato. Os investigadores estão analisando as informações para determinar "o nível de implicação de cada um".

O próximo passo, disse Charles, é descobrir quem financiou a operação. Políticos da oposição têm contestado a versão da polícia para o crime e parentes dos colombianos dizem que eles foram ao Haiti para trabalhar como seguranças de pessoas ricas. Segundo uma versão, o próprio Moïse teria contratado os colombianos como seguranças.

Neste domingo, o Pentágono afirmou que enviará uma equipe de agentes do FBI e do Departamento de Segurança Interna para ajudar nas investigações. No sábado, Washington havia rejeitado um pedido do governo interino do Haiti para enviar militares para ajudar a proteger instalações cruciais da infraestrutura do país.

A Polícia Federal (PF) prendeu no domingo passado, dia 23, durante a realização das provas do concurso da corporação, onze candidatos inscritos no certame que possuíam mandado de prisão em aberto. As prisões foram efetuadas nos Estados do Acre, Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo (2).

De acordo com a PF, os cumprimentos dos mandados de prisão foram realizados de "forma discreta e sem causar tumulto ou prejuízo para a aplicação das provas". "Além de retirar do convívio social indivíduos procurados pela Justiça, a atuação da PF garantiu a segurança do concurso", registrou o órgão em nota.

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As provas escritas aplicadas no último domingo são referentes a concurso para provimento nos cargos de delegado, agente, escrivão e papiloscopista. A realização das provas, em meio a restrições para combate à pandemia da covid-19, acabou sendo questionada na Justiça e provocando resposta do Supremo Tribunal Federal (STF).

Pela primeira fez, a Corte realizou um julgamento no plenário virtual - plataforma que permite que os ministros votem à distância - com início e término do mesmo dia, a última sexta-feira, 21. Na ocasião, por 10 votos a 1, os ministros decidiram manter as datas de realização das provas.

A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta terça-feira (27) dois mandados de busca e apreensão expedidos em inquéritos que tinham como objetivo investigar o compartilhamento de imagens de pornografia infantil na internet. Durante a ação, duas pessoas foram presas em flagrante. Um dos presos, de 60 anos, reside em Curitiba, enquanto o outro, de 43 anos, na cidade paranaense de Piraquara.

Com o suspeito preso em Curitiba, a PF encontrou cerca de mil arquivos de imagens de exploração sexual de crianças e adolescentes. Com o preso em Piraquara, os policiais localizaram mais de 100 mil arquivos com o mesmo tipo de material armazenado.

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De acordo com a PF, os arquivos apreendidos serão submetidos à perícia técnica, “com as investigações mirando agora na identificação de abusadores sexuais e suas vítimas, bem como na busca de informações que possam indicar o envolvimento dos presos com os crimes de produção de pornografia infantil e estupro de vulnerável”.

 

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta quarta-FEIRA, 7, manter a prisão preventiva de três réus da Operação Faroeste, que investiga um esquema de venda de sentenças do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) em processos de grilagem de terras na região oeste do Estado. A decisão alcança três supostos operadores do esquema: Geciane Souza Maturino dos Santos, Antônio Roque do Nascimento Neves (apontado como "corretor na venda de sentenças judiciais") e Adailton Maturino dos Santos (que se apresentava como o "cônsul" de Guiné-Bissau).

A deliberação atende a uma manifestação da subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, enviada ao relator do caso, ministro Og Fernandes, na segunda-feira, 5. O documento apontou que estavam configuradas as hipóteses para renovação da medida cautelar já decretada, considerando o dispositivo da lei anticrime que determina a reavaliação de preventivas a cada 90 dias. No caso dos denunciados na Operação Faroeste, esse prazo expiraria nesta quinta-feira, 8. As informações foram divulgadas pela Procuradoria-Geral da República.

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"Serve a presente manifestação ministerial para, mais uma vez, ratificar, a imprescindibilidade das respectivas prisões para normal colheita de provas, garantia da ordem pública e aplicação da lei penal, vez que demonstrada está a prova da materialidade delitiva, e latentes são os indícios de sua autoria", frisou Lindôra Araújo em trecho do documento.

Deflagrada no fim de 2019, a Operação Faroeste revelou a existência de suposta organização criminosa integrada por membros da cúpula do Judiciário baiano. A investigação apura a prática dos crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro e apontou três núcleos de investigados, integrados por desembargadores, advogados e produtores rurais.

As autoridades russas prenderam, nesta sexta-feira (22), novos apoiadores do opositor Alexei Navalny, enquanto outros devem comparecer ao tribunal na véspera de um dia de protestos planejados em todo o país.

A equipe de Navalny, que está em detenção até pelo menos 15 de fevereiro e é alvo de vários processos judiciais, convocou protestos para o sábado (23) em 65 cidades russas para exigir a libertação do principal inimigo do Kremlin, reuniões "ilegais" de acordo com as autoridades.

Depois de prender vários colaboradores de Navalny na quinta-feira, a polícia deu continuidade às detenções nesta sexta com a coordenadora da sede do opositor em Vladivostok, no Extremo Oriente, Ekaterina Vedernikova, e uma colaboradora da sede de Novosibirsk, na Sibéria, Elena Noskovets.

A equipe do opositor também informou a prisão da coordenadora de Tyumen, nos Urais, de outra colaboradora do enclave de Kaliningrado e de Serguei Boïko, cuja coalizão em Novosibirsk, na Sibéria, desafiou o partido do Kremlin nas eleições regionais de setembro.

Preso na quinta, uma figura em ascensão do movimento, Liubov Sobol, e a porta-voz de Navalny, Kira Iarmych, devem comparecer perante os juízes nesta sexta por terem convocado manifestações qualificadas como ilegais.

A advogada de Iarmych, Veronika Poliakova, disse à AFP que sua cliente enfrenta 10 dias de detenção. Liubov Sobol, por sua vez, pode pegar 30 dias de prisão, mas pode sofrer, como em prisões anteriores, apenas uma multa por ter um filho pequeno.

Entre os outros apoiadores de Navalny na mira da polícia, estão Georgui Albourov, que participa das investigações anticorrupção do opositor, e Vladlen Los, advogado de sua organização, de nacionalidade bielorrussa, declarado persona non grata na Rússia.

A chefe da equipe de Navalny em Krasnodar, no sul da Rússia, Anastassia Pantchenko, também foi presa na quinta-feira.

- Advertências e apoios -

Diante da mobilização marcada para sábado, o Kremlin, o Ministério Público e o Ministério do Interior advertiram contra a participação nos protestos, sugerindo uma possível dispersão brutal dos manifestantes.

O gendarme de telecomunicações russo, Roskomnadzor, ameaçou as redes sociais com multas se não retirassem as chamadas para protestar e, em particular, alertou as plataformas Tik Tok e Vkontakte, o equivalente russo do Facebook.

A imprensa também noticiou advertências de universidades e escolas para desencorajar os alunos de protestar ou encorajar os pais a "protegerem seus filhos".

Nos últimos dias, milhares de vídeos e mensagens de apoio ao opositor têm circulado no Tik Tok, uma plataforma particularmente popular entre os adolescentes, incluindo chamadas para manifestações, conselhos para não ser preso pela polícia ou usuários se filmando substituindo o retrato de Vladimir Putin pelo de Alexei Navalny na sala de aula.

A chefe do canal de televisão estatal russo RT, Margarita Simonyan, acusou "Tik Tok, de propriedade chinesa, de tentar orquestrar uma guerra entre crianças na Rússia". Ela estimou que a empresa tinha meios de censurar esse conteúdo "em dois minutos".

Navalny também recebeu o apoio de atores, músicos e atletas, incluindo personalidades geralmente afastadas da política, como o ex-capitão da seleção de futebol russa, Igor Denisov, ou do astro da música Monetotchka, muito popular entre os jovens.

Após sua prisão no domingo, Alexei Navalny contra-atacou na terça-feira publicando uma investigação sobre a enorme e suntuosa propriedade do presidente Vladimir Putin nas margens do Mar Negro, e cuja construção teria custado mais de um bilhão de dólares.

Esta manhã, a longa investigação acompanhada por um vídeo de quase duas horas já havia sido vista mais de 53 milhões de vezes no YouTube, um recorde para uma investigação de Navalny.

O opositor foi preso no dia 17 de janeiro, ao retornar de cinco meses de convalescença na Alemanha após suspeita de envenenamento, do qual acusou o Kremlin. Moscou rejeita essas acusações.

A Polícia Militar de Santa Catarina prendeu na noite de sexta-feira, 4, o 12º suspeito de envolvimento no mega-assalto a um banco em Criciúma, no sudeste catarinense. Ele estava hospedado em uma pousada em Blumenau, no mesmo Estado, segundo informações da corporação.

O homem estava com pouco mais de R$ 26,4 mil e um veículo recentemente adquirido, comprado com dinheiro em espécie. Também foram encontrados chips de celular, um caderno com anotações financeiras, dois celulares e outros itens não especificados pela polícia.

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De acordo com a PM, o suspeito integra a organização criminosa que realizou o mega-roubo na terça-feira, 1º. O assalto foi realizado por um grupo fortemente armado, que efetuou disparos a um batalhão policial e no centro da cidade.

A ação durou cerca de três horas, durante a qual vias de acesso à cidade foram bloqueadas para evitar a chegada de reforço policial. Os criminosos portavam fuzis e chegaram a fazer reféns.

Até a manhã deste sábado, 12 suspeitos foram presos em diferentes Estados das regiões sul e sudeste. As investigações mobilizam polícias de Santa Catarina, São Paulo e do Rio Grande do Sul, cuja divisa fica a menos de 100 quilômetros de Criciúma.

Na sexta-feira, a PM catarinense divulgou uma nota em que afirma ter conseguido "considerável progresso nas investigações" e que "foram adotadas todas as providências legais sobre suspeitos do crime".

"As ações decorrentes dos trabalhos investigativos neste momento serão mantidas em resguardo a fim de garantir o sucesso das investigações e, tão logo seja possível, as informações serão trazidas ao domínio público", diz comunicado da polícia.

Sete suspeitos foram presos na quarta-feira, 2, no Rio Grande do Sul, nos municípios de Torres, Gramado e Porto Alegre. Outros dois homens foram detidos no mesmo dia, enquanto mais um casal foi preso em Campinas, no interior de São Paulo, na quinta-feira, 3.

Um galpão com evidências que remetem ao crime foi localizado pela Polícia Civil em Criciúma. O local havia sido alugado, e dentro foram encontradas latas de tintas utilizadas para pintar os carros em que o grupo fugiu.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atualizou há pouco o número de urnas eletrônicas que foram substituídas e de ocorrências registradas durante o horário da votação. Até as 16h, 2.717 urnas foram substituídas. O número corresponde a 0,60% do contingente de 400 mil equipamentos que estão sendo utilizados nas eleições. 

O TSE também informou que foram registradas 580 ocorrências envolvendo candidatos e não candidatos durante a votação. Segundo o tribunal, 45 candidatos foram presos em flagrante por crime eleitoral. Até o momento, não há registro de votação manual em nenhum município do país. 

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Neste primeiro turno das eleições municipais, mais de 147 milhões de pessoas estão aptas para eleger prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Apenas em Macapá e no Distrito Federal não há eleição neste domingo. A capital amapaense, por causa de problemas com fornecimento de energia elétrica, e a capital federal, porque não tem prefeito e nem vereadores.

Mais de 400 manifestantes foram presos, neste domingo (8), em Belarus durante protestos da oposição em Minsk pedindo a saída do presidente Alexander Lukashenko.

Há três meses, os opositores se reúnem todos os domingos na capital e outras cidades para pedir a renúncia do presidente após a disputada eleição presidencial de 9 de agosto, marcada por acusações de fraude.

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Eles exigem que Lukashenko, no poder desde 1994, dê lugar a sua adversária na eleição presidencial, Svetlana Tikhanovskaya, que teve que fugir para o exterior nas semanas seguintes à eleição para escapar da repressão.

Milhares de manifestantes, muitos vestindo as cores vermelho e branco da oposição, aglomeraram-se no centro de Minsk, cercados por uma grande força policial e onde várias estações de metrô foram fechadas.

De acordo com a organização de direitos humanos Viasna, mais de 400 manifestantes foram presos em Minsk e em algumas outras cidades. Uma dezena de jornalistas estão entre eles, além de atletas, como o medalhista olímpico do decatlo Andrei Krauchanka ou a Miss Belarus 2008, Olga Jinikova, de acordo com a mídia independente Tut.by.

"O país se transformou em uma prisão. É uma junta militar, é impossível suportar essa situação, essa repressão, essas pessoas presas à toa na rua", denunciou Elena Vassilevich, uma aposentada de 65 anos dizendo que espera "viver em um país livre e democrático".

Refugiada na Lituânia, Svetlana Tikhanovskaïa estimou neste domingo que esses 90 dias de manifestações mostram que o "poder perdeu sua legitimidade".

"Ele não quer nos dar o direito de decidir o que vai acontecer em nosso país", escreveu ela no Telegram, acrescentando que os protestos vão continuar "até a vitória".

Tikhanovskaya, que reivindica vitória nas eleições de 9 de agosto, recebeu o apoio de vários líderes europeus que se recusaram a reconhecer o resultado da eleição.

- Esperança em Biden -

No sábado, ela parabenizou Joe Biden por sua eleição para a Casa Branca. "Foi uma verdadeira corrida de ideias, programas e equipes, ao contrário de Belarus, onde os votos foram simplesmente roubados", disse.

Ela acrescentou que acredita que "o novo presidente dos Estados Unidos em breve se encontrará com o presidente justamente eleito de um novo Belarus livre", destacando que Joe Biden "várias vezes assumiu posições firmes de apoio ao povo bielorrusso".

Alexander Lukashenko descreveu no sábado a eleição nos Estados Unidos como uma "paródia da democracia" e disse que não esperava que suas relações com Washington mudassem.

Fora de Minsk, manifestações foram organizadas em grandes cidades do país, mas também por categorias socioprofissionais. No sábado, cerca de cinquenta enfermeiros, por exemplo, protestaram em frente a um hospital em Minsk, segundo a mídia local que garante que vários deles foram presos.

As manifestações de domingo em Belarus reúnem dezenas de milhares de pessoas, às vezes mais de 100.000, constituindo os maiores encontros desde a independência do país em 1991.

As primeiras manifestações, nos dias que se seguiram às eleições que Lukashenko afirma ter ganho com 80% dos votos, foram marcadas por uma repressão violenta que deixou pelo menos três mortos e acusações de tortura apresentadas por manifestantes detidos.

Alexander Loukachenko, que exclui a renúncia, multiplicou suas declarações marciais, por exemplo, tendo garantido que a polícia em breve atiraria com munição real ou pedindo à polícia na semana passada para "não fazer prisioneiros".

Lukashenko, seu filho Viktor e treze outras autoridades bielorrussas foram oficialmente adicionados à lista de sanções da UE na sexta-feira.

As forças de segurança da Espanha prenderam cerca de 60 pessoas ao longo do sábado (31) nos protestos contra as restrições adotadas para conter a propagação do novo coronavírus em diversas regiões do país.

As manifestações começaram a ser registradas ainda na sexta-feira, dia da entrada em vigor, em grande parte do território, das medidas que impedem deslocamentos e as aglomerações durante o feriado de Todos os Santos, que afetam 87% da população.

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Segundo os dados do Ministério da Saúde, a Espanha acumula 1.185.678 casos de infecção pelo novo coronavírus. Além disso, desde o início da pandemia da covid-19 no país, 35.878 pessoas morreram por causa da doença, de acordo com balanço divulgado na sexta-feira, já que não há atualizações durante o fim de semana.

Os protestos contra as medidas restritivas registrados nas últimas 48 horas, após convocação pelas redes sociais, tiveram como ponto em comum fins violentos, com lançamento de objetos e queima de lixeiras, entre outros atos de vandalismo.

Além dos 60 detidos, a polícia espanhola indicou que 11 agentes ficaram feridos durante a atuação na contenção das manifestações. Em Madri, cidade em que houve confronto mais tenso, foram 32 presos e 12 pessoas apresentando ferimentos, sendo três delas policiais.

"A conduta violenta e irracional de grupos minoritários é intolerável. Não é o caminho", escreveu no Twitter o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez.

O Congresso da Espanha aprovou na quinta-feira (29) uma prorrogação de seis meses do estado de emergência, o que permite a aplicação de duras restrições para conter o agravamento das infecções por covid-19.

Decretado pelo governo de Sánchez, o regime excepcional vigorará até 9 de maio e dá cobertura legal para o toque de recolher em quase todo o país.

Embora agora o vírus tenha um crescimento menor na Espanha do que em seus vizinhos, o país continua sendo uma das regiões mais afetadas pela pandemia. (Com agências internacionais)

Uma grande operação contra criminosos da "dark web" - uma área oculta da Internet - levou à prisão de 179 supostos vendedores ilícitos na Europa e Estados Unidos, anunciou nesta terça-feira a Europol, a agência policial europeia.

A polícia americana prendeu 121 pessoas, enquanto outros suspeitos foram detidos na Alemanha, Reino Unido, Holanda, Áustria e Suécia, afirmou a Europol em um comunicado.

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De acordo com a agência com sede em Haia, os suspeitos participaram de dezenas de milhares de vendas de produtos ilícitos na "dark web", repleta de atividades ilegais.

A operação, na qual participaram várias agências governamentais americanas, incluindo o FBI, resultou na apreensão de mais de 6,5 milhões de dólares (5,5 milhões de euros), em dinheiro e em moedas virtuais.

A polícia também confiscou aproximadamente 500 kg de drogas, entre elas fentanil, oxicodona e heroína, assim como cerca de 60 armas de fogo, informou a Europol, que coordenou seu trabalho com a unidade de Cooperação Judicial Europeia, Eurojust.

Este anúncio "envia uma mensagem contundente" aos criminosos ativos na "dark web", destacou Edvardas Šileris, diretor do Centro Europeu de Crimes Cibernéticos da Europol.

"A Internet oculta já não é mais oculta e sua atividade anônima já não é mais anônima. As forças de ordem estão determinadas a perseguir os criminosos, não importa onde operem, seja nas ruas ou atrás de uma tela de computador", acrescentou Šileris no comunicado.

Os irmãos Germán e José Efromovich, donos do estaleiro Eisa, foram presos preventivamente na manhã desta quarta-feira (19) na Operação Navegar é Preciso, fase 72 da Lava Jato. Ambos são acionistas da Avianca Holdings, que não é citada nas investigações. Seis mandados de busca e apreensão também foram cumpridos pela Polícia Federal em Alagoas, no Rio e em São Paulo.

A PF, em cooperação com o Ministério Público Federal, deflagrou a operação para combater suposta fraude em licitação da Transpetro, subsidiária da Petrobras responsável pelo transporte de combustível e pela importação e exportação de petróleo e derivados, para compra e venda de navios.

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A suspeita é que o estaleiro contratado por R$ 857 milhões para fornecer os navios pagou propina a um executivo da estatal, que não teve o nome divulgado. O prejuízo com a contratação, classificado pela PF como assombroso, é estimado em cerca de R$ 611 milhões.

Defesas

A reportagem busca contato com as defesas dos empresários citados. O espaço está aberto para manifestações.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu dois vetos do presidente da República, Jair Bolsonaro, na lei que prevê a obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços e locais públicos durante a pandemia do novo coronavírus. Com a medida, retornam a ser lei o uso do equipamento em prisões e centros socioeducativos e a presença de cartazes informativos sobre uso correto das máscaras dentro de estabelecimentos.

A decisão liminar foi tomada em ação apresentada pelo PDT e Rede Sustentabilidade contra série de vetos do presidente, que retirou a obrigatoriedade de máscaras em espaços como, entre outros, comércios, indústrias, templos e escolas.

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Apesar de não suspender todos os vetos decretados pelo presidente, o ministro pontuou que os trechos vetados eram meramente expletivos, ou seja, apenas reforçavam os locais onde a máscara era obrigatória. A presença do termo "espaços públicos e privados acessíveis ao público", que foi mantida na lei, garante a obrigatoriedade do uso do equipamento nestes ambientes.

O ministro suspendeu somente dois vetos que foram "republicados" pelo Planalto - ou seja, após a sanção presidencial. Esses dois pontos tratavam especificamente do uso de máscaras em unidades prisionais e a fixação de cartazes em estabelecimentos comerciais sobre o uso do equipamento de proteção.

Segundo Gilmar, a "inusitada situação" de vetos serem republicados pelo governo após sanção "gera forte insegurança jurídica". "Dificulta até mesmo a identificação de qual é o direito vigente", afirmou.

O ministro destacou relatório do Conselho Nacional de Justiça, que registrou aumento de 83,5% de casos confirmados de Covid-19 em presídios brasileiros entre 29 de junho a 29 de julho deste ano.

O número de óbitos nestas unidades subiu 22%, atingindo 139 mortes.

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Um grupo de jovens que participava de manifestação denominada antifascista e antirracista na manhã deste domingo, no Mercado de São Brás, em Belém, acabou sendo detido pela Polícia Militar. Segudo informações da assessoria da Polícia Civil, 112 pessoas foram apresentadas na Seccional da Cremação. 

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As detenções e apreensões de adolescentes foram feitas em cumprimento ao Decreto Estadual nº 800/ 2020, que prevê a proibição de eventos com aglomeração superior a dez pessoas.

"As pessoas apresentadas na unidade policial estão sendo ouvidas individualmente, para lavratura do procedimento de praxe, e serão liberadas", informou o coordenador da operação, delegado Renan Souza, segundo a Agência Pará, canal de comunicação do governo do Estado. 

Sete pessoas identificadas como líderes da manifestação foram intimadas e ouvidas. Dezesseis adolescentes foram apresentados e encaminhados à Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data).

A Polícia Militar informou que os manifestantes portavam máscaras antigás e escudos com símbolos anarquistas. Também foram apreendidos tesoura, canivete, sinalizadores, escudos de produção caseira, pólvora e produtos inflamáveis. Depois de ouvidos em depoimento, os manifestantes foram liberados.

Com apoio de Filipe Bispo, do LeiaJá Pará.

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Nos últimos 15 dias, a Polícia Federal (PF) concluiu as prisões dos suspeitos envolvidos em assaltos a duas agências dos Correios de Pernambuco. Três mandados de prisão foram cumpridos, mas dois já estavam presos por outros crimes.

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Tiago Roberto Vidal Farias, de 26 anos, é apontado como integrante do quinteto responsável pela investida na agência de Bom Jardim, no Agreste. Em agosto do ano passado, o grupo roubou o dinheiro da gaveta de atendimento e alguns pertences dos clientes. Ele era o único que ainda estava em liberdade, mas com a captura, poderá ficar preso de quatro a 12 anos.

A PF também cumpriu dois mandados na Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru. As investigações apontam que dois reclusos da unidade identificados como Euclides Chagas dos Santos, de 30, e Wedem da Silva Araújo, de 37, participaram do assalto aos Correios de Chã Grande, na Mata Sul. Em setembro de 2019, a dupla roubou a quantia do cofre e 13 celulares de clientes e funcionários da agência.

Eles estavam presos por participar do assalto aos Correios de Riacho das almas, no Agreste, em julho do ano passado. Os dois estão à disposição da Justiça e também podem receber penas que variam entre quatro e 12 anos.

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