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O governo federal estuda instalar placas solares ao longo dos canais de integração do Rio São Francisco para que a energia solar possa ser utilizada no bombeamento da água. A informação é do presidente Jair Bolsonaro, em postagem de hoje (24) na sua conta no Twitter.

O consumo de energia elétrica do sistema corresponde a cerca de 80% dos custos da operação do empreendimento. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, a demanda anual nas fases pré-operacional e operacional do Projeto gira em torno de 746 mil MW.

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A instalação de placas sobre espelho d'água também possibilita que a evaporação seja bastante reduzida, já que os painéis solares montados em canais bloqueiam a radiação do sol. De acordo com estimativas, uma planta fotovoltaica (painéis) de um megawatt pode economizar nove milhões de litros de água por ano.

Os painéis solares ainda oferecem outra vantagem: com a ausência de luz solar, o crescimento de algas é minimizado, ajudando também na redução do custo de manutenção e aumentando a vida útil dos equipamentos.

Bolsonaro comentou também sobre a finalização das obras do projeto. “O Ministério de Desenvolvimento Regional divulga que, o Projeto de Integração do São Francisco está em fase conclusiva de obras, como visto em tweets anteriores. Complementamos que Eixo Norte está em reparação, e a expectativa é de que os trabalhos sejam finalizados até maio”, escreveu.

O Ministério do Desenvolvimento Regional informou que o Eixo Norte está com 97% de avanço. Os serviços estão concentrados no dique Negreiros, em Salgueiro (PE), e, em maio, as atividades serão concluídas, a estrutura voltará a pré-operar e “as águas do 'Velho Chico' voltarão a percorrer os canais em direção ao Ceará”.

Já o Eixo Leste, entregue em março de 2017, tem garantido o abastecimento regular de mais de um milhão de pessoas em 35 municípios da Paraíba e de Pernambuco. Nesta semana, o governo liberou R$ 82 milhões para as obras da Adutora do Agreste, localizada no sertão pernambucano, para expandir o abastecimento na região.

A adutora já leva as águas do Eixo Leste para sete cidades e, até junho, contemplará mais três municípios de Pernambuco. No total, a primeira fase da obra vai contemplar mais de um milhão de pessoas em 23 cidades.

Dois homens de 20 e 50 anos foram presos na cidade de Belo Jardim, Agreste de Pernambuco, após serem flagrados pela Polícia Militar furtando água na tubulação da Adutora do Agreste que faz a transposição das águas do Rio São Francisco. Segundo afirmado pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), a adutora tem sido alvo de ações criminosas.

Os homens presos estavam captando água, sem autorização, em dois pontos da tubulação da Adutora do Agreste com um caminhão-pipa e uma carroça. A Compesa aponta que, levando em consideração apenas a capacidade de armazenamento do caminhão, 10 mil litros de água estavam sendo furtados a cada captação.

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Não se tem estimativa sobre o período de tempo em que o crime estava sendo cometido. Os envolvidos foram conduzidos à delegacia da cidade, onde deverão responder processo por furto qualificado de água.

De acordo com a Compesa, o roubo de água ocorrido em alguns pontos ao longo da Adutora do Agreste. A Companhia tem fiscalizado rotineiramente a obra e informado às autoridades policiais sobre a prática para que operações de fiscalização sejam realizadas para coibir esse tipo de irregularidade.

Cerca de 12 toneladas de maconha foram apreendidas durante a Operação Macambira III, deflagrada no último dia 6 de setembro e concluída nesta sexta-feira (14). Participaram da operação peritos criminais do Instituto de Criminalística (IC) de Petrolina, além das Forças Armadas, Corpo de Bombeiros e das polícias Federal, Militar e Civil por profissionais de Pernambuco e da Bahia.

Durante a operaçaõ foram encontrados em localidades rurais a estimativa de 30 mil pés de maconha, que equivalem a 11 toneladas da droga –, além de 615 kg já colhidos, mil mudas, meio quilo em sementes e 6,2 mil covas, entre outros materiais. Segundo o gestor da unidade regional da Polícia Científica do Vale do São Francisco, Ivan Câmara de Andrade, uma pequena parte dos entorpecentes foi guardada para perícia e o resto da maconha foi incinerada.

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O foco foi erradicar o planejo de drogas às margens do Rio São Francisco, em Pernambuco, e nas cidades Juazeiro, Curaçá, Campo Formoso, Xique Xique e João Dourado, na Bahia. A Macambira III contou com o apoio da Companhia de Polícia de Ações na Caatinga, da Coordenação de Aviação Operacional e da Polícia Militar do Distrito Federal.

Em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, uma empresa de fabricação têxtil estava despejando resíduos químicos em um canal que tinha como destino o Rio São Francisco. A tubulação de concreto estava camuflada com madeira e vegetação, o que dificultava a visualização e identificação de origem.

A Agência Municipal do Meio Ambiente, com apoio da Guarda Municipal, constatou a irregularidade após denúncia feita através da Ouvidoria de Petrolina. Foi aplicada uma multa de mais de R$ 16 milhões por crime ambiental.

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A empresa também não possuía licença ambiental. O local foi interditado e as atividades da empresa foram suspensas. 

Segundo a Amma, a empresa tem 20 dias, a partir da data de notificação, para regularizar as atividades. A penalidade se baseou no Artigo 66º do Decreto Federal 6514/2008, que determina multa entre R$ 5 mil a R$ 50 milhões para o crime ambiental. Outras denúncias podem ser feitas através do telefone da ouvidoria no número: 156.

Nesta segunda-feira (13), a Polícia Federal de Pernambuco está atuando para desvendar o mistério do rompimento do canal do eixo norte do projeto de integração do Rio São Francisco, que aconteceu no último dia 11 de agosto. A obra, que foi entregue no dia 3 de agosto, vinha funcionando normalmente, confirma a PF. No entanto, engenheiros técnicos e também responsáveis pela obra irão até o local para formalizar o que realmente aconteceu: se foi um fato criminoso ou problemas estruturais. O ponto de "desvio" da água aconteceu entre os municípios de Terra Nova e Salgueiro, Sertão de Pernambuco.

Por meio de nota à imprensa, a Polícia Federal pontua que "ainda é cedo para afirmar se o rompimento foi criminoso, até que todas as circunstâncias sejam avaliadas". Após análise dos fatos uma perícia poderá ser feita no local com o objetivo de subsidiar as investigações que estão em andamento. O rompimento foi pontual e técnicos do Ministério da Integração já contiveram o vazamento e estão avaliando o perímetro para constatar se houve danos para a comunidade no entorno. 

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A polícia ressalva que muitas informações falsas estão sendo repassadas, sem qualquer fundamento, o que pode causar transtornos para moradores das circunvizinhanças.   

Leiajá também 

-> Canal da transposição: rompimento pode ter sido criminoso 

Equipes do Ministério da Integração Nacional informaram neste domingo (12) que o rompimento de um canal do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, entre os municípios de Terra Nova e Salgueiro, em Pernambuco, na tarde de sábado (11), tem evidências de ato criminoso.

“Relatos de moradores que vivem no entorno informam que a ação dos envolvidos tinha como objetivo desviar o curso d’água daquele ponto para que fosse possível encher um reservatório nas imediações. Ação semelhante aconteceu em junho do ano passado, em um trecho no município de Cabrobó (PE)”, diz nota divulgada pelo ministério.

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A pasta informou que técnicos estão no local atuando para recuperar a estrutura, que deverá ser normalizada em até 48 horas. O ministério conta com o apoio da Polícia Militar do estado para investigação do episódio.

“Paralelamente, também foram designadas equipes para verificar todo o perímetro e avaliar possibilidades de danos a comunidades no entorno. Nas proximidades do canal não há registro de moradores”, diz o comunicado.

Apesar de ser dono de 26,5% do eleitorado brasileiro, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o desenvolvimento do Nordeste ainda não está entre as propostas já apresentadas pela maioria dos pré-candidatos à Presidência da República. 

A região que, em quantitativo eleitoral, perde apenas para o Sudeste, deve ser um dos focos dos postulantes, mas a pouco mais de dois meses do início da campanha eleitoral, as projeções para os estados nordestinos ainda são mínimas. O LeiaJá fez um levantamento e apenas três dos 16 nomes que se colocam para a disputa já declaram suas intenções.

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Sem grande visibilidade entre os nordestinos, o ex-prefeito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), ainda não firmou um programa de governo, mas já declarou, em andanças inclusive por estados da região, que pretende estimular a geração de empregos entre eles. Além disso, o tucano já definiu a questão da água como uma das essenciais e deve apresentar sua experiência na gestão dos recursos hídricos em São Paulo como vitrine. Alckmin já chegou a dizer que pode fazer uma nova transposição. Desta vez, do Rio Tocantins para o Rio São Francisco.

Pré-candidato pelo Podemos, o senador Álvaro Dias também não formalizou ainda seu plano governamental, mas já pontuou que deseja resolver o problema da seca no Nordeste com a mudança da matriz energética e a criação de um programa de dessalinização, como é feito em Israel, onde 65% da água para consumo e irrigação vem do mar. A iniciativa seria feita, segundo ele, a partir de uma parceria público-privado (PPP). 

Nome do MDB para a disputa, o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deve seguir o documento Encontro com o futuro, lançado recentemente, que destaca o fato do Nordeste abriga 28% da população brasileira e deter apenas 14% da renda nacional. 

A proposta de Meirelles é de reforçar o uso da energia eólica e solar, que hoje é concentrada no setor privado, e ampliar a atuação do Estado para novos investimentos no setor tanto na região do semiárido quanto da região costeira. Além disso, eles também propõem a transposição do Rio Tocantins para afluentes do Rio São Francisco, conceder incentivos para o desenvolvimento do agronegócio e criar um programa para dotar as cidades costeiras de infraestrutura turística de primeiro mundo, através de parcerias entre os bancos públicos e investidores internacionais.

Nordeste é essencial na eleição

A ausência de propostas da maioria dos presidenciáveis para a região, na avaliação do cientista político Antônio Alexandre Lucena, pode ser justificada pela necessidade dos postulantes em “se estabelecer e fazer valer as candidaturas” durante este período que antecede as convenções partidárias, marcadas para acontecer de 20 de julho a 5 de agosto. 

Para o estudioso, a expectativa é de que com o início da campanha o recorte direcionado dos projetos fique mais evidente, uma vez que a conquista do eleitorado nordestino, ou ao menos parte dele, é essencial para que o presidenciável obtenha a vitória do pleito.  

“Quando a campanha começar efetivamente eles devem buscar esse eleitorado nordestino porque só consegue se eleger presidente se conseguir o apoio do Sudeste, uma parte do Sul e do Nordeste. Eles realmente precisam desse apoio da região. Quando começar os programas de rádio e TV essas propostas devem ser formuladas”, considerou o cientista político. Mesmo assim, ele ainda ponderou que considera um “atraso” os pré-candidatos não regionalizarem também os planos que fazem para o país. 

Em uma agenda em Pernambuco, um dos principais redutos eleitorais do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente Michel Temer ouviu uma série de elogios ao petista, pelo fato de ser ele o responsável pelo início das obras do projeto de integração do Rio São Francisco. O evento acontece nesta sexta-feira, 2, em Cabrobó e o presidente Temer iniciou discurso após a fala de outros políticos.

"Eu quero agradecer ao presidente Lula, que iniciou essa obra", afirmou o prefeito de Cabrobó (PE), Marcílio Cavalcanti (MDB). O governador de Pernambuco em exercício, Raul Henry (MDB), também citou que foi Lula que iniciou a obra, mas exaltou o fato de Temer continuá-la. "O senhor, como estadista, deu continuidade a obra", disse.

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Já o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) fez uma defesa do presidente e exaltou a recuperação econômica. "O senhor não veio a Cabrobó disputar a paternidade de obra com ninguém", afirmou.

O senador também defendeu a reforma da Previdência e reforçou o discurso do governo que se ela não for feita os aposentados correm o risco de ficar sem o benefício. "Esse debate precisa ser enfrentado com serenidade de transparência. O Congresso reabre semana que vem e agenda de reformas continua", disse.

O ministro da Integração nacional, Helder Barbalho, tentou minimizar a participação de Lula na obra e afirmou que o "debate de paternidade é um debate pequeno". "Essa obra é do povo brasileiro, do povo nordestino", comentou. "Essa obra é maior do que qualquer pessoa."

A obra

A segunda estação de bombeamento do Eixo Norte, em Cabrobó, de acordo com o governo, vai reforçar o abastecimento a 9,2 mil habitantes do município. Com o funcionamento desta nova estação, a água do Rio São Francisco será elevada a 58,5 metros de altura, o equivalente a um prédio de 19 andares.

A expectativa, segundo o governo, é que até o final deste ano, mais de 7 milhões de pessoas dos Estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte recebam as águas do São Francisco.

De acordo com o ministério da Integração Nacional, a ordem de serviço assinada pelo governo federal, no valor de R$ 6,5 milhões, será destinada para o início da obra de recuperação e modernização da Barragem Barra do Juá, localizada em Floresta (PE), e para o Eixo Leste, que já está em funcionamento.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou, nesta terça-feira (7), o parecer que autoriza o uso do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que tem orçamento de R$ 26,1 bilhões para este ano. O parecer é do senador Armando Monteiro (PTB-PE) e o projeto de lei poderá ser votado em regime de urgência no plenário do Senado.

A proposta, de autoria do senador José Pimentel (PT-CE), estabelece que os fundos constitucionais de financiamento que emprestam a projetos agrícolas, industriais e de infraestrutura, poderão financiar também empreendimentos de revitalização de bacias hidrográficas nas três regiões. 

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Os empréstimos do FNE, que são operados pelo Branco do Nordeste, somaram R$ 11,2 bilhões no ano passado, têm juros diferenciados, que variam de 7,6% a 10% ao ano. Os recursos dos três fundos constitucionais de financiamento provêm de 3% da arrecadação do IPI (imposto sobre Produtos Industrializados) e do IR (imposto de Renda) e do retorno dos seus empréstimos.

“A revitalização de bacias hidrográficas envolve, por exemplo, a recuperação da cobertura vegetal. Queremos combater o processo de degradação dos recursos naturais, aumentar a oferta hídrica e melhorar a qualidade da água. No caso do rio São Francisco, a recuperação das matas ciliares é fundamental para reverter uma degradação já bastante avançada, que resultou num avanço de 14 quilômetros do mar na foz”, assinalou Armando Monteiro no seu parecer.

Segundo Armando Monteiro, “foram investidos R$ 8,5 bilhões na Transposição do São Francisco, mas pouco se fez para revitalizar os afluentes, as nascentes e a calha do rio”.  

 

Duas crianças de uma mesma família morreram após se afogarem em trecho do Rio São Francisco, no município de Paratinga, Bahia. O caso aconteceu no último sábado (16). Segundo informações da Polícia Militar (PM-BA), outra criança também estava no rio e segue desaparecida. Os corpos de duas vítimas foram encontrados ainda no final de semana.

De acordo com a PM, os dois que vieram a óbito, um menino e uma menina, eram irmãos. O terceiro, que ainda está desaparecido, era primo dos dois. As crianças tem idade entre 8 e 11. A fatalidade ocorreu quando os três nadavam juntos e sumiram nas águas, entre a comunidade de Extrema e Fazenda Nova União.

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Bombeiros civis estiveram no local e retomaram as buscas pela criança desaparecida nesta segunda (18), no entanto, ainda não há informações sobre o paradeiro dela.


Uma mulher morreu afogada no rio São Francisco na manhã desta sexta-feira (18). O caso, que já foi confirmado pela polícia civil, aconteceu em Juazeiro do Norte, na Bahia, em trecho do povoado de Salitre. A vítima, de 46 anos, era tia do jogador baiano Daniel alves, que atua no clube francês PSG.

Segundo informações divulgadas, a mãe do jogador, irmã da vítima, passou mal ao receber a notícia e precisou ser encaminhada para uma unidade de saúde da cidade. Ela está em atendimento médico.

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De acordo com a Polícia Cívil, o corpo da mulher foi levado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Juazeiro, onde deve passar por perícia. Daniel Alves ainda não se manifestou sobre o ocorrido. Não há mais detalhes sobre o caso.

Senadores membros da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) iniciam, nesta segunda-feira (19), uma série de visitas às obras de transposição do Rio São Francisco nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará. A "Caravana das Águas", como está sendo chamada a iniciativa, foi proposta pela presidente da CDR, senadora Fátima Bezerra (PT-RN), para fiscalizar o andamento das obras do Eixo Norte da transposição. 

A programação da caravana se inicia com as visitas às obras paralisadas na cidade de Terra Nova (PE) e às barragens das cidades de Jati (CE), São José de Piranhas (PB) e Cajazeiras (PB). Um ato público na Praça do Trabalhador em Cajazeiras encerrará as atividades da segunda. 

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Para a terça (20), estão marcadas duas audiências públicas. A primeira às 9h no Auditório Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia, em Pau dos Ferros (RN); e a outra às 14h30 no Auditório do Centro de Ensino Superior do Seridó em Caicó (RN).

A nascente do Velho Chico, localizada na Serra da Canastra (MG), pode estar com os dias contados por conta da exploração excessiva do ambiente. Os principais problemas na região do Alto São Francisco estão relacionados com o aumento da ocupação urbana e das atividades industriais, como a siderúrgica. Na Serra da Canastra, a prática extensiva da pecuária e as queimadas criminosas também agravam a situação.

Para o biólogo Rafael Melo, o desmatamento e a construção de barragens agravam a degradação do ambiente. “O desmatamento leva ao acúmulo de detritos no leito do rio, diminuindo a riqueza e a diversidade de espécies animais e vegetais”, diz Rafael. “Já as barragens alteram a dinâmica das águas, impedindo a migração e a reprodução de peixes”.

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O Rio São Francisco possui atualmente nove hidrelétricas ao longo de seu percurso, como a de Três Marias, em Minas Gerais e a de Sobradinho, na Bahia.

A Justiça determinou ao Ministério Público Federal (MPF) que investigue a licitação do Eixo Norte, última etapa das obras de transposição do Rio São Francisco. O projeto teve forte disputa, mas o Ministério da Integração Nacional inabilitou os dois primeiros consórcios por critérios técnicos e declarou o terceiro colocado, o consórcio Emsa-Siton, como vencedor.

Primeiro colocado na concorrência, o consórcio formado pela Passarelli, Construcap e PB Engenharia entrou com ação judicial para suspender o processo. A Justiça não deu a liminar, mas decidiu enviar o caso ao Ministério Público Federal por conta da diferença de preços entre a primeira e a terceira proposta, de R$ 75 milhões.

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"Não obstante isso, determino o imediato encaminhamento de cópia integral dos presentes autos ao MPF, em meio eletrônico, considerando que chama a atenção a alegada diferença de R$ 75 milhões entre a proposta apresentada pelas impetrantes e a que foi reputada vencedora pela administração pública", diz o despacho.

A Passarelli informou que vai entrar com recurso para tentar suspender o processo. Enquanto isso, o Ministério da Integração Nacional anunciou ontem que assinou o contrato com o consórcio Emsa-Siton. Segundo a pasta, as obras devem ser retomadas na próxima semana, e a previsão é que as águas do rio São Francisco cheguem ao Ceará até o fim deste ano.

Disputa

Maior concorrência na área hídrica do País neste ano, o Eixo Norte atraiu seis empresas para a disputa. O consórcio Emsa-Siton, vencedor da licitação, apresentou um orçamento de R$ 517,92 milhões, mas uma renegociação com o governo reduziu o valor a R$ 516,84 milhões. O extrato do contrato deve ser publicado nos próximos dias no Diário Oficial da União. Em seguida, a ordem de serviço deve ser assinada.

O Trecho Norte é o único que ainda não foi concluído no projeto de transposição do Rio São Francisco, e viabiliza a chegada das águas até o Ceará. São 146 quilômetros de canais entre as cidades de Cabrobó (PE) e Jati (CE). A concorrência foi vencida pela construtora Mendes Junior, que abandonou a obra após envolvimento nas investigações da Operação Lava Jato.

Uma nova licitação foi lançada no fim do ano passado, mas foi revogada três dias depois. No início deste ano, o governo publicou o novo edital, com redução no valor da obra e alteração nas exigências técnicas para os interessados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O cádaver de um homem foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros, na manhã desta segunda-feira (27), no Rio São Francisco, entre os municípios de Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista, no Sertão pernambucano. As buscas estavam sendo feitas desde a tarde do domingo (26).

A vítima foi Alcemar Gonçalves de Souza, de 28 anos. Ele foi encontrado a 40 metros da margem do Rio São Francisco e seu corpo estava preso entre duas pedras. No momento em que a equipe dos bombeiros preparava o equipamento para retirá-lo, o corpo emergiu. 

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Segundo a assessoria do Corpo de Bombeiros, não há informações das consequências do afogamento. Há, entretanto, suspeitas de que haja relação com a prática de banho, que ocorre no local. 

A ex-presidente Dilma Rousseff chamou de "mentira" a inauguração feita na semana passada pelo governo federal da transposição do Rio São Francisco, na Paraíba. Ao lado de Lula e do governador Ricardo Coutinho em um palco montado às margens da obra, Dilma disse que não haverá "tapetão" nas eleições de 2018.

"Não vamos permitir um segundo golpe. O objetivo deles é impedir que candidatos populares sejam colocados à disposição do povo. O Lula é esse candidato", afirmou Dilma. "No tapetão, não", completou a ex-presidente, dizendo que os brasileiros têm um encontro marcado com a democracia em outubro de 2018.

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Temer esteve na semana passada na inauguração da obra e afirmou que não quer ter a paternidade da transposição do Rio São Francisco. "Não quero a paternidade desta obra, ninguém pode tê-la. A paternidade é do povo brasileiro e do povo nordestino", disse Temer, em uma indireta ao ex-presidente Lula, em cujo governo foi iniciada a construção do canal. A declaração foi feita após ex-presidentes petistas reivindicarem a autoria das obras na região.

Li, ontem, na internet, que o ex-presidente Lula está tão entusiasmado com a viagem programada para o próximo domingo a Monteiro (PB), para inaugurar, extraoficialmente, a chegada das águas da Transposição à Paraíba, que pode tomar banho no canal transbordante. Se isso ocorrer, por excesso de euforia, estará dando um péssimo exemplo.

Há pouco, imagens de um grupo de sertanejos tomando banho no canal em Sertânia geraram protestos e indignação. As águas transpostas do Velho Chico chegam para matar a sede de 12 milhões de nordestinos, segundo estimativa do Ministério da Integração, e não para amenizar o calor brutal ou servir de lazer para quem quer que seja.

Além de poluir, o banho é proibido. Ao longo dos canais, o Governo instalou placas de advertência sobre o risco de afogamento. Às margens do trecho da Transposição em Monteiro, Lula fará um ato político, avocando para si a paternidade do projeto. Ao seu lado estará a ex-presidente Dilma e três governadores do Nordeste – Ceará, Piauí e o anfitrião Paraíba.

Está prevista, ainda, uma carreata pelas principais ruas da cidade paraibana para que Lula possa gravar cenas que, provavelmente, serão exibidas pelo PT no horário da propaganda eleitoral. Delegações de várias cidades próximas estão sendo organizadas pelos sindicatos atrelados ao PT para bater palmas para o ex-presidente e carimbá-lo como o pai da Transposição.

Mesmo com quatro processos da Lava Jato nos ombros, já na condição de réu, Lula usa a estratégia eleitoral própria do futebol, de que a melhor defesa é o ataque. Mais do que isso, apresenta-se como vítima para o grande público e eleitorado cativo, perseguido pela mídia. O ex-presidente usou, recentemente, o depoimento da 10ª Vara Federal em Brasília como palanque, num teatro deplorável. Monteiro não será diferente.

FISCALIZAÇÃO– Técnicos do Governo da Paraíba estão fiscalizando as águas do rio São Francisco no trecho entre as cidades de Monteiro e Camalaú. As equipes também cadastram usuários e instalam plataformas de coleta de dados. Moradores ribeirinhos recebem orientações sobre a necessidade de permitir o fluxo normal da água. “Não admitiremos construções de cercas transversais no leito do rio, pequenas barragens ou qualquer outro impedimento. A água só poderá ser usada para consumo humano e animal. A nossa prioridade é garantir a chegada dela no açude Epitácio Pessoa”, alertou o presidente da Agência estadual de Águas, João Fernandes.

Caveira de burro em Goiana– A pindaíba é de tamanha magnitude em Goiana que o prefeito Osvaldo Rabelo Filho (PMDB), eleito como o “salvador da lavoura”, teve que cortar até o transporte dos universitários para o Recife. Sabendo que não contariam mais com a boa vontade do poder público, os estudantes passaram a bancar o custo se cotizando. Próximo a completar 100 dias de gestão, Osvaldinho, como é mais conhecido o prefeito, não disse a que veio. Goiana é, literalmente, uma cidade sem sorte, azarada.

Confiança zero– A Apac – Agência Pernambucana de Águas e Clima – virou objeto de piada e gozação na rádio corredor do Parque da Jaqueira. Tudo porque não acerta uma só previsão de chuvas no Recife. Na semana passada, quando caiu uma verdadeira tromba de água na capital, em torno de 100 mm, a Apac previu apenas 2 mm. Em tempo: trata-se da empresa que recebeu o maior investimento em termos de equipamento ainda na gestão do ex-governador Eduardo Campos. Dá para confiar?

Carta fora do jogo – Ao aparecer isolado entre os nomes pernambucanos na lista da Lava Jato do procurador geral da República, Rodrigo Janot, o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), desidratou-se. Perdeu o entusiasmo no eleitorado que enxergava nele uma renovação política em 2018. E há quem diga que tende a se complicar. Se isso ocorrer, aos olhos dos analistas políticos da província, já pode se considerar carta fora do baralho para qualquer projeto majoritário nas eleições do próximo ano.

Josinaldo será reeleito– Os aliados do vereador André Valença (PSD), candidato da oposição na disputa pela presidência da União dos Vereadores de Pernambuco (UVP), em eleição marcada para o próximo dia 24, em Bonito, já jogaram a toalha. “É quatro por um”, prevê o vereador Gilvan da Malhadinha, de Cumaru (PSC), referindo-se à votação que terá o atual presidente da instituição, Josinaldo Barbosa (PTB), cuja reeleição, para ele, só tem riscos de dar errado se ocorrer uma hecatombe. “Josinaldo está fortíssimo porque seu adversário não tem apelo nem a confiança da categoria”, afirma Gilvan.

CURTAS

VIOLÊNCIA– Em apenas 28 dias, um total de 497 pessoas foram assassinadas em Pernambuco. Esse foi o número anunciado na tarde de ontem pela Secretaria de Defesa Social. O resultado deixa a população assustada mais uma vez. Os números refletem que quase 18 pessoas foram mortas por dia no estado. Ainda, segundo o secretário de Defesa Social, Ângelo Gioia, no mês de janeiro foram contabilizados 480 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) em Pernambuco.

DEFESA– O Senai está prestes a inaugurar a sua mais nova unidade do Estado, em Ipojuca. A previsão é de que o prédio esteja pronto até o final de abril e comece a atender ao público já no próximo semestre. A novidade é que, além da boa estrutura, a unidade será a única de Pernambuco a abrigar o curso de Polímeros, estudo das macromoléculas, um dos componentes do plástico e seus derivados.

Perguntar não ofende: Será que Lula sabe que tomar banho no canal da Transposição polui a água que servirá para o consumo humano?

Apesar de não ter prerrogativa para isso, a visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao trecho do eixo leste da Transposição do Rio São Francisco, no sertão de Pernambuco e da Paraíba, vem sendo divulgada por petistas como um ato de “inauguração” da etapa entregue na semana passada pelo presidente Michel Temer (PMDB). 

O líder-mor petista desembarca nas cidades de Sertânia (PE) e Monteiro (PB) no próximo domingo (19) e, ao contrário do previsto inicialmente, o evento também deve contar com a participação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), que foi ministro da Integração Nacional durante o governo Lula. 

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A passagem da comitiva pela Transposição é para demarcar território e reforçar a disputa pela paternidade da obra iniciada em 2008, no segundo mandato de Lula. A conclusão da obra está atrasada em cinco anos e passou pelas duas gestões petistas, inclusive, com a paralisação do eixo norte, após a construtora Mendes Júnior abandonar o projeto por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). 

Na última sexta-feira (10), Michel Temer abriu as comportas do Reservatório de Campos em Sertânia e participou da cerimônia de chegada das águas do São Francisco a Monteiro. Anfitrião, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), chegou a mencionar Dilma e Lula no evento. “Não poderia deixar de me reportar ao governo que Vossa Excelência (Michel Temer) fez parte, o governo da presidenta Dilma Rousseff. A presidenta foi responsável pelo pagamento de 70% dessa obra. [...] É preciso relembrar as coisas a quem deixar de lembrar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presidente que iniciou essa obra”, disse. Ele também estará no palanque petista no domingo. 

Michel Temer, por sua vez, rebateu a tese de paternidade da obra pontuando que os recursos utilizados eram da população. O peemedebista foi alvo de protestos durante a chegada da água à cidade paraibana. Segundo o governo federal, a expectativa é de que a Transposição seja concluída em 2018.

O projeto de Transposição do rio São Francisco tem dois eixos, o Norte, em fase de conclusão, com 260 quilômetros, e o Leste, com 217 quilômetros, que foi inaugurado na sexta-feira (10). O projeto basicamente prevê a captação e o transporte da água do rio com o uso de canais de concreto, galerias subterrâneas, bombeamento hidráulico e a criação de reservatórios, de forma a garantir o abastecimento de rios e açudes nas áreas mais secas do Nordeste.

A obra foi iniciada em 2007, no governo de Luís Inácio Lula da Silva, sob forte oposição, especialmente de ambientalistas. A previsão inicial é que seria concluída em três anos, em 2010, ao custo de R$ 6,6 bilhões.

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Consórcios com grandes construtoras, como OAS, Mendes Júnior e Galvão Engenharia eram responsáveis pela obra. Em 2013, porém, foram substituídas sem que tivessem concluído os trabalhos. Até agora, o projeto já consumiu quase R$ 10 bilhões. A previsão é que o trecho Norte seja entregue até o fim deste ano.

A água chegando

No semiárido dos Estados de Pernambuco e Paraíba, região consumida pela seca há seis anos, a grande atração tem sido a água. Mais especificamente, a água que, desde a virada do ano, foi preenchendo os 217 quilômetros do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco. Ela sai da represa da Usina de Itaparica, formada pelo Rio São Francisco, na divisa da Bahia, atravessa quatro municípios de Pernambuco - Floresta, Betânia, Custódia e Sertânia - até desembocar na cidade de Monteiro, na Paraíba.

À medida que a água avançou, primeiro na beira de povoados, depois nas cidades maiores, foi recebida com deslumbramento. Famílias inteiras vestem roupas de banho e mergulham nas represas da Transposição. Os mais audaciosos se jogam no canal, mesmo sem ter noção da profundidade. O gesto mais trivial por lá é tirar selfie com a água.

"A gente faz a foto para registrar e acreditar que não estamos imaginando: olha aí, a água do Chico chegou. Depois de séculos, mas chegou", diz Rafael Barbosa dos Santos, 26 anos, desempregado, que junto de uma amiga, a técnica de enfermagem Raquel Simplício dos Santos, 31 anos, se autofotografava, quinta-feira passada, no final da Transposição, em Monteiro.

Lazer

No último mês, não faltaram episódios para ilustrar o surto de euforia. No município de Floresta, dois nadadores morreram afogados. Em Sertânia, os banhistas ocupam as represas, sem a menor cerimônia, desde o carnaval. "É impressionante, no domingo, vira o piscinão, a prainha de uma quantidade absurda de pessoas", diz a comerciante Iranuedja Moreira de Aquino, 42 anos, que se espantou quando foi ver com os próprios olhos a aglomeração. Seu marido, Paulo Cesar Santana, 50 anos, tem uma justificativa para o descontrole coletivo. "Quando a gente, que vive na estiagem, vê uma represa cheia, se sente como ganhador da Mega-Sena, não qualquer Mega-Sena, a da virada."

Há uma semana, a água ensaiou uma tragédia. O reservatório Barreiro, em Sertânia, se rompeu. A força da água foi tão violenta que abriu uma cratera na pista da rodovia quilômetros à frente. As causas estão sendo apuradas, mas quem mora no entorno conta que o reservatório encheu rápido demais. Na véspera do acidente, dava a impressão de que iria transbordar.

O auge do encantamento ocorreu na sexta-feira passada, em Monteiro, na cerimônia de inauguração do Eixo Leste. A cidade já estava mobilizada pela manhã. O casal Aldo Lídio e Luciana Ferreira levou os filhos Abraão, de 10 anos, e Sara, 4, para a borda da Transposição. "Queremos participar desse momento histórico", disse Aldo. E foi de tirar o fôlego. Um jorro de água eclodiu da Transposição e promoveu o milagre da engenharia hidráulica: o leito estorricado do rio Paraíba, vazio há seis anos, foi inundado em minutos. Tornou-se tão caudaloso que ninguém na multidão, assombrada com o feito, teve coragem de mergulhar. O rio Paraíba é estratégico. Alimenta os principais açudes do Estado e cheio vai tirar centenas de municípios do racionamento.

Deserto

O entorno do Eixo Leste da Transposição é desolador. São centenas de quilômetros de desertos, preenchidos por arbustos retorcidos, terra ocre, rios secos e rebanhos de cabras magras. As poucas manchas verdes são plantações de palma, tipo de cacto que alimenta o gado. A região sempre foi pouco desenvolvida, já que agricultura, indústria e urbanização só prosperam com garantia de água. E a prolongada estiagem fez dessa carestia uma rotina insustentável para os padrões de vida no século 21.

Luiza Aurélia da Silva, 68 anos, moradora do assentamento Serra Negra, em Floresta, passou a infância buscando água em lata, na cabeça e em lombo de burro. Saía ao amanhecer e voltava na hora do almoço. Hoje, as 64 famílias do assentamento são abastecidas por um poço, de água salobra, e por carros pipas da prefeitura. Parte da comida vinha do cultivo de feijão e milho. "Como não chove, todo ano a gente planta e todo ano perde quase tudo", diz Luiza.

Mas quis Deus, diz ela, que a Transposição passasse do lado do assentamento. A sua casa está a poucos metros do canal. A expectativa por lá é que haverá irrigação para o plantio de culturas comerciais, como a melancia, viabilizando uma vida nova. "Um hectare irrigado vale mais do que 10 secos. Meu tempo passou, mas meus filhos e netos poderão ter uma vida melhor", diz Luiza.

A falta de água, porém, não é problema apenas de comunidades pobres e isoladas. Entre os moradores do semiárido não se fala outra coisa: que o governo acelerou a conclusão da Transposição Leste para evitar o colapso no abastecimento do polo econômico de Campina Grande e mais 18 cidades. Na área vivem 800 mil habitantes. Todos dependem do açude Epitácio Pessoa, conhecido como Boqueirão. Hoje, ele está no volume morto, com 3% de água.

O garçom José Gonçalves, 67 anos, lembra que até Juscelino Kubitschek inaugurar o Boqueirão, nos anos 50, os moradores de Campina Grande tiravam água de um chafariz. Gonçalves recorda que ele mesmo carregava galões. Com o crescimento da cidade, aquilo parecia ter ficado para trás. Há um ano, o desabastecimento voltou: ele teve de reequipar a casa com uma caixa d’água adicional e baldes de 100 litros, além de manter um estoque com 12 galões de 20 litros água mineral para fazer comida. "Agora, só o rio São Francisco nos salva", diz ele.

O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, nega que o cronograma de obras foi acelerado para atender a uma única cidade, mas confirma que Campina Grande havia se tornado preocupação. "A informação é que em setembro a água vai acabar, mas como o volume morto já é uma reserva comprometida, a cidade poderia ficar sem água a qualquer momento", diz. Barbalho lembra que a Transposição é apenas um ponto de partida. Várias obras adicionais, como o Ramal do Agreste e o Ramal Juá, estão em andamento para criar, enfim, uma rede segura de abastecimento contra a estiagem.

Apreensão. Como isso depende de obras adicionais, de saneamento e encanamento, os moradores da região ainda estão preocupados. "Nossa pergunta agora é: quando a água do São Francisco chega às torneiras?", pergunta a comerciante Gilvanete Pires, de 53 anos, proprietária de um café em Monteiro. Para fazer a limpeza do estabelecimento, gasta, por semana, mais de R$ 300 em água de carro-pipa. Também precisa desembolsar R$ 50 com tambores de água mineral para preparar as refeições que serve na hora do almoço. Todos os meses, recebe a conta de água, apesar de não receber uma gota. São mais de R$ 200 por mês.

O agricultor José Severino da Silva Irmão, o Zequinha, tem a mesma preocupação. Em um sítio da família, em Sertânia, ele cria um bezerro, duas vacas, três bois, seis cachorros e 17 jumentos, que recolheu na estrada porque ninguém mais os quer. Hoje, ele busca água no vizinho e colhe mandacaru para engrossar a ração. No entanto, se a Transposição regularizar o abastecimento dos açudes, a água deixará de ser problema e ele poderá garantir uma alimentação melhor para os animais e ampliar o rebanho. "Por ora, a única coisa que a Transposição nos dá é alegria - alegria de ver a belezura da água."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em articulações para emplacar a cabeça de chapa do PSDB na disputa pela presidência da República em 2018, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, desembarca em Pernambuco neste fim de semana. O tucano vem ao estado para participar da entrega de máquinas que serão usadas para bombear a água do Rio São Francisco. 

Os quatro conjuntos de bombas que serão entregues foram doados pela Sabesp para acelerar a obra de Transposição do São Francisco. Os equipamentos foram usados durante a crise hídrica que atingiu São Paulo entre os anos de 2014 e 2015.

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A agenda será nas cidades de Sertânia e Floresta, no Sertão do Estado. O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, vai comandar o ato. 

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