O calor que dominou o mês de julho e quase sufocou o paraense ainda não diminuiu, mas o morador de Belém se reencontrou, nos últimos dias, com a chuva da tarde tão cantada em prosa e verso. O fim de agosto põe os temporais na pauta do dia do belenense.
O meteorologista Sidney Abreu, do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), explica que o Pará se localiza em uma região do globo chamada de Equatorial, com dois períodos durante o ano: o chuvoso e o menos chuvoso. Segundo Sidney, o forte aquecimento contribui para a formação de chuvas de características localizadas, principalmente no final da tarde e no início da noite. “Essa chuva já vem em forma de pancada, seguida de ventos fortes. No entanto, a duração é rápida, em torno de trinta a quarenta minutos”, explica o meteorologista.
##RECOMENDA##Sidney informa que o período chuvoso na região Norte do país vai de dezembro a maio, influenciado pela ZCIT (Zona de Convergência Intertropical), que é um sistema meteorológico de grande escala. Já nos outros meses do ano, no período menos chuvoso, a ZCIT deixa de atuar e os sistemas causadores de chuvas da região de Belém são outros, como a alta umidade e o forte aquecimento ao longo do dia. “Quando a ZCIT atua nesse período do ano, abrange grandes áreas da nossa região metropolitana e grande parte do Estado, causando chuvas homogêneas, que são chuvas que não têm hora para acontecer”, diz Sidney.
No período menos chuvoso, segundo o metorologista, os acumulados de chuva são em média 135 milímetros mensalmente. “É um período em que a gente vai perceber no início de maio uma diminuição gradativa da nebulosidade, o céu encoberto ao longo do dia vai dar espaço para o brilho solar e as noites vão tender a ficar mais claras”, afirma Sidney.
O meteorologista explica que a sensação de calor é causada pela alta umidade que a região Norte apresenta devido ao grande número de florestas e rios que território paraense possui. "A nossa região recebe muita energia do sol ao longo de todo o ano, e quando se tem uma umidade relativa muito alta, a perda de calor do corpo acontece de uma forma menos eficiente e a tendência é que a umidade condense na superfície física, no caso na pele de cada um, causando calor, sensação de desconforto e o suor", afirma. Abaixo, veja reportagem de Letícia Aleixo.
[@#video#@]