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O Auxílio Brasil fará o Ministério da Cidadania ter o maior orçamento da Esplanada dos Ministérios em 2022. Serão R$ 173,6 bilhões para a pasta, conforme relatório apresentado pelo deputado Hugo Leal (PSD-RJ) nesta segunda-feira, 20.

A votação da proposta orçamentária foi adiada para a terça-feira, 21, e parlamentares ainda discutem ajustes na peça.

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O Auxílio Brasil, com um benefício de R$ 400, foi lançado pelo governo do presidente da República, Jair Bolsonaro, em substituição ao Bolsa Família. No Executivo, o programa é tratado como estratégico para Bolsonaro em 2022, ano em que o chefe do Planalto tentará a reeleição.

No Congresso, a avaliação é que o auxílio dará um fôlego eleitoral para Bolsonaro, mas com efeito limitado devido à inflação.

O orçamento da pasta, comandada pelo ministro João Roma (Republicanos), ficará maior que o do Ministério da Saúde (R$ 160,6 bilhões) e o da Educação (R$ 137 bilhões).

A comparação desconsidera as verbas vinculadas ao Ministério do Trabalho e Previdência (R$ 889,4 bilhões), que são carimbadas para os benefícios previdenciários, uma fatia obrigatória que compromete a maior parte do Orçamento da União.

O Ministério do Desenvolvimento Regional foi mais uma vez a pasta mais cobiçada pelos congressistas na hora de indicar emendas parlamentares.

Com as indicações individuais e os recursos do orçamento secreto, o orçamento da pasta comandada pelo ministro Rogério Marinho saltou de R$ 7,7 bilhões para R$ 13,8 bilhões, um aumento de 79% em comparação com o projeto inicial.

A Universidade de Pernambuco (UPE) decidiu, durante reunião ordinária realizada, nesta sexta-feira (17), pela manutenção do formato híbrido, com, no mínimo, 60% de presença, das aulas para o semestre 2021.2, que será de 21 de fevereiro a 11 de junho de 2022. De acordo com a instituição, o quantitativo de 60% será para todos os componentes curriculares dos cursos de graduação presencial.

A UPE orienta as coordenações das formações para a possibilidade de aulas síncronas, ou seja, em tempo real. Logo, deverão assegurar a compatibilidade de horário no "planejamento de atividades presenciais e remotas das disciplinas no formato teórico, prático ou teórico-prática", explica a assessoria.

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Além disso, a resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) e o Conselho Universitário (CONSUN) da UPE, salienta que está assegurado o ensino remoto aos docentes que possuem comorbidades, assim como, os estudantes que, com comprovação médica, sejam impossibilitados de frequentar as atividades presenciais, terão acompanhamento especial.

A votação do Projeto de Lei 442/91, que legaliza os jogos no Brasil, inclusive os cassinos, só vai ocorrer em fevereiro de 2022. A Câmara dos Deputados, em sessão plenária, chegou a discutir o projeto nessa quinta-feira (16), mas os parlamentares acharam melhor analisar um pouco mais a matéria.

“O projeto será votado em fevereiro, com o tempo necessário para que seja maturado, discutido, para notarmos a quem interessa regularizar jogos, a quem não interessa regularizar jogos; quais são os seus efeitos, quais são as suas causas; o que é bom e o que é ruim”, disse o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

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O texto em debate é um substitutivo apresentado pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE) em nome do grupo de trabalho que analisou o tema. A discussão da proposta permanecerá aberta para que os parlamentares apresentem emendas e destaques e rediscutam o texto após o recesso parlamentar.

A matéria propõe a legalização de todas as modalidades de jogos, como cassinos integrados em resorts, cassinos urbanos, jogo do bicho, apostas esportivas, bingos, jogos de habilidade e corridas de cavalos. As licenças serão concedidas por meio de leilões, e os jogos serão fiscalizados por um órgão regulador e supervisor federal.

Segundo o levantamento anual realizado pela Pagegroup, empresa especializada em recrutamento, as posições relacionadas à transformação digital, comércio eletrônico, inovação e desenvolvimento serão as mais cobiçadas e valorizadas pelo mercado de trabalho de 2022. A partir da análise de mercado e das tendências de contratações, a companhia elaborou uma lista com os cargos que estarão em alta no próximo ano.

O presidente da filial no Brasil, Gil Van Delft, explica que há expectativa de crescimento pós-pandemia com o avanço da vacinação e o retorno das atividades econômicas. Segundo Van Delft, os setores Marketing e Tecnologia apresentarão uma busca maior por profissionais, porém outras áreas também terão espaço. 

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 “Detectamos uma forte tendência para contratações de executivos ligados a planejamento financeiro, redução de custos e expansão de novos mercados, além de um maior volume de posições ligadas à diversidade e inclusão”, completa o presidente da empresa.

Para chegar aos cargos com maior demanda no ano de 2022, a PageGroup realizou uma consultoria com empresas de todos os portes (pequena, média e grande), em 14 setores do mercado brasileiro. A partir dessa conversa e da compreensão das necessidades de contratação, os consultores desenvolveram a relação final de cargos, confira abaixo:

Marketing

Cargo: CMO (Chief MarketiCargo: Aquisição de Talentos - PCDng Officer)

Salário: R$ 30 mil a R$ 40 mil

Esse profissional é responsável pela estratégia de marketing das empresas, o que envolve o posicionamento da marca, a comunicação com o público-alvo da atração até a retenção de oportunidades de negócio. Este cargo existe uma experiência generalista, que entende tanto de branding como de uma visão analítica de negócios.

Cargo: Product Marketing Manager

Salário: R$ 15 mil a R$ 30 mil

Responsável pela promoção e divulgação de um produto ou serviço junto ao mercado, mostrando benefícios e o motivo de ser uma solução para alguma necessidade do cliente. É preciso ter perfil analítico e ter rápida leitura de cenário para eventuais necessidades de mudanças de rota. 

TI

Cargo: gerente de Data & Analytics

Salário: R$ 22 mil e R$ 35 mil

Lidera equipes que trabalham com engenharia, arquitetura e análise dos dados, gerando ideias e estratégias de negócio baseadas em dados reais. Tem o papel de conduzir as análises de oportunidades e propor sugestões de melhoria e garantindo integridade e disponibilidade de informações para as áreas de negócio.

Cargo: gerente de engenharia de software

Salário: R$ 20 mil a R$ 35 mil

Responsável pelo time de desenvolvimento de software e pelo desenvolvimento de novos produtos. Conduz o time e instiga discussões para elevar o nível de arquitetura e tecnologia. Garante o alto desempenho da entrega do seu time e conformidade com os objetivos do negócio.

Cargo: desenvolvedor Front-end

Salário: R$ 13 mil a R$ 17 mil

Desenvolve interfaces de aplicativos móveis ou plataformas web, estilização de telas e testes de experiência do usuário, alinhado às necessidades e estratégias do negócio.

Cargo: desenvolvedor mobile

Salário: de R$ 6 mil a R$ 8 mil para nível júnior

Atua no desenvolvimento de aplicativos ou sistemas para dispositivos móveis, seja programando de forma nativa ou por meio de outras linguagens.

Digital

Cargo: Coordenador de mídias e performance

Salário: R$ 8 mil a R$ 12 mil

Realiza a estratégia de mídia online, com foco em performance, conversão e alocação de orçamento para campanhas. É fundamental possuir boa capacidade de comunicação e experiência com gestão.

Cargo: especialista em SEO

Salário: R$ 7 mil a R$ 10 mil

Profissional especializado em melhoria de conteúdo e navegação para sites, comércio eletrônico, com o objetivo de melhorar o tráfego orgânico dentro dessas plataformas. Demandas perfis com boa capacidade analítica e técnica.

Vendas

Cargo: executivo de vendas – tecnologias de mídias digitais

Salário: R$ 16 mil a R$ 30 mil

Tem como responsabilidade o relacionamento com clientes de base e também novas contas, com o foco em vender soluções tecnológicas de mídia digital na área de performance e programática, para os mais diferentes canais.

Finanças

Cargo: product owner (Dono do Produto)

Salário: R$ 10 mil a R$ 20 mil + variável

Responsável por descobrir e coordenar a implementação de novidades de mercado e melhorias para produtos da companhia. Espírito empreendedor e ampla visão de negócio. Com habilidade para lidar com temas e áreas multidisciplinares para coordenar melhorias ou implementações de novas funcionalidades nos produtos.

Cargo: head (líder) de crédito & cobrança

Salário: R$ 20 mil e R$ 25 mil + variável

Tem como função garantir bom funcionamento da esteira de crédito e cobrança, assim como gestão de time. É requisitado experiência em gestão de pessoas e fortes conhecimentos técnicos em crédito e cobrança.

Jurídico

Cargo: gerente jurídico  

Salário: R$ 20 mil a R$ 30 mil

Esta cadeira é a figura principal do jurídico das organizações, que atua no consultivo interno, e com olhar do que pode ser evitado, com a finalidade da mitigação de riscos e foco no planejamento das questões preventivas. Deve possuir entendimento técnico, prático e visão empresarial, que tenha um olhar de parceiro de negócios, foco em resultados e visão de negócio.

Recursos Humanos

Cargo: Gerente de RH Business Partner

Salário: R$ 20 mil a R$ 26 mil

Tem como responsabilidade identificar, aprimorar e implementar soluções de RH para garantir a aderência à estratégia, políticas e procedimentos da empresa. O perfil exige capacidade para assumir riscos, alta influência e habilidade de relacionamento com todas as áreas.

Cargo: gerente de aquisição de talentos

Salário: R$ 15 mil a R$ 25 mil

Responsável por fornecer experiência em aquisição de talentos: desde a marca empregadora, diversidade, banco de talentos e gestão do processo de recrutamento. Construção de relacionamento com mercado foco da companhia.

Saúde

Cargo: diretor de operações hospitalar

Salário: R$ 30 mil a R$ 45 mil

Sua função é gerenciar a unidade hospitalar perante a cadeia operacional: atendimento, nutrição, higienização e limpeza, manutenção hospital, farmácia e suprimentos, além de relacionar-se indiretamente com outros setores.

Cargo: CEO - Hospitais

Salário: R$ 40 mil a R$ 60 mil

Tem a responsabilidade de garantir que todos os aspectos do desempenho dos hospitais estejam funcionando de maneira eficiente. Precisa realizar a gestão de questões operacionais, liderar iniciativas de desenvolvimento e organizar a assistência aos pacientes.

Cargo: médico do trabalho - coordenador

Salário: R$ 8 mil a R$ 10 mil

Realiza a gestão da equipe médica e acompanha o andamento da saúde dos colaboradores por meio de exames ocupacionais e assistenciais, assim como define ações de melhoria por meio de programas preventivos e/ou corretivos.

Com o processo de recuperação concluído após a fase mais aguda da pandemia de covid-19, a atividade econômica brasileira desacelerará em 2022, disse nesta quinta-feira (16) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, a “volta em V” (forte queda seguida de forte crescimento) já foi concluída.

“Agora há previsões de que não vai haver crescimento, que vai haver recessão porque estamos combatendo a inflação. Os economistas sabem que quando se combate a inflação e sobe juros, há desaceleração econômica, um desaquecimento. Isso esvazia essa recuperação cíclica que estávamos desfrutando. Mas nós já estamos em pé, essa é a volta em V, esse episódio se completou”, disse o ministro após reunião do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

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O PPI estuda e avalia as concessões e privatizações, definindo ações e modelagens para as operações. Para o ministro, o investimento privado será importante para evitar uma desaceleração maior da atividade econômica. “Nossa taxa de investimento está chegando ao ponto mais alto desde 2013, a 19,5% do PIB [Produto Interno Bruto]”, declarou Guedes.

Ao apresentar o balanço do PPI neste ano, o ministro destacou que as concessões e privatizações contrataram R$ 822,3 bilhões em investimentos privados desde 2019. “Só neste ano, nós temos investimentos contratados de R$ 334 bilhões e para 2022 são mais 153 ativos, num total de R$ 389,3 bilhões”, afirmou.

nova versão do Relatório de Inflação, divulgada hoje pelo Banco Central, confirmou a desaceleração da economia no próximo ano. A projeção do órgão para o crescimento do PIB em 2021 caiu de 4,7% para 4,4%. Para 2022, a estimativa caiu de 2,1% para 1%.

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou relatório setorial do senador Angelo Coronel (PSD-BA) que mantém em R$ 2,128 bilhões o Fundo Especial de Financiamento de Campanhas no próximo ano.

O Orçamento 2022 (PLN 19/21) tem 16 áreas temáticas, e os relatórios setoriais serão votados até esta segunda-feira (13). O relatório final, do deputado Hugo Leal (PSD-RJ), deve ser entregue nesta quinta-feira (16) e votado até sexta-feira (17), para ser analisado em seguida pelo Plenário do Congresso Nacional.

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A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) apresentou destaque para reduzir o valor do Fundo Eleitoral para R$ 1 bilhão, mas a mudança foi rejeitada. "O valor é um desrespeito à população que sofre com a crise econômica e sanitária. Que a gente aprenda a fazer campanhas mais baratas e destine os recursos para áreas essenciais que precisam do dinheiro", pediu a parlamentar.

Transferências

O relatório setorial de "Economia, Trabalho e Previdência" destina R$ 3,3 bilhões para transferências a estados, Distrito Federal e municípios. O Ministério da Economia receberá R$ 6,8 milhões; e o Ministério do Trabalho e da Previdência, R$ 3,8 milhões.

A proposta de Angelo Coronel recebeu 869 emendas individuais, que somam R$ 3,287 bilhões. Quase a totalidade vão atender a transferências especiais, entregues diretamente ao ente beneficiário. Ainda há R$ 2,6 milhões para emendas de comissão e R$ 50 mil de emenda da bancada do Paraná.

O senador cortou R$ 74,8 milhões de investimentos no funcionamento da máquina administrativa para transferir esses recursos a emendas de relator-geral do Orçamento, classificadas como RP9.

*Da Agência Câmara de Notícias

A proposta de adoção do semipresidencialismo no Brasil já tem caminho e ritmo de tramitação definidos na Câmara dos Deputados. A transferência de parte do poder do Executivo para o Parlamento ganhou uma fórmula que pretende evitar as acusações de "casuísmo" e "golpe" a fim permitir a votação em 2022. Ela foi definida em reunião de líderes partidários com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e o autor da proposta, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).

Para mudar a forma como os brasileiros são governados, criando o cargo de primeiro-ministro e um conselho de ministro nomeados pelo presidente, os parlamentares decidiram adotar um modelo de tramitação parecido com o usado para aprovar a cláusula de barreira para o Congresso, deixando os efeitos da adoção da medida para as futuras legislaturas.

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A ideia é que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do semipresidencialismo seja analisada e votada em 2022. Caso aprovada, o novo sistema de governo seria adotado somente em 2030. O encontro entre Moreira, Lira e os líderes, aconteceu na terça-feira passada. Eles esperam que as mudanças acertadas desinterditem o debate sobre o assunto e afastem as resistências dos pré-candidatos mais bem colocados nas pesquisas para a disputa presidencial de 2022, como Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Sérgio Moro (Podemos).

Analisar a medida já no ano que vem tem na Câmara a resistência do PT, cujo líder, Bohn Gass (RS), acredita que os deputados da legenda votarão integralmente contra. "É casuísmo golpista para enfraquecer a presidência de Lula", disse ao Estadão. Os petistas preferem que a medida seja discutida na próxima legislatura.

Autor da PEC, Moreira terá agora o trabalho de apresentar o texto. "Acatei a sugestão de alterar a data da mudança e de se fazer esse amplo debate a partir de janeiro. Isso vai desinterditar a discussão, afastando dela o debate eleitoral. Com a adoção em 2030, fica claro que quem quer que seja eleito terá direito a dois mandatos no presidencialismo." A intenção de Lira era que a adoção do sistema se desse em 2026. A mudança - por enquanto - para 2030 atendeu ao desejo dos líderes.

Outra mudança no projeto é o fim da transição que seria adotada, caso o semipresidencialismo começasse já em 2022, como previa o texto original de Moreira. Seria criado um ministro coordenador até o fim do mandato de Bolsonaro e, em 2023, o primeiro-ministro e o Conselho de Ministros seriam nomeados pelo presidente eleito e aprovados pelo Congresso.

Reeleição

Além da data de adoção, o projeto tem outros pontos polêmicos. Um deles é o artigo que limita a quantidade de vezes que alguém pode ocupar a Presidência a dois mandados, consecutivos ou não. Se valesse hoje, essa medida impediria que um ex-presidente como Lula, que já cumpriu dois mandados, pudesse ser eleito novamente.

O artigo é mais um dos questionados pelo PT. Para Moreira, com a nova data, fica afastada a suspeita de que a proposta seria usada para inviabilizar a candidatura de Lula. "Não tem casuísmo, nem personalismo. A emenda não é para impedir Moro, Lula ou Bolsonaro. O que queremos é uma governança melhor para o País."

Para ele, o semipresidencialismo traz a vantagem da transparência e, ao vincular os partidos da situação ao governo, a corresponsabilidade. "Os deputados estarão mais preocupados com o controle da inflação do que com o aumento dos gatos públicos", justificou.

Apoios

A proposta de Moreira recebeu o apoio do presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), e dos ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Michel Temer (MDB). "Não só estou de acordo, como trabalho para sua adoção. Num modelo muito assemelhado ao português e ao francês", disse Temer. Ele entende que o novo sistema poderia ser adotado já em 2026, após o Congresso aprovar o projeto e submetê-lo a referendo popular.

Além da reeleição, outra polêmica é o sistema ser adotado sem outras mudanças eleitorais para melhorar a qualidade da relação dos partidos políticos com os eleitores. O cientista político e pré-candidato do Novo à Presidência, Luiz Felipe d’Avila, afirmou que a mudança do sistema de governo "não pode ser casuísmo para livrar o Brasil de maus presidentes".

Para ele, antes de mudar o sistema, "é preciso aprovar a reforma política: voto distrital, cláusula de barreira para reduzir o número de partidos e manter proibidas as coligações proporcionais".

Ele acredita que, depois disso, seria possível debater o sistema. "O semipresidencialismo pode ser uma alternativa, pois ajuda a separar as funções de chefe de Estado e chefe de governo. Essa divisão obriga o chefe de governo, o primeiro-ministro, a ter maioria no Parlamento para aprovar os projetos prioritários do governo."

O cientista político José Álvaro Moisés concorda com o diagnóstico de d’Avila. "O risco do casuísmo existe, razão pela qual tendo a colocar a reforma eleitoral para pensar de forma mais abrangente a questão." Segundo Moisés, na América Latina exacerbou-se a figura do presidente, visto como a figura capaz de realizar os sonhos e os desejos do povo. "Aposta-se menos na participação cívica e mais na figura carismática."

Senado

O novo sistema coloca as funções administrativas de governo - como a gestão do orçamento - nas mãos do Conselho de Ministros. O presidente perde as funções de governo, permanecendo como chefe de Estado. Ele ganha, porém, o poder de dissolver a Câmara. Como isso deve ocorrer é outro ponto polêmico da PEC.

Quando se chega a um impasse, na qual o Parlamento rejeita pela terceira vez o candidato a primeiro-ministro ou quando ele o derruba, o presidente pode dissolver a Câmara. A PEC não prevê que a medida atinja o Senado, apesar de os senadores elegerem o primeiro-ministro em sessão do Congresso. "Os senadores representam menos de 15% e não são determinantes para a governabilidade", afirmou Moreira.

Apesar das movimentações na Câmara, há entre os políticos ceticismo sobre a mudança. O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio -derrotado nas prévias do PSDB que escolheu o candidato tucano à presidência - avalia que hoje já está em vigor um semipresidencialismo "torto", com as emendas de relator no orçamento. "Não dá para fazer esse debate com os atores que temos hoje no Congresso. Eu defendo o parlamentarismo, e aceitaria o semipresidencialismo se os atores fossem outros, e ele se abrisse caminho para o parlamentarismo."

Presidenciáveis resistem à mudança do sistema

Os três pré-candidatos mais bem colocados nas pesquisas para eleição presidencial de 2022 rejeitam ou encaram com frieza a possibilidade de mudança do sistema de governo do presidencialismo para o semipresidencialismo.

A mudança é vista com desconfiança por Sérgio Moro (Podemos). Ele disse que "o presidencialismo, apesar de criticado, pode funcionar". "Agora ele precisa ter um projeto e não pode degenerar nesse presidencialismo do mensalão, do petrolão ou hoje nesse cenário de falta de transparência entre Congresso e Executivo".

A PEC foi ainda criticada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que a chamou de "golpe". Já o presidente Bolsonaro disse que a proposta é "coisa de idiota". E afirmou que os parlamentares estavam lançando a ideia do semipresidencialismo "para acobertar outras coisas".

O Ministério da Economia reviu para 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) a projeção de déficit nas contas do governo central em 2022. A nova projeção já leva em conta o cenário de aprovação da PEC dos Precatórios, que prevê um aumento de gastos de R$ 106 bilhões.

A última projeção, divulgada há poucos dias, estimava déficit de 0,99% do PIB. A melhora, segundo apurou o Estadão/Broadcast, seria puxada pela arrecadação mais forte. A nova estimativa, apesar do aumento de gastos com a PEC, é melhor do que a prevista no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) enviado ao Congresso.

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A Economia projeta o total da despesa primária em 2022 em 18% do PIB (com PEC), ante 17,5% no envio do PLOA. A projeção de déficit em 2021 é de 1,1% do PIB (com PEC). O cenário anterior era de 1,2% (sem PEC). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com o portal norte-americano Variety, a produtora Pantelion Films já deu seus primeiros passos para adaptar a famosa novela mexicana “A Usurpadora” (1998), para as telonas. O novo longa-metragem vai ser lançado em 2022, em conjunto com a Lift Entertainment, e desta vez vai ambientar toda a história em um musical, diferente do que foi feito na produção original estrelada por Gabriela Spanic.

Dentre os principais nomes já confirmados no desenvolvimento do filme está o diretor Santiago Limón, à frente da nova versão de “Rebelde”, série que estreia na Netflix em janeiro de 2022. Já no elenco, a estrela principal também já tem nome: Isabella Castillo. A atriz de 26 anos já integrou projetos como a telenovela “Senhor dos Céus” (2013 – 2019), e agora vai interpretar as mulheres idênticas Paola e Paulina.

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Apesar de agora ser um musical, ao que tudo indica, a sinopse original da telenovela vai continuar sendo mantida: a trama gira em torno das figuras femininas de aparência igual, mas personalidades completamente diferentes. Enquanto Paola é uma mulher egoísta e casada com Carlos Daniel, Paulina é gentil e generosa. Após ambas se conhecerem, as mulheres trocam de vida uma com a outra.

 

 

Após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios no Senado, o Congresso alterou o cronograma do Orçamento de 2022 para votar a proposta até o dia 17 de dezembro. Com os atrasos até agora, o novo calendário estipula uma tramitação "relâmpago" das principais decisões que determinarão o tamanho e o destino das verbas federais no próximo ano, período de eleições presidenciais.

O relatório geral do Orçamento só deve ser conhecido no dia 16 de dezembro. Ou seja, haverá o intervalo de um dia entre a publicação do parecer e a votação na Comissão Mista de Orçamento (CMO) e no plenário.

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Nos dois últimos anos, a negociação das verbas nos bastidores e as votações a toque de caixa provocaram críticas entre parlamentares e especialistas, mas foram mantidas pela cúpula do Congresso. O calendário anterior marcava a publicação do relatório geral para 6 de dezembro, com votação na comissão dia 9 e no plenário dia 20.

Nesta sexta-feira, 3, o relator do Orçamento no Congresso, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), apresentou o parecer preliminar da proposta, com as reservas para as emendas parlamentares, mas sem considerar os efeitos da PEC dos Precatórios. A promulgação da PEC provoca um impasse entre Câmara e Senado e só deve ser decidida na próxima segunda-feira, 6.

O parecer preliminar abre uma brecha para o relator incorporar os efeitos da PEC, que abre um espaço fiscal de R$ 106,1 bilhões em 2022, durante a tramitação do Orçamento por meio de ofícios do Ministério da Economia e articulações diretas com o governo.

O relator-geral do Orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), apresentou nesta sexta, 3, o parecer preliminar da proposta orçamentária, autorizando expressamente a destinação de verbas para as emendas do orçamento secreto em 2022.

O relatório garante uma reserva de R$ 1,2 bilhão em emendas RP9 no próximo ano, mas abre uma brecha para turbinar o valor após a promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios. Na prática, os recursos podem superar R$ 16 bilhões.

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Na última semana, o Congresso editou um ato conjunto e aprovou um projeto de resolução mantendo as emendas de relator no Orçamento. A cúpula do Legislativo ocultou os nomes de quem apadrinhou as verbas nos dois últimos anos, contrariando uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), e estabeleceu regras de transparência cercadas de questionamentos entre técnicos e parlamentares para o futuro.

O parecer preliminar cita um limite para as emendas de relator equivalente à soma de todas as verbas indicadas individualmente pelos deputados e senadores e pelas bancadas estaduais, o que representa R$ 16,2 bilhões para 2022. Com isso, o relator poderá carimbar metade de todas as emendas aprovadas pelo Congresso. A PEC dos Precatórios pode elevar o valor para R$ 17 bilhões, pois altera o teto de gastos e mexe diretamente no cálculo das emendas.

Hugo Leal repetiu a estratégia dos relatores dos dois anos anteriores e autorizou a si próprio a carimbar emendas para ações e serviços públicos que contemplam praticamente todo o Orçamento da União. Ele poderá carimbar emendas aumentando os gastos federais em 20 programações específicas, além de "acréscimo de recursos nas programações constantes do projeto de lei orçamentária anual", ou seja, abarcando todo o Orçamento conforme o interesse dos parlamentares.

O parecer preliminar não define regras de como esses recursos serão distribuídos entre deputados e senadores. O que o documento estabelece é uma cesta de recursos para as emendas parlamentares que soma R$ 90,6 bilhões, mas nem tudo pode ser usado em função do teto de gastos. A cesta de emendas é formada com o uso da reserva para emendas impositivas, a reestimativa de arrecadação da União em 2022 e o cancelamento de programações do Executivo.

Sem a PEC, o que está garantido: R$ 10,5 bilhões para emendas individuais, R$ 5,8 bilhões para emendas de bancada e R$ 1,2 bilhão para emendas de relator, além de um saldo extra de R$ 1,5 bilhão que sobrará em verbas discricionárias para distribuição entre relatores setoriais, bancadas estaduais, comissões e o próprio relator-geral. A aprovação da PEC dos Precatórios vai aumentar o espaço para verbas ao mexer no teto de gastos. No parecer, há uma brecha para o relator destinar um total de R$ 47,2 bilhões a despesas com a aprovação da proposta.

Na manhã desta quinta-feira (2), foi realizada, no Plenarinho da Câmara Municipal do Recife, uma audiência pública que convocou o setor artístico-cultural da capital pernambucana para debater as próximas festividades de grande expressão na cidade: o Carnaval e o São João.

A reunião foi promovida pela Comissão Especial, composta por nove parlamentares e presidida pelo vereador Marco Aurélio (PRTB). Essa é a primeira etapa da discussão, que deve ser traduzida em um primeiro relatório, entregue no próximo dia 21.

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No geral, os vereadores buscam formas de promover o Carnaval e o São João de maneira segura, mas podendo, também, ser em proporções diferentes das já conhecidas pelos recifenses. Por esta razão, autoridades sanitárias irão integrar os próximos debates.

Carnaval e economia

A primeira discussão focou nas necessidades do setor cultural e, no caso de não haver realização do Carnaval promovida pela Prefeitura do Recife, quais seriam as formas de assegurar a categoria do ponto de vista econômico.

“Hoje estamos discutindo com o eixo artístico-cultural, os que estão mais calejados neste momento, mas teremos um dia específico para debater somente o eixo-sanitário. O vereador Tadeu (Calheiros), que faz parte da Comissão, está cuidado dessa parte, convidando os órgãos de controle e a Fiocruz está envolvida. A gente quer ouvir os especialistas. Sabemos que após o Carnaval tem gripe, resfriado, conjuntivite. Se a gente achar que dá para ter o Carnaval, se recebermos o ok de que as vacinas estão dando certo, por que não ter? É isso que queremos discutir: como é que vai ser? Depois da pandemia, as coisas não são como antes. Temos que buscar alternativas para que todos estejam seguros, preservando as vidas, mas também permitindo que possam trabalhar”, explicou o vereador Marco Aurélio ao LeiaJá

 O parlamentar reafirmou o tom que foi predominante na reunião. O desejo dos vereadores é de conseguir viabilizar a festividade e estão sendo buscados, agora, caminhos para possibilitar a realização.

“Não havendo - e não é o desejo da gente - o que faremos pelo setor? Esse setor (cultural) gerou, no último Carnaval, R$ 2,3 milhões em receita para o estado, então precisamos, sim, da proposta sanitária, mas também da econômica”, completou Aurélio.

Vacinação

A fala do presidente foi reforçada pela de Tadeu Calheiros (Podemos), que é médico e trabalha na linha de frente contra a Covid-19 desde o início da pandemia. O vereador centralizou o seu discurso na cobertura vacinal, e disse acreditar que a vacinação da população é o caminho mais eficaz para a retomada da normalidade. 

“É importante que façamos um discurso paralelo a isso aqui, para ampliar a cobertura vacinal. Quanto mais avançar a cobertura vacinal, maior será a facilidade para a volta de uma vida pré-pandêmica. Precisamos ampliar o debate, é importante debater à luz da ciência. Isso é uma questão dinâmica: muda a cada fato novo. Poucos dias atrás não tínhamos a variante Ômicron, que pode causar mudanças um pouco mais a frente. A gente precisa ouvir para chegar a um consenso onde podemos contemplar segurança e saúde”, afirmou Calheiros ao LeiaJá.

Na próxima semana, a Câmara ouvirá o setor econômico. Posteriormente, será reunido o eixo sanitário. A Casa também promoverá uma reunião com câmaras municipais de outras cidades que têm o carnaval como uma festividade expressiva, como Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Belo Horizonte.

De acordo com os vereadores, de forma unânime, o ideal é que todos os beneficiados, impactados ou interessados nas duas festividades participem e contribuam com a pauta, pois é necessário conciliar tempo e consenso: faltam menos de três meses para o período carnavalesco que o Recife conhece. 

“É muito ruim quando as decisões são tomadas através de canetadas. O intuito dessa comissão é propiciar o debate trazendo as falas dos envolvidos. Essa luta é desde o início da pandemia, em todos os segmentos. A gente não pode deixar essa decisão ser canetada porque as pessoas que sobrevivem da cultura precisam saber qual será a alternativa, se sanitariamente for decidido que não haverá Carnaval”, acrescentou a vereadora Ana Lúcia (PDT), integrante da Comissão.

Carnaval elitista 

O vereador Ivan Moraes (Psol) acrescentou à discussão um ponto mencionado por todas os integrantes do setor cultural ouvidos na Casa. Atualmente, os protocolos sanitários já permitem a realização de eventos fechados de até 7.500 pessoas. Além disso, no Recife e na Região Metropolitana (RMR), já é possível acompanhar festas de rua com aglomerações há alguns meses. Para o parlamentar, decidir proibir o Carnaval sem considerar o histórico da população com a festa popular e as permissões já existentes agora, é mudar o sentido da celebração e promover um Carnaval elitista. 

“A gente não pode ser taxativo, dizendo que não pode ter Carnaval, como se a existência do Carnaval fosse única e exclusivamente de autoridade do estado. Nós conhecemos o Carnaval e ele é uma festa popular. Se você botou o pé para fora do Recife nos últimos meses, se foi em Olinda ou no Recife Antigo à noite, você já vê o Carnaval na rua. Já há possibilidades reais de haver festas pequenas em que algumas estratégias estão sendo tomadas. Pelo decreto sanitário de hoje, já é possível fazer festa para 7.500 pessoas. Se as autoridades sanitárias, que têm responsabilidade de tomar essas decisões, entendem que é possível colocar 7.500 pessoas num local fechado, por que não posso colocar 500, 1.000 num local aberto?”, indagou. 

E continuou, mencionando a existência de pequenos blocos de carnaval e festas de bairro: “Quando a gente pensa em Carnaval, sempre pensa em Galo da Madrugada, Carnaval de Olinda, Homem da Meia-Noite, mas o Carnaval é muito diverso. O Bloco da Ilha de Deus arrasta 300 pessoas, o da Reforma Urbana arrasta 200. Há possibilidade de agremiações menores, com medidas sanitárias, fazer algum tipo de festa. A questão não é vai ou não ter carnaval, mas como podemos fazer algum Carnaval com algum controle sanitário”. 

O parlamentar também reforçou a necessidade de barreiras sanitárias; se não possíveis de forma nacional, uma vez que o Governo Federal não exige passaporte sanitário para a entrada no Brasil, que seja de forma local, através das autoridades estaduais.  

E o adiamento?

“É uma das discussões, estamos querendo pautar isso aqui e ouvindo quem faz parte da cadeira produtiva. Quem sabe, não podendo fazer em fevereiro ou março, poderíamos colocar para julho. Iremos escolher a alternativa mais segura para todos”, afirmou o vereador Marco Aurélio sobre a possibilidade de adiar o Carnaval tradicional de fevereiro e março para uma data posterior, mais viável sanitariamente. 

No entanto, para o vereador Ivan Moraes, a medida é ineficaz e “duplicaria o problema, pois haveriam dois carnavais: um em julho e outro em fevereiro e março. As pessoas ainda sairiam de casa. Chegar numa ladeira onde tem frevo tocando e gente bebendo, já é carnaval. Nas ruas do Recife já está havendo Carnaval”.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) anunciou, nesta sexta-feira (26), a aprovação do calendário acadêmico, junto ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), do ensino de graduação presencial e educação à distância do próximo semestre letivo, previsto para iniciar em 31 de janeiro de 2022.

De acordo com Resolução 28/2021, o semestre letivo 2021.2 terá 17 semanas nos campi Recife, Caruaru e Vitória e as disciplinas poderão ser ofertadas em três formatos: 70% de atividade presencial, tanto nas disciplinas práticas quanto nas teóricas, e até 30% de carga horária remota assíncrona.

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A UFPE assegura que todas as atividades seguirão o Plano de Retomada da instituição quanto aos protocolos de biossegurança. No calendário aprovado também fica garantido um recesso de três semanas ao final do próximo semestre letivo. As aulas do semestre 2022.1 estão previstas para o dia 20 de junho de 2022, para todos os cursos presenciais e EAD.

No entanto, a proposta para as formações presenciais pode ser alterada, por decisão do Conselho, que levará em consideração a crise sanitária da Covid-19. A flexibilização se baseia na Lei nº 14.218/2021, sancionada pela Presidência da República.

A percussão frenética ao ritmo do samba sacode os corpos, transbordantes de lantejoulas e alegria: depois de um 2021 sem desfiles por causa da pandemia, as escolas de samba do Rio de Janeiro voltam a ensaiar, com a esperança de celebrar o maior carnaval em um século, se a Covid permitir.

"O Rio de Janeiro é uma cidade cultural, o samba está entranhado na nossa vida, assim como a praia e o futebol. O carnaval representa a nossa vida", explica à AFP Moacyr da Silva Pinto, veterano diretor de bateria da Unidos do Viradouro, que retomou os ensaios coletivos com público reduzido há pouco mais de um mês.

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Conhecido como "mestre Ciça", este homem ágil de 65 anos e rosto enxuto, rege do alto de um palanque cerca de 50 percussionistas, com um potente apito pendurado no pescoço.

Ao lado dele, a rainha de bateria, a atriz Érica Januza, requebra com graça, agitando sua minissaia de franjas douradas e a longa cabeleira de tranças afro que chega até a cintura.

Dezenas de integrantes da escola de samba cantam e se abraçam na quadra, ostentando sem disfarce - e a maioria, sem máscaras - a felicidade do reencontro.

"É um grito de liberdade, a volta à nossa casa, a esta alegria sem fim, à liberdade de poder tirar a máscara, de estar vacinados", diz Leonina Gabriel, de 35 anos.

As autoridades, no entanto, condicionam a realização do carnaval, entre 25 de fevereiro e 1º de março, à situação epidemiológica, que melhorou expressivamente nos últimos meses com o avanço da vacinação.

O prefeito Eduardo Paes, um amante declarado da folia, disse à revista VEJA que "se tiver condições, vai ter (carnaval). Se não tiver condições, não vai ter. Torço para que tenha".

O maior carnaval desde 1919

Enquanto isso, as escolas continuam trabalhando a todo vapor para fabricar a tempo milhares de fantasias, máscaras e carros alegóricos.

Carpinteiros, soldadores, estilistas, costureiras... O movimento é intenso nos galpões da Cidade do Samba, espaço coletivo na zona portuária, onde cada escola prepara a portas fechadas seus desfiles suntuosos.

"O carnaval do Rio é uma grande indústria, que dá sustento a muitas famílias", explica o arquiteto Marcus Ferreira, um dos carnavalescos do desfile da Viradouro.

Uma delas é a de Simone dos Santos, chefe de costura da escola que precisou se virar com outros trabalhos durante os meses em que ficou parada.

"A pandemia foi muito difícil para todos os que nos dedicamos ao carnaval", conta esta mulher de 46 anos, que trabalha no setor desde os 20.

Por isso, espera que a festa seja em dobro.

A Viradouro, vencedora do último desfile, lembrará em seu próximo enredo o carnaval de 1919, quando ainda não existiam as escolas de samba, mas os cariocas lotaram as ruas para comemorar o fim da chamada gripe "espanhola" (1918-1919), que deixou entre 50 e 100 milhões de mortos no mundo.

Mais de um século depois, com a pandemia do coronavírus, "o mundo parou. Mas o brasileiro é guerreiro, o carioca deu a volta por cima e para provar vamos fazer o maior carnaval da história desde 1919", garante Ciça.

Bolsonaro contra o carnaval

Com mais de 95% de sua população adulta já vacinada, o Rio de Janeiro suspendeu a obrigatoriedade do uso das máscaras em espaços abertos, mas exige o comprovante de vacinação em locais turísticos e outros lugares públicos.

Em todo o Brasil, 61% da população tomou a segunda dose, uma marca insuficiente, segundo os especialistas, que vêm o repique de casos na Europa como um alerta.

"Me preocupa bastante quando vejo no Brasil que tem discussão sobre a abertura do carnaval. Isso é realmente uma condição extremamente propícia para aumento da transmissão comunitária", declarou esta semana Mariângela Simão, diretora-geral assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Acesso a Medicamentos e Produtos Sanitários.

Além dos desfiles no sambódromo, mais de 500 blocos se registraram para desfilar pelas ruas do Rio em cortejos multitudinários a céu aberto, regados a álcool, música e excessos.

O presidente Jair Bolsonaro, que criticou outras vezes os excessos durante o carnaval de rua, disse ser contra a realização da festa nesta quinta-feira.

"Por mim não teria carnaval. Só que tem um detalhe. Quem decide não sou eu. Segundo o Supremo Tribunal Federal, quem decide são os governadores e prefeitos", disse o presidente em entrevista à Rádio Sociedade, do estado da Bahia.

A situação sanitária será posta à prova em breve com a festa do réveillon na praia de Copacabana, que costuma reunir até três milhões de pessoas.

O psolista Ivan Moraes Filho, vereador da ala de oposição na Câmara do Recife, compartilhou em suas redes sociais parte do que foi abordado sobre o Carnaval de 2022, na Casa Legislativa, em reunião desta terça-feira (23). Com uma fala que media interesses de favoráveis e opostos à comemoração, o parlamentar lembrou o histórico da saúde dos pernambucanos no pós-carnaval e que a pandemia não é o único desafio enfrentado ao organizar a festividade: “mesmo sem pandemia, o Carnaval é sanitariamente desafiador”. 

“Todo ano, o pós-folia é marcado por viroses, doenças respiratórias e outras mazelas. Em 2022 a responsabilidade do poder público é maior. Mas os governos não podem ignorar a realidade nem alimentar o racismo estrutural”, escreveu Moraes. 

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Em seus questionamentos, disse que é tão equivocado dizer que “vai ter carnaval de todo jeito” quanto que “não pode ter de jeito nenhum”, e ressaltou que os protocolos atuais já permitem uma realidade similar à do Carnaval, só que em menor escala. É o que acontece com casas de show, restaurantes e mesmo estádios de futebol no Estado. 

“Em 2022, as tarefas do governo precisarão ser revistas. Com os índices de infecção e vacinação, dá pra realizar os eventos tradicionais? Muito provavelmente não. É temerário acharmos 'aceitável' que quase todos os dias ainda morra gente de uma doença que tem vacina. Com as regras sanitárias de hoje, bares, restaurantes, igrejas, praias, tudo está aberto. Pode show pra 5 mil pessoas, futebol com metade da lotação. Num canto desses, se tocar frevo não é 'Carnaval'? Pode juntar 2 mil pessoas num lugar fechado, mas não pode 200 em lugar aberto?", prosseguiu o vereador. 

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Entenda o protocolo atual 

De acordo com o Plano de Convivência com o Coronavírus no Estado, em agosto todas as atividades sociais e econômicas foram autorizadas a funcionar até a meia-noite em Pernambuco. Além disso, os estabelecimentos já podem ser ocupados com até 70% da capacidade total. Nesta regra, são contemplados igrejas, salões de beleza e espaços de formaturas e outros eventos.  

Outra mudança é a redução para um metro da distância necessária em locais como escolas, igrejas, escritórios, academias de ginástica, salões de beleza e demais locais. O uso da máscara segue sendo obrigatório. É permitida a apresentação musical com até cinco integrantes, com quaisquer instrumentos musicais, incluindo o cantor ou DJ, mas sem dança e sem a permanência das pessoas em pé. Além disso, mesas com até dez pessoas. 

Em outubro, o governo de Pernambuco anunciou a ampliação de público nos estádios de futebol para até 15% da capacidade do local. Também aumentou para até 2h o horário de funcionamento de eventos culturais, sociais e corporativos, bares e restaurantes, clubes sociais, cinemas, teatros, circos, colações de grau, aulas da saudade e cultos ecumênicos. Dos estádios, os que mais comportam pessoas, apesar da capacidade reduzida, são Arruda (9 mil torcedores, capacidade total de 60 mil) e Ilha do Retiro (5,2 mil torcedores, capacidade total de 35 mil), ambos no Recife.

O deputado Onyx Lorenzoni foi nomeado, nesta segunda-feira (22), para retornar ao cargo de ministro do Trabalho e Previdência. O decreto de nomeação está publicado no Diário Oficial da União de hoje.

Onyx havia sido exonerado temporariamente do cargo no dia 11 de novembro para voltar ao Congresso Nacional e apresentar emendas individuais como deputado federal ao Orçamento de 2022.

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Na ocasião, a assessoria do ministro informou que ele deveria retornar ao cargo em até dez dias.

Em agenda no Rio de Janeiro, o prefeito do Recife, João Campos, propôs nesta sexta-feira (19), a criação de comitê interdisciplinar entre as cidades que realizam os maiores Carnavais do país. O objetivo do comitê é garantir ações de monitoramento e formulação de políticas de saúde que cumpram recomendações sanitárias para o deliberar sobre o ciclo momesco, maior festa do país e com fomento a economia, sobretudo na cadeia criativa, de turismo e lazer. A realização do evento ainda não está definida e dependerá do parecer das autoridades sanitárias.

“Propus ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, a criação de um comitê com as cidades que realizam os maiores Carnavais do Brasil. A ideia é que as nossas gestões possam discutir conjuntamente as condições sanitárias que podem balizar a realização dessa que é a maior festa do país, sempre respeitando o que as autoridades da saúde indicarem. Também vou procurar os prefeitos de Salvador, Bruno Reis; de São Paulo, Ricardo Nunes; e de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. Nossas cidades precisam conversar para que possamos ter uma unidade sobre esse assunto”, destacou o prefeito do Recife, João Campos.

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Comissão Interna do Carnaval 

Em setembro deste ano, o prefeito João Campos criou comitê semelhante no Recife, para que várias secretarias da gestão se preparem para os eventos, em caso de liberação pelas autoridades sanitárias. O grupo ficará responsável por deliberações e ações administrativas relacionadas ao Carnaval 2022. A cidade entende que apenas com o controle da pandemia será possível assegurar o evento, com as características deste ciclo cultural do Recife.

Em todo caso, a organização do Carnaval do Recife demanda uma série de ações administrativas, com prazos a cumprir para assegurar sua plena execução. Portanto, mesmo diante das incertezas sobre a festa, foi instituída, no dia 22 de setembro, uma Comissão Interna do Carnaval, composta por diversas Secretarias do município, com o objetivo de garantir a observância de todos os prazos, protocolos legais, fiscais, contratuais e sanitários, relativos à estrutura, por exemplo, além da articulação externa de demandas e tratativas pertinentes ao ciclo carnavalesco. Sendo assim, as tratativas sobre o Carnaval 2022, neste momento, no Recife, estão sendo conduzidas pela comissão, da qual faz parte a Secretaria de Saúde, realizando o monitoramento permanente do quadro sanitário e das recomendações.

 

*Via Assessoria de Imprensa

 Em entrevista à Bloomberg Línea, publicada nesta quinta-feira (18), o ex-juiz Sérgio Moro defendeu que possui mais "credibilidade" do que Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro na disputa presidencial que se configura para 2022. Parte da direita defende que Moro seja o representante de uma terceira via no próximo pleito.

“Houve uma perspectiva de mudança e as pessoas se frustraram porque expectativas não se confirmaram. Muita gente sente aquele espírito de desolação, de que está tudo perdido”, afirmou o ex-juiz.

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Depois de renunciar ao cargo de Ministro da Justiça de Bolsonaro, Moro vinha levando uma vida discreta, entre Curitiba e Washington, nos Estados Unidos. No dia 10 de novembro, ele se filiou ao Podemos. “Se o cidadão vai no supermercado e só tem dois produtos na prateleira, os dois produtos podem ser ruins, mas ele vai ter que escolher um deles. Precisamos apresentar outros produtos, projetos que tenham credibilidade”, acrescentou Moro, fazendo referência a Lula e Bolsonaro.

De acordo com a pesquisa Genial/Quaest, o ex-juiz aparece com 9% das intenções de voto para presidente nas eleições de 2022. Ele não descarta negociações e alianças com outros partidos e informou que conversa com os tucanos Eduardo Leite e João Dória, bem como com o ex-ministro da Saúde Luiz Mandetta (DEM) e a senadora Simone Tebet (MDB).

Apesar disso, Moro acredita que é cedo para decidir a chapa que deseja encabeçar. “O foco agora é a construção de um programa de governo, não tem como construir a chapa sem antes ter o projeto”, ponderou.

Louis Tomlinson, ex-integrante da banda One Direction, anunciou a turnê de 2022 que passará pelo Brasil no dia 27 de janeiro, no Rio de Janeiro, e 28 e 29 de maio em São Paulo - as apresentações eram para ter acontecido em 2020 e foram remarcadas por conta da pandemia por Covid-19.

E, os ingressos obtidos para as datas do ano passado, continuam válidos para os novos dias - no Rio, o show vai acontecer no Jeunesse Arena e em São Paulo será no Espaço das Américas.

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A princípio, Tomlinson estaria na terra da garoa apenas no dia 28 de maio, porém com o imenso sucesso, um dia extra foi anunciado: 29 de maio.

 A cantora e compositora Marisa Monte divulgou, nesta terça-feira (9), a turnê do disco "Portas", que inclui países como o Brasil, Estados Unidos, Argentina, Chile, México e Europa. A agenda conta um show no Recife, marcado para acontecer no dia 30 de abril, no Classic Hall, em Olinda.

Os primeiros espetáculos ocorrerão no Rio de Janeiro, na Jeunesse Arena, e em São Paulo, no Espaço das Américas. Os ingressos serão vendidos a partir das 12h desta quinta (11), no site da Eventim.

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Em seguida, Marisa viajará para os Estados Unidos, voltando para o Brasil para eventos em Ribeirão Preto, Uberlândia, Belo Horizonte, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Salvador e Brasília. Nos últimos dez anos, "Portas" é o primeiro álbum de canções inéditas da artista.

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