Tópicos | assédio sexual

Dani Calabresa costuma garantir boas risadas com sua atuação em programas humorísticos, no entanto, nesta sexta (4), seu nome foi um dos mais comentados na internet por conta de um assunto sério: assédio sexual. Co-protagonista de um caso de violência moral e sexual nos corredores da TV Globo, do qual o acusado é o ex-diretor de humor e roteirista Marcius Melhem, a atriz ganhou a solidariedade do público após a publicação de uma reportagem que detalhou suas denúncias e o modo como a emissora vem conduzindo o caso. 

Uma matéria publicada pela revista Piauí mostrou, com detalhes, as denúncias que Calabresa fez contra o ex-chefe e relatos de testemunhas e outras denunciantes. Além disso, a reportagem também conversou com diretores da TV Globo e mostrou como a emissora vem conduzindo a situação, relatando as diversas e longas reuniões das quais Dani precisou passar até que o caso fosse levado à frente. O próprio Melhem também surge,entre os entrevistados, porém limitando-se a pronunciar-se através de uma nota. 

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Os detalhes das denúncias de Dani chocaram o público e o nome dela, e o do acusado, foram parar nas primeiras colocações dos assuntos mais comentados do Twitter, nesta sexta (4). O público demonstrou solidariedade à atriz e repulsa a Melhem. “Chocada com a reportagem da revista Piauí sobre Marcius Melhem. O que ele fez com Dani Calabresa não foi assédio. Foi estupro”; “Que força da Dani Calabresa de encarar tanta porrada! Não fosse a luta dela pra denunciar, o sujeito seguiria fazendo vítimas”; “Existe uma estrutura que protege esses homens até o último segundo e trata mulheres assediadas como loucas”; “Dani Calabresa é uma guerreira. E esse Melhem só tem um destino: a prisão”; “Impressionante como mesmo com todas as provas, testemunhas, vídeos, áudios, etc, e mesmo sendo uma pessoa pública, como a Dani Calabresa, a mulher é totalmente desprezada e negligenciada quando tem a coragem de denunciar assédio”.  

Marcius Melhem usou seu perfil nas redes sociais na tarde deste sábado (24), para falar sobre as acusações de assédio sexual e violência por parte de algumas atrizes da emissora. O posicionamento do humorista e ex-diretor da TV Globo vem logo após a jornalista Mônica Bergamo publicar uma entrevista com a advogada de algumas das vítimas.

 Em seu twitter, Melhem disse que está disponivel para esclarecer os fatos e que irá em busca da verdade. O ex-diretor também justificou sua viagem para o exterior dizendo que precisou sair do país para realizar um tratamento médico em sua filha. 

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Melhem trabalhou por cerca de 17 anos na TV Globo, nos últimos anos ele atuava como diretor do núcleo de humor da emissora e era responsável por programas como  “Zorra”, “Tá no Ar”, e “Escolinha do Professor Raimundo”. Seu afastamento e demissão da emissora causou surpresa no público por não ter tido qualquer justificativa da emissora, e após as denúncias de assédio vir a público nenhum esclarecimento foi realizado pela Globo.

Confira o pronunciamento do ator na íntegra:

SOBRE A MATÉRIA DA FOLHA

Como escrever uma nota pra comentar acusações dessa gravidade?

Culpados e inocentes dizem a mesma coisa. “Sou inocente.” “Vou provar na justiça”. Por isso qualquer coisa que eu diga pode soar falsa de cara. Mas preciso falar e com o tempo mostrar minha sinceridade no que vou dizer aqui. Estou disposto a reconhecer meus erros, pedir desculpas e, se possível, reparar pessoas q eu tenha de qualquer forma magoado. Quero enfrentar isso c/ verdade e humanidade e me expor se for preciso.

Fazer jus a todos esses anos em que pautas como as do feminismo foram abraçadas pelo humor transformador em que eu acredito. Fiz parte de um grupo de homens e mulheres que se orgulha de usar o humor como um instrumento contra o preconceito. Mas mesmo abraçando profissionalmente a causa feminista, ainda combato o machismo dentro de mim, erro, posso ter relações q magoem. Tento melhorar e aprender. E queria muito falar sobre isso. Mas diante de acusações tão graves q de forma alguma cometi, o q eu posso fazer? Negar. 

Eu coloco à disposição toda minha comunicação que tenho arquivada, com qualquer pessoa que tenha trabalhado ou se relacionado comigo nesses anos. E peço que ouçam as pessoas que trabalharam comigo, que acompanharam muitas situações de perto e que podem falar bastante sobre isso tudo. Peço por favor que apurem a verdade e não apoiem mentiras.

Há alguns meses, tive que sair do país para um importante tratamento médico de minha filha e não acreditei quando essa viagem passou a ser divulgada como uma fuga. Qualquer pessoa que me conheça, que tenha convivido minimamente comigo sabe que é impossível eu praticar alguma violência, especialmente contra as mulheres. Jamais seria capaz de emparedar alguém à força.

Até hoje eu fiquei calado porque as acusações não apareceram aqui fora. No compliance da rede Globo tudo foi apurado e investigado rigorosamente. Saí pela porta da frente da emissora que trabalhei por 17 anos. Sei que num caso desses, ainda mais no momento que vivemos, de tanto ódio, serei culpado até provar o contrário. Então quero que tudo seja colocado às claras, expor a minha inocência e os meus erros. Quero poder pedir desculpas e cobrar responsabilidades. Vou em busca da verdade.

Eita! Mais uma polêmica para a conta da família Kardashian-Jenner. A matriarca da família, Kris Jenner, está sendo acusada de assédio sexual pelo ex-segurança particular dela - algo que ela já negou. Segundo informações da People, esse ex-funcionário citou no processo assédio sexual, discriminação racial e de gênero e demissão injusta. A filha mais velha de Kris, Kourtney Kardashian, está no processo como ré. David Shield Security, a empresa do ex-funcionário, também está sendo processada.

Nos documentos, o ex-guarda-costas, que se identifica como um homem negro, chamado Mac McWilliams, afirma que Jenner embarcou em um padrão de conduta envolvendo contato físico não consensual com [McWilliams] de natureza inadequada e sexual.

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Marty Singer, advogado de Kris, negou essas acusações por meio de um comunicado:

Kris Jenner e Kourtney Kardashian negam veementemente as afirmações completamente falsas feitas pelo ex-segurança Marc McWilliams.

Suas alegações absurdas são claramente fabricadas e contrárias a fatos facilmente confirmados. Kris nunca agiu de forma inadequada com ele. A empresa de segurança parou de designar McWilliams para trabalhar lá depois que o guarda foi repetidamente pego dormindo em seu carro no trabalho.

O comunicado continua:

Significativamente, McWilliams nunca fez qualquer reclamação ao seu empregador sobre Kris até arquitetar esta afirmação ridícula um ano depois.

Embora Kourtney seja citada no processo, ela não é acusada de fazer nada impróprio, nem o fez. Quando Kris e Kourtney derrotarem este processo frívolo, elas pretendem processar McWilliams e seus advogados imediatamente com um processo malicioso.

McWilliams afirma que esses supostos comportamentos começaram a acontecer quando ele passou a trabalhar para mãe e filha em maio de 2017.

O ex-segurança ainda alega que a mãe de Kim Kardashian fez comentários sobre sua aparência física e perguntou sobre suas atividades sexuais:

 

Entre maio de 2017 e 12 de setembro de 2018, a ré Jenner começou repetidamente e com frequência fazendo com que seu corpo entrasse em contato físico íntimo com o corpo de [McWilliams] e fazendo comentários abertos de natureza sexual para [McWilliams] repetidamente, diz o documento. Além disso, ele teria sido humilhado na frente de seus colegas de trabalho com

comentários sugestivos, sexuais, sexistas, racistas e discriminatórios.

Além disso, McWilliams tentou falar sobre esses comportamentos com o seu então chefe da David Shield Security e também com a área de Recursos Humanos, mas nada foi feito. Ele ainda teria dito para Kris que

tal conduta imprópria era indesejável e pediu para ela

cessar e desistir de qualquer outra conduta imprópria. Porém, ela teria ignorado todos esses pedidos.

O ex-funcionário ainda cita que, após iniciar o processo, sua ex-empresa e as Kardashian iniciaram uma campanha de assédio, intimidação e mais tormentos.

Ele chegou a ser demitido oficialmente no dia 12 de setembro de 2018, mas já estava trabalhando com horários reduzidos e até mesmo havia sido suspenso e não poderia mais trabalhar com Kris Jenner, apesar de ainda ter feito mais alguns serviços para as Kardashian.

Complicado, hein?

O diretor de relações públicas da Ubisoft, Stone Chin, foi demitido pela empresa após acusações de assédio sexual no ambiente de trabalho. Chin confirmou a demissão por meio de uma postagem no TwitLonger, ferramenta de expansão de mensagem do Twitter.

"Fui demitido pelo meu empregador na semana passada. Meu empregador me disse que o motivo da minha rescisão foi a conclusão de que não cumpri o código de conduta da empresa. Meu empregador não citou a alegação de agressão sexual como motivo para minha rescisão. Especificamente, citou meu estilo de gestão, que considerou consistir em agressividade passiva, linguagem desrespeitosa com ex-subordinados diretos", relatou o ex-diretor.

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Chin disse que ainda não teve acesso aos relatórios ou provas que indicam ações de assédio, porém, acredita que falhou ao tentar entender as dificuldades que as mulheres enfrentam no ambiente de trabalho. Ele contou que convidou duas funcionárias para sair, mas teve o convite recusado e passou a ignorá-las desde então.

Esse não é o primeiro caso de assédio dentro da Ubisoft. Em 11 de julho, a empresa também demitiu um de seus executivos, Serge Hascoët, pelos mesmos motivos.

Esta semana, Cássia Kis revelou, em entrevista à coluna Beira-Mar, na Veja Rio, que quer escrever sua biografia. A atriz contou que pretende abordar no livro sua trajetória pessoal e profissional. Na conversa, ela chegou a revelar que foi vítima de assédio sexual ainda na infância. O caso aconteceu quando Cássia tinha apenas 11 anos.

"Fui assediada sexualmente pela primeira vez aos 11 anos, pelo meu dentista. Depois fui assediada mais duas vezes, a mais recente na última década. Também era dentista, famoso. Não vou citar o nome porque vou acabar com a carreira dele, mas o denunciei para o próprio filho. Ele tinha que saber o que o pai fez. Fiquei traumatizada", explicou.

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Cássia também afirmou que foi vítima de assédio moral: "Sofri no trabalho e fora dele. Esse é terrível porque você mata as pessoas aos poucos, sem sujar as mãos. Me fizeram muito mal. No meu livro não vou xingar ninguém, só vou mostrar como nós podemos ser perigosos e cruéis".

A Califórnia processou a Disney e a CBS por supostamente encobrir 14 anos de assédio sexual contra homens da equipe de produção da série policial "Criminal Minds", infomaram autoridades nesta terça-feira(26).

Um processo movido em Los Angeles alega que Gregory St. Johns abusou de sua posição como diretor de fotografia para apalpar repetidamente funcionários e retaliar aqueles que rejeitaram seus avanços.

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St. Johns tocou vários homens em suas genitálias e "beijou ou acariciou seus pescoços, ombros e ouvidos" em um padrão de comportamento "desenfreado, frequente e aberto", alega.

"O processo alega ainda que a equipe de produção executiva teve conhecimento e apoiou a conduta ilegal, demitindo vários funcionários que resistiram ao assédio de St. John", segundo um comunicado do Departamento de Emprego Justo e Habitação(DFEH).

St. Johns foi afastado do programa depois que a revista Variety publicou um artigo em 2018 detalhando as acusações.

O DFEH começou a investigação em março do ano passado. O departamento, que fiscaliza a aplicação das leis de direitos civis na Califórnia e suas violações, incluindo o assédio no local de trabalho, agora está buscando indenizações para as vítimas.

Além de processar os gigantes estúdios de Hollywood, os autos também colocam vários produtores individuais como réus.

O diretor Kevin Kish alertou para "empresas e líderes que protegem assediadores e retaliam aqueles que denunciam violações à lei".

Nem a Disney nem a CBS responderam imediatamente aos pedidos de resposta feitos pela AFP.

"Criminal Minds" foi uma série policial de longa duração sobre o FBI, cujo elenco incluía Mandy Patinkin, Paget Brewster e Jennifer Love Hewitt, entre outros. Foi produzida em conjunto pela ABC e CBS, de propriedade da Disney.

Hollywood foi atingida por uma série de acusações de assédio sexual nos últimos anos. A sentença de 23 anos do magnata do cinema Harvey Weinstein por estupro e agressão sexual em março foi considerada um marco para o movimento #MeToo.

Foi encontrado morto em sua residência o empresário Jaime Medeiros, fundador da ONG Pet PE que estava no centro de uma polêmica após ser denunciado por várias mulheres por assédio sexual e desvio de dinheiro.

O perfil Expondo Pet PE, criado no instagram para que ex-voluntárias e ex-funcionárias na organização fizessem suas denúncias, foi retirado do ar após a notícia do falecimento de Medeiros.

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A delegada e deputada estadual Gleide Ângelo disse ter recebido algumas mensagens denunciando Jaime Medeiros, inclusive encaminhadas pela ex-modelo Luiza Brunet, e reiterou a necessidade da denúncia formal. Em um vídeo enviado ao LeiaJá, e também publicado em seu perfil oficial, nesse domingo (17), a delegada diz ter recebido diversas denúncias a respeito do caso. Ela também contou ter encaminhado todo o material para a Polícia Civil.

Denúncia - Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, uma jovem ex-voluntária da ONG, que preferiu não ser identificada, falou sobre sua experiência com o acusado. Ela disse ter topado o convite de um amigo para ajudar a cuidar dos animais, mas que logo percebeu algo estranho no lugar.

Sindicatos de vários países uniram-se para apresentar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) denúncias por assédio sexual sistêmico no McDonald's. Em relação ao Brasil, o documento encaminhado ao Dutch National Contact Point (NCP), responsável por observar as diretrizes da OCDE para multinacionais, mostra que o Ministério Público do Trabalho recebeu 23 queixas com sérias indicações de assédio moral, assédio sexual e discriminação racial nas dependências da rede de fast-food. A denúncia abrange sete países e reúne sindicatos da Austrália, Brasil, Chile, Colômbia, França, Reino Unido e Estados Unidos.

A denúncia também envolve dois grandes bancos de investimento, que, juntos, detêm participação de US$ 1,7 bilhão no McDonald's: APG Asset Management, na Holanda, e Norges Bank, na Noruega.

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A denúncia diz que os sistemas de monitoramento interno e externo do APG Asset Management e do Norges Bank deveriam alertá-los para o crescente problema de assédio sexual na rede.

Essa é a primeira queixa do gênero já apresentada à OCDE para tratar do fim de assédio sexual sistemático em uma empresa multinacional.

A União Internacional de Trabalhadores da Alimentação (International Union of Foodworkers), a Federação Europeia de Sindicatos da Alimentação, Agricultura e Turismo (European Federation of Food, Agriculture and Tourism Trade Unions), a brasileira União Geral dos Trabalhadores (UGT) e o Sindicato Internacional de Trabalhadores em Serviços (SEIU, dos Estados Unidos e Canadá) assinam a denúncia, com base nas diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais.

Segundo Sue Longley, secretária geral da União Internacional de Trabalhadores de Alimentação (International

Union of Foodworkers, em inglês) em release enviado à imprensa, o McDonald's deixou de agir para criar um

local de trabalho seguro.

A denúncia diz existir um padrão de assédio sexual e violência de gênero no McDonald's, variando de comentários obscenos à agressão física. O documento traz relatos de "dezenas de casos nos Estados Unidos nos quais trabalhadores de 16 anos acusaram supervisores de conduta imprópria, incluindo tentativa de estupro, exposição indecente, toques indesejados e ofertas sexuais. As mulheres disseram ter sido ignoradas, ridicularizadas ou punidas quando denunciaram os casos à empresa".

No Brasil, foi relatado que, "em dezembro de 2019, um promotor público encontrou 'sérias indicações de prática de assédio moral, assédio sexual e discriminação' em 23 queixas de trabalhadores do McDonald's em todo o País. As queixas incluíam toques indesejados, provocações verbais e outras más condutas dos supervisores".

Na França, "um gerente do McDonald's na França instalou uma câmera de celular no vestiário feminino e filmou secretamente jovens mulheres trocando de roupa", segundo release enviado à imprensa.

A denúncia também alega que a empresa ignorou as diretrizes da OCDE ao se recusar a envolver os trabalhadores e seus representantes para abordar o assédio sexual e o assédio de gênero em suas lojas.

Procurada, a empresa Arcos Dorados, que controla o McDonald's no Brasil, não respondeu até a publicação deste texto.

Vítima de assédio por um homem que lhe mostrou os órgãos genitais enquanto ia ao mercado na cidade de Sinop no Mato Grosso, Maria Ribeiro, lutadora de MMA, usou a técnica dos ringues e imobilizou o agressor que foi detido pela polícia. O mais curioso é o seu apelido usado nas lutas, "Mulher Maravilha".

Assim como na ficção, a heroína teve seu momento na vida real. Maria Ribeiro é lutadora do Brave FC. Para a organização, ela contou que treina em Curitiba, mas que devido a quarentena resolveu ficar na sua cidade natal. Foi lá que tudo aconteceu. 

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"Minha cunhada e eu estávamos indo em direção ao mercado, aí um homem saiu da sua bicicleta e começou a mostrar suas partes íntimas e nos fazer gestos. Eu pedi para ele parar, mas ele não deu ouvidos. Quando ele fugiu decidir ir atrás. Tenho crianças, sobrinhas em minha família, meu bairro tem muitas crianças e deixar ele fugir não seria bom", explicou. 

"Eu peguei ele e imobilizei ele. Azar o dele que eu sou uma lutadora e sabia exatamente o que estava fazendo (...) Não posso imaginar quantas mulheres já passaram por isso"

Maria ainda falou sobre o dia de heroína e revelou sua paixão pela personagem dos quadrinhos. "Eu amo a Mulher Maravilha porque ela é a chefe que resolve a situação e foi o que eu fiz. Gosto de pensar que sou um pouco como ela", concluiu.

O Botafogo se pronunciou nas redes sociais, nesta quarta-feira (11), para repudiar o ato de um homem que, na noite de terça, gravou um vídeo com teor sexual de uma torcedora no estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro. Durante a partida contra o Paraná, pela Copa do Brasil, um botafoguense usou o celular para gravar imagem de uma mulher, que estava de costas para ele e posicionada na fileira de assentos à frente.

O ato do torcedor foi filmado por outros botafoguenses presentes ao estádio e divulgado pelas redes sociais. Pelas imagens, o homem aparece sentado e com o celular nas mãos, se posiciona para tentar enquadrar na imagem a torcedora, que está de pé durante a disputa da partida. Em campo, o Botafogo venceu por 1 a 0 e abriu com vitória a disputa por vaga na quarta fase da Copa do Brasil.

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Em nota, o clube criticou a conduta do torcedor. "O Botafogo repudia e lamenta o episódio envolvendo assédio na arquibancada do Estádio Nilton Santos, no jogo com o Paraná, pela Copa do Brasil. O posicionamento do Clube sobre o tema é muito claro: pede respeito às mulheres e jamais vai admitir que isso ocorra dentro de sua casa", disse o texto.

Em outra postagem, o Botafogo prometeu que vai identificar e punir o torcedor que gravou o vídeo da mulher. "Os fatos estão sendo devidamente apurados e as imagens analisadas para serem tomadas atitudes cabíveis", acrescentou. Junto com o posicionamento nas redes sociais, o clube divulgou o vídeo de uma campanha feito para comemorar o Dia Internacional da Mulher, que aconteceu no último domingo.

Quando conseguiu seu primeiro emprego, Jéssica Alves*, hoje com 30 anos, tinha uma meta para aquela empresa: dar o seu melhor para entregar um bom trabalho. Por isso, ficou feliz quando começou a atuar na área administrativa de uma organização em Recife. 

Ao longo do tempo, suas funções começaram a ser sobrecarregadas, o que proporcionou momentos de tensão para jovem. A empresa era administrada por três homens e tinham funcionárias jovens, com idade por volta dos 25 anos.

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Nesse período, ainda sem experiência e nova no mercado de trabalho, Jéssica acreditava que poderia confiar nas pessoas que trabalhavam com ela, e não esperava que as mesmas a colocariam em situações constrangedoras. Ela relembra do sentimento de impotência que sentiu nessa época quando fala sobre as diversas situações de assédio moral e sexual que viveu. 

“Não só foi uma única situação e nem foi só com uma única pessoa da empresa.” começou relatando a estudante de jornalismo, em entrevista ao LeiaJá. “Nunca foi bem definido, sempre foi uma situação muito sutil. Era uma piada, era umas brincadeiras de mal gosto que me deixavam constrangida.” 

O cenário era o seguinte: o local de trabalho era pequeno e as meninas eram obrigadas a usar calça legging com camisa social e salto alto para trabalhar. As mesmas não escaparam das brincadeiras maldosas e sugestivas.”Eu tava na minha sala e um dos donos passou a mão na minha perna. Eu fiquei totalmente em choque. Eu não tinha reação. Não conseguia nem falar porque não esperava que aquilo acontecesse.”, relata. Jéssica ainda diz que já presenciou o mesmo dono “conversando” sobre sexo com outra funcionária.

Esgotada de todo o trabalho árduo e mal reconhecido, Jéssica, que relembra o quanto chorava todas as noites quando chegava em casa, pede para conversar com um dos dono para ser demitida. Em sua versão, um deles a "perseguia" e colocava em situações desagradáveis. “Toda semana era um inferno. Eu levantava da cama pedindo a Deus para que o dia acabasse logo, pois não queria voltar para a empresa.  Eu ficava doente com toda aquela situação”, lembra. 

Sua saúde física já estava fraca, seu psicológico começou a ficar cada mais abalado conforme o assédio moral foi crescendo, até o ponto de deixá-la em estado de pânico logo após uma reclamação do seu chefe por um atraso de poucos minutos. 

“Uma vez cheguei atrasada devido ao protesto que estava acontecendo e um dos donos já estava me esperando na minha sala. Ele começou a falar gritando que eu não era uma boa funcionária, que eu chegava sempre atrasada, que eu não estava dando conta do meu trabalho, que eles não achavam justo aumentar meu salário pois haviam outros funcionários melhores do que eu. Ele ainda gritou que a qualquer momento poderiam me substituir. Eu já estava em uma situação psicologicamente tão abalada que comecei a chorar. Chorei tanto que solucei e mesmo assim ele não parava de falar.”

*Nome fictício criado para preservar a identidade da personagem.

Foto: Pixaby

Os números não mentem

Relatos como esse não são incomuns entre as mulheres no seu ambiente de trabalho. Segundo o levantamento do Instituto de Pesquisa DataFolha, publicado em 2018, 15% das brasileiras relataram assédio no trabalho, incluindo as formas física (2%) e verbal (11%). Já em 2019, a Talenses Executive Search, consultoria de recrutamento executivo, apontou que 34% das brasileiras já sofreram algum tipo de assédio no ambiente de trabalho.

Os dados da Talenses ainda cravam que grande parte das vítimas são da geração Y (nascidas no período de 1979 a 1990) e os estados que mais assediam são: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Essas mulheres atuam nos setores de Serviços; Tecnologia  e Computação; Bens de Consumo; Varejo e Indústrias Diversas.

Em países estrangeiros, esses números ainda são maiores. Conforme o levantamento da consultoria de recursos humanos Gartner, 40% das profissionais europeias disseram ter enfrentado essa situação. Nos Estados Unidos, o índice chega a 25%. 

As consequências do assédio

Os danos vão muito além da humilhação. Uma cartilha publicada pelo Senado Federal divulga informações acerca das consequências psicológicas que o assédio moral e sexual causa nas vítimas.

Segundo a cartilha, o assédio moral provoca os seguintes danos psicológicos: culpa, vergonha, rejeição, tristeza, inferioridade e baixa autoestima, irritação constante, sensação negativa do futuro, vivência depressiva, diminuição da concentração e da capacidade de recordar acontecimentos, cogitação de suicídio; 

Já as consequências fisiológicas causam distúrbios digestivos, hipertensão, palpitações, tremores, dores generalizadas, alterações da libido, agravamento de doenças pré-existentes, alterações no sono (dificuldades para dormir, pesadelos e interrupções frequentes do sono, insônia), dores de cabeça, estresse, doenças do trabalho, tentativa de suicídio, entre outros; 

No âmbito social, as consequências começam com a diminuição da capacidade de fazer novas amizades, retraimento nas relações com amigos, parentes e colegas de trabalho, degradação do relacionamento familiar, entre outros. Já na vertente profissionais, os problemas são outros: redução da capacidade de concentração e da produtividade, erros no cumprimento das tarefas, intolerância. 

A lei que assegura às vítimas

O professor e advogado especializado em direito trabalhista Paulo Rodrigo esclarece que o assédio moral pode ser combatido através de uma ação judicial na Justiça do Trabalho. “Através da reclamação trabalhista, um empregado pode por meio da fundamentação do dano extrapatrimonial, que está prevista no artigo 223-A da lei 3467/17, a reparação por danos que ofenda suas esfera moral e existencial como pessoa física.”

O professor ainda pontua dois parâmetros para a denúncia. Segundo ele, “o primeiro é de cunho jurídico, através da Justiça do Trabalho; o outro, de cunho preventivo ou repressivo, que pode ser utilizada através do canal da ouvidoria do Ministério Público Federal ou Delegacias Regionais do Trabalho onde o empregado que se sentir lesado, pode utilizar a plataforma para fazer a denúncia”.

O clube Angers, que disputa o Campeonato Francês, revelou nesta quarta-feira (5) que seu presidente, Said Chabane, prestou depoimento à polícia local nesta manhã em relação a um caso de suposto abuso sexual. Ele foi acusado por uma funcionária do próprio clube e nega ter cometido qualquer crime.

Chabane foi convocado para depor na polícia depois que procuradores abriram investigação com base em denúncia de uma funcionária do clube. Nem as autoridades e nem o Angers informaram detalhes sobre a acusação. O canal de TV francês RMC informou nesta quarta que as investigações iniciais têm como origem a denúncia de três pessoas.

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Em comunicado divulgado pelo clube, o presidente negou as acusações. "Said Chabane contesta formalmente todas as alegações apresentadas contra ele. Ele está confiante nos resultados da investigação, para a qual ele está cooperando totalmente."

Chabane, um empresário do setor de alimentos, se tornou presidente do Angers em 2011. Na época, o time disputava a segunda divisão. Em 2015, ainda sob o seu comando, a equipe foi promovida para a primeira divisão. No momento, ocupa a 13ª colocação da tabela do Francês.

O deputado estadual Jessé Lopes (PSL-SC) publicou um texto em sua página no Facebook, nesse domingo (12), no qual hostiliza a campanha feminista contra o assédio no carnaval. Em um dos trechos da publicação, o parlamentar diz que toda mulher gosta de ser assediada e que a prática “massageia o ego”.

“Não sejamos hipócritas! Quem, seja homem ou mulher, não gosta de ser “assediado(a)” ?? Massageia o ego, mesmo que não se tenha interesse na pessoa que tomou a atitude”, afirmou. 

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Em outra parte, Jessé Lopes compara o movimento feminista com o Movimento Sem Terra (MST), ao dizer que “Sempre que conquistam algo, irão procurar outra causa para defender, pois o movimento não pode parar, já que ele é um braço da revolução cultural socialista”.

Segundo o deputado do PSL, as mulheres já conquistaram “todos os direitos necessários” e em muitos casos, até mais que os homens. A luta contra o assédio constante sofrido por mulheres, principalmente nas festas carnavalescas, foi classificada pelo deputado como “retirada de direitos” de a mulher ser “paquerada” e “elogiada”. 

“Parece até inveja de mulheres frustradas por não serem assediadas nem em frente a uma construção civil”, provocou.  As críticas ao feminismo e a relativização do assédio não pararam por aí. No final da postagem, Jessé Lopes incita as pessoas a não colaborarem com o movimento que ele chama de “segregador”. 

“Toda mulher sabe lidar com assédio. Obviamente estou falando do ASSÉDIO no sentido que o próprio movimento GENERALIZA (dar em cima), e não de atos AGRESSIVOS e perturbante. Neste carnaval, não colabore com este movimento segregador, não use essa tatuagem ineficiente!”, concluiu.

Nos comentários, o deputado recebeu inúmeras críticas, mas ironizou algumas. Em resposta a um comentário de uma mulher, o político expõe, indevidamente, uma foto da uma internauta, a quem ele dispara provocações. 

"Nesta foto, não parece que você está muito preocupada com assédio", criticou o parlamentar na foto de uma mulher. 

Harvey Weinstein, poderoso produtor de Hollywood, foi acusado de assédios, abusos sexuais e estupros por diversas mulheres da indústria do entretenimento, o que desencadeou o movimento Me Too, em que experiências são divididas e chamam a atenção para a causa.

Famosas como Jennifer Aniston e Madonna foram só algumas a falar sobre casos envolvendo Weinstein, que também chegou a ser acusado de tráfico sexual, além de abusar sexualmente de uma modelo de 16 anos de idade. A lista de acusações não diminui, mas parece que o produtor deu um jeitinho de escapar de todas elas, já que segundo informações do The New York Times, seu estúdio - Weinstein Company - entrou em um acordo financeiro com todas as vítimas.

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O acordo, de 25 milhões de dólares, ou seja, 102 milhões e 892 mil reais, ainda permitiria que Weinstein não precisasse admitir nada e nem tirar o dinheiro de seu próprio bolso para pagar às vítimas - já que o dinheiro da indenização, tecnicamente, seria de seu estúdio, que entrou com pedido de falência.

Ainda não está tudo 100% formalizado, mas já foi previamente aprovado por todas as partes em uma sessão de tribunal que aconteceu na última quarta-feira, dia 11. Caso seja totalmente aprovado, o acordo colocaria um fim a todos os processos - de mais de 30 mulheres - contra o produtor e sua empresa.

O que está faltando só é a aprovação do tribunal e a assinatura de todos os envolvidos. Todo o dinheiro seria pago pelo seguro que cuida da empresa de Weinstein. Como está em processo de falência, as vítimas tiveram que fazer suas reivindicações junto com seus credores.

Katherine Kendall, atriz de 50 anos de idade, e uma das acusadoras de Weinstein, falou porque aceitou o acordo:

- Eu não amo a ideia, mas eu não sei como ir atrás deles. Eu não sei o que eu realmente posso fazer.

Complicado, né?

As vítimas chegaram a comemorar, anteriormente, com a possibilidade de Weinstein poder pegar até dez anos de prisão - o que não deve mais acontecer.

A equipe de policiais da Delegacia de Piracanjuba, em Goiás, sob a coordenação do delegado Leylton Barros, cumpriu na tarde dessa terça-feira (5), o mandado de prisão temporária em desfavor de R. A. A., 36 anos, pela suposta prática dos crimes de importunação sexual, assédio sexual e tentativa de estupro contra suas funcionárias.

A partir do recebimento de denúncias anônimas, a Polícia Civil instaurou inquérito policial para apurar os supostos fatos. Segundo as investigações, o autuado, que é empresário em Piracanjuba, utilizava sua condição de hierarquia na empresa para praticar abusos de cunho sexual contra suas funcionárias.

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Até o momento, já foram ouvidas mais de 10 mulheres, entre funcionárias e ex-funcionárias, com idades de 16 a 25 anos. Todas narraram terem sido vítimas de abusos e importunações sexuais, os quais ocorriam no próprio estabelecimento comercial.

Segundo o delegado, as vítimas tinham medo de denunciá-lo, pois temiam perder o emprego e até mesmo serem prejudicadas por ele. A Polícia Civil estima que o número total de vítimas pode chegar a mais de vinte, todas já identificadas e que serão ouvidas nos próximos dias.

Durante o cumprimento do mandado, foram apreendidos, na empresa do investigado, diversos equipamentos eletrônicos, os quais passarão por perícia a fim de se descobrir elementos relacionados aos crimes sob investigação. O autuado é primário e foi recolhido na Unidade Prisional de Piracanjuba. Se condenado, poderá pegar penas de até 7 anos para cada crime cometido.

A cantora Thaciane Pantoja, da banda Batidão do Melody, se irritou no último dia 11, no Maranhão, durante um show. Enquanto se apresentava na cidade de Bela Vista, a vocalista do grupo sofreu assédio sexual de um homem que tocou em suas partes íntimas. O caso aconteceu no momento em que Thaciane se abaixou para tirar fotos com as pessoas que estavam próximas do palco.

No vídeo que está circulando na internet, um cinegrafista amador registrou o exato momento de Tachiane sendo assediada. Após o ocorrido, a artista paraense tentou bater no homem. No Instagram, Thaciane desabafou. "Muita gente ficou chateada comigo porque eu chamei muito palavrão, porque eu me exaltei demais. [...] Quando a gente fala o português claro, a gente é taxado de escroto, que não tem educação. Educação eu tenho, só não tenho paciência", contou.

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A banda Batidão do Melody divulgou um comunidado nas redes sociais em defesa de Thaciane. "A cantora, em reação ao assédio sofrido, acabou reagindo contra o agressor, por desrespeitar o trabalho artístico da mesma e por desrespeitá-la como mulher. Vale ressaltar que Assédio Sexual é crime, de acordo com o Artigo 216-A do Código Penal", diz um trecho da nota.

Thaciana Pantoja recebeu orientação do seu advogado para dar queixa contra o agressor. Ela registrou o boletim de ocorrência em uma delegacia especializada de atendimento à mulher. 

Confira o vídeo do momento em que o homem toca na cantora:

O tenor espanhol Plácido Domingo está sendo acusado de assédio sexual por nove mulheres, segundo a agência Associated Press. Oito cantoras e uma dançarina alegaram que foram assediadas por Plácido. As situações teriam ocorrido pela primeira vez na década de 1980, segundo reportou a agência nesta terça-feira, dia 13.

Os assédios teriam acontecido em ambientes profissionais, onde o tenor ocupava posição de destaque. Outras seis mulheres afirmam que Domingo já as fizeram se sentir desconfortáveis quanto as propostas sexuais já feitas. Entre as mulheres, a meio-soprano Patricia Wulf foi a única a autorizar que seu nome fosse divulgado pela agência. Ela trabalhou com Placido na orquestra de Washington.As declarações ainda revelam que o cantor teria pressionado as mulheres a favores sexuais em troca de trabalho. As que não aceitavam a situação eram punidas profissionalmente.

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Procurado pela agência, Plácido afirmou em comunicado que as alegações das mulheres são imprecisas e que acreditava que todas as relações tivessem sido consensuais:

As alegações dessas pessoas anônimas datadas de mais de 30 anos atrás são profundamente perturbadoras, e como apresentadas, imprecisas. É doloroso saber que eu tenha desapontado alguém ou feito alguém se sentir desconfortável, não importa há quando tempo atrás e apesar das minhas melhores intenções. Eu acreditava que todos os meus relacionamentos e interações tivessem sido bem-vindos e consensuais. Pessoas que me conhecem ou que trabalharam comigo sabem que eu não sou alguém que intencionalmente machucaria, ofenderia ou envergonharia alguém. No entanto, reconheço que as regras e padrões com os quais lidamos hoje são muito diferentes dos do passado. Eu sou privilegiado em ter tido uma carreira de mais de 50 anos na ópera e vou sempre aspirar aos padrões mais altos, afirmou em nota.

 

O ator americano Kevin Spacey, investigado nos Estados Unidos e na Inglaterra por acusações de assédio sexual, apareceu em público em Roma, a primeira nos últimos dois anos, informou o jornal La Repubblica.

"Sério, concentrado, com paletó e gravata, ao lado de uma maravilhosa estátua de bronze chamada 'O boxeador das Termas', uma das mais belas obras do museu romano do Palazzo Massimo. É sua primeira aparição pública em dois anos", divulgou o jornal.

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"Kevin Spacey escolheu Roma, com sigilo, em segredo absoluto, sem aviso prévio, concordando em ler na frente de um punhado de espectadores uma poesia de Gabriele Tinti", um poeta italiano contemporâneo, "que deu 'voz' à estátua", acrescentou.

As ações judiciais contra Spacey, acusado de atentado ao pudor e de assédio sexual no estado americano de Massachusetts, foram arquivadas há 15 dias, mas ainda são investigadas nos Estados Unidos e Inglaterra.

A carreira do ator de 60 anos está parada desde que surgiram as primeiras acusações por assédio sexual contra ele foram feitas em novembro de 2017.

A onda de denúncias contra Kevin Spacey surgiram em meio ao #MeToo, levou muitas mulheres a denunciar ações de violência sexual e que começou como resultado do caso do produtor cinematográfico Harvey Weinstein.

Débora Nascimento marcou presença no programa 'Encontro com Fátima Bernardes', nesta segunda-feira (24), e se emocionou ao relembrar um caso de assédio que sofreu quando tinha 19 anos de idade. Na ocasião, a atriz estava viajando da África do Sul para o Rio de Janeiro e um homem, sentado ao seu lado, ficava se expandindo, como a própria atriz definiu.

"Aconteceu comigo em uma viagem internacional, num voo. Eu era mais novinha, tinha mais ou menos uns 19 anos [de idade] e era aqueles voos de 11 horas, da África do Sul para cá. E eu sentei na janela e o homem sentou no corredor. E passa um tempo de viagem e ele começa a se expandir. Falei: ah, tudo bem, meio desconfortável, eu estava na econômica, é muito tempo de viagem. Aí começou a encostar a perninha, o braço... e eu só observando. Aí você começa a ficar gelada. E você começa a achar que é da sua cabeça também, né? E tinha um cobertor e eu sentia que ele estava chegando perto. Aí eu dava uma cutucada, dava uma joelhada. Passava 20 minutos e eles se expandia de novo. Ele começou a querer tirar proveito da situação", detalou.

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A ex de José Loreto, visivelmente emocionada, continuou: "Até que eu falei: Opa, espera aí, a gente tem um espaço aqui. Você fique no seu espaço. Entenda que isso aqui é o meu espaço. Eu sou grande também, preciso do meu espaço, preciso do meu conforto. Então, por favor, recolha a sua perna, o seu braço. Eu me tremia e olhava para a comissária de bordo, procurando um apoio. Mas o fato de eu ter falado mais alto deixou ele constrangido, porque as pessoas olharam. Mas eu estava tremendo, morrendo de medo pelo resto da viagem. Eu não dormi. Fiquei dura, quietinha, cheguei em casa toda cheia de dor", contou.

Ao fim do relato, a apresentadora Fátima Bernardes percebeu a emoção da atriz e ainda comentou que, após tantos anos, essas histórias de assédio ainda mexem com as mulheres.

“Não relaxo mais no atual trabalho e qualquer crítica me coloca para baixo. Quanto mais me cobram, menos consigo produzir. Minha auto estima foi para o chão, eu ia para o antigo trabalho realmente infeliz”. As palavras de uma jovem profissional retomam a uma fase angustiante. Vítima de assédio moral no ambiente de trabalho, hoje, mesmo em outra empresa, ela arrasta efeitos da sua antiga função, em que recebia, constantemente, reclamações da chefia.

Em tom alto e diante de outros funcionários, a chefe insistia em reclamar da jovem durante o experiente. Por mais que a profissional se esforçasse para desempenhar as atividades, a gestora reprovava o trabalho, expondo as incorreções para os demais colaboradores. “Ela realmente reclamava sempre alto, e dizia coisas como ‘eu já falei isso muitas vezes’, por que você não aprende’? Eu me sentia humilhada”, relata a profissional, que preferiu preserva sua identidade em entrevista ao LeiaJá.

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De acordo com a trabalhadora, mesmo deixando o antigo trabalho e automaticamente cortando contato com a derradeira chefia, há traumas que, até hoje, persistem em sua rotina profissional. “Não fiquei mais de boa quando saí de lá. Meu chefe seguinte disse que eu parecia alerta sempre, como se ele fosse gritar comigo ou reclamar a qualquer instante”, revela.

Pesquisa realizada pelo site 'Vagas.com' apontou que 52% dos profissionais brasileiros já foram vítimas de assédio moral no ambiente de trabalho. Segundo o levantamento, e mesmo entre as pessoas que não sofreram esse tipo de opressão, 34% delas já presenciaram um companheiro de equipe ser assediado moralmente.

Documento publicado pelo Senado Federal, no âmbito do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, descreve em detalhes de que forma se configura o assédio moral no ambiente de trabalho: “O assédio moral consiste na repetição deliberada de gestos, palavras (orais ou escritas) e/ou comportamentos de natureza psicológica, os quais expõem o(a) servidor(a), o(a) empregado(a) ou o(a) estagiário(a) (ou grupo de servidores(as) e empregados(as) a situações humilhantes e constrangedoras, capazes de lhes causar ofensa à personalidade, à dignidade ou à integridade psíquica ou física, com o objetivo de excluí-los(as) das suas funções ou de deteriorar o ambiente de trabalho. A habitualidade da conduta e a intencionalidade (o fim discriminatório) são indispensáveis para a caracterização do assédio moral. Ainda que frequentemente a prática do assédio moral ocorra no local de trabalho, é possível que se verifique em outros ambientes, desde que o seu exercício esteja relacionado às relações de poder desenvolvidas na seara profissional”.

Saiba identificar e combater o assédio moral

A procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco, Melícia Carvalho, condena o assédio moral no ambiente corporativo, ao mesmo tempo em que alerta para as trágicas consequências dessa postura. “É uma conduta praticada de forma repetida e sistemática com a vontade de prejudicar o outro. Conduta abusiva; é uma perversão”, crava a procuradora.

De acordo com Melícia, o assédio causa consequências que maltratam as vítimas ao ponto de elas sentirem vontade de largar o emprego, bem como se tornam propícias a sofrer problemas psicológicos e até físicos. “O objetivo é tão danoso que, às vezes, no mundo trabalho, se deseja mesmo que aquela vítima saia daquele mundo, que ela peça demissão ou transferência, para você ver como é uma direção maléfica. São gestos, palavras, atitudes, são omissões quando você ignora uma pessoa. A vítima tem consequência de toda ordem. O assédio moral contamina a organização como um todo. As vítimas sofrem consequências físicas, elas acabam desenvolvendo crises de choro, depressão, se isolam dos grupos”, alerta.

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Um trabalhador, ao ser ver constrangido pelo assediador, precisa de imposição apesar das dificuldades. “No ambiente de trabalho, a gente diz que muitas das ações do assédio moral poderiam ser paradas por uma atitude da própria vítima. Se verificou que, nas situações em que a vítima se colocou frente ao agressor, 30% dos casos de assédio moral pararam ali. A vítima tem um papel fundamental na continuação ou não desse assédio, e o grupo também”, diz a procuradora.

Nos episódios em que as vítimas conseguiram conter a violência sistemática, elas expressaram para os opressores que as atitudes se tratavam de assédio moral, reiterando que não aceitavam tais ações. No entanto, também é fundamental que as pessoas ao redor das vítimas se posicionem conta o assédio, para não configurar o que a procuradora chama de “pacto nefasto da solidariedade e do silêncio”. “Você está sendo solidário ao agressor quando você faz silêncio”, alerta Melícia.

Segundo a procuradora, o grupo precisa intervir em prol das vítimas, pois, do contrário, o assédio moral espalhará consequências opressoras por outros profissionais. “O assédio é ruim para a corporação como um todo, porque se o grupo vê que uma pessoa está sendo vítima de assédio moral, ele entra em um sentimento de temor, de revolta, de indignação. A corporação adoece junto. Você não pode falar de assédio moral como se não fosse um problema seu”, orienta a representante do MPT.

Alarmante, um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), mencionado pela procuradora Melícia Carvalho, revela dados assustadores sobre assédio moral. De acordo com o estudo, os casos de assédio levarão, até 2020, 40% dos trabalhadores à aposentadoria precoce, porque as vítimas querem se ver livres da violência corriqueira. Ainda conforme a pesquisa, 20% dessas pessoas poderão tentar suicídio.

Caminhos da denúncia e as consequências jurídicas

A procuradora do MPT em Pernambuco enfatiza que existem diversos meios para denúncias. Nos episódios em que há um problema coletivo, por exemplo, o site do Ministério Público do Trabalho pode receber as reclamações. Ouças as orientações no áudio a seguir:

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Segundo Melícia, hoje, o grupo LGBT, negros, mulheres, pessoas com deficiência ou diagnosticadas com algum problema de saúde são as que mais sofrem assédio moral no ambiente corporativo. Por meio da Justiça, as vítimas podem receber indenizações por danos morais, quando comprovado impacto psicológico em decorrência dos atos violentos, bem como há a possibilidade de danos materiais, uma vez que as vítimas também podem receber indenizações para suprir furos financeiros ocasionados pela violação.

Proposta - A Câmara dos Deputados aprovou, em março deste ano, projeto de lei que criminaliza o assédio moral no ambiente de trabalho. De autoria do deputado federal Marcos de Jesus (PL-PE), a proposta seguirá para o Senado.

"A pena estipulada será de detenção de um a dois anos e multa, aumentada de um terço se a vítima for menor de 18 anos. Isso sem prejuízo da pena correspondente à violência, se houver. A causa somente terá início se a vítima representar contra o ofensor. Essa representação é irretratável, ou seja, a pessoa não pode desistir dela posteriormente. O texto ressalta que, na ocorrência de transação penal, esta deve ter caráter educativo e moralizador. A transação penal é um mecanismo pelo qual, em crimes e contravenções de menor potencial ofensivo (pena máxima não superior a dois anos), o acusado aceita uma forma de acordo em que ele opta por não enfrentar um processo criminal para não correr o risco de sair condenado ao final, se considerado culpado", explica a Câmara dos Deputados, por meio da Agência Câmara de Notícias. Veja a proposta na íntegra.

Situações em que não há assédio

É importante lembramos que nem todos os embates no âmbito profissional são considerados assédio moral. Divergência de opiniões em uma reunião ou discussões, desde que respeitosas, fazem parte do universo corporativo.

“Nem tudo a gente pode colocar no caldeirão do assédio moral. A relação humana é uma relação de pessoas que pensam de forma diferente, então é natural que existam conflitos individuais. Não é assédio moral quando a gente não consegue identificar uma situação sistematizada”, finaliza a procuradora do Ministério Público do Trabalho.

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