Tópicos | assédio sexual

Um homem foi preso nesta terça-feira (5), suspeito de ser o mototaxista flagrado dando um tapa na região dos glúteos de uma mulher que caminhava na Rua Esmeralda, no bairro Ellery, em Fortaleza, no dia 21 de março. O assédio foi registrado por uma câmera de segurança. 

A Polícia Civil conseguiu localizar o homem, que tem 43 anos e costumava ficar na Praça do Ferreira, no centro da cidade. No dia do ocorrido ele estava com a placa da moto coberta por um pano. A prisão foi feita pela Delegacia de Defesa da Mulher. 

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De acordo com a Secretaria Pública, a Polícia Civil investiga o caso de importunação sexual, haja vista que a vítima de 18 anos andava pela rua quando o motoqueiro passou e deu o tapa. Em seguida, ela se assusta e corre. 

A pena prevista para condenados pelo crime de importunação sexual é de até cinco anos de cadeia. 

Um técnico de enfermagem de Rondônia é alvo de, pelo menos, duas denúncias de importunação sexual, feitas por suas pacientes do posto de saúde municipal de Mariana, bairro na Zona Leste de Porto Velho, capital do estado. De acordo com os relatos feitos à Polícia Militar, obtidos pelo G1, o homem esfregava o pênis nas vítimas durante atendimento, após fingir aplicar uma espécie de anestesia.  

O suspeito, não identificado, foi preso na noite dessa quinta-feira (10) e consta no boletim de ocorrência que o pai de uma das vítimas acionou a polícia. Segundo o responsável pela denúncia, sua filha havia ido ao posto de saúde e ao chegar em casa revelou ter sido importunada sexualmente pelo técnico após aplicação de injeção. 

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O técnico mostrava um padrão ao cometer o crime: fingia aplicar uma injeção para diminuir a sensação de dor nas nádegas e então assediava a vítima. Ele chamava a suposta injeção de “técnica”. Após ser abusada, a mulher contou ao marido sobre o ocorrido na sala da Unidade Básica de Saúde. O esposo, irritado, partiu para cima do técnico e os dois discutiram. Com um capacete na mão, o marido da vítima golpeou o funcionário do posto. 

Na unidade de saúde, os policiais se deparam com uma segunda do técnico de enfermagem. A outra depoente relatou aos policiais que ao tomar a injeção, o servidor perguntou se ela era casada e informou que aplicaria uma técnica de massagem nas nádegas dela. Depois de aplicar a injeção, o homem repetiu o mesmo ato de esfregar o órgão sexual na vítima. 

O profissional de saúde foi preso por importunação sexual e pode pegar de um a cinco anos de prisão, além de pagar indenização. O esposo da vítima e o amigo dele também receberam voz de prisão pelo crime de lesão corporal, pois atacaram o servidor. Todos eles foram levados à Central de Flagrante para as devidas providências legais. 

À reportagem a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) informou "estar ciente do ocorrido e que está verificando junto à coordenadoria jurídica o procedimento legal a ser seguido". 

 

O técnico da seleção americana de snowboard, Peter Foley, presente nas Olimpíadas de Inverno de Pequim, foi acusado de assédio sexual e comportamento inadequado por uma ex-especialista do esporte, Callan Chythlook-Sifsof, em mensagem postada no Instagram na sexta-feira (11).

A ex-snowboarder olímpica Callan Chythlook-Sifsof, de 32 anos, disse nas redes sociais que "Peter Foley tira fotos nuas de atletas femininas há mais de uma década".

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A americana também alegou que o treinador fez um comentário sexual a ela, quando ela tinha 17 anos, e uma companheira de time em Lake Louise (Canadá), em 2014.

"Não posso assistir a outros Jogos Olímpicos sem dizer isso publicamente", disse a atleta.

Em um comunicado enviado a vários meios de comunicação, a Confederação de Ski e Snowboard dos Estados Unidos anunciou que está investigando essas acusações.

"Levamos essas alegações muito a sério e as acusações estão sendo investigadas", disse a agência.

Em suas mensagens, Chythlook-Sifsof também disse que Hagen Kearney, um atleta olímpico americano de snowboard cross, usou um insulto racial contra ela e a assediou.

"Eu não vou carregar essas coisas novamente", acrescentou. "Houve um comportamento estranho em todos os setores. As pessoas que mencionei têm se comportado abertamente de maneira tóxica, mas a verdade é que a cultura da equipe protegeu esse comportamento. Normalizou coisas que não estão certas".

Peter Foley recebeu neste sábado o apoio dos dois medalhistas de ouro americanos na prova mista de snowboard cross por equipes.

Após sua vitória, Nick Baumgartner falou de Foley como "um pai". "Ha sido increíble verlo crecer como persona y como entrenador", "Foi incrível vê-lo crescer como pessoa e como treinador", explicou o veterano do snowboard, ouro aos 40 anos.

Sua parceira na conquista do ouro por equipe, Lindsey Jacobellis criticou o momento escolhido para essas acusações.

"É muito chato ter isso quando você está tentando se concentrar. Obviamente, isso minou um pouco a energia da equipe. Após meus 20 anos de carreira, só posso falar muito bem de seu caráter e ele sempre me apoiou quando necessário", acrescentou.

Três mulheres abriram um processo contra a Universidade de Harvard nesta terça-feira (8) alegando que a prestigiosa instituição americana ignorou as denúncias de assédio sexual contra um professor conhecido.

As denunciantes, todas estudantes de doutorado, afirmam que o professor de antropologia John Comaroff as beijou e apalpou sem seu consentimento, além de ameaçar sabotar suas carreiras caso o denunciassem.

Margaret Czerwienski, Lilia Kilburn e Amulya Mandava apontam que o professor de 77 anos conseguiu escapar das acusações por anos. De acordo com a denúncia, elas recorreram aos funcionários da universidade há cinco anos.

Elas "reclamaram repetidamente com os administradores de Harvard", garantem no processo apresentado ao tribunal federal de Boston. "Mas a universidade as ignorou e optou por proteger seu professor estrela em vez de estudantes vulneráveis", acrescentam.

Comaroff é acusado de beijar Kilburn na boca sem sua permissão, apertar sua coxa em público e dizer que ela poderia ser estuprada ou morta em partes da África por ter uma relação com uma pessoa do mesmo sexo, segundo o processo.

Kilburn foi alvo de um "pesadelo contínuo que incluiu mais beijos forçados, constantes convites para socializar com ele sozinho fora do campus e um controle coercitivo", acrescenta o texto.

Inicialmente, as alegações contra Comaroff vieram a público ao saírem no jornal da universidade, The Harvard Crimson, há mais de um ano, segundo o The New York Times.

Comaroff está sob licença administrativa depois que uma investigação concluiu no mês passado que ele violou a política sobre assédio de Harvard, observa o jornal nova-iorquino, embora ele não tenha sido considerado culpado de contato sexual não consensual.

O processo, que busca indenizações não especificadas, descreve as sanções como "limitadas e temporárias".

A Universidade de Harvard não respondeu ao pedido de comentário da AFP.

O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Mauricio Gomes da Fonseca, acusado de assediar sexualmente três funcionárias de uma empresa terceirizada de limpeza que prestava serviços para os Bombeiros, foi considerado culpado pela Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE).

A corregedoria determinou que ele deve perder a sua patente por considerá-lo "indigno do oficialato ou com ele incompatível". 

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A SDS-PE explica que os assédios aconteciam dentro do quartel e de forma virtual, com envio de fotos e vídeos de cunho sexual e erótico, bem como mensagens de texto com a mesma conotação que eram enviadas pelo WhatsApp. 

Os crimes teriam acontecido em 2019. Agora, finalizada a instrução processual,  a comissão chegou ao entendimento, através do devido relatório

fundamentado, de que o militar “desprezou os freios morais, defenestrou o pundonor e o respeito à dignidade pessoal das vítimas, bem como os valores e deveres éticos da profissão Bombeiro Militar que são previstos no Decreto Estadual nº 22.114/00 e na Lei Estadual nº 6.783/74, razão pela qual, reputou ao respectivo justificante de que o mesmo, com os seus atos, seria incapaz de permanecer integrando as fileiras da Corporação, bem como, incompatível com o oficialato”. 

Cabe ao Governador Paulo Câmara efetivar a demissão de Maurício Gomes.

A empresária e influencer cearense Andrea Costa decidiu proibir a entrada de homens em sua loja, após diversos episódios de assédio contra modelos de seus produtos e clientes em atendimento. Costa é dona de uma boutique em um shopping na cidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo. À entrada do estabelecimento, há uma placa sinalizando que homens devem entrar apenas se forem provar alguma peça vendida pela loja, cujo público é majoritariamente feminino. 

"Homens, se não forem provar, esperem do lado de fora da loja", diz um dos avisos fixados na vitrine. A imagem repercutiu nas redes sociais, gerando memes e opiniões contrárias, sobretudo por um aviso que aparece próximo ao principal, permitindo a entrada de animais de estimação. Apesar das piadas, a empreendedora, que é natural de Fortaleza, no Ceará, afirmou em entrevista ao G1 que a medida foi necessária após muitas situações de constrangimento. 

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"Eles (homens) entravam na loja, ficavam atrás das mulheres, quando não era depreciando o corpo delas, era olhando para elas trocando de roupa no provador através das cortinas. Temos um estúdio de fotografia dentro da loja e muitos homens vinham e entravam apenas para olhar as modelos", afirma a empresária. 

Os cartazes afirmam que não são bem-vindos os homens que depreciam o corpo das mulheres, que traem suas companheiras e flertam com as atendentes do estabelecimento. Andrea revela que chegou a criar ambientes estratégicos dentro da loja para que os homens que acompanham suas mulheres não tenham acesso visual ao estúdio, mas eles se recusam a esperar no local, insistindo em permanecer perto dos provadores e estúdio de fotos. 

"Às vezes preciso fechar a vitrine, porque muitos deles ficam no vidro tentando olhar para as modelos. Outros humilhavam as companheiras, reclamando do decote ou desautorizando o uso de uma ou outra peça de roupa. É muito constrangedor para nós, para os clientes, para minhas funcionárias. Foi o único jeito de oferecer segurança para todas aqui", completa. 

Em contrapartida, a loja se diz receptiva a clientes acompanhadas por animais de estimação. “Seu pet é bem-vindo aqui”, consta em um cartaz afixado na vitrine. Segundo a empresária, água, ração e biscoitos estão à disposição dos bichinhos. “Precisamos de ações contundentes como essa para criar uma sociedade melhor e mais justa para todos”, declara. 

Nas redes sociais, Andrea compartilhou uma captura de tela de uma avaliação com uma estrela (nota mais baixa) no perfil da loja no Google. A empresária afirma que alguns homens estão indo à página do negócio avaliar mal a Mr. Luxos, como uma forma de retaliação.

A 1ª Auditoria da Justiça Militar de Brasília condenou a quatro anos de reclusão e exclusão das Forças Armadas um sargento do Exército, músico, por constranger uma estudante menor de 14 anos, do 8° ano do ensino fundamental do Colégio Militar de Brasília, com um beijo na boca. O Conselho Permanente de Justiça - composto pela juíza Flávia Ximenes Aguiar de Sousa e quatro oficiais do Exército - considerou que o sargento, que era professor de percussão da vítima, incidiu na prática de atentado violento ao pudor, com a circunstância de violência presumida.

Ao fundamentar a sentença do militar, a juíza Flávia Ximenes Aguiar de Sousa disse que a prova testemunhal foi 'uníssona' em apontar que o médico tinha uma 'conduta completamente diversa' da prevista nos regulamentos dos professores do Colégio Militar de Brasília: "Aproximou-se da aluna e, se valendo de contato realizado por WhatsApp, passou a lhe enviar mensagens com conteúdo 'amoroso' como forma de tentar conquistar a adolescente. Tais investidas foram descobertas pela mãe da adolescente, que verificou que sua filha mantinha conversas com o acusado até tarde da noite e, posteriormente, descobriu as mensagens da filha à amiga em que confidenciou ter sido beijada pelo graduado que insistia em tentar manter algo mais próximo de um 'relacionamento', apesar de a adolescente manifestar o seu receio em aprofundar a situação, pois o seu Professor, além de bem mais velho, era casado e tinha filhos".

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Segundo o Ministério Público Militar, o crime ocorreu na sala do espaço musical do colégio, sendo que, posteriormente, o músico passou a prolongar o tempo de intervalo da aula para 'conversarem a sós', enviar mensagens de beijos e corações à aluna, músicas de conteúdo amoroso, e escrever declarações como "estou apaixonado", "te amo, te amo, te amo" e "vou fazer você feliz". Os detalhes foram divulgados pela Justiça Militar nesta terça-feira, 11.

A Promotoria diz que a estudante passou a se comportar 'de maneira conflituosa, eufórica e depressiva' e tentou rejeitar as investidas. Ainda assim, o professor teria mantido a conduta, diz o Ministério Público Militar, que apresentou como provas conversas do aplicativo WhatsApp, além de cartas e depoimento das amigas confidentes da vítima.

Em juízo, o sargento negou ter beijado a estudante e afirmou que mandou as mensagens para a menina com a intenção de ajudá-la, pois a via muito depressiva. Além disso, disse que apenas uma das conversas aos autos seria verídica e que a mesma teria ocorrido após ligação em que a vítima dizia que iria tirar sua própria vida. O sargento disse que 'para ganhar tempo mandou "emoji" de coração, mandando-a ter calma e afirmando que a amava, sendo apenas essas as mensagens enviadas'.

O músico sustentou que não houve interação indevida com a vítima e se disse uma pessoa extrovertida, 'com uma aula diferenciada por se tratar de música e precisar estar corpo a corpo com o aluno'. Além disso, alegou que não tratava alunos de maneira diferenciada e que seu jeito brincalhão ocasionou a situação. "Não houve interação no sentido de assédio para com a aluna".

A defesa do sargento argumentou à Justiça militar que imagens apresentadas pela vítima como sendo de conversa travada com réu não seriam confiáveis e não foram reconhecidas pelo réu. Sobre os danos psicológicos, os advogados sustentaram que não eles não estariam ligados ao sargento, mas a 'problemas psicológicos pretéritos, especialmente por causa de desavenças escolares, baixa autoestima e pelo quadro de saúde do pai da aluna'.

No entanto, ao analisar o caso, a juíza Flávia Ximenes Aguiar de Sousa destacou que o depoimento da estudante 'ofendida tem maior valor probante, desde que em harmonia com as demais provas'. "A instrução processual foi extremamente cuidadosa e isenta no que pertine, até mesmo, verificar a possibilidade de que a narrativa da menor pudesse apenas externar uma fantasia, pela admiração que nutria pelo seu professor de música, pessoa simpática, atenciosa, bem humorada e, principalmente, "madura", o que lhe diferenciava dos seus colegas adolescentes", escreveu.

A magistrada disse que as provas foram 'aptas a desfazer a hipótese de situação imaginária própria de uma adolescente'. A juíza destacou o registro feito por uma psicóloga que atendeu a a vítima, que indicou que a 'narrativa da aluna foi objetiva e íntegra, demonstrando ser um relato fidedigno e não fantasioso'.

"Ademais, repita-se, foi colhida a oitiva da menor sob a modalidade de depoimento especial, conduzido por psicóloga especialista e atuante na área, apta, portanto, a discernir o real da fantasia. Não há dúvidas da prática de ato violento ao pudor, pois o réu vinha sucessivamente constrangendo a vítima em sua empreitada de sedução até o momento em que conseguiu roubar dela um beijo, este de caráter indiscutivelmente lascivo e sensual", frisou.

Em 2016, José Mayer protagonizou um escândalo nos bastidores da TV Globo e acabou sendo afastado das novelas. Na ocasião, o ator foi acusado de assédio sexual nos bastidores de ‘A Lei do Amor’, a última novela que participou dando vidao ao personagem Tião. De acordo com o artista, o papel não lhe deu muita sorte. 

Na ocasião, a figurinista Su Tonani relatou ter sofrido assédio sexual do ator. O escândalo fez muito barulho e a Globo acabou rompendo o contrato com o artista que não foi mais escalado para novas produções até o momento atual.

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Neste domingo (9), Mayer relembrou o papel que interpretou à época, o Tião de ‘A Lei do Amor’.

“Meu último personagem nas novelas foi Tião Bezerra, um homem cruel, machista e misógino. Não trouxe sorte nem para o ator que se recusou a interpretá-lo.Nem para mim, que o aceitei”, disse em referência a Domingos Montagner, que declinou do convite para fazer outra novela, ‘Velho Chico’, e acabou morrendo afogado durante um intervalo das gravações.

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Nos comentários, os seguidores manifestaram apoio ao ator. Muitos disseram estar com saudades de vê-lo na televisão. “Você faz falta nas novelas,estou revendo páginas da vida e matando saudades”; “Te admiro desde Fera Radical”; “A vida é um eterno segredo, só sabemos o passado e vivemos o presente, futuro sempre será um mistério. Saudades de você na TV”.

Promotores dos Estados Unidos disseram nesta terça-feira (4) que estavam retirando as acusações de assédio sexual contra o ex-governador de Nova York Andrew Cuomo, que o fizeram renunciar no ano passado.

O promotor distrital do condado de Albany, David Soares, disse que embora a queixa fosse "crível", seu gabinete não poderia comprovar que os fatos constituem algo além de uma dúvida razoável.

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"Portanto, notificamos o tribunal que estamos recusando o processo e solicitamos que as acusações apresentadas pelo gabinete do Xerife do Condado de Albany sejam rejeitadas", disse a fonte.

Cuomo foi indiciado em novembro por toques forçados, que é considerado crime sexual com pena de prisão de até um ano.

Foi a primeira queixa registrada desde que o político outrora poderoso foi obrigado a renunciar em agosto, após uma série de acusações de assédio sexual.

O caso foi apresentado pelo gabinete do xerife de Albany, mas logo ficou incerto se Soares seria capaz de prosseguir com o processo.

Cuomo, de 64 anos, deve responder a uma intimação para comparecer ao tribunal na sexta-feira.

Na ausência de provas, Soares é agora o terceiro promotor distrital a encerrar uma investigação criminal contra Cuomo relacionada a assédio sexual.

O ex-governador foi acusado de colocar a mão sob a blusa da vítima e agarrar seu seio esquerdo em dezembro de 2020.

Sua renúncia ocorreu depois que a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, divulgou um relatório, sem poder de criminaliza-lo, concluindo que Cuomo havia assediado sexualmente 11 mulheres, incluindo ex-membros de seu gabinete.

Ele negou as acusações e disse ter sido vítima de vingança política.

O ex-governador ganhou admiração nacional em 2020 por seus relatórios diários sobre o coronavírus antes de sofrer uma queda dramática de popularidade.

A Auditoria da Justiça Militar da União no Rio de Janeiro condenou um sargento da Marinha, músico do Batalhão Naval do Estado, por assédio sexual de uma aluna-sargento de 19 anos, musicista de harpa do Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC). Segundo o Ministério Público Militar, ela foi constrangida pelo superior a ir com ele a um motel, após o réu ter lhe dado carona durante um treinamento da banda de música.

Por unanimidade, o Conselho Permanente de Justiça, presidido pela juíza federal da Justiça Militar Maria Aquino, condenou o homem a um ano de detenção, em regime aberto, com suspensão condicional da pena, pelo prazo de dois anos, e direito de apelar em liberdade.

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Também foi imposto ao réu o dever de participação no curso gratuito online "Assédio Moral e Sexual no Trabalho" oferecido pelo site do Senado Federal. O sargento deverá juntar aos autos o certificado de conclusão do curso. As informações foram divulgadas pelo STM. Cabe recurso da decisão.

Segundo denúncia oferecida pelo Ministério Público Militar, o caso ocorreu no dia 20 de março de 2019, quando o acusado teria assediado sexualmente a aluna do Curso de Formação de Sargento Músico. Por não ter viatura disponível, o comando do quartel pediu ao sargento que desse uma carona à vítima até a Companhia de Bandas do Batalhão Naval no Centro do Rio de Janeiro.

No dia, pela manhã, o sargento deu carona à moça até o Batalhão Naval para ensaio da Banda Sinfônica. No retorno, ele a convidou para um almoço e foi em direção a um shopping da cidade. Depois 'insistiu para ir ao cinema e dentro da sala de projeção, iniciou uma série de investidas físicas, com insistência em tocá-la, e ainda com insinuações verbais, todas rejeitadas pela vítima', diz a Promotoria Militar.

Em depoimento, a jovem disse não saber reagir diante das investidas do agressor. Segundo ela, no percurso entre Botafogo e Ilha do Governador, o sargento disse 'palavras de baixo calão'. Ao ser deixada no quartel da Marinha, ela relatou o ocorrido a duas militares e ao seu namorado, um sargento do mesmo quartel.

"Sinalizei que ele estava confundindo as coisas, mas ele parou o carro na orla de uma praia, próximo do Bananal, para tentar me convencer de que a relação seria um crime que valeria a pena. Fiquei desesperada, pois era de São Paulo, não conhecia o Rio de Janeiro e meu celular tinha acabado a bateria. Pedi para me levar imediatamente para o quartel", relatou.

Em juízo, o réu negou as acusações e disse não entender porque a vítima estaria lhe acusando de coisas tão graves. O sargento afirmou que, no dia dos fatos, a aluna 'se mostrou agradecida, deu "até amanhã" e desembarcou de seu carro'. A defesa pediu a aplicação do acordo de não persecução penal, mas o Conselho Permanente de Justiça não acolheu o pedido.

Ao votar pela condenação do sargento, a juíza Mariana Queiroz Aquino disse que 'o contexto probatório é harmônico e coeso, restando plenamente comprovada a conduta criminosa'. A magistrada destacou que o depoimento da vítima 'é de extrema importância e deve ser sopesado com os demais elementos constantes dos autos'.

"Logo após o ocorrido, a ofendida relatou os fatos às testemunhas, cabendo, ainda, ressaltar que o relato da vítima às testemunhas se manteve igual ao longo de toda a instrução criminal, o que corrobora suas alegações. Nesse diapasão, constata-se do depoimento das testemunhas do Ministério Público Militar ouvidas em Juízo, que todas são uníssonas em descrever o comportamento da vítima e o impacto por ela sofrido com o agir do réu", disse.

A juíza também frisou que a vítima do assédio era jovem, estava iniciando sua carreira militar, aluna residente no CIASC, sem familiaridade com o Rio de Janeiro, tendo em vista que havia chegado à cidade apenas dois meses do ocorrido. Para Aquino, tais fatores são capazes de demonstrar sua vulnerabilidade perante a situação imposta pelo sargento.

A magistrada ainda frisou que a mulher militar, ao ser vítima de um crime sexual, é 'duplamente atingida: como mulher, ao ter sua liberdade e sua dignidade sexuais atacadas, e como militar, eis que impacta diretamente na hierarquia e disciplina, diminuindo-lhe, portanto, a sua autoridade'.

"A condição de superior hierárquico do réu, diante da então aluna, foi determinante para que a ofendida se sentisse receosa em negar o convite para o cinema; e, mesmo após perceber as intenções do réu, a ofendida, diante da particularidade de ser recém-chegada à cidade, não teria, naquele momento, condições de se desvencilhar da situação. O fato de o assédio ter ocorrido no carro do acusado, ou seja, numa situação de completo domínio de seu opressor, suprimiu da ofendida por completo a sua liberdade. No entanto, posteriormente, sentindo-se mais segura e protegida, ao retornar para o quartel, relatou a situação vivida às testemunhas, como se vê de seus depoimentos em Juízo", escreveu.

Um sargento da Marinha, músico do Batalhão Naval do Rio de Janeiro, foi condenado na 1ª Auditoria da Justiça Militar da União (JMU) no Estado do Rio de Janeiro, por assédio sexual.  O militar teria usado sua hierarquia e constrangido uma aluna-sargento, de apenas 19 anos, a ir com ele a um motel, após o acusado ter dado carona à vítima durante um treinamento da banda de música.

Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público Militar (MPM), o caso ocorreu no dia 20 de março de 2019, quando o acusado teria assediado sexualmente a aluna do Curso de Formação de Sargento Músico. Por não ter viatura disponível, o comando do quartel pediu ao sargento que desse uma carona à vítima, musicista de harpa do Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC), na Ilha do Governador, até a Companhia de Bandas do Batalhão Naval no Centro do Rio de Janeiro.

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No dia, pela manhã, o denunciado deu carona à ofendida até o Batalhão Naval para ensaio da Banda Sinfônica e tudo transcorreu sem qualquer problema. Mas, no retorno, o militar mais antigo convidou a moça para um almoço e se deslocou para um shopping da cidade. Depois insistiu para ir ao cinema e dentro da sala de projeção, iniciou uma série de investidas físicas, com insistência em tocá-la, e ainda com insinuações verbais, todas rejeitadas pela vítima. Em diversas passagens de seu depoimento, a jovem disse não saber reagir diante das investidas do agressor.

Julgamento

A vítima afirmou em juízo que no percurso compreendido entre os bairros de Botafogo e Ilha do Governador, o denunciado proferiu  palavras de baixo calão. “Sinalizei que ele estava confundindo as coisas, mas ele parou o carro na orla de uma praia, próximo do Bananal, para tentar me convencer de que a relação seria um crime que valeria a pena. Fiquei desesperada, pois era de São Paulo, não conhecia o Rio de Janeiro e meu celular tinha acabado a bateria. Pedi para me levar imediatamente para o quartel”.  Ao ser deixada no quartel da Marinha, a vítima saiu desesperada e contou o ocorrido a duas militares e ao seu namorado, um sargento do mesmo quartel.

Em juízo, o réu negou as acusações e afirmou não entender porque a vítima estaria lhe acusando de coisas tão graves. Disse que diferentemente do depoimento dela, no dia se mostrou muito agradecida e deu “até amanhã” e desembarcou de seu carro.

“Porque as mensagens não foram trazidas à tona, nem 'printadas', quando alegou que estava sem bateria, o que não era verdade? Essas são questões que têm sido latentes ao longo desses 3 anos que vem sendo 'endemonizado' no meio de toda uma classe. Foi uma tarde prazerosa para ambos, e cogitei apresentar minha família a ela. Cabe dizer ainda que ao sair do carro, ela passou pela Guarda do Bananal, sendo que ninguém passa sem apresentar um documento sequer; depois passou pela Divisão Anfíbia, Artilharia Antiaérea, Artilharia, Sala de Estado do CIASC e que somente dentro do alojamento ficou transtornada”, defendeu-se o acusado.

Em sua defesa, o advogado do réu pediu a aplicação do acordo de não persecução penal, trazido pela Lei 13.964/19, que alterou o artigo 28-A do CPP.  Mas o Conselho Permanente de Justiça, presidido pela juíza federal da Justiça Militar Maria Aquino, não acolheu o pedido. A juíza fundamentou que o legislador, quando tratou do assunto, deixou de fazê-lo em relação ao Código de Processo Penal Militar.

“Logo, a interpretação não pode ser outra, senão a de que não quis fazê-lo porque quando quis a ele se referir, o fez expressamente no seu artigo 18, ao alterar o artigo 16 do CPPM para acrescentar a alínea A, que tratado sigilo do inquérito. Em verdade, a novatio legis se traduz numa opção de política criminal adotada pelo legislador penal pátrio que cria um verdadeiro negócio jurídico entre o Órgão Ministerial e o envolvido. Assim, por certo, incompatível com a natureza da legislação adjetiva castrense, que tem índole especial. Cabe, ainda, ressaltar que o processo penal militar é o instrumento constitucional, pelo qual se viabiliza a aplicação da lei substantiva castrense, com mira nos princípios da hierarquia e disciplina militares, fundamentais para a existência das Forças Armadas”, disse.

No mérito, o Conselho Permanente de Justiça, por unanimidade, considerou o réu culpado e o condenou a um ano de detenção, em regime aberto, com suspensão condicional da pena (sursis), pelo prazo de dois anos, e o direito de apelar em liberdade.  Também acrescentou o dever de participação do sentenciado no curso gratuito online "Assédio Moral e Sexual no Trabalho" oferecido pelo site do Senado Federal (saberes.senado.leg.br), devendo, ao final, o alusivo certificado ser anexado aos autos da execução da pena.

Fundamentação: palavras da vítima tem sobrepeso

Na fundamentação do voto, a juíza Mariana Queiroz Aquino disse que o contexto probatório é harmônico e coeso, restando plenamente comprovada a conduta criminosa. “Nos crimes clandestinos, que ocorrem longe dos olhos das testemunhas, o depoimento da vítima é de extrema importância e deve ser sopesado com os demais elementos constantes dos autos. Ademais, vale acrescentar que no direito americano existe a chamada fresh complaint witness, que se trata daquela pessoa a quem a vítima de um delito sexual procura para relatar o ocorrido, alguém a quem ela normalmente recorreria em busca de solidariedade, proteção e conselho, pouco tempo depois da agressão sexual. Assim, logo após o ocorrido, a ofendida relatou os fatos às testemunhas, cabendo, ainda, ressaltar que o relato da vítima às testemunhas se manteve igual ao longo de toda a instrução criminal, o que corrobora suas alegações. Nesse diapasão, constata-se do depoimento das testemunhas do MPM ouvidas em Juízo, que todas são uníssonas em descrever o comportamento da vítima e o impacto por ela sofrido com o agir do réu”, disse a magistrada.

A juíza também frisou que a ofendida era jovem, iniciando sua carreira militar, aluna residente no CIASC, sem familiaridade com a cidade do Rio de Janeiro, tendo em vista que havia se passado apenas dois meses de sua chegada; fatores que, em seu conjunto, são capazes de demonstrar sua vulnerabilidade perante a situação imposta pelo réu.

“Além do mais, a condição de superior hierárquico do réu, diante da então aluna, foi determinante para que a ofendida se sentisse receosa em negar o convite para o cinema; e, mesmo após perceber as intenções do réu, a ofendida, diante da particularidade de ser recém-chegada à cidade, não teria, naquele momento, condições de se desvencilhar da situação. O fato de o assédio ter ocorrido no carro do acusado, ou seja, numa situação de completo domínio de seu opressor, suprimiu da ofendida por completo a sua liberdade. No entanto, posteriormente, sentindo-se mais segura e protegida, ao retornar para o quartel, relatou a situação vivida às testemunhas, como se vê de seus depoimentos em Juízo. Observa-se que uma mulher militar, ao ser vítima de um crime sexual, é duplamente atingida: como mulher, ao ter sua liberdade e sua dignidade sexuais atacadas, e como militar, eis que impacta diretamente na hierarquia e disciplina, princípios basilares das instituições militares, diminuindo-lhe, portanto, a sua autoridade. Assim, diante da prova testemunhal colhida e do relato da ofendida, forçoso convir que restou comprovada a prática do tipo penal descrito no artigo 216-A do CP, qual seja, o delito de assédio sexual”, fundamentou a juíza Mariana Queiroz Aquino. Ainda cabe recurso.

Da assessoria.

Seis mulheres iniciaram nesta terça-feira (14) processos contra a fabricante de carros elétricos Tesla, alegando a existência de uma cultura de assédio sexual na fábrica da Califórnia e outras instalações, incluindo toques indesejados, assobios e retaliações contra denunciantes.

“A fábrica da Tesla parece mais um canteiro de obras arcaico e tosco ou uma casa de fraternidade do que uma empresa de vanguarda no coração da progressiva Baía de São Francisco”, afirma uma das ações judiciais.

A Tesla não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre os processos, que em ao menos um caso argumenta que tuítes explícitos ou provocativos do CEO Elon Musk influenciaram o ambiente de trabalho.

As seis novas ações movidas em um tribunal da Califórnia alegam que colegas de trabalho e supervisores fizeram avanços sexuais às mulheres, comentários explícitos sobre seus corpos e, em alguns casos, as tocaram de forma inadequada.

Cinco das mulheres trabalham ou trabalharam na fábrica de Fremont e a outra, nos centros de serviço no sul da Califórnia.

O novo processo chega após um júri da Califórnia decidir, em outubro, que a Tesla deve pagar a um ex-funcionário negro 137 milhões de dólares em danos por não agir diante do racismo sofrido pelo homem na fábrica de Fremont.

No ano passado, Musk teve uma disputa com as autoridades sobre a reabertura da fábrica em meio a restrições ao coronavírus e ameaçou transferir sua sede para fora do estado. Posteriormente, anunciou a mudança para o Texas, onde está construindo novas instalações.

Nessa segunda-feira (29) houve a reunião extraordinária no Conselho Deliberativo do Náutico para reabrir o processo da ex-diretora de esportes femininos do clube, Tatiana Roma, contra o superintendente financeiro Errisson Melo, denunciado por ela de assédio moral e sexual. O desejo é que além de afastado do cargo, ele também seja excluído do quadro de sócios.

Sobre a reunião, Tatiana publicou nas redes sociais no início da madrugada desta terça-feira (30) a avaliação de como transitou o encontro e foi taxativa nas críticas, revelando que durante as discussões a acusaram de quebra de sigilo e de tentar embaraçar a vida de um candidato a presidência do clube nas próximas eleições. 

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“Tentando ainda processar a reunião do CD. Citaram minha jovialidade e minha falta de uma visão macro do clube; falaram “com propriedade” que o acordo foi cumprido por inteiro e que eu quis embaraçar a vida de um candidato; que deveriam estar ali para tratar de assuntos sérios. Que eu quebrei a clausula de confidencialidade; que não deveriam estar se debruçando ali em uma situação completamente atípica; me questionaram por que eu fui “para as rádios”? Por que eu coloquei o conselho em “risco”?”, desabafou Tatiana.

A exclusão de Errisson Melo do quadro de sócios acontecerá via Conselho Deliberativo porque o atual presidente Edno Melo, irmão de Errisson, se declarou impedido exatamente por conflitos de interesse. Fato que fez Tatiana questionar nas redes porque não se declarou impedido em outras situações envolvendo o irmão anteriormente. “Agora me pergunto: Por que o presidente não se declarou impedido na hora de contratar o acusado? Por que ele não se declarou impedido na hora de fazer um acordo em nome do acusado? Agora se declara impedido para expulsar o acusado do quadro de sócios?”, criticou.

Finalizando seu desabafo, Tatiana declarou que a reunião dessa segunda foi um retrato do porquê há tantas mulheres que não denunciam casos de assédio. “O que presenciamos na reunião do conselho é o maior exemplo do porquê as mulheres relutam em denunciar o assédio”, concluiu.

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Uma nova denunciante de assédio, dessa vez uma garota de apenas 15 anos de idade, registrou um boletim de ocorrência contra Erisson Melo, ex-superintendente financeiro do Náutico e irmão do presidente Edno Melo. O caso foi publicado pelo Globo Esporte, nesta quinta-feira (25).

A adolescente, que afirmou que Erisson chegou a passar a mão nas suas pernas, nos seios e até a chamou de ‘gostosa’. Depois da denúncia feita por Tatiana Roma, primeira vítima a trazer a situação à toma, a adolescente tomou coragem e contou para a sua mãe sobre os assédios. Posteriormente, ela prestou queixa à Delegacia de Polícia de Crimes contra Crianças e Adolescentes (DPCA), no Recife.

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Segundo o Globo Esporte, mãe e filha tem uma relação familiar com Erisson. Uma das situações relatadas na reportagem aconteceu quando a jovem dormiu na casa de Erisson. Foi lá que eke tocou os seios da adolescente, que afirmou ter gravado o áudio da conversa.

"Como já tinha acontecido várias coisas comecei a gravar o áudio. Foi quando ele começou a falar: 'Ah, tu vai fazer 15 anos, vou te falar uma coisa. Isso vai acontecer muito porque você agora é uma mulher, não é mais uma moça. Você tem que saber que quando chegar em um menino, o menino vai chegar em você e vai fazer isso'. E nisso ele colocou a mão no meu peito.", contou ao GE.

Pouco antes do novo caso se tornar público, o clube afirmou que Erisson, que estava apenas afastado das suas funções, foi demitido, quase uma semana depois da primeira denúncia. O Náutico também anunciou a criação de uma comissão feminina formada por duas representantes do clube, duas representantes do Conselho Deliberativo e quatro representantes vindas da torcida. A coordenação será realizada pela Women Friendly.

O novo advogado de Erisson Melo, ex-dirigente do Náutico acusado de assédio sexual e moral, disse, nesta quarta-feira (23), que a denúncia feita por Tatiana Roma tinha viés eleitoreiro. Em entrevista à rádio Transamerica, ele ainda afirmou que seu cliente "não tinha do que se defender".

O advogado José Augusto Branco fez pouco caso da grave denúncia que o próprio irmão de Erisson, o presidente Edno Melo, tinha ciência, visto que tratou de selar um acordo com Tatiana. Ainda assim, o fato da denúncia vir à tona meses depois do ocorrido, fez com que o advogado deslegitimasse a situação. 

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“Não tem o que se defender, não existe um acusação formal, não existe uma apuração feita pela polícia de que Errisson fez alguma coisa. O B.O que me espanta, e eu tenho 26 anos de advocacia criminal, e eu vejo um boletim louco, fatos que não se encaixam. O que a gente quer é que a polícia apure. Pode ser que seja uma denúncia caluniosa nessa apuração”, disse. 

Segundo ele, o relato é “sem pé nem cabeça” e ainda questionou como alguém “é assediada, passa esse tempo todo e não procura ninguém para tomar as providências?”. Tudo isso foi dito na entrevista, sem o advogado fazer nenhuma alusão ao acordo que Tatiana firmou com Alexandre Carneiros, presidente do Conselho, e com o próprio Edno Melo, depois do ocorrido.

Ele ainda cita uma suposta ligação com Bruno Becker, candidato a presidente do clube, como uma motivação para que Tatiana tornasse o caso público: “O que eu vejo de fora, é uma eleição que se aproxima e as pessoas fazendo campanha. Para mim, nada mais é que uma pessoa ligada a um candidato, o que é público dentro do clube. Essa pessoa, que se diz vítima, é ligada a Bruno Moura Becker, vem, próxima da eleição, com essa estapafúrdia acusação, criando esse boletim, procurando rede social, procurando imprensa. Só que o processo penal é diferente e a verdade vem à tona”, declarou.

A Executiva Estadual do Cidadania expulsou na noite desta segunda-feira (22) o deputado estadual Fernando Cury do quadro de filiados do partido. A decisão foi tomada por recomendação do Conselho de Ética da sigla e é embasada no caso de importunação sexual contra a também deputada estadual Isa Penna (PSOL), ocorrido há quase um ano.

Em 21 de dezembro de 2020, as câmeras do circuito interno da Assembleia Legislativa de São Paulo flagraram o parlamentar colocando as mãos nos seios da colega que, por estar de costas pra ele, não pôde impedir. Punido internamente na Casa, Cury ficou suspenso de suas atividades parlamentares por 180 dias.

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A decisão interna do partido foi tomada com ampla vantagem, mas demorou quase dez meses para alcançar consenso. Assinado por Alisson Luiz Micoski, titular do Conselho de Ética do Cidadania, o parecer pela expulsão foi divulgado no dia 10 de janeiro. Nesta noite, com o quórum necessário para o prosseguimento da reunião, o documento foi aprovado com 27 votos favoráveis à expulsão e apenas três contrários. Cury segue como deputado até o fim de seu mandato ou de outra decisão diferente da Alesp. A expulsão do partido não implica em nenhum tipo de cassação.

Cury ainda responde pela acusação de importunação sexual apresentada pelo Ministério Público de São Paulo. Ele já é réu no processo, que aguarda as considerações da defesa. O parlamentar alega que sua aproximação se deu como um gesto de gentileza mal interpretado e chamou o toque nos seios da parlamentar de "abraço". A reportagem tenta conta com ambos nesta noite.

Tatiana Roma, diretora de esportes femininos do Náutico, denunciou nesta segunda (22), em suas redes sociais, um caso de assédio sexual e moral que aconteceu com ela há alguns meses, dentro das dependências do clube. Segundo ela, o crime vem sendo abafado pelo Conselho Deliberativo.

Para não expor a situação ao público em geral, a ideia de Tatiana Roma era entrar com uma denúncia junto ao Conselho Deliberativo, para que o processo seguisse de forma sigilosa.

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“Eu, assim como qualquer outra mulher que toma a decisão de denunciar um crime de natureza sexual e moral, já imaginava o que iria enfrentar desde então. Desde desconfiança até discursos que insultam minha honra”, disse.

Tatiana esperava, pelo menos, o afastamento do funcionário, o que, segundo ela, nunca aconteceu, já que o processo foi engavetado. Ela ainda disse que sofreu pressão para que o retirasse.

Presidente do conselho estava ciente

A diretora afirmou ter procurado pessoalmente o presidente do Conselho, Alexandre Carneiro, que a pediu para deixar o processo para 2022, o que não tinha sentido, já que o funcionário que atentou contra Tatiana sairá junto com o presidente executivo, no final de 2021, e não poderá ser jugado pelo conselho.

Procurado pelo portal NE45, Carneiro disse que em outubro de 2021 foi feito “um acordo, uma transação extrajudicial entre as partes, com cláusula de sigilo e confidencialidade, solicitando a retirada da denúncia”. Segundo ele, depois disso, o Conselho “não poderia fazer mais nada quanto ao assunto”.

Edno Melo sabia e tentou acordo

Um acordo também foi proposto à Tatiana Roma quando ela decidiu procurar o presidente executivo do clube Edno Melo.

Ela conta que o presidente do Náutico a convenceu de retirar o processo em troca de deixar o funcionário encerrar seu trabalho em 2021 e em contrapartida doar cestas básicas para uma instituição de caridade. “Só queria me livrar daquilo e ter paz de novo”, desabafou ela, que afirmou que nada do acordado foi cumprido.

“Decidi entrar com uma nova petição, pedindo o afastamento do funcionário em até 48 horas. [...] Óbvio que novamente nada aconteceu, a não ser o fato de que comecei a sofrer difamações internas no próprio Náutico”, explicou.

Ameaças

Tatiana revelou ter sofrido ameaças, vindo desde membros da torcida organizada Fanáutico até outras pessoas desconhecidas por ela. A mais recente, uma ligação para um familiar, que foi o estopim para trazer sua denúncia para o público.

“O que achei que estava ruim e não podia piorar, é claro que piorou. Ligaram para uma pessoa da minha família tentando me intimidar. Aí foi a gota d’água para todo o desabafo”, declarou.

Caso sai do Náutico e vai para a polícia

Sem a ajuda do Conselho e dos superiores, Tatiana Roma entrou com uma denúncia contra o funcionário na Delegacia da Mulher, endossada por outras quatro mulheres que tem ligação com o Náutico e afirmaram ter sofrido abusos sexuais ou morais do mesmo homem.

“Antes de dar continuidade a denúncia, fiz questão de ligar para algumas mulheres que trabalham ou trabalharam no clube durante os últimos quatro anos para saber se elas também tinham sofrido algo relacionado ao funcionário. Incrivelmente, das cinco mulheres que liguei, quatro me revelaram terem sofrido algum tipo de importunação da mesma pessoa”, revelou.

Resposta do CD

O presidente do Conselho Deliberativo do Náutico, Alexandre Carneiro, emitiu uma nota sobre o caso. “Em 7 de outubro de 2021 foi feito um acordo, uma transação extrajudicial entre as partes, com cláusula de sigilo e confidencialidade, e a ofendida solicitou a retirada da denúncia. Depois disso o Conselho não poderia desfazer o acordo, tampouco quebrar o sigilo e a confidencialidade que as próprias partes elegeram”, disse.

Horas depois, o Náutico também emitiu uma nota e informou que o funcionário em questão pediu afastamento

A respeito de denúncia que está circulando nas redes sociais e na imprensa, a diretoria do Náutico vem se posicionar sentido de que:

Sob orientação do setor jurídico, à época em que o assunto veio ao conhecimento da gestão, foi indicado que haveria um diálogo entre as partes, e que veio a se confirmar com a posterior celebração de um acordo, o que representava, naquele momento, um entendimento.

Se, de fato, há desdobramentos recentes, inexistentes no período citado, será envidada uma apuração detalhada do ocorrido, para eventuais novas deliberações.

Naturalmente, diante da gravidade da denúncia, o funcionário em questão pediu afastamento enquanto o assunto está sendo tratado no âmbito jurídico. Todas as medidas que se fizerem necessárias serão adotadas para que não restem dúvidas sobre os fatos e efetiva ação, no caso de outras medidas administrativas cabíveis.

Ficam reiterados aqui os princípios sempre praticados pela gestão, de combate a todas as formas de desrespeito, preconceito ou intolerância, de qualquer ordem.

Confira a denúncia:

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Uma funcionária de uma fábrica da Tesla na Califórnia entrou com um processo contra a fabricante de carros elétricos, alegando que as mulheres são submetidas a assédio sexual desenfreado nas instalações e que os gerentes não agiram apesar de suas reclamações.

A fábrica de Fremont, na área da Baía de São Francisco, tem sido alvo de várias controvérsias recentemente, incluindo uma sentença milionária por racismo e uma disputa legal sobre as restrições da covid-19.

Na nova ação apresentada na quinta-feira, Jéssica Barraza afirma ter sido vítima de linguagem e comportamento sexistas, incluindo frequentes apalpadelas na fábrica. A demandante garante que os supervisores e gerentes estavam cientes desses fatos, inclusive que alguns deles são responsáveis pelos atos.

"Embora a Tesla afirme publicamente que promove um ambiente seguro e respeitoso para seus trabalhadores, a verdade é que por anos a Tesla sujeitou as mulheres que trabalham em sua fábrica em Fremont a condições de pesadelo de assédio sexual desenfreado", acusa o processo.

A Tesla não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Barraza alega que um de seus colegas, por exemplo, se aproximou dela por trás e colocou a perna entre suas coxas.

“Quase todos os dias, durante três anos, minhas colegas de trabalho e eu fomos objetificadas, ameaçadas, e tocadas na fábrica”, afirmou em nota divulgada por seu advogado.

Barraza, 38, disse que reclamou várias vezes para supervisores e para um representante de recursos humanos, mas que, apesar dos alertas, a empresa não tomou nenhuma medida.

Em vez disso, ela acredita que sofreu retaliação após várias reclamações, como ser designada para um novo cargo ou ser alvo de uma ação disciplinar após um episódio em que um homem enfiou a perna entre as dela.

Atualmente, com deficiência médica e diagnóstico de transtorno pós-traumático, ele busca indenizações e punições, além de obrigar Tesla a implementar programas de treinamento, acompanhamento e sanções para prevenir qualquer assédio sexual.

Este novo processo ocorre semanas depois que um júri da Califórnia condenou a Tesla a pagar a um ex-funcionário negro US$ 137 milhões em danos pelo racismo que enfrentou na fábrica de Fremont.

No ano passado, o CEO da Tesla, Elon Musk, teve uma disputa com as autoridades sobre a reabertura da fábrica em meio à restrição do coronavírus, e ameaçou transferir sua sede para fora do estado.

Musk posteriormente anunciou a investidores em outubro que a principal fabricante de veículos elétricos está mudando sua sede para o Texas, onde está construindo uma fábrica.

O presidente afastado da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Rogério Caboclo, está sendo, mais uma vez, denunciado por assédio sexual. A denúncia, enviada esta semana para a Comissão de Ética da entidade, foi feita por um ex-funcionária que apresentou duas novas situações de assédio praticadas por Caboclo: uma na Copa América sediada no Brasil, em 2019, e outra durante uma viagem a trabalho para a Suíça junto com o dirigente. Em nota, a defesa de Rogério Caboclo negou as acusações.

A Comissão de Ética investiga outras três denúncias contra Caboclo, que está afastado do cargo até março de 2023. Duas das três denúncias são de assédio sexual apresentadas por duas mulheres, e a outra é de assédio moral feita por um dos diretores da CBF. Em nota, a defesa do presidente afastado afirma que o Conselho de Ética age "como um verdadeiro tribunal de exceção", e que as decisões têm sido tomadas com parcialidade e de forma ilegal.

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Rogério Caboclo está afastado do comando da CBF Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Em uma das situações apresentadas nesta nova denúncia, a ex-funcionária descreve que, durante a Copa América em 2019, ela foi obrigada a reservar quartos de hotel, em São Paulo, para acomodar acompanhantes do então presidente da entidade. Como as visitantes não tinham autorização para adentrar no hotel, ficava a cargo da funcionária buscá-las na recepção.

Na denúncia, ela relata ainda que, na mesma noite, Caboclo havia deixado um recado na secretária eletrônica do quarto da funcionária. Apesar da mensagem ser incompreensível, segundo consta no depoimento, era possível perceber que o dirigente estava em momentos íntimos com a acompanhante.

A ex-funcionária da CBF revelou também que, durante uma viagem para a Suíça ao lado de Caboclo, o dirigente a chamava para o quarto de hotel e buscava construir uma relação de intimidade com a colega de trabalho. Ela relata que, nesses encontros, Caboclo desabafava sobre a vida ou brincava na tentativa de ficar mais próximo dela, como quando pediu as pulseiras da funcionária pois queria usá-las.

A defesa afirma em nota que os relatos descritos pela ex-funcionária da CBF não configuram assédio. Bem como nas demais denúncias, novamente Rogério Caboclo está sendo acusado de trabalhar alcoolizado. Neste novo depoimento, a funcionária afirma que ele a fazia esconder garrafas de bebida no banheiro da sala da presidência, na sede da CBF.

Além disso, as acusações vêm à tona depois de uma suposta tentativa de quebrar o silêncio da ex-funcionária. Ela afirma que trabalhou na CBF até dezembro de 2019, quando Caboclo negou a ela uma oportunidade de trabalhar em outro departamento da entidade. No primeiro semestre deste ano, ela recebeu uma oferta para voltar a atuar na confederação para receber o dobro como salário. Ela entendeu que essa oferta era uma tentativa de silenciá-la e não aceitou o emprego.

O futebol feminino grita em coro em cantos diferentes do planeta contra assédio moral e abusos sexuais. Nas duas últimas semanas, atletas de diferentes nacionalidades quebraram o silêncio em denúncias com o sentimento de 'basta' contra treinadores e dirigentes que passaram do ponto e não deram alternativas para algumas dessas jogadoras a não ser se submeter a situações constrangedoras para fazer o que mais gostam: jogar futebol. O grito não foi orquestrado. O movimento nasceu espontaneamente. Denúncias partiram de um dos principais países do mundo, os Estados Unidos, onde atletas como Megan Rapinoe levantam bandeiras há anos e se tornam porta-vozes de grupos contra uma série de comportamentos inadequados, para dizer o mínimo, envolvendo dirigentes e treinadores.

A Federação Americana de Futebol anunciou recentemente a contratação de Sally Yates "para conduzir uma investigação independente sobre as alegações de comportamento abusivo e má-conduta sexual no futebol profissional feminino." O primeiro passo foi dado. Sally foi procuradora geral interina por pouco tempo no governo Donald Trump. Quatro homens do futebol dos EUA são acusados de cometer abusos contra meninas em seus respectivos clubes.

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Richie Burke, ex-gerente do Washington Spirit, foi acusado de lançar uma "torrente de ameaças, críticas e insultos pessoais" contra jogadoras, de acordo com reportagem do jornal americano Washington Post. Christy Holly, técnico do Racing Louisville, foi demitido em agosto após acusações de conduta indevida. Farid Benstiti, ex-técnico do OL Reign, de Seattle, também foi forçado a sair do time após uma série de comentários abusivos. Semana passada, o site The Athletic, após demorada investigação, publicou reportagem em que jogadoras atuais e do passado acusaram Paul Riley, gerente do North Carolina Courage, de abusar emocionalmente delas e "coagi-las a fazerem sexo". Ele negou, mas foi demitido. O futebol feminino dos EUA é basicamente comandado por homens.

A onda de reclamações e pedidos de respeito também partiu de jogadores de futebol da Venezuela, onde a seleção masculina de Tite jogou nesta quinta-feira pelas Eliminatórias da Copa do Catar. Vinte e quatro atletas, incluindo Deyna Castellanos, uma das melhores do país, acusaram o ex-técnico da seleção de base, o panamenho Kenneth Zseremeta, de abuso sexual. A notícia caiu como uma bomba no futebol local. "No ano passado, uma das nossas companheiras de equipe nos confessou que tinha sido abusada sexualmente desde os 14 anos pelo treinador", disse Castellanos, jogadora do Atlético de Madrid, da Espanha, que preferiu não revelar a identidade da colega em questão.

"Como resultado dessa confissão, diversas companheiras expressaram experiências de assédio, tanto por telefone quanto por perguntas e convites inadequados, subornos para mantê-las dentro da seleção, presentes fora do contexto, massagens e diferentes situações que definitivamente não eram normais e que não entendíamos", acrescentou a atacante, a melhor do mundo em 2017 eleita pela Fifa. O treinador comandou diferentes seleções de base femininas entre 2008 e 2017. Com ele, a seleção da Venezuela conquistou duas vezes o Campeonato Sul-Americano Sub-17 e se classificou três vezes para a Copa do Mundo da categoria.

Em seus relatos, as jogadoras denunciaram intimidações para que continuassem a jogar. Nas categorias de base, ficar fora da equipe ou ser cortada significa abrir mão do sonho. "Decidimos quebrar o silêncio para evitar que as situações de abuso e assédio, físico, psicológico e sexual provocadas por Zseremeta, façam mais vítimas no futebol feminino e no mundo", completou a jogadora. O caso será investigado. Ecos do pedido de ajuda já chegaram à Fifa.

Os mesmos pedidos de socorro foram ouvidos na Austrália. Neste caso, a Federação de Futebol do país já se comprometeu a abrir investigação após as denúncias de assédio sexual contra as atletas do time nacional. Quem resolveu abrir o jogo foi a atacante Lisa De Vanna, que parou de atuar no mês passado. Ela fez 150 jogos pela seleção. Demorou, mas ela relatou que já foi submetida a 'comportamentos inadequados'. De Vanna confessou ter passado por isso no começo de sua carreira, quando era uma menina atrás de um sonho. "Se eu fui assediada sexualmente? Sim. Intimidada? Sim. Se eu vi coisas que me deixaram desconfortável? Sim", disse a ex-jogadora de 36 anos ao jornal Sidney's Daily Telegraph. "Em qualquer organização esportiva e em qualquer ambiente, o assédio sexual infantil, o comportamento predatório e a conduta não profissional me deixam doente", disse.

Em seu relato, ela contou sobre o que chamou de 'propostas obscenas' por parte de membros da comissão técnica dos times e da seleção. Disse que os procedimentos ainda acontecem na Austrália. "É hora de falar." As denúncias são agora de conhecimento dos dirigentes de futebol feminino na Austrália.

De Vanna não foi a única a reclamar, mesmo que tardiamente, dos procedimentos. Outra ex-jogadora, Rhali Dobson, também contou ter sido vítima de assédio sexual na juventude. A Federação espera que elas formalizem suas queixas para que o caso possa ser investigado. O futebol é apenas mais uma modalidade cujas jogadoras estão se rebelando. Há outros esportes que já denunciaram tais abusos, como a ginástica.

Simone Biles

Recentemente a atleta americana Simone Biles disse em juízo sobre os assédios que sofreu na seleção dos EUA. Hóquei e natação na Austrália são outras modalidades a passar pelos mesmos problemas.

Na Venezuela, as jogadoras não têm dúvidas de que as situações denunciadas eram compartilhadas por membros homens da comissão técnica e diretiva. Para quem não está acostumado com essas insinuações, vale destacar que comentários sobre atrativos físicos revelam assédio, assim como aquelas "brincadeirinhas" com insinuações sexuais.

As mulheres do futebol, e de qualquer segmento da sociedade, estão dando um basta nisso. Não querem mais sofrer esse tipo de pressão ou se verem reféns de comentários nada a ver. No caso das acusações contra o técnico panamenho Kenneth Zseremeta, de 55 anos, uma investigação já está em marcha conforme anunciada pelo procurador-geral Tarek Saab em sua conta no Twitter. Os relatos que chegaram ao procurador venezuelano dão conta de uma situação orquestrada por parte do treinador, inclusive envolvendo os pais da jogadora cujo nome não foi revelado. Havia muita manipulação, aparentemente com o único propósito de continuar contando com a atleta no time. Agora se sabe que não era somente por isso.

Recentemente, as jogadoras de futebol da seleção brasileira se manifestaram contra o caso de assédio moral e sexual envolvendo ninguém menos do que o presidente da CBF, Rogério Caboclo, para quem todas elas teoricamente trabalham. Liderado por Marta, seis vezes a melhor jogadora do mundo, o time se manifestou publicamente contra qualquer tipo de conduta envolvendo a situação. "Foi uma decisão em conjunto, a gente tem uma comissão que é muito alinhada com as atletas, liderada por Pia Sundhage, então a gente resolveu mostrar a nossa opinião nesse sentido. Somos obviamente contra qualquer tipo de assédio. Sem fazer pré-julgamentos, os fatos estão aí para serem apurados, mas a gente necessitava mostrar nossa posição", disse Marta antes da condenação de 21 meses de afastamento do dirigente.

O manifesto foi assinado por todas as jogadoras da seleção e divulgado em suas redes sociais. Ele dizia o seguinte: "Todos os dias no Brasil, milhares de pessoas são acometidas e desrespeitadas com cenas de assédio, seja moral ou sexual. Especialmente nós, mulheres. São brasileiras e brasileiros, vítimas de abusos e atos que vão contra os nossos princípios de igualdade e construção de um mundo mais justo. Dizer não ao abuso são mais do que palavras, são atitudes. Encorajamos que mulheres e homens denunciem. Nossa luta pelo respeito e igualdade vai além dos gramados. Hoje mais uma vez dizemos: não ao assédio."

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