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Foi cancelada a audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados que ouviria o ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, sobre cortes no orçamento da pasta para 2023. 

A reunião havia sido solicitada pelos deputados Rogério Correia (PT-MG), Kim Kataguiri (União-SP) e Dr. Jaziel (PL-CE), que pedem esclarecimentos do ministro sobre os seguintes pontos:  - confisco de recursos das universidades federais, institutos federais e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes);  - corte de 96,6% do orçamento das políticas públicas destinadas à educação infantil em 2023; e  - redução de repasses à educação e pedido do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a uma prefeitura para solicitação de liberação de verba com data retroativa. 

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Ainda não há nova data para a realização do evento.  Fonte: Agência Câmara de Notícias

Nesta terça-feira (18), estudantes, movimentos estudantis e professores realizaram um ato contra os recentes cortes realizados pelo Ministério da Educação (MEC) nas universidades e institutos federais. O ponto de encontro escolhido foi a Praça do Derby, região central do Recife.

A pauta levantada pelos manifestantes foi o bloqueio de verbas para universidades e institutos federais anunciado pelo Ministério da Educação no último dia 30 de setembro. Após a repercussão negativa da pauta entre estuantes e instituições, a medida foi revertida no dia 7 de outubro. 

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O encontro também manisfestou posicionamento político a favor do ex-presidente e candidato a presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e contra o governo do atual Chefe de Estado e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). 

Para a diretora da UNE, Jessica Natália, o governo Bolsonaro tem sido a gestão que mais cortou verba da educação e recursos das universidades e institutos federais. 

“Esse governo de Jair Bolsonaro foi o que mais atacou a educação até hoje no nosso país com vários cortes e sucateamento das universidades e institutos federais. Então, nossa pauta principal é a defesa da educação e barrar esses cortes que tem acontecido na educação pública”, criticou.

A professora de Nutrição na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Elisabeth Nascimento, participou do ato criticando ao que ela classificou como “ataque” que as instituições de ensino federal vêm sofrendo. Outro ponto destacado pela docente, foi a volta do Brasil ao mapa da fome.

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“Por ser da área de nutrição, um dos motivos que me trouxe a esse ato foi a volta do Brasil ao mapa da fome, é um momento crítico em que mais da metade da população está em insegurança alimentar e mais de 30 milhões estão passando fome, mas também o que me motivou a participar, sobretudo, são os diversos ataques que as universidades públicas vêm sofrendo nos últimos anos, principalmente a partir de 2017 até agora, isso se intensificou no atual governo com cortes de verbas para manutenção do ensino público gratuito, a cada ano, esse orçamento vem se reduzindo”, pontuou. 

O estudante Ananda Amorim, aluno de Psicologia da UFPE, ressalta as dificuldades que vêm sendo enfrentadas por alunos e professores da universidade.

"Nós estamos vivendo uma série de desmontes dentro da universidade, onde estamos com o Restaurante Universitário fechado, não temos conseguido garantir a acessibilidade de alunos e professores dentro do prédio onde eu estudo, entre tantas outras pautas importantes que vem sendo atacadas por esse governo. Estamos aqui pelo fora Bolsonaro e para eleger Lula dia 30", afirmou.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a justificar, durante live 'Mulheres de Minas com Bolsonaro' na tarde desta sexta-feira, 14, os cortes em áreas essenciais como a educação e saúde. "Na questão de honrar ou não o orçamento, eu tenho que seguir a lei, a lei de responsabilidade fiscal", repetiu. O presidente também se esquivou da responsabilidade com relação ao tema. "O orçamento é uma peça que você manda para o parlamento e o parlamento trabalha", disse.

Ao declarar que os deputados e senadores têm total "liberdade" em relação ao orçamento, o presidente afirmou que o orçamento "é muito mais do legislativo do que Executivo". Segundo o presidente, "o orçamento não é decreto do presidente".

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Os cortes em programas como Farmácia Popular e em ações destinadas ao tratamento do câncer, por exemplo, viraram alvo de críticas por parte da campanha do adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista tem criticado a condução do orçamento público por parte do atual chefe do Executivo e defende a instauração de um "orçamento participativo".

Durante sua participação na live, Bolsonaro defendeu o enxugamento da máquina e destacou feitos realizados durante seu mandato. "Abrimos concursos para o essencial. A máquina diminuiu, mas ela é pesada ainda. O que você faz para ajudar a máquina? Você começa a desburocratizar", declarou. Ele citou a sanção da lei da liberdade econômica e o aumento na entrada de trabalhadores no mercado formal. "O que eu faço é não atrapalhar a vida de quem quer empreender", continuou.

Ele voltou a dizer que optou por uma equipe técnica e que não houve casos de corrupção em seu governo. "Você não vê corrupção no meu governo, se aparecer, a gente ajuda a apurar", declarou.

A ofensiva do Itaú Unibanco de cortar as taxas de corretagem nas ordens de ações e fundos de índice nos canais digitais é um contra-ataque às plataformas independentes, que aboliram a cobrança há bastante tempo. Analistas afirmam que essa é a tendência da indústria, e que o Itaú se posiciona com atraso.

De qualquer forma, a decisão do maior banco do País elevou a pressão para os rivais seguirem o movimento, aponta o professor de Finanças da escola de negócios Ibmec, Cristiano Corrêa. "Para todos que quiserem concorrer neste mercado é questão de sobrevivência isentar estas taxas", diz.

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O professor destaca que o potencial de crescimento do mercado de investimentos no Brasil ainda é alto, e por isso que a corrida é acirrada. "Este passo do Itaú deve forçar os outros grandes a 'descer para o playground'."

Os bancos e plataformas estão em uma disputa para atrair clientes. "Esse movimento do Itaú o leva de volta ao mercado de investimentos depois de várias empresas terem feito isso para ganhar território", diz Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management.

Para os investidores, a oferta de corretagem zero não é novidade. A Clear, do grupo XP, por exemplo, adota a prática desde 2018. A empresa diz que, entre janeiro e agosto deste ano, os clientes deixaram de gastar R$ 50 milhões com a taxa.

A Rico, também da XP, zerou taxas em 2020.

No modelo em que o Itaú opera agora, a Nu Invest oferece isenção para as operações de ações, BDRs, ETFs e opções nos investimentos feitos pelo aplicativo e pelo portal.

C6 Bank e Inter têm o mesmo formato. Toro, Órama, Warren e Genial dizem que investimentos feitos pelo home broker têm corretagem zero.

Clientes da XP pagam taxas de R$ 2,90 por ordem no day trade (curtíssimo prazo) e R$ 4,90 no swing trade (curto prazo).

Na Ágora, a corretagem é de R$ 2,50 e R$ 4,50, respectivamente.

No BTG Pactual, a cobrança no swing trade diminui conforme o número de operações.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Educação, Victor Godoy, publicou um vídeo em suas redes sociais, nesta quinta-feira (6), sobre a polêmica envolvendo o bloqueio de recursos para as universidades e institutos federais. De acordo com o comandante da pasta, não há possibilidade de paralisação das atividades das instituições antes do ano letivo encerrar.

"Não há risco de descontinuidade das atividades educacionais nas universidades e nos institutos. Além disso, a execução dessas universidades e institutos, hoje, é próxima de 85%. Ou seja, ainda há um espaço de empenho na aplicação dos recursos", ressaltou Godoy.

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Ainda de acordo com o ministro, as instituições que precisarem de apoio antes de dezembro poderão entrar em contato com o Ministério da Educação para que haja o pedido de liberação de verba ao Ministério da Economia. "O Ministério da Educação lamenta o uso político dessas informações em um momento tão importante para desgastar a imagem do Governo, que é tão sério e comprometido com os recursos e impostos dos cidadãos brasileiros", finalizou Victor Godoy.

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Apesar das promessas do presidente Jair Bolsonaro de liberar mais dinheiro na reta final da campanha, o governo vai para o segundo turno das eleições com um bloqueio de R$ 10,5 bilhões no Orçamento deste ano, que o Ministério da Economia ainda não detalhou. Na última sexta-feira (30), o Planalto foi obrigado a editar um decreto com contingenciamento adicional de R$ 2,6 bilhões e até o momento não há nenhuma palavra da equipe econômica sobre quais órgãos foram atingidos.

Pelas contas da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, a Educação seria a área mais afetada pelos bloqueios de recursos em 2022 para o cumprimento do teto de gastos, regra que atrela o crescimento das despesas à inflação. A pasta continua com R$ 3 bilhões do Orçamento deste ano indisponíveis para serem utilizados.

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Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), R$ 763 milhões dos recursos bloqueados seriam destinados a universidades federais. A associação avalia a situação como "gravíssima". "Este novo contingenciamento coloca em risco todo o sistema das universidades", diz em nota.

Depois da Educação, segundo a IFI, vem o Ministério de Ciência e Tecnologia, cuja verba para pesquisas segue bloqueada em R$ 1,722 bilhão. Saúde e Desenvolvimento Regional seguem com contingenciamentos de R$ 1,570 bilhão e R$ 1,531 bilhão, respectivamente. A Defesa completa a lista de bloqueios bilionários, com R$ 1,088 bilhão indisponível.

Outros ministérios com contingenciamentos significativos neste ano são os da Agricultura (R$ 534 milhões), da Cidadania (R$ 227 milhões) e da Infraestrutura (R$ 216 milhões).

Dos R$ 10,5 bilhões que seguem bloqueados, metade dos valores foi destinada aos órgãos por meio do orçamento secreto e de emendas de comissão, com R$ 5,253 bilhões contingenciados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após sucesso na plataforma Globoplay, a série Verdades Secretas 2 começará a ser exibida no canal da Globo na próxima terça-feira, dia 4. A versão para a TV aberta será diferente da apresentada no streaming, censurando diversas sequências de sexo contidas na trama. Em entrevista para o jornal O Globo, a atriz Agatha Moreira, que vive a personagem Giovanna, falou sobre os cortes nas cenas sensuais e polêmicas

- Bastante coisa a gente gravou em dobro por conta disso, para fazer duas versões. E também sabíamos que haveria cortes. Eu acho que a gente tem algumas leis na TV aberta que são superpertinentes [sobre classificação indicativa] e que temos que respeitar. Não é uma questão de o público gostar ou não. Lei é lei. Temos que ficar dentro do que é legal, explicou.

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E continua:

- Não tem como agradar todo mundo. Algumas pessoas vão reclamar por certas coisas; outras falarão de motivos. Não tenho certeza, mas acho que a novela deve ficar um pouco menor. Isso pode ser bom para atrair, porque os episódios vão ter mais ganchos, serão mais dinâmicos. Acredito que nenhum corte vai comprometer a dramaturgia em si

Ao ser perguntada sobre um excesso de cenas picantes, Agatha defende o ponto de que tudo o que foi gravado fazia parte da construção de Giovanna.

- Não sinto que fiz nada que fosse gratuito. Cada cena estava incluída na minha dramaturgia, na curva da personagem. É como ela é, uma personagem intensa, que choca, pontuou ela.

Há um relacionamento aberto na novela, onde a personagem de Agatha está envolvida com Angel, interpretada por Camila Queiroz, e com Cristiano, feito por Rômulo Estrela. Ao ser perguntada sobre já ter vivido uma relação aberta, Agatha abre o jogo com humor:

- Já vivi um relacionamento aberto daqueles que só ele sabia. Viveu sozinho. Eu não estava sabendo. Acho que todo mundo já viveu.

Os capítulos do programa exibidos na nova versão terão menos cenas de sexo e, por isso, menos episódios. Apesar de serem 50 episódios da série na íntegra, 24 capítulos serão mostrados em TV aberta.

A exibição será até 11 de novembro, de terça a sexta - em horários diferentes. Às terças e quartas, começará depois de meia-noite. Já às quintas e sextas, a pegação de Angel e Giovanna será transmitida antes da meia-noite, com tendência de sequências mais leves.

Em 2022, universidades públicas e institutos federais foram impactados pelos cortes nos recursos destinados à Educação, por parte do Governo Federal, de 7,2%. Em Pernambuco, a Universidade Federal (UFPE) foi a instituição mais afetada pelo bloqueio de recursos, cerca de R$ 12 milhões.

Em junho deste ano, o reitor da UFPE, Alfredo Gomes, durante ato conjunto com outros reitores do Estado, alegou que a persistência dos cortes refletira no andamento das atividades. “Com esse orçamento, a UFPE chega até outubro”, afirmou na ocasião.

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Ao todo, as perdas financeiras das universidades e If’s em Pernambuco chegou a R$ 28 milhões, sendo R$12,2 milhões da UFPE, R$ 4 milhões na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), cujo reitor, Marcelo Carneiro Leão, apontou sobre os riscos de paralisação em novembro, R$ 5 milhões retirados do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) e cerca de R$ 2 milhões no IFSertão.

Para fechar as contas e manter as atividades presenciais, as instituições públicas realizam reajustes que envolvem, por exemplo, diminuição da oferta de bolsas destinadas à pesquisa e extensão e revisão de contratos com empresas prestadoras de serviço terceirizado.

UFPE

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), maior das seis instituições federais do Estado, através da assessoria, garante que conseguirá se manter até o final de 2022, afastanto, assim, a hipótese de paralisação no próximo mês. 

"Nós fizemos muitos ajustes, diminuímos alguns contratos, reduzimos editais para honrar com todos os fornecedores. A partir de novembro, o desafio de manter a UFPE será maior diante de um déficit de R$ 12 milhões de reais em nosso orçamento, mas não vamos parar a universidade", afirma Alfredo Gomes, reitor da instituição. 

Além disso, a comunicação da universidade aponta que há uma mobilização nacional, que conta com outros reitores de instituições federais, para que "o orçamento de 2023 não sofra perdas e para pressionar que um projeto de lei seja aprovado ainda este ano para repor os cortes da União".

UFRPE

Em entrevista ao LeiaJá, o reitor Marcelo Carneiro Leão, relata que há alguns anos as universidades, como também os institutos federais, vêm sofrendo diversos cortes orçamentários e, assim como a UFPE, foi necessário ajustes para manter o funcionamento da instituição.

“Nós fizemos algumas adequações, alguns ajustes, cortes, uma recomposição pra chegar de forma tranquila até o final do ano. A aula pratica diminuiu, nós cortamos terceirizados - postos de terceirização, de limpeza, de portarias, de motoristas -, fizemos cortes em passagens e diárias”, expõe.

À reportagem, Marcelo Carneiro Leão assegura que não houve cortes de bolsas. A decisão, segundo ele, foi determinada pela reitoria da UFRPE. Entretanto, não houve ampliação delas. “A gente não conseguiu ampliar, mas também não se cortou e [as bolsas] estão  garantidas até o final do ano”.

Questionado sobre qual seria o orçamento para o funcionamento pleno da instituição até o final deste ano e iniciar 2023 de forma não precarizada, o reitor é categórico. "O valor de ordem hoje para uma recomposição e a gente funcionar até o final do ano como sempre funcionamos, com aula prática de forma plena, é R$ 14,5 milhões”.

Sobre a possibilidade de paralisação em novembro, Marcelo Carneiro Leão salienta que todas as ações realizadas são para não culminar na descontinuidade do ensino na UFRPE. "A gente vai trabalhar o máximo possível em todas os campos pra evitar isso. Porque a gente sabe que uma paralisação prejudica, principalmente, os nossos estudantes".

IFPE

Também impactado pelo bloqueio de recurso, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), que conta com cursos que vão desde o ensino médio/técnico até pós-graduação, teve uma diminuição de cerca de 10% do montante previsto para 2022. 

"As consequências disso é que tivemos que fazer uma série de remanejamento interno, reduzindo despesas para que a gente pudesse manter os contratos que garantem o funcionamento da instituição", disse o reitor José Carlos de Sá. De acordo com ele, outros reajustes adotados foram a não realização de reuniões presenciais, cortes de capacitação direcionadas aos servidores e déficit de insumos para os laboratórios.

“A gente basicamente tem enxugado todos eles [terceirizados], porque essa redução de recursos para o instituto não vem desse ano só. Já há vários anos que o nosso orçamento está sendo reduzido”, reforça. De acordo com José Carlos de Sá, a redução orçamentária já se arrasta há seis anos, período em que Michel Temer (MDB) assumiu a presidência.

"A gente vem trabalhando essas ações diversas justamente para evitar que tenha descontinuidade na oferta do serviço, até porque o Instituto Federal trabalha também com estudantes do ensino médio. Então, a gente não trabalha com essa perspectiva, mas, para isso, estamos deixando de contratar estagiários de ofertar editais de pesquisa e extensão. A gente está precarizando, mas não estamos trabalhando para essa perspectiva", ressalta o reitor do IFPE.

O LeiaJá entrou em contato com a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IfSertão), entretanto, por questões de incompatibilidade de agenda e ausência de resposta, não contamos com as entrevistas com os reitores das instituições citadas. Porém, o espaço segue aberto.

Após o corte no orçamento do Farmácia Popular repercutir mal, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) prometeu recompor as verbas em 2023. Nesta quarta-feira, 14, os ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Paulo Guedes (Economia) foram a público defender o chefe do Executivo das críticas pela redução de 60% nos recursos do programa, que distribui remédios de forma gratuita para a população mais pobre.

Como revelou o Estadão, parte do dinheiro que iria para o Farmácia Popular foi transferido para o orçamento secreto, esquema por meio do qual o governo destina emendas parlamentares, sem transparência, para sustentar sua base de apoio no Congresso. O corte atinge de fraldas geriátricas a remédios usados no tratamento de diabetes, asma e hipertensão.

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"Ninguém será prejudicado em nosso governo. Temos recursos porque não roubamos. Tem dinheiro sobrando para atender a tudo isso. Isso será refeito agora pelo parlamento brasileiro", disse Bolsonaro à CNN Brasil, em entrevista exibida nesta quinta-feira, 15. "E, se não for possível, nós acertaremos essa questão ano que vem. Ninguém precisa ficar preocupado porque jamais abandonaríamos os mais humildes na busca de um remédio na Farmácia Popular", emendou o presidente.

O total de recursos para os medicamentos caiu de R$ 2,04 bilhões no Orçamento de 2022 para R$ 804 milhões no projeto de 2023 enviado ao Congresso em 31 de agosto. Um corte de R$ 1,2 bilhão. Para o orçamento secreto, foram reservados R$ 19,4 bilhões.

Após a repercussão negativa do corte, a campanha de Bolsonaro acendeu o alerta e passou a agir para reduzir os danos à tentativa de reeleição do chefe do Executivo. "É um processo político, ainda não houve encaixe", disse Guedes a empresários, ontem, durante almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

Em São Paulo, Queiroga disse que o Congresso vai ter "sensibilidade" para reverter o corte e até ampliar o Farmácia Popular. O ministro da Saúde culpou o orçamento secreto pela tesourada na verba para os medicamentos gratuitos e afirmou que Bolsonaro vetou o esquema. O presidente, contudo, voltou atrás no veto ao orçamento secreto.

A campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou em campo para tentar reverter o desgaste provocado pelo corte no Orçamento de 2023 nas verbas da Farmácia Popular, que distribui gratuitamente remédios à população de baixa renda.

Até o momento, porém, não há nenhum movimento do governo para mudar o projeto que já foi enviado ao Congresso. Como revelou o Estadão, a proposta de Bolsonaro foi colocar mais dinheiro no orçamento secreto, esquema montado pelo seu governo para compra de voto no Parlamento.

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A tesoura de 60% nos recursos para os medicamentos do programa foi revelada pelo Estadão na semana passada. Na terça, 13, a reportagem apresentou a lista dos medicamentos que são oferecidos pelo governo dentro do programa e que vão ser atingidos. O corte restringe de fraldas geriátricas a 13 tipos diferentes de princípios ativos de remédios usados no tratamento da diabetes, hipertensão e asma, segundo alerta da ProGenéricos, associação que reúne os principais laboratórios que atuam na produção e comercialização no País.

O governo Bolsonaro retirou verba do programa, considerado uma política bem-sucedida para desafogar o SUS, para garantir mais recursos em 2023 ao orçamento secreto. O presidente não vetou as emendas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023 e o projeto enviado ao Congresso no fim de agosto prevê R$ 19,4 bilhões para o orçamento secreto, modalidade de destinação de verbas sem critérios técnicos ou mesmo vínculos com políticas públicas.

Na manhã desta quarta, 14, depois da repercussão da manchete do Estadão com a reportagem sobre a tesourada no programa, que está sendo replicada por rádios de todo o País, a campanha acionou o presidente para a necessidade de anunciar a recomposição dos recursos. Os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Saúde, Marcelo Queiroga, foram acionados pelo presidente.

O programa Farmácia Popular atende mais de 21 milhões de brasileiros em quase 3,5 mil municípios, por meio de mais de 28 mil farmácias conveniadas, segundo dados do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) referentes a 2021.

De acordo com o Sindusfarma, estudos demonstram que o programa tem ajudado uma grande parcela da população, especialmente famílias de baixa renda, a seguir corretamente tratamentos de saúde, principalmente de doenças crônicas e de larga incidência, como hipertensão e diabetes.

Nas redes sociais, aliados do presidente estão tentando mostrar que não faltam medicamentos nas farmácias credenciadas agora, mas escondem que o corte dos recursos foi feito no projeto de Orçamento de 2023 - e que só vai ser votado depois das eleições. Ou seja, se nada for feito, os remédios e fraldas geriátricas vão faltar no ano que vem.

O projeto de Orçamento tem sido fonte de desgaste para o presidente nas eleições. A proposta foi sem recursos para manter o Auxílio Brasil em R$ 600 em 2023 (ficou a previsão de R$ 405) e sem a correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, promessas do presidente. Por outro lado, o governo manteve no texto a desoneração dos combustíveis com custo de R$ 52 bilhões no ano que vem.

Na semana passada, em nota, o Ministério da Economia afirmou que os cortes na Farmácia Popular são resultado da "enorme rigidez alocativa a que a União está subordinada, agravada pela necessidade de alocação de recursos para reserva de emendas de relator", afirma, em referência ao orçamento secreto.

O ministério disse ainda que "embora a situação gere uma alocação de recurso inicialmente aquém da vontade do governo federal, a discussão em torno do valor final a ser destinado no próximo ano se dará no Congresso Nacional, o ambiente legítimo e, com certeza, sensível aos anseios e às escolhas da sociedade em torno das políticas públicas consideradas mais relevantes", diz a nota. Ou seja, jogou a responsabilidade para recompor as verbas do programa para os deputados e senadores.

Segundo Leonardo Ribeiro, especialista em Orçamento, o presidente da República pode enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos enquanto não for iniciada a votação na Comissão Mista de Orçamento (CMO). O Ministério da Economia foi questionado sobre se haverá alguma alteração do projeto apresentado ao Congresso, mas não respondeu.

"É um processo político, ainda não houve encaixe", disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, a empresários durante almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), nesta quarta-feira, 14. Ele não sinalizou que enviará uma mudança ao projeto de Orçamento de 2023 que já foi entregue ao Congresso no dia 31 de agosto.

Procurado desde a semana passada, o Ministério da Saúde não se manifestou.

O projeto de Orçamento para 2023 enviado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) ao Congresso prevê corte de 59% dos recursos do programa Farmácia Popular, que fornece medicamentos gratuitamente para doenças como hipertensão e diabetes. Se o Executivo não recuar da medida, a redução fará com que seja mais difícil encontrar na rede os remédios com previsão de gratuidade, uma vez que, com menos verba disponível, o fornecimento deve diminuir.

Em 2022, as despesas com a gratuidade do programa Farmácia Popular previstas no Orçamento aprovado pelo Congresso foram de R$ 2,04 bilhões. No projeto de Orçamento de 2023, o governo Bolsonaro previu R$ 842 milhões, um corte de R$ 1,2 bilhão.

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Hoje, a rede oferece 13 princípios ativos com 100% de gratuidade. Veja a lista:

Brometo de Ipratrópio (Asma)

Dipropionato de Beclometsona (Asma)

Sulfato de Salbutamol (Asma)

Cloridrato de Metformina (Diabetes)

Glibenclamida (Diabetes)

Insulina Humana (diabetes)

Insulina Humana Regular (Diabetes)

Atenolol (Hipertensão)

Captopril (Hipertensão)

Cloridrato de Propranolol (Hipertensão)

Hidroclorotiazida (Hipertensão)

Losartana Potássica (Hipertensão)

Maleato de Enalapril (Hipertensão)

Princípios ativos são moléculas de uma substância que possuem efeito terapêutico. Eles são a base dos medicamentos e ficaram mais conhecidos depois da chegada dos medicamentos genéricos, que são vendidos com o nome da molécula.

Além do corte do orçamento de 100% da gratuidade, a parte do programa Farmácia Popular chamada de copagamento, em que o governo paga uma parte e o beneficiário a outra, também será atingida pelo corte de 60% entre 2022 e 2023. Nessa modalidade, o governo paga até 90% do valor. A lista dos produtos com copagamento inclui fraldas geriátricas e medicamentos para osteoporose, rinite, Parkinson, glaucoma, dislipdemia e anticoncepção.

Veja a lista:

Acetato de Medroxiprogesterona (Anticoncepção)

Alendronato de Sódio (Osteoporose)

Budesonida (Rinite)

Carbidopa + levodopa (Doença de Parkinson)

Cloridrato de Benserazida + Levodopa (Doença de Parkinson)

Etinilestradiol + Levonorgestrel (Anticoncepção)

Maleato de Timolol (Glaucoma)

Noretisterona (Anticoncepção)

Sinvastatina (Colesterol)

Valerato de Estradiol + Enantato de Noretisterona (Anticoncepção)

Fraldas geriátricas

O objetivo do corte foi abrir mais espaço no Orçamento para as emendas de relator, que são a moeda de troca do orçamento secreto. Na contramão da redução do programa Farmácia Popular, as emendas incluídas no orçamento da saúde cresceram 22%. As emendas parlamentares individuais e de bancada impositivas (aquelas que o governo é obrigado a executar) aumentam 13%.

O corte está sendo criticado por adversários do presidente Jair Bolsonaro na corrida presidencial. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi às redes sociais chamar a medida de "cruel e irresponsável".

Em nota para o Estadão, o Ministério da Economia afirmou que os cortes são resultado da "enorme rigidez alocativa a que a União está subordinada, agravada pela necessidade de alocação de recursos para reserva de emendas de relator", afirma, em referência ao orçamento secreto. O Ministério da Saúde não se manifestou.

Em campanha no Recife, nesta quarta-feira (14), a candidata Simone Tebet (MDB) afirmou que o governo Bolsonaro foi desumano ao cortar 60% do orçamento da Farmácia Popular para 2023. Caso eleita, a presidenciável prometeu vai bater a corrupção com a transparência nos recursos do Orçamento Secreto.

Acompanhada da vice Mara Gabrielli (PSDB), Tebet propôs fortalecer o SUS e criar um programa específico de reabilitação para pessoas com deficiência. Além da política de "portas abertas" dos serviços de saúde, ela defende o enfraquecimento da corrupção para fiscalizar e aumentar os recursos para o setor.

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"Tirou 60% da Farmácia Popular para esse dinheiro ser quase R$ 1 bilhão destinado para os currais eleitorais de candidatos a deputados federais e senadores", criticou a candidata, que ressaltou a importância da iniciativa para a sobrevivência de famílias vulneráveis.

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Tebet ainda citou a demora do governo na compra de vacinas contra a Covid e a denúncia do Senado de propina para cada unidade negociada da Covaxin.

"Nós temos um governo desumano que prefere pagar um orçamento secreto que vai ser desviado para a corrupção ao invés de distribuir remédio de graça ou a custo muito barato para todas as famílias que não têm dinheiro e dependem desse remédio para sobreviver", reforçou a candidata.

No fim da manhã de hoje, Simone Tebet participou de um encontro com mães de crianças com deficiência na unidade da Uninassau, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

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O ministro da economia, Paulo Guedes, minimizou, nesta quarta-feira (14), os planos do governo para cortar verbas destinadas ao programa Farmácia Popular, conforme noticiado na terça-feira (13) pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Ao comentar o caso e citar supostos cortes de recursos utilizados para compra de fraldas geriátricas e absorventes no ano que vem, Paulo Guedes disse tratar-se de um processo político em aberto, ainda não definido.

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"É um processo político, ainda não houve encaixe", disse Guedes a empresários durante almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). Bastidores de Brasília dão conta que o núcleo duro da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro já recuou da ideia para evitar desgastes com o eleitorado.

Guedes também aproveitou a ocasião para relativizar uma série de outras condutas do governo federal, como o desrespeito ao teto de gastos e o aumento do controle do orçamento pelo Congresso Nacional.

Segundo Guedes, o teto de gastos foi mal construído e tem falhas claras, que teriam ficado mais evidentes, por exemplo, no caso da negociação com a Petrobras pela Cessão Onerosa e, mais recentemente, durante a pandemia, quando foi necessário elevar gastos.

Segundo Guedes, o governo "não é maluco e dogmático" e foi preciso desrespeitar o controle fiscal para fazer frente ao cenário de emergência.

Com relação a distribuição de recursos dentro do pacto federativo, Guedes disse Estados e Municípios "nunca receberam tanto e quem reclama é débil mental ou militante". Ele disse que é natural o aumento de autonomia do Legislativo sobre o orçamento e que não resta nada a fazer sobre isso a qualquer governo eleito.

O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta sexta-feira, 22, que o corte no Orçamento público chega a quase R$ 8 bilhões. "A gente não quer cortar nada, se eu não cortar, eu entro na Lei de Responsabilidade Fiscal, só isso. Agora, é duro trabalhar com um orçamento desse, engessado. Temos esse corte extra, chega a quase R$ 8 bi. Entra aí a questão dos precatórios, entra abono, entra a questão do financiamento da agricultura também", afirmou.

A Junta de Execução Orçamentária (JEO) precisa fechar mais um contingenciamento nos ministérios para cumprir o teto de gastos. Mais cedo, fontes do Ministério da Economia previam um corte inferior, na linha de R$ 3 bilhões.

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"Quando chega algo que extrapolou o previsto, tem que cortar. Vai cortar onde? Se corta na Saúde, reclama. Na Educação, reclama. Na Defesa... Todos vão ter reclamação. É natural. Agora, eu sou obrigado a cumprir a legislação", acrescentou o presidente.

Presente no ato em defesa da educação e contra os cortes orçamentários, realizado nesta quinta-feira (9) na área externa da Faculdade de Direito do Recife, o reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Gomes, falou com exclusividade ao LeiaJá sobre a situação da instituição.

Em reunião, realizada remotamente com a presença de reitores de universidades e institutos federais na última terça-feira (7), ele ressaltou que, devido ao bloqueio dos recursos, a UFPE poderá fechar as portas em outubro. Questionado sobre qual seria o orçamento ideal para a manutenção do calendário acadêmico, da pesquisa e extensão, serviços de conservação dos prédios e contratos com terceirizadas, o reitor foi categórico.

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"Nós precisaríamos, por exemplo, para terminar o semestre com toda uma tranquilidade razoável de uma aporte de, aproximadamente, R$ 30 a R$ 40 milhões. Este corte de 7,2% retira do nosso orçamento R$ 12,2 milhões. Então, isso vai afetar os contratos de manutenção, transporte, vigilância, o pessoal terceirizado, a limpeza, dentre outras atividades".

Alfredo Gomes frisou que todas as instituições de Pernambuco sofreram consequências das intensas chuvas no Recife e Região Metropolitana. "Tiveram [as instituições] processos de infiltração, muita água entrou nos prédios. Então, a gente precisa de um aporte extra de recursos para fazer frente a essas necessidades de estrutura", aponta.

À reportagem, ele ressalta que com a redução do orçamento será inevitável não ter demissões de terceirizados. "Nós precisamos reduzir, reajustar os contratos. Quando você reduz o orçamento, você força a universidade a rever contratos e demitir as pessoas que estão dentro das empresas terceirizadas”, explica.

Pesquisa e extensão

A redução dos recursos para a UFPE, de acordo com o reitor, também terá impacto nas áreas de pesquisa e extensão. Ao LeiaJá, Alfredo Gomes admite que a instituição está realizando cortes "em quase todos os editais da universidade". Além disso, como forma de reajustar as contas, o lançamento de editais está diminuindo, até mesmo, os já publicados. "Então, terá impacto na redução de bolsas que vão para as áreas de pesquisa, de extensão, pós-graduação".

Em defesa da Educação e contra os cortes orçamentários, instituições federais e entidades estudantis realizaram ato na área externa da Faculdade de Direito do Recife, no Centro da capital pernambucana. Ao todo, a manifestação contou com 18 falas de representantes do ensino superior e secundarista, entre eles o reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Gomes, e a vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) de Pernambuco, Débora Karolayne. 

Ao LeiaJá, Débora ressalta que as mobilizações realizadas durante a semana iniciaram após o anúncio dos cortes nos recursos destinados à Educação, de 7,2%. "A gente já vem tendo grandes cortes nas universidades há um longo tempo e, agora, foi um corte que faz com que a universidade pare seus serviços básicos. Então, as ações que vêm acontecendo é para mobilizar e alertar as pessoas para que não passe em branco. A gente não pode deixar que o governo Bolsonaro continue massacrando a Educação, colocando a mão na Educação e tratando a Educação como mercadoria", criticou.

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Presente na manifestação, o presidente da Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), Cristovam Vieira, também teceu críticas ao atual governo e salientou que, além da Educação, houve diminuição orçamentária nas áreas da ciência e tecnologia. “Esse governo desde o começo tem como alvo destruir a Educação. Em ações contundentes, vamos barrar essa ação do Governo Federal", afirma.

Fazendo parte da instituição que mais foi afetada pelo bloqueio de recursos, cerca de R$ 12 milhões, Cristovam conta à reportagem que cada segmento da instituição convocará assembleia para construir as ações que serão executadas. “Uma proposta é que, no começo do semestre, a gente comece a fazer abordagens em cada centro da universidade para que os colegas sejam mobilizados para entrar nessa luta”.

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Em sua fala, o reitor da UFPE, Alfredo Gomes enfatizou a importância das universidades e apontou ataques ideológicos por parte do Governo Federal. “Nós sabemos que as universidades cumprem um papel essencial, ela é necessária, ela é imprescindível e continuará a ser diante de qualquer conjuntura nacional. É por isso que esses ataques ideológicos tentam criar uma ideia falsa de como nós operamos e isso distorce, efetivamente, o papel da nossa instituição”, disse.

Aluno do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), João Rodrigues, de 16 anos, ressaltou ao LeiaJá que a presença dos estudantes do instituto é importante e representa uma luta contra o fascismo. “Estamos reivindicando os nossos direitos que, basicamente, estão sendo cortados por esse governo fascista. A gente está buscando os nossos direitos como estudantes secundaristas, como visitante da escola todos os dias. A gente está transformando a nossa fala em voz, porque o que esse governo quer é nos silenciar”, expõe.

Diante do anúncio do corte orçamentário de universidades e institutos federais, por parte do Governo Federal, instituições e entidades estudantis realizam, na próxima quinta-feira (9), atos em todo Brasil contra o bloqueio de 7,2% dos recursos destinados à Educação.

Em Pernambuco, a manifestação está marcada para às 15h30 em frente à Faculdade de Direito do Recife, localizada no bairro da Boa Vista, área Central da cidade. Durante, ato conjunto contra os cortes orçamentários, que contabilizam um montante de R$ 28 milhões apenas no Estado, realizado de forma remota na última terça-feira (7), os reitores das instituições federais do Estado salientaram a presença na manifestação e convocaram a sociedade para lutar pela Educação.

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Nesta terça-feira (7), reitores de universidades e institutos federais de Pernambuco realizaram, de forma remota, ato conjunto contra os cortes orçamentários realizados pelo Governo Federal de 7,2%, que afetam diretamente, de acordo os representantes das instituições, a manutenção e oferta de educação de qualidade.

A maior das instituições federais do Estado, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), devido ao bloqueio orçamentário, terá redução de mais de R$ 12 milhões nos recursos. Durante o ato, o reitor da UFPE, Alfredo Gomes, alegou que a persistência dos cortes deve refletir no andamento das atividades. “Com esse orçamento, a UFPE chega até outubro”, afirmou. Vale salientar que as aulas do primeiro semestre da instituição têm previsão de início no dia 27 de junho e o segundo semestre se encerra em novembro de 2022.

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Na ocasião, Alfredo Gomes salientou que os cortes são feitos de forma sistemática há alguns anos. O reitor também expôs que o bloqueio dos valores, no somatório entre as universidades e institutos federais de Pernambuco, chega a R$ 28 milhões. "A UFPE terá um corte de R$12,2 milhões, na Universidade Federal Rural de Pernambuco o valor é de R$ 4 milhões, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) é R$ 5 milhões e no IFSertão chega a R$ 2 milhões".

Atualmente, a UFPE possui 40 mil estudantes matriculados, sendo 30 mil nos cursos de graduação e 10 mil na pós-graduação, nos três campi localizados no Recife, Caruaru e Vitória de Santo Antão. Na próxima quarta-feira (8), a instituição realizará ato público, na Concha Acústica Paulo Freire, localizada no campus Recife, a partir das 15h30, contra os cortes no orçamento juntamente com entidades estudantis. 

Auxílio estudantil, bolsas de pesquisas e projetos acadêmicos serão diretamente prejudicados pelo bloqueio de R$ 3,2 bilhões de verbas de custeio para as universidades federais de todo o País. Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). O corte foi anunciado pelo governo esta semana.

Presidente da entidade de reitores, Marcus David diz que a redução dos recursos para as universidades deve chegar a 14,5% do total. Para ele, a medida vai "inviabilizar o funcionamento das instituições nesse 2º semestre", com impacto direto sobre alunos mais pobres.

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Já o bloqueio no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, também já confirmado, será de R$ 2,9 bilhões. Deve paralisar, conforme entidades científicas, pesquisas importantes sobre covid-19 e meio ambiente. O corte total do orçamento anunciado pelo governo federal e publicado nesta terça-feira, 1º, no Diário Oficial da União é de R$ 8,2 bilhões.

Na Universidade Federal de Minas (UFMG), o dinheiro bloqueado deve corresponde a uma redução superior a R$ 30 milhões, segundo a reitoria. Se o corte for mantido, "comprometerá o funcionamento e a manutenção da universidade, com forte impacto nas ações de ensino, pesquisas e extensão, além da assistência estudantil, inviabilizando o apoio a estudantes mais necessitados", segundo explicou a reitora Sandra Regina Goulart.

"Esses cortes reduzem a atuação das universidades como agentes mitigadores do aumento das condições de vulnerabilidade da nossa população, que tem sido fortemente afetada com a pandemia de covid-19 e com a crise econômica", apontou, em nota.

Reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca disse que o bloqueio é "uma tragédia". Segundo ele, torna impossível manter compromissos, bolsas e planos previstos para este ano.

"Na prática, esses dois bloqueios (das verbas do MEC e do MCTI) inviabilizam o funcionamento da ciência brasileira e dessas instituições, institutos e universidades que são tão cruciais para o País", afirmou Fonseca.

"O orçamento de 2022 já era claramente insuficiente para o funcionamento das nossas instituições neste ano. É uma tragédia nacional que logo a ciência, as universidades e os institutos de pesquisa que tiveram esse papel estratégico reconhecido por todos num momento de pandemia paguem quase a metade da conta desse reajuste aos funcionários federais."

Para a coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, Tatiana Roque, o corte na ciência e tecnologia deve atingir bolsas do CNPq, além de outras verbas essenciais à pesquisa.

"Já o corte na educação pode prejudicar as verbas para o funcionamento da universidade e assistência estudantil", afirmou. "Uma catástrofe, especialmente neste momento de volta da pandemia, em que as universidades precisam muito de investimentos."

Marcus David, também reitor da Federal de Juiz de Fora (UFJF), concorda com o colega. "O bloqueio compromete gravemente a manutenção da universidade, afetando diretamente projetos de pesquisa, de inovação, de extensão e de cultura, além de ameaçar a permanência dos estudantes em situação vulnerável, vinculados à assistência infantil", explicou David.

Segundo o reitor Emmanuel Tourinho, da Federal do Pará (UFPA), o corte na instituição equivale a uma perda de R$ 28 milhões, de um orçamento que já era R$ 10 milhões mais baixo do que o de 2019", afirmou. "Uma condição de financiamento que já era crítica, torna-se, neste momento, absolutamente insustentável."

Presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader estima que o corte de verbas na ciência deve impactar pelo menos 30 projetos de pesquisa. Entre eles, estão estudos sobre covid-19, biodiversidade e sustentabilidade, além de pesquisas na Antártida.

Bolsas de academia da Nike, tênis da Adidas com o logotipo da empresa, câmeras do tipo Polaroid… Esses eram "presentinhos" que grandes startups brasileiras, que amealharam investimentos bilionários, costumavam dar a seus funcionários até pouco tempo atrás. Esse tempo de gastos supérfluos, no entanto, chegou ao fim nos últimos meses, quando várias companhias de tecnologia deixaram de contratar e passaram a demitir, para cortar custos. Deve ser o início de uma realidade bem mais austera para o setor.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, como o dinheiro estava farto em todo o mundo até o ano passado, em uma fase em que os juros baixos impulsionavam investimentos mais arriscados, não havia preocupação de que a torneira de recursos poderia secar. Mas a guerra na Ucrânia e as altas de juros ao redor do mundo mudaram essa realidade.

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Amure Pinho, fundador do fundo Investidores.VC, acredita que as demissões são a ponta do iceberg do que as startups devem enfrentar daqui em diante. "Pode haver redução de verbas de marketing e ajustes de orçamento e estratégia. Essa tendência vai afetar startups de todos os setores", afirma.

'EUFORIA'

O exemplo da startup do setor imobiliário QuintoAndar evidencia bem essa "virada". Poucos meses depois de distribuir centenas de câmeras de R$ 300 para boa parte de seus funcionários e parceiros, a companhia ganhou os holofotes ao fazer uma série de cortes na equipe. Enquanto internamente se comentava de uma redução de 20% no quadro de 4 mil funcionários, o fundador e presidente da startup, Gabriel Braga, fala em 4%. Ou seja, oficialmente cerca de 200 pessoas foram desligadas. "É um ajuste do nível de euforia", admite.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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