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O ex-prefeito de Cortês, município da Mata Sul, Reginaldo Morais, anunciou que estará no palanque de Raquel Lyra (PSDB), pré-candidata ao Governo de Pernambuco, nas eleições de outubro deste ano.

Reginaldo esteve com a tucana ao lado do seu filho Reginho e confirmou o seu apoio ao projeto do PSDB. 

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"Raquel fará um governo olhando para todos, em todas as regiões. Precisamos de renovação para Pernamabuco, um novo modelo de gestão, com ações que cheguem no povo. É isso que nossa pré-candidata representa", defendeu o ex-prefeito.

*Da assessoria 

 Nesta quinta-feira (31), a Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport) divulgou um documento que expõe os prejuízos causados por constantes cortes de energia elétrica na região. De acordo com a instituição, o problema vem se acentuando desde outubro do ano passado, em razão do corte de incentivos para a tarifa de irrigação noturna, um mecanismo do Governo Federal que oferece descontos de 90% para os produtores rurais que trabalham com alta tensão e de 73% para aqueles que realizam os serviços em baixa.

“As concessionárias do grupo Neoenergia [Celpe, em Pernambuco, e Coelba, na Bahia], cancelaram o fornecimento de inúmeras propriedades sem uma prévia comunicação. Estamos calculando os prejuízos principalmente com a interrupção dos sistemas de irrigação, câmaras frias, packing houses inteiros parados e os contratempos com a descontinuidade do fornecimento nas residências e escritórios”, afirma o presidente da Valexport, José Gualberto de Almeida.

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Segundo o presidente, a partir desta quinta-feira, a associação disponibilizará um canal para coleta de denúncias dos produtores. A ferramenta funcionará através do telefone/whatsapp: (87) 98821-6210.

“O serviço vai ouvir as reclamações e cobrar a resolução imediata dos problemas identificados nos municípios pernambucanos de Petrolina, Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista, Orocó, Cabrobó e Belém do São Francisco, e na Bahia, em Juazeiro, Sobradinho, Curaçá, Casa Nova, Remanso e Sento Sé”, acrescenta Almeida.

Confira o posicionamento da Neoenergia:

POSICIONAMENTO NEOENERGIA 

A Neoenergia esclarece que os produtores rurais que não se recadastraram até o mês de dezembro de 2021, conforme obrigatoriedade da Resolução Normativa 901 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), perderam o benefício da Tarifa Rural de Energia Elétrica. Os clientes foram previamente comunicados pelas distribuidoras de energia por meio de aviso na fatura de energia elétrica. Os consumidores rurais que não apresentaram os dados  completos, entre eles a Outorga d’Água e a Licença Ambiental, podem voltar a receber o benefício caso apresentem toda a documentação exigida pelo órgão legislador. Contudo, o benefício não será aplicado aos meses anteriores. A empresa informa ainda que o descadastramento não tem qualquer relação com a qualidade do serviço, que sofreu impacto das fortes chuvas associadas a ventos de maior intensidade e descargas atmosféricas registradas na região, nos últimos meses

Em um novo capítulo da disputa travada dentro da Câmara Municipal de São Paulo contra o projeto do prefeito Ricardo Nunes (MDB) que busca enxugar gastos com a previdência dos servidores municipais, a vereadora Luana Alves (PSOL) entrou com uma ação na Justiça para barrar a tramitação do SampaPrev II. Na ação, a parlamentar pede que a tramitação do projeto seja suspensa até que a prefeitura de SP atenda as observações apresentadas pelo Tribunal de Contas do Município.

Em entrevista ao Broadcast Político, a vereadora Luana Alves já tinha criticado duramente o projeto, afirmando que não houve tentativa de diálogo por parte de Nunes. "Essa proposta prejudica porque confisca parte dos salários daqueles aposentados que já tiveram o seu tempo mínimo de contribuição, então, são trabalhadores do serviço público municipal que já se aposentaram, já tem os direitos adquiridos, já contribuíram pelas regras e agora vão ter que contribuir mais uma vez até o final de suas vidas", disse.

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Como mostrou o Estadão/Broadcast Político, a principal mudança do PL é o fim da isenção para aposentadorias acima de um salário mínimo. Com isso, a meta de Nunes é reduzir o déficit estimado em R$ 171 bilhões para R$ 60 bilhões num prazo de 75 anos.

Em repúdio à reforma, sindicatos e associações de servidores públicos recorrentemente realizam atos em frente à Câmara Municipal. Nesta quinta-feira (27), servidores se mobilizaram novamente contra a medida.

Os vereadores de São Paulo aprovaram o projeto, em primeira votação, por 37 votos favoráveis e 16 contrários. No entanto, para entrar em vigor a proposta precisa ser aprovada em uma segunda votação. A votação foi marcada por tumultos, com o presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), ameaçando expulsar os protestantes do local.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo defendeu a reforma. "Com a reforma da previdência municipal, a Prefeitura vai reduzir o déficit do sistema, garantir o seu equilíbrio nas próximas décadas e manter as contas públicas ajustadas para assegurar a manutenção dos investimentos nos próximos anos."

Instituições de ensino, públicas e privada, e entidades pernambucanas, realizam ato virtual, às 9h, desta terça-feira (19), contra os cortes no orçamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNpq), entidade ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e que visa o incentivo à pesquisa no Brasil. A manifestação será transmitida pelo canal da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no YouTube.

O corte orçamentário foi uma decisão do Ministério da Economia, por meio do Ofício SEI Nº 438/2021/ME, e causou um déficit de R$ 690 milhões que, traduzido em porcentagem, é equivalente a 90% dos recursos destinados à ciência. Consequentemente, a diminuição desses valores causa impactos nas bolsas de pesquisa e iniciação científica.

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De acordo com a assessoria da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), uma das instituições que participará do ato, o "corte orçamentário está na contramão de estratégias adotadas por qualquer país que busca vencer uma crise sem precedentes com iniciativas de retomada de crescimento econômico, essenciais no movimento de retomada pós-pandemia. A desvalorização do setor e do desenvolvimento científico, provoca a saída de especialistas em nosso território e destrói a capacidade competitiva do país em trabalhar na fronteira do conhecimento humano".

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Universidade de Pernambuco (UPE), a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), entre outras, juntamente com a Academia Pernambucana de Ciências (APC), assinaram notas de repúdio contra as medidas do Governo Federal na área de ciência e tecnologia do país. Segundo as notas, as medidas, sendo a última o corte de R$ 690 milhões do Ministério de Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI), estariam agravando a situação do setor.

Em nota, as instituições lembram que a medida de cortar verba do MCTI, na última quinta-feira (7), sequer era de conhecimento do ministro e que a decisão contou com a participação do Ministro da Economia. “O Ministério da Economia decidiu unilateralmente cortar 690 milhões de reais do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, o MCTI – cujo Ministro nem sabia desta decisão, segundo ele próprio, e sequer esboçou qualquer reação – recursos estes aprovados em todas as instâncias, com conhecimento e participação do próprio Ministério da Economia”.

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No documento da UFPE e da APC, também foi apontado que o Congresso acabou sendo conivente com tal decisão. “Passaram por cima de Leis recentemente aprovadas, e o Congresso, apesar de estar tentando reagir, foi conivente e aprovou a medida que fragiliza drasticamente a Ciência e Tecnologia do Brasil”, disseram em outro trecho.

 Em nota assinada pelo IFPE e pela Iniciativa para Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.BR), as instituições afirmam o argumento do Ministério da Economia que diz que os recursos transferidos para o MCTI não estão sendo utilizados e isso afronta à comunidade. “Cabe lembrar que esses recursos são para crédito, são reembolsáveis, e não interessam à indústria. Já nos manifestamos anteriormente sobre a estratégia perversa de alocar 50% do total dos recursos do FNDCT para crédito reembolsável, o qual, uma vez não utilizado, será recolhido ao Tesouro no final do ano", pontuam.

Apesar da reação imediata da comunidade científica e de vários órgãos, a situação continua sem solução e seu impacto é diretamente nas bolsas de pesquisas, recursos e editais já anunciados e lançados de novos projetos. Não é a primeira vez que as bolsas são lesadas, uma vez que, anteriormente, já houve cortes, panes no sistema do CNPq, entre outros.

Confira a nota na íntegra.

O Ministério da Economia diminuiu em 87% o encaminhamento de verbas para o setor de ciência e tecnologia neste ano - a queda foi de R$ 690 milhões para R$ 89,8 milhões. A perda do dinheiro com outras áreas frustrou pesquisadores, que já contavam com o recurso em 2021. Especialistas temem que projetos de pesquisas em diferentes áreas, como a da saúde, possam ser afetados.

Em sua decisão, o ministério alega que a proposta de orçamento para 2022 aumentará consideravelmente os recursos para projetos de pesquisa. O pedido de corte feito pela área econômica da gestão Jair Bolsonaro foi revelado pela colunista Míriam Leitão, do jornal O Globo. Em 25 de agosto, o governo enviou ao Congresso o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) 16, que abria um crédito suplementar de R$ 690 milhões para o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações no orçamento deste ano.

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Do montante total, R$ 34,578 milhões iriam para a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e os R$ 655,421 milhões restantes seriam destinados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) - que apoia os programas e projetos prioritários de desenvolvimento científico e tecnológico nacionais.

Entidades - entre elas a Academia Brasileira de Ciências, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e Andifes, que reúne os reitores das universidades federais - reagiram à medida. Em nota, os acadêmicos fazem um apelo pela reversão do corte pelos parlamentares e dizem que "está em questão a sobrevivência da ciência e da inovação no País".

Em ofício assinado pelo ministro Paulo Guedes e enviado nesta quinta-feira, 7, à Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso, o governo decidiu dividir os recursos que iriam integralmente para ciência e tecnologia com outros seis ministérios.

Na nova formatação, já aprovada nesta quinta pelos parlamentares, os recursos projetos de ciência e tecnologia caíram de R$ 655,421 milhões para apenas R$ 7,222 milhões - ou seja, apenas 1,10% da proposta original. Da proposta original de R$ 34,578 milhões para a produção de radiofármacos, o governo aumentou para R$ 82,577 milhões.

A fabricação de remédios para câncer pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), conforme revelou o Estadão, chegou a parar em setembro por falta de recursos. Esses medicamentos atendem entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas no País.

No ofício do Ministério da Economia desta semana, a pasta alega que outro projeto - o PLN18, que ainda tramita no Congresso - destina mais R$ 18 milhões ao FNDCT neste ano. A equipe de Guedes também argumenta que, dos R$ 104,7 milhões orçados para ações do fundo em 2021, apenas R$ 87,4 milhões foram empenhados até agora.

"Para o ano de 2022, o Projeto de Lei Orçamentária Anual prevê a alocação total dos recursos do FNDCT em suas ações finalísticas, no montante de R$ 8,467 bilhões, sendo metade destinada às despesas primárias e metade às financeiras. No caso das despesas primárias, isso significa um acréscimo de R$ 3,723 bilhões, ou 729,9%, em relação ao PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) 2021", acrescentou o Ministério da Economia.

No fim das contas, o maior beneficiário das mudanças no PLN16 foi o Ministério do Desenvolvimento Regional, que irá receber R$ 252,2 milhões, seguido pela Agricultura e Pecuária com R$ 120 milhões, o Ministério das Comunicações com R$ 100 milhões. A Educação recebeu R$ 50 milhões e a pasta da Cidadania ficou com outros R$ 28 milhões.

A solicitação da Economia foi negociada para atender a interesses de deputados e senadores, que pediram o deslocamento da verba para outras áreas, conforme apurou o Broadcast Político. O projeto foi aprovado na quinta-feira, 7, pelo Congresso. O líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), foi o relator da proposta e avalizou o acordo. No relatório, ele afirmou que as alterações foram promovidas para atender a "acordos" firmados na Comissão.

Duas perguntas para Renato Janine Ribeiro*

*Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e ex-ministro da Educação

 

Quais são as principais áreas e projetos afetados pelo corte de verbas?

O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) é o mais afetado. Principalmente por dois pontos: pelos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), que não são exatamente institutos, mas projetos das universidades para desenvolver pesquisa nas áreas de saúde, engenharia, exatas em geral, humanas... São institutos aprovados pelo MCTI. A verba deles, que estava atrasada, agora vai ser prejudicada com o corte.

O outro ponto é o edital universal. Em geral, quando se abre uma oferta de auxílio, o CNPq faz editais ou chamadas de dois tipos: por edital específico, quando se quer favorecer estudos de saúde pública, produção de vacina ou violência pública, por exemplo, ou por meio de um edital universal, que é aberto a todas as áreas de conhecimento e precisa ter uma equipe de doutores para avaliar.

Depois de muito tempo, um edital universal foi aberto e dependia de R$ 250 milhões. Em vez disso, vai ter R$ 50 milhões, é um corte muito grande. O edital ficou aberto no mês de setembro e foi inclusive um edital rápido, já que há uma obrigação de gastar o dinheiro no edital até o fim do ano, senão o recurso é perdido.

Antes, não se perdia recurso no caso do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o FNDCT, porque o que "sobrava" de um ano para outro permanecia no fundo. Mas o governo federal aprovou a Emenda Constitucional nº 109, que faz com que tudo que sobre, mesmo que seja do FNDCT, vá para o pagamento da dívida. Então, há uma forte chance do dinheiro do FNDCT ser perdido se não for usado. E o edital universal está com risco de ficar sem fundo.

O corte de verbas ainda pode ser revertido?

A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que reúne 165 entidades científicas de diferentes áreas de conhecimento, a Academia Brasileira de Ciências (ABC), entre outras instituições, estão se mobilizando para isso. O baque na área é muito grande. A gente sente que o Ministério da Economia faz tudo que pode para tirar dinheiro do MCTI. Como quer desenvolver a economia de um país sem ciência e tecnologia?

Sem ciência e tecnologia não há desenvolvimento econômico. Isso é tão importante que até a CNI (Confederação Nacional da Indústria) está conosco, também lutando pelo FNDCT. É um momento realmente difícil. Falta dinheiro e ao mesmo tempo falta priorização. Se o Brasil tivesse investido mais dinheiro na vacina, por exemplo, teríamos vacinado a população mais rápido. Teríamos inclusive vendido vacinas ao exterior. (Colaboraram Roberta Jansen e Ítalo Lo Re)

Os cortes no orçamento destinado à educação também foram tema durante solenidade realizada, nesta quinta-feira (15), na Fundação Joaquim Nabuco, no bairro de Casa Forte, Zona Norte do Recife. O evento contou com a presença do ministro da Educação, Milton Ribeiro.

Na ocasião, o responsável pela pasta afirmou que os impactos causados pelo corte orçamentário são reflexo da pandemia do novo coronavírus. "Todos nós sabemos que os impactos serão muito grandes. O que o MEC vai fazer? Primeiro, vamos realizar um diagnóstico para saber onde são os problemas, olhando para a educação básica primeiramente. Lembrando que esse é um problema do mundo, não apenas do Brasil. Estamos com muito contato com o G20, Unesco e Unicef e estamos buscando respostas que estão atendendo ao mundo todo e vamos tentar aproveitar", aponta Ribeiro.

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Ainda de acordo com o ministro, houve um desbloqueio de R$ 900 milhões. No entanto, não foi confirmado se o valor total seria destinado à pasta. "Em um ano como esse, diferente, difícil, que vivemos, a arrecadação diminuiu. Não é que nós não quisemos participar ou dar o recurso para a escola. A prioridade do presidente Jair Bolsonaro, quando ele me chamou, é que eu ajudasse as crianças e as escolas públicas", lembrou.

Com a redução, em 2021, de 37% nas despesas direcionadas às universidades federais, o funcionamento das instituições está ameaçado. No entanto, Milton Ribeiro afirma que há repasse de verbas e aproveitou para criticar os governos anteriores. "Em 20 anos de governo, com todo respeito que tenho, de esquerda, falam tanto da educação e que o dinheiro era tão abundante, nosso ensino caiu para as últimas posições do Pisa, mesmo com todos os recursos que havia, sobrava dinheiro. Nós estamos vivendo agora um tempo difícil. Por isso, todas as medidas devem ser tomadas com cuidado e é esse cuidado que eu estou tendo com o dinheiro público, com os impostos dos brasileiros", frisa.

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Medidas divulgadas nesta segunda-feira (7) pela Prefeitura do Recife (PCR) já contemplam novidades sobre o Plano de Ajuste Fiscal, anunciado em janeiro, e que alteram contribuições na capital pernambucana. Ganham destaque as novas propostas voltadas à previdência, que preveem aumento de 1,18% na contribuição previdenciária dos servidores municipais, além de recálculo no valor das aposentadorias e nova idade mínima para homens e mulheres, sendo 64 e 61 anos, respectivamente.

A PCR informa que só estarão alinhadas à Nova Previdência da União aquelas medidas obrigatórias para que o Recife possa continuar recebendo recursos do Governo Federal e com aval para realizar operações de crédito. O reajuste de pouco é de 1,18% na alíquota de contribuição, que passa de 12,82% para 14% — exigência para ser cumprida ainda neste ano; e a idade mínima para aposentadoria será fixada em 61 anos para mulheres e 64 anos para homens. O requisito está previsto abaixo do que o Governo Federal validou para o Regime Geral da Previdência, que é de 65 anos para homens e 62 para mulheres.

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Além disso, o cálculo para o valor das aposentadorias será modificado. Enquanto o regime geral do Governo Federal prevê o cálculo com a média de 100% de todas as remunerações, o cálculo do sistema previdenciário do Recife passará a valer com a média das 90% maiores remunerações, o que é, segundo a PCR, mais benéfico do que o RGPS.

A pensão por morte ficará da seguinte forma: 50% da cota familiar e 15% por dependente. Da mesma forma, a mudança no Recife é melhor do que a implementada na reforma do Governo Federal: 50% da cota familiar e 10% por dependente. Não haverá alteração para quem já recebe aposentadoria.

Segundo a gestão, o intuito das propostas é ajustar as contas públicas ao plano de direção financeiro e evitar que a cidade fique negativada, passando então a ser capaz de redirecionar investimentos para áreas estratégicas e/ou necessitadas.

Outras medidas impostas pela legislação federal são vincular o teto do regime previdenciário do município ao teto do regime geral para os novos servidores concursados. Além disso, será criada a previdência complementar para os novos servidores que, ao aderir, poderão ter o dobro do teto do RGPS.

"A Prefeitura não optou pelo caminho mais fácil, que seria aumentar impostos. Estamos fazendo ajustes diferentes do que foi feito pelo Governo Federal, naquilo que a legislação permite e a partir da votação da Câmara vamos contar com uma previdência mais equilibrada e teremos condições de gerar economia ao cofre municipal, evitar que o município seja negativado pela União e acessar recursos necessários para fazer os investimentos que a cidade precisa”, detalhou o controlador Geral do Município, Ricardo Dantas.

Nesta segunda (7), a administração municipal encaminha as modificações à Câmara de Vereadores. A estimativa é que seja possível viabilizar investimentos de até R$ 1,5 bilhão na cidade nos próximos três anos, com prioridade para Educação, Saúde e obras de infraestrutura nos bairros.

"Os ajustes anunciados hoje são a continuidade de uma série de ações que já estão em curso e foram apresentadas desde o início deste ano. Primeiro veio o plano de ajuste fiscal, com corte de R$ 100 milhões em despesas, mas sem redução dos serviços à população. Lançamos nossa estratégia de Transformação Digital, que também está em curso e o maior exemplo disso é o Conecta Recife, para agendamento online da vacinação, além de outros serviços da prefeitura. E essa é a terceira parte que é o pacote de  gestão de pessoal", disse a Secretária de Finanças do Recife Maíra Dantas.

As mudanças devem englobar um total de 19 mil servidores estatutários que, para se aposentarem, deverão seguir as novas regras de transição, entre elas o sistema de pontuação para alcançar a aposentadoria, somando a idade com o tempo de contribuição. Cerca de mil servidores que já reúnem as condições para se aposentar poderão fazê-lo com as regras atuais.

O novo regime previdenciário dos servidores municipais será em caráter especial para os professores. Para essa categoria, valerá a idade mínima de 56 anos para mulheres e 59 anos para homens, ou seja, cinco anos a menos do que as demais categorias.

Estatuto do servidor

Visando obter recursos externos em programas de apoio fiscal, também faz parte dos ajustes realizados pela Prefeitura do Recife uma mudança no Estatuto do Servidor Público Municipal: a extinção da pecúnia da licença-prêmio. Com isso, o estatuto adequa-se aos modelos dos servidores do Governo Federal e do Governo de Pernambuco.

PDV

Além das mudanças no sistema previdenciário e estatuto do servidor, a Prefeitura também realizará um Programa de Desligamento Voluntário para os servidores da administração indireta do município que estão sob o regime da CLT - Autarquias de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), de Urbanização do Recife (URB) de Serviços Urbanos do Recife (Csurb) e de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), além da Empresa Municipal de Informática (Emprel).

O programa oferece vantagens para os servidores que optarem por aderir ao desligamento, como uma indenização de até 15 vezes a remuneração mensal do servidor (sendo o referente a 12 salários mensais e três licenças-prêmio) e a manutenção do acesso ao Saúde Recife por até 12 meses. Vale a ressalva de que metade do público-alvo dessa ação já está aposentada.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) garantiu, nesta segunda-feira (31), que não cortará 90 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, concedidas até então no Brasil. Segundo publicação em seu site, a entidade afirmou que, apesar das restrições financeiras oriundas da crise da Covid-19, as formações não serão interrompidas

A entidade alegou, ainda, que tem honrado as bolsas sem atraso. “A Capes já concedeu 1.959 das 2.600 bolsas e investiu R$ 53,7 milhões dos R$ 200 milhões previstos para os quatro anos da iniciativa, por meio da qual a agência estimula pesquisas sobre a Covid-19 e outras doenças”, informou a instituição.

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“Além de manter os benefícios, a Capes já prorrogou 36.536 bolsas de mestrado e de doutorado ativas no Brasil por até seis meses, de forma excepcional, por causa da pandemia”, acrescentou a Coordenação.

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As universidades federais de todo o país entraram em alerta com o corte de R$ 1 bilhão nos investimentos destinados às instituições. Em relação ao ano de 2020, a redução dos gastos foi ampliada para 18,16%, comprometendo o funcionamento e a manutenção das universidades, além de prejudicar o financiamento de assistências estudantis, pesquisas, entre outros.

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Universidade Federal do Pará (UFPA) emitiu nota oficial contra os cortes. O reitor Emmanuel Tourinho gravou vídeo para chamar a atenção da sociedade. No dia 29 deste mês, sábado, às 8 horas, será realizada manifestação pública para exigir a retomada dos recursos da universidade e o não bloqueio das verbas. Em Belém, o ato será na Praça da República. 

Segundo Gilberto Marques, professor da Faculdade de Economia da UFPA e diretor-geral da Associação dos Docentes da (Adufpa), as universidades públicas vêm enfrentando cortes orçamentários anualmente desde 2014, agravados com a PEC 55 (Proposta de Emenda Constitucional), aprovada em 2016, que reduz gastos públicos voltados para o investimento social.

Paralelamente a isso, Gilberto explica que houve um processo de expansão bastante significativo das vagas de graduação e pós-graduação nas universidades e também dos serviços das instituições. Entretanto, ele assinala: “Não temos a mesma contrapartida no aumento das vagas de professores e de técnico administrativo (setor), tampouco da estrutura da universidade. Ela não consegue crescer na mesma proporção que cresce essa oferta de vagas”, diz.

No caso da UFPA, Gilberto afirma que, entre 1990 e 2018, os estudantes de graduação e de doutorado cresceram em 168% e 13.467%, respectivamente, enquanto o número de professores aumentou apenas 68%, causando uma sobrecarga no trabalho docente – acompanhado de uma maior exigência da produção de projetos de pesquisas e publicação de artigos científicos em revistas qualificadas –, além da redução de espaços democráticos.

“Esse conjunto de elementos, na realidade, nos demonstra que é mais do que bloqueio financeiro. Mas o bloqueio financeiro é um elemento decisivo para essa intensificação da precarização da educação”, observa Gilberto.

Ainda que as universidades públicas não parem de funcionar totalmente, Gilberto aponta que os cortes orçamentários ainda podem prejudicá-las de diversas formas. Ele cita o possível retorno do ensino presencial, que vai exigir uma reestruturação física e operacional das instituições, obras nas salas de aula, além de outras readequações.

“Isso exige gasto financeiro e o que está se vendo é o contrário, o governo está cortando isso. Esse impacto é maior ainda e não é só para dentro da universidade, é para fora também", destaca Gilberto.

Extensão universitária

A UFPA tem dois hospitais universitários, o João de Barros Barreto e o Bettina Ferro, que em 2018 realizaram 4.460 cirurgias e fizeram 221.568 consultas. Esse atendimento à população, ressalta Gilberto, "é fundamental e alguns casos não são encontrados em outras unidades públicas, nem mesmo na rede particular”.

Gilberto também comenta sobre os projetos de extensão que levam a universidade até a população: “Quando você vai cortando as verbas que mexem com a estrutura da universidade, todo esse serviço é prejudicado e a população vai sofrer com isso. Corre-se o risco de chegar a uma determinada situação em que a universidade não vai ter condições de pagar a conta de luz ou os contratos que ela mantém para o seu funcionamento cotidiano”, salienta.

De acordo com Gilberto, a UFPA teve um corte orçamentário de R$ 30,4 milhões e aproximadamente R$ 6 mil de verbas de assistência estudantil. Ele afirma que isso está associado aos cortes feitos nos anos anteriores em outras áreas como a ciência, tecnologia e órgãos públicos que fornecem bolsas e recursos para a pesquisa científica, acarretando no reajuste da oferta de alguns serviços. “É mais do que um corte especificamente da universidade, é um conjunto de políticas e de redução orçamentária que a atinge para além desse corte imediato”, acrescenta.

O professor também destaca a redução na oferta de bolsas ocasionada pelos cortes orçamentários. “Vai ter uma oferta menor de bolsas de iniciação científica, de extensão e outros tipos de bolsa que são fundamentais não só para inserir o aluno na pesquisa científica e no trabalho da universidade, mas também para ajudar os alunos a se manterem, pagar o transporte, a alimentação, materiais”, explica.

Além disso, a precarização na educação causada pela redução de investimentos também foi agravada pela pandemia. Em relação a isso, Gilberto aborda as dificuldades no ensino e da aprendizagem, do ato do professor em realizar as aulas e dos alunos em assimilar o conhecimento.

Ele também cita o ensino remoto. “No caso da UFPA, ainda que emergencial e temporário, o que nós percebemos é uma dificuldade maior em se concentrar e participar, realizar atividades conjuntas com outros alunos. Tudo isso fica profundamente comprometido. E do ponto de vista dos docentes, há uma maior sobrecarga. É uma quantidade maior de reunião, de atividades, de pesquisas, conferências realizadas de forma remota, o que significa maior custo para o professor”, complementa.

Para Gilberto, o corte de verbas agrava estruturalmente a já difícil situação das universidades. "Na realidade, nós estamos diante de ataques à instituição. Há uma intimidação direta ao exercício da profissão, da pesquisa científica e da elaboração acadêmica”, aponta.

Gilberto afirma que a UFPA, hoje com 55 mil estudantes, é fundamental para o Estado do Pará, sendo extremamente importante para a região amazônica como um todo. Ele ainda argumenta que a sociedade precisa “abraçar” a UFPA, assim como as outras instituições do Estado do Pará, que abrigam estudantes do Brasil todo e até mesmo de outros países.

O professor também fala que a universidade precisa divulgar mais as suas ações como instituição para que a sociedade. “Fora isso, eu acho que nós temos que continuar pressionando a bancada parlamentar, particularmente a federal, para reverter essa política de corte de verbas imposta pelo governo e impulsionar o processo de mobilização”, complementa.

A perspectiva dos estudantes

Tel Guajajara, estudante de Direito e coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes da UFPA (DCE), assim como Gilberto Marques, também menciona que não é de agora que as universidades públicas têm sido prejudicadas em razão dos cortes nos investimentos.

“Várias universidades vêm sofrendo cortes no orçamento da infraestrutura, sobretudo também nos projetos internos que existem nelas como, por exemplo, as assistências estudantis, ocasionando a evasão (dos alunos) por não terem apoio, uma assistência de fato para ajudá-los”, explica Tel.

O estudante afirma que os cortes são a matriz dos grandes problemas que as universidades têm enfrentado nos últimos anos. Entretanto, para ele, um dos fatores determinantes para a precarização em questão é a informação que chega às pessoas e que as fake news têm sido um desafio para a imagem das escolas e universidades públicas.

“A opinião popular acredita que a universidade hoje não tem um papel relevante para a educação, coisa que é errada e que é mentira. A universidade é um grande centro de formação de recursos humanos, de desenvolvimentos tecnológicos, prestação de serviços à sociedade e é responsável pelas pesquisas e descobertas para melhorar a vida do povo brasileiro”, complementa. Tel acrescenta que os cortes financeiros atacam diretamente novos alunos.

Segundo o estudante, atualmente a UFPA tem mais de 1.200 alunos quilombolas e indígenas com uma própria assistência estudantil e que vai sofrer impactos diretos.

Tel destaca que, apesar das experiências vividas no ano de 2020, muitos acreditavam que em 2021 seria diferente em termos de evolução na prevenção da covid-19. “A UFPA precisa lidar com a inclusão digital, com a ampliação dos professores, entrada e saída de alunos. Tudo isso se agrava e precisamos ter muito fôlego porque, querendo ou não, os cortes vão afetar isso”, acrescenta.

O estudante afirma que o movimento estudantil como um todo precisou passar por readaptações. Antes, as mobilizações eram feitas nas ruas e, apesar das dificuldades, eles precisaram ingressar no mundo virtual.

“A gente (DCE) ficou responsável por fazer grandes ações em defesa da universidade, para ir em audiências, protocolar pedidos, ir atrás e se colocar à disposição. A nossa importância nesse processo foi de entender, dentro dos conselhos superiores das universidades, o que estava sendo passado para mobilizar os estudantes para a luta”, diz.

Tel ressalta que, durante a pandemia, os mais prejudicados foram as pessoas que se encontram no nicho mais baixo das classes sociais. Ele comenta ainda sobre a dificuldade da permanência dos alunos nas universidades públicas, principalmente no governo atual.

“É histórico do Brasil não saber lidar com a educação pública. O futuro dela está em nossas mãos, de mudar a nossa realidade e de conseguir pensar em políticas públicas efetivas que vão dar melhoria para a vida desses estudantes, pensando no acesso e na permanência deles”, defende.

Tel defende uma maior organização em defesa da educação pública no país. “As saídas que temos hoje são de muita mobilização, seja no âmbito jurídico, seja no Congresso Nacional, dentro das comunidades, seja nos debates dentro dos conselhos das universidades, dentro da sala de aula e também nas mídias sociais”, diz.

Por Isabella Cordeiro.

 

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) informa que os valores do orçamento liberados pelo Ministério da Educação (MEC) para 2021 não são suficientes para o total funcionamento da instituição durante todo o ano. O corte orçamentário foi de cerca de 20%. Além disso, um bloqueio de 13,8% faz do orçamento de 2021 o menor da última década na UFPE.

O reitor da Universidade, Alfredo Gomes, alerta para os riscos que serão enfrentados. “Estamos regredindo para o orçamento de 2011, apesar de termos atualmente uma universidade com muito mais estudantes, laboratórios de pesquisa e projetos de extensão, por exemplo. Cresceram os custos com serviços, segurança, água e energia, a manutenção da infraestrutura como um todo. Então, essa conta não fecha. É preciso que seja realizada a recomposição desse orçamento para podermos fazer a gestão da Universidade durante o ano de 2021”, disse o reitor. conforme a assessoria de comunicação da instituição de ensino.

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Para Daniel Lago, pró-reitor de Planejamento Orçamentário e Finanças (Proplan), é preciso agir imediatamente, e muitos contratos e serviços da instituição serão diretamente afetados. “Teremos que parar ou reajustar ações e programas de ensino, pesquisa e extensão”, alertou.

Uma das ações prejudicadas será a pesquisa para a produção de vacinas contra Covid-19, testes de contágio, entre outras atividades ligadas ao combate à pandemia do novo coronavírus. Os efeitos das restrições orçamentárias vão além de contratação de serviços e pessoal, atingindo a regulamentação dos pagamentos de energia elétrica e de água, compra e reposição de materiais e insumos utilizados em pesquisas, bolsas e assistências estudantis, editais de obras, entre outros. Mais detalhes do orçamento estão disponíveis no site da Proplan.

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O Ministério da Educação (MEC) admitiu em documento ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que a verba destinada ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021 é insuficiente para aplicar a prova em todos os participantes. Também vai faltar dinheiro para pagar bolsas de 92 mil cientistas, incluindo pesquisadores da covid-19, médicos residentes e para livros didáticos. Em ofício obtido pelo Estadão, a pasta pede dinheiro para "viabilizar projetos" e fala em impactos pedagógicos "imensos".

O documento encaminhado anteontem pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro, à Economia pede o desbloqueio de R$ 2,7 bilhões e a suplementação de R$ 2,6 bilhões, sob o risco de deixar sem verba "diversas demandas essenciais à área da educação", entre elas a realização do Enem. O MEC foi a pasta mais atingida pelo bloqueio de verbas realizado em abril pelo presidente Jair Bolsonaro.

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Para aplicar o Enem, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao MEC e responsável pelo exame, prevê gastar R$ 794 milhões este ano. Com R$ 226,7 milhões bloqueados, o orçamento total do Inep é de R$ 1,183 bilhão, mas seria necessário quase o dobro do dinheiro para atender às necessidades da autarquia, que também realiza outras avaliações educacionais.

"Especificamente com relação ao Enem, a insuficiência orçamentária resultaria na inexecução dos serviços, tendo em vista a quantidade de participantes prevista para 2021", aponta o ofício. O Inep estima ter 6 milhões de alunos inscritos nesta edição do Enem, além de 100 mil estudantes na aplicação da prova digital. "O montante disponibilizado não atenderia a totalidade de aplicações/participantes previstas, o que de fato poderia trazer prejuízos às aplicações do Enem e ao Inep", afirma o MEC.

No mesmo documento, o MEC cita ainda os prejuízos à pesquisa brasileira, com cortes na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação que fomenta a pós-graduação. Segundo a pasta, todos os 92.377 bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado "não poderão ser pagos" a partir de novembro. "Entre o total de bolsas, cabe destacar a interrupção do pagamento de 795 bolsistas vinculados a 109 projetos de combate à covid-19, com o envolvimento de 1.280 pesquisadores", destaca o ofício. Além do desbloqueio de verbas, a Capes precisa de R$ 121,5 milhões para garantir pagamento aos bolsistas.

Faltam ainda recursos para o programa de residência médica. O dinheiro recebido até agora será suficiente para pagamento das bolsas até setembro e o MEC já prevê reduzir o programa. Residentes têm atuado diretamente no combate à pandemia em hospitais. "O valor atual programado para a ação orçamentária contempla recursos suficientes para a manutenção de apenas 10.800 bolsas de residência, de um total de 13.883." A contratação de supervisores e tutores para o programa Mais Médicos também fica comprometida.

Sem assistência estudantil

Nas universidades federais, o ofício admite que a partir de setembro não haverá dinheiro para bolsas de permanência no ensino superior. Os recursos são destinados a estudantes de baixa renda. E o "funcionamento geral" das universidades federais também pode ficar comprometido, segundo o MEC. As instituições falam em paralisar atividades em julho.

Livros e alfabetização

Até programas considerados prioritários para a gestão Jair Bolsonaro sofrem impactos dos cortes. Na alfabetização, a previsão é de atender 16% a menos dos estudantes com cortes na formação de professores para essa área. E os livros didáticos podem não ser entregues em 2021 porque um terço da verba está comprometido. O investimento mínimo é de R$ 3 bilhões, mesmo valor do "orçamento secreto" de Bolsonaro, esquema revelado pelo Estadão.

Procurado, o MEC não se manifestou. Já a Economia disse que o bloqueio visa ao atendimento de despesas obrigatórias. "Caso novas projeções de despesas obrigatórias indiquem queda do valor projetado dessas despesas, os valores bloqueados poderão ser reavaliados", informou a pasta. "Até esta data não existe previsão para eventual desbloqueio."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em artigo publicado no jornal 'O Globo', no último dia 6, a reitora e o vice-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Pires de Carvalho e Carlos Frederico Leão Rocha, declaram que o Governo Federal inviabiliza o funcionamento da instituição. Os docentes criticam cortes orçamentários que podem atrapalhar as atividades e serviços da UFRJ.

“A UFRJ fechará suas portas por incapacidade de pagamento de contas de segurança, limpeza, eletricidade e água. O governo optou pelos cortes, e não pela preservação dessas instituições. A Universidade nem sequer pode expandir a arrecadação de recursos próprios, pois não estará garantida a autorização para o gasto. A Universidade está sendo inviabilizada”, diz um trecho do artigo.

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Além de alertar sobre a situação orçamentária das instituições de ensino superior, o texto informa acerca das ações movidas pela UFRJ no combate ao novo coronavírus, como testes clínicos, tratamentos para infectados, e o desenvolvimento de duas vacinas nacionais contra Covid-19. Confira, a seguir, o artigo na íntegra:

Universidade fica inviável

A pandemia da Covid-19 revelou a importância da ciência no enfrentamento de questões de risco para a sociedade. Conhecimento científico é importante no planejamento das ações de redução da transmissibilidade da doença, nos cuidados hospitalares e no desenvolvimento de alternativas de combate ao vírus, como a produção de vacinas. As universidades públicas estão na linha de frente dos desafios postos ao país e têm sido protagonistas em diversas ações para combater a pandemia. No caso da UFRJ, realizamos testes moleculares padrão ouro por RT-PCR, enquanto a rede privada não dispunha desses testes diagnósticos. Nosso Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o maior do Estado do Rio em volume de consultas, instalou um novo CTI e mais de 100 leitos de enfermaria para tratamento da Covid-19. A assistência aos pacientes esteve associada à geração de conhecimento científico. Realizamos estudos pioneiros de vigilância genômica, identificando novas variantes dos vírus; desenvolvemos testes sorológicos, e vacinas com tecnologia nacional estão na fase de testes pré-clínicos. Nossas perspectivas de retorno após a pandemia seriam muito piores sem essas ações.

Isso se tornou possível em razão do desenvolvimento de capacitação científica, fruto de investimentos anteriores no sistema nacional de ciência e tecnologia nas universidades e nas demais instituições científicas. Em 2013, R$ 12 bilhões foram investidos pela Capes e pelo CNPq, transformando o cenário da produção científica do país. Consequentemente, durante a epidemia da zika, o Brasil liderou o número de publicações relacionadas à enfermidade, o que permitiu a identificação de suas consequências fisiopatológicas, resultando em vidas salvas pela nossa ciência.

As universidades também dobraram o número de estudantes matriculados nos cursos de graduação. Efetuou-se um importante programa de democratização do ingresso. O investimento no ensino superior passou a ser um dos mais efetivos agentes promotores da diminuição da desigualdade social, tornando-se um importante programa social do Estado brasileiro.

Desde 2013, o orçamento das universidades vem sendo radicalmente cortado. O orçamento discricionário aprovado pela Lei Orçamentária para a UFRJ em 2021 é 38% daquele empenhado em 2012. Quando se soma o bloqueio de 18,4% do orçamento aprovado, como anunciado pelo governo, seu funcionamento ficará inviabilizado a partir de julho. A UFRJ fechará suas portas por incapacidade de pagamento de contas de segurança, limpeza, eletricidade e água. O governo optou pelos cortes e não pela preservação dessas instituições. A universidade nem sequer pode expandir a arrecadação de recursos próprios, pois não estará garantida a autorização para o gasto. A universidade está sendo inviabilizada. Em dez anos, nos restará perguntar onde estará a capacidade de resposta na próxima emergência sanitária e qual será a opção terapêutica milagrosa que colocarão à venda.

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Um idoso de 69 anos foi preso por crime sexual contra uma menina de seis anos no município de Cortês, Mata Sul de Pernambuco. A prisão em flagrante ocorreu na última segunda-feira (10).

De acordo com a Polícia Civil, o idoso será apresentado em audiência de custódia nesta terça-feira (11).

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Testemunhas informaram que o homem foi flagrado se masturbando enquanto olhava para a criança e que essa não seria a primeira vez que ele praticava o ato.  

Uma mulher de 36 anos foi presa após ser agredida pelo ex-companheiro e matá-lo com um golpe de faca. O caso ocorreu em Cortês, na Mata Sul de Pernambuco, na madrugada do domingo (2).

A mulher foi presa momentos após o crime. A Polícia Civil informou ter instaurado um inquérito para apurar a ocorrência.

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Segundo informações locais, a mulher estava sendo perseguida pelo ex-companheiro, que não aceitava o fim do relacionamento. Após vê-la em um bar com um amigo, o ex-marido teria tentado agredi-la, ainda rasgando a roupa dela, momento em que a mulher o atingiu com a faca. A vítima morreu no local.

A poucas horas do fim do prazo para a sanção do Orçamento de 2021, o presidente Jair Bolsonaro indicou que todos os ministérios devem sofrer cortes em suas despesas para assegurar o respeito ao teto de gastos (a regra que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação), mas não indicou o tamanho exato da tesourada. Em sua live semanal, ele disse apenas que o bloqueio será "bastante grande" para o tamanho do Orçamento.

O presidente evitou detalhar o assunto que, nos últimos dias, o colocou no centro de um impasse entre a equipe econômica e o Congresso Nacional. A live durou pouco mais de 42 minutos, mas o presidente dedicou apenas 42 segundos ao tema do Orçamento e do endividamento do País. "A peça orçamentária para os 23 ministérios é bastante pequena e é reduzida ano após ano. Tivemos um problema no Orçamento no corrente ano, então tem um corte previsto bastante grande no meu entender, pelo tamanho do orçamento, para todos os ministérios. Todo mundo vai pagar um pouco a conta disso aí", disse Bolsonaro.

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Na quarta-feira, como parte da solução do impasse do Orçamento, Bolsonaro sancionou lei que permite descontar do cálculo da meta fiscal deste ano os gastos emergenciais com saúde, o programa de manutenção de empregos (BEm) e o programa de crédito a micro e pequenas empresas, o Pronampe. O texto não prevê limite de valor para essas ações. Segundo o Ministério da Economia, serão destinados R$ 10 bilhões ao programa de emprego e R$ 5 bilhões ao Pronampe. Mas o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), que relatou o projeto sancionado hoje, disse ao Estado na segunda que o valor do Pronampe seria maior, de R$ 10 bilhões. O parlamentar adiantou ainda que eram esperados R$ 20 bilhões para a saúde.

Como o governo já havia liberado R$ 44 bilhões para o auxílio emergencial a vulneráveis nas mesmas condições excepcionais, a nova lei pode elevar a mais de R$ 125 bilhões os gastos de combate à pandemia de covid-19 fora da meta fiscal e do teto de gastos, como mostrou o Estadão/Broadcast. A conta considera R$ 33,7 bilhões em restos a pagar da covid-19 herdados de 2020, dos quais R$ 7,8 bilhões já foram pagos.

A mudança sancionada na quarta-feira ajuda a equipe econômica na resolução do impasse em torno do Orçamento de 2021. Com o ato de Bolsonaro, a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) passa a permitir ao governo bloquear por decreto despesas discricionárias (que incluem custeio e investimentos) para recompor despesas obrigatórias, como benefícios previdenciários, seguro-desemprego e subsídios, que ficaram maquiadas em R$ 21,3 bilhões, segundo parecer de técnicos da Câmara com base em dados do Ministério da Economia.

O dispositivo vai abrir caminho ao remanejamento que já vinha sendo estudado desde a semana passada e que tinha como objetivo preservar ao máximo as indicações de emendas de parlamentares, ainda que à custa de gastos do próprio Executivo. Esse "corte na carne" do governo deve ficar em R$ 9,5 bilhões, mas os cálculos exatos ainda estão sendo finalizados.

Durante a participação do ministro da Educação, Milton Ribeiro, em reunião na Comissão de Educação, o deputado federal Danilo Cabral (PE), líder do PSB na Câmara, cobrou maior envolvimento do MEC na articulação para a recomposição do orçamento do setor e para a garantia de conectividade aos alunos do Ensino Básico. Os dois temas devem concentrar as atenções dos parlamentares neste primeiro semestre Legislativo.

“Há um consenso de que o ministro restabeleceu o ambiente de diálogo do MEC, mas a pacificação não deve ser confundida com passividade. Nesses oito meses de gestão, não vimos o ministério protagonizar, por exemplo, o debate sobre o Fundeb, o orçamento da pasta e muito menos coordenar as ações de combate aos impactos de Covid-19 na área e nem colocar o Plano Nacional de Educação (PNE) como documento estratégico”, criticou Danilo Cabral.

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O parlamentar fez questão de frisar que houve cortes nos recursos da educação, especialmente das universidades e dos institutos federais, apesar de ter sido registrado um aumento nominal no orçamento. 

Danilo Cabral destacou que há uma redução nas despesas condicionadas do MEC da ordem de 27%. O corte nas universidades e institutos federais é de 21% e 18%, respectivamente. “Há uma clara preocupação, mais uma vez - desde 2019 estamos vivenciando isso -, sobre a inviabilização dos serviços dessas instituições. Na Capes, a diminuição do orçamento chegou a quase um terço. Na Educação Básica, a redução é de R$ 700 milhões”, elencou. 

“Temos ainda o desafio da volta às aulas para 40 milhões de ensino básico nesse novo normal. É importante que o MEC saia dessa posição passiva para liderar esse processo”, frisou Danilo Cabral. Ele defendeu a importância da derrubada do veto ao projeto de lei 3.477, que garante internet e tablets para alunos e professores do Ensino Básico.

A presidente da Comissão de Educação, deputada Professora Dorinha Seabra (DEM-TO), disse que formou um grupo de discussão para tentar negociar com o governo federal a derrubada do veto à proposta. “Já pedi uma análise da consultoria da Câmara e vamos solicitar uma reunião com o ministro para tentarmos chegar a um denominador comum”, declarou. 

*Da assessoria de imprensa

Seis instituições de ensino superior de Pernambuco se reunirão, na próxima segunda-feira (29), para realizar um ato virtual em defesa da recomposição do orçamento para as Instituições Federais de Ensino Técnico e Superior (Ifes). O grupo alega que sofreu corte de aproximadamente 18% no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) aprovado na última quinta-feira (25), no Congresso Nacional. O texto segue para sanção presidencial.

Segundo informação divulgada pelas universidades, o protesto deverá ser realizado às 17h, com transmissão ao vivo pelo canal da UFPE no YouTube. Participam da ação a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape), a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e o Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), que defendem que a Lei nº 177/2021 seja promulgada, de modo que os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) possam ser plenamente utilizados no orçamento deste ano.

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O ato reivindica recursos necessários para a manutenção e o funcionamento das instituições federais de ensino, defendendo também os recursos do FNDCT. O corte que atinge as instituições federais de Ensino Técnico e Superior equivale a R$ 1,4 bilhão a menos de recursos em relação aos valores do PLOA de 2020. No ano passado, já havia sido registrada redução de 8,64% no orçamento das Ifes, em relação a 2019.

De acordo com o reitor Alfredo Gomes, na UFPE, o corte projetado é da ordem de R$ 30 milhões. Assim, o orçamento dos recursos discricionários da UFPE cairá de cerca de R$ 160 milhões em 2020 para R$ 130 milhões neste ano. “O orçamento da UFPE está retrocedendo uma década, ficando praticamente igual ao de 2011. Com um corte desse porte, ficará difícil manter a Universidade funcionando, sobretudo se adicionarmos a esta equação os desafios da pandemia. O cenário é de muitos retrocessos”, avalia.

Segundo o reitor, a UFPE terá um orçamento inferior ao que tinha depois do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que foi instituído pelo Governo Federal em 2007 para dar às instituições condições de expandir o acesso e garantir condições de permanência no Ensino Superior. “É muito grave impor um orçamento inferior ao que tínhamos pós-Reuni porque, neste período, a instituição ampliou sua estrutura e capacidade, realizou a interiorização, democratizou o acesso e a permanência estudantis e implantou o sistema de cotas para todos os cursos e turnos. Precisamos garantir recursos para realizar a manutenção e o funcionamento das universidades e institutos federais. A luta por mais investimentos é urgente e necessária para salvaguardar a universidade e ampliar a oferta na graduação e pós-graduação, pesquisa e extensão”, enfatiza.

Para o vice-reitor Moacyr Araújo, é importante a participação de todos no movimento permanente de defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. “Queremos reunir, neste ato, todos e todas que defendem a ciência, a educação e o Sistema Único de Saúde”, afirma.

O pró-reitor de Planejamento Orçamentário e Finanças da UFPE, Daniel Lago, explicou que os cortes afetam o valor destinado ao custeio de despesas discricionárias, que representam a parcela do orçamento que permite o funcionamento e a manutenção das instituições. Esses recursos mantêm contratos terceirizados, fornecimento de energia elétrica e água, compras de materiais diversos (de expediente a insumos para pesquisa), assistência estudantil, bolsas, editais de fomento, contratação de serviços, obras, entre outros.

Os detalhes sobre o orçamento da UFPE podem ser consultados no site da Pró-Reitoria de Planejamento Orçamentário e Finanças. “Se os orçamentos anuais a partir de 2011 fossem apenas corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado, sem discutir a necessidade de ampliação de investimentos na educação, o orçamento de 2021 deveria ser superior a R$ 240 milhões. Isso significa que a defasagem, apenas pela inflação, é de mais de R$ 100 milhões”, calcula Daniel Lago.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nessa segunda-feira (22) que o orçamento solicitado para a realização do censo populacional, que seria realizado em 2021, sofreu redução de cerca de 88%, conforme decisão apresentada no parecer final do orçamento federal. O instituto afirma que essa redução feita na verba inviabiliza a realização do censo.

De acordo com o IBGE, o parecer apresentado pelo relator-geral, senador Marcio Bittar (MDB-AC), cortou cerca de R$ 1,76 bilhão do orçamento de R$ 2 bilhões solicitado para o Censo. Do orçamento de R$ 240,7 milhões apresentado no parecer final, R$ 50 milhões ainda ficariam travados, sob o descumprimento da regra de ouro. O Instituto espera que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) vote em favor da revogação do corte até a quarta-feira (24) e no plenário na próxima semana.

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A pesquisa era prevista originalmente para ser feita em 2020, mas foi adiada devido à pandemia. Contudo, as informações geradas pelo censo são essenciais na gestão do país, elas servem para subsidiar políticas públicas em diversas áreas. Sobretudo, em um contexto de pandemia, os dados podem ser usados na organização de estratégias para a imunização da população brasileira e para o planejamento de infraestrutura em saúde.

“Além de um modelo misto de coleta (presencial, telefone e online) e tecnologia de fronteira de supervisão e monitoramento, os profissionais envolvidos no Censo observarão, em todas as etapas da operação, rígidos protocolos de saúde e segurança adotados pelo IBGE, seguindo recomendações do Ministério da Saúde e as melhoras práticas de prevenção e combate ao COVID-19”, declarou o IBGE em nota.

O orçamento previsto pelo IBGE para a realização deste censo já havia sofrido alterações anteriores. O primeiro valor idealizado foi reduzido em 2019, de R$ 3,4 bilhões para R$ 2,3 bilhões. Ao fim do ano passado, a proposta enviada foi novamente reduzida para R$ 2 bilhões. Agora, no parecer final enviado pelo congresso nacional, restaram ao instituto apenas R$ 190,7 milhões para a realização da operação.

Servidores pedem adiamento do censo

Servidores do IBGE em oito Estados pedem adiamento do Censo Demográfico de 2021, para 2022, diante do agravamento da pandemia no País. 

O sindicato denuncia que servidores do órgão receberam da direção apenas máscaras de tecido como Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para realizar o trabalho de campo. A reivindicação começou em fevereiro deste ano, no Rio Grande do Sul, quando coordenadores ameaçaram uma entrega coletiva de cargos, caso a presidência do órgão mantivesse o cronograma atual do censo.

"No país, vive-se a pior situação enfrentada desde o início desta emergência sanitária. Hoje, enfrentamos um colapso no sistema de saúde em praticamente todo o território nacional, com leitos hospitalares lotados - além de uma fila de espera enorme para atendimento - e com déficit de profissionais e de recursos para atender às demandas dos enfermos. Como se não bastasse, estão sendo descobertas novas variantes do vírus, mais transmissíveis, aumentando exponencialmente o perigo de infecção da população. Segundo especialistas, o ritmo da vacinação e a disponibilidade insuficiente das doses nos próximos meses também não contribuem para um cenário otimista para este ano, nem mesmo no seu 2º semestre. É cada vez mais evidente que encaramos circunstâncias muito mais difíceis neste ano do que no anterior (2020)", diz a carta enviada pelos servidores à chefia estadual do IBGE em Goiás.

Onze ex-ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação se uniram em um manifesto contra os cortes para o setor, previstos na proposta orçamentária apresentada pelo governo Jair Bolsonaro para 2021.

"Retrocesso sem precedentes na história das políticas nacionais", diz a manifestação assinada por nomes que ocuparam a pasta nos governos de Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

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"Os recursos discricionários, onde se materializam as políticas setoriais, despencam de R$ 8,7 bilhões em 2014 para R$ 2,7 bi em 2021 (a preços de 2020). O CNPq, com recursos que diminuem a cada ano, terá apenas R$ 22 milhões para fomento à pesquisa em todo o país em 2021, além de uma redução de 10% nos programas para bolsas. A perda na Capes é drástica, os recursos orçamentários despencaram de R$ 7,7 bilhões em 2015 para R$ 2,9 bi em 2021", calculam.

Os ex-ministros alertam que o contingenciamento deve levar ao encerramento de programas estratégicos e coloca em risco de colapso instituições de ensino e pesquisa do País. Eles também classificaram como 'desastrosa' a política do atual governo para o setor.

"Caminhamos a passos largos na direção do obscurantismo - mediante a negação da ciência, recuo na formação de recursos humanos e declínio da inovação no setor produtivo", criticam. "Nem mesmo as piores previsões poderiam projetar tal cenário".

Na avaliação dos ex-ministros, as medidas adotadas pelo governo Bolsonaro também devem comprometer o crescimento econômico. "Temos presenciado ações que terão como resultado, além da séria crise social, a redução da competitividade da economia nacional, a perda de emprego e renda, como levarão a gargalos que inviabilizarão a recuperação econômica e produção de um novo ciclo de crescimento", afirmam. "Sem ciência não há inovação. Sem inovação não há desenvolvimento."

O texto lembra ainda a importância dos sistemas nacionais de pesquisa e inovação para o desenvolvimento e produção de novas tecnologias e vacinas na pandemia do novo coronavírus.

"O momento requer visão de longo prazo e avanço urgente dos investimentos públicos e empresariais em CT&I [Ciência, Tecnologia e Inovação], cujos retornos sociais e econômicos são reconhecidamente muito elevados", defendem. "Lamentavelmente, com mais de 250.000 vidas perdidas para o SARS-CoV-2, testemunhamos a displicência e insensibilidade com que o governo trata a questão. Apesar dele, presenciamos com alívio, a resposta do SUS, dos laboratórios nacionais, das empresas, e notadamente, o enorme esforço dos profissionais da saúde e da comunidade científica no compromisso incansável para com a vida, na busca de soluções para a grave crise sanitária."

VEJA OS EX-MINISTROS QUE ASSINAM O MANIFESTO:

José Goldemberg (governo Fernando Collor)

José Israel Vargas (governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso)

Luiz Carlos Bresser Pereira (governo Fernando Henrique Cardoso)

Ronaldo Sardenberg (governo Fernando Henrique Cardoso)

Roberto Amaral (governo Lula)

Sergio Machado Rezende (governo Lula)

Aloizio Mercadante (governo Dilma Rousseff)

Marco Antonio Raupp (governo Dilma Rousseff)

Clélio Campolina (governo Dilma Rousseff)

Aldo Rebelo (governo Dilma Rousseff)

Celso Pansera (governo Dilma Rousseff)

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