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A Ford demitiu 364 trabalhadores da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, nesta sexta-feira, 11. O grupo estava com contratos suspensos há pelo menos cinco meses, o chamado lay-off, e começou a receber na quinta-feira, 10, os telegramas de dispensa.

Na manhã desta sexta-feira, após assembleia realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, os trabalhadores da área de estamparia paralisaram as atividades, o que prejudica a produção nos demais setores.

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A Ford então anunciou folgas para todos os funcionários na segunda e na terça-feira, para futura compensação. A unidade produz o modelo Fiesta e caminhões.

Em nota, a montadora informou que "nos dois últimos anos, a Ford adotou uma série de medidas para administrar o excesso de empregados decorrente da redução do volume de produção em São Bernardo do Campo, tais como PPE, PDV, lay-off e férias coletivas. Entretanto, devido à necessidade de adequar os níveis de mão de obra às demandas de mercado, estamos fazendo o desligamento dos funcionários da planta de São Bernardo do Campo que estavam em layoff".

Segundo o sindicato, havia um acordo entre as partes fechado em 2015 que previa estabilidade no emprego até janeiro de 2018. A entidade aguarda encontro com a direção da empresa para discutir o tema.

No último levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tinha 14,2 milhões de desempregados.  De acordo com o balanço, esse é o pior índice registrado desde 2012.  

E com essa estatística é muito comum que cada dia mais os profissionais que ainda estão empregados fiquem preocupados com relação ao desemprego. Apesar disso, existe uma série de direitos garantidos pela constituição que oferecem ao trabalhador um "fôlego" para se readequar ao mercado de trabalho, mesmo após a aprovação da Reforma Trabalhista. 

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Para tirar as dúvidas, o advogado trabalhista Gilberto Bento Jr listou 10 direitos garantidos aos trabalhadores após a demissão, tanto os que continuam como os que mudaram após a reforma. Entretanto, o especialista ainda alerta que: “em casos das demissões por justa causa, os trabalhadores perdem parte dos direitos citados abaixo, desde que seja comprovado que ela ocorreu”.  

Confira quais são os 10 direitos: 

Rescisão 

Quando o aviso prévio for indenizado, o empregador deve pagar em até dez dias, após a dispensa, o valor da rescisão. E quando o aviso prévio for trabalhado, o empregador tem que pagar no primeiro dia útil após a dispensa. Após a reforma trabalhista a data continua igual, salvo se empresa combinar por escrito data diferente com o trabalhador. 

Saldo de salário 

Deve ser pago na proporção aos dias trabalhados no mês da demissão. Isto é, o salário mensal, dividido por 30 e multiplicado pelo número de dias trabalhados. Com ou sem justa causa. Após a reforma trabalhista esse direito continua igual e não pode ser alterado por acordo entre empresa e trabalhador. 

Aviso prévio 

Pode ser indenizado ou trabalhado, o empregador tem a opção de avisar ao trabalhador sobre a demissão com 30 dias de antecedência ou, pagar o salário referente a esses 30 dias sem que o empregado precise trabalhar. Só para casos sem justa demissão. Após a reforma trabalhista esse direito continua igual e não pode ser alterado por acordo entre empresa e trabalhador. 

Aviso prévio indenizado proporcional 

Instituído por lei no fim de 2011, quando a dispensa é sem justa causa, para cada ano trabalho, há acréscimo de 03 (três) dias no aviso prévio, com limite de adicional de até 60 (sessenta) dias, portanto, no máximo o aviso prévio poderá ser de 90 (noventa) dias. Após a reforma trabalhista esse direito continua igual e não pode ser alterado por acordo entre empresa e trabalhador. 

Férias e adicional constitucional de um terço 

Todo mês trabalhado dá direito à uma proporção de férias, que equivale a um salário inteiro, mais um terço, após 1 ano de trabalho, este valor deve ser pago independente do motivo da dispensa. Só não será pago caso haja faltas não justificadas e outras infrações constatadas. Após a reforma trabalhista esse direito continua igual e não pode ser alterado por  

13º salário 

Deve ser pago todo fim de ano ou em época combinada em convenção coletiva, caso ocorra dispensa, com ou sem justa causa, deve ser pago na proporção dos meses trabalhados, ou seja, divida o valor do salário por 12 meses para saber o valor proporcional de 1 mês trabalhado, e multiplique pela quantidade dos meses que trabalhou para chegar o valor correto. Após a reforma trabalhista o direito de receber o 13º salário continua igual e não pode ser alterado por acordo entre empresa e trabalhador, mas as datas de pagamento podem ser negociadas. 

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS 

Só para quem foi dispensado sem motivo, nasce o direito de sacar os valores do FGTS, incluindo o depósito correspondente ao aviso prévio e outras verbas pagas na rescisão. O FGTS atualizado corresponde a aproximadamente um salário por ano. Após a reforma trabalhista esse direito continua igual e não pode ser alterado por acordo entre empresa e trabalhador. 

Multa de 40% sobre o saldo do FGTS 

Nas demissões sem justa causa, o empregador por lei deve pagar uma multa de 40% do valor depositado no FGTS do trabalhador. Após a reforma trabalhista esse direito continua igual e não pode ser alterado por acordo entre empresa e trabalhador, mas observamos que agora nasce o direito de demissão acordada onde a empresa paga multa de 20% e o trabalhador pode sacar 80% do valor depositado. 

Liberação de guias para saque de seguro desemprego 

Nos casos de dispensa sem justa causa, se o empregado trabalhou o tempo necessário exigido por lei, tem o direito de solicitar as guias para receber seguro desemprego, estas guias devem vir junto com o TRTC – termo de rescisão do contrato de trabalho. Esse direito pode sofrer alterações após a reforma trabalhista, e vai variar de acordo com os novos contratos de trabalho. 

Obrigação de homologação da rescisão 

Para quem trabalhou mais de 12 (doze) meses, a lei determina que o TRTC seja homologado, por sindicato ou pelo Ministério do Trabalho, onde um representante habilitado deve verificar o termo de rescisão auxiliando o trabalhador. Caso exista algum incomum, a homologação deva acontecer com ressalvas, explicando no próprio termo de rescisão a situação, para posterior solução, caso seja necessário. A obrigação de homologação sindical após a reforma trabalhista não existirá mais, no entanto, não está clara a obrigação de homologação da dispensa após 12 meses, sobre ela ser obrigatória perante o Ministério do Trabalho. 

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A fabricante de artigos esportivos Nike anunciou que pretende aumentar as vendas diretas pela internet, numa reestruturação que também deve demitir 1,4 mil funcionários. A companhia também reduzirá a quantidade de linhas de tênis e roupas em 25%, para se focar nos produtos mais negociados.

O objetivo da reestruturação é oferecer mais produtos aos consumidores em menor tempo, informou a Nike. A empresa pretende disponibilizar a venda de tênis por aplicativo em mais países, já que muitas lojas estão fechando e perdendo espaço para as compras em lojas virtuais. "Seremos mais agressivos no mercado digital", afirmou o CEO Mark Parker.

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A companhia disse que terá foco especial em 12 cidades em 10 países diferentes, onde espera que o desempenho corresponda a 80% do crescimento até 2020. Entre as cidades estão Nova York, Paris e Pequim.

Entretanto, a divulgação do projeto duas semanas antes da Nike publicar seu balanço trimestral deixou investidores nervosos. As ações caíram 3% na Bolsa de Nova York, para US$ 53,01, após o anúncio.

A Nike informou que as demissões correspondem a 2% do seu quadro de 70 mil funcionários no mundo, mas não forneceu mais detalhes sobre os cortes. Fonte: Associated Press.

A Verizon planeja demitir 2,1 mil pessoas após completar sua aquisição da divisão de internet do Yahoo, amanhã. A demissão será amenizada para alguns funcionários do Yahoo que perderam o emprego: uma elevação de 10% no preço das ações da empresa na quinta-feira (8) aumentou o valor de seu estoque acionário.

A demissão atinge cerca de 15% da força de trabalho do Yahoo e do AOL, a unidade da Verizon que será fundida.

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O Yahoo, que tinha 8,6 mil funcionários em tempo integral em 31 de março já passou por muitos cortes. Durante os cinco anos em que a executiva Marissa Mayer chefiou a empresa, a força de trabalho caiu 46%. O AOL também sofreu repetidas ondas de demissões, a mais recente em novembro, quando cortou 500 empregos.

Nenhuma das duas companhias comentou os planos de demissão. Mas o constante encolhimento do Yahoo e do AOL revela os grandes desafios enfrentados por ambos em sua competição com os dois gigantes da internet, Google e Facebook, e pelos dólares dos anunciantes.

Na quinta-feira, acionistas do Yahoo aprovaram a venda do negócio para a Verizon e os arranjos de compensação. Após o fechamento do negócio, amanhã, o que restou do Yahoo será renomeado Altaba e ficará com o dinheiro da venda, bem como uma parte significativa de ações do grupo Alibaba e do Yahoo Japan.

As ações do Yahoo subiram US$ 5,16 após a votação de quinta-feira, fechando em US$ 55,71. Isso elevará os dividendos dos funcionários do Yahoo que foram dispensados.

Com base na elevação do preço das ações, Marissa Mayer sairá levando US$ 264 milhões pelos cinco anos que trabalhou no Yahoo, frente aos US$ 239 milhões que levaria na sexta-feira.

Outros altos executivos do Yahoo demitidos receberão grandes indenizações, incluindo mais de dois anos de pagamento e antecipação de vencimento de contrato de ações. Por exemplo: Lisa Utzschneider, chefe da coleta de impostos e obrigações, receberá US$ 22 milhões, e Ken Goldman, diretor financeiro, cerca de US$ 12 milhões, com base no atual preço das ações e informações para a Securities and Ecchange Commission.

Empregados de escalões mais baixos também receberão benefícios ampliados que foram estabelecidos antes de o negócio com a Verizon ser decidido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os funcionários da fábrica GM&S, na França, que atua como subcontratada da PSA e da Renault, colocaram bombas de gás por toda a planta da indústria e ameaçam explodir o local nesta quinta-feira (11). Eles protestam contra um plano de demissão e contra os atrasos nos salários dos funcionários que atuam na unidade de La Souterraine, em Creuse.

"Nós minamos a fábrica", disse um dos líderes sindicais que estão no local à imprensa francesa. De acordo com os jornais franceses, eles já destruíram uma das grandes máquinas que há na empresa e ameaçam quebrar mais equipamentos.

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"Não queríamos chegar até isso, mas não nos deram escolha. A média de idade aqui é de 49 anos, o que faremos? Nós temos famílias", disse Vincent Labrousse, que lidera outro sindicato.

Atualmente, 279 pessoas trabalham na empresa, que declarou falência em dezembro do ano passado. No entanto, as negociações para tentar garantir os direitos dos funcionários estão paralisadas. 

A quantidade de funcionários dos jornais impressos dos Estados Unidos diminuiu 57,8% entre janeiro de 2001 e setembro de 2016, com 238.000 empregos suprimidos, de acordo com números fornecidos pelo departamento americano de Trabalho.

Durante o mesmo período, a quantidade de empresas do setor caiu em 18%, de 9.310 a 7.623. As revistas também foram atingidas por causa das profundas mudanças que afetam o mundo dos meios de comunicação, com um diminuição de 42,4% em seus lucros em um período de 15 anos.

A rádio apresentou uma melhor resistência e em 2016 empregava 23,5% a menos que em janeiro de 2001. Quanto à televisão, após queda de 14,5% entre os anos de 2001 e 2009, desde então tem se recuperado, com uma alta de 13,5% no número de funcionários desde novembro de 2009.

O setor editorial registrou, por sua vez, uma queda de 29,1% na quantidade de pessoas empregadas entre os anos de 2001 e setembro de 2016. No total, os jornais impressos, as revistas e o setor editorial perderam 333.781 vagas de emprego, ou seja, o equivalente à metade de seus lucros (50,2%) em 15 anos.

Os frigoríficos Master Carne e Souza Ramos, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba (RMC), fecharam as portas e demitiram 280 funcionários - 150 e 130 respectivamente. Eles alegam que com a deflagração da Operação Carne Fraca, na qual ambos os frigoríficos estão envolvidos, as vendas despencaram e centenas de pedidos foram adiados. Na tarde de terça-feira (21), a unidade da BRF, de Toledo, anunciou férias coletivas para seus 1,7 mil funcionários.

O Frigorífico Souza Ramos já esteve envolvido em irregularidades anteriormente por ter supostamente comercializado 14 toneladas de salsichas fora dos padrões e também substituído perus por frangos no fornecimento de merenda escolar no Paraná, em uma operação de 2014. Logo após vencer o contrato, a BRF - que havia perdido - denunciou a empresa por ela não ter o porte necessário para o fornecimento da quantidade exigida.

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Abate

A JBS decidiu suspender temporariamente a compra de bovinos para abate nas 11 plantas frigoríficas da empresa em Mato Grosso. A suspensão foi confirmada pela Associação de Criadores de Gado de Mato Grosso (Acrimat) e começou na terça-feira, em Araputanga e Pontes e Lacerda. A empresa justifica que a medida foi necessária para "evitar estoques".

A empresa tem 15 unidades no Estado, sendo 11 destinadas ao abate bovino. As indústrias de abate processam 21 mil animais por dia. Em nota, a JBS comunicou que "no momento está operando seu abate conforme o previsto nesta semana, no entanto, está avaliando o mercado e vai adotar as medidas necessárias para adequação do volume de produção à demanda de mercado".

Em entrevista à imprensa local, o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, disse que foi informado "por meio de telefonema que o abate está suspenso durante esta semana porque os compradores do mercado externo estão pedindo prazo para analisar as possibilidades de embargo".

Retração

Para o presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso, Luiz Freitas, os efeitos da Operação Carne Fraca são negativos para toda a cadeia produtiva. Segundo ele, o mercado está retraído.

Na terça-feira (21), o presidente da União Democrática Ruralista, Luiz Antonio Nabhan Garcia, já informara que os frigoríficos nacionais haviam reduzido a compra de boi. "Os negócios estão parados", disse, acrescentando que "os frigoríficos não estão comprando e os pecuaristas que estão com estrutura de confinamento para fechar os bois estão apavorados", disse. O representante dos fazendeiros fez contato com frigoríficos e pecuaristas dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul e percorreu fazendas, confirmando a redução nos abates. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dando continuidade ao processo de enxugamento de sua operação no Brasil, a varejista Walmart fechou cinco lojas nas últimas semanas, sendo três no Rio Grande do Sul. Entre as bandeiras afetadas estão a Nacional (rede gaúcha de supermercados que foi adquirida pela americana em 2005) e a Todo Dia (de lojas de proximidade). Além disso, a empresa demitiu funcionários nos últimos dias da área comercial e administrativa. Contando os cortes no varejo e na sede, o total de demitidos chegaria a 300 profissionais, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Procurada ontem pela reportagem, a assessoria de imprensa do Walmart afirmou inicialmente que apenas uma loja da bandeira Nacional havia sido fechada. Mais tarde, confirmou as cinco desativações, sem dar mais detalhes. Em relação aos cortes, negou as demissões em massa.

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Fontes de mercado afirmaram, contudo, que os planos de enxugamento da operação - especialmente na área de supermercados, modelo de loja considerado menos rentável atualmente - não estariam concluídos. O Walmart ainda teria uma lista de unidades que podem vir a ser desativadas em 2017.

Os cortes neste início de ano vieram apesar de a varejista americana ter divulgado dados positivos relativos ao Brasil em seu mais recente balanço, referente ao terceiro trimestre do ano passado. Nos números selecionados que divulga sobre a operação regional, a companhia informou que o lucro operacional diminuiu. No entanto, disse que as vendas cresceram 8,1% entre julho e setembro, enquanto o fluxo de clientes nas lojas cresceu 0,5%.

Enxugamento. Na virada de 2015 para 2016, o Walmart fez profundos cortes em sua operação. Além de fechar unidades de supermercados, na época a companhia também fechou hipermercados e até atacarejos, modelo considerado o mais rentável pelas grandes varejistas atualmente.

Na época, inicialmente o Walmart afirmou que tinha a intenção de fechar 5% de suas operações, ou cerca de 30 operações. No entanto, em 15 de janeiro de 2016, foi revelado que o total de lojas desativadas chegou a 60. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os 65 músicos da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo assinaram nesta quinta-feira (9) as suas demissões. O Governo do Estado diz que faltam recursos para o pagamento dos salários.

Somente o maestro, Marcos Dadao Shirikawa, não foi demitido. A demissão coletiva do grupo estava agendada para a 9h30 no Teatro Caetano de Campos, no bairro da Aclimação, onde costumavam ensaiar.

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O grupo havia conseguido o apoio dos deputados estaduais com o recurso de R$ 5 milhões, que garantiria a sobrevivência da banda por alguns meses. Entretanto, o Governo do Estado de São Paulo congelou o auxílio. A Secretaria da Cultura afirmou em nota que "o dinheiro não foi liberado para a Banda Sinfônica devido a um decreto que estabelece normas para o uso de verbas pelo Governo do Estado.

A Secretaria da Culta afirmou que o dinheiro usado para pagar os músicos será destinado para o Projeto Guri, que oferece gratuitamente aulas de iniciação musical para 53 mil crianças e jovens.

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), pretende acabar em até três anos com a função de cobradores nos ônibus municipais e avalia aumentar o valor da passagem em 6% para passageiros que pagarem em dinheiro. Segundo Doria, a extinção da função deve ocorrer "gradualmente", com a transformação dos cobradores em motoristas. O sindicato que engloba as duas categorias classificou a medida como "traição" do prefeito e promete "plano de luta" contra a medida.

"Não faremos de maneira repentina. Faremos gradualmente, sem nenhum prejuízo àqueles que são cobradores. Eles terão direito à preservação dos seus empregos, só que qualificados como motoristas", disse Doria na segunda-feira (6) no Terminal Bandeira, na região central. À tarde, em outro evento, ele complementou: "Será feito ao longo desses próximos dois a três anos."

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De acordo com Doria, o programa Rapidão - um serviço de ônibus expresso prometido pelo tucano - será implementado ainda no primeiro semestre e funcionará como um teste para a categoria dos cobradores."Vamos implementar o primeiro Rapidão, com experiência BRT e analisar o seu funcionamento. E, aí, ampliar rapidamente esse novo sistema Rapidão, onde o embarque e desembarque será feito em ônibus sem cobradores. Teremos apenas um cobrador na estação."

Pagamento

Segundo o secretário municipal de Transportes, Sérgio Avelleda, a Prefeitura não descarta cobrar tarifa mais alta para os 6% dos usuários que pagam em dinheiro. "Não temos nada de concreto. Não vou descartar essa possibilidade, mas ela não está hoje na nossa pauta de estudos".

A ideia seria elevar a tarifa em 6% para quem paga em dinheiro - o que daria R$ 0,23 além dos atuais R$ 3,80. Em janeiro, a SPTrans apresentou estudo em que previa necessidade de aumento da passagem para R$ 4,05 para equilibrar as contas.

Hoje, cerca de 15% das receitas do sistema de transporte vem de pagamentos feitos em dinheiro, segundo relatório de receitas da SPTrans.

Reações

Presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo, Valdevan Noventa classificou como "traição" o anúncio. "O prefeito pediu voto da categoria na campanha e apoiamos. Depois vem dizer que vai desempregar a categoria que apoiou. A gente vai tratar isso como traição."

"O transporte não está caro por causa do cobrador, mas das gratuidades dadas na gestão passada. Se a Prefeitura quer transporte de qualidade, como diz o prefeito, não pode acabar com os cobradores", disse Noventa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Sindicato Nacional dos Aeroportuários diz ter sido notificado da demissão de 170 funcionários no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, pela concessionária, GruAirport, que o administra.

As demissões ocorreram entre a última quarta-feira (1) e esta sexta-feira (3) e serão homologadas pelo sindicato em Guarulhos entre os dias 10 e 15 de fevereiro. Entre os demitidos estão seguranças do saguão e do pátio de manobras das aeronaves, funcionários dos setores de operações, taxiamento de aviões, do terminal de carga e manutenção da estrutura do aeroporto, informou o sindicato.

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O vereador Maurício Brinquinho (PT), da Câmara Municipal de Guarulhos, um pedido para a criação de uma comissão especial de inquérito para apurar a situação. A abertura da comissão ainda será debatida entre os vereadores.

Uma postagem do blog 'Notícias da TV' mantido por Daniel Castro e ligado ao UOL afirma que nove artistas mais as 'Panicats' serão demitidos em reformulação do programa 'Pânico na Band'. A suposta lista de demitidos inclui "Evandro Santo, o Christian Pior, Fábio Rabin, Lucas Salles, Amanda Ramalho, Mari Gonzalez, Fernanda Lacerda, Aline Riscado, Diego Becker e Marcelo Picon". 

A postagem também traz uma suposta lista de pessoas mantidas no elenco: "Além do apresentador Emílio Surita, continuam no programa humorístico Márvio Lúcio, o Carioca; Marcos Chiesa, o Bola; Rodrigo Scarpa, o Vesgo; Daniel Zuckerman, o Impostor; Daniel Peixoto, o Alfinete; Carlinhos Silva, o Mendigo, Guilherme Santana e Maurício Meirelles".

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O colunista Daniel Castro afirma que a lista não é oficial e que "é possível, inclusive, que alguns desses profissionais ainda apareçam nas próximas edições (e desmintam este texto). Mas seus contratos, assim que vencerem ao longo do ano, não serão renovados". 

Com a finalidade de diminuir prejuízos registrados pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), o presidente da instituição, Guilherme Campos, fez um anúncio nesta sexta-feira (16) sobre um plano de demissão voluntária dos profissionais. 

De acordo com ele, a confirmação será dada na próxima semana, pois o projeto está em fase final de autorização. Ainda segundo informações, os documentos necessários já foram adquiridos e, agora, o texto final foi encaminhado à Coordenação de Controle de Empresas Estatais (Cest), no Ministério do Planejamento. 

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Foco do plano de demissões voluntárias

Campos informou que a medida visa alcançar os servidores com idade de aposentadoria ou já aposentados pelo INSS. Com isso, a expectativa é alcançar entre seis e oito mil funcionários durante os cinco meses de vigência da adesão. Os valores serão pagos ao longo de oito anos.  

O intuito desta medida é reduzir os prejuízos tidos pela empresa entre 2015 e 2016. No ano passado, as perdas somaram R$ 2,1 bilhões e, neste ano, a previsão é semelhante.

Enquanto pipocam vazamentos do conteúdo de delações de 77 executivos da Odebrecht sobre esquemas de corrupção que atingem a elite da classe política brasileira, os empregados da empresa convivem com outra dura realidade: o desemprego. Na semana passada, diversos executivos foram informados que o número de funcionários da companhia já está abaixo dos 80 mil. Isso significa que mais de 100 mil foram demitidos ou pediram demissão nos últimos três anos, quando o quadro de funcionários chegou ao seu auge. Se levado em conta o período da Lava Jato, no fim de 2014, a companhia foi reduzida à metade em número de funcionários.

Somente neste ano foram cerca de 50 mil demissões, sendo que boa parte feita pela construtora Norberto Odebrecht. A explicação é que muitas obras acabaram e não há novos contratos para realocar pessoal. A culpa não é somente da Lava Jato, que fez o grupo mergulhar em uma crise financeira. Pesaram ainda a recessão econômica no Brasil, que reduziu os investimentos de forma generalizada, e a queda nos preços mundiais do petróleo, que atingiu a economia de vários países onde a Odebrecht atua, como Venezuela e países da África.

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No Brasil, na metade do ano, o grupo ainda mantinha um efetivo grande para terminar as obras ligadas à Olimpíada do Rio, mas a maior parte foi demitida ao fim do processo. No setor de rodovias, onde além de construtora a empresa é investidora, as obras de algumas estradas, como a da BR-358, foram paralisadas por falta de financiamento.

Os bancos em geral se fecharam ao crédito novo e de longo prazo para as empresas envolvidas nos escândalos de corrupção da Lava Jato. Mas o maior baque foi o congelamento de novos empréstimos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A decisão do banco de desenvolvimento não só inviabilizou alguns projetos no Brasil, como também atingiu as obras do grupo no exterior, já que cerca de R$ 5 bilhões em financiamentos para países que haviam contratado empresas brasileiras para as obras foram afetados. Alguns governos decidiram desacelerar as obras em razão da falta de financiamento. Na Venezuela, obras como a da hidrelétrica de Tocoma e a da ponte sobre o rio Orinoco estão em ritmo lento.

O caso mais emblemático no País foi o da Sete Brasil, criada para gerenciar a contratação de sondas para o pré-sal. O BNDES vetou o financiamento de longo prazo da Sete depois que a empresa foi envolvida nas investigações de corrupção sob acusação de pagamento de propina pelos estaleiros para a obtenção de contratos.

A consequência se deu para os próprios estaleiros, já que a Sete, sem dinheiro, suspendeu os pagamentos. Entre os estaleiros estava o Paraguaçu, do grupo Odebrecht em parceria com as empreiteiras OAS e UTC e o sócio japonês Kawasaki. No ano passado, quase 10 mil pessoas que trabalhavam nas obras do estaleiro foram dispensadas e a companhia está afundada em dívidas.

Para o próximo ano, se as obras continuarem se esvaindo ou mesmo que fiquem apenas estabilizadas, a expectativa é que o número de funcionários continue em queda. Somente a Odebrecht Ambiental, já vendida ao fundo Brookfield, tem 6 mil funcionários que sairão da folha de pagamentos do grupo assim que os órgãos reguladores aprovarem a operação. A empresa não quis fazer comentários.

Faturamento

A queda do número de funcionários, que fechou 2015 em 128 mil e agora está inferior a 80 mil, deve se refletir também no recuo do faturamento da empresa, segundo alguns banqueiros que acompanham o desempenho da companhia. A última vez que a Odebrecht teve 80 mil funcionários foi em 2008 e, naquela época, o grupo faturava R$ 41 bilhões por ano. Agora a receita está em R$ 126 bilhões, mas a expectativa é que caia em função da diminuição do volume de contratos de obras e na medida em que empresas do grupo forem sendo vendidas.

A construtora faturou em 2015 cerca de R$ 33 bilhões, não considerando o efeito do câmbio naquele ano. Com a variação cambial, esse número superou R$ 50 bilhões. A carteira de projetos da construtora continua sendo bastante significativa, girando em torno de US$ 30 bilhões, mas está em queda comparada a de anos anteriores, quando atingiu US$ 35 bilhões.

A expectativa é que a assinatura do acordo de leniência, feita há duas semanas, possa ajudar a estabilizar a empresa financeiramente. Além disso, o acordo impede que companhia seja considerada inidônea, o que permite a participação da empresa para licitações no Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Rádio Globo BH, emissora do Sistema Globo de Rádio (SGR), deixará de funcionar na segunda-feira. Focada nas transmissões esportivas, deixará 20 profissionais, entre jornalistas e técnicos, desempregados. Segundo o próprio SGR, a decisão é temporária e estratégica, dentro da reformulação das emissoras do país e sua migração para o FM. A rádio CBN, que também faz parte do grupo, passa a ocupar o lugar da emissora no dial.

O relato dos funcionários é de que a demissão em massa foi justificada pelo custo da operação. Segundo a filial de Belo Horizonte, 20 funcionários foram desligados, mas o SGR afirma que o número ainda não é oficial. Além dos profissionais da capital mineira, o grupo demitiu outros oito profissionais, quatro em São Paulo e quatro no Rio de Janeiro, também em função da reestruturação. Com isso, nomes como o do locutor Osvaldo Reis, o “Pequetito”, ficarão de fora das transmissões esportivas.

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Migração e ampliação do FM

Com o fim das transmissões de TV por sinal analógico, a faixa FM deverá ser estendida, já que esse tipo de transmissão televisiva também usa sinal de rádio. A expectativa dos profissionais é de que, nos próximos meses, o FM seja ampliado e, em vez de iniciar na frequência 88,1, passe a ser transmitido partindo do 76. Dessa forma, os ajustes irão favorecer alguns rádios de automóveis e celulares, que não tem a faixa AM, e as emissoras, que terão mais opções de frequência para operar.

A montadora alemã Volkswagen, que conta com quatro fábricas no Brasil, pretende demitir mais 3 mil funcionários de suas operações no País. Segundo comunicado divulgado pela empresa nesta sexta-feira, 18, o plano é fechar 5 mil vagas por um período de cinco anos a partir de 2016, sendo que 2 mil delas já foram cortadas, todas por meio de Programa de Desligamento Voluntário (PDV).

As novas demissões, disse a empresa, já estão previstas em negociações com os sindicatos. "Nas unidades de São Bernardo do Campo (SP) e São José dos Pinhais (PR) os acordos já foram firmados no início de 2016 e têm uma vigência de cinco anos. As fábricas de Taubaté (SP) e São Carlos (SP) estão em negociação com a representação dos empregados", diz a nota da montadora, que também anunciou 2 mil demissões na Argentina, das quais mil já foram efetuadas.

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A Volkswagen ponderou, no entanto, que o fechamento de mais 3 mil vagas no Brasil e outras mil na Argentina, no período de cinco anos, vai depender da evolução do mercado de veículos nos dois países.

O comunicado referente a demissões no Brasil e na Argentina foi divulgado após a matriz da empresa alemã anunciar, no início do dia, que fará um corte de 30 mil postos de trabalho em fábricas ao redor do mundo, como parte de uma reestruturação de suas operações para produção de carros de passageiro. Em 2015, ano em que a Volkswagen admitiu ter trapaceado em testes de emissões de poluentes, a montadora teve a sua primeira queda global de vendas em 13 anos.

No Brasil, onde a venda de veículos enfrenta uma queda generalizada desde 2013, a Volkswagen foi a que mais perdeu participação de mercado nos segmentos de automóveis e comerciais leves. No fim de 2012, a Volkswagen ocupava a segunda posição na preferência dos brasileiras, com 21,1% de participação. No acumulado de 2016 até outubro, a fatia da montadora caiu para 11,7%, em terceiro lugar.

O grupo alemão de automóveis Volkswagen está planejando cortar progressivamente pelo menos 10 mil postos de trabalho em todo o mundo ao longo dos próximos anos. O motivo seria uma migração natural com a mudança de motores convencionais para veículos elétricos.

Membro do conselho da empresa e responsável pelo departamento de recursos humanos, Karlheinz Blessing disse ao periódico alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung que a empresa deve fazer reduções ao longo dos próximos anos, mas sem recorrer a demissões forçadas. Atualmente a empresa emprega cerca de 600 mil pessoas ao redor do mundo.

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Ainda se recuperando do impacto do escândalo da fraude nas avaliações de emissões de gases, a Volkswagen tem acelerado a transição dos veículos para modelos elétricos. A empresa prevê que em 2025 um quarto dos carros vendidos possa ser tanto a bateria quanto híbrido.

A mudança teria um grande impacto na produção de motores a diesel e gasolina, além de outros componentes necessários em carros convencionais. "Os veículos elétricos têm menos componentes", disse, "então vamos precisar de menos trabalhadores".

Quase um ano após um incêndio que destruiu suas instalações, o Museu da Língua Portuguesa demitiu seu diretor técnico, Antonio Carlos de Moraes Sartini, e estrutura o ano de 2017 sem funcionários relacionados ao trabalho museológico da instituição e sem nenhuma atividade cultural e educativa.

Ao contrário do que ocorreu neste ano, quando a decisão do Museu da Língua foi manter exposições e eventos externos enquanto sua sede, no histórico prédio da Estação da Luz - tombado como patrimônio nas esferas municipal, estadual e federal -, precisa ser recuperada dos danos do incêndio, todo o planejamento de 2017 está sendo feito com foco nas obras de reconstrução.

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"Estamos reconfigurando o escopo de atuação da organização social (o IDBrasil Cultura, Educação e Esporte, que faz a gestão do museu desde 2012), de modo a focar os trabalhos nesse acompanhamento. A prioridade passou a ser as obras: há uma demanda legítima da sociedade para que devolvamos isso o mais rápido possível", afirma Renata Motta, coordenadora da unidade de preservação do patrimônio museológico da Secretaria de Estado da Cultura.

"No ano que vem, portanto, possivelmente não teremos atividades ao público, já que há esse revocacionamento do contrato", completa ela. Atividades externas só ocorrerão se houver algum patrocínio da iniciativa privada.

Conforme o Estado apurou, dos cerca de 60 funcionários que atuavam no Museu da Língua Portuguesa até o incêndio, apenas 12 seguem trabalhando atualmente, até o término dos projetos externos em andamento - em fevereiro do ano que vem. A partir de então, da equipe original, devem ser mantidos apenas dois ou três da área administrativa. "O fato de o museu não ter um acervo físico, ou seja, todo o nosso acervo é digital, acabou sendo uma vantagem diante da fatalidade que aconteceu", afirma Renata. Ou seja: a natureza da instituição prescinde equipes zelando pelos seus itens enquanto se aguarda a obra.

No momento, secretaria e organização social estão preparando o plano para o ano que vem. Entre os aspectos em discussão, está a própria renovação do contrato, que vence em 30 de novembro. Já há um consenso entre as partes que o mesmo deve ser renovado. O valor do repasse do Estado para a organização ainda não foi definido, mas deve ser semelhante ao deste ano - R$ 2,7 milhões. No ano passado, com o museu em pleno funcionamento, o aporte foi de R$ 6,7 milhões.

No dia 21 de dezembro de 2015, o local foi destruído por um incêndio de grandes proporções, que deixou um morto e levou à sua interdição. Ocupando 4,3 mil m² em três andares da Estação da Luz, o museu foi inaugurado em 2006 e, em seus últimos três anos de operação, recebeu 1,6 milhão de visitantes.

Obras

Para as obras de reconstrução, já há o valor total da indenização do seguro - R$ 39 milhões, dos quais cerca de R$ 5 milhões já foram utilizados para obras emergenciais no início do ano. Com este valor, entretanto, seria possível, conforme avaliam os gestores, apenas um museu "como o anterior". "A ideia é fazermos uma atualização tecnológica. Para tanto, já está em curso um plano de captação com parceiros da iniciativa privada", diz Renata.

É tabu falar em prazo. O receio é de que qualquer descumprimento seja interpretado como atraso. Internamente, discute-se como meta a reabertura em 2019.

Servidores da Prefeitura de Vitória de Santo Antão, na Mata Norte de Pernambuco, formalizaram uma denúncia no Ministério Público o município cobrando o pagamento de salários atrasados, demissões e a redução dos serviços prestados, por exemplo, na área da saúde. O atual prefeito Elias Lira (PSD) não conseguiu eleger o sucessor e as demissões e o atraso em serviços e pagamento iniciaram logo após o resultado das urnas.

Funcionários do município, que preferiram não se identificar, afirmaram ao Portal LeiaJá que mais cedo eles se reuniram na sede da prefeitura para cobrar explicações, mas, como não conquistaram êxito, seguiram em caminhada para o MPPE. Professores da cidade já decretaram estado de greve.

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Após receber a denúncia, assinada por cerca de 100 funcionários, promotores convocaram representantes do governo para uma audiência emergencial no início da tarde desta quinta-feira (13).

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A crise que levou à redução drástica nas vendas e na produção de veículos no Brasil provocou o fechamento, de 2014 até agora, de 31 mil vagas nas montadoras, onde normalmente os empregos são considerados de melhor qualidade. Na rasteira, foram demitidos mais de 50 mil trabalhadores nas autopeças e mais de 124 mil nas concessionárias, numa conta que supera 200 mil cortes.

Os números vão seguir em alta, pois ainda há ajustes a serem feitos em algumas fábricas, como as de Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR), onde a Volkswagen deve seguir o mesmo procedimento realizado na unidade do ABC paulista, com abertura de programa de demissão voluntária (PDV), que atraiu pelo menos 1,2 mil funcionários nos últimos dias.

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Na Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP), 1.047 trabalhadores se inscreveram em um PDV nas duas últimas semanas, após a montadora oferecer R$ 100 mil como incentivo, além dos direitos da rescisão. Apesar disso, a empresa não obteve as 1,4 mil adesões que esperava e, por isso, demitiu mais 370 funcionários.

Alguns trabalhadores aderiram ao programa por não verem mais o futuro que esperavam no setor, até pouco tempo muito cobiçado. "O ambiente atual é de muita pressão", diz Gustavo, funcionário da Mercedes há cinco anos que pediu para não ter o sobrenome divulgado, por questão de segurança.

Ele vai aproveitar o salário extra e a rescisão para quitar as prestações do apartamento em Santo André (SP), onde mora com a esposa, que trabalha numa administradora de condomínios, e a enteada, de 12 anos. "Com isso, me livro da maior dívida que tenho."

Gustavo, de 39 anos, vai começar a distribuir currículos em indústrias, mas já dá "este fim de ano como perdido". Se não conseguir emprego nessa área, pretende voltar a dar aulas de história, área em que é graduado.

Outro funcionário que também pede para não ter o nome divulgado - e se identifica apenas pelas iniciais J.S. - quer aproveitar o dinheiro do PDV para fazer um curso de línguas fora do País e, quem sabe, uma pós-graduação. "Enquanto a situação não melhora, vou tentar investir nos estudos", afirma ele, que tem 38 anos e também trabalhou por cinco anos na Mercedes no setor de CKD (veículos desmontados).

A intenção do ex-metalúrgico é ir para o Canadá ou Austrália, mas ele se preocupa com a dívida que deixará no Brasil, de "muitas" prestações do imóvel adquirido em São Bernardo do Campo (SP) há poucos anos.

A esposa e os três filhos de 17, 10 e 7 anos ficarão no País. Ela faz bicos como manicure e em confecção de roupas.

No fim de 2013, as montadoras do País empregavam 157 mil trabalhadores, número que, em agosto, era de 126 mil. Desse total, 2,5 mil estão em lay-off (com contratos suspensos por cinco meses) e 19,8 mil no Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que reduz jornada e salários.

Retomada

A partir de 2014, quando as crises econômica e política se intensificaram, a produção nacional despencou de 3,7 milhões de veículos para as esperadas 2,3 milhões de unidades neste ano.

O mercado interno encolheu 1,7 milhão de veículos e caminha para chegar ao fim do ano com vendas de no máximo 2 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, retornando assim a volumes próximos aos de dez anos atrás.

Voltar a vender anualmente mais de 3 milhões de unidades, como ocorreu de 2009 a 2014, deve levar no mínimo quatro anos, prevê Rodrigo Custódio, diretor da área automotiva da consultoria Roland Berger para a América do Sul.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, também vê uma recuperação lenta. Neste ano, a entidade estima nova queda de 19% nas vendas em relação ao anterior, mas, para 2017, o executivo espera o início da retomada.

"Certamente vamos ficar acima dos 2 milhões de veículos deste ano, que é um número muito baixo", prevê Megale. "Pode ser até que o volume cresça pouco, mas não vai ser negativo."

Queda de vendas no Brasil causa prejuízo bilionário a fabricantes

Nos últimos dois anos e meio, apenas duas das quatro maiores montadoras do País - as americanas General Motors e Ford - somaram prejuízos de US$ 3,9 bilhões na América do Sul, região em que o Brasil responde por quase 60% das vendas. As duas marcas e a Fiat Chrysler são as únicas que divulgam balanços financeiros na região.

O grupo Fiat Chrysler teve lucro de US$ 218 milhões em 2014 e prejuízo de US$ 78 milhões no ano passado. No primeiro semestre deste ano, voltou a se recuperar e registrou ganho de US$ 10 milhões. A Ford, contudo, perdeu no período US$ 521 milhões, quase 40% a mais que em igual intervalo de 2015.

A GM, por sua vez, teve prejuízo de US$ 188 milhões, melhora significativa em relação ao resultado negativo de US$ 358 milhões no primeiro semestre de 2015. "Provavelmente a empresa adotou medidas de eficiência, redução de custos e de pessoal", afirma o diretor da Roland Berger, Rodrigo Custódio.

Ele acredita que o quadro de perdas se estenda para a maioria das demais montadoras. O setor opera com menos de 50% de sua capacidade produtiva, de 5,3 milhões de veículos, atingida nos últimos anos com a inauguração de novas fábricas.

Uma das novas construções, a unidade da Honda em Itirapina (SP), ficou pronta no fim de 2015, mas até hoje não ligou as máquinas. A fábrica com capacidade para 120 mil carros ao ano está fechada, à espera da retomada do mercado. Não há previsão de quando será inaugurada.

Competitividade

O único dado positivo das montadoras são as exportações, em parte ajudadas pela questão cambial.

No ano passado as vendas externas somaram 417 mil veículos, quase 25% a mais que em 2014. Neste ano, a previsão é de superar 500 mil unidades.

O problema é que o carro nacional só consegue chegar a países da América Latina, cuja demanda total é inferior ao mercado brasileiro. Além disso, para alguns deles, é mais barato importar da China ou dos Estados Unidos.

"O Brasil precisa sair para fora da América Latina, pois o mundo é muito maior que isso", diz Custódio. Mas a falta de acordos comerciais com outros países, e principalmente a falta de competitividade do produto nacional, torna esse caminho bastante difícil.

O consultor da Roland Berger cita, por exemplo, o nível de automação - que é um elemento de competitividade - na indústria local. "O Brasil tem 30 mil robôs nas fábricas e, para se equiparar à média mundial precisaria ter 200 mil".

Outro exemplo é a falta de escala de produção. Levando-se em conta a grande quantidade de modelos produzidos no País, a média brasileira é de 30 mil unidades ao ano por modelo. Nos EUA é de 110 mil, no México de 90 mil e na Alemanha de 80 mil. Segundo Custódio, o investimento em um novo carro é muito alto e, sem escala produtiva, pode ser inviável.

Outro fator citado por ele é a urgente necessidade de recuperação do parque de fornecedores, que passa por grandes dificuldades e muitas empresas estão quebrando ou entrando em recuperação judicial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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