Tópicos | depoimento

O ex-diretor-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações Dalton Avancini, afastado do cargo porque foi preso pela Operação Lava Jato, declarou à Justiça Federal que, ao assumir uma das áreas da empreiteira, foi informado sobre um "compromisso" de propina para as diretorias de Abastecimento e de Serviços da Petrobras, então sob comando, respectivamente, dos engenheiros Paulo Roberto Costa e Renato Duque.

"Quando assumi a área a informação que se tinha é que existia um compromisso com as (outras) empresas de pagamento de 1% (de propina) para cada uma (diretoria da Petrobras) e que esse valor era para os partidos", afirmou Avancini, citando o PT e o PP, ao responder indagação, em audiência, se tinha conhecimento dos pagamentos para diretorias da estatal petrolífera.

##RECOMENDA##

Avancini depôs nesta segunda feira, 18, em Curitiba, base da Lava Jato. Ele foi preso em novembro de 2014 pela Operação Juízo Final, fase da Lava Jato que alcançou o braço empresarial do esquema de corrupção montado na Petrobras entre 2003 e 2014. Para se livrar da prisão fez delação premiada e ganhou regime domiciliar, com tornozeleira eletrônica.

Segundo ele, na ocasião, "o que se dizia" é que a soma equivalente a 1% sobre cada grande contrato firmado com a Petrobras era repassada à Diretoria de Serviços, "em atendimento para o PT que a apoiava" e à Diretoria de Abastecimento, "a partir do PP".

Ante a pergunta sobre "como funcionava essa ideia de compromisso", Avancini afirmou. "Não havia explicitamente essa troca toma lá dá cá de coisas pontuais, havia um sistema que funcionava e que, aparentemente, esses diretores apoiavam e deixavam acontecer. O que eu acho é que, de fato, acontecia. Eles (diretores) faziam vistas grossas e isso funcionava para que as mesmas (empresas) fossem vencedoras, para que a licitação acontecesse dessa maneira."

Os pagamentos iam para os partidos e para os diretores?, foi perguntado ao empresário. Segundo ele, havia contratos com as empresas do lobista Julio Camargo, a Piemonte e a Treviso - empresas de fachada, segundo a Lava Jato, pelas quais fluía o dinheiro da propina. Julio Camargo é outro delator da Lava Jato. Ele seria o elo das empreiteiras com a diretoria então comandada por Renato Duque.

"Essas empresas (Piemonte e Treviso) eram usadas para pagamentos à Diretoria de Serviços. Eram a Piemonte e a Treviso, eram contratos de consultoria. A partir disso eram feitos os pagamentos como consultoria e o Julio Camargo repassava para a Serviços", disse o ex-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações.

Ele disse que a Camargo Corrêa "tentou não pagar durante um bom tempo", mas houve pressão para que os pagamentos fossem realizados. "Os contratos de consultoria tinham como finalidade só pagamento dessas comissões."

Segundo ele quem ficava responsável pelos repasses aos partidos políticos era o próprio Julio Camargo. "Ele cuidava (dos repasses aos partidos). Nosso contato era exclusivamente com ele e ele fazia dali para frente, ele cuidava do que era para os partidos."

Foi perguntado a Avancini que se ele tinha conhecimento de eventual participação do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto nos recebimentos de propinas para o PT. "Não conheço", declarou o empresário. Segundo ele, esses pagamentos aos partidos políticos se davam porque os partidos mantinham os diretores na Petrobras.

"O sistema funcionava dessa maneira. Os diretores colocavam que isso era uma obrigação e as empresas respeitavam isso como um dever. Os próprios diretores revelavam que tinham o apoio dos partidos. Eles diziam: para que se mantivessem (com os contratos em vigor com a Petrobras), as empresas deveriam fazer essas contribuições. Assim, cada empresa resolvia o seu problema individualmente."

O juiz Sérgio Moro, que conduziu a audiência, perguntou a Avancini se o pagamento de propinas era usual ou foi pontual. "Era usual em todos contratos nossos. Isso era uma exigência. Já existia isso e me foi passado quando assumi a área."

Ele disse que tem conhecimento que outras empresas efetuavam o pagamento de propinas. "Sim, efetivamente pagavam. Todos comentavam que isso existia."

Segundo Avancini, o porcentual incidia não apenas sobre o valor dos contratos, mas também sobre os aditamentos. O ex-presidente da Camargo Corrêa disse que a empresa "sofreu pressão" para pagar propinas.

"No caso da RNEST (Refinaria Abreu e Lima), quando assumi a área, havíamos acabado de vencer a licitação e percebemos um movimento interno para que o contrato não fosse assinado por parte da Diretoria de Serviços, principalmente. Houve reuniões com a Diretoria de Serviços para entender o porque (da demora na assinatura do contrato). Eu estive numa reunião, no final de 2009, estava o (Renato) Duque e o Eduardo Leite (ex-diretor da Camargo Corrêa). Ele (Duque) colocou uma série de problemas, mas ficou muito claro que não tinha motivo para retardar o contrato, a assinatura. Quando houve aproximação com o Julio Camargo o contrato foi assinado."

Segundo Avancini, "o poder que eles (diretores) têm é muito grande". "Basta não colocar na reunião da diretoria um aditivo, pode retardar por muitos meses algo que poderia ter sido resolvido com mais agilidade", afirmou Avancini. "A regra geral era pagamento de propina em todo aditivo. Nós éramos cobrados por dívidas com essas duas diretorias."

Ao ser questionado se os valores iam para os diretores (Costa e Duque), ele disse. "Era colocado para os partidos."

Mesmo com o discurso de que permaneceria calado durante interrogatório da CPI da Petrobras em Curitiba (PR) nesta terça-feira (12), o ex-deputado Pedro Corrêa, disse que não recebeu qualquer repasse ilícito de Alberto Youssef. De acordo com ele, o esquema de desvio de recursos da Petrobras só começou em 2006, quando já não era mais deputado. O depoimento ocorreu no auditório do Foro da Seção Judiciária do Paraná.

“Se fosse verdade o conteúdo das delações premiadas do Paulo Roberto Costa e do Alberto Youssef eu teria algo entre R$ 21 e R$ 25 milhões. Onde está este dinheiro?”, disse Corrêa ao responder pergunta do deputado Ivan Valente (Psol-SP).

##RECOMENDA##

A reposta de Corrêa foi contestada por Valente.“Eu sei onde está. (...) O senhor foi presidente de partido (PP), o senhor faz política, o senhor repassou o dinheiro para os deputados do seu partido”, concluiu. Em seguida leu trechos de depoimentos que mencionavam repasses para vários deputados do PP, inclusive a filha de Pedro Corrêa, a ex-deputada Aline Corrêa.

“Minha filha só foi eleita da primeira vez por conta da votação de Paulo Maluf e Celso Russomanno em São Paulo”, defendeu Pedro Corrêa. E completou: “Eu não tenho mandato desde 2006 e como é que podem dizer que eu continuei a receber dinheiro? Político sem mandato não tem influência, o senhor sabe”, completou.

“Tem sim. O Lula”, rebateu o deputado Delegado Waldir (PSDB-GO). “Como o Lula tem influência? Tanto não tem influência que querem botar ele na cadeia e só não fazem isso porque não tem coragem, se não vai acontecer o que aconteceu na época da morte do Getúlio Vargas: as pessoas vão para a rua”, disse Corrêa.

Sobre Paulo Roberto - O ex-deputado admitiu durante depoimento ter conhecido o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. “O senhor o apoiou para ser nomeado?”, perguntou Valente. “Eu o apoiei para ser nomeado para outra empresa, a TBG, e depois ele se credenciou para ir para a Petrobras”, respondeu Corrêa.

O ex-parlamentar negou que o PP ameaçou sair da base aliada caso Paulo Roberto Costa não fosse nomeado. Segundo Correa, na época o líder do PP era o deputado José Janene – apontado por Alberto Youssef como o principal nome do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras por meio do pagamento de propina por empresas contratadas. 

“O presidente Lula nomeou Paulo Roberto Costa por pressão do PP?”, perguntou o deputado Izalci (PSDB-DF). “Quem nomeia é o Conselho Administrativo da Petrobras. O governo só indica”, respondeu Corrêa.

*Com informações da Agência Câmara

Condenado em primeira instância por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, René Pereira – um dos alvos da Operação Lava Jato - disse, nesta terça-feira (12), em Curitiba, que foi ameaçado por policiais federais que tomaram seu depoimento após prendê-lo.

Sem fornecer detalhes que sustentassem sua alegação, Pereira disse ser inocente de todas as acusações apresentadas contra ele. A Operação Lava Jato investiga desvio de recursos da Petrobras.

##RECOMENDA##

“Estou condenado por algo que a PF colocou [no inquérito policial] e disse que seria assim. Agora, de nada adianta eu delatar o que houve dentro da PF porque não tenho provas. Porque só foi gravado aquilo que interessa à PF. As ameaças que sofri não foram gravadas”, disse Pereira, ao prestar depoimento a deputados federais que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.

“Não participei de nada do que está sendo colocado nas investigações. O tráfico de que estou sendo acusado não existe”, comentou Pereira, apontado como responsável por uma carga de 698 quilos de cocaína apreendida em novembro do ano passado em Araraquara (SP).

Incentivado por parlamentares a explicar as ameaças que afirma ter sofrido, Pereira disse ter sido orientado por seu advogado a guardar as informações para sua defesa. A estratégia de Pereira foi criticada por deputados que, sem sucesso, tentaram demovê-lo da ideia de não responder à maioria das perguntas. A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria da PF, que ainda não comentou o assunto.

Durante seu depoimento, Pereira se limitou a declarar inocência e afirmar que só conheceu os demais acusados de participação nos fatos investigados na Operação Lava Jato após ter sido detido e conduzido à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR).

Declarou que, até ser preso, não conhecia o doleiro Carlos Habib Charter. Como Charter, Pereira mora em Brasília. Os dois foram condenados por tráfico internacional de drogas no mesmo processo. Pereira ainda disse que jamais teve vínculo com políticos, nem operou  recursos de campanhas.

Antes de Pereira, os integrantes da CPI da Petrobras ouviram a doleira Nelma Kodama. Ela disse estar negociando com a Justiça Federal um acordo de delação premiada. A expectativa é de que sejam ouvidos, ainda hoje, os ex-deputados Luiz Argôlo, Pedro Corrêa e André Vargas, e o doleiro Carlos Habib Chater.

O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP) deve prestar depoimento a Polícia Federal (PF), nesta segunda-feira (27), sobre seu envolvimento com o esquema de propinas em contratos da Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato. O progressista está preso desde o último dia 13, na carceragem da PF em CuritibaOs primeiros esclarecimentos de Corrêa estão agendados para as 14h.

O ex-deputado é acusado de ter recebido R$ 5,3 milhões desviados de contratos para campanhas do PP. Além disso, o progressista é apontado de usar a nora, Márcia Danzi Corrêa de Oliveira, e um ex-funcionário, Jonas Aurélio de Lima Leite, como “laranjas” no esquema.  

##RECOMENDA##

Antes de ser preso pela Lava Jato, Pedro Corrêa já cumpria pena de 7 anos e dois meses de prisão no Centro de Ressocialização do Agreste, em Canhotinho, por condenação no Processo do Mensalão. Ainda não se tem previsões sobre o retorno do ex-parlamentar ao estado.

Os parlamentares que precisam prestar depoimentos sobre eventual participação no esquema deflagrado pela Operação Lava Jato têm se queixado do "constrangimento" de se apresentarem à Polícia Federal. Segundo relatos de interlocutores, o pedido é para que os próximos possam depor na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Nesta quarta-feira, 8, os deputados do PP-RS Jerônimo Goergen e Renato Molling prestaram depoimento. Os dois são investigados no inquérito que apura suposta formação de quadrilha por 39 pessoas. Os parlamentares são citados na delação do doleiro Alberto Youssef na lista de deputados do PP que recebiam entre R$ 30 e R$ 150 mil por mês, parte da propina nos contratos da Petrobrás.

##RECOMENDA##

A opção dos investigadores, segundo fontes, é por iniciar a realização das diligências relativas aos casos de "doação legal" com dinheiro supostamente desviado da Petrobras, para depois juntar os fatos apurados à investigação da formação de quadrilha. O depoimento dos dois deputados do PP-RS, portanto, aconteceu em razão da apresentação espontânea dos parlamentares.

Molling negou as acusações e afirmou não ter recebido recursos de forma ilícita. Ele informou que vai disponibilizar ainda nesta semana seus extratos bancários e as declarações de imposto de renda.

Goergen repetiu os argumentos que vem apresentando desde a divulgação da lista de investigados nas duas horas em que foi ouvido por três procuradores e um delegado da PF. Deputado federal desde 2011, ele diz que não integrava a Câmara na data em que foi citado por Youssef. Ele também afirmou que fazia oposição interna no partido ao grupo envolvido no esquema.

"Tentei mostrar minha vida dentro do partido. Me coloquei à disposição, disse que apoio integralmente a investigação", afirmou o deputado. Goergen disse já ter entregue ao Ministério Público todos os seus extratos bancários a partir de 2010 e que já autorizou a quebra de seu sigilo telefônico.

Na semana passada, segundo fontes da PF, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) se apresentou para depor. Ela foi acompanhada do marido, o ex-ministro Paulo Bernardo. Há rumores de que Bernardo tenha prestado depoimento no mesmo dia. Apesar de não ser investigado, ele é citado nos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Segundo Costa, Youssef o avisou que o ex-ministro pediu no início de 2010 um "auxílio financeiro" no valor de R$ 1 milhão para a campanha da petista. A assessoria da senadora nega que Gleisi já tenha prestado depoimento e afirma que, em petição, ela se disponibilizou a marcar a data da oitiva, mas ainda não foi chamada.

Já prestaram depoimento também o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Os dois foram citados por Paulo Roberto Costa, em delação premiada, como beneficiários de recursos oriundos de propina para campanha eleitoral.

A assessoria do senador pernambucano confirmou à reportagem que o depoimento foi prestado no dia 24 de março e que Humberto Costa repetiu o que vem dizendo publicamente desde que apareceu entre os supostos beneficiários do esquema de corrupção, que as doações recebidas por ele são legais e que sua relação com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras se deu apenas no contexto da implantação da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

À reportagem, a assessoria de Farias confirmou também o depoimento, mas não quis comentar sua fala. As diligências de investigação dos políticos supostamente envolvidos na Lava Jato tinham prazo inicial de 30 dias para serem cumpridas, a contar da abertura dos inquéritos. O prazo se esgota nesta semana e a Procuradoria-Geral da República vai pedir ao Supremo Tribunal Federal que o período seja prorrogado. O pedido é protocolar e deve ser acatado pelo ministro relator dos inquéritos, Teori Zavascki. Novos depoimentos estão programados para a próxima semana.

A CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados ouvirá o depoimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, nesta quinta-feira (9). Essa é uma das oitivas mais esperadas pelos parlamentares.

Vaccari é apontado como o responsável do PT por arrecadar propinas de empresas contratadas pela Petrobras. Ele está sendo processado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal.

##RECOMENDA##

Na terça (7), o colegiado ouviu o diretor de Gás e Energia da estatal, Hugo Repsold Júnior, que negou que tenha chegado ao cargo por indicação política. Ele também negou ter conhecimento de pagamento de propina a diretores. “Nunca soube dessa prática e fiquei indignado”.

Outros depoimentos
O empresário Augusto Mendonça Neto, da empresa Toyo Setal, será ouvido no dia 14 de abril. Em delação premiada, ele disse ter pago propina ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, dinheiro que seria destinado ao PT. Segundo ele, o partido teria recebido ó de desvios das obras da Refinaria do Paraná (Repar), entre 2208 e 2011, R$ 4 milhões.

No cronograma também está previsto o depoimento do presidente do BNDES, Luciano Coutinho no dia 16. O banco financiou a criação da empresa Setebrasil, empresa acusada de subcontratar estaleiros que teriam efetuado o pagamento de propinas.

A CPI já ouviu o ex-gerente geral da refinaria Abreu e Lima, Glauco Legatti, os ex-presidentes Graça Foster e José Sérgio Gabrielli, o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e o ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da estatal Pedro Barusco. Voluntariamente, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também prestou esclarecimentos sobre as acusações de suposto envolvimento dele no esquema.

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, aceita ser interrogado em Londres pela Justiça sueca, desde que tenha acesso ao processo aberto contra ele por estupro e de agressão sexual - informou um de seus advogados nesta segunda-feira (23).

"Precisamos ter acesso à totalidade do procedimento, que está há quatro anos e meio nas mãos da Procuradoria sueca, e não nas da defesa", declarou o juiz espanhol Baltasar Garzon, agora advogado de Julian Assange.

##RECOMENDA##

Há dez dias, a Procuradoria sueca decidiu interrogar e coletar DNA de Assange, na embaixada do Equador, em Londres, onde o australiano buscou asilo em junho de 2012.

"Essa oferta sempre esteve sobre a mesa. Não cansamos de propô-la, e estou muito feliz que a Procuradoria a tenha, enfim, aceitado", declarou Assange, em vídeo, depois de uma conferência em Genebra sobre a proteção dos informantes no Ocidente.

Em paralelo à conferência, Garzon disse à AFP: "é claro que vamos aceitar esse interrogatório, mas é preciso que eles aceitem pré-condições mínimas".

Segundo ele, ter acesso à documentação referente ao caso é "simplesmente o direito mínimo de qualquer pessoa envolvida em um processo judiciário". Garzon acrescentou que a data do interrogatório ainda deve ser estabelecida, mas "deve acontecer rapidamente".

Duas suecas, na faixa dos 30 anos, acusaram Assange de estupro e de agressão sexual, quando elas hospedaram-no durante congressos na Suécia. O australiano alega que as relações com as duas demandantes foram consensuais.

Refugiado na embaixada do Equador, ele consegue evitar o mandado de prisão europeu que a Grã-Bretanha espera executar assim que Assange sair da missão diplomática sul-americana. A polícia britânica vigia o local 24 horas por dia.

Assange diz temer que a Suécia possa extraditá-lo para os Estados Unidos por conta de seu papel no vazamento para o WikiLeaks de cerca de 250 mil telegramas diplomáticos americanos (os chamados "cables") e 500 mil relatórios militares confidenciais da Defesa.

O clima foi tenso nesta quinta-feira (19), durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, na Câmara Federal dos Deputados, em Brasília. Na presença do ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, o presidente do Solidariedade, deputado federal Paulinho da Força (SP), acusou o ex-diretor de ter roubado mais de 300 mil trabalhadores que acreditaram na empresa, e compraram ações com suas contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGST). 

No decorrer do discurso o parlamentar citou um exemplo e comentou também ter investido na Petrobras. “Alguns anos atrás, usei R$ 18 mil do FGTS para comprar ações da Petrobras. Fui o primeiro metalúrgico a fazer isso. Essas ações chegaram a valer R$ 298 mil. Hoje valem apenas R$ 40 mil”, destacou.

##RECOMENDA##

Segundo o presidente do Solidariedade, a serviço do PT e de seu tesoureiro João Vaccari, Duque assaltou os trabalhadores. “Da parte que já se sabe, o desvio para o partido foi de 200 milhões de dólares”, argumentou, soltando farpas logo em seguida. “Você não tem vergonha de ficar calado, depois de ter dado esse prejuízo danado”, atacou Paulinho, ao condenar a postura do ex-diretor de se recusar a responder as perguntas que lhe foram feitas.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras irá ouvir, nesta quinta-feira (19), o depoimento do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. A oitiva está marcada para as 9h30, no plenário 2.

Até esta quarta-feira (18), o depoimento de Duque estava marcado para o auditório da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Mas o presidente da Câmara do Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspendeu o Ato 82 da Mesa Diretora, de 12 de julho de 2006, para permitir que ele fosse ouvido na Casa. O dispositivo impedia que presos fossem ouvidos na Câmara.

##RECOMENDA##

Duque voltou a ser preso na segunda (16), devido a movimentações de dinheiro no curso das investigações da Operação Lava Jato, que apura o desvio de dinheiro da Petrobras durante os anos de 2005 e 2015 para beneficiamento de partidos políticos e financiamento de campanhas eleitorais.

O juiz Sérgio Moro, responsável pelo processo pela Operação Lava Jato na primeira instância, autorizou a CPI da Petrobras a tomar o depoimento do ex-diretor da Petrobras nesta quinta. O magistrado determinou a apresentação de Duque, mediante escolta da Polícia Federal.

 

O presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), solicitou na manhã desta segunda-feira, 16, ao juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal no Paraná, que o ex-diretor de Serviços de Engenharia da Petrobras Renato Duque seja ouvido pelos membros da comissão nesta quinta-feira (19) na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

O depoimento de Duque estava previsto para ocorrer na quinta-feira na Câmara. No entanto, Duque voltou a ser preso novamente nesta manhã no Rio de Janeiro em uma nova fase da Operação Lava Jato e um ato da Mesa Diretora proíbe que presos sejam ouvidos na Casa.

##RECOMENDA##

Para evitar adiamento ou alteração no cronograma de trabalho da comissão, Motta não quer abrir mão de ouvir o ex-diretor nesta semana. Caso não seja possível a transferência de Duque para Brasília, um grupo de deputados poderá ir até Curitiba, onde o ex-diretor ficará preso.

Esta é a décima fase da Operação Lava Jato, que foi batizada de "Que País é Esse", frase usada por Duque após ele ser solto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) numa das fases anteriores da operação. Nesta fase, a PF investiga crimes de fraude em licitação, uso de documento falso, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa e associação criminosa. A prisão de Duque é preventiva e não tem data para terminar. Ao todo, estão sendo cumpridos 18 mandados judiciais.

O ex-gerente executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, disse em depoimento à CPI da Petrobras que foram solicitados à SBM Offshore recursos para campanha eleitoral e que os valores foram repassados ao PT, via o tesoureiro João Vaccari Neto.

Questionado a quem eram destinados os valores, Barusco disse que o dinheiro foi dado na época da eleição presidencial em que disputavam o tucano José Serra contra a petista Dilma Rousseff, em 2010. Ele ressaltou que o dinheiro foi encaminhado ao PT. "Foi solicitado a SBM um patrocínio de campanha, só que não foi dado por eles diretamente. Eu recebi o dinheiro e repassei num acerto de contas em outro recebimento", afirmou.

##RECOMENDA##

O ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco contrariou a alegação de empreiteiros de que eram coagidos a pagar propinas. Em depoimento à CPI da Petrobras que iniciou no final da manhã desta terça-feira, 10, Barusco disse não lembrar de casos de extorsão.

"Fico procurando na minha mente e na minha memória e não me recordo de nenhum caso. Extorsão eu nunca vi", afirmou.

##RECOMENDA##

Barusco presta depoimento aos parlamentares desde as 10h55. Ele está em liberdade. Para não ser preso, o ex-gerente-executivo da diretoria de Serviços da Petrobras fechou acordo de delação premiada em que se comprometeu a devolver cerca de US$ 100 milhões. Durante sua fala, ele disse ter começado a receber propinas em 1997, ainda durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

Como não conseguiram ampliar o prazo de investigação da CPI, petistas apostam no depoimento de Barusco para ligar os tucanos ao esquema de corrupção da Petrobras. A oposição não se opõe a ouvir o ex-gerente da estatal porque afirma que Barusco deixou claro que, naquela época, os acordos eram feitos entre ele e o representante de uma empresa, sem participação do governo.

Vaccari

O ex-gerente-executivo disse que só a partir da vinda do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, começou a ter reuniões com ele para tratar do pagamento de propina. Barusco disse que não teve contato com Delúbio Soares, ex-tesoureiro petista condenado no caso mensalão, e que não sabe quem fazia essa articulação à época.

Sobre a Sete Brasil, Barusco disse que se trata de um projeto "muito interessante" e lamentou que a descoberta de pagamento de propina junto aos estaleiros tenha feito com que os agentes financeiros se retraíssem. Ele afirmou que é preciso separar a qualidade do projeto dos problemas que a estatal enfrenta. "O problema da Petrobras é a propina", insistiu.

"A Sete pode realmente quebrar", disse Barusco, lembrando da necessidade de financiamento do BNDES.

Pressionado a falar sobre as indicações políticas na Petrobras, Barusco disse que o ex-diretor Renato Duque nunca comentou quem era seu padrinho político na estatal. A oposição vem insistindo para que Barusco revele quem comandou o esquema de propina na Petrobras e quando a corrupção se institucionalizou na estatal. "O esquema foi se implantando lentamente", disse.

PSDB

O PSDB celebrou o depoimento. Os tucanos consideram que as falas do ex-executivo enterraram a estratégia do PT de estender a crise para o governo Fernando Henrique Cardoso. "O depoimento foi um banho de água fria para o PT", disse ao Estado o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), líder da minoria da Câmara e sub-relator da Comissão Parlamentar de Inquérito.

No começo do depoimento de Barusco, o deputado Luís Sérgio (PT-RJ), relator da CPI, pressionou o ex-gerente a falar sobre as primeiras propinas que ele recebeu entre 1997 e 1998. O delator reafirmou o que disse em seu depoimento à Polícia Federal, mas ressaltou que as propinas antes de 2003 foram recebidas em caráter pessoal e só depois disso de forma "sistêmica". "Essa estratégia do PT já era esperada, mas Barusco deixou claro que a propina institucionalizada começou em 2004", afirmou o deputado Bruno Covas (PSDB-SP), sub-relator da CPI.

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, intimou nesta segunda-feira (19) o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli a depor. Gabrielli prestará depoimento à Justiça Federal na condição de testemunha de defesa em 25 de março, mas não precisará ir a Curitiba porque poderá falar por meio de videoconferência.
 
O ex-presidente da estatal foi arrolado como testemunha de defesa por dois réus da Operação Lava Jato: o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. O despacho de Sérgio Moro não explica as razões por que os acusados pediram o depoimento de Gabrielli.
 
Cerveró e Baiano respondem por lavagem de dinheiro e corrupção contra o sistema financeiro. Segundo a denúncia do Ministério Público, eles são acusados de ter recebido propinas entre 2006 e 2012. Em um dos casos, na contratação de navios-sonda pela Petrobras para a perfuração em águas profundas na costa da África e do México, os dois teriam recebido US$ 40 milhões em propina em 2006 e 2007.

Pelo menos dez pessoas, incluindo adolescentes, foram detidas na manhã desta quinta-feira (12) na ilha de Itamaracá, cidade da Região Metropolitana do Recife (RMR). O grupo é suspeito de integrar duas gangues rivais e promover confusão durante a festa em comemoração ao feriado municipal de Nossa Senhora do Pilar, no início do mês de fevereiro.

O tumulto aconteceu do domingo (1°) para a segunda (2) na Praça do Pilar. Ao se encontrarem, os integrantes das gangues dos bairros de Rio Âmbar e Jaguaribe deram início a uma briga generalizada. “Virou um tumulto. Jogaram cadeiras, garrafas de vidros. Houve furto, roubo e pessoas feridas”, explicou o delegado Evaristo Neto.

##RECOMENDA##

Desde então, os suspeitos começaram a ser investigados e só hoje alguns foram localizados. Outros acusados continuam sendo procurados pela Polícia. “Vamos indiciá-los por danos, depredação, lesão corporal, formação de quadrilha, furto e roubo”.

Após prestarem depoimentos, os envolvidos serão liberados. “Eles estão sendo processados, vamos pedir a prisão preventiva de alguns, mas cabe ao juiz analisar e decidir sobre a detenção deles”, concluiu o delegado.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prestou depoimento nesta terça-feira, 10, na Polícia Federal no inquérito aberto a partir de denúncia do próprio peemedebista sobre uma suposta gravação produzida para envolvê-lo nas investigações da Operação Lava Jato.

Em janeiro, Cunha convocou os jornalistas para dizer que era vítima de "alopragem" montada, segundo fontes do deputado, pela "cúpula da PF". No depoimento, Cunha contou que manteve os fatos relatados anteriormente aos jornalistas e que a condução da investigação caberá agora à PF. "Eles precisavam ter formalmente meu depoimento para a partir daí partirem (para as apurações)", disse.

##RECOMENDA##

Durante a campanha para a presidência da Casa, Cunha distribuiu aos jornalistas cópias de uma gravação que trazia a conversa entre duas pessoas. No diálogo telefônico, um dos homens ameaçava contar o que sabia caso o deputado o abandonasse.

Na ocasião, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que estava em férias, determinou que o caso fosse encaminhado à PF e que fosse aberto um inquérito para apurar a denúncia.

O Ministério Público Federal desistiu de novos depoimentos da ex-gerente executiva da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, Venina Velosa da Fonseca. Ela estava intimada para depor nos autos da Operação Lava Jato na próxima sexta-feira, 6, mas procuradores que integram a força tarefa pediram sua dispensa alegando que ela "pouco esclareceu" em uma primeira audiência realizada nesta terça-feira, 3.

Venina foi ouvida no Ministério Público Federal no dia 17 de dezembro de 2014 e na Justiça Federal no Paraná, base da Lava Jato, no processo em que são réus executivos da empreiteira Engevix, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. À Justiça, ela declarou que aditivos contratuais geravam uma "escalada de preços" nos contratos da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

##RECOMENDA##

A ex-gerente atribuiu ao ex-diretor de Serviços da estatal petrolífera Renato Duque responsabilidade por essa situação e declarou que um ex-gerente jurídico tentou alertar sobre o esquema de cartelização das empreiteiras e foi punido internamente. Venina era de confiança do ex-diretor de Abastecimento, primeiro delator da Operação Lava Jato, e revelou em novembro que havia alertado internamente o comando da Petrobrás, inclusive Graça Foster, então presidente da Petrobrás.

Ela iria depor novamente na sexta feira, 6, em outra ação penal da Lava Jato. Mas, segundo os procuradores da República Diogo Castor de Mattos e Deltan Martinazzo Dallagnol ela "pouco esclareceu sobre os fatos apurados". "Assim, o Ministério Público Federal entende conveniente desistir da oitiva de Venina para a audiência de sexta-feira, o que induz a desnecessidade de juntada dos arquivos do seu depoimento", assinalam os procuradores da República.

A ex-gerente executiva da Diretoria de Abastecimento da Petrobras Venina Velosa da Fonseca afirmou nesta terça feira, 3, em seu primeiro depoimento à Justiça Federal que aditivos contratuais geravam uma "escalada de preços" nos contratos da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Ela atribuiu ao ex-diretor de Serviços da estatal petrolífera Renato Duque responsabilidade por essa situação e declarou que um ex-gerente jurídico tentou alertar sobre o esquema de cartelização e foi punido internamente.

Venina era mulher de confiança do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa - primeiro delator da Operação Lava Jato - e revelou em novembro que havia alertado internamente o comando da Petrobras, entre eles a atual presidente da estatal, Graça Foster. A ex-gerente foi ouvida na Justiça Federal em Curitiba na ação penal em que são acusados executivos da empreiteira Engevix, o ex-diretor de Abastecimento e o doleiro Alberto Youssef.

##RECOMENDA##

"Criamos um novo modelo de contrato", disse a testemunha. Segundo ela, esse 'novo modelo' servia para que a Diretoria de Abastecimento tivesse mais controle sobre a execução dos contratos. Mas a meta esbarrou no então diretor de Serviços. "Na medida em que essa estratégia de contratação não foi aprovada e o diretor de Serviços Duque tomou para ele a questão do cronograma e execução."

Ela confirmou que Paulo Roberto Costa foi indicado pelo PP para ocupar a Diretoria de Abastecimento. Venina já foi responsabilizada por quatro irregularidades que elevaram gastos e indicam a existência de cartel nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Em uma delas, ela é citada em um contrato com uma empresa do cartel - alvo da Lava Jato - que desconsiderou um desconto de R$ 25 milhões.

A construção da refinaria, iniciada em 2007 e ainda inconclusa, já consumiu mais de R$ 24 bilhões. A sindicância aponta ao todo nove irregularidades classificadas como "não conformidades", que geraram uma elevação de custo de R$ 4 bilhões só em aditivos. Elas foram motivadas pela tentativa de antecipação de entrega de parte da obra, para agosto de 2010, às vésperas das eleições presidenciais. "No fim de 2008 e 2009, o que aconteceu foi que o modelo novo de contrato não foi aprovado. Esse projeto ficou com a viabiliza comprometida, ficou negativo."

Cartel

Venina afirmou que em 2009 um ex-gerente jurídico que acompanhou as tratativas de contratação das obras de Abreu e Lima teria sido alvo de sindicância, após apontar problemas nos aditivos das empreiteiras alvo do cartel.

"Em julho de 2009, esse gerente jurídico ele tomou conhecimento de alguns documentos, me lembro de uma ata de reunião que aconteceu em 2007, onde advogados da Petrobras e da Abemi (Associação Brasileira de Engenharia Industrial) reuniram na Petrobras", contou Venina.

A Abemi é a entidade que teve como presidente o executivo da UTC Ricardo Pessoa - suposto coordenador do cartel. Segundo Venina, "havia uma discussão com ata registrada". "Era solicitado que empresas que fazem parte da Abemi que elas façam pedido de aditivos de forma mais clara e organizada. Porque os pedidos iam de forma confusa e era difícil de analisar."

Segundo ela, o gerente jurídico "montou uma documentação sobre esse assunto e encaminhou ao gerente jurídico da Petrobras Nilton Maia. Ao invés dele se sentir apoiado, o Milton Maia criou uma comissão de sindicância e esse gerente foi afastado de suas funções e colocado numa sala por um período sem função. Foi julho de 2009?. Venina afirmou que o ex-advogado punido revelou à ela na época "que relação era muito próxima e que várias coisas discutidas internamente eram levadas a esse grupo (de empreiteiras) para que fosse aprovada e discutida".

A secretária Venina Velosa da Fonseca é aguardada nesta terça-feira, 3, na sede da Justiça Federal, em Curitiba (PR), no segundo dia de depoimentos de testemunhas de acusação da sétima fase da Operação Lava Jato. Venina ganhou notoriedade no final do ano passado ao revelar que havia encaminhado e-mails para a presidente da Petrobras, Graça Foster, onde relatou possíveis desvios de recursos e práticas de corrupção na estatal, que passou a ser foco de investigações e por causa disso já levou à prisão os ex-diretores Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa.

No primeiro dia de depoimentos, que devem totalizar 10 testemunhas até a próxima semana, foram ouvidos o delegado da Polícia Federal, Marcio Anselmo, além dos diretores da empresa Toyo Setal, Julio Camargo e Augusto Mendonça, que fizeram um acordo de delação premiada com a Justiça.

##RECOMENDA##

Além de Venina estão previstos os depoimentos de Augusto Mendonça e Julio Camargo, novamente; Leonardo Meirelles e Meire Poza.

A defesa de Alberto Youssef disse nesta quarta-feira (28) à Justiça Federal que o doleiro não liderou o esquema que desviou recursos da Petrobras. Segundo o advogado Antônio Figueiredo Basto, Youssef não pode ser condenado por corrupção passiva, porque cumpria ordens de agentes políticos para fazer o pagamento de propina. Os desvios são investigados na Operação Lava Jato.

Em depoimentos de delação premiada, Youssef, que está preso, apontou os nomes de políticos que receberam propina. Em fevereiro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve denunciá-los ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os nomes são mantidos em segredo de Justiça.

##RECOMENDA##

Em resposta à abertura de uma das ações penais contra Youssef, o advogado do doleiro disse que ele não atuou isoladamente, e não tinha poderes para favorecer ninguém dentro da Petrobras. "Sua função era fazer o dinheiro chegar aos corruptos e irrigar contas de partidos políticos, conforme ele mesmo informou em seu interrogatório. Podemos afirmar, sem qualquer margem de erro, que as propinas somente existiram por vontade dos agentes políticos", alega a defesa.

Antônio Basto também informou que os acordos entre agentes políticos e as empreiteiras não tinham participação de Youssef, que atuava na fase final, na distribuição da propina. Segundo a defesa, o dinheiro desviado da Petrobras foi usado para financiar campanhas políticas "no Legislativo e Executivo".

"Agentes políticos das mais variadas cataduras racionalizaram os delitos para permanecer no poder, pois sabiam que enquanto triunfassem podiam permitir e realizar qualquer ilicitude, na certeza de que a opinião pública os absolveria nas urnas", diz o advogado.

Na petição, a defesa compara o esquema investigado na Lava Jato com a Ação Penal 470, o processo do mensalão.

"Embora esse projeto de poder não seja novo, haja vista já ter sido implementado antes em outros órgãos públicos, conforme restou provado no julgamento da Ação Penal 470/MG, conhecido como 'mensalão'¸ no caso vertente foi superlativo, quer pelo requinte dos malfeitos quer pela audácia e desmedida ganância dos agentes políticos que, incrustados no poder, fizeram movimentar a máquina pública para atender suas exigências, desviando valores vultosos da maior empresa do país, a Petrobras" - argumenta Basto.

Em depoimento previsto para ocorrer no início da tarde desta quarta-feira (28), na Polícia Federal do Paraná, o ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró permanecerá calado. O depoimento foi agendado para que Cerveró falasse sobre o processo de compra da refinaria de Pasadena, Texas (EUA), ocorrido em 2006 pela estatal.

"Está marcado um depoimento mas a orientação é de que ele fique calado enquanto não for julgada a suspeição do juiz Sérgio Moro pelo Tribunal Regional Federal", afirmou ao Broadcast Político o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro.

##RECOMENDA##

A defesa de Cerveró ingressou com petição junto à Justiça Federal alegando que o juiz Sérgio Moro, responsável pela condução dos processos no Paraná, não teria competência para dar prosseguimento no julgamento do envolvidos no esquema de desvio ocorrido na Petrobras. Não há previsão de quando poderão ser julgadas as petições. "Não quero legitimar nada no Paraná.

Temos duas exceções: uma de competência e outra de suspeição. Enquanto o tribunal não se pronunciar sobre isso, Nestor Cerveró não falará mais. Sobre nada", ressaltou Ribeiro.

Entre os argumentos apresentados pelo advogado contra Sérgio Moro está o de que a investigação foi realizada na Petrobras, que tem sede no Rio de Janeiro. A defesa também afirma que Moro em ação anterior se autodeclarou suspeito para processar e julgar Alberto Youssef, considerado como peça-chave do esquema de desvios ocorridos na Petrobras. Essa mesma linha de "ataque" ao juiz foi tomada pelos advogados do lobista Fernando Soares, suspeito de operar o desvio de recursos nos contratos de obras em favor do PMDB. Ontem, a defesa do lobista também apresentou petições junto à Justiça Federal alegando "suspeição" de Moro para conduzir o processo tendo como base argumentos similares.

Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema de desvios bilionários na estatal, Nestor Cerveró foi preso no último dia 14 após desembarcar no Rio de Janeiro. De lá para cá, ele chegou a prestar depoimentos junto à força-tarefa responsável pela condução das investigações da Lava Jato.

Em um deles, ocorrido no dia seguinte à prisão, Cerveró afirmou que a compra dos navios-sonda de perfuração marítima, que teriam sido alvo de propina de US$ 30 milhões segundo a força-tarefa da Operação Lava Jato, foi feita "fora de procedimento licitatório" e aprovada pela Diretoria Executiva da estatal, "composta por seis diretores e o presidente, a quem cabe examinar a compra de equipamentos e construção de refinarias e gasodutos".

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando