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O secretário de Relações Internacionais da Câmara dos Deputados, deputado Alex Manente (Cidadania-SP), pediu ao Ministério das Relações Exteriores informações sobre as contribuições brasileiras ao sistema da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Temos com a ONU um vínculo importante, fundamental para as diretrizes políticas e econômicas, e o Brasil não pode ficar inadimplente”, disse nesta quinta-feira (19) o secretário da Câmara. “Quero respostas para tomar providências”, afirmou Manente.

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Em ofício enviado na terça-feira (17) ao ministro Ernesto Araújo, o secretário questiona sobre os riscos de uma eventual inadimplência do Brasil nas Nações Unidas. A preocupação, ressaltou Manente, decorre “das recentes notícias sobre o tema”.

Entre outros pontos, o secretário pergunta a Araújo se uma possível falta de pagamento do Brasil à ONU está relacionada a proposta aprovada por consenso pelo Congresso Nacional no dia 4 (PLN 40/20). O texto foi enviado para sanção – o prazo vai até dia 26.

Na versão original do Poder Executivo, o PLN 40, com um crédito suplementar de R$ 6,2 bilhões, reservava R$ 1,24 bilhão a vários organismos internacionais, sendo quase metade desse valor (R$ 616 milhões) destinado especificamente para as Nações Unidas.

O texto acabou alterado por acordo de líderes. O dinheiro das entidades multilaterais – além da ONU, a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Mercosul e outras –, foi alocado principalmente no Ministério do Desenvolvimento Regional (R$ 1,13 bilhão).

*Da Agência Câmara de Notícias

 

Com o fim do auxílio do governo federal a governadores e prefeitos para o enfrentamento da Covid-19, em dezembro, o comando da Câmara quer acelerar a votação de projeto para ajustar as contas de Estados e municípios a partir de 2021. Os governadores pediram ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que o texto seja votado até o dia 30 deste mês, para dar tempo de aprovação no Senado ainda em novembro.

Com isso, sai de cena o chamado Plano Mansueto, como era chamado o programa que não chegou a ser votado, e entra o Plano Pedro-Benevides - referência ao autor do projeto, deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), e ao relator, deputado Mauro Benevides (PDT-CE). Mansueto Almeida foi o secretário do Tesouro Nacional que preparou a proposta original; ele já deixou o governo.

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Designado recentemente relator, Benevides promete apertar as regras. Ele intensificou as conversas com os secretários de Fazenda dos Estados; uma reunião técnica para fechar os detalhes está marcada para hoje. "Eu vou dar um arrocho. Não é o Plano Mansueto. É outro plano, muito mais acochado", disse Benevides.

Segundo ele, a ideia é apresentar o parecer na próxima semana.

Benevides antecipou ao Estadão que vai fixar uma multa de 10% sobre o valor da dívida que deixar de ser paga pelo Estado para governadores que não cumprirem as contrapartidas de ajustes. "Todo ano vai ter uma avaliação. Não cumpriu, paga uma multa no primeiro ano. No segundo ano, não cumpriu, é excluído", afirmou.

O parecer também vai prever corte de 10% dos incentivos fiscais por ano durante três anos, totalizando 30%, além de aprovação de reforma da Previdência para os Estados que não fizeram a mudança até agora. Outra medida é a exigência de que os governadores paguem as despesas contratadas no mesmo ano ou deixem em caixa os recursos para serem pagos no ano seguinte. Hoje, essa exigência do artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) tem de ser cumprida só no último ano de governo. A proposta de Benevides é para que a obrigação seja observada anualmente.

O projeto 101 foi apresentado por Pedro Paulo em abril depois que a discussão da proposta Plano Mansueto acabou, na prática, sendo arquivada na esteira da aprovação do auxílio emergencial para os Estados e Municípios - que garantiu um alívio de R$ 125 bilhões.

Teto de Gastos

O plano busca trazer soluções para os Estados mais endividados (Rio, Minas e Rio Grande do Sul), os que não conseguem crédito com aval da União e os que não conseguiram cumprir o teto de gastos, que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação. Dos 20 Estados que adotaram a regra como contrapartida à renegociação da dívida em 2016, 11 não cumpriram a regra em 2019, segundo dados do Tesouro divulgados em agosto.

Os Estados querem que os investimentos não sejam incluídos no limite do teto de gastos. Benevides destacou que a regra já não incluía os investimentos. Mas, no seu parecer, os investimentos serão incluídos no limite do teto para os Estados mais endividados que aderirem ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que reúnem os casos mais graves. "Serão dois tipos de tetos", explicou.

O assunto foi discutido ontem em reunião do Consefaz, colegiado que reúne os secretários de Fazenda. O secretário de Pernambuco, Décio Padilha, disse que a redação do teto tem de ser aprimorada. "Aqueles Estados que conseguirem fazer o trabalho otimizando a sua receita, cortando o custeio para investir mais serão penalizados, porque o teto acaba incluindo investimento" ponderou ele.

A Serasa lança a partir desta quarta-feira (16) uma ação para facilitar o pagamento de dívidas, com desconto de até 50% nos valores devidos. Segundo a consultoria, a ação tem potencial para que até 20 milhões de consumidores deixem de ter o nome negativado.

A iniciativa possibilita a renegociação de dívidas especialmente com lojas, bancos e empresas de telefonia e internet.

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Para consultar as possibilidades de negociação, o consumidor deve acessar a plataforma da Serasa Limpa Nome. Lá é possível consultar se há dívidas pendentes a partir do número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF). É possível também fazer a negociação por aplicativo de celular.

Inadimplência

Segundo balanço divulgado no início do mês pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 26,7% das famílias brasileiras tinham contas em atraso em agosto e 67,5% estavam endividadas.

O presidente da bancada evangélica da Câmara, Silas Câmara (Republicanos-AM), diz ter maioria para manter o perdão às igrejas do pagamento de quase R$ 1 bilhão em dívidas com a Receita e ainda a isenção do pagamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) daqui para frente.

"A bancada evangélica vai se reunir amanhã (nesta terça, 15) e vamos definir a nossa estratégia, mas o sentimento geral é de derrubar o veto", disse Silas. Para um veto presidencial ser rejeitado é preciso o apoio da maioria absoluta dos parlamentares de cada uma das Casas (41 votos no Senado e 257 votos na Câmara). São 144 parlamentares, entre deputados e senadores que compõem a bancada evangélica.

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Da forma como foi aprovado pelo Congresso, o projeto previa isenção do pagamento da CLSS, anistia das multas recebidas por não pagar a CSLL e anistia das multas por não pagamento da contribuição previdenciária. Desses três pontos, Bolsonaro manteve apenas o terceiro. Os outros dois foram vetados porque, segundo o governo, a sanção poderia ferir regras orçamentárias constitucionais.

Em uma publicação em rede social, na noite deste domingo (13) Jair Bolsonaro defendeu que o próprio veto seja derrubado no Congresso. Isso porque segundo o presidente, ao contrário dele, os parlamentares não teriam que se preocupar com as implicações jurídicas e orçamentárias de seus votos.

"Para mim, era desnecessário vetar. Todas as autoridades da área jurídica e tributária do País, que não são empregados do governo, disseram que a matéria era constitucional e justa. Não estamos pedindo nenhum tipo de privilégio. Só que tornassem sem efeito as multas inconstitucionais que foram feitas contra as igrejas", afirmou Silas.

O Código Tributário Nacional mantém multas e autuações mesmo que a lei que as determinou seja posteriormente alterada ou revogada, como ocorreu com as igrejas. Uma lei de 2015 isentou os templos de recolher tributos sobre a chamada "prebenda", nome que se dá ao pagamento que ministros recebem.

A anistia de débitos enfrentava forte resistência da equipe econômica e também foi desaconselhada pelos assessores jurídicos do presidente, que alertaram para o risco de crime de responsabilidade, passível de impeachment. O trecho sancionado por Bolsonaro e pode dar aos templos religiosos maior margem de manobra no acerto de contas com a Receita.

Manutenção

O líder do PT, Enio Verri (PR), disse que a bancada do partido, com 53 deputados, deve votar pela manutenção do veto. Já os líderes do Solidariedade, Zé Silva (MG), e do Cidadania, Arnaldo Jardim (SP), ainda iriam se reunir com suas bancadas para definir uma posição.

A líder do PSOL na Câmara, Sâmia Bomfim (SP), avalia que o veto do presidente Jair Bolsonaro sobre o perdão de dívidas de igrejas com a Receita foi resultado de pressão popular. Para ela, o mesmo efeito pode ocorrer com os parlamentares para que mantenham o veto: "O veto só ocorreu em função dessa pressão social. Se ela se refletiu no presidente, ela pode se refletir nos parlamentares."

Ao mesmo tempo, a deputada considerou a sugestão do presidente de que o Congresso derrube seu veto como uma forma de o mandatário agradar dois lados, sem afetar relação com a bancada evangélica, um pilar de sua base no parlamento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (14) publica o veto parcial do presidente Jair Bolsonaro ao Projeto de Lei 1581/2020, que trata de descontos em pagamento de precatórios. Seis dispositivos foram barrados pelo presidente ao sancionar a lei, dentre eles parte dos benefícios incluídos no texto para atender a demandas de igrejas.

Bolsonaro vetou o artigo que excluiria as igrejas do rol de contribuintes da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), o que ampliaria o alcance da imunidade para templos prevista na Constituição, hoje restrita a pagamento de impostos, e não de outros tributos. O presidente manteve, porém, o artigo que declara nulas autuações emitidas pela Receita sobre prebenda, como é chamado o valor recebido pelo pastor ou líder do ministério religioso pelos serviços.

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Os dois pontos favoráveis às igrejas foram introduzidos no texto sobre precatórios pelo deputado federal David Soares (DEM-SP), filho do pastor neopentecostal Romildo Ribeiro Soares, mais conhecido como Missionário R.R.Soares. Bolsonaro foi eleito com o apoio de diversas lideranças evangélicas. Embora se declare católico, o presidente tem uma relação próxima a pastores e igrejas evangélicas. A primeira-dama Michelle Bolsonaro é frequentadora da Igreja Atitude, no Rio.

Ainda neste domingo, o presidente disse nas redes sociais que, se fosse deputado ou senador, derrubaria o próprio veto. O governo também disse que irá tratar do assuntos em projetos futuros, em "instrumentos normativos a fim de atender a justa demanda das entidades religiosas".

O presidente Jair Bolsonaro oficializou, nesse domingo (13), o veto a uma parte do perdão a dívidas de igrejas que havia sido aprovado pelo Congresso Nacional. Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República afirmou que Bolsonaro se mostra favorável à não tributação de templos e que, apesar dos vetos, o governo vai propor "instrumentos normativos a fim de atender a justa demanda das entidades religiosas", sem citar quais.

A anistia de débitos enfrentava forte resistência da equipe econômica e também foi desaconselhada pelos assessores jurídicos do presidente, que alertaram para o risco de crime de responsabilidade, passível de impeachment. Outro trecho da lei, porém, foi sancionado por Bolsonaro e pode dar aos templos religiosos maior margem de manobra no acerto de contas com a Receita Federal.

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"Confesso, caso fosse deputado ou senador, por ocasião da análise do veto que deve ocorrer até outubro, votaria pela derrubada do mesmo", afirmou o presidente nas redes sociais, após a divulgação do veto.

"Embora se reconheça a boa intenção do legislador, alguns dispositivos não atenderam às normas orçamentário-financeiras e o regramento constitucional do regime de precatório, razão pela qual houve a necessidade da aplicação de vetos", diz a nota. "Quanto aos pontos específicos das entidades religiosas e templos de qualquer denominação, o presidente Jair Bolsonaro se mostra favorável à não tributação de templos de qualquer religião, porém a proposta do projeto de lei apresentava obstáculo jurídico incontornável, podendo a eventual sanção implicar em crime de responsabilidade do Presidente da República", afirmou a Secretaria-Geral da Presidência. O documento, no entanto, não cita nem explica quais seriam esses "instrumentos normativos".

Como mostrou o Estadão/Broadcast, Bolsonaro já havia dado a sinalização de veto parcial a integrantes da bancada evangélica em reunião na última quarta-feira (9), no Palácio do Planalto. Também participaram do encontro o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto. Embora tenha dito que pessoalmente concordava com o perdão e queria sancionar a medida, Bolsonaro demonstrou receio em cometer crime de responsabilidade. Órgãos de controle acompanham com atenção os desdobramentos deste projeto, segundo fontes ouvidas pela reportagem.

As igrejas têm imunidade constitucional contra a cobrança de impostos, mas a proteção não alcança as contribuições, como a CSLL (sobre o lucro líquido) e a previdenciária. Nos últimos anos, a Receita Federal identificou manobras dos templos para distribuir lucros e remuneração variável de acordo com o número de fiéis sem o devido pagamento desses tributos - ou seja, burlando as normas tributárias.

A medida aprovada pelo Congresso Nacional pretendia, por meio de uma lei ordinária, estender a imunidade constitucional das igrejas à cobrança da CSLL e ainda anular dívidas passadas. Outro dispositivo almejava anistiar multas e outras cobranças aplicadas sobre a prebenda, como é chamada a remuneração dos pastores e líderes do ministério religioso.

Como revelou o Estadão/Broadcast, ambos os artigos foram propostos pelo deputado David Soares (DEM-SP), filho do missionário R. R. Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus, que tem milhões em dívidas com a União.

Bolsonaro vetou o primeiro dispositivo, que trata da CSLL, para afastar qualquer eventual violação à Constituição. Mas o presidente sancionou o artigo sobre a prebenda, de caráter mais interpretativo.

Após estimativas iniciais apontarem o risco de desfalque de R$ 1 bilhão aos cofres da União caso os dois artigos fossem sancionados, cálculos atualizados da área econômica mostraram um prejuízo potencial de até R$ 2,9 bilhões.

Com a sanção do artigo sobre a prebenda, o risco seria de R$ 1,1 bilhão. Mas a avaliação na área econômica é que o dispositivo foi mal redigido e dá margem para que a Receita Federal siga na briga pela cobrança dos débitos. Isso porque o projeto só interpretou uma norma vigente, que, segundo esses técnicos, já era seguida à risca pelo Fisco.

A percepção na área econômica é que os templos usarão a norma sancionada para tentar reabrir a discussão jurídica, que hoje já está na fase de execução de bens dessas igrejas, para tentar pleitear a anulação, mas não necessariamente terão sucesso na disputa.

Para evitar essa judicialização, a equipe econômica havia recomendado veto total às medidas, mas precisou ir para a mesa de negociação diante do desejo do Palácio do Planalto em fazer um aceno à bancada evangélica, que é um importante pilar de sustentação do governo.

"Nesse contexto, o artigo 9º não caracteriza qualquer perdão da dívida previdenciária, apenas permite que a Receita Federal anule multas que tenham sido aplicadas contrariando a Lei nº 13.137", diz a nota da Secretaria-Geral.

Bolsonaro foi eleito com o apoio de diversas lideranças evangélicas. Embora se declare católico, o presidente tem uma relação próxima a pastores e igrejas evangélicas. A primeira-dama Michelle Bolsonaro é frequentadora da Igreja Atitude, no Rio.

Três integrantes do primeiro escalão do governo são pastores: a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e os ministros André Mendonça (Justiça e Segurança Pública) e Milton Ribeiro (Educação).

A bancada evangélica tem se articulado para incluir, na reforma tributária, a ampliação do alcance de sua imunidade tributária para qualquer cobrança incidente sobre propriedade, renda, bens, serviços, insumos, obras de arte e até operações financeiras (como remessas ao exterior). A avaliação de tributaristas, no entanto, é que a medida não daria às igrejas salvo-conduto para continuar driblando a fiscalização para distribuir lucros disfarçados de renda isenta.

Um projeto aprovado pelo Congresso Nacional pode anular dívidas tributárias de igrejas acumuladas após fiscalizações e multas aplicadas pela Receita Federal. Segundo apuraram o jornal O Estado de S. Paulo e o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o valor do "perdão" seria de quase R$ 1 bilhão. O texto aguarda a sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro, que tem na bancada evangélica um importante pilar de sustentação política de seu governo. Ele tem até 11 de setembro para decidir se mantém ou não a benesse aos templos religiosos.

Como revelaram Estadão e Broadcast no fim de abril, Bolsonaro promoveu na época uma reunião entre o deputado federal David Soares (DEM-SP), filho do missionário R. R. Soares, e o secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, para discutir os débitos das igrejas. O presidente já ordenou à equipe econômica "resolver o assunto", mas os técnicos resistem. Bolsonaro também já defendeu publicamente a possibilidade de acabar com taxas ainda pagas pelas igrejas e "fazer justiça com os pastores, com os padres, nessa questão tributária".

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David Soares foi autor da emenda que introduziu, durante a votação na Câmara dos Deputados, o perdão que pode beneficiar inclusive a Igreja Internacional da Graça de Deus, fundada pelo pai do deputado. A instituição tem R$ 37,8 milhões inscritos na Dívida Ativa da União, além de outros débitos milionários ainda em fase de cobrança administrativa pela Receita.

Contatado por telefone e informado do conteúdo dessa reportagem, o deputado disse que não concederia entrevista.

Drible na legislação

As igrejas são alvos de autuações milionárias por driblarem a legislação e distribuírem lucros e outras remunerações a seus principais dirigentes e lideranças sem efetuar o devido recolhimento de tributos. Embora tenham imunidade no pagamento de impostos, o benefício não afasta a cobrança de contribuições (como a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a CSLL, ou a contribuição previdenciária).

Esses dois tributos são justamente os alvos da anistia aprovada pelo Congresso Nacional por meio do projeto de lei 1581/2020, que trata de descontos em pagamento de precatórios (valores devidos pela União após sentença definitiva na Justiça).

A emenda proposta pelo deputado David Soares exclui as igrejas do rol de contribuintes da CSLL, ampliando o alcance da imunidade prevista na Constituição. O texto ainda diz que "passam a ser nulas as autuações feitas" com base no dispositivo anterior à proposta recém-aprovada - ou seja, elimina a dívida.

Outro artigo declara "nulas as autuações emitidas" pela Receita Federal antes de outra lei, de 2015, que buscava frear as autuações sobre a prebenda, como é chamado o valor recebido pelo pastor ou líder do ministério religioso por seus serviços.

A prebenda é isenta de contribuições à Previdência, desde que seja um valor fixo, mas o Fisco começou a identificar pagamentos variáveis, com características de participação nos lucros ou bonificações a quem tem os maiores "rebanhos" de fiéis. Os auditores começaram então a lançar autos de infração e cobrar os tributos devidos com multas e encargos.

Cunha e R.R. Soares. Uma lei aprovada em 2015 tentou colocar um ponto final às cobranças, isentando valores pagos em forma de ajuda de custo de moradia, transporte e formação educacional. Em um vídeo publicado nas redes sociais em outubro de 2016, o missionário R. R. Soares aparece ao lado do então presidente da Câmara Eduardo Cunha, ligado à bancada evangélica, agradecendo pela aprovação da lei.

A Receita, porém, reagiu exigindo a comprovação desses gastos e continuou aplicando multas nos casos em que não havia apresentação de documentos, ou ainda sobre outros tipos de parcelas pagas aos pastores. Enquanto isso, abriu-se uma verdadeira queda de braço em torno do passivo acumulado, que agora o Congresso Nacional quer perdoar.

Segundo apuraram Estadão e Broadcast, a área econômica deve recomendar veto aos trechos que anulam as dívidas das igrejas. Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, o Ministério da Economia não quis comentar. A Secretaria-Geral da Presidência da República, que abriga a Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ), principal órgão de assessoramento jurídico do presidente, informou que "o projeto citado está em análise".

Hoje as igrejas têm ao todo R$ 1,5 bilhão em débitos inscritos na Dívida Ativa. O perdão, no entanto, valeria apenas para as autuações sobre não pagamento de CSLL e contribuição previdenciária.

A consulta pública da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) mostra que os templos acumulam R$ 868 milhões em dívidas previdenciárias de qualquer espécie (não necessariamente apenas sobre prebenda), mas não detalha débitos da CSLL. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Receita Federal vai dar descontos de até 50% a contribuintes que quiserem parcelar débitos em aberto com Fisco, desde que eles não sejam maiores que R$ 62,7 mil (o equivalente a 60 salários mínimos). A medida tem público-alvo restrito: vale para pessoas físicas, microempresas e empresas de pequeno porte.

Segundo o subsecretário de Arrecadação da Receita, Frederico Faber, a expectativa é que metade dos contribuintes elegíveis faça adesão à chamada transação tributária, gerando arrecadação de R$ 300 milhões em 2020 e cerca de R$ 1 bilhão ao ano a partir de 2021.

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Atualmente, existem cerca de 340 mil processos administrativos para discussão de débitos de baixo valor na Receita Federal, totalizando uma dívida de R$ 10,7 bilhões.

A medida é diferente de um Refis amplo, como vinha sendo cogitado pelo Congresso Nacional e que abriria uma frente de negociação irrestrita com empresas. "Os estudos demonstram que Refis são ruins (para a arrecadação). Estamos monitorando o cenário econômico, foram feitos os diferimentos (adiamentos de tributos) necessários. No momento a gente não trabalha com essa hipótese (de um Refis)", afirma Faber.

O edital da transação para pequenos débitos foi publicado na quarta-feira, 2, no Diário Oficial da União a partir da lei que permite esse tipo de operação. A adesão poderá ser feita entre 16 de setembro e 29 de dezembro pela internet e vale para dívidas com vencimento até 31 de dezembro de 2019.

De acordo com as regras, os contribuintes pagam uma entrada equivalente a 6% da dívida que restar após os descontos, que variam conforme o número de prestações. Quando menor a quantidade de parcelas, maior é o abatimento concedido.

Veja as possibilidades de desconto:

- O desconto máximo, de 50% sobre o valor total do débito, será dado a quem parcelar a entrada em até cinco meses e quitar o saldo restante em até sete meses;

- Outra opção é um abatimento de 40% da dívida, com entrada dividida em até seis meses, e o restante, em até 18 meses;

- Um desconto de 30% é dado a quem quitar a entrada em até sete prestações, com o restante cobrado em até 29 meses;

- Quem quiser maior prazo para pagamentos (oito meses para a entrada e 52 meses para o restante das prestações) terá o menor desconto, de 20%.

Explicação

Segundo o subsecretário de Arrecadação, as parcelas de entrada são menores que as demais justamente para acomodar a operação dentro do orçamento dos contribuintes num momento de maior dificuldade devido à pandemia.

Para Faber, a transação vai ajudar a "desafogar" o contencioso administrativo da Receita. Embora representem grande volume dos débitos em discussão no Fisco, esses processos tratam de um valor pouco representativo no universo de cobranças pendentes.

"É uma oportunidade de os dois lados se beneficiarem. Por um lado, o contribuinte resolve o débito com uma redução generosa e com prazo mais alongado, e pelo lado da União tem a redução do contencioso administrativo", diz.

A transação deve gerar uma renúncia fiscal de R$ 2,15 bilhões, mas, segundo o subsecretário, o custo de manter o contencioso seria ainda maior que a renúncia.

Ficam de fora da transação débitos do Simples Nacional, débitos declarados pelo contribuinte mas ainda não pagos, dívidas já parceladas ou aquelas com exigibilidade suspensa por decisão judicial.

O Comitê Gestor do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) publicou, nesta terça-feira (28), os criterios e procedimentos para quem deseja pedir a suspensão dos pagamentos do programa até o dia 31 de dezembro, quando encerra o estado de calamidade pública no Brasil. 

Quem estava com as prestações em dia até o dia 20 março, com parcelas em atrasos que não sejam superior a 180 dias e adimplentes no momento da solicitação de cancelamento poderá ser beneficiado. Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), cerca de 1,5 milhões de alunos terão direito ao beneficio previsto na  Lei nº 14.024/2020, publicada no último dia 10 de julho.

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A suspensão vale para os pagamentos em fase de utilização, carência ou amortização e, para solicitar, é necessário procurar os agentes financeiros (Banco do Brasil e Caixa) nos canais de atendimento que ainda serão disponibilizados pelos bancos.

Os beneficios dos contratos feitos em 2017 e 2018 vão incidir sobre a amortização. O ano de 2017 também abrange o pagamento de multas e de parcelas de condições especiais. Para 2018, também vale para multa, gastos operacionais e parcelas de renegociação.

O Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) foi prorrogado até o dia 21 de julho no Recife. Sendo assim, as pessoas que possuem débitos tributários com a cidade do Recife, gerados até o dia 31 de dezembro de 2019, poderão renegociar com descontos nos juros de mora e multa, conforme quantidade de parcelas.

O  desconto  para pagamento em parcela única é de  90% nos juros de mora e na multa. Para pagamento em duas  a 12 parcelas, a redução é  70%; para pagamento em 13 a 24 parcelas, a redução é de  50%;  para pagamento em 25 a 36 parcelas  o desconto é 30%; para pagamento em 37 a 48 parcelas a redução é de 10% nos juros de mora   e multa. Existe ainda a opção de 49 a 96 parcelas porém, o valor da dívida não sofrerá qualquer tipo de redução.

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Não podem ser renegociados no PPI  os débitos relativos ao ISS retidos na fonte e não recolhidos,  e  também os débitos relativos ao ISS que tenham sido objeto de denúncia-crime perante o Poder Judiciário. Todo o processo de renegociação pode ser feito no Portal de Finanças.

*Com informações da assessoria

O Cruzeiro pode ter novos problemas com a Fifa. Nesta terça-feira, o clube mineiro informou que recebeu mais duas ordens finais de pagamentos em processos que tramitam na Comissão Disciplinar da entidade. Os casos são relacionados com os atacantes Rafael Sóbis e Pedro Rocha, mas a direção cruzeirense esclareceu que nenhum deles envolve punições como perda de pontos e muito menos rebaixamento de divisão, mas sim o impedimento de registro de atletas até que as pendências sejam pagas.

O primeiro caso é referente a Rafael Sóbis, contratado em 2016. O Cruzeiro possui três processos movidos pelo Tigres, do México. Em dois destes três já houve a condenação final e a ordem de pagamento foi enviada ao clube mineiro, com data de pagamento para o próximo dia 15 de julho. A quantia é de US$ 2.286.840,00 (R$ 11.785.001,26 na cotação atual), que contabiliza valor histórico da transação, mais juros e custos.

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O Cruzeiro também recebeu ordem de pagamento no valor atualizado de 395.619,00 euros (R$ 2.311.611,92) ao Spartak Moscou, da Rússia, referente à negociação envolvendo Pedro Rocha, realizada em 2019. O pagamento tem data de vencimento no próximo dia 6 de agosto.

O time mineiro vai disputar a Série B do Campeonato Brasileiro pela primeira vez na história e começará a disputa com menos seis pontos na tabela de classificação depois de punição da Fifa pelo calote de uma dívida com o Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, pela transferência de Denilson.

O Cruzeiro também reiterou que tem monitorado de perto as ações na Fifa, mantido diálogo direto com os demais clubes envolvidos, e que não tem medido esforços para que todas as pendências sejam resolvidas da melhor forma possível.

Tatá Werneck surpreendeu os seus seguidores do Instagram nesta segunda-feira, dia 22. A apresentadora publicou um meme do naufrágio do navio Titanic, relacionando-o a como alguns brasileiros se portam com a pandemia do novo coronavírus, e recebeu um comentário de uma seguidora que assumiu estar com algumas dívidas em meio à crise mundial da Covid-19.

E os boletos continuam chegando... Mensalidade escolar, aluguel, prestações do cartão (essas são minhas responsabilidades), e ninguém tá nem aí se o mundo está em crise, eles querem que eu quite as minhas dívidas e ponto.

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Em meio a outros comentários que discutiam o meme do Titanic, apareceu um de Tatá, que respondeu à essa seguidora em específico e se ofereceu a quitar as suas dívidas.

Eu quito. Mandei mensagem, escreveu a apresentadora.

O pastor Valdemiro Santiago parece que está passando por um momento de crise financeira, após anunciar a venda da ‘cura da Covid-19’ com semente de feijão vendida a R$ 1 mil e ser desmentido. O pastor fez um corte em seu pessoal da TV e continua atrasando aluguéis dos templos.

Com a queda dos dízimos, apesar de ter reaberto suas igrejas antes do tempo, ignorando a quarenta, Valdemiro está com um grande volume de dívidas, que abrangem aluguéis, contas de água, luz e custos de manutenção dos seus templos. 

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Segundo o ‘Uol’ o pastor tem cortado salários e pessoal na sua rede de TV e rádio, como também tem feito uma redução nos pagamentos de parte da estrutura da igreja. Líder da Igreja Mundial do Poder de Deus e autointitulado apóstolo, Valdemiro tem feito apelos em suas pregações na TV, para que os fiéis façam um “sacrifício extra” e doem mais que o dízimo durante o período da quarentena pelo coronavírus.

Valdomiro, havia sido notificado pelo Ministério Público Federal para retirar os vídeos sobre os feijões, em que prometiam uma falsa cura, do seu canal do Youtube. Apesar das determinações de isolamento social boa parte dos templos do pastor já está em funcionamento.

Endividado até o "pescoço" e privado de apresentações há meses devido ao coronavírus, o Cirque du Soleil está à beira do abismo e uma intensa batalha se forma nos bastidores para salvar esta icônica companhia cultural canadense.

Para evitar a falência do grupo que fundou em Quebec em 1984 e depois vendeu em 2015, o cuspidor de fogo e magnata Guy Laliberté insinuou que era capaz de enfiar a mão no bolso novamente. "Essa recuperação terá que ser feita novamente pelo preço correto. E não a qualquer preço", afirmou o ex-circense de 60 anos, determinado a não ver seu "bebê" vendido a grupos privados.

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"Depois de uma cuidadosa reflexão", o bilionário decidiu embarcar no processo de resgate, "rodeado por uma super equipe", sem mais detalhes. A pandemia deu um duro golpe na famosa trupe que conquistou o planeta com seus espetáculos poéticos e coloridos e que orgulha os canadenses.

Futuro incerto

Um dos oito turistas espaciais que viajaram para a Estação Espacial Internacional em 2009, Laliberté renunciou o controle do circo por US$ 1 bilhão em 2015. A companhia foi transferida para as mãos do fundo privado norte-americano TPG Capital, que hoje possui 55% do capital, enquanto 25% pertence ao fundo chinês Fosun, proprietário do Club Med e Thomas Cook, e os 20% restantes, à público-privada Caixa de Seguros e Pensões de Quebec (CDPQ, suas siglas em francês).

A CDPQ já havia comprado em fevereiro, pouco antes da pandemia, 10% dos negócios ainda mantidos por Guy Laliberté. Desde 2015, o circo embarcou em custosas aquisições e reformas de salas de espetáculos permanentes ao mesmo tempo em que, de acordo com os críticos da imprensa de Quebec, seu característico espírito criativo estava em declínio.

De Las Vegas a Nova York ou China, os esforços equivocados vêm se acumulando sob suas tendas amarelas e brancas, elevando a dívida para mais de US$ 1 bilhão. Temendo que o circo "seja vendido a outros interesses estrangeiros", o governo de Quebec ofereceu recentemente um empréstimo condicional de US$ 200 milhões ao circo para relançar suas atividades.

No entanto, este "acordo de princípio" depende de que a sede do circo permaneça em Montreal e que a província possa recomprar as ações americanas e chinesas no momento oportuno, "pelo valor de mercado" e com "provavelmente um sócio local", afirmou Pierre Fitzgibbon, ministro da Economia de Quebec.

A Confederação Brasileira de Futebol vai disponibilizar para clubes da primeira divisão uma linha de crédito de 100 milhões de reais a juros zero. A entidade divulgou a informação nesta segunda-feira (8). Os valores das linhas de crédito sairão segundo comunicou a entidade, imediatamente do caixa da CBF para os clubes. Os direitos de transmissões e premiações dos torneios vão servir como garantias. 

Série B

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Para a segunda divisão, a CBF vai viabilizar um total de 15 milhões de reais como forma de adiantamento dos direitos de transmissão. A pandemia obrigou a dona dos direitos a negociar com os clubes deixando em aberto algumas parcelas previstas para maio e abril. A entidade promete repor esse valor. 

“A CBF sabe que os clubes são a base de toda a indústria do futebol e que eles têm sofrido grandes impactos com a paralisação das competições provocada pela epidemia de Covid-19 (...) Não basta que voltem as competições. Precisamos de clubes capazes de retornar a elas de forma competente”, afirmou Rogério Caboclo, presidente da CBF. 

A ex-BBB Ana Paula Renault usou as redes sociais na noite da última quarta-feira (27) para fazer um desabafo sobre o fim do seu relacionamento com o empresário Rudimar de Mamam. O casal havia alugado um apartamento em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, para onde se mudaram recentemente, mas Rudmar foi embora a deixando com as dívidas do casal.

Segundo Ana Paula, eles haviam assinado em comum acordo um contrato de 48 meses de locação para o apartamento, mas o contrato foi assinado apenas por ela. "Do nada, ele falou que não me ama mais, pegou as coisas dele e foi embora. Ele tem todo o direito do mundo, ninguém é obrigado a ficar com ninguém, mas foi para a casa dos pais, me bloqueou no WhatsApp e me deixou de mãos atadas”, revelou Ana Paula.

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"Ele contou muito com a minha discrição sobre o caso, mas cheguei no limite do meu estresse. Estou vivendo isso há mais de um mês e ele foi incapaz de me escutar. Já procurei uma advogada, mas acho essa história muito triste, nada mais lamentável do que uma relação ter que acabar assim", disse ela.

Ana Paula ainda falou que não consegue se mudar para um novo apartamento por causa da pandemia do coronavírus. "Consigo me bancar, sou uma mulher auto suficiente, mas num espaço para morar uma pessoa. Não a partir do momento em que eu estava dividindo a vida, ele me abandonou, foi embora e falou que não tem nada a ver com isso".

O casal tinha um relacionamento desde 2017 e decidiram morar juntos no ano passado. Atualmente Ana Paula trabalha como apresentadora do programa Triturando, no SBT.

O confinamento no estado de Nova York termina nesta sexta-feira (15), depois de dois meses. Mas não na Big Apple, que já foi o epicentro da efervescência econômica e cultural e hoje é o foco da pandemia de coronavírus, que se resigna a um futuro incerto.

Várias empresas não essenciais reabrirão suas portas no resto do estado, mas na cidade de Nova York, de 8,6 milhões de habitantes e com mais de 20.000 mortos pelo vírus, as autoridades temem um novo aumento de casos e pedem cautela.

"Prolongar o confinamento é a decisão certa. Realmente é péssimo, mas não há escolha. Estamos tentando dar o nosso melhor", diz à AFP Shelby, uma corretora de Nova York de 40 anos que se recusou a dar seu sobrenome.

Em isolamento, "fico entediada como uma ostra", reclama Rhonda Glass, de 80 anos, que até a pandemia era voluntária de várias instituições de caridade. "Só espero que em breve possamos voltar a uma certa normalidade".

Mas o prefeito Bill de Blasio disse que é impossível tomar uma decisão antes de junho. Ele já anunciou que as piscinas não abrirão neste verão na megalópole, e talvez nem as praias.

As escolas permanecerão fechadas até o início do novo ano escolar em setembro, pelo menos. As autoridades investigam 110 casos no estado de crianças e jovens com uma síndrome hiperinflamatória grave, possivelmente ligada ao coronavírus, que já causou três mortes.

Jantar fora, ir a um bar, a um museu, a um teatro da Broadway, ou a um jogo de beisebol... Tudo o que representa Nova York e implica uma aglomeração de pessoas seguirá fechado.

"Temos que ser inteligentes", insiste o governador Andrew Cuomo. "Não devemos minimizar o vírus; ele nos derrotou várias vezes", disse na quinta-feira.

- "Fantasmas ambulantes" -

Delia Chávez, uma babá equatoriana de 60 anos, concorda que o confinamento deve continuar em Nova York, "porque nenhum dinheiro no mundo compra vida ou saúde".

"Perdemos a liberdade, a calma, perdemos financeiramente, emocionalmente. Somos fantasmas ambulantes, com nossas máscaras, luvas e roupas de proteção", diz tristemente essa mulher que parou de trabalhar há dois meses devido à pandemia e que agora voltou a cuidar de uma menina.

Seus chefes enviam um carro para buscá-la em casa todas as manhãs, para evitar contágio no metrô.

Os hispânicos e afro-americanos, muitos dos quais de baixa renda, com doenças crônicas anteriores e que vivem em apartamentos pequenos e sem seguro de saúde, têm a maior taxa de mortalidade devido à Covid-19 em Nova York, quase o dobro que a população branca.

Todos os dias, às 19h, a cidade se une para aplausos em homenagem aos médicos e enfermeiros que lutam contra a pandemia. "Isso uniu os nova-iorquinos", reflete Shelby, a corretora.

No total, a doença matou mais de 27.000 habitantes do estado, com 19,6 milhões de habitantes. No auge da pandemia, em 9 de abril, 799 pessoas morreram no estado de Nova York em 24 horas. O número caiu para menos de 160 esta semana.

E nesta sexta-feira, várias regiões que atendem a uma série de critérios começaram a reabrir a indústria e a construção.

Na cidade de Nova York, com a chegada do bom tempo e após dois meses de confinamento, há mais pessoas nas ruas e parques.

"Algumas semanas atrás eu tinha as ruas só para mim, era mais seguro trabalhar fora do que em um escritório", diz o carteiro Denzel Charles, de 59 anos. "Agora há multidões nas ruas".

Outros, como Hans Robert, executivo de 49 anos, decidiram deixar a Big Apple, onde vivia há 10 anos.

Robert se estabeleceu com sua família em sua casa de campo nas montanhas Catskills, a duas horas de distância, de onde todos podem trabalhar ou estudar on-line.

O aluguel mensal de US$ 7.000 do apartamento em Manhattan "vale a pena quando a cidade funciona", explica. "Quando não funciona, é um imposto por nada."

O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) reagiu, nesta quinta-feira (30), à pressão do presidente da República, Jair Bolsonaro, para que o Fisco solucione o impasse envolvendo dívidas tributárias milionárias das igrejas e pediu proteção institucional ao órgão contra "ingerências e arbitrariedades políticas". O Sindifisco afirma que recebeu "com espanto" a notícia da investida do presidente e diz que Bolsonaro "atropela as leis para, em benefício de alguns contribuintes, atentar contra a administração pública e o equilíbrio do sistema tributário".

O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e o jornal O Estado de S. Paulo revelaram que o presidente Jair Bolsonaro tem cobrado da equipe econômica uma solução para as dívidas das igrejas.

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Na segunda-feira (27), ele teve uma reunião com o secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, e o deputado federal David Soares (DEM-SP). Ele é filho do missionário R. R. Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus, que tem R$ 144 milhões em débitos inscritos na Dívida Ativa da União (DAU) e outros R$ 44 milhões em valores históricos em contestação no Carf, tribunal administrativo da Receita.

Para o sindicato, a investida contra a Receita "é ainda mais grave" por vir na sequência de tentativas de ingerência na Polícia Federal. O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito para apurar as acusações do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, de que Bolsonaro queria acesso a relatórios sigilosos de inteligência da PF. Tanto o presidente quanto o ex-ministro são alvos da apuração.

"O caso é exemplo da necessidade de revestir órgãos de Estado, como a Receita Federal, de urgente proteção institucional. O Sindifisco Nacional permanecerá vigilante para garantir que as decisões de natureza tributária de responsabilidade da Receita Federal permaneçam livres de ingerências e arbitrariedades políticas", diz a nota.

Para o Sindifisco, a tentativa de interferência na Receita causa "apreensão e preocupação não apenas nos auditores-fiscais, mas entre todos os que zelam pelo respeito às leis e pela higidez do sistema tributário brasileiro".

Em nota, o sindicato diz que os templos religiosos gozam de "justa proteção constitucional", incluindo a imunidade tributária contra cobrança de impostos, mas ressaltou que o benefício precisa ser aplicado "nos estritos limites das finalidades para as quais existem".

"Quando tais atividades são usadas para encobrir propósitos lucrativos, assumindo cunho indubitavelmente empresarial, com distribuição de lucros e pagamento de comissões por resultados, o caráter religioso fica desfigurado e os auditores-fiscais devem cumprir o seu dever de lançar o tributo, regra que, de resto, vale para quaisquer contribuintes e atividades empresariais, inclusive para as entidades imunes e isentas, sejam religiosas, de educação ou de assistência social", diz o comunicado.

O presidente Jair Bolsonaro promoveu um encontro entre o secretário da Receita Federal, José Barroso Toste Neto, e o filho do pastor R.R. Soares, o deputado David Soares, na última segunda-feira (27), para tratar sobre a dívida que as igrejas evangélicas tem com o Fisco. A informação é do jornal Estado de São Paulo.

Após tentar interferência na Polícia Federal, Bolsonaro pressiona agora a Receita, para que o órgão perdoe as dívidas de igrejas evangélicas, que fazem parte do núcleo de apoio ao governo. 

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A reunião aconteceu no Palácio do Planalto. Segundo a reportagem do Estadão, o encontro foi à portas fechadas. Na ocasião, Bolsonaro teria ordenado que a equipe econômica “resolva o assunto”, mas o órgão ainda se mantém resistente.

A Igreja Internacional da Graça de Deus, fundada por R.R. Soares, acumula uma dívida ativa com a União de R$ 144 milhões e dois processos de R$ 44 milhões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Os reflexos da pandemia ultrapassaram a saúde e acentuaram a crise economia no Brasil. Além de demissões, muitos profissionais sofreram redução salarial e tiveram a renda mensal limitada. Endividados, trabalhadores buscam meios para arcar com as despesas, contudo as opções ficaram restritas diante da paralisação financeira. Nesses casos, a recomendação é renegociar financiamentos, realizar portabilidade das dívidas ou recorrer à moratória.

A condição atípica da pandemia fez a Caixa Econômica Federal anunciar que os mutuários com até duas prestações em atraso poderão renegociar os empréstimos, suspender o pagamento de parcelas por 90 dias ou pagar apenas uma parte delas, no mesmo período. O Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander estenderam por 60 dias vencimentos de dívidas para pessoa física, micro e pequenas empresas, inclusive no crédito imobiliário.

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Para atenuar a situação dos endividados, em março, a Serasa Experian promoveu dois feirões online de negociação com descontos de até 98%. Cerca de dois milhões de acordos foram formalizados. Tais medidas apresentam resultados satisfatórios para quem continua empregado, porém os desempregados ainda buscam alternativas para os pagamentos.

A opção para quem perdeu o emprego é solicitar a moratória para que as obrigações sejam cumpridas além do vencimento. O acordo com o credor é uma boa possibilidade de evitar mais prejuízos.

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