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O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro solicitou que a Polícia Federal instaure um inquérito para apurar a suposta prática de crimes financeiros pelo empresário Eike Batista, enquanto controlador da petroleira OGX. O pedido foi embasado nas conclusões do relatório de acusação elaborado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), encaminhado ao MPF em 19 de março.

A Superintendência de Relações com Empresas da CVM sugeria em seu relatório que "tendo em vista os indícios de crime de ação penal pública" o resultado das investigações fosse comunicado ao MPF.

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O caso seguiu para a Superintendência da Polícia Federal no Rio no último dia 7, após a curadoria criminal do MPF concluir que é preciso aprofundar as investigações. Só depois o processo voltará a um procurador federal, a quem caberá arquivar o caso ou fazer a denúncia. Assim, o episódio pode extrapolar a esfera administrativa da CVM e trazer consequências penais ao empresário.

Após analisar documentos da OGX e a venda de papéis da companhia por seu controlador, a área técnica da CVM concluiu que Eike deve ser responsabilizado por negociar ações com uso de informação privilegiada, manipulação de preços e prática não equitativa. Os dois primeiros são crimes contra o mercado de capitais e preveem pena de prisão de um até oito anos, além do pagamento de multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita.

O grupo EBX afirma que "em nenhum momento houve má fé ou uso de informação privilegiada pelo controlador da OGX". O caso ainda não foi julgado pelo colegiado da CVM, onde Eike tem até 14 de maio para encaminhar sua defesa.

Os crimes contra o mercado de capitais estão previstos na Lei 6.385/76, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e criou a CVM. A prática de "insider trading" passou a ser crime em 2002, após uma reforma da lei. Ela pode levar à reclusão por um período de um a cinco anos. Já a manipulação de preços de mercado tem punição mais rígida: prisão de um a oito anos.

A primeira e única condenação penal no Brasil por "insider" aconteceu em 2011, contra dois ex-executivos da Sadia. O ex-diretor de Finanças e Relações com Investidores Luiz Gonzaga Murat Júnior e o ex-conselheiro de administração Romano Ancelmo Santana Filho foram condenados a mais de dois anos de reclusão.

Nos dois casos, porém, as penas foram substituídas por prestação de serviços à comunidade e proibição do exercício do cargo de administrador de companhia aberta até o fim da pena, além do pagamento total de R$ 724,6 mil em multas.

Documentos obtidos pela área técnica da CVM indicam que o controlador do grupo X sabia da inviabilidade econômica de campos de petróleo de Tubarão Tigre, Tubarão Areia e Tubarão Gato, na Bacia de Campos, ao menos nove meses antes do fato ser comunicado ao mercado, em 1º de julho de 2013. Relatório da área de reservatórios da OGX de 2011 já apontava que os campos "sinalizavam volumes e compartimentação muito diferentes da interpretação inicial" divulgada.

A empresa decidiu então contratar a consultoria Schlumberger, que confirmou um volume de petróleo menor nos campos e a redução do fator de recuperação de óleo de 20% para 7,3% no pior cenário. O estudo mostrou ainda que o projeto exigia aporte de US$ 4 bilhões que, combinado à baixa curva de produção, resultava num Valor Presente Líquido negativo de mais de US$ 1 bilhão.

As análises da Schlumberger foram apresentadas à diretoria da OGX em 24 de setembro de 2012. A avaliação da CVM foi que como controlador, ex-presidente da petroleira e depois líder de seu conselho de administração Eike conhecia os dados não divulgados aos demais investidores e se beneficiou disso. (colaborou Mariana Sallowicz)

O prejuízo da OGPar (ex-OGX) em 2013, de R$ 17,435 bilhões, coloca a petroleira do Grupo EBX, de Eike Batista, no topo do ranking preliminar de maiores perdas do ano passado entre as companhias de capital aberto da América Latina e dos Estados Unidos. O levantamento é da consultoria Economatica. Em moeda americana, o prejuízo da petroleira, que está em recuperação judicial, foi equivalente a US$ 7,442 bilhões.

Na segunda colocação no ranking preliminar de maiores prejuízos da América Latina e dos Estados Unidos em 2013 está a Eletrobras, com resultado negativo de R$ 6,287 bilhões (US$ 2,684 bilhões).

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O terceiro lugar ficou com a americana Newmont Mining (US$ 2,462 bilhões); o quarto, com a Alcoa, também dos Estados Unidos (US$ 2,285 bilhões); em quinto, vem a Sprint Corp. (EUA), com perda de US$ 1,860 bilhão.

O prejuízo recorde da OGPar no ano passado ainda é o maior entre as empresas brasileiras de capital aberto desde 1986, segundo a Economatica. Já a MMX Mineração e Metálicos, também do Grupo EBX, reportou prejuízo de R$ 2,057 bilhões do ano passado.

A OSX Brasil, empresa do setor de construção naval de Eike Batista, que também está em recuperação judicial, ainda não divulgou o balanço de 2013, assim como outra empresa do Grupo EBX, a CCX Carvão da Colômbia. A OSX prevê apresentar seus números em 16 de abril e a CCX, em 14 de abril.

Eneva (ex-MPX) e Prumo (ex-LLX), duas companhias cujo controle foi vendido após a crise no conglomerado de Eike Batista, tiveram prejuízos de R$ 942 milhões e R$ 116 milhões, respectivamente. Somados, os prejuízos de OGPar, MMX, Eneva e Prumo somaram R$ 20,550 bilhões no ano passado.

A Justiça do Rio negou recurso apresentado pelo acionista minoritário da Óleo e Gás Participações (OGpar), Márcio de Melo Lobo, para o bloqueio dos bens do empresário Eike Batista, controlador da companhia. O julgamento ocorreu na terça-feira (18), na 21ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O recurso foi negado por unanimidade. "Vamos aguardar o acórdão para verificar os fundamentos e a possibilidade de recurso", afirmou Lobo.

Em julho do ano passado, a solicitação de liminar de Lobo para o bloqueio de bens de Eike foi indeferida pela juíza da 5ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), Maria Isabel Paes Gonçalves.

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No pedido apresentado no ano passado, Lobo citava notícias sobre a crise da petroleira de Eike, que se chamava OGX na época, para alegar que a empresa estava em situação financeira de risco e a indisponibilidade dos bens de seu controlador seria uma garantia contra futuros danos. Em outubro de 2013, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial.

Reconhecida como a empresa mais sólida do império de Eike Batista, a Eneva (ex-MPX) está passando por dificuldades. O motivo é o atraso nas obras da última térmica do Complexo Parnaíba (MA), a usina a gás natural Parnaíba II. O empreendimento deveria ter entrado em operação comercial no início deste mês para fornecer energia às distribuidoras, mas só uma das três turbinas da usina está em fase de testes hoje. Isso deixou a geradora exposta ao mercado à vista num momento em que o preço da energia está em R$ 822,23/Mwh.

Os problemas operacionais da Eneva não passaram despercebidos ao mercado. As ações ordinárias da empresa já acumulam queda de 45% em 2014 e de 84,26% em um ano. Os papéis chegaram a cair quase 8% em uma única sessão da bolsa na última quarta-feira,12, em meio aos rumores de que a companhia entraria com pedido de recuperação judicial, seguindo o caminho de outras empresas do grupo X, e à divulgação de que o resultado da geradora brasileira contribuiu para reduzir os ganhos fora da União Europeia de sua controladora, a alemã E.ON.

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No fim de 2013, a Eneva anunciou um plano para reestruturar o endividamento de curto prazo de sua holding. Após alongar os vencimentos, a intenção é reduzir a dívida de R$ 2,1 bilhões, apurada ao fim do ano passado, para R$ 500 milhões em 2015. Mas os investidores começaram a questionar a capacidade da Eneva de executar esse plano, diante da necessidade de comprar energia no mercado à vista para cumprir os seus contratos com as distribuidoras, alimentando os rumores sobre a recuperação judicial.

Prazos

A Eneva negociou 450 MW médios da usina Parnaíba II ao preço de R$ 101,9/MWh no leilão de energia nova A-3 de 2011, sendo que 400 MW médios começariam a ser entregues a partir de março deste ano. Pelo cronograma da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as unidades geradoras I e II deveriam ser concluídas no início de fevereiro, enquanto a unidade III deveria estar pronta em junho. Mas, até o momento, só a unidade geradora I foi liberada para testes, no fim do mês passado, com três meses de atraso em relação ao prazo estabelecido pelo regulador e pela própria geradora.

Segundo relatório da Aneel, a previsão era de que a unidade geradora I entraria em operação comercial no último sábado, dia 15 de março, o que não ocorreu. A unidade geradora II, que ainda não foi liberada para testes pelo órgão regulador, estava prevista para iniciar a produção de energia em 20 de abril. Já a terceira unidade, que ainda também não teve os seus testes iniciados, estaria programada para 31 de outubro deste ano.

Essas datas, porém, foram todas revisadas no relatório de fiscalização de março, divulgado nesta semana pelo regulador. Hoje, a previsão da Aneel é de que as três turbinas entrem em operação comercial em 31 de dezembro. Caso isso se confirme, a Eneva teria uma grande exposição ao mercado à vista.

Fontes próximas à companhia afirmaram desconhecer qualquer tipo de estudo da Eneva para um pedido de recuperação judicial, mas analistas do mercado financeiro que acompanham o setor elétrico alegam que essa seria a única saída da geradora neste momento. Questionada, a Eneva disse que não comentaria a situação da térmica nem as informações sobre a recuperação judicial.

O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou que a empresa estuda um novo aumento de capital dentro do seu processo de reestruturação do endividamento. Além de injetar novos recursos na empresa, essa operação também visaria o ingresso de um novo sócio. A E.ON, que detém o controle compartilhado da Eneva com Eike Batista, teria retomado as negociações com a trading japonesa Marubeni. Procurado, o vice-presidente da Marubeni no Brasil, Akihiro Fukuda, não quis comentar o assunto. Colaborou Mariana Durão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em mais um capítulo do caso X, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu em janeiro um novo processo administrativo sancionador contra o empresário Eike Batista. Ele está sendo acusado de suposta prática de manipulação de preços e negociação de papéis da petroleira OGX com uso de informação privilegiada.

É o segundo processo por "insider trading" aberto pela autarquia contra o empresário após a derrocada das empresas X. Além da OGX, a CVM apura se Eike negociou ações da OSX utilizando informação relevante não divulgada ao mercado. Nos dois casos ele responde na qualidade de acionista controlador e presidente do conselho das companhias.

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A infração, pela Lei das Sociedades Anônimas, configura a quebra do dever de lealdade pelo administrador da companhia. O prazo para apresentação de defesa ainda está em curso. Este é o sexto processo administrativo de caráter sancionador aberto pela CVM para apurar supostas irregularidades nas companhias do grupo EBX. A lista inclui MPX, CCX, LLX, OSX e OGX.

A 14ª Câmara Cível do Rio de Janeiro julgou nesta quarta-feira (19) uma série de recursos nos casos de recuperação judicial das empresas X. O desembargador Gilberto Guarino acatou um pedido da espanhola Acciona contra a tramitação conjunta dos processos de OSX e Óleo e Gás Participações (ex-OGX). As ações serão desmembradas. Já a OGX conseguiu decisão definitiva em favor da inclusão de suas subsidiárias estrangeiras na recuperação em curso.

Até então a 4ª Vara Empresarial respondia tanto pela recuperação da petroleira, quanto do braço de construção naval do grupo de Eike Batista. A Deloitte havia sido designada como administradora judicial de ambos os casos.

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Agora, o processo da OSX será redistribuído para outra vara. O juiz sorteado determinará se os atos praticados até aqui continuam valendo. Ele poderá escolher um outro administrador judicial para acompanhar o processo, assim como fixar seus honorários no caso.

Esse tipo de mudança pode atrasar o andamento da recuperação do estaleiro. Por enquanto, a OSX tem até 10 de março para apresentar seu plano de recuperação. Em nota, a companhia avaliou que a decisão não traz prejuízo ao plano. Assessorada pelo escritório Antonelli & Associados, a Acciona alegou que os processos deveriam ser desmembrados porque os grupos têm situações financeiras distintas e a OSX teria, a seu ver, mais condições de se recuperar da crise. A fornecedora espanhola tem um crédito de R$ 300 milhões a receber.

A organização do Rock in Rio anunciou a venda de 50% de uma nova entidade, que deterá os ativos e operações do evento de música para a produtora americana SFX Entertainment. O negócio foi concluído por R$ 150 milhões. O empresário Roberto Medina, que criou o evento em 1985, continua com a gestão do Rock in Rio. Já a IMX, empresa de entretenimento de Eike Batista, reduziu a sua participação de 50% para 20% na Rock World, detentora do festival de música Rock in Rio.

Segundo a organização, será constituída uma holding, ainda sem nome, na qual Medina e a SFX terão igualdade de controle sobre a empresa que possui os ativos e operações do Rock in Rio. Eike comprou metade da Rock World em 2012, mas, diante da crise que atingiu o seu grupo, o empresário está se desfazendo de ativos ou reduzindo participações desde o ano passado. O valor do negócio não foi divulgado na época, mas a operação foi estimada em R$ 120 milhões.

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Em outro caso em que Eike se desfez de ativos, o fundo suíço Acron confirmou no início do mês a compra do Hotel Glória, um dos mais tradicionais do País. O Glória foi inaugurado em 1922 e está em reforma desde 2008, quando foi comprado pelo grupo EBX por R$ 80 milhões.

Em nota, a IMX informou que a sua participação na sociedade visava, prioritariamente, expandir os negócios do Rock in Rio para novos mercados. "Através de suas conexões internacionais a IMX colaborou para atingir esta meta, formando novas parcerias, viabilizando novos projetos como o Rock in Rio em Las Vegas e aumentando a visibilidade da marca Rock in Rio no mercado americano".

Em 28 anos, foram realizadas 13 edições do evento no Rio de Janeiro, Lisboa e Madri. O público alcançou, em 2013, a marca de 7 milhões de pessoas. A última edição ocorreu no ano passado, no Rio. O evento será realizado nos Estados Unidos pela primeira vez em 2015, segundo a organização. "A parceria com a SFX nos permitirá acelerar o crescimento de nossa marca em novos territórios", disse em nota Roberto Medina, presidente do Rock in Rio.

A Justiça tentou intimar o empresário Eike Batista no início do mês, mas, as duas tentativas da oficial encarregada de entregar o mandado de citação acabaram frustradas. No documento enviado à Justiça, a oficial conta que foi no endereço de Eike, uma casa na rua Caio de Melo Franco, no Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro. Lá foi informada pelo vigia que a residência estava fechada e o empresário havia mudado.

Com o novo endereço, localizado na mesma rua, a oficial descobriu por outro vigia que Eike teria viajado, sem data para retornar. Diante da segunda negativa, a oficial devolveu no dia 4 o mandado à Justiça Federal.

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A Agência Estado apurou que o documento é referente ao primeiro de três processos que acionistas minoritários da petroleira Óleo e Gás Participações (antiga na OGX) ajuizaram no final do ano passado contra Eike Batista.

A REX, empresa de empreendimentos imobiliários do grupo EBX, do empresário Eike Batista, concluiu hoje a venda do Hotel Glória, no Rio, um dos mais tradicionais do País, para a suíça Acron AG. O investimento deverá girar em torno de R$ 500 milhões.

Em setembro do ano passado, a Acron AG confirmou publicamente as negociações e informou que concordou em pagar R$ 225 milhões pelo hotel. A REX comprou o Hotel Glória em 2008 e começou uma grande obra de retrofit do edifício, de olho na Copa do Mundo deste ano e na Olimpíada de 2016, reforma orçada em cerca de R$ 300 milhões.

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A Agência Estado apurou que a companhia suíça, que atua no setor imobiliário em diversos países, adquiriu a empresa dona do empreendimento e não apenas o edifício em si. Segundo uma fonte de mercado, com isso, a Acron AG levou o prédio, o contrato de construção de cerca de R$ 300 milhões com a construtora Método e o empréstimo de R$ 190 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em outubro, a AE revelou que o hotel não ficará pronto para a Copa: a data prevista para conclusão das obras é o quarto trimestre de 2015, segundo um material publicitário. A rede Four Seasons, que ainda não está no Brasil, segue como o mais provável operador do hotel, agora com o nome de Glória Palace Hotel.

O empresário Eike Batista é alvo de um novo processo administrativo sancionador na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Dessa vez a autarquia apura se ele foi responsável, enquanto controlador da MPX (atual Eneva), por descumprir o artigo 6º da Instrução 358/02.

O dispositivo trata de exceção à regra da imediata divulgação de fato relevante, que se dá quando os administradores entenderem que sua revelação colocará em risco interesse legítimo da companhia. Determina, entretanto, a obrigação de fazê-lo quando a informação escapar ao controle ou se ocorrer oscilação atípica na cotação, preço ou quantidade negociada dos papéis da empresa.

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Eike tinha até o último dia 17 para apresentar sua defesa e encaminhou no dia 30 um pedido de termo de compromisso para extinguir o processo sem julgamento. Este é o quarto processo sancionador aberto pela CVM contra o empresário desde o ano passado, quando as empresas do grupo EBX mergulharam numa forte crise de confiança. Há ainda casos que apuram infrações na OGX, CCX e LLX.

A Óleo e Gás Participações (ex-OGX) confirmou em comunicado ao mercado nesta sexta-feira (24), o adiamento da apresentação do plano de recuperação, conforme antecipado nesta quinta-feira (23), pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. A companhia prevê entregar o plano no dia 31, quando também será assinado o financiamento DIP, mecanismo que será usado para a injeção de dinheiro novo na empresa.

Na última semana, foi anunciado um empréstimo-ponte de US$ 50 milhões, que depois será convertido no DIP. No entanto, há ainda questões burocráticas como a necessidade de aprovação pelo juiz da recuperação judicial das garantias do empréstimo-ponte. O promotor de Justiça de Massas Falidas, Marcos Lima Alves, pediu vista do processo para analisar essas garantias, o que deve ocorrer na próxima semana.

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O objetivo da administração da empresa é ganhar tempo para obter o aval de todos os detentores de bônus (bondholders) para a proposta, que se mantém próxima às bases do acordo preliminar divulgado ao mercado no fim do ano passado.

De acordo com o comunicado, as tratativas com as partes signatárias do acordo, o "Plan Support Agreement" (PSA), continuam evoluindo dentro das expectativas da companhia.

"A implementação do plano de recuperação judicial, a ser apoiado pelos detentores de bonds representando a maioria dos bonds em circulação, permitirá a superação da atual crise financeira da companhia, assegurando a continuidade de suas atividades, com o pleno atendimento de seus objetivos e função social", diz o comunicado

A ex-OGX tem uma dívida de US$ 5,8 bilhões dividida entre detentores de bônus internacionais (US$ 3,8 bilhões), a OSX (US$ 1,5 bilhão) e fornecedores (US$ 500 milhões). O acerto anunciado no Natal prevê a injeção de novos recursos entre US$ 200 milhões e US$ 215 milhões na companhia por investidores internacionais e a conversão da dívida em participação acionária.

A Sete Brasil informou nesta sexta-feira, 24, que a encomenda da sonda de perfuração para águas ultraprofundas que, em 2012, estava em negociação para construção no estaleiro da OSX passou ao estaleiro Jurong Aracruz (ES) - e não ao Atlântico Sul (EAS, PE), conforme informado em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira.

O EAS mantém uma encomenda total de sete sondas, prevista desde o início. Já o Jurong, que anteriormente tinha seis sondas a serem construídas, agora tem sete.

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A Sete Brasil tinha em 2012 em seu portfólio 30 sondas para construção em seis estaleiros, sendo 28 fechadas com cinco estaleiros (EAS, Brasfels, Paraguaçu, Jurong e Rio Grande) e duas extras que eram negociadas, ainda sem contrato, com o estaleiro da OSX.

Após as dificuldades sofridas pelo Grupo de Eike Batista, foi eliminada uma das sondas do portfólio da gestora, que passou a prever 29, em vez de 30. A segunda sonda que também que era negociada para ser construída no estaleiro da OSX passou ao estaleiro Jurong.

Dessa forma, as 29 sondas estão distribuídas entre EAS (7), Brasfels (6), Paraguaçu (6), Jurong (7) e Rio Grande (3). Dessas, depois de prontas, 28 têm contrato de afretamento com a Petrobras e uma - a que será construída pelo Jurong - permanece sem contrato, ficando disponível para ser negociada no futuro com alguma petroleira.

A sétima sonda do Jurong, apesar de ainda não ter destino, passou à frente no cronograma de entrega, que tem alguma flexibilidade dentro da Sete Brasil e pode variar de acordo com o andamento de cada estaleiro. A última das 29 sondas a serem entregues virá do EAS. O cronograma prevê conclusão de todas entre 2015 e 2020.

A empreiteira Acciona conseguiu na Justiça holandesa o arresto das ações da OSX Leasing. Embora o pedido feito à justiça não inclua os bens da companhia, o montante arrestado garante integralmente a dívida de R$ 300 milhões da empresa do empresário Eike Batista com a credora, segundo o advogado Leonardo Antonelli, que representa a corporação espanhola. A Acciona é uma das empresas participantes da construção do Porto do Açú, em São João da Barra, litoral norte do Estado do Rio de Janeiro. A decisão da justiça saiu no fim do ano passado, mas foi mantida em sigilo.

"Conseguimos o arresto das ações da Leasing", afirmou o advogado ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, em entrevista por e-mail. "Cumprimos dia 31 de dezembro, mas mantivemos o sigilo até o ajuizamento da demanda principal no Brasil", acrescenta.

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Na quinta-feira passada, dia 16, a empreiteira espanhola entrou com uma ação contra a brasileira também no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, requerendo que o saldo da OSX Leasing seja depositado na conta garantia da Acciona.

"A ação cumula o pedido de garantia com perdas e danos", conta Antonelli, que espera conhecer a decisão da justiça na terça-feira.

O advogado não revela quantas ações da Acciona contra a OSX estão em tramitação no momento, mas lembra que o embate para garantir o pagamento das dívidas da companhia brasileira com a espanhola extrapola fronteiras.

"Nossa estratégia envolve países distintos e estratégias diversas, sendo certo que o efeito surpresa possibilitará atingirmos o objetivo do nosso cliente, motivo pelo qual não podemos revelar aquilo que ainda não é público", explica ele.

A Acciona foi contratada em 2011 para realizar a engenharia, design e construção dos diques externos do porto de Açu, situado em São João da Barra (RJ). A empresa está no Brasil desde 1996, e participou de outros projetos, como as obras da rodovia federal BR-393 do Rio de Janeiro e o Rodoanel na região metropolitana de São Paulo.

A construção da primeira fábrica de semicondutores do Brasil não deve sofrer atraso significativo com a saída de Eike Batista da Six Semicondutores, disse nesta segunda-feira (13), o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

A venda da participação de Eike na Six, uma joint venture iniciada em 2012 com a Internacional Business Machines (IBM) e o BNDES, segue-se aos problemas do seu grupo industrial devido a dificuldades financeiras. A Six está negociando com a argentina Corporación América a compra de pelo menos parte da participação de 33% de Eike Batista na empresa.

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"Se houver um atraso, será de dois ou três meses, mas poderemos recuperar o tempo perdido", afirmou Coutinho. A fábrica deve iniciar a produção em 2015 e fabricará chips destinados a usos específicos, comuns em setores como a indústria farmacêutica. Segundo Coutinho, eles são diferentes dos chips produzidos por outras companhias, como a Intel, para tablets e outros aparelhos.

Esses chips requerem menos investimento inicial do que chips para usos gerais. Coutinho afirmou que o investimento inicial será de cerca de R$ 1 bilhão e que dois terços dos chips serão vendidos na América Latina, enquanto o restante será expandido para mercados como Europa e Ásia.

"Sempre foi nosso sonho ter uma fábrica de semicondutores no Brasil. Por mais de três décadas, sonhamos com isso", disse Coutinho. Ele afirmou que isso não foi possível por muitos anos devido à instabilidade econômica e à falta de investidores interessados no setor.

Ele também saudou o interesse de investidores argentinos no projeto. "Foi bom negociar com essa companhia, porque traz alguém do Mercosul para investir nisto", disse ele. A chegada de um novo parceiro também permite que o BNDES comece a pensar em uma estratégia de saída. Segundo Coutinho, o banco não tem planos de aumentar seu investimento na companhia e pode começar a reduzir sua participação no futuro.

"Qualquer mudança futura será uma redução - e não um aumento - na participação do BNDES", disse ele, acrescentando que o banco também espera abrir a companhia para investidores adicionais no futuro, o que inclui a possibilidade de uma oferta pública inicial de ações. Fonte: Dow Jones Newswires.

A Óleo e Gás Participações (ex-OGX) obteve aval da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Combustível (ANP) para prorrogar o prazo para comprovação de que possui as condições financeiras necessárias para continuar nos consórcios de exploração obtidos nos leilões da agência. O prazo para a apresentação dos comprovantes, que venceu no último dia 6, foi prorrogado para o próximo dia 24, dando um alívio para a petroleira de Eike Batista, que está em recuperação judicial e tem problemas de caixa.

De acordo com a ANP, em nota encaminhada à imprensa, foi a própria companhia quem solicitou o adiamento do prazo. A comprovação é determinante para a empresa "manter sua condição de concessionária e o cumprimento das obrigações contratuais".

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Mais cedo, a petroleira informou que já havia efetuado o pagamento da primeira parcela referente às suas obrigações contratuais com o consórcio explorador do BS-4, na Bacia de Campos. O campo integra os blocos de Atlanta e Oliva, as apostas da empresa para gerar receita e retomar a produção e credibilidade.

A empresa havia sido questionada por seus parceiros no consórcio, a QGEP e a Barra Energia, sobre o não pagamento de três aportes ao consórcio entre os meses de novembro e dezembro. O montante questionado pelas empresas, que levaram a questão à ANP, era estimado em R$ 73 milhões. A OGX, entretanto, afirmou que o pagamento das obrigações referentes ao bloco estava previsto em seu plano de reestruturação judicial.

O empresário Eike Batista vendeu sua participação em mais uma empresa, na tentativa de consertar as finanças do seu grupo de infraestrutura. Em meados de dezembro, ele vendeu sua participação na BRIX, plataforma de negociação de energia elétrica fundada por ele em 2011.

Eike Batista expressou o "desejo de priorizar seu tempo e seus recursos" em 2013 e abandonou a sociedade antes do fim do ano, disse Levindo Santos, executivo-chefe da BRIX, à Dow Jones Newswires.

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Quando foi fundada, em 2010, a companhia tinha cinco sócios, cada um com 20% da companhia. Agora, os quatro sócios restantes aumentaram suas participações, comprando a fatia de Eike Batista, segundo Santos. O valor da transação não foi divulgado. Fonte: Dow Jones Newswires.

Depois de anunciar o fechamento das linhas gerais de um acordo com credores para extinguir US$ 5,8 bilhões em dívidas - que serão transformadas em ações da companhia - a petroleira Óleo e Gás Participações, antiga OGX, de Eike Batista, viu disparar a cotação de suas ações na Bovespa.

Retiradas do Ibovespa, principal índice da Bolsa, devido à drástica volatilidade dos últimos meses, as ações ordinárias fecharam o pregão com alta de 15,79%, cotadas na mínima do dia, de R$ 0,22. Já haviam batido R$ 0,25, com valorização de quase 32%. Na noite de Natal, a companhia anunciou ter chegado a um acordo com credores internacionais, detentores de bônus que somam US$ 3,8 bilhões. Junto com a dívida com a OSX (empresa de construção naval de Eike) e fornecedores, o total sobe para os quase US$ 6 bi.

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O próximo passo será tentar fechar, no início de janeiro, com os donos de bônus da plataforma OSX-3, a redução no valor do aluguel do equipamento, instalado no campo de Tubarão Martelo, a última aposta de produção da petroleira. O arrendamento custa hoje US$ 370 mil por dia à OGX.

A concordância em torno da redução do aluguel é a principal condição para que os credores da OGX efetivem o aporte adicional entre US$ 200 milhões a US$ 215 milhões na petroleira, também previsto no acordo, e que deve dar fôlego à manutenção da produção da petroleira em 2014.

Construída especificamente para operar no campo de Tubarão Martelo, a OSX-3 não é um ativo com grande liquidez, já que teria de ser adaptada para operar em outro campo de petróleo. Este é o principal argumento para tentar convencer os investidores a aceitar reduzir o aluguel da plataforma.

Eduardo Munhoz, do escritório de advocacia Mattos Filho, não quis especificar de quanto é a redução pedida no aluguel e explicou que o acordo está sendo desenhado "a quatro mãos" por representantes da OGX, dos credores da OGX, da OSX e dos credores da OSX-3.

A reestruturação da OGX é considerada confortável pelos principais credores externos. Segundo fonte próxima às negociações, os credores consideram que o plano será capaz de fazer a companhia emergir do processo de recuperação judicial com capacidade operacional, embora ainda não haja clareza sobre o quanto do que investiram será recuperado. Por enquanto, as contas são de que a recuperação será em torno de 25% do capital investido.

Os bônus externos da OGX chegaram a operar a 7% do valor de face, ou seja, chegaram a valer cerca de US$ 250 milhões. "Ainda não se sabe o quanto a nova companhia reestruturada irá valer, tampouco, a quanto serão negociadas na bolsa", observou a fonte.

Entre os fatores que impediram que um acordo fosse fechado antes de a companhia entrar em recuperação a fonte lembrou que "o valor da dívida da OGX com a OSX flutuava e nas primeiras negociações a companhia apresentou valores muito elevados para necessidade de fluxo de caixa".

Outros aspectos que facilitaram o fechamento de um acordo agora foram a redução de 15% para 10% da participação dos acionistas atuais na nova companhia e do montante de dinheiro novo a ser injetado na empresa, antes em torno de US$ 250 milhões.

Para financiar o ano de 2014, esse empréstimo será garantido por bens reais da OGX que não estão vinculados a outros empréstimos e que, como já está previsto na lei, esses credores teriam garantido preferência em uma eventual falência, o que não é esperado pelos credores.

A petroleira tem ainda grandes desafios a vencer. Poderá, por exemplo, ser afastada do bloco BS-4, na Bacia de Santos, se até 8 de janeiro do BS-4 não honrar os pagamentos ao consórcio da área. Além da OGX (40%), integram o bloco a Queiroz Galvão (30%) e a Barra Energia (30%).

O Joint Operating Agreement (JOA) com QGEP e Barra Energia prevê a retirada do sócio em atraso 60 dias após a inadimplência. Segundo a companhia, nesse caso pode haver arbitragem. A OGX diz que tem hoje "cash calls" na recuperação judicial por atraso de R$ 52 milhões referentes ao bloco. A empresa afirma que desse total deve R$ 16 milhões à Queiroz Galvão e R$ 36 milhões à Petrobrás.

Depois de terminada a primeira etapa de reestruturação da OGX, com renegociação da dívida e injeção de capital novo, a empresa ganha uma sobrevida de dois anos ou mais, segundo o analista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). "Em menos de um ano de jeito nenhum (terá desfecho o imbróglio da companhia)", disse.

O futuro, numa segunda etapa depois de concretizado o acordo proposto na terça-feira (24), ainda é incerto. Os fundos que devem assumir o controle da nova companhia querem recuperar o valor. Mas não se sabe ainda se terão paciência de esperar os anos de maturação necessários para se ter retorno com investimentos em petróleo, se vão vender ativos até liquidar a empresa ou se vão fazer uma combinação dos dois.

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"O destino da empresa vai depender também um pouco do mercado e até de sorte. Investimento em petróleo é de alto risco, mas também com potencial de ganho alto", disse, lembrando que será crucial o comportamento da produção dos campos de Atlanta, Oliva e Martelo.

Pires lembra que a empresa estava com seus projetos praticamente paralisados a espera da equalização da dívida. Ainda precisará ser concluída a primeira etapa, com troca de dívida por controle acionário, injeção de dinheiro novo até o fim de janeiro, mudança de nome e de gestão. Depois, diz Pires, a questão será como a empresa será administrada: para onde vai o dinheiro, o que será prioridade e o que será ou não vendido.

Duas fontes citadas pela Dow Jones disseram nesta terça-feira (24) que a dívida da OGX Petróleo e Participações será convertida em ações, após a conclusão de um acordo com os credores. Com isso, a participação de Eike Batista na companhia deverá se reduzir dos atuais 50% para cerca de 5%. Além disso, disseram as fontes, os credores vão prover cerca de US$ 200 milhões em capital. Fonte: Dow Jones Newswires.

Os acionistas minoritários da petroleira OGX do empresário Eike Batista aprovaram nesta sexta-feira (6), em assembleia geral extraordinária, a mudança do nome da companhia para Óleo e Gás Participações. No AGE, foi aprovada ainda a alteração do endereço da sede da empresa e a ratificação do pedido de recuperação judicial.

Presente na assembleia, o presidente da petroleira, Paulo Narcélio, informou que o segundo poço do sistema de produção do campo de Tubarão Martelo será conectado nos próximos dias.

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