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O primeiro debate na TV entre candidatos ao Palácio do Planalto será promovido neste domingo (28), na Band, em parceria com a TV Cultura, o portal UOL e o jornal Folha de S.Paulo. Com início previsto para as 21h e sem a presença de plateia, o encontro deve contar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe D'Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil). A polarização, protagonizada pelo petista e o candidato à reeleição, devem marcar o debate, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão.

Dentre os convidados, a presença do ex-presidente Lula e a do presidente Bolsonaro eram as mais incertas até este sábado (27). No entanto, o petista, por meio de uma rede social, confirmou presença; a participação do chefe do Executivo foi confirmada ao Estadão pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.

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Cientistas políticos ouvidos pelo Estadão disseram que o encontro deve ser marcado por uma atenção polarizada entre os principais adversários que lideram as pesquisas - Lula e Bolsonaro. A performance e desenvoltura dos dois candidatos será um dos focos do debate, uma vez que o petista não participa de eventos semelhantes desde 2006, enquanto o atual chefe do Executivo participou apenas de dois debates em 2018 antes do atentado que sofreu.

Para o professor de Ciência Política da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Cloves Oliveira, o debate funcionará como uma espécie de grande duelo. "Finalmente, teremos um encontro entre os dois principais competidores das eleições, como se fosse um grande duelo no qual cada um vai tentar apresentar os seus trunfos: um para tentar ganhar no primeiro turno, caso do ex-presidente Lula, e ou para tentar diminuir a intenção de votos do oponente, caso do presidente Bolsonaro", afirmou Oliveira.

Os organizações do encontro afirmaram que Lula e Bolsonaro foram sorteados para ficar lado a lado na disposição dos candidatos no estúdio. A performance e desenvoltura dos dois principais adversários serão analisadas de perto durante o debate. Para Oliveira, o ex-presidente petista tem vantagem nessa situação por estar na liderança nas pesquisas e ter técnicas de comunicação e posicionamento já conhecidas pelo eleitorado. "Lula tem condições de se posicionar como acima da briga, de ser mais propositivo e de se esquivar, de maneira mais efetiva, dos ataque dos seus oponentes", disse.

O cientista político Marco Antônio Carvalho Teixeira, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), explica que essa atenção polarizada será feita de duas formas, por meio dos questionamentos e provocações: direcionada a Lula e Bolsonaro por parte dos outros candidatos que ainda buscam tentar se posicionar em uma melhor condição e por parte dos próprios adversários principais, na tentativa de mirar no outro.

Já, para o presidente, estar em um debate televisivo pode ser mais desconfortável, segundo o cientista político Rodrigo Prando, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "Bolsonaro fica muito mais confortável no ambiente seguro das redes sociais em que controla as variáveis que podem influenciar", disse.

Oliveira, da UFBA, afirmou, ainda, que a tendência do candidato à reeleição é permanecer na defensiva. "Na ausência de argumentos para defender o legado do seu governo, a solução será desqualificar o seu opositor e também sempre que possível transferir essa responsabilidade sobre a gestão dos temas das políticas públicas para terceiros."

Ciro e Tebet

 

Os especialistas defendem que o esperado do candidato do PDT é que ele mantenha a mesma estratégia utilizada na entrevista do Jornal Nacional, que foi a de tecer crítica aos dois mais bem colocados nas pesquisas - Lula e Bolsonaro - e de se vender como uma alternativa para aqueles que não querem a continuidade de um ou a volta de outro. "A estratégia mais recomendada para Ciro é atacar o presidente Bolsonaro para buscar votos em um espaço do eleitorado mais de centro-direita que está flertando com o eleitorado de Bolsonaro", afirmou Oliveira.

A candidata Simone Tebet (MDB), assim como Ciro, deve se apresentar como uma terceira via. "A grande questão é que qualquer um ali que não seja Lula e Bolsonaro, portanto, qualquer representante da terceira via, vai ter de fazer todo um esforço discursivo de oratória no debate, mas sabe que a polarização os constrange. Ou seja, o corredor em que eles passar, especialmente Ciro e e Simone, é um corredor cada vez mais apertado pela dimensão da força dos dois candidatos", afirmou Prando.

Para Teixeira, pelo espaço televisivo ser bastante importante para o grande público, temas "espinhosos" podem vir à tona como corrupção, para o Lula, e a questão da gestão da covid-19, para o Bolsonaro. "Certamente volta também para o Bolsonaro o tema da corrupção e talvez um outro tema que seja a questão dos próprios filhos." O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e até o próprio presidente tiveram seus nomes envolvidos em investigações de rachinhas em seus gabinetes.

Segundo os cientistas políticos ouvidos pelo Estadão, outros temas podem ser esperados como economia, meio ambiente, educação e fome.

Os últimos movimentos do presidente Jair Bolsonaro (PL) podem colocar sua candidatura em risco, segundo advogados eleitorais ouvidos pelo Estadão. De acordo com especialistas, candidatos podem ser punidos por atos cometidos antes mesmo do registro de suas candidaturas.

Na semana passada, Bolsonaro convocou embaixadores e diplomatas ao Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, para repetir a tese não comprovada de que o sistema eleitoral brasileiro é alvo de fraudes. A pedido de um grupo de procuradores da República, uma investigação vai apurar se o encontro foi um ato político e quais implicações ele pode ter na candidatura à reeleição do presidente.

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Nesta segunda (25), o PL informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o encontro de Bolsonaro no Alvorada se tratou de "ato de governo", em "agenda oficial do presidente", e não "ato de campanha".

Abusos

A advogada eleitoral Juliana Bertholdi afirmou que casos de abuso do poder econômico, abuso do poder de autoridade e utilização indevida dos meios de comunicação social cometidos antes da formalização da candidatura podem levar a uma ação tão logo ela seja oficializada. "Registrou é candidato, e já pode ter a ação de investigação judicial eleitoral em seu desfavor."

Um processo como esse pode levar à cassação do registro do candidato ou mesmo do diploma, se julgado após as eleições. Nesse último caso, a pessoa não pode assumir o mandato. Em 2019, o plenário do TSE manteve a cassação dos diplomas da senadora eleita Selma Arruda (MT), de seu primeiro-suplente, Gilberto Possamai, e da segunda-suplente da chapa, Clerie Mendes, pela prática de abuso de poder econômico e arrecadação ilícita de recursos no período da pré-campanha.

"Hoje, há uma falsa impressão por parte dos pré-candidatos de que uma série de ilícitos eleitorais, quando cometidos no período anterior ao do registro, não seriam passíveis de ação de investigação judicial eleitoral", disse a advogada e professora de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Vânia Aieta.

Segundo a jurista, as condutas irregulares no período pré-eleitoral podem ocorrer antes da convenção partidária e no momento entre o evento e o registro da candidatura. Ela cita alguns casos frequentes que poderiam ser considerados ilícitos: candidatos que oferecem algum benefício, como cesta básica, aos eleitores, e uso de mídia para burlar as normas da propaganda.

Desinformação

O advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, coordenador-geral da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), citou resolução do TSE, aprovada após o caso do deputado estadual eleito em 2018 Fernando Francischini (União Brasil-PR), cassado por ataques às urnas eletrônicas. No encontro com os embaixadores, Bolsonaro repetiu acusações sem provas sobre fraudes no processo eleitoral.

Um artigo da resolução do TSE que trata de condutas ilícitas em campanha eleitoral proíbe "a divulgação ou compartilhamento de fatos sabidamente inverídicos ou gravemente descontextualizados que atinja a integridade do processo eleitoral".

"Quem fizer isso fica sujeito a uma ordem para parar de fazer sob pena de multa, sem prejuízo da apuração por abuso do poder e abuso dos meios de comunicação, que pode levar à cassação de mandato. Eles (TSE) vedaram os ataques à urna eletrônica, que era o que o Francischini tinha feito. Cabe no caso do Bolsonaro."

Há quatro anos, Francischini foi o candidato mais votado para deputado estadual no Paraná, com quase 428 mil votos. No dia da eleição, ele fez uma transmissão ao vivo na qual disse que duas urnas eletrônicas estavam fraudadas e não aceitavam votos em Bolsonaro. Disse, ainda, que os equipamentos tinha sido recolhidos.

Segundo o TSE, a suposta apreensão de urnas não ocorreu. A Justiça Eleitoral disse que um eleitor apertou as teclas 1 e 7 para votar em Bolsonaro, mas a tela mostrava que o voto era para governador. A acusação não foi comprovada.

A introdução de componentes que simulam um agente infeccioso capaz de enganar o nosso corpo e nos proteger de vírus mortais. Esse é o mecanismo que explica o funcionamento das vacinas, descoberta que já soma dois séculos e que mudou a história da humanidade. 

Mais do que uma proteção individual, os imunizantes reforçam o senso de comunidade e responsabilidade coletiva, apontam especialistas ouvidos pela Agência Brasil. Nesta quinta-feira (9) é celebrado o Dia Nacional da Imunização.

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“A partir das vacinas, não precisamos mais ficar doentes para que o nosso sistema imunológico aprenda a combater algo”, aponta o virologista e imunologista Rômulo Neris. Ele integra a Equipe Halo, iniciativa, aprovada pela Organização das Nações Unidas, que reúne cientistas e profissionais da saúde de todo o mundo que atuam no combate à pandemia. Neris escreveu uma categoria de moléculas aptas a destruir partículas de doenças como zika, chikungunya, dengue, mayaro e febre amarela.

“Geralmente, somos expostos aos agentes causadores dessas doenças. Mas o grande problema é que, na maioria dos casos, isso envolve ficar doente uma primeira vez. Isso não é um cenário ideal, por exemplo, quando estamos lidando com doenças que tem uma letalidade muito elevada ou potencial de causar sequelas ou algum quadro muito grave. É aí que as vacinas entraram como diferencial na história da humanidade”, disse Neris.

Mariana de Souza Araújo, coordenadora do Programa Municipal de Imunizações (PMI), da prefeitura de São Paulo, destaca que a vacina é uma questão de saúde pública e, por isso, depende da cooperação de todos. “Quanto mais pessoas vacinadas, mais protegidos os indivíduos estarão. Por isso falamos de cobertura vacinal”, destaca. 

Ela lembra que é preciso evitar, por exemplo, bolsões vacinais, quando determinadas comunidades reúnem grupos não imunizados. “Todos os pontos da cidade, todos os bairros têm que estar com alta cobertura vacinal, porque as pessoas transitam pela cidade. Às vezes, a pessoa mora em um extremo e trabalha no centro ou vice-versa, então todo mundo tem que ser vacinado com uma alta cobertura e uma alta homogeneidade”, explica. 

Vacinação contra Covid-19

Neris lembra que nenhuma vacina protege 100% contra um vírus, nesse sentido, a cobertura vacinal é que garante a proteção. Ele aponta que a vacinação contra a covid-19 se mostrou bastante eficaz no controle das mortes, mas o aumento recente dos casos reforça que serviços de vigilância, de monitoramento e outras práticas são necessárias para impedir a disseminação do vírus. “A vacinação precisa ser aliada a outras estratégias. Acho que esse é o ponto central”, alertou.

O virologista recorda que ao longo dos últimos meses houve um relaxamento das medidas de proteção, como uso obrigatório de máscara e controle de aglomeração. “Neste cenário, onde há uma variante que se espalha mais rápido do que o vírus original, lugares do planeta onde não há cobertura vacinal tão alta e o vírus ainda continua circulando, temos a propensão de gerar cenários nos quais podemos ter essas reversões, esses aumentos de caso.”

Diante deste quadro, ele acredita que informação e vacinação são a resposta. “A informação necessária para aumentar a confiança da população e a adesão das pessoas que ainda não completaram o esquema vacinal, em conjunto reforçar outras medidas de proteção para que possamos consolidar, já que conseguimos controlar o número de casos no país”, avaliou.

Segurança

Neris lamenta que grupos contrários à vacinação se utilizem da desinformação para gerar dúvidas sobre a segurança dos imunizantes. “Esses movimentos basicamente tentam se valer de uma interpretação inadequada de dados, dando uma linguagem técnica, uma roupagem científica para algo que é uma informação falsa”, avalia.

Mariana lembra que todas as vacinas utilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após pesquisas com rigor científico.

A coordenadora destaca que “o Brasil é referência em imunização. O nosso calendário é um dos mais completos do mundo”. “Conseguimos erradicar a poliomielite e a varíola. Agora temos casos de outra variante, mas somente com as vacinas a gente consegue impedir que doenças que são imunopreveníveis voltem.” 

Ela pede que a população acompanhe o calendário e a disponibilização contínua das doses para diversas doenças. “Se a pessoa tem dúvida se ela tem direito ou não, se ela está elegível dentro da faixa etária dela, procure qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS), leve o seu cartão para verificar.”

A mudança no formato do frete dos combustíveis, proposta que entrou nas discussões do novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, poderia trazer algum alívio aos preços, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão.

Hoje, ao vender o combustível para as distribuidoras, a Petrobras arca com o frete, que já vai embutido no preço. É o modelo CIF (sigla em inglês para custo, seguro e frete). A ideia é mudar o sistema para FOB (ou livre a bordo, em português), no qual o comprador assume o frete e os riscos.

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A lógica é que os clientes conseguiriam ser mais eficientes do que a estatal na contratação do frete, diz o especialista em logística Antonio Wrobleski, presidente do conselho de administração da BBM Logística. Segundo ele, as empresas podem, por exemplo, ter um custo menor com seguros. "Normalmente, as companhias brigam pelo preço do frete e seguro até o último centavo."

No caso da Petrobras, com as amarras de uma estatal e exigências para se enquadrar nas regras de compliance, essa negociação às vezes pode ser inviável, diz o especialista. Embora tenha ganho de escala pelo seu tamanho, a estatal usa poucos fornecedores, o que diminui a competitividade.

Para o advogado Larry Carvalho, especialista em transportes, muitas vezes as empresas com vendas CIF embutem no preço uma margem de taxa de administração, que encarece o frete.

Segundo fontes ligadas ao governo, essa mudança poderia implicar redução de até 15%. Os especialistas, porém, calculam um impacto um pouco menor, em torno de 10%, e que poderia diminuir ainda mais na bomba, porque envolve custos como impostos e margem dos revendedores.

Em nota, a Petrobras disse que o "preço de paridade de importação (PPI), estimado com cálculo análogo ao dos preços CIF, é apenas uma referência do valor de determinada commodity colocada no Brasil, ou qualquer economia aberta, através de importação".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Juristas que elabora anteprojeto para o marco regulatório da inteligência artificial (CJSUBIA) promoveu nesta quinta-feira (12) uma série de audiências públicas para discutir o impacto da IA na formulação de políticas públicas.

Para os especialistas ouvidos, a legislação do setor terá que levar em consideração os riscos de vieses discriminatórios que possam contaminar sistemas automatizados.  Nos paineis realizados pela manhã, pesquisadores ligados à área de direitos humanos e causas sociais alertaram para o fato de que ferramentas tecnológicas não são neutras ou autônomas.

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Desenvolvidas dentro de contextos socioeconômicos e políticos estabelecidos, elas podem reproduzir relações de poder desiguais ou até práticas discriminatórias.  À tarde, a questão foi ilustrada por Bianca Kremer, professora de direito digital no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP). Ela também integra a Coding Rights, organização não-governamental (ONG) que atua na promoção de direitos humanos na área tecnológica. 

Segundo Kremer, uma pesquisa realizada junto ao setor público brasileiro identificou 23 ministérios e agências federais que já usam, mesmo que em fase de testes, sistemas de inteligência artificial e machine learning para executar suas funções. 

"São entes públicos que fazem uso desses sistemas sem a presença de um panorama regulatório em vigor, sem aferição de riscos e pouco ou nada se sabe se eles têm análise de impactos de danos possíveis", criticou a professora. 

Para dar uma ideia da dimensão dos desafios nessa área, ela citou o exemplo de um projeto executado na província de Salta, na Argentina, em parceria com a Microsoft. Um sistema usado pelo governo local prometia identificar as crianças com maior risco de engravidarem na adolescência, para que fossem atendidas com políticas públicas específicas. Segundo Kremer, os parâmetros usados pelo sistema (etnia, local de moradia, número de pessoas na mesma casa) perpetuavam a estigmatização de mulheres pobres, levando a resultados “superdimensionados” e erros estatísticos “grosseiros”. 

 Em outro painel de audiências do dia, os palestrantes falaram sobre os desafios para aprimorar a confiabilidade dos parâmetros de sistemas de IA. Os convidados comentaram que a área tem aplicações muito amplas em vários níveis da tecnologia e está em constante evolução. Mesmo assim, ela não é uma “caixa-preta” e já há ferramentas avançadas para que os programadores compreendam melhor seus modelos. O passo fundamental é traduzir isso para os usuários. 

Renato Leite Monteiro, que trabalha com privacidade e produção de dados no Twitter, afirmou que o chamado “direito à explicação” já é possível no Brasil, a partir da Lei Geral de Produção de Dados. No entanto, segundo ele, esse direito deve ser ponderado junto a direitos de terceiros, como o sigilo comercial e a garantia da propriedade intelectual. 

"Queremos ajudar as pessoas a entender como as decisões algorítmicas são tomadas e nos responsabilizar publicamente. A nossa experiência recente sugere que, embora investir na melhoria da equidade dos modelos e fazer investimentos na explicabilidade seja importante, as aplicações mais impactantes de uma aprendizagem de máquina responsáveis podem vir da própria alteração do produto e do serviço, da abordagem ou da experiência das pessoas". 

Ele relatou que, em 2020, usuários do Twitter perceberam que o programa usado para o recorte automático de imagens não era capaz de identificar e centralizar rostos de pessoas negras. Monteiro explicou que a empresa produziu e publicou uma avaliação que concluía que havia enviesamento no algoritmo, e optou por não usar mais o programa. 

*Da Agência Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu cautela com o fim da emergência em saúde pública imposta pela covid-19 anunciado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

"Enquanto tiver morrendo gente disso, é preciso ter muita cautela, mas, naturalmente, o ministro da Saúde é uma pessoa responsável e certamente ele tem base para as decisões", afirmou Pacheco em entrevista a jornalistas no Senado.

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No domingo, 17, o ministro anunciou a revogação Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) da covid-19. A decisão ainda não foi oficializada. A medida entrou em vigor em março de 2020 e sustentou as ações de enfrentamento à covid-19 no País e mais uma centena de leis - cujo efeito precisará ser revisto.

A permanência da pandemia é motivo de cautela, de acordo com especialistas e secretários de Saúde nos Estados e municípios, que pediram ao governo federal uma transição com a flexibilização. Ontem, o Brasil registrou 65 novas mortes pelo novo coronavírus, totalizando 662.076 óbitos em dois anos.

O ministro da Saúde foi convocado pela Comissão de Transparência do Senado para uma audiência nesta quarta-feira, 20, marcada às 14 horas. O colegiado quer ouvir do chefe da pasta esclarecimentos sobre a qualidade da saúde pública no Brasil, de acordo com o requerimento de convocação aprovado.

A decisão do governo de zerar o imposto de importação de etanol, café, margarina, queijo, macarrão e óleo de soja e de reduzir em 10% as alíquotas de importação sobre itens de informática e bens de capital terá impacto limitado para conter a alta de preços e segurar a inflação, segundo economistas ouvidos pelo Estadão.

Mesmo com essa medida, eles mantêm as previsões para o ano do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) na faixa de 7%. Na prática, a zeragem do imposto tem muito mais um caráter populista, no sentido de o governo demonstrar preocupação com a inflação em ano eleitoral, do que equacionar a forte pressão inflacionária, que mantém os índices em 12 meses em dois dígitos.

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Nas contas de André Braz, coordenador de índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), o etanol e os alimentos, cujas alíquotas estão zeradas até o final do ano, representam menos de 3% do orçamento familiar. "Eles pesam menos do que a conta de luz, que responde por 5% do IPCA", compara.

Além de o peso desse grupo de itens ser pequeno na inflação, como os preços são livres e o momento atual é de muita volatilidade, a isenção do imposto não necessariamente se traduz em preços menores ao consumidor, diz o economista. A decisão pode, no máximo, impedir um aumento maior no preço final, observa.

O motivo é que as cotações das commodities, como soja, trigo, milho, petróleo, seguem muito pressionadas no mercado internacional por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia. "Parece que essa decisão está na conta de medidas em torno das eleições, do interesse do governo de se posicionar melhor na corrida eleitoral."

O economista Fábio Silveira, sócio da consultoria MacroSector, concorda com Braz. "O anúncio desse pacote tem um caráter populista e eleitoreiro." Ele diz que a desaceleração da inflação no segundo semestre já é prevista por causa de outros fatores e que o efeito da zeragem do imposto é muito pequeno. "Não é isso que vai conter preços."

Entre os fatores que devem levar a uma desaceleração da inflação no segundo semestre, apesar de a sua projeção do IPCA para o ano continuar na faixa de 7% por causa da disparada de preços do primeiro semestre, o economista aponta a alta dos juros no mundo, especialmente nos Estados Unidos. "A subida dos juros dos títulos do Tesouro americano reduz os movimentos especulativos de fundos que apostam em commodities e impulsionam os preços", explica.

Outro fator apontado por Silveira é a entrada, no segundo semestre, das safras de grãos no mercado internacional, o que amplia a oferta de produtos e segura os preços. Além disso, a valorização do dólar em relação ao real deve limitar a alta da inflação no Brasil.

CÂMBIO

"Se o câmbio continuar se valorizando, ele terá impacto muito mais importante para segurar a inflação do que essas reduções de impostos", afirma o economista Guilherme Moreira, Tcoordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe.

Moreira pondera que toda a redução de imposto é bem-vinda, mas destaca que o problema da inflação neste momento é muito maior do que os itens nos quais o governo decidiu zerar ou reduzir o imposto de importação. "A inflação está muito espalhada."

No Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro, o último dado disponível, 74,8% dos 377 itens que compõem o indicador registraram aumento de preços, um recorde histórico, aponta levantamento da LCA Consultores.

Fabio Romão, economista da LCA, diz que a decisão do governo pouco vai influir na inflação. No caso do etanol, ele observa que o produto importado respondeu por apenas 3,8% da oferta no mercado interno no ano passado. "É muito pouco, não tem oferta", argumenta. Além disso, o etanol importado é produzido a partir do milho, que está em alta no mercado internacional. "Não deve ter um efeito relevante para o preço da gasolina", afirma. O economista não alterou a previsão de alta de 10% para a gasolina neste ano e de um IPCA de 6,7%.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Especialistas entrevistados pelo Estadão consideram precipitada a decisão do governo de São Paulo de acabar com o uso obrigatório de máscaras na maioria dos ambientes fechados. A avaliação é que o País segue em uma situação de risco diante da chegada da variante Deltacron, com apenas cerca de 50% da população com a dose de reforço e lentidão no avanço da vacinação contra Covid-19 das crianças.

Em entrevista à Rádio Eldorado, a infectologista do Instituto Emílio Ribas Rosana Richtmann, que integra o comitê científico montado pelo governo para orientar as medidas sanitárias, vê a decisão como "prematura" e que a mensagem deveria ser mais cautelosa. "É prematuro abandonar máscaras nas escolas", exemplifica.

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"Qualquer pessoa com o mínimo de bom senso olharia para esse cenário e chegaria à conclusão de que não é a hora de abandonar as poucas medidas de proteção que temos. Agora, estamos no momento de respiro, mas ao invés de estarmos nos preparando para nos solidificar quando vier uma próxima onda, estamos relaxando o pouco que temos", avalia Denise Garrett, médica epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin de Vacina.

O infectologista e pesquisador epidemiologista da Unesp Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza até se considera um otimista, mas também não acredita que seja o momento para medidas menos restritivas. "As flexibilizações ainda são precoces e desnecessárias, principalmente no uso de máscara e em lugares fechados. Isso nos deixa mais vulneráveis", aponta.

Fortaleza integrou o Centro de Contingência do governo até meados do ano passado. Em agosto, o grupo formado por mais de 20 especialistas foi extinto pelo governo pelo atual Comitê Científico e substituído por um pequeno comitê que manteve os integrantes mais alinhados a medidas de flexibilização.

Ao anunciar o fim do uso de máscaras obrigatório, o governador João Doria (PSDB) citou que a decisão foi referendada pelos integrantes do comitê, liderado pelo médico Paulo Menezes. "Este comitê entende possível recomendar, a partir da data de hoje, que o uso de máscaras de proteção facial seja obrigatório apenas nos locais, públicos e privados, em que prestados serviços de saúde, bem como nos transportes públicos coletivos e respectivas áreas de acesso", apontou Menezes em nota técnica divulgada pelo governo, na qual cita uma queda nas novas internações.

Na quarta-feira, 16, São Paulo registrou 139 mortes pela pandemia e 8,8 mil casos conhecidos da doença no período de 24 horas. A ocupação nos leitos de UTI estaduais é de cerca de 30%, enquanto o índice fica em 22% em enfermarias. "Internação em hospital é um indicador tardio. É assim que tem acontecido há pelo menos dois anos e ainda não aprendemos com nossos erros", observa Denise.

Apesar de considerada precoce, a liberação da obrigatoriedade das máscaras já foi implementada em outros Estados e capitais. Rio de Janeiro, Maceió, Cuiabá, Florianópolis, Natal, Rio Branco, Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre são algumas das cidades que, em maior ou menor grau, não exigem mais o uso da proteção facial.

"O uso de máscaras ainda é essencial. Se estamos falando de uma doença que é transmitida por vias respiratórias, a primeira barreira é ela, logo é a primeira medida a ser tomada em um surto e a última a ser retirada quando tivermos controle da doença", diz Rodrigo Stabeli, pesquisador e diretor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em São Paulo. "Abrir mão dessas políticas agora é uma maneira efetiva do ponto de vista do ano eleitoral, mas é completamente burra no combate à covid e quem sofre ou morre é a população.

Após desobrigar o uso de máscaras de proteção em ambientes abertos, o governo de São Paulo estuda agora flexibilizar também em espaços fechados, a exemplo do Rio de Janeiro. Especialistas avaliam que a medida, porém, pode ser precipitada, uma vez que locais com pouca ventilação são os mais propícios para infecção pelo coronavírus. Alertam ainda que, apesar de o pico de casos acarretado pela variante Ômicron provavelmente ter passado, os indicadores da pandemia seguem em patamar consideravelmente alto, o que requer manutenção de medidas não farmacológicas.

"Ainda estamos em um momento de grande instabilidade no País (...) Temos uma incidência no número de casos acima de 282 casos por 100 mil habitantes. Portanto, retirar uma medida de barreira tão importante quanto o uso de máscaras em ambientes fechados é um risco enorme", diz o médico infectologista e epidemiologista Carlos Starling. Segundo ele, que atua no comitê que assessora a prefeitura de Belo Horizonte quanto a medidas adotadas na pandemia, flexibilizar o uso de máscara em ambientes fechados neste momento é "extremamente precoce".

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No início do mês, a capital mineira tornou-se uma das primeiras a liberar o uso de máscaras em ambientes abertos. De forma paralela, Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Rio de Janeiro também flexibilizaram o uso do acessório. Desde então, medidas similares foram adotadas em Distrito Federal, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, além de São Paulo. Em Rio de Janeiro e Distrito Federal, houve aval inclusive para as cidades flexibilizarem o uso em ambientes fechados, medida que agora é estudada pelo governo Doria.

Segundo Starling, a possibilidade de liberar a utilização em espaços com pouca circulação de ar não está sendo discutida para Belo Horizonte neste momento. O médico é contra a adoção da medida em ambientes fechados no Brasil e também no exterior. "Em Hong Kong, a incidência (de casos) tem aumentado absurdamente. Na Alemanha, e também no Reino Unido, a incidência voltou a aumentar por conta de uma subvariante da Ômicron (BA.2)", aponta.

O ideal, segundo ele, seria que a flexibilização de máscaras em espaços fechados só seja discutida no País quando a incidência de novos casos por 100 mil habitantes ficar abaixo de 50 e a incidência de mortes pela doença permanecer abaixo de 10 casos por milhão de habitantes. "Quando se retira uma medida tão importante como essa, a mensagem é que a pandemia acabou. Isso não é real. É muito mais uma angústia, um desejo das pessoas, do que uma realidade epidemiológica", diz Starling.

"Nós estamos vendo, sim, uma tendência de queda dos números, a incidência vem caindo. Mas nós sabemos também que a imunidade adquirida com a Ômicron, ou com qualquer das variantes que tiveram, e mesmo com a vacinação, é uma imunidade temporária", aponta o médico. "Vai durar aproximadamente de 4 a 6 meses. A partir daí a imunidade vai caindo progressivamente e o abandono dessas medidas de barreira pode tornar a situação pior do que já está."

"A grande preocupação é que nós estamos há três semanas apenas com os índices melhores. Em fevereiro, nós tivermos um dos meses mais mortais desde o meio do ano passado, inclusive", aponta a médica infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Raquel Stucchi. "É um período muito curto para ter segurança de chamar o momento que estamos de estabilidade, com diminuição sustentada, o que daria segurança para a população em retirar as máscaras."

Outro fator apontado pela pesquisadora é que iniciam-se em breve no Brasil outuno e inverno, estações que costumam agravar quadros respiratórios. Nesse contexto, Stucchi entende que seria prudente observar os indicadores de contaminação por mais tempo e fazer uma avaliação quanto à flexibilização das máscaras em espaços fechados daqui a alguns meses. Até porque, explica, voltar a implementar as máscaras um tempo após a liberação seria mais difícil do que adiar a adoção da medida. Em parte, porque as campanhas também não têm frisado que a flexibilização pode se tratar de uma medida temporária.

"Estamos observando que países europeus que têm taxas de vacinação acima do Brasil, e que flexibilizaram bastante as medidas, estão tendo aumento de casos de covid. Alguns países, como a Dinamarca, estão também com aumento de óbitos cerca de 6 semanas da retirada da obrigatoriedade do uso de máscara", indica a pesquisadora. Por exemplos como esse, Stucchi defende a manutenção da obrigatoriedade das máscaras de proteção por mais um tempo não só em ambientes fechados, como em ambientes abertos com potencial de aglomeração, como em espaços de shows e estádios.

O médico infectologista Julival Ribeiro, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), tem posição similar. Apesar de ser a favor da flexibilização do uso de máscaras de proteção em ambientes abertos e sem aglomerações, ele reforça que, uma vez que a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não decretou o fim da pandemia, o uso do acessório em espaços fechados segue sendo imprescindível.

"Nós temos que lembrar que temos um grupo de pessoas que ainda não foram vacinadas, que não foram totalmente vacinadas com a dose de reforço", explica Ribeiro. Atualmente, conforme dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa, o Brasil possui 73,6% da população com esquema inicial completo contra o novo coronavírus, o equivalente a 158,1 milhões de pessoas. Enquanto isso, 70 milhões retornaram para a injeção de reforço.

Nesse cenário, como há a chamada imunossenescência, que torna sobretudo a população idosa mais suscetível a infecções, o médico entende que seria importante, além de expandir a aplicação da 4ª dose da vacina anticovid no País, manter o uso de máscara em ambientes fechados para a proteção de pessoas acima de 60 anos e imunocomprometidos. "A ventilação é um dos melhores meios que se tem para prevenir a transmissão", relembra Ribeiro. Como essa característica fica comprometida em locais fechados, o uso de máscaras acaba sendo um ponto importante de proteção.

"Defendo sobretudo, em locais fechados, que se mantenha a máscara por um período para ver o que vai acontecer (no cenário pandêmico). Por que essa pressa para tirar a máscara?", questiona. Como ponto de atenção, ele destaca que, apesar do pico da Ômicron aparentemente ter passado no País, pode haver ainda a ocorrência de novas variantes do coronavírus e sublinhagens de outras cepas, a exemplo da Deltacron. "Elas podem não resultar em nada, mas também podem ocasionar aumento de casos e mortes", explica Ribeiro.

Nesta terça-feira, 15, o Brasil registrou 323 novas mortes pela covid. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 388. Apesar de ter ficado abaixo de 400 pela primeira vez desde 26 de janeiro, o índice segue bem acima dos primeiros dias do ano, quanto estava próximo a 100. O número de novas infecções notificadas nesta terça, por sua vez, foi de 50 mil. Com isso, a média móvel de casos ficou em 41 mil. No início de janeiro, o indicador estava abaixo de 10 mil.

Um exército de hackers voluntários se levanta no ciberespaço para defender a Ucrânia sob ataque: a imagem pode seduzir, mas os especialistas pedem aos geeks e outros "hacktivistas" a não se envolverem em uma guerra potencialmente muito perigosa.

De acordo com Livia Tibirna, analista da empresa de segurança cibernética Sekoia, quase 260.000 pessoas se juntaram ao grupo do exército cibernético de hackers voluntários ("IT Army"), criado por iniciativa do vice-primeiro-ministro ucraniano Mykhailo Fedorov.

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Esse grupo, acessível por meio do Telegram, exibe uma lista de possíveis alvos na Rússia, empresas ou instituições, que os hackers têm a tarefa de atacar. É muito difícil saber se esse ciberexército desempenhará um papel que vá além do simples efeito de comunicação a serviço da causa ucraniana, ou se conseguirá ter efeitos reais sobre os atores russos.

As ações até agora relatadas parecem se limitar a ataques do tipo "negação de serviço" (DOS), quando de forma coordenada são enviadas várias solicitações a um site para saturar e derrubá-lo.

Ações de "desfiguração" (o site exibe uma página hackeada) também foram brevemente observadas em sites russos.

O "exército cibernético" também pode pedir aos hackers que tentem identificar vulnerabilidades em sites russos, para enviá-los a especialistas experientes capazes de realizar ações mais sofisticadas de intrusão, roubo de dados ou destruição, explica Clément Domingo, cofundador do "Hackers sem Fronteiras".

Mas este e todos os outros especialistas consultados pela AFP alertam os hackers contra a participação nas atividades do "IT Army", ou outras ações, como as do Anonymous.

- Risco de contra-ataque -

"Desaconselho fortemente" a aderir a estas ações, diz Damien Bancal, conhecedor do mundo opaco do cibercrime. "Existem muitas outras maneiras de ajudar os ucranianos que estão sofrendo", mesmo que apenas retransmitindo os testemunhos que estão florescendo nas redes sociais, acredita.

Para SwitHak, pesquisador de segurança cibernética, os franco-atiradores cibernéticos correm "muito risco". "Existem riscos legais, por exemplo, que não são medidos", estima.

Tentar atacar um site ou penetrar num servidor ou rede é "crime informático", sublinha.

"Existe um risco real de 'hackback'", ou seja, de um contra-ataque destrutivo de atores russos, acredita também Clément Domingo.

Este último está particularmente alarmado ao ver que um bom número de candidatos a hackers obviamente não se deu ao trabalho de criar uma conta especial no Telegram para participar do "IT Army", sob o risco de ser identificado pela parte russa.

No ciberespaço, e em particular nos fóruns e outros grupos de discussão no Telegram ou no Discord, "não sabemos quem é quem", insiste Félix Aimé, também investigador do Sekoia.

Hackers inexperientes podem ser pegos por infiltrados e trabalhar para o adversário que eles queriam lutar, explica ele.

Entre os hackers experientes, operadores de ataques de ransomware, uma certa confusão também parece reinar, com uma luta fratricida entre hackers pró-russos e hackers pró-ucranianos.

O grupo de ransomware Conti, que havia declarado seu apoio à Rússia, viu um de seus membros, pró-ucraniano, publicar mais de um ano de suas comunicações internas, oferecendo um tesouro de informações a todos no planeta.

Os fóruns onde os cibercriminosos se reúnem "tentam se distanciar de qualquer debate" sobre a guerra russo-ucraniana para não atrair a atenção dos serviços estatais, sublinha Livia Tibirna.

Uma dessas ágoras virtuais "raidforum" desapareceu misteriosamente, provavelmente sob a ação de uma das partes do conflito que se sentiu ameaçada por sua atividade, explicaram vários pesquisadores à AFP.

O governador João Doria (PSDB/SP) disse que, se a gestão Jair Bolsonaro não criar o passaporte da vacina até o próximo dia 15, ele vai implementar a exigência do comprovante de imunização para a entrada de viajantes em São Paulo. A ideia tem o apoio de entidades do setor de saúde, especialistas e da prefeitura de Guarulhos (onde fica o maior aeroporto internacional do País), mas deve enfrentar dificuldades jurídicas. Isso porque cabe à União decidir sobre portos e aeroportos.

Nesta quarta-feira, 8, Doria mencionou o aeroporto de Guarulhos, que movimentou 2,5 milhões de passageiros só em outubro, e o Porto de Santos. Autoridades têm manifestado preocupação com o espalhamento da variante Ômicron, cujos estudos preliminares mostram risco maior de contágio. Bolsonaro, porém, tem atacado o passaporte da vacina e diz que é melhor "perder a vida do que a liberdade".

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Na terça-feira, 7, o prefeito de Guarulhos, Guti (PSD), enviou ofício ao governo federal solicitando endurecimento do controle para entrar no País pelo aeroporto. Ele pede que todos os passageiros aéreos que desembarquem na cidade apresentem comprovante de imunização e teste, com quarentena quando preciso.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) adotaram posição similar: exigiram o certificado de vacinação para a entrada de viajantes no Brasil, apoiando comunicados técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em meio a uma queda de braço com a Anvisa, o governo Bolsonaro anunciou nesta terça a edição de portaria determinando quarentena de cinco dias para quem chegar ao Brasil sem estar vacinado. O País, portanto, não vai adotar efetivamente o passaporte de vacinas para estrangeiros.

Ao Estadão, a GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto de Guarulhos, e a Santos Port Authority, responsável pelo porto, afirmaram, em nota, que a implementação de protocolos higiênicos, sanitização e comportamento é de responsabilidade Anvisa. Já o órgão federal informou que "não cabe à Anvisa avaliar a competência referente a outros entes da federação".

Prerrogativa federal

Para o médico e advogado sanitarista Daniel Dourado, a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080/1990), estabelece que a vigilância sanitária e a criação de regras para aeroportos, portos e fronteiras são atribuições federais. "Por outro lado, tanto a Lei do SUS quanto a Lei da Anvisa abrem a possibilidade de atuação suplementar de Estados e municípios nos casos em que Estado não define as regras", diz. "O Ministério da Saúde, Casa Civil e Justiça vão definir uma portaria sobre o tema. Aí não caberia mais o termo suplementar. Se eles disserem qual será a regra, no meu entendimento, o Estado não pode fazer algo que contraria a determinação federal", afirma.

"Durante a pandemia, nós observamos algumas decisões do STF que claramente garantiram maior poder de atuação para Estados e municípios, como nas medidas de isolamento social, por exemplo", diz Daniel Wang, professor de Direito da FGV. Doria mencionou a decisão do Supremo que permite regras mais restritivas por prefeitos e governadores, de abril de 2020, como base para adotar o passaporte da vacina paulista. "Mas, no caso específico de aeroportos e transporte internacional, no meu entendimento, a legislação dá competência para o governo federal", pondera Wang.

"Tivemos duas decisões do STF que barraram tentativas do governo da Bahia de impor medidas sanitárias na área de transporte. Elas só poderiam ser realizadas pela União". prossegue o especialista da FGV.

O Prêmio Nobel de Economia foi concedido, nesta segunda-feira (11), a três especialistas da economia experimental: o canadense David Card, o americano Joshua Angrist e americano-holandês Guido Imbens.

O trio "contribuiu com novas ideias sobre o mercado de trabalho e mostrou quais conclusões podem ser tiradas de experiências naturais em termos de causas e consequências", elogiou o júri do Nobel.

O Prêmio Nobel de Física de 2021 foi atribuído nesta terça-feira (5) a dois especialistas em modelos climáticos, o nipo-americano Syukuro Manabe e o alemão Klaus Hasselmann, e ao teórico italiano Giorgio Parisi.

Metade do prêmio ficará com Manabe, de 80 anos, e com Hasselmann, 79, "pela modelagem física do clima da Terra e por terem quantificado a variabilidade e previsto de forma confiável a mudança climática", anunciou o júri.

A outra metade foi atribuída a Parisi, de 73 anos, "pela descoberta da interação da desordem e das flutuações nos sistemas físicos: da escala atômica à planetária".

Nos últimos dois anos, a Real Academia Sueca de Ciências premiou descobertas no âmbito da astronomia. Por isso, muitos analistas apostavam em que, este ano, trabalhos desenvolvidos em outros campos de pesquisa seriam agraciados.

"As descobertas reconhecidas este ano mostram que nosso conhecimento do clima se apoia em uma base científica sólida, fundamentada em análises e observações rigorosas", afirmou o presidente do Comitê Nobel de Física, Thors Hans Hansson, em um comunicado.

Em 2019, o Prêmio Nobel de Física foi entregue a três cosmologistas: o canadense-americano James Peebles, que seguiu os passos de Einstein para esclarecer as origens do universo; e os suíços Michel Mayor e Didier Queloz, que revelaram a existência de um planeta fora do sistema solar.

No ano passado, o prêmio homenageou o britânico Roger Penrose, o alemão Reinhard Genzel e a americana Andrea Ghez, pioneiros na pesquisa sobre "buracos negros", as regiões do universo de onde nada pode escapar.

É necessário administrar nos americanos uma terceira dose da vacina contra o coronavírus da Pfizer para melhor protegê-los contra a Covid-19? Especialistas do mundo médico se reúnem nesta sexta-feira (17) para opinar sobre esse polêmico tema.

O governo do presidente Joe Biden anunciou em agosto que lançaria uma campanha de reforço, a partir de 20 de setembro, para todos os americanos que haviam recebido sua segunda dose oito meses antes.

Essa decisão pegou muitos especialistas de surpresa, ainda cautelosos quanto aos possíveis efeitos colaterais que essa dose adicional geraria e em um momento em que muitos países tiveram acesso apenas a um número muito limitado de injeções.

A desconfiança se espalhou pelas fileiras da Agência de Medicamentos e Alimentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), que publicou um documento se distanciando da decisão anunciada antes da reunião de seu comitê de especialistas independentes.

"No geral, os dados indicam que as vacinas licenciadas nos Estados Unidos ainda conferem proteção contra formas graves da Covid-19 e morte", disse a FDA.

Os especialistas deste comitê (pesquisadores, epidemiologistas, especialistas em doenças infecciosas) devem decidir se consideram que há evidências suficientes sobre eficácia e segurança de uma dose de reforço.

As recomendações deste comitê não são vinculativas, mas geralmente são seguidas.

Qualquer sinal de desconfiança que possa expressar em suas conclusões soaria, porém, como uma crítica ao governo Biden. O democrata anunciou que queria revacinar todos os americanos antes mesmo de consultar as agências científicas.

Dois altos funcionários da FDA já assinaram uma carta publicada no The Lancet contra uma terceira dose "neste estágio da pandemia".

Se os especialistas votarem a favor de uma dose de reforço para os americanos, caberá a outro comitê - liderado pela principal agência federal de saúde, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) - decidir quem deve receber essa vacina primeiro e quando. Este grupo se reunirá de 22 a 23 de setembro.

No passado, os CDC determinaram que a prioridade deveria ser dada a adultos com 65 anos, ou mais, residentes de lares para idosos e profissionais de saúde.

Para convencer da necessidade dessa dose adicional, a Pfizer planeja citar estudos que mostraram uma diminuição na proteção contra a infecção alguns meses após a administração das duas primeiras doses, de acordo com documentos do grupo farmacêutico.

Um número crescente de estudos mostra, porém, que duas doses são suficientes para fornecer alta proteção contra manifestações graves da doença, embora em níveis ligeiramente mais baixos em pessoas mais velhas.

A Pfizer também citará dados que mostram que os reforços aumentam o nível de anticorpos contra a variante delta, bem como estudos conduzidos em Israel, onde se fez uma campanha de administração da terceira dose, para sustentar seus argumentos.

A FDA afirma, entretanto, que nem todos os estudos são necessariamente confiáveis e estima que aqueles resultantes de pesquisas nos Estados Unidos "provavelmente representem com mais precisão a eficácia das vacinas na população americana".

A fala do ministro da Educação, Milton Ribeiro, que crianças com deficiência "atrapalhavam" o ensino de outros estudantes, foi amplamento criticada. O gestor chamou o processo de aprendizagem de "inclusivismo". Nesta quinta-feira (19), na tentativa de explicar a declaração dada no programa 'Sem Censura', da TV Brasil, Ribeiro afirmou que seu discurso foi tirado de contexto.

O LeiaJá ouviu especialistas que explicam o porquê de a declaração do ministro da Educação ser considerada problemática e até mesmo preconceituosa. Para Rafaella Asfora, professora do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), do Departamento de Psicologia e Orientação Educacionais, e docente da área de educação inclusiva, a declaração do ministro viola os direitos humanos das pessoas com deficiência.

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“A declaração recente do ministro da Educação Milton Ribeiro, ‘de que alunos com deficiência ‘atrapalham’ o aprendizado de outros estudantes’, configura uma violação aos direitos humanos das pessoas com deficiência. Fere os preceitos da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2007), na qual o Brasil é signatário e que equivale à emenda constitucional. Tal convenção reafirma ‘a universalidade, a indivisibilidade, a interdependência e a inter-relação de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais, bem como a necessidade de garantir que todas as pessoas com deficiência os exerçam plenamente, sem discriminação’.”, afirma a professora.

Segundo a educadora, uma escola inclusiva deve garantir a educação de todas as crianças, atender as necessidades específicas de qualquer criança, independente de ter deficiência ou não. Várias pesquisas apontam que pessoas com deficiência que tiveram acesso a ambientes escolares inclusivos passam a ter mais autonomia,  independência, inserção, participação social e qualidade de vida. “A inclusão na educação favorece o desenvolvimento humano. Nessa direção, as crianças devem aprender juntas com seus pares de igual idade, e precisam ser ensinadas a respeitar e valorizar a diferença, ter empatia e respeito ao outro”, completa Rafaella Asfora.

Vera Braga, gerente de políticas educacionais de educação inclusiva, direitos humanos e cidadania, da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, afirma: “Uma escola inclusiva é um local onde todos os estudantes se sentem pertencentes. Não existe estudante que atrapalha, a escola deve se adequar às singularidades do estudante, não o estudante que deve se adequar à escola. A gente compreende que os estudantes com deficiência devem ser vistos a partir das suas potencialidades. A escola e todos devem, antes de visualizar a deficiência do estudante, vê-lo como ser-humano”, pontua.

“Não tem como a gente primar por uma sociedade inclusiva se você estigmatiza e exclui qualquer pessoa. Não tem como pensar em uma educação ou escola democrática se a gente não inclui no processo todos os estudantes. Isso está ligado a capacitismo, o estigma, à discriminação de uma pessoa por ter deficiência não ser capaz. Eles possuem suas capacidades. Precisa apenas não ter barreiras e a pior barreira que existe para o aprendizado de um estudante, sobretudo aquele com deficiência, é a barreira atitudinal, aquela ligada aos comportamentos”, completa Vera Braga.

Luciana Góes, professora de inglês especializada em educação inclusiva, atua com alunos autistas. Ela reforça que a fala do ministro, além de ir contra ao inclusivismo, é preconceituosa. “Essa fala mostra também uma certa ausência ou lacuna de conhecimento sobre o que de fato é uma educação inclusiva e uma estrutra sócio-inclusiva para o aluno que necessita de ferramentas educacionais mais direcionadas. O termo deficiência por si só já é preconceituoso.”, afirma a professora.

Luciana também lembra que de fato as escolas não estão equipadas adequadamente e que não é a primeira vez que cometem esse erro nas declarações. “É fato que as escolas em sua grande maioria não estão preparadas para uma inclusão como deve ser, todavia, isso não é culpa da escola, é falta de preparo na grade curricular da educação hoje. Não é a primeira vez que as falas do ministério da Educação não vão de encontro a vários tópicos importantes ou valores, abrindo margem para pensar se de fato quem está no comando tem preparo na área de educação de uma maneira geral”, pontua Luciana.

A psicóloga especializada em atenção a pessoas com deficiência, Ivalda Marinho, destaca a importância da convivência entre alunos em prol das diferenças. De acordo com a especialista, reforçar a seletividade pode prejudicar e até retroceder o modelo de ensino.

“Lei da seletividade adicionada a um pensamento ultrapassado além do entendimento deturpado do que é inclusão. Como consequências, teremos o retorno daquela prática de 'normais', a velha discussão da separação dentro das escolas. O que avançamos, retrocede dentro de um modelo obsoleto do que é educação. Esqueceu-se ou se desconhece a riqueza da troca, do aprendizado com socialização, do conhecimento sobre deveres que temos uns com os outros, da criatividade dentro do ensino e, principalmente, que a criança não nasce com preconceito, ela aceita os outros como são”, afirma a psicóloga.

Rafaella Asfora pontua que a consequência da declaração vinda de um ministro pode fomentar a segregação e exclusão social. “Sobretudo, uma declaração vinda de um ministro que integra um governo que lançou uma nova Política Nacional de Educação Especial: equitativa, inclusiva e com aprendizado ao longo da vida (2020), a qual se configura como um retrocesso para a inclusão educacional das pessoas com deficiência com perda de direitos adquiridos. Tal política propõe a volta às escolas e instituições especializadas para as pessoas com deficiência”, explica a professora.

Vera Braga completa: “Isso tem a ver com violência estrutural, a exclusão gera violência e a gente tem que aprender a trabalhar no coletivo, trabalhar de forma interdependente que todo mundo pode aprender com todo mundo. Esse posicionamento excludente gera violência e a gente tem que buscar incluir para construir uma sociedade mais equitativa, mais harmônica”.

Para Ana Claudia Palhares de Lima, licenciada em educação física, a fala do ministro já causa repulsa e indignação, mas se de fato ela estiver sendo colocada em prática, torna a situação mais grave. "Se além da fala houver uma prática que promova a exclusão desses estudantes, aí sim as consequências serão mais graves do que o sentimento desagradável que ele já causou, pois não apenas os estudantes sofrem as consequências, mas também os pais. É uma reação em cadeia", afirma Ana Claudia.

“A escola, além de desenvolver a sociabilidade e intelectualidade deles, mostra aos demais estudantes que qualquer pessoa é capaz de aprender, independente da deficiência. Então, além de educarmos, também aprendemos com eles e ensinamos a todas as pessoas envolvidas na instituição e na família que o aprender é inato ao ser humano. O único detalhe é que existem diferentes maneiras de aprender. Cada pessoa tem uma especificidade”, completa a profissional de educação física.

Com informações de Rachel Andrade

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--> Ter diploma não é garantia de emprego, diz Milton Ribeiro

Parte fundamental de uma seleção, o currículo deve estar bem organizado e elencando quais foram as experiências profissionais e as atividades feitas nelas, vivenciadas pelo candidato que está concorrendo a uma vaga. Porém, algumas situações podem fazer com que o profissional tenha seu currículo descartado pelo recrutador.

Para que isso não aconteça, confira, a seguir, dicas de especialistas sobre o que precisa ser evitado durante a elaboração do currículo. A falta de informações de contato nos currículos, por exemplo, é um fator que dificulta a comunicação com o candidato. “Por mais óbvio que pareça, ainda nos deparamos com currículos sem telefone ou e-mail para contato”, explica a analista de Recursos Humanos (RH) do Grupo Ser Educacional, Rebeca Morais.

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Não descrever um objetivo profissional também pode atrapalhar, uma vez que esse é um item essencial no currículo. “É um campo importante para que possamos saber qual área e as expectativas do candidato”, destaca Rebeca. Não abordar as atividades executadas em outras experiências é outro ponto comentado por Rebeca, que pondera, no entanto, que a abordagem deve ser feita de forma sucinta. “É interessante trazer um pouco das experiências anteriores, mas lembrando de ser objetivo”, ressalta a profissional.

É preciso atentar-se, ainda, para que o currículo não fique muito grande. “Torna-se cansativo para os recrutadores lerem o currículo”, comenta Morais. Erros graves de português também podem influenciar na hora da seleção do currículo. “Hoje temos diversas ferramentas que nos ajudam em correções gramaticais, então é o mínimo que se espera que o candidato tenha esse cuidado”, diz Rebeca.

A psicóloga e analista de Recursos Humanos (RH) das unidades do Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU) em Teresina, Vida Prado, conta que, para ela, um fator para descartar um currículo é o fato de ele não ter nenhuma compatibilidade com a vaga. “As situações que me fazem descartar um currículo, eu começo dizendo que é o currículo que não tem nada a ver com a vaga. Quando a gente coloca a descrição da vaga e a gente coloca que precisa ter formação X, que precisa ter experiência tal, que precisa ter habilidades com tais situações e esses currículos eles não atendem a essas situações, é uma das primeiras etapas de exclusão desse documento”, explica ela.

Corroborando o que foi dito por Rebeca, a falta de informações a respeito das experiências do candidato à vaga é um dos motivos que fazem com que Vida descarte um currículo. “Outro ponto é um currículo que não está colocado de maneira correta, então muitas vezes eu acabo excluindo um currículo que não descreve as suas experiências, um currículo que não coloca o tempo que se passou em cada experiência ou experiências voltadas para outra área completamente diferente para a área em que eu estou procurando. Por exemplo: eu estou fazendo uma seleção para um cargo administrativo e aí uma pessoa com formação em enfermagem coloca lá o seu currículo com uma experiência de mais de dez anos dentro da área da enfermagem, nunca trabalhou com o administrativo na vida e nunca teve nenhum tipo de experiência e nem tem cursos voltados para a área, não tem nenhuma menção de mudança de carreira, então essa pessoa, ela será excluída desse processo”, afirma.

O que deve conter no currículo 

Para Vida Prado, é importante que o currículo tenha uma boa estética, no entanto, é crucial que o candidato não deixe de colocar informações relevantes no documento. “Sobre o que ele deve colocar para se destacar, eu pontuo primeiro ter uma estética de currículo bacana. Não é você fazer ele colorido, a melhor mensagem gráfica, mas ele estar organizado; então coloque primeiro seus dados pessoais, o selecionador ele quer saber os seus dados pessoais primeiro, seu nome, seu telefone, seu endereço, esses dados são muito importantes para o recrutador já ir fazendo essa primeira triagem”, especifica a analista.

“Depois disso, coloque a sua formação. Então inicie sempre pela sua maior titulação. Então se você é estudante de ensino médio, coloca estudante de ensino médio e o ano; se você está cursando um curso superior, você coloca embaixo o seu curso superior e em que estágio você está, em que semestre você está; se você concluiu o curso superior, você inicia colocando pelo curso superior completo e se você estiver fazendo uma pós-graduação, coloque lá embaixo uma pós-graduação incompleta, e se a pós-graduação é completa, então inicie pela pós-graduação e em seguida coloque a graduação. Logo depois da formação, você coloca as suas experiências profissionais, e é sempre muito importante colocar uma pequena descrição sobre as atividades desempenhadas", conclui.

A analista Rebeca Morais elencou alguns pontos para que o seu currículo se destaque em meio aos concorrentes:

• Usar o campo objetivo de forma correta, sem usar textos prontos de internet, que esteja focado nas ações e resultados que o candidato busca;

• Ter o perfil do LinkedIn. Hoje é uma das fontes mais utilizadas na busca de profissionais, e conter essa informação em seu currículo mostra que você está atento a essa rede profissional;

• No campo de experiência profissional é muito importante ter um currículo alinhado com as palavras-chave do momento, pois hoje a maioria das pesquisas por parte dos recrutadores é feita on-line e a busca por essas palavras ajudam bastante;

• E por fim, o currículo deve ter no máximo duas páginas se assim for necessário.

Publicada na respeitada revista científica “The Lancet”, uma carta elaborada a partir das pesquisas realizadas por seis cientistas de 5 universidades dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, aponta 10 motivos que sugerem a transmissibilidade do o SARS-CoV-2, o novo coronavírus, pelo ar.

Os chamados “aerossóis”, classificados como pequenas partículas que ficam em suspensão no ar depois de serem expelidas por alguém contaminado, seriam a causa central da presença do vírus para além das superfícies.

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Ainda de acordo com o estudo, a alta incidência de casos nos quais pessoas assintomáticas transmitiram a doença (pelo menos 59% em uma escala global), reforça a teoria.

Para ratificar a carta, foram estudados diversos eventos “superespalhadores” do vírus ao redor do mundo, e a partir disso, especialistas apontaram a fala, processo responsável pela produção de milhares de partículas de aerossóis, como a principal forma de disseminação da Covid-19.

Os pesquisadores também dizem ter capturado o vírus no ar em duas situações específicas. A primeira delas em experimentos de laboratório, onde o coronavírus permaneceu infeccioso por até 3 horas.

No segundo caso, foram identificadas partículas do SARS-CoV-2 em amostras de ar de quartos ocupados por pacientes com Covid-19, mesmo com ausência de intubação.

Há controvérsias

O tema tem sido considerado controverso na comunidade científica, visto que a Organização Mundial da Saúde (OMS), considera esse tipo de contágio possível apenas sob condições específicas, a exemplo de procedimentos médicos.

Embora uma série de estudos anteriores não tenha conseguido atingir o mesmo feito, isso já era esperado, segundo os especialistas.

O fenômeno ocorre porque colher a amostragem de vírus presente no ar é tecnicamente desafiador, já que os métodos de amostragem para a coleta de partículas finas é pouco eficaz.

Por que usar a máscara é importante?

Em contraste com a transmissão do novo coronavírus apenas por gotículas, a carta alerta para novas medidas de prevenção, que incluem o uso indispensável de máscaras, sobretudo em ambientes fechados, ainda que exista o distanciamento adequado. Admitir a possibilidade do vírus ser transmitido pelo ar, significa prestar mais atenção em sistemas de ventilação, filtragem de ar, tempo gasto em ambientes fechados, e também alerta para a necessidade de proteção de alto grau para equipes de saúde e trabalhadores da linha de frente.

Em casos de máscaras profissionais, como a N95 e a cirúrgica, siga a orientação do fabricante. Para quem faz uso de máscaras caseiras, a indicação é utilizá-las por até quatro horas. Repare também no estado da peça: se estiver suja, manchada ou molhada, melhor substituí-la antes do prazo.

Confira os 10 pontos levantados na carta:

1. Eventos 'superespalhadores' do vírus

2. Transmissão fora do mesmo ambiente (caso na Nova Zelândia)

3. Transmissão por assintomáticos

4. Transmissão é maior em ambientes internos

5. Transmissão em hospitais

6. Vírus viável já foi encontrado no ar

7. Vírus em filtros de ar e dutos

8. Estudos com animais em gaiolas

9. Não há evidências consistentes do contrário

10. Provas de outras formas dominantes de contágio são limitadas

A morte em 8 de março de Henry Borel Medeiros, de 4 anos, chamou a atenção sobre riscos a que crianças e adolescentes podem estar expostos mesmo dentro de casa ou em ambientes conhecidos. Especialistas afirmam que casos de violência contra crianças pequenas são mais comuns do que se imagina e destacam a importância de os pais ficarem atentos a possíveis sinais físicos e comportamentais do problema, como marcas no corpo, alterações de sono, de alimentação ou na escola.

"O fato é muito maior do que se imagina. O DataSus (plataforma do Ministério da Saúde) de 2018 aponta que dos 350 mil casos de violência por ano no Brasil, 140 mil são contra pessoas de 0 a 19 anos. E entre 0 a 4 anos, são 35 mil casos de violência física e sexual. E se levarmos em conta a subnotificação, que existe, os números são muito maiores", diz Marco Gama, presidente do Departamento de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria. "Essas crianças são ameaçadas. E, se contam alguma coisa. podem passar para um grau maior de agressão. Isso dura muitas vezes anos. Tem criança que apanha quase todo dia."

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O médico lembra ainda que entre os 140 mil casos anuais, cerca de 45 mil ocorrem novamente por causa do mesmo problema. "Alguns sofrem esse tipo de violência por toda a infância, o que vai levar a sequelas, quando não à morte. E as estatísticas mostram que a violência acontece em todas as classes sociais, todas as religiões e não depende da escolaridade do agressor."

O pediatra explica que muitos casos de violência e abusos são difíceis de detectar, mas ele lembra de episódios chocantes. "Dá para notar certos tipos de ferida na pele com marcas de dedo das mãos, de fivela ou de fio de luz. Marcas de queimadura com cigarro, charuto, garfo, faca ou ferro de passar roupa. Alguns tipos de machucados repetitivos e que geralmente as causas não são bem explicadas", comenta.

Pós-graduado em saúde mental de crianças e adolescentes, ele afirma que muitas vezes percebe-se que uma criança está em situação de risco por causa de alterações comportamentais. "Tristeza frequente, não tem prazer de brincar, não interage com o olhar do adulto, alteração de sono, irritabilidade muito grande. Ou quando emagrece demais, pois perde a vontade de comer e até de viver", explica. Se a criança tem um ou mais desses sintomas não significa necessariamente que ela é vítima de violência, mas os sinais funcionam como um alerta.

Para Leila Tardivo, professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), a morte do menino Henry é "um alerta à sociedade". Segundo ela, é preciso ficar atento "porque raramente na primeira vez chega a esse tipo de coisa abominável". Ela lembra que há alguns sinais que podem ser observados em crianças que estão sofrendo agressões. "Geralmente ela chora diante do abusador, tem episódios de vômito, diarréia ou insônia. Os mais velhos têm problemas escolares. Outro aspecto que pode ocorrer é ela estar sempre quieta e triste. Às vezes também demonstra agressividade", diz.

Leila pontua que esses sinais não necessariamente signifiquem que a criança esteja sofrendo abuso, mas é preciso sempre estar alerta. "Se uma criança pequena estiver muito machucada, ou com muito 'roxo' no corpo, e chorando, é preciso entender que a situação é séria. Marcas no corpo não tem o que discutir, pois tem ferimento que não se justifica de outras formas."

Segundo a professora, há um número de telefone, o 0100, que qualquer pessoa pode fazer denúncia e funciona de forma anônima. "As pessoas muitas vezes têm medo de fazer a denúncia, mas qualquer um de nós pode fazer a notificação ou até procurar o Conselho Tutelar da cidade", diz. Ainda de acordo com Leila, a fala da criança é muito importante. "É preciso ouvir. Quando a criança conta, é muito importante dar atenção a isso e ver o que está acontecendo", lembra.

Marco Gama reforça saber o que realmente se passa com a criança é importante. "Conversar com a criança e dar crédito para ela é fundamental, avisa. Ele também destaca sobre a necessidade de orientar profissionais para lidar com casos de maus-tratos - a Sociedade Brasileira de Pediatria já produziu documentos manuais de orientação. "É preciso romper esse ciclo de violência para salvar mais crianças de sequelas e de morte."

A presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães de Castro, disse nesta quarta-feira (24) que é impossível prever, com algum grau de segurança, quando as escolas e faculdades do Brasil poderão retomar as aulas presenciais.

Ao participar de seminário virtual realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), a presidente do órgão responsável por formular e avaliar a política nacional setorial e assessorar o Ministério da Educação, disse que o aumento do número de casos da covid-19 e o consequente agravamento da crise sanitária em todo o país frustrou a expectativa inicial dos especialistas.

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“As orientações e normas que o CNE aprovou durante 2020 sinalizavam para uma situação muito diferente da atual. Nossa expectativa era iniciar 2021 com uma situação mais tranquila, com as escolas se preparando para retomar as atividades presenciais, mas não é isto o que está acontecendo”, disse Maria Helena, lembrando que colégios que anunciaram uma retomada gradual das atividades presenciais tiveram que voltar atrás, enquanto instituições de ensino superior mantêm a perspectiva de, na melhor das hipóteses, só voltar a ocupar os campi universitários no segundo semestre.

“Estamos lidando com uma agenda de planejamento imprevisível. Não sabemos quando as escolas poderão retornar ao seu efetivo funcionamento”, reconheceu Maria Helena ao defender que todos os profissionais que trabalham na área da  educação, do ensino infantil à universidade, sejam vacinados o quanto antes possível. “Sem isso será muito difícil retomarmos [as atividades] com segurança”.

Já a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo, reforçou a importância de se priorizar a imunização dos trabalhadores do setor.

“Estou segura de que, após vacinar os idosos e os profissionais de saúde, temos que imunizar todo o pessoal da educação. Só assim poderemos reativar o sistema com alguma segurança”, disse a pesquisadora após declarar que o Brasil vive, hoje, o momento mais grave da pandemia, com o sistema de saúde exaurido e taxas de transmissão da covid-19 muito altas.

Segundo a especialista, para controlar a doença, além de restringir atividades em várias regiões por, no mínimo, duas semanas, o Brasil deveria vacinar ao menos 1 milhão de pessoas por dia. Embora reconhecendo que, em outras condições, a meta seria factível, dada a experiência e a capilaridade do Sistema Único de Saúde (SUS), Margareth disse que o ritmo atual é condicionado pela oferta de vacinas no mercado global

“O ritmo de vacinação, no momento, está correto no sentido do planejamento, porque obedece a uma oferta, e não à demanda. Ele está ocorrendo de acordo com o que há de existente. Por isso temos que ter todas as negociações possíveis, para termos mais vacinas”, disse a pesquisadora da Fiocruz, frisando que, no ritmo atual, o país demoraria cerca de um ano para imunizar cerca de 70% da população e, assim, começar a conter a disseminação do vírus – e, isso, contando com que não surjam novas variantes do Sars-CoV-2. “E se não cobrirmos ao menos 70% da população ainda neste semestre, teremos um 2021 ainda muito difícil”.

O presidente da Abmes, Celso Niskier, fez coro aos palestrantes, enfatizando a importância da imunização dos trabalhadores da educação. “O setor tem defendido que as escolas sejam as últimas a fechar e as primeiras a reabrir. Devido ao impacto enorme para o futuro das próximas gerações, efeitos que serão sentidos por gerações, será necessário não só recuperarmos a aprendizagem, mas também reprogramarmos todo o calendário”, disse Niskier.

Chamar o presidente Jair Bolsonaro de "genocida" por conta da política desastrosa do governo federal no enfrentamento da pandemia não configura crime, avaliam especialistas ouvidos pelo Estadão. Na opinião de cinco advogados consultados pela reportagem, o presidente da República ocupa o posto mais importante na estrutura política nacional - e, portanto, é uma autoridade pública sujeita às mais diversas críticas da população, por mais ácidas e duras que sejam. Dessa forma, os comentários não deveriam ser enquadrados na Lei de Segurança Nacional, nem como injúria ou difamação.

O advogado criminalista João Paulo Boaventura critica o uso da Lei de Segurança Nacional, em vigor no País desde 1983, em plena ditadura militar, para incriminar opositores do governo Bolsonaro. Foi com base nela que a Polícia Civil do Rio intimou o youtuber Felipe Neto a prestar esclarecimentos, após acusação apresentada pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do chefe do Executivo. Uma decisão da Justiça do Rio, no entanto, suspendeu a investigação do influenciador digital.

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Boaventura aponta que a lei tem em seu espírito um período em que a liberdade de expressão "era controlada pelo Estado". Segundo Boaventura, ao ser usada novamente contra opositores do presidente da República, a legislação expõe as semelhanças do atual ocupante do Planalto "com a forma de agir dos governos autoritários".

"Não pode ser considerado democrático tipificar como crime o direito dos cidadãos criticarem, ainda que de maneira incisiva, o presidente da República. Calúnia é a imputação falsa de fato definido como crime, enquanto a injúria é a ofensa à dignidade ou decoro", disse Boaventura.

"Para a configuração do crime de calúnia no uso do termo 'genocida', exige-se o conhecimento da falsidade da imputação, o que não se tem no caso. Por outro lado, no caso da calúnia, o presidente é pessoa pública e ocupa cargo em que se expõe a críticas pelos cidadãos, asseguradas constitucionalmente."

A lei prevê, por exemplo, pena de 1 a 4 anos de prisão por "caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação". O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é relator de duas ações que contestam a Lei de Segurança Nacional, apresentadas pelo PTB e PSB. Segundo o Estadão apurou, o ministro avalia antecipar a decisão sobre o caso.

Desprezo

Na avaliação do advogado Pierpaolo Cruz Bottini, professor da Faculdade de Direito da USP, "não há crime na manifestação de desprezo ou na adjetivação" contra Bolsonaro.

"Haveria crime se alguém relatasse ter presenciado o presidente cometer crime, sabendo da falsidade da imputação. Não parece ser o caso. O único uso dessa lei é reprimir, calar e inibir as críticas, que são mais do que necessárias nesse terrível momento em que vivemos. Não é possível obrigar que aguentemos calados o que vem ocorrendo", afirmou.

"A lei (de Segurança Nacional) é parte do entulho autoritário incompatível com uma constituição democrática de direito, que fixa a pluralidade e a liberdade de expressão entre suas diretrizes."

A legislação tem sido utilizada pelo ministro da Justiça, André Mendonça, para embasar pedidos de investigação contra jornalistas e críticos do governo federal. Na última quinta-feira, cinco manifestantes foram detidos pela Polícia Militar do DF após estenderem uma faixa com os dizeres "Bolsonaro Genocida" em frente ao Palácio do Planalto. Eles foram levados à sede da Superintendência da Polícia Federal em Brasília por, segundo nota da corporação, por "infringir a Lei de Segurança Nacional".

A faixa mostrava uma caricatura de Bolsonaro com rabo e chifres, transformando uma cruz vermelha -- símbolo da saúde -- em uma suástica nazista. O desenho é baseado numa charge do cartunista Aroeira. Segundo a PM, a charge foi o motivo da detenção.

Frente

A abertura de investigações com base na Lei de Segurança Nacional e a intimação para depoimentos de opositores de Bolsonaro levou à criação da frente "Cala-boca já morreu", formada pelos escritórios de André Perecmanis, Augusto de Arruda Botelho e Davi Tangerino. O grupo pretende defender de graça pessoas que entrarem na mira da Justiça por criticarem autoridades públicas.

"A minha motivação para integrar esse grupo é muito simples. Eu não quero viver num país autoritário. O autoritarismo não chega do dia pra noite, mesmo os golpes são construídos antes, o autoritarismo avança por fissuras, por pequenas rupturas que vão sendo toleradas", comentou Tangerino.

"O que não se pode é imputar fatos inverídicos a quem quer que seja, não se pode tolerar discurso de ódio, falas contra a democracia. Mas, de novo, uma crítica, um adjetivo negativo, por mais negativo que seja, na medida que traduz uma percepção, uma opinião sobre o governo, tem de ser sempre tolerada", acrescentou.

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