Tópicos | fraudes

A Polícia Civil de São Paulo e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo realizam na manhã desta segunda-feira uma operação para investigar supostas fraudes em contrato de R$ 3,3 milhões para administração do hospital de campanha de Mauá, cidade da Grande São Paulo. Entre os alvos da operação estão o prefeito Átila Jacomussi e o secretário de Saúde Luis Casarin.

Agentes cumprem mandados de busca na residência de Átila e também na prefeitura de Mauá. Na casa do prefeito foram apreendidos um celular, um tablet e um computador.

##RECOMENDA##

Átila Jacomussi já chegou a ser afastado da prefeitura após ser cassado pela Câmara Municipal, mas retornou ao cargo após liminar dada em setembro de 2019. Em maio do mesmo ano, o prefeito foi detido no âmbito da Operação Prato Feito, da Polícia Federal, que apura desvio de verbas públicas em contratos firmados com o município para fornecimento de merenda escolar.

Na operação realizada nesta manhã, policiais e promotores também estiveram na casa e no gabinete do secretario Luis Carlos Casarin, no setor de licitações do município de Mauá e em endereços ligados à organização social Atlantic e à empresa Ocean Serviços Médicos.

Realizadas em São Paulo, Barueri, Jundiaí e Mauá, as ordens de busca foram expedidas pelo desembargador Marcelo Gordo, da 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Segundo o Ministério Público de São Paulo, os investigadores encontraram indícios de ilegalidades na contratação emergencial pelo município de Mauá da organização social Atlantic para a gestão e operacionalização do hospital de campanha construído na cidade por conta da pandemia do novo coronavírus. O valor da contratação é de R$ 3,3 milhões, para o prazo de 90 dias.

A Promotoria indicou que a organização social tinha em seu quadro diretor e administrativo pessoas interpostas desvinculadas da área da saúde.

Defesas

A prefeitura de Mauá publicou nota sobre a operação. "Recebemos com indignação a notícia da ação do Ministério Público na Prefeitura de Mauá. O processo, que deu origem a mesma, foi remetido ao MP em sua integralidade, todas as informações foram esclarecidas e há conversas diárias por videoconferência com os promotores. Entendemos como excessiva e desnecessária a iniciativa do Ministério Público. Estamos tranquilos em relação ao desenrolar dos fatos e certos de que demonstraremos, nos autos, a lisura de todo o processo. Salientamos que Mauá está na vanguarda do combate ao Coronavírus, notoriamente com ações eficientes e reconhecidas pela população e pela imprensa"

O espaço está aberto para a manifestação de outros citados nesta matéria.

Após a criação de contas no Twitter com a proposta de denunciar supostas fraudes no sistema de cotas, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) divulgou um canal para a formalização de denúncias. O meio foi compartilhado nessa quinta-feira (4), no site oficial da instituição de ensino.

A Universidade, diante das denúncias de possíveis fraudes, reforçou o seu apoio e defesa à Lei de Cotas. Para a UFRPE, a norma existe com o “objetivo de ajudar a corrigir injustiças sociais históricas do País”.

##RECOMENDA##

“Diante das denúncias de possíveis fraudes no sistema de cotas, envolvendo universidades em todo o Brasil, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) reafirma o apoio e a defesa da Lei de Cotas, que existe com o objetivo de ajudar a corrigir injustiças sociais históricas do País. A inclusão deve ser sempre um princípio norteador das Universidades Públicas Brasileira. A Administração Superior comunica, no entanto, que qualquer irregularidade ou fraude que envolva estudantes da Instituição deve ser denunciada de maneira oficial a UFRPE, por meio de encaminhamento à Ouvidoria Geral – ouvidoria.reitoria@ufrpe.br – para as devidas apurações legais, e as providências cabíveis decorrentes”, detalhou a instituição de ensino, por meio de nota.

A onda de denúncias, porém, acabou prejudicando a jovem Larissa Sá, de 19 anos. Mesmo sendo indígena, ela foi acusada de fraudar o sistema de cotas para cursar medicina na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Larissa contou que as acusações aconteceram pelo simples fato de que ela gosta de colorir o cabelo. Entenda o caso na reportagem do LeiaJá.

Uma das contratações listadas pela força-tarefa do Tribunal de Contas da União (TCU) foi da Infortech Informática, feita pelo Ministério da Saúde no valor de R$ 8,6 milhões. O contrato havia sido firmado em 2018, na gestão de Michel Temer, mas quando foi renovado, já no governo de Jair Bolsonaro, levantou suspeitas de ter sido superfaturado.

Isso porque, 12 meses após ter sido contratada, a empresa apresentou um orçamento com a metade do preço pelos mesmo serviços. Além disso, na execução do contrato, foram assinadas duas ordens de serviço que, juntas, equivaliam a 99% dos R$ 8,6 milhões.

##RECOMENDA##

Chamou a atenção dos técnicos do TCU o fato de que o contrato deveria ser para a prestação de serviços por um ano, mas consumiu o valor total em apenas dois meses. "Carece de explicação acerca do que efetivamente ocorreu", diz o relatório.

Para os auditores do TCU, essa situação "pode indicar que não ocorreu a prestação dos serviços, ou que podem ter sido prestados em volume inferior ao volume atestado e pago, o que caracteriza superfaturamento de quantitativo". No relatório, eles apontam a necessidade de a própria pasta iniciar uma apuração sobre o caso.

O representante da Advocacia-Geral da União no Ministério da Saúde, por sua vez, recomendou que não houvesse renovação. Segundo seu parecer, não havia nos autos estudo que justificasse essa variação, o que "poderia representar a existência de superfaturamento dos valores inicialmente contratados".

Além disso, existia incerteza se o serviço era, de fato, tecnologia da informação.

O Ministério da Saúde informou que não houve a prorrogação, mas não respondeu se foi aberta investigação, conforme recomendado pela AGU. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma força-tarefa do Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou indícios de fraudes em 55 contratos firmados pelo governo federal com empresas de tecnologia da informação desde 2017. Juntos, os acordos custaram R$ 500 milhões.

Entre as irregularidades detectadas pelo grupo estão falta de justificativa para as contratações e ausência de detalhamento do serviço que seria prestado pela empresa, o que levou os auditores a apontar um potencial risco de corrupção e desvio de dinheiro.

##RECOMENDA##

A investigação foi iniciada em 31 de julho do ano passado e envolve contratos em 11 ministérios, incluindo as pastas da Saúde, Cidadania, Educação, Economia e Infraestrutura, além de 17 órgãos do governo.

Nem todos os contratos foram fechados no governo Jair Bolsonaro, mas receberam aditivos ou foram mantidos em vigor pela atual gestão.

Do total apontado como suspeito de irregularidade, pelo menos R$ 100 milhões ainda estavam vigentes em março de 2020.

O TCU verificou que em nenhum dos 55 contratos era possível calcular o custo real dos serviços prestados, pois não houve justificativa técnica ou econômica para a contratação da empresa. Sem essas informações, os órgãos de controle não conseguem saber se os acordos atendem aos critérios mínimos de economicidade.

Outro problema constatado pelos auditores é que 83% dos contratos não tinham o detalhamento dos serviços para os quais determinada empresa foi contratada. Essa "fragilidade", na avaliação dos auditores, facilita o possível desvio de recursos.

Preços

Ainda segundo o TCU, 94% das contratações não possibilitaram avaliação da razoabilidade dos preços. "Ou seja, os preços praticados não tinham comparabilidade com a vida real", afirma trecho do relatório técnico do órgão.

Nos contratos objeto de apuração, os técnicos do TCU identificaram situações que eles consideraram como "exemplares" do mau uso do dinheiro público.

Um dos contratos, por exemplo, previa pagamento de R$ 423 pela substituição de um cabo de rede, R$ 879 pela instalação de um aparelho telefônico (apenas o serviço), R$ 1.242 pela liberação da ferramenta online WhatsApp Web (o que significa desbloquear o firewall da rede, serviço feito remotamente) e R$ 961 para cadastrar um usuário na rede. O custo total deste contrato era de R$ 32 milhões.

Os auditores propõem, agora, que o tribunal notifique o Ministério da Economia para que a pasta adote uma série de medidas, como a edição de normas de controle e portarias para evitar fraudes na área. Em caso de suspeitas de corrupção, as informações são repassadas à Polícia Federal.

Em nota, a secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia afirmou que orienta os 220 órgãos do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP) sobre diretrizes e práticas legais recomendáveis nas contratações da área de TI.

"Todos os órgãos da administração pública federal são autônomos para realizar contratações e gerir seus contratos administrativos, e estão submetidos à fiscalização dos órgãos de controle", diz o texto.

Procurados, Casa Civil e Palácio do Planalto não se manifestaram até a conclusão da edição desta sexta-feira, 5, do jornal O Estado de S. Paulo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal (PF) desencadeou na manhã desta terça-feira (3) a Operação Último Lance para investigar a criação de dezenas empresas de fachada, controladas por "laranjas", para ocultação de "vultosas" movimentações de dinheiro. Grande parte das companhias fictícias era do ramo de leilões, o que deu origem ao nome da operação, diz a PF.

Segundo a corporação, a investigação se baseou na análise de relatórios de inteligência financeira - elaborados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras - sendo que um dos documentos revelou movimentações suspeitas de mais de R$ 600 milhões.

##RECOMENDA##

Nesta terça, cerca de 80 agentes cumprem de 16 mandados de busca e apreensão em endereços de São Paulo, Pindamonhangaba, Franca e Bauru, no interior paulista. As ordens foram expedidas pela 10ª Vara Criminal Federal de São Paulo, especializada em crimes contra o sistema financeiro nacional e crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores.

De acordo com a PF, os investigados podem responder pelos crimes de evasão de divisas, sonegação fiscal, falsidade ideológica, uso de documento falso e ocultação indevida de valores.

A ação tem apoio da Receia Federal e é realizada pela delegacia da PF em Bauru e pela delegacia de repressão e combate à corrupção e aos crimes contra sistema financeiro nacional da superintendência em São Paulo.

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira, 13, a Operação "Verità Protetta" que mira o atual reitor da Universidade Brasil, Adib Abdouni, por supostas ameaças e intimidações a testemunhas e à delatora da Operação Vagatomia - investigação sobre venda de vagas no curso de Medicina, irregularidades no exame de revalidação de diplomas e fraudes no Fies e no ProUni de até R$ 500 milhões.

Agentes cumprem três mandados de busca e apreensão na sede da Universidade Brasil na capital paulista e no escritório e residência do atual reitor. As ordens foram expedidas pela 1ª Vara Federal de Jales.

##RECOMENDA##

A Justiça afastou Abdouni do cargo na Universidade Brasil e determinou ainda que ele cumpra uma série de medidas cautelares, entre elas a proibição de contato com investigados da Vagatomia.

A representação contra o reitor foi apresentada à Justiça pelo delegado Cristiano Pádua da Silva, que conduz o inquérito da Vagatomia. O chefe da PF em Jales (SP) chegou a pedir a prisão preventiva do atual reitor da Universidade Brasil, mas a medida foi negada.

Segundo a PF, os pedidos tinham como objetivo "cessar ameaças e intimidações proferidas Addouni a testemunhas e à colaboradora da Vagatomia, bem como em razão do receio externado por pais e alunos em decorrência do comportamento intimidatório do reitor".

A primeira fase da Vagatomia foi aberta em setembro do ano passado para investigar esquema no curso de Medicina da Universidade Brasil que envolvia venda de vagas, irregularidades nos cursos de complementação do exame Revalida, para revalidação de diploma, além de fraudes de até R$ 500 milhões em bolsas do ProUni e na concessão do Fies. Na ocasião, José Fernando Pinto da Costa, dono da universidade, e seu filho chegaram a ser presos.

Em outubro, o advogado Adib Abdouni foi nomeado reitor da Universidade pela esposa de José Fernando Pinto da Costa, dono da universidade preso na Vagatomia.

Segundo a PF, "o novo reitor assumiu as funções e deu início a uma série de ofensas e ameaças à colaboradora das investigações, testemunhas e autoridades públicas responsáveis pela apuração dos crimes cometidos pela organização criminosa investigada".

A corporação informou que o reitor afastado poderá responder pelos crimes de obstrução de investigação de organização criminosa e coação no curso do processo.

A Polícia Federal indicou ainda que o nome da Operação, "Verità Protetta" - "verdade protegida' em italiano -, faz alusão "à proteção daqueles que colaboram com a Justiça e têm a obrigação de dizer a verdade".

"As investigações demonstraram que pessoas vinculadas às investigações e à própria instituição de ensino (como por exemplo alunos, testemunhas e colaboradora) foram expostas e intimidadas pelo atual reitor, o que pode influenciar em seus depoimentos e prejudicar a busca pela verdade dos fatos", disse a PF em nota.

Defesa

A Universidade Brasil emitiu nota se defendendo das acusações que motivaram a operação da Polícia Federal. Confira a nota:

"A Universidade Brasil, nesta data, foi vítima de retaliação de um delegado da Polícia Federal — ex-professor da escola, afastado — e do Ministério Público da cidade de Jales (SP), alvos de representação judicial do reitor Adib Abdouni.

O delegado, consorciado com a ex-funcionária da Universidade — que o havia contratado  e se tornou delatora premiada —, com o apoio do MP, conseguiu de um juiz, também de Jales, inverter os papéis, de acusado para acusador.

Em nenhum momento o reitor da Universidade Brasil, Adib Abdouni, ameaçou testemunhas ou a colaboradora premiada. A investida contra a Universidade deixa-a acéfala e a torna presa fácil para ofertas de compra por parte de grandes grupos de ensino com ações negociadas em Bolsa de Valores, a preço vil.

No legítimo direito de defesa e sem cometer ilegalidades, o reitor Adib Abdouni havia entrado com representação contra o delegado da Polícia Federal Cristiano Pádua da Silva — contra este foi pedida inclusive sua prisão —, uma vez que vinha intimidando funcionários do campus Fernandópolis da Universidade e o próprio reitor.

A verdade é que desde que Adib Abdouni assumiu a reitoria, em 25 de outubro de 2019, adotou uma série de medidas para colaborar com as autoridades na identificação de possíveis irregularidades que tivessem sido cometidas anteriormente e punir os envolvidos. Criou, inclusive, a Diretoria de Compliance, chefiada por uma delegada da Polícia Federal aposentada.

A Universidade confia que a Justiça será feita e que rapidamente o reitor Adib Abdouni voltará às suas funções, para desgosto de seus detratores e dos concorrentes dessa instituição de ensino.”

A Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria Geral da União (CGU) desencadearam na manhã desta quinta-feira, 30, a Operação Epagoge para desarticular uma organização criminosa suspeita de fraudar licitações. Entre 2010 e 2019, as empresas que formam o grupo firmaram contratos com o Poder Público que somam R$ 60 milhões, indica a CGU.

Um efetivo de 75 policiais federais e seis auditores da Controladoria cumpre 22 mandados de busca e apreensão em Curitiba, Piraquara e Guaratuba (PR), Balneário Camboriú (SC), e em São Paulo.

##RECOMENDA##

De acordo com a PF, a investigação teve início em 2015 a partir da suspeita de que empresas de um mesmo grupo estariam atuando mediante ajuste, prejudicando a concorrência em licitações, principalmente para a compra de eletrônicos.

O inquérito identificou que algumas das empresas funcionavam no mesmo endereço e pertenciam aos mesmos proprietários, o que, segundo a PF, indica que empresas fictícias se candidatavam simultaneamente na mesma licitação, "a fim de viabilizar que uma delas se sagrasse vencedora, com possibilidade de manipular os preços".

A Polícia Federal apontou que o nome da Operação, Epagoge, significa indução em grego. "Induzir o pensamento de alguém", registrou a corporação.

A Polícia Federal (PF) em São Paulo desencadeou na manhã desta sexta-feira (24) a Operação Inspeção Inicial para fiscalizar instrutores de armamento e tiro credenciados pela corporação e investigar supostos desvios e fraudes na emissão de laudos usados para compra de armas.

Os instrutores são responsáveis por atestar a capacidade técnica das pessoas que solicitam registro e porte de arma para defesa pessoal junto à Polícia Federal. Os profissionais também emitem documentos para quem pretende obter o Certificado de Registro (CR) como atirador esportivo junto ao Exército.

##RECOMENDA##

A ação realizada nesta manhã conta com a participação de 130 policiais federais que visitam 130 clubes de tiro em 72 cidades do Estado. Trata-se da maior fiscalização de instrutores de armamento e tiro já realizada em São Paulo, aponta a PF.

A "Inspeção Inicial" é realizada pela Delegacia de Controle de Armas e Produtos Químicos (DELEAQ) em conjunto com o Grupo de Armamento e Tiro (GAT).

De acordo com a Polícia Federal, a investigação teve início em fevereiro de 2019, após análise de dados inseridos no Sistema Nacional de Armas e de laudos apresentados nos pedidos de registro de armas.

A corporação encontrou indícios de formação de quadrilha e prática de falsidade ideológica na emissão dos documentos. Em alguns casos, os interessados em adquirir ou portar arma de fogo pagavam valores fora dos comuns no setor para obter os laudos, diz a PF.

A partir desta quarta-feira (22), os usuários de todo país podem consultar as linhas pré-pagas e verificar a possibilidade de cadastros indevidos. A consulta feita por meio do CPF que já estava valendo para os consumidores das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, também será estendida aos clientes de telefonia móvel das regiões Sul e Sudeste.

As empresas de telecomunicação brasileiras disponibilizaram, em parceria com a Anatel, um site para que o usuário possa consultar. O consumidor da linha pré-paga que quiser fazer consulta para verificar a ocorrência de fraudes com linhas associadas indevidamente ao seu CPF deve acessar o portal.

##RECOMENDA##

A consulta vale para os celulares das prestadoras: Algar, Claro, Oi, Sercomtel, TIM e Vivo. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a medida vai possibilitar ao consumidor verificar a linha pré-paga em seu nome. Caso contrário o usuário pede o cancelamento.

"Hoje no Brasil há cerca de 135 milhões de celulares pré-pagos e, destes, três acessos a cada 1.000 apresentam inconsistências cadastrais", informou a agência.

Segundo a Anatel,  a iniciativa do portal visa "garantir uma base cadastral do serviço correta e atualizada, a fim de evitar a ocorrência de fraudes de subscrição (linhas associadas indevidamente a CPFs) e, dessa forma, proporcionar mais segurança aos consumidores."

O pedido de cancelamento feito pelo consumidor deverá ser atendido em até 24 horas, caso a solicitação seja executada por meio de atendente, e até 48 horas se solicitada automaticamente (no call center ou portal da prestadora, sem a intervenção humana).

A Anatel destaca que o serviço não traz informações para quem possui linhas de celular pós-pagas. A página também disponibiliza orientações para quem identificar a existência de linhas cadastradas indevidamente em seu nome. Neste caso, o cliente deverá entrar em contato com a operadora para correção das informações.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta quarta-feira, 8, o vice-governador do Pará, Lúcio Vale, pelo desvio de R$ 39,6 milhões dos recursos de dez municípios paraenses que seriam destinados à compra de merenda escolar, saúde e assistência social. Segundo a Procuradoria, Vale participava de suposto grupo criminoso que fraudou licitações entre 2013 e 2017, principalmente com o uso de empresas de fachada.

Outras 31 pessoas também foram denunciadas, entre elas o deputado federal e ex-prefeito de Viseu Cristiano Dutra Vale, irmão de Lúcio. Entre os crimes imputados aos denunciados estão participação em organização criminosa, corrupção, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e peculato.

##RECOMENDA##

Segundo o MPF, os recursos foram desviados dos seguintes municípios: Viseu (R$ 31.877.107,15), Ipixuna do Pará (R$ 1.986.331,88), Mãe do Rio (R$ 1.795.542,23), Cachoeira do Piriá (R$ 1.597.546,64), Marituba (R$ 1.401.152,60), Santa Maria do Pará (R$ 687.075,32), São Miguel do Guamá (R$ 223.011,24), São Caetano de Odivelas (R$ 88.148,30), Ourém (R$ 16.101,58) e Marapanim (R$ 14.850,96).

A denúncia tem como base investigação iniciada em 2017 e que culminou com nas operações Carta de Foral, em novembro de 2018, e Vissaium, em dezembro de 2019.

A Procuradoria indicou que as investigações identificaram quatro núcleos dentro da organização criminosa: um político, um de agentes públicos, um empresarial e um de lavagem.

No primeiro participavam integrantes do Partido Liberal (PL) e agentes políticos relacionados - como os prefeitos -, dizem os procuradores. Entre os participantes de tal grupo estariam, além de Lúcio e Cristiano, o atual prefeito de Cachoeira do Piriá, Leonardo Dutra Vale e o atual prefeito de Viseu, Isaías José Silva Oliveira Neto.

Já o núcleo de agentes públicos era formado por servidores municipais que faziam a ligação entre o grupo político e o empresarial. Os funcionários públicos operacionalizavam as fraudes e demandavam vantagens do núcleo empresarial, indica a Procuradoria.

O terceiro grupo era composto por empresas de fachada, "laranjas" e "testas de ferro", sendo que estes últimos operacionalizavam as fraudes e pagavam as propinas.

Segundo a Procuradoria, havia, ainda, um núcleo da lavagem, que contava com a participação de pessoas físicas e jurídicas indicadas pelos políticos e integrantes do núcleo empresarial para receberem os recursos.

Defesas

A reportagem busca contato com o vice-governador Lúcio Vale, com o deputado Cristiano Dutra Vale e outros denunciados e citados na matéria. O espaço está aberto para manifestações.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse, nesta quinta-feira (28) que acredita que as fraudes envolvendo carteirinhas de estudantes vão "cair para zero" com a nova com carteira estudantil digital, a ID Estudantil. "A redução da fraude vai ser vertiginosa, não vai dar para fraudar mais com carteirinha digital", afirmou em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. 

Para obter o documento é necessário, antes de tudo, que a instituição de ensino à qual o estudante está vinculado insira os dados do aluno no Sistema Educacional Brasileiro, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Até ontem (27), mais de 2 mil instituições de educação básica e 408 de educação superior já haviam cadastrado seus estudantes. Ao todo, mais de 1 milhão de estudantes estão cadastrados para obter a ID. 

##RECOMENDA##

Após ser cadastrado, o estudante precisa, então, baixar o aplicativo ID Estudantil no celular e fazer o cadastro pessoal. 

O Ministério da Educação (MEC) informou, na segunda-feira (25), que fará cruzamento dos dados fornecidos por meio de aplicativos com as informações da Carteira Nacional de Habilitação e, no caso de estudantes que não têm CNH, com os dados fornecidos para o documento de identidade (RG). 

No caso de estudantes menores de idade, será necessária a autorização de um responsável legal, que deverá instalar o ID Estudantil no celular para, então, fazer o cadastro no qual informa os dados do menor.

Acesso à internet

O ministro destacou ainda, na entrevista à Rádio Nacional, que a partir do ano que vem, irá ampliar o acesso à internet em escolas urbanas e rurais. Segundo ele, as escolas conectadas facilitarão também a emissão da carteirinha digital: "Basta estar na escola, pedir para acessar o wi-fi da escola e baixar a carteirinha estudantil digital sem gastar um tostão", aconselha. 

O estudante que solicitar a carteira digital terá que consentir com o compartilhamento dos dados cadastrais e pessoais com o MEC para subsidiar o Sistema Educacional Brasileiro — o novo banco de dados nacional dos alunos, a ser criado e mantido pela pasta.

O ministério poderá usar essas informações apenas para formulação, implementação, execução, avaliação e monitoramento de políticas públicas. O sigilo dos dados pessoais deve ser garantido sempre que possível.

A ID Estudantil é voltada para todos os estudantes, desde a educação básica até a pós-graduação. O documento permite o pagamento de meia-entrada em shows, apresentações de teatro e outros eventos culturais.

LeiaJá também

-> Mais de 1 milhão de alunos podem acessar ID Estudantil

-> MEC lança portal informativo da ID Estudantil digital

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou seis pessoas acusadas de fraude na edição de 2014 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o órgão, os acusados usaram, indevidamente, “conteúdo sigiloso no processo seletivo”, nas escolas 13 e maio e Maria Gregoria Ortiz Cardoso, na cidade de Porto Esperidião, no Mato Grosso.

O “conteúdo sigiloso” em questão não foi detalhado pelo MPF. Porém, a entidade informou, nessa terça-feira (26), que os desempenhos dos candidatos acusados apresentaram características em comum, ocasionando clara similaridade nas respostas dos gabaritos.

##RECOMENDA##

“Conforme a denúncia, os seis candidatos obtiveram a mesma nota (930,2) na área de matemática e suas tecnologias, sendo que, num total de 6.195.527 (seis milhões, cento e noventa e cinco mil e quinhentos e vinte e sete) estudantes inscritos no exame, apenas 24 tiraram a mesma nota. Também foi constatada similaridade entre as notas nas demais áreas do conhecimento, sendo que em Linguagens, Códigos e suas tecnologias, todos tiveram a mesma nota, e em Ciências Humanas, dois obtiveram nota igual”, comunicou o MPF.

A investigação apontou que, do total de 180 questões da prova de 2014, 139 foram respondidas de maneira igual pelos denunciados, correspondendo a uma similaridade de 77,22%. Além disso, cinco dos seis estudantes denunciados responderam 163 questões da mesma maneira.

Ainda no que diz respeito a essa apuração, considerando somente o segundo dia de provas, do conjunto de 90 quesitos, o MPF identificou que 89 tiveram as mesmas respostas entre os denunciados, ocasionando uma semelhança de quase 99%. “Foram constatados ainda, por meio de diligências para averiguar a veracidade dos endereços informados pelos denunciados na inscrição do Enem, que todos os denunciados eram desconhecidos nos respectivos locais. Inclusive alguns, vieram de outros estados como Minas Gerais e São Paulo”, detalhou o Ministério.

De acordo com o MPF, a fraude também se justifica pelo fato de o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela prova, ter detectado que um dos candidatos denunciados afirmou o recebimento de proposta “prometendo vantagens, mediante pagamento de valores entre R$ 100 mil e R$ 180 mil, para candidatos que realizassem o Enem no município de Porto Esperidião”.

A partir das apurações, o Ministério Público Federal exige, junto à Justiça Federal, a condenação dos denunciados por fraude em processo seletivo para ingresso no ensino superior. As identidades dos denunciados não foram divulgadas pelo órgão.

O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho disse nesta quarta-feira (30) que é vítima de perseguição e afirmou que a nova ordem de prisão contra ele é desprovida de qualquer fundamento.

Garotinho e a ex-governadora Rosinha Matheus foram presos nesta manhã em casa, na zona sul do Rio, depois de a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ter derrubado nessa terça (29) a liminar que lhes concedeu habeas corpus em setembro.

##RECOMENDA##

Já detidos, Garotinho e Rosinha falaram com a imprensa na sede da Cidade da Polícia, na zona norte do Rio. "Eu preciso saber quando essa perseguição vai terminar", disse. "Essa decisão tomada ontem é completamente desprovida de qualquer fundamento".

Garotinho questionou a prisão preventiva, que, segundo ele, tem por base uma suposta ameaça a uma testemunha, o que ele nega ter feito. "Não tem como a população não perceber que isso é uma vingança pelas denúncias todas que eu fiz ao Ministério Público".

Os dois ex-governadores já haviam sido presos no início de setembro, por determinação da 2ª Vara Criminal da Comarca de Campos dos Goytacazes, mas foram soltos no dia seguinte, por um habeas corpus concedido pelo desembargador Siro Darlan, durante plantão judiciário.

Garotinho e Rosinha são acusados de fraudes em contratos celebrados entre a prefeitura de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, e a construtora Odebrecht para a construção de casas populares, durante os dois mandatos de Rosinha como prefeita da  cidade, entre 2009 e 2016.

Em nota divulgada ontem, o advogado de defesa do casal, Vanildo da Costa Júnior, informou que vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a decisão da 2ª Câmara Criminal.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está investigando 230 casos de alunos que teriam feito uso do sistema de cotas raciais, de maneira incorreta, para ingressar no ensino superior federal. Para analisar as suspeitas de fraude, a UFRJ criou a Comissão de Heteroidentificação que, segundo a instituição, também passará a analisar todas as autodeclarações a partir de 2020.

A instituição solicitava, no ato de matrícula, uma autodeclaração por parte dos estudantes que obtiveram a vaga a partir das cotas raciais. Em junho deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública, com pedido de liminar, para que a UFRJ suspendesse a matrícula de uma aluna branca que ingressou na instituição através do sistema de cotas. 

##RECOMENDA##

“Em todo o país, vêm sendo noticiados diversos casos de falsidade na autodeclaração, o que vem dando causa à propositura de ações visando a nulidade do respectivo ingresso, por motivo de fraude”, declararam, na época, Renato Machado, Ana Padilha e Sérgio Suiama, procuradores regionais dos Direitos do Cidadão e autores da ação. 

Por meio de nota, a UFRJ declarou que vai passar a analisar todas as autodeclarações de candidatos a partir de 2020. “Ainda neste ano, [será criada] uma outra comissão que analisará todas as autodeclarações de candidatos de cotas raciais para acesso aos cursos de graduação da UFRJ no primeiro semestre de 2020, logo depois das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu)”. 

Ainda no primeiro semestre de 2019, cartazes, com fotos e nomes de alunos suspeitos de terem fraudado o sistema de cotas, foram expostos em prédios da Faculdade de Direito da UFRJ.  Os casos da instituição fluminense não são isolados. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) a comissão avaliadora convocou os 1.336 alunos novatos que se autodeclararam pretos, pardos ou indígenas. Desses, 574, ou seja 43% do total de alunos ingressantes pelo sistema de cotas raciais, foram desligados da instituição por fraude no processo. Por meio de nota, a UFRGS informou que “podem ter ocorrido eliminações por outros critérios, como o socioeconômico”. 

Em julho de 2019, o LeiaJá produziu uma série de reportagens que aborda o sistema cotista. Intitulado “Para que servem as cotas?”, o especial conta com onze matérias que contam desde a criação de leis de cotas no Brasil, até a importância dessas ferramentas para quem teve menos oportunidades de estudo. 

A Polícia Federal e a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia deflagraram nesta quarta, 9, a Operação Caduceu, para desarticular um grupo que fraudou pelo menos 140 benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) causando prejuízo estimado superior a R$ 7 milhões.

Segundo a PF, o grupo era liderado por "um dos maiores fraudadores da história do INSS", na área de benefícios. Ele já responde a diversos processos penais e dezenas de inquéritos policiais por fraudes à autarquia, destacou a PF.

##RECOMENDA##

A corporação tem registros da ‘conduta criminosa’ do estelionatário desde a década de 1980.

O grupo agia nos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco.

Agentes federais cumprem três mandados de prisão preventiva e realizam buscas e apreensão em 12 endereços de Salvador e Camaçari (BA) e em Aracaju (SE).

A investigação aponta que o grupo praticava as fraudes de duas maneiras: criando vínculos empregatícios fictícios, inseridos no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) por meio de Guia de Recolhimento do FGTS indevidas; e usando documentos médicos falsos para simular doenças e assim obter benefícios, em especial o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez.

Segundo a PF, para que tais fraudes fossem praticadas, faziam parte da organização criminosa um técnico em contabilidade, um servidor do INSS e uma pessoa responsável por falsificar laudos e relatórios médicos.

O nome da operação faz referência ao contador da operação criminosa, diz a PF. O símbolo da contabilidade é o Caduceu.

A Polícia Federal indicou que os investigados podem responder pelos crimes de participação em organização criminosa, estelionato previdenciário, uso de documento falso, falsidade ideológica e falsificação de documento público. Somadas, as penas ultrapassam 30 anos de prisão, informou a PF.

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta segunda (23) uma operação para colher provas da participação de advogados, contadores e servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na prática de fraudes contra o Sistema Previdenciário. As fraudes possibilitaram que pessoas que não tinham tempo de contribuição suficiente recebessem a aposentadoria sem ter direito, depois de informarem vínculos de trabalho inexistentes.

“O prejuízo real causado pelas fraudes é da ordem de 55 milhões de reais, sendo que a estimativa de economia com a desarticulação do esquema criminoso, caso as fraudes não tivessem sido descobertas e as aposentadorias continuassem sendo pagas, é de 347 milhões de reais”, diz a PF.

##RECOMENDA##

Segundo as investigações, o esquema consistia no cômputo extemporâneo de tempo de contribuição fictício para aposentadorias, o que era feito por meio da transmissão de Guias de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (GFIPs) por meio de empresas inativas. “As GFIPs são utilizadas pelas empresas para o recolhimento do FGTS e para disponibilizar à Previdência Social informações relativas aos segurados, inclusive para comprovar o tempo de contribuição dos funcionários”, explicou a PF.

Depois de averiguar centenas de benefícios concedidos, a PF constatou que todos os requerimentos de benefícios que tinham indício de fraude estavam concentrados em um grupo de seis servidores. Segundo a PF, eles aprovaram as aposentadorias sem observar os requisitos previstos na legislação, como o período de carência e conferência dos documentos.

De acordo com a PF, os responsáveis pela inserção dos dados falsos nos sistemas do INSS e pela transmissão das GFIPs eram dois escritórios de contabilidade. Também foram identificaos cinco advogados responsáveis pela captação de clientes e pela formalização dos requerimentos junto ao INSS.

“Todos os benefícios suspeitos serão revisados administrativamente pelo INSS e poderão ter seus pagamentos suspensos. Os investigados poderão ser indiciados pelos crimes de organização criminosa, estelionato e inserção de dados falsos em sistemas de informação, cujas penas variam de 2 a 12 anos de reclusão.

As investigações foram realizadas em conjunto pela Polícia Federal e pela Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista do Ministério da Economia, que compõem a Força Tarefa Previdenciária, com apoio do INSS.

Para deflagrar a Operação Vagatomia na última terça-feira, dia 3, a Polícia Federal de Jales, no interior de São Paulo, submeteu à Justiça Federal um relatório de 599 páginas apontando o suposto envolvimento de mais de trinta investigados na venda de vagas do curso de medicina da Universidade Brasil, sediada no município de Fernandópolis. Ao solicitar judicialmente ordens de prisão e de busca e apreensão, a PF indicou que haveria um "balcão de negócio de vagas ocorrendo sem nenhum tipo de receio".

O esquema contava com fraudes no ingresso de alunos no curso de Medicina da instituição, na obtenção do Financiamento Estudantil do Governo Federal (Fies) e de bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e na venda irregular de vagas de transferência para os cursos de complementação do exame Revalida - para revalidação de diploma.

##RECOMENDA##

Segundo a PF, somente as fraudes no Fies causaram prejuízo estimado de R$ 500 milhões aos cofres públicos.

A deflagração da operação se deu a mando do juiz federal Bruno Valetim Barbosa. O magistrado entendeu que havia "inúmeros" indícios de cometimento de crimes e reiteração criminosa. Ele decretou a prisão de 22 investigados, inclusive do empresário José Fernando Pinto da Costa, dono da Universidade Brasil.

A decisão anota que a representação policial destaca a gravidade dos crimes atribuídos ao grupo e indica as consequências para os futuros pacientes dos alunos que compraram as vagas, "que evidentemente não têm condições intelectuais e profissionais de atuar como médicos". "São assustadoras e podem ser fatais."

De acordo com a Procuradoria, as vagas eram negociadas pelo grupo por valores entre R$ 80 mil a R$ 120 mil. A representação policial cita ainda suposta participação de José Fernando Pinto da Costa em uma negociação de três vagas por R$ 600 mil.

Na decisão, o magistrado considerou: "a sociedade brasileira está a pagar indevidamente pelo estudo de profissionais que se formarão sem os conhecimentos técnicos para atendê-la com qualidade. Enquanto isso, alunos, pais, e a suposta organização criminosa se beneficiam, os dois primeiros, por obterem um diploma de médico ou um financiamento público sem merecer, a última, na venda das vagas e dos financiamentos".

Além das ordens de prisão e de busca e apreensão, a Justiça Federal determinou o bloqueio de até R$ 250 milhões em bens e valores dos investigados. Entre os bens que seriam sequestrados, a decisão lista 50 carros, cinco embarcações e três aeronaves. Segundo a PF, a entrega de veículos era uma das formas de pagamento pelas vagas.

Quando a operação foi deflagrada, a Polícia Federal indicou que entre os estudantes que compraram suas vagas e financiamentos estão filhos de fazendeiros, servidores públicos, políticos, empresários e amigos dos donos da universidade. Dois vereadores de cidades do interior paulista são citados pela PF na representação à Justiça.

Segundo a representação, o dono da universidade teria determinado a um homem, "possivelmente professor", que aprovasse um aluno que é vereador em Birigui.

Em outro momento, a Polícia indicou que um parlamentar de Fernandópolis buscou "bolsa" para o filho, o que, segundo os investigadores, se tratava da concessão de um Fies fraudulento, "pago indevidamente com dinheiro público em favor do filho de um político".

Segundo a PF, a investigação teve início com base em uma notícia crime apresentada por uma pessoa cujo parente havia sido contatado para que comprasse uma vaga no esquema.

Alguns alunos também relataram o excesso de vagas no campus ao Ministério Público Federal. As estimativas das investigações indicam que pelo menos 500 alunos do curso de Medicina da Universidade Brasil de Fernandópolis tenham obtido o Fies fraudulentamente com a atuação de assessorias educacionais nos últimos três anos.

Segundo a PF, os mesmos alunos ainda deveriam receber pelo menos outros três anos de parcelas do financiamento.

A representação policial registra ainda ameaças proferidas pelo dono da universidade aos alunos que fizeram as denúncias, além de tentativas de influenciar e intimidar autoridades, destruição e ocultação de provas.

Em um diálogo interceptado pela PF, um empresário, apontado como um dos principais integrantes de uma assessoria educacional envolvida no esquema, classifica José Fernando como "gangster" e "quadrilheiro" e aborda medidas que o então reitor da universidade tomaria em relação às alunas que fizeram a denúncia de excesso de alunos ao Ministério Público Federal - expulsão, fechamento do Centro Acadêmico, entre elas

Defesas

"A Universidade Brasil vem a público para informar a alunos, docentes e funcionários, bem como a toda a comunidade universitária nacional e à população em geral, que suas atividades acadêmicas e administrativas seguirão as rotinas ordinariamente, a despeito dos recentes fatos ocorridos. Solicitações gerais, atendimento aos alunos, bem como o funcionamento de cursos, com aulas regularmente ministradas, continuarão a ocorrer dentro da normalidade em todos os campi".

"A instituição de ensino esclarece também que está integralmente à disposição da Polícia Federal, assim como às demais autoridades em todas as esferas, para colaborar com quaisquer investigações e também para prestar todos os esclarecimentos que se façam necessários."

O Ministério da Educação emitiu nota. "Em casos de indícios de irregularidades, o MEC irá instaurar processo administrativo para a responsabilização dos envolvidos. Caso as irregularidades sejam comprovadas, serão aplicadas as penalidades previstas em Lei. O MEC também se coloca à disposição da Polícia Federal e do Ministério Público Federal para colaborar com a investigação."

A reportagem tenta contato com os investigados pela operação Vagatomia. O espaço está aberto para as manifestações.

A Policia Federal (PF) deflagrou nesta manhã desta sexta-feira, 6, a Operação Postal Off, para desarticular um esquema de fraudes que causou prejuízo de R$ 13 milhões à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Cerca de 110 policiais federais cumprem 12 mandados de prisão e 25 ordens de busca e apreensão em três Estados - Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

Na capital fluminense, a PF cumpre 14 mandados judiciais - nove de prisão preventiva e 19 de busca e apreensão. Já na capital mineira os agentes realizam buscas em um endereço ligado aos investigados e cumprem uma ordem de prisão temporária.

##RECOMENDA##

No Estado de São Paulo a ação acontece nos municípios de Cotia, Bauru e São Caetano, com a realização de cinco buscas e cumprimento de dois mandados de prisão preventiva. As ordens foram expedidas pela 7ª Vara Federal de Florianópolis.

A Polícia Federal indicou que a investigação teve início em Santa Catarina em novembro de 2018, quando foi apurado o primeiro indício dos crimes praticados pelo grupo criminoso que tinha forte atuação nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

A quadrilha contava com a participação de funcionários dos Correios, que faziam com que grandes cargas postais dos clientes da empresa fossem distribuídas no fluxo postal sem faturamento ou com faturamento muito inferior ao real.

De acordo com a PF, um dos principais modos de atuação do grupo era identificar e procurar grandes clientes dos Correios para fazer uma oferta: que eles rompessem seus contratos com a empresa pública e passassem a ter suas encomendas postadas por meio de contratos das empresas do grupo criminoso com a EBCT.

A investigação identificou ainda solicitações e pagamentos de vantagens indevidas envolvendo empresários, funcionários públicos e agentes políticos, configurando indícios de corrupção passiva e concussão.

Dados preliminares da PF apontam que o esquema do grupo criminoso causou prejuízo ao menos R$ 13 milhões. O valor se refere apenas às postagens ilícitas já identificadas, "não computado o prejuízo diário que estava sendo causado pelo grupo investigado", diz a Polícia Federal.

A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 40 milhões das contas e bens dos investigados, incluídos carros de luxo e duas embarcações - uma delas um iate avaliado em R$ 3 milhões.

De acordo com a PF, os investigados poderão ser indiciados por corrupção passiva e ativa, concussão, estelionato, crimes tributários, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

A reportagem entrou em contato com a Assessoria de Imprensa dos Correios, mas não havia recebido resposta até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação.

A Polícia Federal (PF) prendeu temporariamente, na última quinta-feira (8), o vereador de Cedro, Miguel Leite (PTB), suspeito de integrar uma organização que desviou recursos públicos da cidade localizada no Sertão de Pernambuco. A prisão foi efetuada durante a operação Octupus.

Além dele, também foi detido Cícero Manoel Figueiredo, apontado como laranja de uma empresa de construção civil que fechou contrato com a prefeitura. De acordo com uma nota divulgada pela PF nesta sexta-feira (9), os dois prestaram depoimentos e foram liberados. 

##RECOMENDA##

"A Prefeitura de Cedro recebia recursos do Governo Federal para pode investir na manutenção das viaturas e também na questão da reforma de prédios da prefeitura. Esses recursos eram feitas as licitações em empresas fantasmas com pessoas que tinham se quer condições financeiras e nem também tinha uma empresa fixa que desenvolvia essas atividades. E essas atividades eram devolvidas via de regra as terras do prefeito, onde essas viaturas eram feitas. Então tudo era feito de uma forma a tentar que esses recursos fossem desviados". explicou o assessor da Polícia Federal, Giovani Santoro.

Ainda foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, sendo um deles na Câmara Municipal de Cedro, e outros dois nas residências do vereador e de Cícero Manoel. A operação Octopus visa apurar a prática dos crimes de frustração e fraude ao caráter competitivo da licitação, peculato e lavagem de dinheiro. 

Na ação policial foram apreendidos uma Toyota Hilux, celulares, mídias e documentos os quais passarão por perícia técnica que subsidiará as investigações que estão em andamento.

Segundo Giovani Santoro, as investigações “apontam provas bastante robustas da atuação” de Miguel Leite e Cícero Manoel nos crimes. O vereador, inclusive, foi afastado das atividades parlamentares por 30 dias.

A operação dessa quinta foi um desdobramento da Chofer, realizada em maio. 

Relembre o caso - Uma empresa com pouco mais de 30 dias de constituída foi contratada pela Prefeitura de Cedro para aquisição de materiais de construção e reformas nas secretarias do município e recebeu, entre os anos de 2017 e 2018, cerca de R$ 3 milhões para os mais diversos e variados serviços, como fornecimento de peças e manutenção para a frota de veículos do município à poda de árvores. 

Conforme apurado, o sócio desta empresa já foi contratado como motorista do atual prefeito,  e prestou serviço de eletricista em sua campanha eleitoral a outra sócia da empresa é beneficiária do programa Bolsa Família e ambos habitam em uma residência simples na zona rural, demonstrando não possuir condições financeiras para a constituição de uma empresa de tal porte, que, inclusive, é situada em prédio coligado a um estabelecimento comercial de propriedade do prefeito.

A polícia tailandesa informou que prendeu um italiano acusado de usar o nome do ator George Clooney para convencer pessoas a investir em uma empresa de roupas falsas.

Francesco Galdeli, de 58 anos, foi preso no sábado, 15, perto da cidade de Pattaya, sob suspeita de permanecer no país ilegalmente. Ele era procurado em seu país natal, após fugir de uma sentença de prisão.

##RECOMENDA##

Galdeli foi condenado por um tribunal de Milão, em 2010, a mais de oito anos de prisão. Ele foi considerado culpado por representar Clooney para enganar investidores, disse a polícia.

O aviso da Interpol foi emitido para Galdeli e ele foi preso em um endereço fornecido pelas autoridades italianas. Ele viveu na Tailândia por cerca de sete anos, segundo a polícia.

Com informações da AP. Foto: reprodução/independent.ie

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando