Tópicos | ICMS

A cidade de Guarulhos recebeu R$ 916,3 milhões de repasses do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do governo estadual de São Paulo em 2017. O valor representa alta de 3% em relação ao ano de 2016, quando R$ 884,1 milhões foram repassados à cidade.

Os municípios paulistas já haviam recebido R$ 1,89 bilhão nos repasses realizados em 12, 19 e 27 de dezembro relativos à arrecadação dos períodos de 04 a 08 de dezembro, 11 a 15 de dezembro e 18 a 22 de dezembro.

##RECOMENDA##

No ano passado, o governo estadual realizou 52 depósitos e repassou às prefeituras um total de R$ 26,06 bilhões. Os depósitos semanais são realizados por meio da Secretaria da Fazenda sempre até o segundo dia útil de cada semana, conforme prevê a Lei Complementar nº 63, de 11/01/1990.

A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu parte do convênio ICMS que definiu o regime de Substituição Tributária do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), ou seja, sobre a transferência da obrigação do recolhimento do imposto.

A decisão da ministra foi uma resposta favorável à ação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que questiona no Supremo, entre outros pontos, a inclusão do ICMS-Substituição Tributária (ICMS-ST) em sua própria base de cálculo, apontado como uma dupla tributação. A norma foi firmada por convênio em abril de 2017 pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ). Para a CNI, o regime de substituição tributária do ICMS não deve ser tratado por convênio, mas por lei complementar, como define a Constituição.

##RECOMENDA##

"Ao contrário de harmonizar a aplicação do regime de substituição tributária, os membros do CONFAZ efetivamente legislaram primariamente em ambiente que não lhes é permitido", diz a CNI. A ação da confederação entrou no STF no dia 20 de dezembro, e pedia pela suspensão de 12 cláusulas. No entanto, Cármen suspendeu 10 delas.

O convênio entra em vigor nesta segunda-feira, no 1º dia de 2018. A presidente do Supremo, ao decidir pela suspensão de alguns pontos, ressaltou que a vigência permanece, assim como outros pontos não impugnados pela sua decisão.

Através de medida cautelar, Cármen suspendeu os efeitos das cláusulas 8ª, 9ª, 10ª, 11ª, 12ª, 13ª, 14ª, 16ª, 24ª e 26ª, deixando de fora o pedido sobre as cláusulas 3º e 27º. O relator da ação no STF é o ministro Alexandre de Moraes, mas a presidência é responsável por despachar decisões no período de recesso do STF. Quando o ministro voltar, ele deve analisar o pedido. O Supremo volta as atividades no dia 1º de fevereiro.

Regime de substituição

Entre as medidas suspensas, estão as normas que definiam os contribuintes e os responsáveis tributários no regime substituição tributária; as que estabeleceram regras próprias para a formação da base de cálculo do ICMS para fins de substituição tributária; e as que definiam as regras para realização de pesquisas de preços com vistas à fixação de MVA (Margem de Valor Agregado) e de PMPF (Preço médio ponderado final). Para a CNI, esta última medida é um "verdadeiro 'cheque em branco'', já que estabelece a possibilidade de os Estados estabelecerem outros critérios para fixação de MVA ou PMPF, agravando a insegurança jurídica sobre essas decisões.

Outras cláusulas suspensas definiam sobre a ampliação da base de cálculo e a forma de incidência e margens de valor agregado (MVAs) do ICMS-ST, que, segundo a confederação, teriam reflexos expressivos sobre os preços finais ao consumidor nos setores e produtos sujeitos à sua incidência.

"Além do aumento de preços, a economia brasileira sofrerá efeitos negativos em termos de produção e vendas dos setores/produtos afetados, que se refletirão em PIB e volume de empregos menores", diz trecho do pedido da CNI.

Um dos pontos impugnados tratava do regime de compensação do imposto estadual. A CNI afirma, no pedido, que o ICMS Próprio e o ICMS-ST não são considerados impostos distintos. "A cláusula décima-quarta é clara e direta ao vedar a compensação entre o ICMS Próprio e o ICMS-ST", ressalta a CNI, afirmando que isto teria de ser decidido através de lei complementar.

Outra cláusula impugnada definia autonomia às administrações tributárias na definição da base de cálculo do ICMS-ST nos casos de transferências interestaduais.

Bitributação

Para a CNI, a norma que dispõe que o montante ICMS-ST passará a compor a correspondente base de cálculo - ou seja, o cálculo "por dentro" - não obedece à lógica econômica. "No cálculo das MVAs são apurados preços de mercado, nos quais o ICMS já está embutido, inclusive compondo a sua própria base de cálculo. Assim, incidir o ICMS-ST "por dentro" sobre a base de cálculo definida a partir da MVA significa que o ICMS-ST será duplamente computado na base de cálculo, ofendendo o princípio da não bitributação", ressalta a confederação.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), prepara uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para derrubar decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e incluir novamente o ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins. O tema faz parte da agenda própria da Casa que o parlamentar fluminense quer impor depois de rejeitada a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na quarta-feira.

Em março, a maioria dos ministros do Supremo determinou a exclusão do ICMS (imposto estadual que incide sobre mercadoria e serviços) da base de cálculo para a cobrança do PIS (tributo do Programa de Integração Social) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). Os tributos, ambos federais, ajudam a financiar a Previdência e o seguro-desemprego. Pelos cálculos da área econômica, a decisão fará com que o governo perca de R$ 20 bilhões a R$ 50 bilhões por ano.

##RECOMENDA##

"É melhor do que aumentar imposto. Não vou dizer que foi (uma decisão) errada (do STF). Mas a decisão errada para Câmara é ter de aumentar imposto. Isso a gente não vai. E se não vai, tem de recuperar os R$ 20 bilhões. Como é que recupera isso? Recolocando o ICMS na base de cálculo", afirmou Maia ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Ele prometeu tentar aprovar a PEC ainda neste ano no Congresso, mas admitiu que essa será uma tarefa difícil, em razão dos prazos regimentais para tramitação da matéria.

Como Maia não pode apresentar projetos por ser presidente da Câmara, a ideia é que a Proposta de Emenda à Constituição seja apresentada pelo deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), um dos principais aliados do parlamentar fluminense. "O Supremo entrou em uma questão que já estava pacificada e criou uma instabilidade e prejuízo para Receita Federal de bilhões de reais", disse o deputado amazonense.

Há duas semanas, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu que o governo estuda aumentar as alíquotas do PIS/Cofins para compensar a decisão do STF e evitar queda das receitas no ano que vem. Para isso, deve enviar ao Congresso uma medida provisória (MP), que teria efeito imediato assim que editada, ou um projeto de lei elevando as alíquotas.

"Aumento de imposto ninguém vota", disse o líder do PP na Casa, Arthur Lira (AL). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo do estado de São Paulo depositou hoje (24) os repasses do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para os municípios paulistas. Guarulhos recebeu R$ 55.034.558,55 do depósito referente ao montante arrecadado no período de 16 a 20 de outubro de 2017.

Os valores correspondem a 25% da arrecadação do imposto, que são distribuídos às administrações municipais com base na aplicação do Índice de Participação dos Municípios (IPM).

##RECOMENDA##

Os municípios paulistas já haviam recebido R$ 770,63 milhões em dois repasses anteriores efetuados em 10 e 17 de outubro, referentes aos períodos de 2; 6; 9; e 13 de outubro, respectivamente. Com os depósitos realizados nesta terça-feira, o total em repasses de ICMS às administrações municipais no mês de outubro alcançou R$ 1,19 bilhão.

Um estudo realizado pela organização Endeavor mostrou que 86% das empresas brasileiras estão com algum tipo de irregularidade financeira. As pendências incluem atrasos no pagamento de impostos e o não cumprimento de exigências das prefeituras ou da Receita Federal. A Endeavor faz ações para fomentar o empreendedorismo no Brasil e em outros países.

No comércio, há irregularidades em 96% dos estabelecimentos, enquanto na indústria, 92% das empresas não estão completamente regularizadas. A pesquisa foi feita a partir de uma amostra de 2.550 companhias em todos os estados brasileiros. O estudo atribui os altos índices de irregularidade à burocracia do país. “Esse valor ilustra a complexidade e as dificuldades impostas pelo ambiente regulatório e a disparidade entre as exigências impostas pelo Estado e a realidade das empresas”, diz a publicação.

##RECOMENDA##

Como exemplo da dificuldade em manter as empresas regulares, o estudo cita que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) teve 558 atualizações em quatro anos. “Ou seja, cerca de uma atualização a cada três dias. Além da mudança constante na legislação dos impostos, as empresas precisam cumprir uma série de obrigações acessórias para comprovar ao Fisco* que o pagamento e as exigências legais estão sendo feitos da forma correta”, destaca.

*Fisco: O termo refere-se ao Estado como gestor do Tesouro público no que diz respeito a questões financeiras, econômicas, patrimoniais e, especialmente, tributárias.

A Secretaria da Fazenda de São Paulo realizou hoje (18) uma operação contra o grupo Dolly por suspeita de fraude no recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS).

De acordo com a Secretaria, a empresa tem R$ 2 bilhões em débitos na dívida ativa. O grupo é suspeito de inadimplência fraudulenta do ICMS, embaraço de fiscalização e organização de fraude fiscal estruturada.

##RECOMENDA##

A operação, denominada de Clone, busca indícios de que o grupo Dolly abriu várias empresas para tentar dificultar a cobrança de impostos e rastreamento da produção. Os agentes da operação visitaram três endereços diferentes: Diadema, na fábrica que não poderia funcionar desde dezembro de 2016 mas está operando normalmente; no bairro de Higienópolis, onde fica o escritório e em outra fábrica em Tatuí, interior de São Paulo. "Parte do grupo já foi bloqueado e a gente está colhendo evidências demonstrando de que na verdade é um grupo econômico montado com o intuito de fraudar, omitir receita e evadir impostos”, afirma o inspetor Rodrigo Cuoco. 

O grupo Dolly ainda não se pronunciou sobre o caso.

O presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Pedro Celso Gonçalves, informou que o governo do estado de São Paulo reavaliará o aumento de impostos sobre a carne.

A venda de carnes era isenta de ICMS desde 2009 mas, no final de 2016, o governo publicou um decreto taxando o produto em 11%, o que levaria um aumento de preços de 7%, em média, para o consumidor. Além dessa reavaliação, o governo planeja adotar um esquema de substituição tributária para cobrar os impostos sobre as carnes. O governo calcula que a arrecadação pode chegar a R$ 1 bilhão por ano.

##RECOMENDA##

O governador Geraldo Alckmin se comprometeu em analisar o pedido do setor supermercadista de manter a isenção do ICMS e em realizar um estudo, coordenado pela Secretaria de Estado da Fazenda para organizar a questão da substituição tributária.

Segundo a Secretaria da Fazenda, existe a necessidade de rever os benefícios fiscais concedidos pelo governo, arrecadando ICMS, para equilibrar o setor em tempos de crise financeira.

 

Por Caroline Nunes

Em um julgamento de enorme impacto financeiro para a União, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira, 15, que o ICMS não compõe a base de cálculo para fins de incidência do PIS e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

A decisão - tomada no julgamento de recurso de uma empresa que produz óleos industriais contra a União - tem repercussão geral. Portanto, tal entendimento deverá ser aplicado em todas instâncias da Justiça. Há cerca de 10 mil processos suspensos nas instâncias de origem e que aguardavam a definição do Supremo sobre o caso para serem concluídas.

##RECOMENDA##

A União, que terminou derrotada no recurso, alegou que a estimativa de impacto é de R$ 250,3 bilhões aos cofres públicos, de acordo com um anexo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), considerando o intervalo entre 2003 e 2014. Nos últimos cinco anos, o impacto é de R$ 100 bilhões e, anualmente, de R$ 20 bilhões.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, na sustentação oral durante o julgamento, havia feito um pedido de modulação para que os efeitos da decisão só valham a partir do exercício fiscal de 2018, mas esse pedido não foi tratado porque não constava nos autos, segundo alegou a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, relatora do processo.

Assim, o STF não deixou claro a partir de quando a decisão entrará em vigor. Em teoria, passará a valer quando for publicado o acórdão, mas a Advocacia-Geral da União e a PGFN ainda podem peticionar um pedido de modulação.

Votaram pela exclusão do ICMS da base de cálculos do PIS e da Cofins a relatora, ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo, os ministros Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello e a ministra Rosa Weber. Os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes votaram por negar o recurso, posição defendida pela Fazenda Nacional.

Um dos pontos de divergência foi sobre se faturamento e receita seriam a mesma coisa. Para a relatora, Cármen Lúcia, "é inegável que o ICMS abarca todo processo e o contribuinte não inclui como faturamento o que ele haverá de repassar à Fazenda Pública, tratando-se de ingresso".

O voto final foi dado pelo decano da Corte, ministro Celso de Mello, que poderia ter empatado o julgamento, mas seguiu a relatora ao prover o recurso. Ele reafirmou a "inconstitucionalidade da inclusão dos valores pertinentes ao ICMS na base de cálculo da Cofins e da contribuição ao PIS, em razão dos valores recolhidos a título de ICMS não se subsumirem à noção conceitual de receita ou de faturamento da empresa".

A divergência foi inaugurada pelo ministro Edson Fachin. Ele afirmou que "embora não haja incremento patrimonial, o valor relativo ao ICMS destacado e recolhido referente a uma operação concreta integrará a receita efetiva do contribuinte, pois gerará oscilação patrimonial positiva"

O ministro Gilmar Mendes usou palavras fortes ao votar a favor do governo. "As consequências do julgamento serão desastrosos para o País. Não apenas para o impacto tributário." Ele afirmou que a exclusão do ICMS da base do PIS e da Cofins "redundará em expressivas perdas de receitas para a manutenção da seguridade social". O ministro se disse preocupado com a "ruptura do sistema tributário" e também criticou o que enxerga como "hipertrofia do Poder Judiciário" ao tomar tal decisão.

Gilmar diz também que a decisão "não necessariamente resultará na redução do Custo Brasil". Ao contrário, segundo ele, "provocará a majoração do próprio custo, particular e público, da administração do sistema tributário.

O procurador-geral da Fazenda Nacional, Fabrício da Soller, na sustentação oral pela União, argumentou que "o que se pretende é transformar o conceito de receita bruta em receita líquida". "Se essa tese prevalecer, a única tributação possível sobre as operações de vendas de mercadorias e prestação de serviços seria o imposto de renda, porque é o único tributo que permite isso", disse.

"Se a tese do contribuinte prevalecer, quem pagará o preço dessa recomposição serão justamente os consumidores de produtos com ICMS menor. Aqueles produtos que possuem ICMS maior, muitas vezes supérfluos, terão menos impactos. Quem consumir produtos da cesta básica por exemplo não terá benefício algum e pagará a conta daqueles", disse da Soller. Ele pediu modulação para que a decisão não comprometa as metas estabelecidas, respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal.

O representante da PGR no julgamento questionou os argumentos. "Me impressionou o argumento da Procuradoria da Fazenda. Ele quase me convenceu que, se pagarmos mais pagaremos menos, e que se pagarmos menos, pagaremos mais", disse o vice-procurador-geral da República, José Bonifácio de Andrada.

O governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), encaminhou nesta terça-feira, 21, um projeto de lei à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) para reduzir a multa e os juros cobrados do contribuinte no caso de infrações a legislação do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). 

O projeto prevê a redução dos atuais 300% para 100% do teto da multa por não recolhimento do ICMS. Para Alckmin, "é o primeiro passo de um grande programa de conformidade fiscal do Estado de São Paulo". O objetivo é de permitir e facilitar a regularização das dívidas sem que a empresa precise interromper suas atividades.

##RECOMENDA##

A redução da multa pode se tornar ainda maior caso o contribuinte decida confessar a dívida e desistir de apresentar recursos. Nesse caso, o percentual sobre o imposto cai para 35%. O projeto estabelece um modelo de "confissão de dívida" com critério de proporcionalidade nos valores de multa.

Em caso de multas acessórias, que não resultem na inadimplência do ICMS, mas a falta de outra obrigação, o projeto visa 1% do valor anual das operações de saída do contribuinte como teto. Anteriormente, não havia limite. "Nós estamos falando de R$ 110 bilhões e benefícios a 10 mil contribuintes no Estado. Uma medida que estimula o setor produtivo e ao mesmo tempo o fortalece, evitando disputas judiciais", afirmou o governador.

O empresário Marcos Augusto Silva Rocha, de 50 anos, chegou ao Recife na última quinta-feira (27). Ele, que é considerado um dos maiores sonegadores de impostos de Pernambuco, foi preso na Bahia no último dia 21 de outubro pelos crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e associação envolvendo o comércio de etanol. No momento da prisão, Marcos desembarcava de um jatinho fretado em Salvador.

Marcos é acusado de causar um prejuízo aos cofres públicos de quase meio bilhão de reais, sendo R$ 36,4 milhões em Pernambuco, R$ 25 milhões em Minas Gerais e R$ 437 milhões só na Bahia. O rombo pode ser muito maior. A investigação apura a participação do preso em um esquema em Sergipe.

##RECOMENDA##

Desde o dia 3 de junho, o mandado de prisão de Marcos Augusto havia sido expedido pela comarca de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Ele começou a ser investigado após a Secretaria da Fazenda de Pernambuco receber denúncias de fraudes cometidas pelo sonegador.  Ele era o proprietário da distribuidora Petróleo do Valle, aberta em 2008 e encerrada em 2014. Sua empresa chegou a ser notificada 35 vezes por apropriação indébita de imposto.

Além da empresa de Marcos não pagar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), ela retinha o ICMS de terceiros. Segundo o promotor de Justiça do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), José Lopes, a empresa de Marcos comprava o etanol diretamente das usinas produtoras, dentre elas uma que pertence ao seu pai, Délio Nunes Rocha. Os sócios coagiam os motoristas – com ameaças de demissão, por exemplo – para que transportassem o combustível desviando dos postos fiscais. Os recursos obtidos com  a venda irregular de combustíveis eram lavados através de outras empresas de Marcos Rocha e de seu sócio, Erik D’Oliveira. Todos os demais envolvidos estão sendo investigados por participação direta ou indireta na fraude.

Como o empresário não pagava os impostos estaduais, sua empresa conseguia revender o litro do etanol abaixo do preço de aquisição, o que configura concorrência desleal. A estratégia, enquanto vigente, foi bem sucedida, visto que a Petróleo do Valle, apesar de ser uma distribuidora de pequeno porte, chegou a vender mais de um milhão e meio de litros de combustível por mês entre os anos de 2012 e 2013, volume considerado semelhante ao das maiores empresas do setor.

Marcos foi preso com cerca de 20 cheques assinados por empresas mas com valor em branco. “Possivelmente esses cheques eram utilizados para ele fazer suas movimentações utilizando empresas cujas contas ainda não haviam sido bloqueadas”, conta o delegado da Polícia Civil José Silvestre. O delegado conta que Marcos Rocha sabia que estava sendo procurado e que por isso suas viagens estavam sendo realizadas com aviões fretados. Ele não reagiu à prisão, mas disse ser vítima.

A Justiça efetuou o bloqueio das contas e o sequestro dos bens do réu e da sua empresa no valor aproximado do rombo em Pernambuco, de R$ 36,4 milhões. Ele já chegou a ser preso em 2015 na Bahia pelos mesmos crimes. Desta vez, o empresário foi encaminhado ao Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na RMR. 

[@#video#@]

O secretário de Fazenda do Paraná, Mauro Ricardo Costa, afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que os Estados que forem prejudicados com uma eventual mudança pelo Senado da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidentes na operação interna com querosene de aviação civil vão recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para ele, a medida é "absurda" e "inconcebível" porque parte do pressuposto errôneo de que há um conflito entre os Estados que justificaria a intervenção do Senado.

Costa disse que os Estados do Norte, se quiserem, podem reduzir as alíquotas do ICMS e destacou que há um convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) pacificando essa questão.

##RECOMENDA##

O parecer do senador Jorge Viana (PT-AC), que estava pronto para ir à votação nesta quinta-feira, 14, em plenário, mas ficou para ser votado no dia 2 de agosto, reduz a até 12% o teto para cobrança do ICMS com querosene de aviação.

A justificativa é tentar acabar com a chamada "guerra fiscal" da tributação do ICMS na aviação e estimular a queda do preço das passagens aéreas, no momento em que o setor atravessa grave crise financeira.

Os governadores do Paraná, Beto Richa, e de São Paulo, Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, têm conversado sobre o assunto, uma vez que as mudanças prejudicariam a arrecadação dos dois Estados. Atualmente, as alíquotas variam de 4% a 25%. O Paraná pratica 18% e São Paulo, 25%.

Richa chegou a reduzir temporariamente essa alíquota para 7%. Mas, segundo o secretário, a medida levou a uma queda de arrecadação e não a aumento do número de passageiros que passam pelos aeroportos no Estado. "Você acha que as companhias vão baixar os preços? Não vão, só vão incorporar os resultados. É um Robin Hood às avessas", criticou Costa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma queda de braço entre as companhias aéreas e a Secretaria da Fazenda de São Paulo sobre a proposta de unificar o ICMS do querosene de aviação vai ganhar força nesta quinta-feira (7) em reunião no Senado. O Secretário da Fazenda paulista, Renato Villela, afirma que uma eventual redução da alíquota atual do combustível, de 25% para o valor proposto de 12%, traria uma renúncia fiscal de R$ 300 milhões aos cofres paulistanos.

"Não vejo sentido em abrir mão de uma receita tributária sem motivo em um momento em que a arrecadação cai", disse Villela. A arrecadação total do Estado somou R$ 65,9 bilhões entre janeiro e maio deste ano, valor que, descontada a inflação, representa uma queda de 7,6% em relação a 2015.

##RECOMENDA##

A proposta de unificação do ICMS está em um projeto de resolução em tramitação no Senado, que visa a socorrer as empresas aéreas brasileiras, que acumulam, juntas, cerca de R$ 15 bilhões em prejuízo líquido desde 2011. O combustível é o principal custo do setor, responsável por cerca de 40% dos gastos de uma empresa.

Na prática, a resolução permite fixação de um teto para a alíquota de ICMS sem a aprovação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Se a proposta for aprovada, São Paulo será o Estado mais afetado pela decisão, já que cerca de 30% dos voos do País decolam dos aeroportos estaduais, conforme levantamento do Estado com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Villela lembra que além do Estado os municípios paulistas também teriam uma perda de receitas, já que o ICMS é um tributo repassado às prefeituras.

Villela participará nesta quinta-feira de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Debate

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, Eduardo Sanovicz, defenderá nesta quinta-feira, na mesma comissão, que a unificação do ICMS traz perdas tributárias apenas para alguns Estados, como São Paulo, mas que viabilizará o aumento da oferta de voos no País. "Com o ICMS a 12%, muitos voos que foram cortados por não ter viabilidade financeira podem ser retomados", disse Sanovicz. "O Senado precisa decidir se a política tributária de São Paulo se sobrepõe ao interesse nacional."

Ele ressalta que 16 Estados já praticam alíquotas iguais ou inferiores a 12% e a arrecadação não sofreu impacto. Esses Estados têm acordos com o setor aéreo e oferecem taxas de até 3%, na prática, em troca de mais voos. Em Mato Grosso, por exemplo, a alíquota de 25% pode chegar a 4% dependendo do número de cidades atendidas pela empresa aérea no Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado estadual Miguel Coelho (PSB) protocolou um projeto de lei para garantir a isenção do ICMS sobre óleo diesel utilizado por empresas que fazem transporte público em diversos municípios do Estado. A medida, já empregada em cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR), visa baratear os custos do serviço também para a população do interior de Pernambuco.

A proposta altera a Lei n°10.259, de 1989, acrescentando um artigo para estender o benefício para as cidades com transporte coletivo regulamentado fora da RMR, a exemplo de Caruaru, Garanhuns e Petrolina. “Acredito ser mais do que justo que um benefício adotado na região metropolitana há vários anos também seja aplicado nos municípios do interior. Com essa medida, as empresas terão que baratear o custo das passagens e melhorar o serviço”, justifica Miguel Coelho.

##RECOMENDA##

O projeto será analisado nas comissões de Justiça e Finanças da Assembleia Legislativa. Em seguida, a proposta, caso aprovada, segue para votação dos deputados no plenário.

Os donos de lojas virtuais comemoraram a proibição das novas regras de recolhimento do ICMS para as empresas enquadradas no regime do Simples. Desde o dia 1º de janeiro, uma emenda constitucional dava também aos Estados de destino das compras virtuais o direito de recolher o tributo, aumentando a burocracia e o peso do imposto na contabilidade.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli suspendeu por liminar na noite de quarta-feira (17) o convênio firmado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

##RECOMENDA##

A diretriz impactava as transações não presenciais e repartia o imposto recolhido entre o Estado de origem e de destino da venda do produto, na tentativa de compensar Estados que não sediam centros de distribuição.

A medida assustava empresários como Mauro Tschiedel, dono da loja de eletrônicos Usinainfo. Ele se preparava para uma queda de até 30% no faturamento. "Teria de demitir três ou quatro funcionários", conta.

Operar por duas semana sob o novo sistema de recolhimento custou caro para Igor Gaetzer, sócio da Nordweg, que comercializa artigos em couro. Ele precisou aumentar o preço de um produto de R$ 700 para R$ 780, até que voltou atrás e parou de recolher o imposto segundo as novas diretrizes. "Eu me dei conta que é dever do cidadão não seguir leis injustas. Quando soubemos da decisão do STF, fizemos uma festa."

Para o porta-voz da FecomercioSP Pedro Guasti, a tributação trazia à tona a figura do burocrata para as pequenas empresas. "A tributação adicional não é boa quando a economia está retraída", pontua.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Entra em vigor nesta sexta-feira (1º) a emenda constitucional que altera a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em transações não presenciais entre dois Estados, com destino a um consumidor final. Motivada pelo boom do comércio eletrônico em todo o território nacional, a medida reparte o imposto recolhido, gradativamente, com o Estado de destino da venda do produto - na tentativa de compensar Estados que não sediam centros de distribuição, mais concentrados nas regiões Sul e Sudeste.

Se por um lado a nova regra alivia parte da guerra fiscal entre os Estados, por outro, tem trazido muitas preocupações para as empresas do varejo online, que, às vésperas do início da medida, ainda não sabiam exatamente como deverão recolher o imposto, uma vez que ainda há pendências na regulamentação de cada Estado. Além disso, as empresas terão custos extras para adaptar seus sistemas operacionais e acompanhar a legislação de cada Estado.

##RECOMENDA##

"A Constituição dizia que, em uma operação interestadual na qual a mercadoria era enviada a um consumidor final, e não a um contribuinte do imposto, o ICMS ficava integralmente para o Estado de origem do produto", observa Tatiana dos Santos Piscitelli, professora de Direito Tributário da FGV-SP. "Como houve um aumento significativo do comércio eletrônico realizado por pessoas físicas, começou uma disputa entre os Estados, já que esse aumento indicava uma demanda local de Estados que não ficavam com nenhuma parte do imposto", diz.

Depois de uma série de negociações e iniciativas, como o Protocolo 21, em 2011 foi aprovada em abril de 2015 a emenda constitucional 87/2015, antes chamada de PEC do Comércio Eletrônico, que determina a repartição gradativa da arrecadação de ICMS entre os Estados de origem e de destino.

Para diminuir o impacto nos cofres dos Estados fornecedores, a regra será aplicada aos poucos: para 2016, o Estado de destino ficará com 40% da diferença entre a alíquota interna e a interestadual, alcançando a totalidade da diferença em 2019. O mais afetado será São Paulo, que vai sofrer duplamente, pois perderá parte do imposto no momento em que a arrecadação, por causa da crise, retrai.

Preocupação

Apesar de ter como objetivo descentralizar o recolhimento de impostos, a emenda gerou preocupação nas empresas, que serão responsáveis pelo recolhimento do imposto caso a venda seja destinada a um consumidor final não contribuinte do imposto. Cada empresa que pretende vender em outro Estado deverá fazer uma inscrição fiscal por unidade em cada um dos Estados, bem como adaptar seus sistemas operacionais e reforçar seu time tributário, para acompanhar a legislação específica e as peculiaridades fiscais de cada unidade da Federação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público Estadual (MPE) abriu a segunda fase da Operação Zinabre para investigar a participação de supervisores da Receita paulista na máfia do ICMS. Os promotores identificaram negociações imobiliárias feitas pelos dois fiscais presos anteontem, sob a acusação de lavagem de dinheiro, com empresas cujos sócios foram seus chefes no período em que a quadrilha teria arrecadado mais de R$ 35 milhões em propina de indústrias com dívidas tributárias. A Promotoria já pediu à Justiça a quebra do sigilo bancário de todos os suspeitos.

Uma das empresas investigadas é a DGMAIA Participações, Investimentos e Administração de Bens Próprios Ltda., que foi criada em 2006 e tem como um dos sócios Marcio Miranda Maia, ex-chefe da supervisão setorial de metais ferrosos e produtos metalúrgicos da Diretoria Executiva da Administração Tributária (Deat) da Fazenda. Maia pediu exoneração do cargo de agente fiscal de rendas em outubro, em meio às investigações do MPE. A DGMAIA tem entre seus bens um imóvel em um condomínio de alto padrão em Angra dos Reis (RJ).

##RECOMENDA##

Outra empresa na mira dos promotores é a Dos Anjos Participações, Investimentos e Administração de Bens Próprios, que até 2014 tinha como sócio Mauro Luis Almeida dos Anjos, ex-supervisor da Deat. A empresa, hoje no nome da mulher dele, fica em Sorocaba, no interior paulista, mesma cidade onde os fiscais detidos moravam e agiam, segundo a denúncia. A reportagem tentou contato telefônico com Maia e Almeida dos Anjos, que não foram localizados.

Os promotores afirmam haver indícios de que essas empresas "podem ter contribuído na lavagem de dinheiro promovida pelos agentes fiscais de rendas Eduardo Takeo Komaki e José Roberto Fernandes", presos anteontem com suas mulheres. Segundo a investigação, esses dois fiscais têm patrimônio incompatível com seus vencimentos mensais, de cerca de R$ 20 mil, e usavam as empresas para ocultar bens. Os advogados de defesa negam as acusações e afirmam que as prisões foram "arbitrárias" e servem para "forçar um acordo de delação premiada", quando os acusados colaboram com a investigação em troca de benefícios como a redução de pena.

Réus

Fernandes e Komaki já haviam sido presos em julho, juntamente com outros oito fiscais, na primeira fase da Operação Zinabre, que investiga a ação da máfia do ICMS sobre empresas do setor de cobre. Todos são réus no caso que envolveu o desvio de R$ 17 milhões da empresa Prysmian Energia Cabos e Sistemas do Brasil S/A entre 2006 e 2013 nas filiais de Jacareí, Santo André e Sorocaba. Segundo os promotores, a dupla também arrecadou R$ 20 milhões em propina da PPE Fios Esmaltados S/A, com sede em Cerquilho, na região de Sorocaba, entre 2008 e 2011.

Em outubro, a Justiça já havia decretado o bloqueio de 39 imóveis dos dois fiscais, entre terrenos, escritórios comerciais e apartamentos de alto padrão. Os investigadores acreditam "ser muito difícil" que um esquema dessa magnitude tenha operado sem o conhecimento de funcionários do alto escalão da Receita.

Os crimes envolvendo os fiscais da Receita estadual foram descobertos graças ao depoimento do doleiro Alberto Youssef - um dos principais delatores da Operação Lava Jato -, que deu detalhes aos promotores, em junho, dos pagamentos feitos a fiscais paulistas. Após o depoimento, revelado pelo Estado, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) trocou toda a cúpula da Receita. Segundo o governador, por critérios técnicos. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

O Ministério Público Estadual (MPE) investiga a ação de quadrilhas que estão sequestrando fiscais da Secretaria Estadual da Fazenda. Desde agosto, após a prisão de um grupo de auditores denunciados por cobrar propinas milionárias de empresas com dívidas de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), aconteceram quatro sequestros, mas apenas dois foram registrados na Polícia Civil.

Os casos confirmados são de fiscais que trabalham na Delegacia Regional Tributária (DRT) de Osasco, na Grande São Paulo. Segundo os promotores do Grupo Especial de Combate a Delitos Econômicos (Gedec), uma das hipóteses investigadas é de que fiscais de um grupo rival ao das vítimas estão passando informações para sequestradores, que teriam ligações com informantes da polícia na região metropolitana.

##RECOMENDA##

O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso aos depoimentos das duas vítimas com exclusividade. Uma delas é auditor fiscal de rendas que foi sequestrado no fim de outubro. Ele contou aos promotores que foi rendido por dois homens quando voltava para casa, por volta das 19h30, na Estrada da Fazendinha, em Carapicuíba. Armados, os bandidos entraram no veículo da vítima, cobriram seu rosto com paletó e pediram R$ 500 mil para soltá-la. Disseram que sabiam que a vítima era fiscal e que "todo fiscal era corrupto e só tomava dinheiro de empresários".

O auditor convenceu os bandidos a irem até a sua casa, na Granja Viana, acreditando que "os sequestradores eram profissionais e não fariam mal à sua família". Na residência, eles pegaram roupas, joias, calçados, relógios, óculos, mas não encontraram dinheiro. Os criminosos foram convencidos pela vítima a ligar para o filho e foi combinado um local para o pagamento de R$ 30 mil em espécie. O homem se comprometeu a pagar mais R$ 10 mil depois.

O auditor foi com o carro da família junto com um bandido. No carro de trás estavam outros dois bandidos e a mulher da vítima. No meio do caminho, o carro do auditor foi parado pela Polícia Militar em uma abordagem de rotina. O sequestrador que o acompanhava saiu correndo, enquanto os demais soltaram a mulher e fugiram também. Mas os três acabaram presos pela PM. Questionado pelos promotores se a "fama de serem corruptos" de alguns fiscais da DRT de Osasco pode ter determinado o sequestro dele, o auditor afirmou que "existe essa possibilidade".

Ladrão

O outro sequestro foi em agosto. Um agente fiscal foi rendido a dois quarteirões da DRT de Osasco, pouco depois de sair do trabalho, às 18h45. Ele estava em seu carro quando foi cercado por dois homens armados que entraram no veículo e o obrigaram a seguir para casa. O fiscal tentou desviar o caminho, mas os bandidos sabiam onde ele morava e disseram "você é fiscal e ladrão, rouba do povo e dos empresários".

Na casa, ele ficou amarrado na sala da TV, enquanto os criminosos reviraram todos os cômodos. Os bandidos encontraram apenas R$ 4 mil e perguntaram sobre uma picape de luxo e um imóvel no litoral, que ele não tem.

A vítima disse que pode ter sido escolhida por engano e tem, além da casa onde mora, um sítio em Ibiúna, um apartamento em Lauzane Paulista, na zona norte, e outra residência em Osasco. Os bandidos fugiram levando roupas, celulares, tênis, óculos e bijuterias.

Youssef

A chamada Máfia do ICMS começou a ser desmantelada em julho pela Operação Zinabre, comandada pelo Gedec. Dez fiscais chegaram a ser presos acusados de cobrar cerca de R$ 35 milhões em propina de duas empresas, entre elas a Prysmian Cabos e Sistemas, que admitiu os pagamentos.

Os crimes envolvendo os fiscais foram descobertos graças ao depoimento do doleiro Alberto Youssef - um dos principais delatores da Operação Lava Jato. Em junho, ele deu detalhes aos promotores de como conseguiu repassar US$ 2 milhões em dinheiro para fiscais. Até agora, 11 fiscais foram denunciados por lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha e sete tiveram os bens bloqueados pela Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), anunciou, nesta segunda-feira (9), a liberação das parcelas atrasadas do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM) e confirmou uma nova edição do programa para 2016. Negando rumores de que a iniciativa do Governo Eduardo Campos iria deixar de existir, o socialista, que esteve reunido com prefeitos de todo o estado, garantiu “a continuidade das ações” e se comprometeu e unir esforços com os gestores para amenizar os impactos da crise econômica nos cofres municipais.  

“Esta crise vem atingindo muitos aspectos da qualidade de vida do nosso povo. Não cabe mais avaliar o passado. Já está muito bem colocado de quem é a culpa. Precisamos agora pensar para o futuro”, disse aos gestores municipais que estavam em uma marcha estadual pela sensibilização dos poderes. Paulo Câmara também reforçou o discurso de que nem o mais pessimista dos analistas havia previsto dificuldades financeiras como as de 2015. “É importante pensarmos 2016, já estamos fazendo isso no governo”, acrescentou.

##RECOMENDA##

Somadas, as parcelas atrasadas do FEM correspondem a R$ 30 milhões destinados a 161 trabalhos de 102 municípios. “Temos alguns atrasos, mas nos comprometemos a regulariza-los até o dia 25”, explicou o governador. Além dos recursos do fundo, também foi anunciado hoje o resultado da seleção para o Escritório de Projetos, um braço do FEM que contribui com o financiamento da elaboração dos projetos de engenharia para obras de infraestrutura urbana e rural; meio ambiente e sustentabilidade e desenvolvimento social.

Das 126 propostas inscritas, 47 foram selecionadas sendo 12 consorciadas e 35 individuais. Juntas elas somam R$ 10 milhões e contemplam 123 municípios de forma direta e indireta.

Outro assunto na pauta dos prefeitos, a seca no Nordeste que já entra para o seu quinto ano será tema de um diagnóstico que está sendo preparado pelo governador para apresentar a presidente Dilma Rousseff (PT). O encontro com a petista está sendo articulado pelo socialista para acontecer ainda neste mês.

Paulo Câmara também garantiu a manutenção da forma como o Estado distribui os recursos arrecadados pelo Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O texto, encaminhado para a análise da Alepe, altera a distribuição dos recursos beneficiando os municípios menores, que possuem baixa arrecadação e dependem mais do repasse de verbas. A proposta altera o prazo de finalização da medida que seria encerrado em 31 de dezembro deste ano para 31 de dezembro de 2016. 

As três emendas apresentadas pela bancada de oposição ao pacote fiscal que aumenta as alíquotas do ICMS, IPVA e ICD foram aprovadas, nesta segunda-feira (28), pela Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da Assembleia Legislativa (Alepe). As proposições serão avaliadas no Plenário da Alepe em primeira votação na tarde de hoje.

A primeira emenda apresentada propõe a retirada do pacote o aumento da alíquota do ICMS sobre a gasolina, de 27% para 29%, e sobre o setor de telecomunicações, de 28% para 30%. “Sugerimos a supressão desses aumentos por entender que eles têm um caráter de gerar mais inflação e reduzir o poder de compra dos pernambucanos, penalizando ainda mais os menos favorecidos”, explicou o deputado Silvio Costa Filho (PTB), líder da bancada.

##RECOMENDA##

A oposição também propôs que as medidas apresentadas pelo governo tenham caráter provisório, vigorando por 12 meses prorrogáveis por mais 12. E, por fim, também foi apresentada emenda ampliando o número de faixas de cobrança do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) sobre os automóveis, com o objetivo de preservar os carros populares. A proposta é que o IPVA incidente sobre carros com até 120 cavalos (cv) de potência seja de 2,7%; de 3% entre 120 cv e 150 cv; de 3,5% de 150 cv até 180 cv, e de 4% acima de 180 cv.

Os projetos que promovem um ajuste fiscal no estado – aumentando as alíquotas do ICMS, IPVA e ICD – estão sendo analisadas, nesta quinta-feira (24), pelas Comissões de Justiça e Administração Pública da Assembleia Legislativa (Alepe). Com um esforço concentrado da base aliada, já que as matérias têm até a próxima quarta (30) para serem sancionadas, os textos foram apresentados nessa quarta (23) pelo secretário da Fazenda, Márcio Stefanni, aos parlamentares e voltam à pauta de hoje na Casa. 

Durante a discussão dessa quarta, Stefanni apontou o contexto de fragilidade econômica nacional – e seu consequente impacto nos cofres pernambucanos – para justificar a proposta de aumento de impostos aos contribuintes do Estado. De acordo com ele, os R$ 487,8 milhões que o governo espera injetar nos cofres públicos a partir de 2016, com a aprovação do pacote, não serão direcionados a novos investimentos. “O compromisso do governador é garantir a manutenção das conquistas dos últimos anos. Os recursos não serão para ampliar os serviços ou fazer novas obras, mas para terminar o que está inconcluso”, explicou. “Tão logo o cenário melhore, o objetivo de Paulo Câmara é revogar tais medidas”, acrescentou.

##RECOMENDA##

O prazo de validade das medidas gerou discussão entre os parlamentares, a oposição sugeriu que os projetos durassem um ano. Já a bancada governista se baseou no governo federal e propôs o período de 48 meses, ou seja, quatro anos. Tempo em que também deverá vigorar a CPMF, caso seja aprovada pelo Congresso Nacional. 

O líder da oposição, deputado Sílvio Costa Filho (PTB), lamentou o prazo restrito que a Alepe terá para avaliar o pacote, visto que, para os impostos com novas alíquotas vigorarem em 2016. “Estamos dispostos a ajudar o Governo, mas de forma responsável e consciente”, afirmou entregando uma série de sugestões ao secretário, entre elas, o aumento das alíquotas para bebidas alcoólicas, tabaco e armas de fogo.

Já o líder governista, deputado Waldemar Borges (PSB), falou sobre a dificuldade de se garantir um prazo para o retorno às atuais alíquotas, visto a imprevisibilidade da economia. “Trocar o ajuste do ICMS de combustíveis e telefonia pelo incremento de tabaco e armas, como propõe a Oposição, não permite que cheguemos ao valor que o Estado precisa arrecadar. São produtos com pesos diferentes”, argumentou.

A expectativa inicial é de que as comissões concedam ainda hoje um parecer sobre as emendas e os projetos para que eles possam ser votados em primeira discussão na próxima segunda-feira (28), na terça (29) ser avaliado novamente e sancionado na quarta. Caso isso não aconteça, o governo não poderá iniciar a cobrança do aumento dos impostos a partir de janeiro de 2016.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando